Cadernos enxaqueca - Profilaxia das Crises

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About This Presentation

Cadernos enxaqueca - Profilaxia das Crises


Slide Content

ENXAQUECA

Profilaxia das Crises

ENXAQUECA

Profilaxia das Crises

Getúlio Daré Rabello

ess ca Tania Go de
Cefaléias do HC-FMUSP.

Dados Internacionais de Catalogagío na Publicagáo (CIP)
(Cámara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Rabello, Geto Daré.
aqueca — Profilaia das Crises / Genilio Daré
Rabell — Sto Paulo: Edicora Segmento Farma, 2004.

Bibliografia.
ISBN ~ 85.98353-167

1. Proflaia 2. Crises 3, Ensaqueca,

cp 616.8

Índices para cadlogo sistemático:
1. Profilaxia: Enxaqueca : Medicina
6168

SEGMENTO FARMA fo Coma Gop 412,2 ander 21, Putos 8421.01 - Sto Po,
Furl 2090500 wen mans cone ora sogoama Guages sa Dia
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Een Coord sol cae ase ai mou ine Dun Ces ea
Maps pans Mun se Canes Son Revere! anon rest pice: Pr
Fo nna Rang Co ds pb CS 1k

indice

Amesenuucko, 3
InmoDucAo, °
DIAGNÓSTICO DA ENXAQUECA 10
Sinonimia 10
Cefaléia 10
Enxaqueca - a doença
Cerati — AAUAGO INGAL

Dore ogudas e crónicos söo diferentes?

O padräo de cell pode nos dar pists sobre a aologia?

‘Quando devemos partir pora inveshgoso laborolril

efouradiolégient ES

Erin um exam mais acen na ivesigacio?

Redlizada inveshigaçäo de paciente com cefaléia, o achodo de

ragées nos exames subsidirios determina deiniivaments

o diognósico?
PROFLAXIA DA ENKAQUECA

ndice

2) Regrs ger
TRAIAMENTO NÄO-FARMACOLÖGICO. 25
TRATAMENTO FARMACOLOGICO. 26

ixpice

Grupo 1 DBetabloquecdores 2
Grupo 2DAntidepressvos 2222220200202 7
Amitiálino 30

(Outros antidepresivos trclcos o antidepresivos a pcos (nc o-RSS) _ 31
Inbidores de rcoplon 0 selves de ertonina (RSS) a
Inbidres de menconinooxidose MAO) 32
Carbonato de io 32
Macbidado asocia ene ensaqueco hansormospsiquficos 32

Grupo 3 PBloqueadores dos canas de cio 33
Grupo 4 DDrogas antserotor'nicos 3
Mal u

Palin 35
Creep. ES
sido 36

Grupo 5 DDrogas anteplíicas 36
Grupo 6 DMiscliaeo ”
CATEGORIZACAO DAS MEDKAGÖES PROFIÁTICAS EM ENXAQUECA 7]
PROFLAXA EM POPULAGÓES ESPECIAS a

RESERÉNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 4

APRESENTACAO

Apresenta* o

A profilaxia das crises de enxaqueca tem objetivos bem
determinados, todos visando * atenuas o do sofrimento e
incapacidode dos pacientes acometidos pela doensa. nclui medidas
farmacol-gicas e nt o-farmacol-gicas que devem ser elaboradas e
prescritas especificamente para cada paciente, levando-se em conta
as caractersticas individuais.

Nesta publicast o, Zapresentada ampla explanast o atvalizada
do conjunto de recursos dispon'veis para essa finalidade. O autor,
Getolio DarZ Rabello, Z Doutor em Neurologia pela Faculdade de
Medicina da Universidade de Sco Paulo. O texto Z, evidentemente,
baseado nas recomendas es para o tratamento profilftico dos crises
de migr%aea elaboradas e publicadas pela Sociedade Brasileira de
CefalZa,”s quais o autor adicionou a experiencia pr-pria adquirida
como Chefe do Ambulat-rio de CefalZias do Hospital das Cl'nicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de Si © Paulo.

Claudio Fernandes Corréa
Milton K. Shibata

Inrropugäo

Introdu& o

Profilaxia Z um voctbulo que se refere * parte da medicina que
tem por objeto as medidas preventivas contra as enfermidades.

À enxaqueca Zuma doensa que apresenta carter genZtico, com
‘ampla difusc o na popula o e sem impacto na sobrevida de seus
portadores. Neste contexto, profilaxia neo significa evitar o
surgimento da doensa, mas evitar que, uma vez presente, seu impacto
seja maior na vida do indivduo. Gervil e cols.'° (1999), analisando
‘gemeos com enxaqueca sem aura, verificaram que ela Z causada
por fatores genZticos e ambientais. A taxa de concord%acia Z maior
‘em gemeos monozig-ticos que dizig-ticos (0,43 e 0,31, respectivo-
mente). A predisposi o para enxaqueca sem aura depende de for
tores genZticos (61%, IC,,, 49% a 71%) e fatores ambientais espec”
ficos para o indivduo (39%, IC,,, 29% a 51%). Aproximadamente
'meloda da varias: o fenoYpica na enxoqueca sem aura Z devida a
fatores ambientais. Os autores admitem que virios dos fatores
‘ombientois, desencadeadores de crises de enxoqueca sem aura, ogem
‘aumentando a chance de express: o da predisposie: o gendtica. As-
sim, a medicas o profilftica tenta atuar sobre essa predispasiet o
gendiica aos est'mulos ambientais.

Diagn-stico da enxaqueca

Dentre as afec» es que afligem homens e mulheres, sendo mais
fregente nas mulheres em relax o aos homens, a enxaqueca Zuma
des mais importantes. Responstvel por significativa perda da
qualidade de vida, tem havido importantes avaneos em sua
compreenst o nos dfimos 10 a 15 anos. Atvalmente, Z considerada
a 19»entre as doensas incapacitantes em todo o planeta

© vectbulo utilizado em nosso meio para identificar essa afec« o
d'nica Z enxaqueca. Sua vilizax o extremamente fregVente lomou-
‘© uma expresso QeigaQ o que levou a Sociedade Brasileira de
CefalZia e muitos estudiosos na trea a preconizarem a express‘ o
'migránea para identifict-la. Portanto, migr%nea e enxaqueca sc o
express es sin"™Mimas. f opinico deste autor que a expressco
‘enxaqueca Z mais adequado, pelo foto de ser um termo de amplo
“conhecimento dos popula» es mádica e nc o-m/dica em nosso pas.
Assim sendo, nas ptginas seguintes esta serf a expressco usada
para a identificas: o da doenea.

Dor, segundo a definisco da IASP (International Association
for Study of Pain), Z a experiencia sensorial e emocional
desagradtvel, que Z associada ou descrita em termos de les es
per le de dor des

A cefolZia representa qualquer tipo de dor descrita no segmento
male elevado do corpo, acabara. >

Existem muitas causas de cefalZia, porZm podemos tentar classifict-
Bio
a. Tempo de evolu o; as cefalZias podem ser agudas ou cr'ficos.

