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progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desen-
volver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. Conforme
definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei no
9.394/1996), a Base deve nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino
das Unidades Federativas, como também as propostas pedagógicas de todas
as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio, em todo o Brasil. A Base estabelece conhecimentos,
competências e habilidades que se espera que todos os estudantes
desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Orientada pelos princípios
éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Básica, a Base soma-se aos propósitos que direcionam a educação
brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva (BRASIL, 2018, p. 7).
Note, de acordo com a descrição acima, esse marco regulatório, organizado
pelo Ministério da Educação, está direcionado para o currículo da rede básica e tem
como finalidade o delineamento de conhecimentos considerados fundamentais aos
educandos em seu percurso escolar, desde o ingresso na rede de ensino até a
conclusão do ensino médio. Insta salientar que a formação básica comum já estava
demarcada em documentos tais quais a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988),
a LDB (Lei nº. 9.394/1996, apresentando-se como “base nacional comum”, no artigo
26) (BRASIL, 1996) e também no Plano Nacional de Educação (Lei nº. 13.005/2014,
como “proposta de direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento”) (BRASIL,
2014).
A partir de ações articuladas, versões da BNCC foram e estão sendo cons-
truídas (a BNCC do Ensino Médio ainda se encontra em debate e construção),
trazendo novas especificações para as políticas educacionais. Como exemplo, temos a
“Política Nacional de Formação de Professores, a Política Nacional de Materiais e
Tecnologias Educacionais, a Política Nacional de Avaliação da Educação Básica e a
Política Nacional de Infraestrutura Escolar” (TRICHES; ARANDA, 2016, p. 85).
Em investigações sobre o currículo, pesquisadores apontam que essas
reformas buscam favorecer à economia, articulando o ensino ao mercado de trabalho
e à produtividade (AZEVEDO, 2004).
Assim, observa-se que as políticas públicas educacionais voltadas para o
currículo estabelecem relações estreitas entre aspectos sociais e econômicos, como
afirma Pacheco (2009, p. 397):
Ao eleger a educação como alavanca da economia do conhecimento, a glo-
balização, na busca de uma identidade de legitimação, institui a lógica da
competitividade na base do pressuposto de que o mundo pode se tornar uma
imensa planície, fazendo com que a educação deixe em segundo plano sua
missão de formação pública e cívica.