Brasil Complexos Regionais

vandergeo 5,332 views 7 slides Aug 30, 2008
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COLÉGIO MV1
DISCIPLINA: GEOGRAFIA - PROF. VANDERLEI
2º BIMESTRE DE 2008
OS COMPLEXOS REGIONAIS OU REGIÕES GEOECONÔMICAS


► "O geógrafo Pedro Pinchas Geiger propôs, em 1967, a divisão regional do Brasil em três
regiões geoeconômicas ou complexos regionais (...). Essa divisão regional tem por base as
características geoeconômicas e a formação histórico-econômica do Brasil. (...)"
(ADAS, M. "Geografia: o Brasil e suas regiões geoeconômicas". São Paulo: Moderna,
1996. p. 52 e 67.)
► A divisão em complexos regionais não tem finalidades estatísticas, como a divisão regional
oficial (IBGE) → ela surgiu como síntese geográfica de um século de integração nacional e
continua a ser um instrumento eficaz para a compreensão da dinâmica de valorização do
território brasileiro.
► I – O NORDESTE (NE):
# O complexo regional do NE vai desde a porção leste do MA até o norte de MG, abrangendo pouco
menos de 20% do território nacional.
# Essa grande região, onde vivem cerca de 27% (2004) da população do país, constitui uma área de
repulsão populacional, que desde o final do séc. XIX vem fornecendo migrantes para as demais
regiões → mas durante vários séculos (XVI a XVIII) esse complexo regional abrigou a grande maioria
da população do Brasil Colônia e, até 1763, a capital político-administrativa na cidade de Salvador.
# Problemas econômicos e sociais são responsáveis por deslocamentos populacionais na região NE →
os mais comuns podem ser designados como: sazonais ou temporários → a população sertaneja que se
desloca nas estações secas encontra na Zona da Mata uma demanda por mão-de-obra sazonalmente (o
bóia-fria ou corumba) aquecida pela realização da colheita de cana-de-açúcar → vide desenho a
seguir:

# A idéia que fazemos hoje do NE, como uma grande região diferenciada no espaço brasileiro, é
recente, do final do séc. XIX e início do séc. XX → nos períodos anteriores havia vários “nordestes”,
áreas bastante diferentes e com economias regionais relativamente isoladas umas das outras: a região
açucareira da Zona da Mata, centralizada em Olinda e Recife; o sertão pecuário, servindo como
complemento da Zona da Mata; a região do MA e arredores, onde houve até uma administração
colonial diferente; e a área hoje correspondente ao CE e PI, que durante séculos manteve poucas
ligações com o resto do NE → foi com o processo de integração nacional, realizado a partir da
industrialização do país e sua concentração em SP, que o NE passou a ser encarado como uma grande
região, com traços em comum e individualizada no conjunto do Brasil → a industrialização coincidiu
com a decadência econômica das áreas nordestinas e o fluxo emigratório da região, que passou a ser
fornecedora de mão-de-obra → o NE, no séc. XX, passou a ser visto como uma “região problema”,
área decadente que necessitava de ajuda governamental para se desenvolver.
# O desempenho da economia do NE melhorou muito a partir da década de 1990 → no período de
1994 a 1997, a taxa de crescimento da economia nordestina foi de 3,9%, enquanto a taxa média de
crescimento da economia nacional foi de 2,7% → confirmando essa tendência de crescimento, em
1998 o PIB do NE foi de 144,9 bilhões de reais; naquele ano o PIB brasileiro foi de 901 bilhões de
reais → o NE atingiu esse montante graças à continuidade de crescimento e diversificação dos setores
secundário e terciário → entre 1997 e 1998, a atividade industrial cresceu cerca de 8% e a de prestação
de serviços cerca de 2,5% → os setores industrial e de serviços, liderados respectivamente pela
construção civil e pela telefonia, são os responsáveis pelo dinamismo da economia nordestina.
# “Em 1989, quase todos os 407 operários da cidade de Pacajus (Ceará) estavam na fábrica de suco e
castanha-de-caju Jandaia. Hoje, a cidade abriga a fábrica de jeans da Vicunha, a Rigesa, produtora de
papel, e uma cadeia de fornecedores. O número de empregos chegou a 5.188, um salto de 1.147%.
São Paulo já foi o Eldorado de todo cearense, diz o mecânico de tecelagem Genival Soares da
Silva, que morou nove anos na capital paulista. Mas hoje o futuro está aqui, completa o operário, que
ganha R$ 550,00, metade do que recebia em São Paulo.” (Adaptado de "Folha de S.Paulo",
19/09/99.) → as mudanças na relação entre a economia paulista e algumas áreas do NE, no que tange
ao emprego, podem ser traduzidas pela seguinte afirmação: a crise econômica no Centro-Sul estimula
as migrações de retorno e a criação de empregos mais baratos no NE.
# O processo de industrialização do Nordeste iniciou-se na segunda metade do século XIX → no início
do século XX, sofreu a implantação de indústrias diferentes das até então existentes → a SUDENE
reanimou o desenvolvimento industrial nordestino → incentivos fiscais contribuíram para a
implantação de novas indústrias e a modernização de algumas das antigas, no entanto, a SUDENE
investindo mais em áreas que já apresentavam um certo dinamismo econômico, não minimizou a
pobreza nordestina e as migrações para as grandes cidades → a implantação de um setor elétrico na
bacia do São Francisco (hidrelétricas de Sobradinho, Paulo Afonso, Itaparica, Xingó, etc.) e a presença
de mão-de-obra abundante e barata ajudaram a atrair capitais do Centro-Sul → a preferência por
indústrias de alta capitalização e tecnologia avançada impediu a participação de capitais regionais e
limitou o emprego de mão-de-obra.

