Aula Grada Kilomba Memórias da plantação

Obra da Grada Kilomba

1. MEMÓRIAS DA PLANTAÇÃO-
EPISÓDIOS DE RACISMO
COTIDIANO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CULTURA E SOCIEDADE-PGCULT
DISCIPLINA: TEORIAS DA CULTURA E DA SOCIEDADE
PROFESSORA: ANA CAROLINE AMORIM OLIVEIRA

2. GRADA KILOMBA (1968-...)

3. GRADA KILOMBA (1968-...)
•GRADA KILOMBA É UMA ESCRITORA, TE
ÓRICA E ARTISTA QUE ATIVA E PRODUZ SABER DESCOLONIAL AO TECER
RELA
ÇÕES ENTRE GÊNERO, RAÇA E CLASSE. SUA OBRA DISPÕE DE FORMATOS E REGISTROS DISTINTOS, COMO
PUBLICA
ÇÕES, LEITURAS ENCENADAS, PERFORMANCES-PALESTRAS, VIDEOINSTALAÇÕES E TEXTOS TEÓRICOS,
CRIANDO UM ESPA
ÇO HÍBRIDO ENTRE CONHECIMENTO ACADÊMICO E PRÁTICA ARTÍSTICA. É PARTINDO DO GESTO
DUPLO DE DESCOLONIZA
ÇÃO DO PENSAMENTO E DE PERFORMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO QUE KILOMBA
SALTA DO TEXTO À PERFORMANCE E DÁ CORPO, VOZ E IMAGEM A SEUS ESCRITOS. NA 32A BIENAL, A ARTISTA
MOSTRA DOIS PROJETOS DIFERENTES. THE DESIRE PROJECT [O PROJETO DESEJO] (2015-2016) É UMA
VIDEOINSTALA
ÇÃO DIVIDIDA EM TRÊS MOMENTOS: 
WHILE I SPEAK, WHILE I WRITE E WHILE I WALK [ENQUANTO
FALO, ENQUANTO ESCREVO, ENQUANTO ANDO], VÍDEOS CUJO PRINCIPAL ELEMENTO VISUAL É A PALAVRA E QUE
INDICAM A APARI
ÇÃO DE UM SUJEITO ENUNCIADOR HISTORICAMENTE SILENCIADO POR NARRATIVAS COLONIAIS.
JÁ ILLUSIONS [ILUSÕES] (2016) É UMA PERFORMANCE QUE USA A TRADI
ÇÃO AFRICANA DE CONTAR HISTÓRIAS EM
NARRA
ÇÕES E PROJEÇÕES DE VÍDEO. A LEITURA EVOCA OS MITOS DE NARCISO E ECO COMO METÁFORAS DE UM
PASSADO COLONIAL E POLÍTICAS DE REPRESENTA
ÇÃO QUE SÓ ESPELHAM A SI MESMAS.

4. SUM
ÁRIO
•INTRODUÇÃO
•2. A M
ÁSCARA
•3. QUEM PODE FALAR?
•4. RACISMO GENDERIZADO
•5. POL
ÍTICAS ESPACIAIS
•6. POL
ÍTICAS DO CABELO
•7.POL
ÍTICAS SEXUAIS

5. SUM
ÁRIO
•8.POL
ÍTICAS DA PELE
•9. A PALAVRA N, E O TRAUMA
•10. SEGREGAÇÃO E CONT
ÁGIO RACIAL
•11. PERFORMANDO NEGRITUDE
•12. SUIC
ÍDIO
•13. CURA E TRANSFORMAÇÃO
•14. DESCOLONIZANDO O EU

6. INTRODUÇÃO - TORNANDO-SE SUJEITO
•POR QUE ESCREVO?
•PORQUE EU TENHO DE
•PORQUE MINHA VOZ,
•EM TODOS OS SEUS DIALETOS,
•TEM SIDO CALADA POR MUITO TEMPO- JACOB SAM-LA ROSE

7. INTRODUÇÃO
•POEMA SOBRE RESIST
ÊNCIA, SOBRE UMA FOME COLETIVA DE GANHAR A VOZ, ESCREVER E
RECUPERAR NOSSA HISTÓRIA ESCONDIDA.
É POR ISSO QUE GOSTO TANTO DELE.
•A IDEIA DE QUE SE TEM QUE ESCREVER, QUASE COMO UMA OBRIGAÇÃO MORAL,
INCORPORA A CRENÇA DE QUE A HISTÓRIA PODE “ SER INTERROMPIDA, APROPRIADA E
TRANSFORMADA ATRAV
ÉS DA PRÁTICA ARTÍSTICA E LITERÁRIA(HOOKS, 1990,P. 152).

