Brasil Regência
Governaram apenas o tempo suficiente para que
se articulasse novos acordos entre os políticos, que
resultaram na escolha da Regência Trina Permanente,
em junho de 1831. O tempo que separou uma e outra
regência, conspirou a favor dos moderados. A Socie-
dade Defensora que reunia esse pessoal, cresceu muito
em importância, como provam as inúmeras organiza-
ções de perfil moderado, que surgiram no Brasil intei-
ro.
AGITAÇÕES E A GUARDA NACIONALAGITAÇÕES E A GUARDA NACIONALAGITAÇÕES E A GUARDA NACIONALAGITAÇÕES E A GUARDA NACIONALAGITAÇÕES E A GUARDA NACIONAL
O grupo que formava a regência - Bráulio Muniz,
José Carvalho e Lima e
Silva - tinha, em maior
ou menor grau, alguma li-
gação com os políticos
conservadores. Além do
mais, o super ministério
da Justiça foi entregue
ao padre Diogo Antônio
Feijó, político sem escrú-
pulos, que já tinha mu-
dado de lado algumas
vezes, e agora se auto-
intitulava um grande
moderado. A ele foi
dado o sinal verde para
castigar desordeiros e
maus funcionários
públicos que, em outras palavras, significava eliminar a
oposição dos exaltados. “Diante disso, os vencidos
não tiveram alternativa e, analogamente ao dia 7 de
abril de 1831, no Campo da Honra, com armas em
punho, fizeram suas exigências numa representação
ao governo. Os liberais moderados consideravam po-
sitivo todo esse processo que levou ao levante de
julho, já que podiam assim, mais rapidamente de
maneira justificada, terminar de uma vez por todas
com políticos e grupos oponentes e consolidar a sua
posição.”
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A inquietação nas ruas tornava-se cada vez mais
perigosa, incluindo até, unidades militares desconten-
tes. Em julho, rebelaram-se o 26° Batalhão de Infanta-
ria e o Batalhão de Polícia do Rio de Janeiro. Depois
do protesto os militares enviaram um documento ao
ministro Feijó, exigindo uma série de mudanças, dentre
elas, a renúncia do próprio ministro! O governo reagiu
criando a Guarda Nacional que atuaria com eficiência
na repressão aos movimentos (populares ou não) que
contestaram o regime. Inicialmente, o ingresso na Guar-
da Nacional era condicionado à renda anual superior a
200.000 réis. Com esse critério tornou-a uma força militar
identificada com o interesse das elites.
Como afirmava, o próprio ministro Feijó em dis-
curso: “A Câmara dos Deputados deve saber que seis
mil cidadãos armados, não da qualidade dos que em
15 de julho derramaram em consternação na capital,
mas seis mil pessoas que representam cada uma famí-
lia e bens,que constitui a massa mais rica e populosa
do Império, tem declarado não mais poder sofrer a
inquietação e sobressalto, os incômodos e prejuízos
que lhe causam os anarquistas, e que a indiferença
da Assembléia Geral,sobre a calamidade que se
passam diante de seus olhos, lhes é muito sensível e
agradável”.
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Ao longo do Império, a Guarda Nacio-
nal se consolidou como uma força local, controlada
sobretudo, pelos fazendeiros que se impuseram como
coronéis em suas regiões.
A briga sem trégua de exaltados e moderados,
deu espaço para os restauradores fazerem a sua festa.
Incentivados por José Bonifácio, alguns jornais defen-
diam o regresso de D. Pedro I alegando que a bagunça
tinha começado após a renúncia do imperador. O es-
perto do José Bonifácio havia recuperado prestígio
após assumir a condição de tutor de D. Pedro II. No
Rio de Janeiro, alguns restauradores fanáticos provo-
caram distúrbios, até que o governo resolveu tomar
uma atitude mais séria, extinguindo a Sociedade Mili-
tar. Foi fechado também o jornal Caramuru, que era o
porta-voz do grupo. José Bonifácio foi destituído e
preso. Dessa vez, não retornaria ao cenário político.
Em 1834, terminava o grande motivo da existência dos
restauradores com a morte de D. Pedro I.
No mesmo ano a tensão dominava amplos seg-
mentos da elite agrária. As notícias que chegavam das
províncias eram preocupantes e mostravam inquieta-
ção e descontentamento com o centralismo exagerado
dos regentes. Em duas províncias, já se falava aberta-
mente em rebelião. A ofensiva política dos conserva-
dores visava acalmar os ânimos e realizar a tão sonha-
da conciliação.
A mais veemente tentativa de conciliação foi a
aprovação do Ato Adicional de 1834. Como indica o
O Tempo da História
1831
ABDICAÇÃO
DE
D. PEDRO I
1834
ATO
ADICIONAL
1835
CABANAGEM
E
GUERRA DOS
FARRAPOS
1835
REVOLTA
DOS
MALÊS
1837
SABINADA
E
BALAIADA
1840
GOLPE
DA
MAIORIDADE
REVOLTAS
Filho de pais
desconhecidos,
criado e educado
por padres, Diogo
Antonio Feijó viu
no ofício religioso
a chance de ser
um homem
respeitado, além
de servir como
trampolim para
suas aspirações
políticas.