# Recentemente tem-se dado grande destaque à instalação de várias indústrias no Nordeste brasileiro,
muitas das quais de capital estrangeiro: indústrias de bens de consumo (vestuário e calçados) no Ceará,
montadoras de veículos na Bahia, indústrias variadas que criam algumas centenas de empregos diretos
e possibilitam muitos outros empregos indiretos → essa preferência do capital externo pelo Nordeste
brasileiro deve-se, entre outros motivos: à existência de mecanismo de atração, como isenção de
impostos, subsídios e incentivos fiscais, e à presença de mão-de-obra abundante e pouco organizada do
ponto de vista sindical.
# Por outro lado, os indicadores sociais, a exemplo das taxas de analfabetismo e de mortalidade
infantil, continuam sendo os piores do país, apesar de dados mais recentes mostrarem que há melhorias
em relação a essas taxas.
# O NE não é uma região homogênea → existem nessa região áreas mais industrializadas, outras com
agricultura moderna e outras ainda com agropecuária tradicional e pouquíssimo desenvolvimento →
costuma-se dividir o NE brasileiro em 4 principais sub-regiões de acordo com as suas características
físicas e socioeconômicas (do litoral leste para o interior) → vide mapa a seguir: A = ZONA DA
MATA / B = AGRESTE / C = SERTÃO / D = MEIO-NORTE (ou ZONA DOS COCAIS).


1 – ZONA DA MATA ou LITORAL ORIENTAL:
# Estende-se desde o RN até a BA.
# Área de clima tropical úmido.
# Concentra a maior parte da população do NE, registrando elevadas densidades demográficas e
cidades populosas.
# A Zona da Mata, antes lugar de "plantation" colonial, escravista, concentra, hoje, a produção
industrial regional, distribuída espacialmente na forma de manchas, no entorno de algumas capitais.
# Compreende as seguintes subunidades:
1.A) ZONA DA MATA AÇUCAREIRA
→ Estende-se do RN até a parte setentrional da BA.
→ Predomínio de grandes propriedades agrícolas que praticam a monocultura canavieira voltada para
exportação → a monocultura açucareira da Zona da Mata, que atingiu seu apogeu do séc. XVI ao
XVIII, entrou em decadência a partir do séc. XIX, pois aumentou-se a produção em outras partes do
país (especialmente em SP) e também houve o crescimento da oferta no mercado internacional.
→ Os maiores problemas nordestinos estão nessa área, mais do que no Sertão = aí domina a pobreza,
as cidades cheias de favelas ou “mocambos”, a mão-de-obra é mal remunerada e boa parte dos
trabalhadores rurais recebe menos que o salário mínimo.
1.B) RECÔNCAVO BAIANO
→ Área situada ao redor da cidade de Salvador.
→ Destaca-se pela extração petrolífera (já chegou a produzir cerca de 80% das necessidades do país) e
pelas indústrias, especialmente petroquímicas → destaque para o pólo petroquímico de Camaçari.