8. TORNAR-SE
•ESCREVER ESTE LIVRO, FOI, DE FATO, UMA FORMA DE TRANSFORMAR, POIS AQUI EU NÃO
SOU A “OUTRA”, MAS SIM EU PRÓPRIA. NÃO SOU OBJETO, MAS SUJEITO.
•EU SOU QUEM DESCREVE MINHA PRÓPRIA HISTÓRIA, E NÃO QUEM
É DESCRITA. ESCREVER,
PORTANTO, EMERGE COMO UM ATO POL
ÍTICO.
•O ATO DA ESCRITA
É UM ATO DE TORNAR-SE.

9. DE OBJETO A SUJEITO
•BELL HOOKS: SUJEITOS E OBJETOS
•SUJEITOS: SÃO AQUELES QUE TEM O DIREITO DE DEFINIR SUAS PRÓPRIAS REALIDADES,
ESTABELECER SUAS PRÓPRIAS IDENTIDADES, DE NOMEAR SUAS HISTÓRIAS.
•OBJETO: NOSSA REALIDADE
É DEFINIDA POR OUTROS, NOSSAS IDENTIDADES SÃO CRIADAS
POR OUTROS E NOSSA HISTÓRIA DESIGNADA SOMENTE DE MANEIRAS QUE DEFINEM NOSSA
RELAÇÃO COM AQUELES QUE SÃO SUJEITOS.
•A PASSAGEM DE OBJETO A SUJEITO QUE MARCA A ESCRITA COMO UM ATO POL
ÍTICO.

10. OUTRIDADE
•ESTE LIVRO REPRESENTA ESSE DESEJO DUPLO: O DE SE OPOR AQUELE LUGAR DE OUTRIDADE E
O DE INVENTAR A NÓS MESMOS DE(MODO) NOVO. OPOSIÇÃO E REIVINDICAÇÃO TORNAM-
SE ENTÃO DOIS PROCESSOS COMPLEMENTARES, POIS A OPOSIÇÃO POR SI SÓ NÃO BASTA.

11. REENCENAÇÃO
•LIVRO: EXAMINA A ATEMPORALIDADE DO RACISMO COTIDIANO. A COMBINAÇÃO DESSAS
DUAS PALAVRAS, “PLANTAÇÃO” E “MEMÓRIAS”, DESCREVE O RACISMO COTIDIANO NÃO
APENAS COMO A REENCENAÇÃO DE UM PASSADO COLONIAL , MAS TAMB
ÉM COMO UMA
REALIDADE TRAUM
ÁTICA, QUE TEM SIDO NEGLIGENCIADA.
•É
UM CHOQUE VIOLENTO QUE DE REPENTE COLOCA O SUJEITO NEGRO EM UMA CENA
COLONIAL NA QUAL, COMO NO CEN
ÁRIO DE UMA PLANTAÇÃO, ELE É APRISIONADO COMO
A/O OUTRA /OUTRO SUBORDINADO E EXÓTICO. DE REPENTE, O PASSADO VEM A COINCIDIR
COM O PRESENTE, E O PRESENTE
É VIVENCIADO COMO SE O SUJEITO NEGRO ESTIVESSE
NAQUELE PASSADO AGONIZANTE, COMO O T
ÍTULO DO LIVRO ANUNCIA.

12. A M
ÁSCARA
COLONIALISMO, MEMÓRIA, TRAUMA E
DESCOLONIZAÇÃO

13. A M
ÁSCARA
ELA ERA COMPOSTA POR UM PEDAÇO DE METAL
COLOCADO NO INTERIOR DA BOCA DO SUJEITO
NEGRO, INSTALADO ENTRE A L
ÍNGUA E O
MAXILAR E FIXADO POR DETR
ÁS DA CABEÇA POR
DUAS CORDAS, UMA EM TORNO DO QUEIXO E A
OUTRA EM TORNO DO NARIZ E DA TESTA.
OFICIALMENTE, USADA PELOS SENHORES
BRANCOS PARA QUE AFRICANOS ESCRAVIZADOS
COMESSEM CANA DE ACÚÇAR E CACAU, MAS
SUA PRINCIPAL FUNÇÃO ERA IMPLEMENTAR UM
SENSO DE MUDEZ E DE MEDO, VISTO QUE A
BOCA ERA UM LUGAR DE SILENCIAMENTO E DE
TORTURA.