A linha divis-ria entre uma e outra Z discutvel, mas ctualmente

DIAGNÓSTICO DA ENXAQUECA

existe atendencia a se considerar dor cr"ica qualquer uma que
tenha mais de tres meses de evolu o;

b. Etiología: as cefalZias podem ser primrias (sem les es estruturais
daras e definidas, cefalZa-doen*a) e secundtrias [com les» es
daros e definidas que as originem, cefalZia-sintoma);

e. Mecanismos patogénicos do fen™neno doloroso: as cefalZias
podem ser de causa nociceptiva (quando a dor Zdevida * inflama-
o, trax o, destruix o de um tecido, e tem como caracterstica
sintomatol -gica dor em aperto, latejante, pontada), causa
neuropttica (quando a dor 2 devida * lesco no pr-prio sistema
nervoso, noladamente nas vias sensitivas de condu« o, e tem
como caracter’sica sintomatol-gica dor em choque, queimasc o,
ardencia), causa ps'quica (embora fen"henos psicol-gicos
estejam intimamente ligados ao dom'nio afetivo do fen"theno
doloroso de qualquer natureza, dor como manifestast © de
psicopatia, representando verdadeiro fen"theno alucinat-rio, Z
causa rara na pritica d'nical;

d. Foco de origem do fen"theno doloroso: as cefalZias podem ter
origem por alecx o de estruturas cranianas (e a maior parte das
cefalZias primtrias st o de localiza o cranianal, estruturas faciais
(atZ prova em contrtrio, dor de localiza« o facial Z secundtria)
e focos a dist%acia (expressando o fen"eno denominado dor
referida, no qual foco de alleras o em um ponto do corpo gera
fen"theno doloroso a dist%acia, como na chamada cefalZia cervi-
cogenica, dores faciais associadas com fen"thenos de isquemia.
corontria e
A enxaqueca Zdoensacr"tica, primtria, com dor po nociceptiva

e eminentemente craniana na sua express o Hgica.
Usando essas vfrias caracter sticas, a IHS (International Headache

Society criou sistema de classificasco que permite, por meio da foren

da antlise conjunta de vtrios critZrios d'nicos, definir de forma

bastante preciso, na maior parte das vezes, as virios modolidodes
de cefalZia. A primeira classifica® o foi publicada em 1988", porZm
em 2003, no Congresso em Roma, a HS estabeleceu bases da nova
classifica®t o internacional das cefalZas'?.

De acordo com esse sistema classificat-rio, as cefaldias sto
classificadas em tres grandes grupos:

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

Parte 1 - Cefaléias primárias

1. En
rs

3. CefolZia em salvas e outras cefalolgias trigemino-
‘avton"thicas
4. Outras cefalZias primtrias

Parte Il - Cefaléias secundérias
5. CefalZia atribu'da a trauma ceftlico e/ou cervical
6. CefalZia atribu'da a doensa vascular craniana ou cervical
7. CefalZia atribu'da a transtorno intracraniano n« o-vascular
8. CefalZia atribu'da a uma subst%acia ou * sua retirada
9. CefalZia atribu'da a infece o
10. CefalZia atribu'da a transtorno da homeostase
11. CefalZia ou dor facial atribu'da a transtomo do er%aio,
pescoto, olhos, ouvidos, nariz, seios da face, dentes, boca
ou oulras estruturas faciais ou cranianas
12. Cefaldia atribu’da a transtorno psiquiftrico

Parte Ill - Neuralgias cranianas, dor facial primária e
central e outras cefaléias

13. Neurolgias cronionas e cousas centrais de dor facial

14. Outras cefalZias, neuralgias cranianas, dor facial primtria

ou central

Neo Zo escopo dessa revist oo estudo de todos as formas de
cefol#os. Anolisoremos exclusivamente a enxaqueca e alguns
‘aspeclas que nes parecem importantes no sentido de estobelecer o
diagn-stico diferencial das cefalZias. Ressalte-se a import%acia do
conhecimento de todas as modalidades de cefalZia, j# que o
diagn-sico na trea baseia-se eminentemente em aspectos cl'nicos,
eZ pela correta anamnese que poderemos ler pistas de qual tipo de
dor estt presente num caso em particular.

Pela nova classificax o da IHS", a enxaqueca Z modalidade de
cefalZia primtria, caracterizada por epis-dios recorrentes de dor,
de moderada a forte intensidade (dor que interfere ou incapacita

2

DIAGNÓSTICO DA ENXAQUECA

para as atividades), com dura o de vtrias horas (4 a 72 horas) e
associada a nfuseas, v"thitos, fotofobia, fonofobia e osmofobia.
Eventualmente, asociados ao fen'theno doloroso, certos fen'henos
podem ocorrer:
Y Sintomas premonit-rios: fadigo, alegria, depresst o, fome,
desejo por certos alimentos ocorrendo num per’odo entre 2 e
48 horas previamente * aura da enxaqueca com aura ou *
dor na enxaqueca sem aura;
¥ Aura: manifestae es indicando disfun« o encefflica focal, por
per'odo geralmente de 20 a 30 minutos (5 a 60 minutos),
‚geralmente precedendo a dor na enxaqueca com aura.
Existem vtrias formas de enxaqueca:
Y Enxoqueca sem aura
Y Enxoqueca com aura
+ Aura Y pica com cefalZia enxaquecosa
+ Aura Ypica com osfalZia nc ovenxaqueccea
+ Aura Y pica sem cefalZia
+ Enxaqueca hemiplZgica familiar (FHM)
+ Enxaqueca hemiplZgica esportdica
+ Enxaqueca do tipo basilar
Y Sndromes peri-dicas da infacia comumente precursoras da
‘enxaqueca
+ Vrihitos c'licos
+ Enxaqueca abdominal
+ Vertigem parox'stica benigna da infacia
Y Enxoqueca refiniana
Y Complica® es da enxaqueca
+ Enxaqueca cr"#ica
+ Estado enxaquecoso
+ Aura persistente sem infarto
+ Infarto enxaquecoso
+ Crise epilZptica desencadeada por enxaqueca
¥ Enxaqueca provivel
+ Enxaqueca sem aura provivel
+ Enxaqueca com aura provivel
+ Enxaqueca cr"hica provivel

Entre essas formas, as enxaquecas sem aura e com aura sto as
mais prevalentes na populasco e sto as que merecem sua
caracierizas o d'nica num texto ligado ao tratamento preventivo
das crises de enxaqueca. Os critZrios diagn-sticos de ambas so
bastante claros

Y Enxoqueca sem aura

‘a. Pelo menos cinco crises preenchendo os critZrios B a D
b. CefalZia durando de 4 a 72 horas (sem tratamento ou
‘com tratamento ineficaz)
€. A cefolZia preenche oo menos duas das seguintes
caraciersticas:
+ localizasco unilateral
cartier pulstil
intensidade moderada ou forte
+ exncerbada por ou levando o indivduo a eviter
tividades f'sicas rotineiros (por exemplo: caminhar ou
subir degraus
d. Durante a cefalZia, pelo menos um dos seguintes:
+ ntuseas e/ou "tos
+ fotofobia e fonofobia
e. Neo atribu'da a outro transtomo

Y Enxoqueca com aura

Transiomo recorrente que se manifesta na forma de crises de
sintomas neurol-gicos focais revers'veis, que geralmente se
'desenvolvem gradualmente entre 5 e 20 minutos e que duram menos
de 60 minutos. Uma cefalZia com caradter'sticas de enxaqueca sem
‘aura geralmente sucede os sintomas da aura. Menos comumente,
faltam * cefalZia as caracter’sticas da enxaqueca ou esta se encontra
‘completamente ausente.

a. Pelo menos duas crises preenchendo o critZrio B

b. Aura da enxoqueca preenchendo os critZrios B e C para
e
tipos de enxaqueca com aura)

€. Neo atribu'da a outro transtomo

(CEFALEIA~ AVALIAGAO INICIAL.