→ A industrialização dessa região vem crescendo desde as décadas de 1970 e 1980, com indústrias
petroquímicas, mecânicas e químicas → em 2000, iniciou-se no município de Camaçari a instalação da
indústria automobilística (a Ford fechou a sua unidade de produção no RS e foi para essa região).
→ Registra também idênticos problemas de submoradias, pobreza e mão-de-obra com remunerações
baixíssimas.
1.C) SUL DA BAHIA ou ZONA DO CACAU
# Engloba as cidades de Ilhéus e Itabuna.
# Nessa área predomina a monocultura cacaueira voltada para exportação → o cultivo do cacau é feito
de forma sombreada, já que o cacaueiro é uma planta que se desenvolve bem à sombra de árvores de
maior porte.
# Essa área já foi bem mais rica no passado, mas sofreu um esvaziamento econômico nas últimas
décadas devido à queda do preço internacional do cacau.
2) AGRESTE
# Zona de transição entre o litoral, Zona da Mata (úmido) e o Sertão (semi-árido).
# É uma faixa de região de clima semi-úmido que pratica a policultura em minifúndios e atrai
população aumentando a densidade demográfica → dentro deste contexto cresceram cidades como:
Campina Grande (tecnopolo), Caruaru, Garanhuns, que funcionam como autênticas capitais regionais
dessa zona.
# Faixa identificada economicamente por cultivos alimentares e pela criação de gado.
# O agreste alterna, de maneira geral, dois tipos de vegetação: a Floresta tropical e a caatinga.
# Predominam na sub-região as pequenas e médias propriedades, policultoras.
# Atualmente, o Agreste Nordestino passa por um processo de "pecuarização" que provoca inúmeras
conseqüências, dentre as quais cita-se: a substituição das áreas de plantação de lavouras de lavouras
por pastos, fato que reduz o número de empregados agrícolas e desabastece o mercado de produtos
alimentares, além de provocar a concentração de terras na região.
3) MEIO-NORTE ou ZONA DOS COCAIS ou NORDESTE OCIDENTAL
# Formado pelos estados do MA e PI.
# Nessa faixa de terra encontra-se a mata dos cocais = vegetação de transição entre a caatinga e a
floresta amazônica = é formada por palmeiras como a carnaúba (“árvore da vida”) e, principalmente, o
babaçu → do caule do babaçu se extrai o palmito e, de suas sementes, um óleo usado na fabricação de
cosméticos e de aparelhos de alta precisão; do caule da carnaúba pode-se tirar uma cera, e de seu
caroço é extraído um óleo = tanto a cera quanto o óleo da carnaúba são utilizados na fabricação de
ceras, velas, lubrificantes, etc.
# É uma região: de transição entre a Amazônia e o Nordeste, com economia baseada no extrativismo
vegetal e na agricultura tradicional de algodão e arroz.
# É uma unidade economicamente pobre, onde ainda predominam o extrativismo vegetal (babaçu) e
uma agricultura tradicional de algodão, cana-de-açúcar e arroz.
# Desde os anos de 1970, porém, a agricultura tradicional vem passando por mudanças → na década
de 1980, a soja havia se tornado o principal produto cultivado na cidade de Balsas, uma das manchas
de cerrado no sul do MA → a plantação dessa leguminosa foi introduzida por agricultores que
emigraram do sul do país → é mecanizada, o que explica o crescimento de sua produção → hoje 90%
da produção de soja dessa região é exportada pelo porto de São Luís → os lucros proporcionados pela
exportação atraíram um contingente ainda maior de emigrantes dos estados sulinos do país para a
cidade de Balsas e arredores.
COLÉGIO MV1
DISCIPLINA: GEOGRAFIA – PROF. VANDERLEI
2º BIMESTRE DE 2008
4) SERTÃO

