A vila conta com escola, posto de saúde, destacamento da Polícia Militar,
supermercados, igrejas, energia elétrica, associação de moradores, farmácia e
até pista para pouso e decolagem de pequenas aeronaves.
É um lugar onde homens procuram pedras preciosas em minas de 140
metros de profundidade para conseguirem dali, sustento para suas famílias, para
alguns é apenas paixão pela arte de garimpar, realizando atividades mesmo
sabendo que correm riscos. Em Garimpo das Pedras são 4.000 pessoas que
trabalham diretamente na extração de pedras preciosas, e as mesmas quando
retiradas da Mina até chegar ao ponto de serem comercializadas, passam por
fases chamadas: produção, preparo e lapidação para chegar ao seu ponto final,
que é confecção de jóias. As preciosidades do Garimpo das Pedras também são
exportadas para China e lugares que também dão total valores altos por peças
com pedras.
O Garimpo das Pedras não é só o lugar das pedras preciosas, mas
também um “paraíso”, onde a natureza é pura com uma paisagem exuberante,
piscina de água natural quente, sendo local que tem atraído inúmeros turistas.
Muitas pessoas que já trabalhavam em outros garimpos hoje dão
preferência ao Garimpo das Pedras por ser um lugar que oferece inúmeras
oportunidades e uma condição de vida diferente do que é encontrada em outros
garimpos.
CESSÃO DA ÁREA
Em seu depoimento (em Jornal Correio do Tocantins), Elza Miranda conta que, após a
descoberta das jazidas de ametista na fazenda Miranda, a família Miranda administrava com
exclusividade toda produção do minério. Algum tempo depois, para dar legalidade jurídica
à exploração das jazidas, foi celebrado um termo de cessão gratuita de uso por tempo
indeterminado de uma área de 240 alqueires com a Cooperativa dos Produtores de Gema do
Sul do Pará (Coopergemas), criada pelos próprios garimpeiros da Vila.
A partir daí, a exploração das pedras passou a ser controlada pela cooperativa, que dá origem
ao produto, emitindo nota fiscal para saída do minério e descontando 6% do valor
comercializado. A família Miranda explora uma mina com seis trabalhadores com direito a
100% da produção.
A produção, que chega até 100 toneladas de pedras semipreciosas por mês, é toda
comercializada no próprio garimpo. Os maiores compradores são da Bahia e de Minas Gerais.
“Alguns clientes diretamente da China, que não sabem nem falar a língua portuguesa, vem
também comprar pedras aqui na Vila com intérpretes”, (Revela a garimpeira na reportagem).
Elza Miranda cita que, quando era deputada, chegou a levar o então governador Almir Gabriel
ao garimpo, e ele viu a necessidade de implantar na vila uma escola de lapidação de pedra,
com o objetivo de gerar emprego e renda, “mas esbarramos na falta de mão-de-obra
qualificada para instruir a comunidade. A ideia continua de pé”.
A comunidade, segundo a reportagem, conta hoje (2010) com uma população aproximada de
quatro mil habitantes que vivem em duas vilas: a de baixo e a de cima, e todos os adultos
vivem em função do minério.