CefalZia Davalia« o inicial

‘Ao avaliarmos paciente com cefalZia, devemos tentar chegar ao
diagn-stico etiol-gico mais preciso poss'vel, e algumas perguntas
devem ser feitas para que tal objetivo seja atingido.

DORES AGUDAS E CRÓNICAS SAO DIFERENTES?

FregYentemente, mZdicos que atendem pacientes com dor cr"hica
sentem-se frustrados, irritados e muitas vezes tem incerteza, irritax o
e rejeisco em relas o “queles. f necesstrio entender que, embora
estos rea es sejam normais, elas podem interferir na rela omädioo-
paciente e, evidentemente, comprometer o tratamento. A perfita
compreenst o dessas rea es pode ajudar a guiar o médico no manejo
de pacientes com dor erica.

Pacientes com dor cr'fica, mesmo com algumas manifestas» es
“agudas, normalmente nc o tem aspecto de sofrimento evidente. Isso
co significa que estejamos frente a quadro de simulast o. AtZprova
‘em contr#rio, paciente com dor, e cefalZia Z simplesmente uma
modalidade de dor, deve ser corretamente avaliado, e diagn-stico
preciso deve ser feito O feto de haver resposta da dor a medicas es
tipo placebo nt o significa necessariamente que a dor nco seja real,
pois efeito placebo ocorre freg fentemente em qualquer modalidade
de dor e principalmente nas cefalZias.

© PADRÁO DE CEFALEIA PODE NOS DAR PISTAS
SOBRE A ETIOLOGIA?

‘As cefalZias podem ser lossificados, em relax o sua evolus o
temporal, em virios tipos: cefoldia aguda emergente, cefalia aguda
recorrente, cefalZia crUhica progressiva e cefalZia cr'fica no
progresiva. No arco a segui, podamos observar como o dor
evolui nestes vfrios tipos (Figura 1).

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

l

Figura 1. Csstcago temporal as clas

Cada padr< o de cefalZia admite determinados tipos de cefalZia
como mais comuns:

CofalZiaaguda emergente Dneste coso uma cefolZia nt o habitual
‘ocorre em paciente nc o portador de cefalZia er"fica. Os principais
diagn-sticos diferenciais st o:

Primeira crise de enxaqueca

Henorogia rao aguda

Hipertensco arterial severa aguda

Ms o

Sinusite e celulite

Glaucoma agudo

Dissececo orterial aguda

CCEFALEIA — AVALIAGAO

Hidrocefalia

Trauma craniano

Meningite e encefalite

Trombose venosa cerebral

Neurite -ptica

Doensa cerebrovascular isquemica
Arterite

CefalZia aguda recorrente Dnesta situas o, uma cefalZa aguda
ocorre em paciente que ¡E apresentou epis-dios semelhantes no
passodo. Evidentemente, toda cefalZia aguda recorrente foi em
determinado momento uma cefalZia aguda emergente. Os principais
diagn-sticos diferenciais st o:

Enxoqueca

e lr

Neuralgia trigeminal (rara em crian*as)

Hemorragia subaracn-idea (principalmente nas malforma+» es.
arieriovenosas)

Doensa cerebrovascular isquémica

Hidrocefalia intermitente (neurocisticercose, cisto col-ide do Ill
ventéculo)

Feocromocitoma (podendo determinar crises de cefalZia epis-dica
de curta dura o)

CefalZia cr"Nica progressiva D aqui, cefalZia com intensidade
crescente ocorre, indicando geralmente grave patologia asociado.
Os principois diogn-=ticos diferenciais s 0:

Hematoma subdural

Tumor

Abscesso cerebral

Pseudotumor cerebral

Arterite temporal

Doensas da coluna cervical

Doensas da transisc o occipitocervical

Sinusite

Hipotens¢ o liqu-rica

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

CofalZia associada a drogas

Infece es do sistema nervoso central
Anormalidades metab ticas
Hemicrania conf'nua (cefalZia primtria)

CefalZia erica nc o-progressiva: neste coso, a cefaliia tem
duras o de semanas, meses ou anos, com flutua® es na sua
intensidade. Embora raramente possa indicar patologia estrutural,
de forma geral no apresenta patologia grave associoda, embora
represente o maior problema nos servisos especializados em cefalZia.
Os principais diogn=sticos diferenciais so:

Estados psiqui

CefalZia tipo tens« o.

Enxoqueco transformada

Uso abusivo de analgZsicos

CefalZia persistente e ditria desde o in’cio (CPDI)

Tumor

Problema oftolmol-gico?

Espondilose cervical?

Pseudotumor cerebral

QUANDO DEVEMOS PARTIR PARA A INVESTIGACAO|
LABORATORIAL E/OU RADIOLÓGICA?

Evidentemente, a avalias o clnica pode permilir um diagn-atico
'eorientae: o segura na maioria das situas es. PorZm, temos utilizado
‘como critZrio de investigas o as seguintes situas es:

a

¥ Alteras es no exame d'nico e/ou neural -gico;

# CefalZia de in'cio agudo, recente e de forte intensidade (cefalZia

‘oguda emergente);

# Mudanea de caracter'stica de cefalZia erica;

¥ CefalZia de esforso;

# CefalZia com componente facial de dor;

¥ CefalZia associada * infec o pelo Vrus HIV;

¥ CefalZia em salvos;

(CEFALEIA~ AVALIAGAO INICIAL.

* Cefoléia noturna de inicio recente;

¡ponente miofascial importante;

+ Cefaléia com inicio apés os 50 anos las cefaléias na inféncia
ram consideradas como de investigará obrigatéria, mas hoje sabe-
se que a prevaléncia das cefaléias primérias nessa faixa etéria é
significativa; assim, caso se oblenha história adequada, a investigagäo
muitas vezes & desnecessário);

+ Estado enxaquecoso resistente à medicaçäo (principalmente
no sentido de afastar patologías inflamatérias ou infecciosos do
espago subaracnéideo].

Certos pacientes opresentom crises de dor de cabeça com
características que lembram enxaqueca, porém com alguns aspectos
lípicos, a sober:

+ Sintomas de aura sempre do mesmo lado do corpo;

+ Aura de inicio agudo e sem progres

+ Aura muito breve (< 5 minutos) ou muito longa (> 60 minutos);

+ Alteracdo súbita das características da enxoqueca;

+ Importante aumento da freqúéncia das crises;

+ Início apés os 50 anos;

+ Aura sem cefaléia;

+ Febre alta associada;

+ Exame neurológico anormal;

* Estado enxaquecoso resistente à medicagöo.

Nessa situogöo, algumas entidades devem ser oventadas, que
podem determinar crises de cefaléia com características enxaque-
cosas: aneurismas, malformagées arteriovenosas, dissecsáo arterial,
epilepsia, MELAS, CADASIL.

EXISTE UM EXAME MAIS
NA INVESTIGACAO?