# O sertão nordestino tem como características naturais de maior destaque as seguintes: clima semi-
árido, rios intermitentes e vegetação de caatinga.
# Clima: tropical semi-árido = caracteriza-se pela irregularidade das chuvas, com uma estação de seca
prolongada.
# A causa PRINCIPAL para a existência do clima semi-árido no Nordeste brasileiro é a circulação
geral da atmosfera, fenômeno externo à região.
# As características marcantes do ecossistema da Caatinga:
a) os solos pouco profundos, devido aos baixos índices pluviométricos e ao predomínio do
intemperismo físico;
b) as extensas superfícies arrasadas pela erosão, típicas de um clima mais seco;
c) os inselbergs, ou morros residuais, que resistiram a um intenso trabalho erosivo;
d) os "brejos" constituídos por áreas mais úmidas, nos vales fluviais ou nos pés de serras;
e) encontram-se, aqui e ali, manchas de solos ligeiramente salinizados.
# A caatinga, que em tupi-guarani significa "mata branca", é um ecossistema e, como tal, possui
relações de interdependência entre os diferentes elementos que a constituem → a caatinga é
predominante na área conhecida como Sertão Nordestino, avançando também pelo Norte do Estado de
Minas Gerais → é a vegetação característica do clima tropical semi-árido, com altas temperaturas ao
longo do ano e baixa pluviosidade concentrada em período curto → as espécies vegetais são xerófilas
ou xerófitas, apresentando mecanismos de adaptação ao calor e aos longos períodos de estiagem:
folhas pequenas que caem durante a seca e são substituídas por espinhos; revestimento dos tecidos que
ajuda a perder menos água por transpiração; raízes com capacidade para capturar água e armazenar
nutrientes, etc. → em seu conjunto, a caatinga constitui uma vegetação pouco densa, com importante
estrato arbustivo caducifoliado e espinhoso; ela abriga também cactáceas. As espécies mais
características são o xiquexique, o mandacaru, a jurema e a árvore barriguda → as espécies vegetais
são xerófilas, apresentando mecanismos de adaptação ao calor e aos longos períodos de estiagem:
folhas pequenas que caem durante a seca e são substituídas por espinhos; revestimento dos tecidos que
ajuda a perder menos água por transpiração; raízes com capacidade para capturar água e armazenar
nutrientes, etc. → em seu conjunto, a caatinga constitui uma vegetação pouco densa, com importante
estrato arbustivo caducifoliado e espinhoso; ela abriga também cactáceas → as espécies mais
características são o xiquexique, o mandacaru, a jurema e a árvore barriguda → vide desenho a seguir.

# A “indústria da seca”: expressão refere-se aos interesses econômicos e políticos de grupos que
lucram com as secas → a criação de órgãos públicos como o DNOCS (Departamento Nacional de
Obras Contra as Secas), no início do séc. XX (chamava-se IOCS – Inspetoria de Obras Contra as
Secas), não resolveu o problema e beneficiou grandes proprietários de terras, denominados “coronéis”,
e políticos ligados ao partido no poder → os açudes, normalmente construídos com recursos públicos
em grandes propriedades particulares, acabam sendo controlados pelo fazendeiro, que os usam em
proveito próprio → as verbas federais que chegam para combater o efeito das secas são distribuídas

para políticos ligados ao partido no poder, que as usam, muitas vezes, apenas para garantir votos (o
“voto de cabresto”).
# O “Polígono das Secas”: as últimas secas no Sertão têm ultrapassado a área definida na década de
1950 como “polígono das secas”, pois esta não incluía municípios na parte sul e leste do MA → é fato
conhecido que, desde as primeiras secas registradas na época colonial até hoje, a área de abrangência
desse fenômeno climático se expandiu = DESERTIFICAÇÃO → isso foi uma decorrência de
desmatamentos intensos, significando a eliminação da cobertura botânica original, presença de uma
cobertura invasora, com redução da biodiversidade e do patrimônio genético; falta de uma política
adequada de combate às secas e de convívio com elas
# O polêmico projeto de transposição das águas do rio S. Francisco:

→ O rio São Francisco é a principal fonte de água para irrigação e geração de energia no Nordeste
Brasileiro → ele atravessa a zona semi-árida, que vem apresentando um acelerado processo de
crescimento urbano, em função da migração campo-cidade provocada pela crise do complexo gado-
algodão-lavouras alimentares.
→ Nos dias atuais, o "Velho Chico" - denominação cunhada pelos ribeirinhos - está no centro das
atenções devido ao projeto de transposição de suas águas para as bacias hidrográficas do Sertão
Setentrional = esse projeto é considerado, por muitos, a melhor alternativa para minimizar o problema
da vulnerabilidade climática e da tensão social no Nordeste Semi-árido.
→ Aziz Ab'Saber, considerado um dos geógrafos mais importantes do mundo, falando de suas
angústias de brasileiro para o caderno ALIÁS, declarou que "os governantes e os políticos não têm
noção de escala e sabem que o povo também não tem". Segundo ele, o semi-árido tem 750 mil
quilômetros quadrados, no mínimo, e a transposição das águas do São Francisco não vai resolver o
problema dessa região. Para Aziz, é preciso também saber a quem irá servir a transposição: se aos
capitalistas, que têm fazendas e moram em apartamentos chiques em Fortaleza ou Recife, ou aos
pobres da região, "pessoas que passaram a vida resistindo à seca". (Adaptado de: AB'SABER, Aziz.
"Ab'Saber: os meridianos da independência". Jornal da Ciência: órgão da Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência, dez. 2004).
→ O aumento da oferta de água em algumas áreas do semi-árido não garante a distribuição eqüitativa
desse recurso.
→ As razões para o conflito entre o uso das águas para irrigação e o seu aproveitamento na geração de
energia elétrica no vale do São Francisco: a localização geográfica das principais áreas irrigadas à
montante (mais próxima da nascente) da seqüência de quedas d'água no Rio São Francisco, onde estão
situadas as usinas de Paulo Afonso I, II, III e IV, Moxotó, Itaparica e Xingó, faz com que a expansão

da irrigação, que demanda cada vez mais água, esteja competindo com a geração de energia = o
aumento da área irrigada no vale, conjugada com a demanda de água para a transposição, pode vir a
comprometer a vazão mínima necessária para a geração de energia.
→ As críticas feitas pelos movimentos ambientalistas à transposição de águas do São Francisco para as
bacias do Nordeste Setentrional: existem soluções menos custosas e mais sustentáveis para sanar o
problema da falta de água no semi-árido, como a construção de poços e cisternas; o regime fluvial e a
vazão do Rio São Francisco já estão bastante comprometidos pelo desmatamento em suas cabeceiras e
de seus formadores e a transposição seria um golpe mortal na vida do rio; a transposição
comprometeria a vazão do rio para a jusante (mais próxima da foz), aumentando a salinidade em sua
foz, o que afeta a vida nos manguezais; a transferência das águas do São Francisco, com os seres vivos
que nele vivem, para os rios do Nordeste Setentrional, poderia afetar seriamente os ecossistemas
fluviais do semi-árido.
# Embora a pecuária seja a atividade econômica dominante no Sertão, realiza-se também o cultivo de
algodão.
# "Um novo, desconhecido e próspero Nordeste, uma nova fronteira agrícola que se consolida ano a
ano com a produção de grãos no oeste da Bahia, sul do Maranhão e sudeste do Piauí. É esta a nova
aposta da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) para tirar do papel o secular projeto da
Transnordestina. Com investimentos de R$ 4,5 bilhões em reforma ou ampliação de 1.860 quilômetros
de trilhos, o governo federal planeja interligar as áreas produtoras de soja, milho e algodão aos Portos
de Suape, em Pernambuco, e de Pecém, no Ceará." ("Jornal do Comércio. Nova fronteira agrícola
aguarda a Transnordestina". 14/05/2006) → o progresso agrícola na região é uma demonstração da
adaptação das lavouras modernas às regiões de caatinga e à seca.
# “O nordeste segue seco tendo muito mais gente do que as relações de produção ali imperantes podem
suportar. As secas espasmódicas que assolam a região criam descontinuidades forçadas na produção
rural e conduzem a um desemprego maciço dos que não tem acesso à terra, relegando-os à condição
potencial de retirantes. Sem emprego e pão ninguém pode conviver com as vicissitudes de uma
natureza rústica (...)”
(AZIZ, Nacib Ab' Saber. OS SERTÕES: A originalidade da terra. Ciência Hoje, Eco-Brasil,
volume especial, maio, 1992.)
# Os projetos de irrigação no semi-árido: os primeiros projetos de fruticultura irrigada às margens do
São Francisco (no vale médio do S. Francisco: cidades de Juazeiro, na BA e Petrolina, em PE),
começaram há 20 anos e, atualmente, produzem grande quantidade de frutas (mangas, uvas, melões)
que são em boa parte exportadas para os Estados Unidos e Europa.
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