14. A M
ÁSCARA DO SILENCIAMENTO
•ELA SIMBOLIZA POLÍTICAS SÁDICAS DE CONQUISTA E DOMINAÇÃO E SEUS REGIMES
BRUTAIS DE SILENCIAMENTO DAS/DOS CHAMADAS/CHAMADOS OS OUTRAS/OS:
•QUEM PODE FALAR? O QUE ACONTECE QUANDO FALAMOS? E SOBRE O QUE PODEMOS
FALAR?

15. A BOCA
•ELA SIMBOLIZA A FALA E A ENUNCIAÇÃO.
•A BOCA SE TORNA O ÓRGÃO DA OPRESSÃO POR EXCEL
ÊNCIA.
•A BOCA TAMB
ÉM É UMA METÁFORA PARA A POSSE.
FANTASIA-SE QUE O SUJEITO NEGRO QUER
POSSUIR ALGO QUE PERTENCE AO SENHOR BRANCO: OS FRUTOS, A CANA DE AÇÚCAR E OS
GRÃOS DO CACAU.
•PROCESSO DE NEGAÇÃO: O SENHOR NEGA SEU PROJETO DE COLONIZAÇÃO E O IMP
ÕE A/AO
SUJEITO COLONIZADO/A.
É JUSTAMENTE ESSE MOMENTO – NO QUAL O SUJEITO AFIRMA ALGO
SOBRE A/O OUTRO/A QUE SE RECUSA A RECONHECER EM SI PRÓPRIO – QUE CARACTERIZA O
MECANISMO DE DEFESA DO EGO.

16. NEGAÇÃO
•NO RACISMO, A NEGAÇÃO
É USADA PARA MANTER E LEGITIMAR ESTRUTURAS VIOLENTAS DE
EXCLUSÃO RACIAL.
•O SUJEITO NEGRO TORNA-SE ENTÃO AQUILO A QUE O SUJEITO BRANCO NÃO QUER SER
RELACIONADO. ENQUANTO O SUJEITO NEGRO SE TRANSFORMA EM INIMIGO INTRUSIVO, O
BRANCO TORNA-SE A VITIMA COMPASSIVA, OU SEJA, O OPRESSOR TORNA-SE O OPRIMIDO E
O OPRIMIDO, O TIRANO.
•SUJEITO BRANCO CINDIDO, SUJEITO NEGRO TELA DE PROJEÇÃO.

17. BRANQUITUDE
•EM TERMOS PSICANAL
ÍTICOS, ISSO PERMITE QUE OS SENTIMENTOS POSITIVOS EM RELAÇÃO
A SI MESMA/O PERMANEÇAM INTACTOS –BRANQUITUDE COMO A PARTE BOA DO EGO-
ENQUANTO AS MANIFESTAÇ
ÕES DA PARTE “MÁ” SÃO PROJETADAS PARA O EXTERIOR E
VISTAS COMO OBJETOS EXTERNOS E “RUINS”.

18. A FERIDA
•NÓS NOS TORNAMOS A REPRESENTAÇÃO MENTAL DAQUILO COM QUE O SUJEITO BRANCO
NÃO QUER SE PARECER.
•DESSEMELHANÇA- TONI MORRISON : BRANQUITUDE COMO UMA IDENTIDADE DEPENDENTE
•NEGRITUDE SERVE COMO UMA FORMA PRIM
ÁRIA DE OUTRIDADE PELA QUAL A BRANQUITUDE
É
CONSTRUÍDA.
•ESTAMOS LIDANDO COM AS FANTASIAS BRANCAS SOBRE O QUE A NEGRITUDE DEVERIA SER.
•A IRRACIONALIDADE DO RACISMO
É O
TRAUMA.

19. FALANDO DO SIL
ÊNCIO
•A M
ÁSCARA, PORTANTO, LEVANTA MUITAS QUESTÕES: POR QUE DEVE A BOCA DO SUJEITO
NEGRO SER AMARRADA? POR QUE ELA OU ELE TEM DE FICAR CALADA? O QUE PODERIA O
SUJEITO NEGRO DIZER SE ELA OU ELE NÃO TIVESSE SUA BOCA TAPADA? E O QUE O SUJEITO
BRANCO TERIA DE OUVIR? EXISTE UM MEDO APREENSIVO DE QUE, SE O SUJEITO COLONIAL
FALAR, A/O COLONIZADORA/OR TER
Á DE OUVIR.
•REPRESSÃO SEGUNDO FREUD- ESSE
É O PROCESSO PELO QUAL AS IDEIAS- E VERDADES-
DESAGRAD
ÁVEIS SE TORNAM INCONSCIENTES, VÃO PARA FORA DA CONSCIÊNCIA DEVIDO À
EXTREMA ANSIEDADE, CULPA OU VERGONHA QUE CAUSAM .