A investigacáo vai depender da hipótese diagnóstica formulada.
‘Assim, se suspeitamos de arteite temporal, a avaliacóo da velocidade
de hemossedimentaçäo & mais importante que uma ressonán
'mognética (RNM) de cränio. Porém, naquelas situagóes em que näo
emos nenhuma hipétese clara e o exame do paciente $ normal, a

RNM Zo melhor exame, jt que ela consegue demonstrar processos
da sela toscica, patologias de seios venosos intracranianos e
altera® es da transis 0 occipitocervical de forma mais eficiente.

REALIZADA INVESTIGACAO DE PACIENTE
COM CEFALÉIA, O ACHADO DE ALTERACÓES

NOS EXAMES SUBSIDIÁRIOS DETERMINA
DEFINITIVAMENTE O DIAGNÓSTICO?

Ap- a verilica« o de alteras»es, temos de tentar estabelecer
correla es entre elas e o quadro c'nico do paciente. Assim, oachado
de espessomento de mucosa nos seios da face nco significa neces:
sariamente que sinusite seja a causa da cefalZia, assim como a pre-
sensa de calcificas es intracranianas n¢ o necesariamente diagnos-
tica neurocisticercose como a causa da cefalZa.

20

PROFILAXIA DA ENXAQUECA

Profilaxia da enxaqueca

A profileada da enxaqueca envolve virios objetivos: diminuir a
freq¥encia, a intensidade e a dura o das crises; melhorar a eficiencia
1° es de ataque; melhorar a funcionalidade do paciente;

€ reduzir a incapacidade provocada pela doensa®.

‘A proflaxia da enxaqueca nt o leve o mesmo desenvolvimento dos
‘assim chamados tratamentos de akaque, que sc o aqueles que visam ao
tratamento sintomttico da crise aguda daquela. Apenas mais
recentemente houve certo incremento de procedimentos farmacol-gicos
‘en¢.o-farmacol-gicos com esse intento. Uma sZrie de drogas Zutlizada
com essa finalidade, porzm faltam estudos amplos, randomizados e
controlados para comprovar a eficfcia de tis terapeuticas. A utlizas o
dessas drogas, namaior parte das vezes, baseia-se em opin es pessoais
«e em sZries pequenas, geralmente obtidas a partir de estudos aberkos.

Scarani e cols, em 1987, estudando 500 pacientes portadores
de cefalZia vascular (11%), cefalZia tipo tensco (39%) e cefalZias
mistas (48%), observaram que era utilizada uma enorme variedade
de drogas. Em rela«« o “s classicamente indicadas na profilaxia da

‚das foram: Aunarizina, pizotifeno,
‘amitriptilina, metisergido, cinorizina e ciproeptadina. Nesse estudo,
ficou clara a pouca vilizasco de betabloqueadores e o uso
extremamente freqYente de benzodiazep'nicos, que st o hoje drogas
consideradas de poucaefictcia no tratamento da dor de forma geral,
e da cefalZia em particular, alZm de serem fatores responstveis pela
edosco da cefalZia crMhica difria. Embora esse estudo¡+tenha mais
de 20 anos, a falta de informa* o entre os profissionais da trea
médica pouco se modificou, reforsando as suas condus» es:
condlusco, nosso levantamento mostra que o tratamento da
cefalZia Z bem menos esquemttico e eficaz que o esperado da
a dl Lona ala eons
podem ser considerados reflexo da perceps: o acumulada pelos
midicos dos achados de pesquisa e o uso prftico dos critZrios de
eficiencia das drogas. Nossos dados indicam os defeitos dos mZtodos

a

trodicioneis para avaliax o das drogas utilizadas no tratamento das
cefolZias. Pacientes portadores de cefalZia parecem ser expostos *
prescrie« o err"fea e particularmente GasualOque Z associada com
discreta efictcia. Para avaliar melhor se e por quanto tempo esses

entes Örk osÖpodem esperar por um futuro terapeutico mais
feliz, devem ser preparados ensaios cl'nicos mais apropriados,
induindo grandes grupos de pacientes nt o-selecionados, de forma
randomizoda, com avalia® es por tempo superior aos existent
literatura, e fazendo antlises estratificadas no sentido de ident
subgrupos potencialmente diferentes em suas respostasÓ

Em 2002, a Sociedade Brasileira de CefalZia reuniv uma gama
de especialistas e elaborou um documento denominado Recomen-
das es parao tratamento profilftico da migr%aeGÓ. Muitas das orien-
las es a seguir explicitodos referem-se a este documento.

Ao preconizarmos o tratamento profil#lico para enxaqueca,
deg tae

icor

1) Indicagées
Y FregVencia de crises superior a duas ou tres por mes;
Y Crises intensas que interferem com a vida normal, mesmo que

‘com freqYencia de crises inferior * anteriormente referida;

¥ Incapocidade psicol-gica de conviver com as crises;

¥ tado es de ataque contrarindicadas ou ineficientes;

Y Crises de enxaqueca com caracıer’sicas especial we-
ca basilar, hemiplZgica, com aura prolongada, com rates
dYentes e afpicas e infarto enxaquecoso.

2) Regras gerais

# Devemos avaliar se existe abuso de analgZsico/cafe'na associa-
do. No caso de crises muito freqYentes D superiores a oito cri-
sa/ms dorm pesquisa rg conjmiamene o quo
de abuso de analgésico, ¡+ que a efictcia das drogas profiltticas
diminui significantemente com este fator associado;

¥ O uso de moliiplas medicas» es deve ser evitado, premiando-
se a monoterapia;

Y A escolha da droga deve ter alta taxa de benef cio/risco;

¥ Aumento gradual das doses das medica» es escolhidas,

2

PROFILAXIA DA ENXAQUECA

af que 0s efeitos lerapeulicos ou 1-xicos aparetom ow a:
dose mfxima seja atingida (eventualmente seis meses po-
dem ser necesstrios);

Y Informe o paciente sobre eleitos colaterais;

X Avalia® o sistemática de outras medicas es em uso;

¥ Tempo de tratamento: seis meses no m'nimo, porZm com dura-
« ideal de pelo menos um ano. Deve-se tentar retirar a dro-
‘go, mesmo que tenha havido sucesso;

¥ Uso prolongado eventualmente necesstrio;

% Mudanea de medicas: o apenas com oito semanas de obser-
vasco da droga;

¥ Dar tene: o especial a situa» es particulares, como gravidez,
inen« o de engravidar, amamenta® 0, alergias eidade (crian-
‘tas e idosos).

‘Ao optarmos por uma medicas o profilftica, devemos levar em

considera o uma sZrie de fatores:

‘a. Perfil c/nico do paciente Devidentemente, um paciente portador
de asma brifáquica nt o deve ter o propranolol ou qualquer outro.
betobloqueador como ope<o para profilaxia;

b. Efeitos colotercis previs'veis Dem pociente obeso, o uso de drogas
que aumentem o peso deve ser desaconselhado (pizotifeno,
ciproeptadina, anlidepressiv ricclico, funarizino]. Nesta situar o,
os betabloqueadores e o topiramato st o boas ops es. Portanto, Z
fundamental uma correta avalia® o c'nica e o conhecimento de
todos os polenciais efeitos colaterais das drogas utilizadas;

¢. Morbidode associada DfregYentemente, pacientes portadores
de enxaqueca apresentam outras doensas associadas (hiper-
tensco arterial, depresst 0, transtorno obsessivo-compulsivo,
vestibulopatia, epilepsia, pnico). Nestes casos, a escolha do
medicamento deve levar em consideras: o estes aspectos, a fim
de que um mesmo ffrmaco atue nos vrios aspectos patol-gi-
cos do paciente.