20. FALAR E SILENCIAR
•FALAR E SILENCIAR
É UM PROJETO ANÁLOGO: O ATO DE FALAR É COMO UMA NEGOCIAÇÃO
ENTRE QUEM FALA E QUEM ESCUTA, ISTO
É, ENTRE FALANTES E SUAS/SEUS INTERLOCUTORES.
OUVIR
É O ATO DE AUTORIZAÇÃO EM DIREÇÃO À/AO FALANTE.
ALGUÉM PODE FALAR
SOMENTE QUANTO SUA VOZ É OUVIDA. AQUELES/AS QUE SÃO OUVIDAS/OS SÃO TAMB
ÉM
AQUELES/AS QUE PERTENCEM.
•FALAR E OUVIR:

21. 5 MECANISMOS DE DEFESA DO EGO- PAUL GIROY
•1. NEGAÇÃO;
•2. CULPA;
•3. VERGONHA;
•4.RECONHECIMENTO;
•5.REPARAÇÃO

22. “EU SOU RACISTA?”
•ESSES DIVERSOS PASSOS REVELAM A CONSCI
ÊNCIA SOBRE O RACISMO NÃO COMO UMA
QUESTÃO MORAL, MAS SIM COMO UM PROCESSO PSICOLÓGICO QUE EXIGE TRABALHO.
EM VEZ DE SE FAZER A CL
ÁSSICA PERGUNTA: EU SOU RACISTA? E ESPERAR UMA RESPOSTA
CONFORT
ÁVEL, O SUJEITO BRANCO DEVERIA SE PERGUNTAR: COMO EU POSSO
DESMANTELAR MEU PRÓPRIO RACISMO?
•TAL PERGUNTA, POR SI SÓ, J
Á INICIA ESSE PROCESSO.

23. QUEM PODE FALAR? – FALANDO DO CENTRO,
DESCOLONIZANDO O CONHECIMENTO
•PODE A SUBALTERNA FALAR? – GAYATRICK SPIVAK
•CRITICA: PROBLEM
ÁTICA SE VISTO COMO UMA AFIRMAÇÃO ABSOLUTA SOBRE AS RELAÇÕES
COLONIAIS PORQUE SUSTENTAM A IDEIA DE QUE O SUJEITO NEGRO NÃO TEM CAPACIDADE DE
QUESTIONAR E COMBATER DISCURSOS COLONIAIS.
•1- IDEOLOGIA COLONIAL QUE ARGUMENTA QUE GRUPOS SUBORDINADOS SE IDENTIFICAM DE
MODO INCONDICIONAL COM OS PODEROSOS E NÃO TEM INTERPRETAÇÃO VALIDA DE SUA
PRÓPRIA OPRESSÃO.
•2. A ALEGAÇÃO COLONIAL DE QUE GRUPOS SUBALTERNOS SÃO MENOS HUMANOS DO QUE SEUS
OPRESSORES E SÃO MENOS CAPAZES DE FALAR EM SEUS PRÓPRIOS NOMES.

24. GAYATRICK SPIVAK
SPIVAK: ALERTA OS CR
ÍTICOS PÓS –
COLONIAIS CONTRA A
ROMANTIZAÇÃO DOS SUJEITOS
RESISTENTES. TEM COMO OBJETIVO
DESAFIAR A SIMPLES SUPOSIÇÃO DE
QUE PODEMOS RECUPERAR O PONTO
DE VISTA DA SUBALTERNA.

25. CONHECIMENTO, ERUDIÇÃO E AUTORIDADE RACIAL
•QUAL CONHECIMENTO ESTA SENDO RECONHECIDO COMO TAL? E QUAL NÃO O
É? E QUAL
CONHECIMENTO NÃO? DE QUEM
É ESSE CONHECIMENTO? QUEM É RECONHECIDA COMO
ALGU
ÉM QUE POSSUI CONHECIMENTO? E QUEM NÃO O É? QUEM PODE ENSINAR
CONHECIMENTO? E QUEM NÃO PODE? QUEM ESTA NO CENTRO? E QUEM PERMANECE FORA,
NAS MARGENS?
•CENTRO ACAD
ÊMICO É UM ESPAÇO BRANCO DE PRIVILEGIO DE FALA NEGADO AS PESSOAS
NEGRAS
•ESPAÇO DE VIOL
ÊNCIA

26. BINARISMOS E OPOSIÇ
ÕES
• BRANCOS / NEGROS/AS
•UNIVERSAL/ ESPECIFICO
•OBJETIVO/SUBJETIVO
•NEUTRO/PESSOAL
•RACIONAL/EMOCIONAL
•IMPARCIAL/PARCIAL
•ELAS/ELES TEM FATOS/ NOS TEMOS OPINI
ÕES
•ELES/ELAS TEM CONHECIMENTOS/ NOS TEMOS EXPERI
ÊNCIAS

27. O CONHECIMENTO
É COLONIZADO
•TAREFA DESCOLONIZAR A ORDEM EUROC
ÊNTRICA DO CONHECIMENTO
•O QUE ENCONTRAMOS NA ACADEMIA NÃO
É UMA VERDADE OBJETIVA CIENTIFICA MAS SIM
O RESULTADO DE RELAÇ
ÕES DESIGUAIS DE PODER DE “RAÇA”.
•QUEM DEFINE QUAIS PERGUNTAS MERECEM SER FEITAS? QUEM AS ESTA PERGUNTANDO?
QUEM AS ESTA EXPLICANDO? E PARA QUEM AS RESPOSTAS SÃO DIRECIONADAS?

28. MITO DA OBJETIVIDADE
•H
Á MUITO SE TEM FALADO E PRODUZIDO CONHECIMENTO INDEPENDENTE, MAS QUANDO A
ASSIMETRIA DE GRUPOS NO PODER, H
Á TAMBÉM ASSIMETRIA NO ACESSO QUE OS GRUPOS
TEM A RECURSOS NECESS
ÁRIOS PARA IMPLEMENTAR SUAS PRÓPRIAS VOZES.
•ESTRUTURAS DE VALIDAÇÃO DO CONHECIMENTO QUE DEFINEM O QUE
É ERUDIÇÃO “DE
VERDADE” E “V
ÁLIDA” SÃO CONTROLADAS POR ACADÊMICAS/OS BRANCAS/OS.
•HOMENS E MULHERES QUE DECLARAM SUAS PERSPECTIVAS COMO CONDIÇ
ÕES UNIVERSAIS.
•O QUE ENCONTRAMOS NA ACADEMIA NÃO
É UMA VERDADE OBJETIVA CIENTIFICA, MAS SIM
O RESULTADO DE RELAÇ
ÕES DESIGUAIS DE PODER DE “RAÇA”.

29. CI
ÊNCIA
•DEFINIÇÃO DE CIÊNCIA: NÃO
É UM SIMPLES ESTUDO APOLÍTICO DA VERDADE, MAS A
REPRODUÇÃO DE RELAÇ
ÕES RACIAIS DE PODER QUE DITAM O QUE DEVE SER CONSIDERADO
VERDADEIRO E EM QUEM ACREDITAR.
•EPISTEMOLOGIA: OS TEMAS, PARADIGMAS E METODOLOGIAS DO ACADEMICISMO
TRADICIONAL REFLETEM OS INTERESSES POL
ÍTICOS ESPECÍFICOS DA SOCIEDADE BRANCA.
•QUEM DEFINE QUAIS PERGUNTAS MERECEM SER FEITAS? QUEM AS ESTA PERGUNTANDO?
QUEM AS ESTA EXPLICANDO? E PARA QUEM AS RESPOSTAS SÃO DIRECIONADAS?

30. DIFERENÇA
•DEVIDO AO RACISMO, PESSOAS NEGRAS EXPERIENCIAM UMA REALIDADE DIFERENTE DAS
BRANCAS E, PORTANTO, QUESTIONAMOS, INTERPRETAMOS E AVALIAMOS ESSA REALIDADE DE
MANEIRA DIFERENTE.
•ESSA DIFERENÇA
É DISTORCIDA DO QUE CONTA COMO CONHECIMENTO VÁLIDO.
•QUESTÃO: “COMO EU UMA MULHER NEGRA POSSO PRODUZIR CONHECIMENTO EM UMA
ARENA QUE CONSTRÓI, DE MODO SISTEM
ÁTICO, OS DISCURSOS DE INTELECTUAIS
NEGRAS/OS COMO MENOS V
ÁLIDO?”