As virias drogas utilizadas na profilaxia este o apresentadas na

Tabela 1, feita por Tfelt-Hansen P.”, baseada em sZries da literatura.
Nos oltimos anos, uma sZrie de novas op* es tem surgido, envol-

vendo tratamentos farmacol-gicos e nc o-farmacol-gicos, que ire-

mos discutir seqYencialmente,

»

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

Ta

Betabloqueadoros
Propano,
metoprolol tent,
nado mal

SAS
Naproxeno
‘cio tollenamico

‘Antagonists de cio
Flurarina

Vera

Droga
anteroontica
Metsegia

Potten

Miscelnoa

Vario

Aviva

lnidea
Didroergotamia

4

1. ideal, evdbncis ces de cc, lits clans.

Cansaga
extremidades tas,
pesados,
depressi (ma,
(dabees,condugio
alterada no nodo AV)

Dipeps cera
péptica (lea
aia ava)

Sodann, ganho de
peso, depressio
(ceressi, 0 Parr)
Obstpacdo
(bradcarda,
conduçäo alterada

Mo noo AV)

bose no uso
ônico (éoengas
‘ardovasulares)
Gamo de pes,
sado
(besado)

Tremor, queda de
cabelo,ganho de

peso,
hapaotoncitade
{epatpata)
Sedaçäo boca sea,
ganho peso
(davcoma)

Boca seca

Nausea, dada
(eoranaopata)

‘TRATAMENTO NAO-FARMACOLOGICO

Tratamento n< o-farmacol-gico

© Comite Ad Hoc da Sociedade Brasileira de CefalZia* estabele-
cov olgumas recomendas es para o fratamento nt o-farmacol-gico
da enxoqueca:

a. Dieta Drestrisc o dietdica espec fica e individualizada estt indicada
‘apenas para pacientes com desencadeantes olimentares compro-
eS
'mentares nc o tem nenhuma base cient’fica e de bom senso. Assim,
apenas aqueles desenoadeantes olimenkıres que, repeliiva ©
indubitavelmente, deflogram crises devem ser evitodos. Existem mui-
lo mais mitos do que verdades quando analisomos dellagradores
alimentores como importantes no tratamento da enxaqueca;

b. Biofeedback e tZenicas de relaxamento Dirata-se de tZcnica que
uiliza certas varifveis biol-gicas, como temperatura e contrast o
muscular, no sentido de condicionar um reloxamento do i
duo, inicialmente em condi» es de condicionamento e, posterior
mente, durante uma crise. O biofeedback necessita de um treina-
mento feito nos intervalos intercrticos por profissional habilitado,
gerolmente da trea de psicologia;

e. Acupuntura Dirata:se de procedimento utilizado geralmente em
‘associa® o com os outros procedimentos, mostrando efictcia li-
mitoda, por£m indubitfvel;

d. Terapia cognitivo-comportamental Dnos casos em que existe ele-
vado estresse e forte motivast o para tal tratamento, pode ser all;

e. Psicoterapia D principalmente nos casos em que existe psicopa-
fologia associada;

£.. Fisioterapia Dquando existe associadamente uma cefalZia de con-
tras o muscular, pode ser ati
Certos procedimentos mostraram-se totalmente ineficientes. Den-

fre estes, ressaltamos a homeopatia, sobre a qual nc o existem evi-

dencias cientficas de funcionalidade.
Em certas ituas es, essas tZenicas podem ser de utilidade maior.

Ressaltamos as sitva® es de gravidez e amamentas 0”,

5

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

Tratamento farmacol-gico

Vrios grupos farmacol-gicos tem sido preconizados no trata:
mento profilfice da enxaqueca.

OQUEADORES

Aqueles que apresentam efictcia comprovada na profilaxia
da enxaqueca st o: propranolol (40 a 240 mg/dia), atenolol (25
a 150 mg/dia), nadolol (40 a 120 mg/dia) e metoprolol (100 a
200 mg/dia). Ressaltamos que, com exces o do propranolol, que
deve ter sua dose total ditria dividida em pelo menos duas toma-
das, os outros podem ser utilizados em dose onica ditria.

A utilizas: o dessas drogas ¡+ Z bastante antiga. Friedman’, em
1972, j# afirmava sobre as propriedades dos betabloqueadores:

resposta, no sZculo XX, para a necessidade de profilaxia
pora a enxaqueca de forma olguma se parece com a explorast o
espacial, o tralamento das infece» es, os avaneos da cirurgia cord'aca
etc. De fato, uma vis o minuciosa de nossos resultados em tratar.
cefalZia indica que nossos antepasados dos olfimos sZculos, em
muitos casos, obtiveram os mesmos resultados sem o armamento
químico ou habilidades em psicoterapia que n-s temos. Fothergil,
em 1778, jt havia enfatizado os aspectos dietZticos da enxaqueca,
induindo a eliminas o do chocolate da dieta, da mesma forma que
alguns de nossos colegas o fazem hoje. Luke, o Mädico, reconheceu
os aspectos psicol-gicos dos ataques de enxaqueca e tratou seus
pacientes com psicoterapia, Brometos e outros sedativos foram usa-
dos na dtima metade do sZculo XIX. O propranolol (Inderal), um
bloqueador betodrenZrgico, tem sido usado, sem efeitos colaterai
‘em pacientes com enxaqueca e angina, que so incapazes de to
rar drogas vasodilatadoras. Um grande esforso de investiga o Z

26

‘TRATAMENTO FARMACOLOGICO

necesstrio para avaliar a a« o dos betabloqueadores e sua farma-
cologia, antes que essas drogas possam ser usadas com compreen-

'o de seus mecanismos e avaliadas em pacientes com enxoqueco.

Em casos selecionados, a medica*o Z efetiva como agente
profiíftico. Em nossa experiencia com o uso da droga, nt o ficamos
o impressionodos com os resultados, mas, em um caso ocasional,
ela parece ter sido efetivo.Ó

As primeiras referencias foram de Rabkin e cols, ao observarem
que um paciente com angina, usando betabloqueador, melhorou de
suos crises de enxaqueca.

O mecanismo de a+ o dos betabloqueadores nto Z claro. Po-
rZm, estudos com varia o contingente negativa mostram que ac
les alteram a onda de expectativa que Z mais evidente nos it
duos enxaquecosos.

Existem algumas regras na prescris o de betabloqueadores:

Y Nco existe um com a eficfcia maior que a do outro;

% Falha de um n<o indica necessariamente falha de outro. Desta
forma, na vigencia de falha terapeutica de um, outro pode ser
usado;

Y Efeitos colaterais ocorrem em 10% a 15% dos pacientes;

¥ Sco contro-indicados em pacientes com asma, doensa pulmo-
nar obstrutiva, insuficiencia card’ aca congestiva, bloqueios car-
d'acos, s'ndrome de Raynaud, Diabetes mellitus e doensa
vascular perifZrica;

Y Nco usar em casos de abuso de erg-ticos, pois pode precipi-
tor ergotismo;

Y Iniciar com doses pequenas e ir aumentando progressivamen-
te (aten« o para princ'pios de farmacocindtica).

GRUPO 2 - ANTIDEPRESSIVOS

As drogas antidepressivas foram desenvolvides para o trata-
mento dos transtomos do humor, porZm, com o tempo, passaram
a ser utilizadas no tratamento de outras doensas, principalmente
quando acompanhados de dor. Em relax o * cefelZia de maneira
geral, e enxaqueca em particular, tem importante papel no trata-
mento profilfico.

E]

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

Existem vtrias dasses de drogas antidepressivas (Tabela 2).
Estos drogas apresentem diferentes efeitos coloterais, que podem
ser importantes quando da op« o para sua utliza o (Tabela 3).

Tabela 2. asses de anidapresios.

Anticepessivs tios

Amar 25,75 m9 25a 150mg
2m 25a150mg
Imipramia rm Sa Bone
10.25 mg 352 150mg
Gomigramira 10.25,79m9 24 150mg
"Noria 10,25,80,75mq 252 150mg
Magro. Ludo 25,7519 25415009
Antiepesivsaíicos
(teterocicions)
Tazosona DesyreP EUA) $0,100, 150,900 mp $02 620mg
“Amdepesivs lies
{hackers =
Inbiores e recapiao
sets de
‘sertonina~1RSS
Fosa Prozac, Eur, 20mg 20a80m9
Verona? Darin,
Deprax, Norte?
Parois ‘ropa 20mg 20450 m9
Serrana zoo. sm 50a200m9
Ghalooram Cpramir 20mg 20460 m9
“Amidepesivos inbiores de
monoamioosiase (MAD)
TMAO = maris
Taniipromina Pamate® 10m9 20a30m0
Fontana Nardi® (EUA) 159 15280 mg
IMA Rovers
Mochbemisa Aurora, Mocioxin® 100, 180,300mq 100.600 mg
Outros
CartonalodelMio Catoltum® 300mg 300 900 ma
Cat (controle com
emia)
Inibiors da recaptagäo
a serotonina e da.
nordrnaina
Ventre Elo, Vente 375,50,75m9 75a376mg

28

‘TRATAMENTO FARMACOLOGICO

Tabea 3. Hletoscolateras das quatro classes de antdepressvs

Hiotenso onostitia ny
tos cardiacos muscafniens m fl Du D
leo semeante a quintira ES a =
eto drame. = EN EN ee

tos antimuscariicos
(doc sea, rtngo udn,
obstpago, dstisbos de

‘movimento, is, ml,

dei de mem, del) En ee
Eto sic m w ee
Sedagio +. a E E
Diminuig do iia comulsgeno, + 7 =
Náuseas vómitos = + al
Tremor ” a DE a
Ganhode peso ” + 0
Hopatoouicidade - = = te

+ signicantement menor para os IMAO-Reversheis
>- ose aplica para os IMAO-Roversives

<-insóniacom ISAS e IMAO-Roversheis

< encuivamente com MAO Naina

apse ge ida muda cs hod ees
par à ma

= = obsenago ausente
= obseagao rara

+ = obsenagio intente

4+ obsenagäo rogiente

‘sees observagto mut treqlente

IRSS- nbidores de recapago sels de serotonina

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

Amitriptilina

Trota-se da cnica droga bem estudada. Aporentemente, seu
Sito e rana aslo ideal que? ice em.
‘doses bem inferiores “quels usados nos ansiomos do humor",
Allm disso, sua a*o se inicia em tomo do quarto ao quinto dia,
diferentemente da ae o antidepressiva, que se inicia apenas ap-s
‘teresa semona.

‘A amipilina lem asco inibidora da reooplasco da S-HT um
pouco superior * sua capacidode de inibir a recapla« o da
horadrenalina. Seus mecanismos de ax o $ o variados

> Aso antagonista em receptores 5-HP, tendo os o semelhan-

te * metisergido;

# Au oinibidora sobre o aumento da avidade neuronal da lea

ya une o c-rtex orbiofrontl eo lomo, potencia meconismo
Ca ee an ent a
que as aies de enxoqueca se devem * ollas o voscor se
india ao processo que se origina no ex ron. Eta lo:
fa, Blocomportamertl explica por que fatores como eses,
men o e dod poden densa ses © toc
otbiofrontal aid desinibe o lomo, que foclitanova ave
seo do e-ric frontal. so vi levendo ~ progresiva cvaso
da treo, a que, a pari deso, exite vas: de cantos no
tronco ence (locus cele, determinando aleros o de
noradrenalina no manto coria, pelo prof» es dilsas desse
Sistema. Esta iberaxo induz uma ondo de despolarizas o no
manto cortical, especialmente no c-rtex occipital (depress o
osent de let) Esta despolrizasto pode sr produto de
‘cumento de K extracel, cousod pelaredue: o mediada por
receptoresbelondrendigicos da recaptax ode K pela lia,

Os als colteais mais importante da amino seo: senolen-
cia hoca soa, gona de pate ream es afünens, poli oorkeffien,
una e obsipos a. Excepcondmente, pode causar ins Mia f con.
trerindicodaem cos de glowcoma de ago fechado, ren our,
gravidez, amamenta« o e uso concomitante de IMAO.

Devemos iniciar com doses baixas (10 a 12,5 mg/noite), com
oumenio grodual da dose. Doses acima de 100 mg/dia normal-
mente n¢o st 0 ala no Irakımenko da enxoqueca.

30

‘TRATAMENTO FARMACOLOGICO

No existe vantagem no uso associado com outras drogas
profilfticas. Apenas no caso de enxaqueca associada * cefalZia tipo
fens¢o, a combina o amitriilina e propranolol parece ser eficiente,

Segundo Bonucell e cols. a melhor indica® 9 para a amitipilina
Zem pacientes portadores de enxaqueca e cefolZa tipo tenst oleven-
tuclmente com o uso associado de propranolol), pacientes com
psicopatología e pacientes portadores de enxaqueca transformada
com abuso de analgésicos. Neste obiimo caso, estes autores utiliza-
ram a dexametasona em associaw o por duas semanas.

OUTROS ANTIDEPRESSIVOS TRICICLICOS E
ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS (NAO-IRSS)

Neo existem estudos adequados dessas drogas em enxaqueca.
Podem eventualmente ser uilizadas quando os efeitos colaterais da

itriptilina sc o importantes. A imipramina e a nortriptilina sc o as
mais utlizadas.

Inibidores de recaptaçäo seletivos de serotonina (IRSS)

Desse grupo farmacol-gico, a fluoxetina Za que tem alguns estu-
dos conrelades. Os reslados so conttoversor, com alguns est
dos mostrando efictcia e outros ni o, em doses em torno de 20 a 40
mg/dia. f importante fisar que os IRSS podem ser üteis para
cefaléia em alguns pacientes. Porém, podem desenca-
dear cefaléia em alguns e agravar o quadro em ou-
tros. Em pacientes com cefaléia de dificil controle e uso
desses inibidores de recaptagäo seletiva de serotonina,
devemos ter isto em mente.