31. MITO DA NEUTRALIDADE
•COMPLEXAS DINÂMICAS ENTRE RAÇA, G
ÊNERO E PODER
•HIERARQUIA ENTRE REALEZA E PLEBEUS
•TAIS COMENT
ÁRIOS AGRESSIVOS SÃO PERFORMANCES FRUTÍFERAS DO PODER, CONTROLE E
INTIMIDAÇÃO QUE LOGRAM SUCESSO EM SILENCIAR VOZES OPRIMIDAS.
•EU ME TORNEI TEMPORARIAMENTE SEM VOZ. FUI CLARAMENTE EXCLU
ÍDA(WHITE-OUT) E ESTIVE
ESPERANDO SER ESCURAMENTE INCLU
ÍDA(BLACK-IN).

32. AUDRE LORDE
•E QUANDO NÓS FALAMOS
•TEMOS MEDO QUE NOSSAS PALAVRAS NUNCA SERÃO OUVIDAS
•NEM BEM –VINDAS
•MAS QUANDO ESTAMOS EM SILENCIO
•NÓS AINDA TEMOS MEDO.
•ENTÃO
É MELHOR FALAR
•TENDO EM MENTE QUE
•NÃO
ÉRAMOS SUPOSTAS SOBREVIVER.

33. UMA NOVA EPISTEMOLOGIA
•DEMANDO UMA EPISTEMOLOGIA QUE INCLUA O PESSOAL E O SUBJETIVO COMO PARTE DO
DISCURSO ACAD
ÊMICO, POIS TODAS/OS NÓS FALAMOS DE UM TEMPO E UM LUGAR
ESPEC
ÍFICOS, DE UMA HISTÓRIA E UMA REALIDADE ESPECIFICAS- NÃO HÁ DISCURSOS
NEUTROS.
•QUANDO ACAD
ÊMICAS/OS BRANCOS AFIRMAM TER UM DISCURSOS NEUTRO E OBJETIVO,
NÃO ESTÃO RECONHECENDO O FATO DE QUE ELAS E ELES TAMB
ÉM ESCREVEM DE UM LUGAR
ESPEC
ÍFICO QUE, NATURALMENTE, NÃO É NEUTRO NEM OBJETIVO OU UNIVERSAL, MAS
DOMINANTE. UM LUGAR DE PODER.

34. UMA NOVA EPISTEMOLOGIA
•ESCREVO DA PERIFERIA, NÃO DO CENTRO. ESTE
É O LUGAR DE ONDE EU ESTOU
TEORIZANDO, POIS COLOCO MEU DISCURSO DENTRO DA MINHA PRÓPRIA REALIDADE.
DISCURSO L
ÍRICO E TEÓRICO. TRANSGRIDE A LINGUAGEM DO ACADEMICISMO CLÁSSICO.

35. MARGEM E O
CENTRO
•
BELL HOOKS(1952-...)
ESTAR NA MARGEM
É SER PARTE DO
TODO, MAS FORA DO CORPO
PRINCIPAL.
HOMENS E MULHERES NEGROS
DESENVOLVEM UMA MANEIRA
PARTICULAR DE VER A REALIDADE:
“TANTO DE FORA PARA DENTRO”
QUANTO DE “DENTRO PARA FORA”.

36. MARGEM
•NOS TORNAMOS ESPECIALISTAS EM LEITURAS PSICANAL
ÍTICAS DO OUTRO BRANCO/A
•SOMOS ESPECIALISTAS EM BRANQUITUDE CR
ÍTICA E PÓS-COLONIALISMO.
•MARGEM
É UM ESPAÇO DE PERDA E PRIVAÇÃO E TAMBÉM UM ESPAÇO DE RESISTÊNCIA E
POSSIBILIDADE.

37. MARGEM
•MARGEM
É UM LOCAL QUE NUTRE NOSSA CAPACIDADE DE RESISTIR À OPRESSÃO, DE
TRANSFORMAR E DE IMAGINAR MUNDOS ALTERNATIVOS E NOVOS DISCURSOS.
•POSIÇÃO COMPLEXA E QUE INCORPORA MAIS DE UM LOCAL.
•É
O ENTENDIMENTO E O ESTUDO DA PRÓPRIA MARGINALIDADE QUE CRIAM A POSSIBILIDADE
DE DEVIR COMO UM NOVO SUJEITO.

38. REFERENCIA BIBLIOGR
ÁFICA
•KILOMBA, GRADA. MEMÓRIAS DA PLANTAÇÃO- EPISODIOS DE RACISMO COTIDIANO. RIO DE
JANEIRO: ED. COBOGÓ, 2019.