Fraqueza, hiper-reflexia incoordena« o, tremores, hemibalismo,
onsiedade, toquicardio, sudorese e febre tem ocorrido em alguns
pacientes utilizando sumatriptano e IRSS. Essa s'ndrome Z denomi-
nada s'ndrome serotoninZrgica. Foi observado, eventualmente, au-
‘mento da fregVencia dos crises de enxaqueca e diminuist o da efict-
cia do sumatriptane quando associado com fluoxetina. Por outro
lado, existem vfrios ensaios em que houve uflizaw o simulfsea sem
nenhuma altera* o d'nica.

a

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

Desta forma, a utilizas o associada pode ser feita pela rari-
dade das complica» es, porZm, sempre com observas: o atenta
do paciente.

Inibidores de monoaminooxidase (IMAO)

Existem virios grupos dessas drogas:

1) Inibidores irrevers'veis da MAO-A Desk grupo, incluem-se
a fenelzina e a tranileipromina. Existem alguns estudos mos-
trando efictcia desta medica* o. Devido aos efeitos colaterais,
s—devem ser utilizadas em casos extremamente resistentes;

2) Inibidores irrevers'veis da MAO-B Dneste grupo, existe a
selegilina, utilizada no tratamento da doensa de Par-
kinson. Provavelmente, devido * sua as: o predominante
em vias dopaminZrgicas, ativando-as, nc o deve ter as o
na enxaqueca.

3) Inibidores revers'veis da MAO D neste grupo, existe a
moclobemida. N« o existem estudos controlados sobre sua
efictcia na enxaqueca.

Carbonato de litio

A utilizas o do carbonato de l'tio tem sido preconizada no tra-
tomento das assim chamadas enxaquecas cclicas (Raskin”]. Nes-
ses casos, crises de enxaqueca quase que difrias ocorrem por uma
mZdia de seis semanas e ent o desaparecem por vtrias semanas.
‘Os ciclos se repetem em tomo de cinco vezes ao ano. Em estudo de
Medina e Diamont?, 22 dentre 27 pacientes responderam oo car-
bonato de I'tio.

Morbidade associada entre enxaqueca e transtornos
psiquiátricos

À tilizasco de drogas anfidepressivas no tratomento da enxa-
'queca independe, como ¡+ frisamos, do quadro psicopatol-gico do
paciente. Existem, porZm, vfrios estudos na literatura mostrando
morbidade associada entre enxaqueca e distoebios mentais. Na Ta-
bela 4, mostramos os resultados de um estudo feito na #rea de Detroit,
citado por Breslau e cols.

32

‘TRATAMENTO FARMACOLOGICO

Tabela4, The Det ree Study.

ade = 2130 ans Amor rial = 1200 pacientes Pacientesenteistads = 1.007
lc de enaqueca 128.007 (128%) -Muheres= 16,3% Homens = 7%

alt (%) durante aid de distros aleve em pessoas com e sem enxaqveca

Depressiomaior” 286% 9% 37(23-58)
Distimia 94% 23%
Epistdiomaniaæ A 09%
Doenga bipolar 39% 08%

* Tote 734% dos pates com depresso mao emaguca prec etc pa um ou
mas dts ansiosos (pen, tie chsssho-compusn, dro ansioso generado,
fob) Nos pacientes sm emaqurca, eta propor à e BAT.

Como vemos, existe uma morbidade importante associada com
transtornos depressivos. Nessa situa« o, a utilizas o de drogos com
melhor a% 0 nos distobios psicopatol-gicos, principalmente se fve-
rem tambZm uma ax o na enxaqueca, deve ser preconizada. Stewart
e cols. observaram morbidade associada com distobios do p%ai-
co. Nesle coso, valproate, por exemplo, que lem ax o nas duas
entidades, pode ser utlizado.

GRUPO 3 - BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CALCIO

Trato-se de grupo heterogeneo de subsflacias, das quais apenas
a flunarizina tem atividade antienxaquecosa bem comprovada (5 a
10 mg/dia, tendo como efeitos colatercis sonolencia, ganho de peso,
depress: o, parkinsonismo notadamente em pacientes acima dos 50
‘anos, astenia, dores musculares, porestesias). Outros bloqueadores
utilizados, porZm sem comprova« o definida sco: diltiazem,
verapamil, nimodipina.

GRUPO 4 - DROGAS ANTI-SEROTONÍNICAS

Foram as primeiros utlizodos na profile da enxaqueca e
da sco bastante prescritas. Seu mecanismo de avo Z discutido.
Durante muito tempo, admitiv-se que sua asco bloqueadora sobre
receplores 5:HT? centrais seria o principal mecanismo de ao. Po-
rZm, drogos como a mianserina (Tolvon'), com ax o muito mais

5

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

potente neste receptor, nco fem asco em enxoqueca. Dat, serem
‘admitidos outros mecanismos, que serc o expostos de acordo com
as drogas citadas.

Metisergida

F oliva por via oral, tendo meicrvida de eliminas o muito rápida
(tres horas), o que nos leva a admitir que o seu principal produto de
metaboliza« o, a metilergometrina, seja importante no perfil
terapeutico. A metisergida tem ax o inibidora em receptores 5-HT,
pordm tambZm age agonisticamente em receptores 5-HT?, tendo at o
‘vasoconstritora sobre artZrias cranianas. A metilergometrina tem as o.
mais intenso, alZm de agir em receptores dopaminZrgicos. Ambas
inibem a liberas o de CGRP (pept'deo relacionado ao gene
cokitonino), importante nos mecanismos responstveis pela fase
da crise de enxoqueca.

‘Curran e Lonceestudoram a ax o da metisergida em 320 pacien-
tes e obtiveram os seguintes resultados:

¥ aboli o completa das crises Dem 20% (2 a 6 mg/dia);

* melhora importante das crises Dem 36%;

% nenhuma altera® o Dem 30%;

# abandono do tratamento Dem 14%, devido a:

+ efeitos colaterais iniciais D8%;
+ efeitos colatercis tardios D2%;
+ recorrencia das crises D 4%,

Existem estudos em que ocorreram melhoras em at 76% dos
pacientes, principalmente portadores de enxaqueca sem aura.

AZ 20% dos pacientes tem de abandonar o trakımento por alguns
dos efeitos colaterais: tonturas, ntuseas, v"thitos, ganho de peso, dor
epigtstrica, reas es ps quicas, insuficiencia arterial perifZrica e edema.
Em cerca de 1:5.000 pacientes em uso cr”Kico, podemos ter fen'hhe-
nos de fibrose (pleural, retroperitoneal, card‘aca). Em estudos experi-
mentais, isso ocorre em animais submetidos ” lesc o associada da

I%edula adrenal. Nc o existem, porZm, evidencias de que isto tam-
Seen
apenas em pacientes com les es prZvias da gf%adula adrenal.

Dessa forma, sua uiliza«: o deve ser apenas em casos resistentes
a outras medicas» es. Inicia-se com meio comprimido de 1 mg, atin-

54

"TRATAMENTO FARMACOLOGICO

gindo-se doses em tomo de 2 a 6 mg/dia. Existem contre
Ses: hipertensco arterial intensa, cardiopatias, pneumopatias,
nefropatias, hepatopatias, ckera pZptica (a metisergida dobra a
a O
gravidez. Se o paciente uiliza erg-ticos, devemos diminuir a dose
pelo metode. A droga deve ser utilizada por quatro meses e subsi-
da por outra. Em casos de necessidade de manuten« o prolonga"
da, devemos, a cada seis meses, fazer pausas de um mes, alZm de
realizarmos dosagem de urZia e creatinina a cada tres meses. Exa-
mes de imogem devem ser feilos rofineiramente pora se detectar
eventvais complicar» es fibr-ticas.

Tem efeito potenciolizante vasoconstrtor no uso concomitante com
tartarato de ergotamina, DHE (diidroergotamina), pizotifeno,
adrenalina, drogas alfa-adrenZrgicas, particularmente em pacien-
tes com doenea vascular perifZrica e hipertensc o arterial grave, nas
quais Z contra-indicada.

Pizotifeno

Possui virios mecanismos de as o: antagonismo em receptores
5-HT2, ae o anti-histam’nica, asco anticolinzrgioa e bloqueio de ca-
nais de ctlcio.

Virios ensaios dl'nicos apontam para efictcia levemente menor
que a metisergida. As doses uilizadas foram de 1,5 a 3 mg/dia.
Tem, como efeitos colaterais: sonolencia, aumento de apetite e ga-
nho de peso. Deve ser iniciada com 0,5 mg/noite, aumentando-se
¡gradualmente a dose atZ em torno de 1,5 mg/noite. A efictcia de
‘uma tomado ao dia Z igual * do uso fracionado, ¡+ que sua meio-
vida de elimina« o Z de 23 horas.

Pelos efeitos sedativos, pode potencializar as»es centrais de
drogas como os hipn-ticos, benzodiazep'nicos, outros anti-
histam'nicos e Hcool. Nco Z recomendivel seu uso com IMAO,
indusive no periodo de tres semanas ap-s a suspensco deste
(Speight, Avery, 1972").

Ciproeptadina

Tem a%o antagonista 5-HT2, ax o anti-histam'nica HI, ao
anticolinZrgica muscarnica e aso bloqueadora em canais de ct-

5

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

cio, Tem efictcia em 43% a 65% dos casos, em doses de 8 a 32 mg/
dia. Seus efeitos colaterais st o semelhantes aos do pizotifeno e tem
‘como contra-indicax o 0 glaucoma.

Como tem efeito sedativo, pode potencializar outras drogas
sedativas como os barbikeeicos, diazep'nicos, fenotiaz'nicos e cool
Pode tambZm potencializar efeitos do amantadina, haloperidol e
procainamida (Stone e cols., 196123.

Lisurida

Troto-se de olcal-ide derivado do ergot, que lem seu uso mais
importante como agonista dopaminZrgico D? na doensa de Parkinson.
Parece ter a® o agonista em receptores 5-HT centrais, porZm sua
‘ax o anfienxaquecosa ainda nt o Zdara. Tam mostrado ae o eficaz
‘em 34% a 61% dos pacientes na dose de 0,025 mg tres vezes ao
dia. Nfuseas, sintomas gastrointestinais,tonturas e alucina® es po-
dem ocorrer. Doensa vascular perifrica, coronariopatia e psicose
st 0 contra-indica» es ao uso da droga.
Na Tabela 5, resumimos este grupo de drogas.

Tabel 5. rogasansectoniias

ae Lots Loc |
Meisergiée Desea? 1m 2a6m9
Plate Sandomigran® «05m 05a3m9
Cicoptaina Perain® am Saum
Ende 2 mg mL
Uisurda Dope «902mg 02%2075m

GRUPO 5 - DROGAS ANTIEPILÉPTICAS

Anticonvulsivantes sc o drogas que, por meio de vfrios meca-
nismos de a« o, interferem nos fen"thenos c'dicos neurol-gicos
‘que determinam as crises de epilepsia. Existem os anticonvulsivantes
<l#ssicos (difenil-hidanto'na, benzodiazep'nicos, fenobarbital,
valproato, carbamazepina) e os novos (vigabatrina, gabapentina,
topiramato, lamotrigina, tiogabino, felbamato, oxcarbazepina,
zonisamida, divalproato, levetiracetam).

36

"TRATAMENTO FARMACOLOGICO

Essas drogas progressivamente passaram a ser utilizados com
outras indicas» es:

¥ no tratamento dos transtornos de humor, estabilizando-o e
evitando a cidagem;

Y no tratamento da dor, nas suas formas nociceptiva e
neuropttica;

Y no tratamento da obesidade, diminuindo a compulsco para
‘comer (como Zo caso do topiramato, estando tal indicas: o
ainda em estudos).

O motivo pelo qual essas drogas sto eficientes em condis es
to diferentes nco Z conhecido. A resposta pode ser que
disfun® es neuronais subjacentes a essas condis es so simila-
res no seu mecanismo, mas se manifestam em diferentes popula-
© es neuronais Drelacionadas, portanto, a diferentes fune» es E)
ou que essas drogas possuam vfrios mecanismos de ae o que
contribuem em diferentes formas para os efeitos favortveis so-
bre a condi« o estudada”.

Analisando-se a classifica o das cefalZas, os anticonyulsivantes
tem sido utilizados no tratamento de: enxaqueca”, cefalZia em sal-
vas1922262° @ vfrias formas de dor neuroptHica (neurolgias cranianas
essenciais, neuralgia p-s-herpZica]. ‘Alin disso, tem sido utilizados
no tratamento de outras sitva® es, algumas essenciais, ainda nt o
premiadas na Classifica o Internacional das CefalZias: cefalZia cr™
nica difria (enxaqueca transformado)”, s'ndrome SUNCT, hiperten
0 introcraniana benigna (especificamente o topiramato, devido *
sua as o bloqueadora de anidrase carbTfico)”

Foi demonstrado que a combina®t o valproato de s-dio com tci-
do valpr-ico (divalproato) Z efetivo como profilftico da migr%aea
em ensoios randomizados, duplo-cegos e controlados com placebo.
‘As doses preconizadas foram de 500 a 1.500 mg/dia. ais subst%r
cias devem ser usados cautelosamente em pacientes medicados com
#cido acetilsaliclico ou varfarina, porque tambZm podem afetar a
coagulaeco. Os efeitos colaterais dessas drogas seo sonolencia,
ataxia, epigastralgia, ntusea, alopecia, hepatopatia, tremor e ganho
de peso. Sev uso foi associado com hepatotoxicidade, particular-
mente em criansas. Tampouco devem ser usados em grfvidas ou
com possibiidade de engravidar, pois podem causar defeilos no

#

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

tubo neural. Deis estudos controlados com divalproato e dois estu-
dos com medicas o relacionada a valproato de s-dio mostraram
significativa efictcia quando comparados com placebo'*1420:%,
Divalproato tem eficfcia em aproximadamente 50% dos pacientes.

‘A gabapentina, outro anticonvulsivante, em doses de 300 a 2.400
mg/dia, pode ser utilizada no tratamento profilfiico da enxaqueco.
Seu principal efeito colateral Z sonolencic

Mais recentemente, o topiramato tambZm tem-se mostrado ail
Nco se esquecer da possibilidode de perda de peso quando do uso
deste ffimaco. No caso do uso do topiramato, recomenda-se a
prescrisco inicial em doses de 25 mg, com incremento gradual atZ
100 mg, duas vezes ao dia, Como droga de segunda op#to no
trotamento profiltico da enxoqueco, tem a vantogem de nc o provo-
car aumento de peso”,

‘As contra-indicas es ao uso do topiramato st o: hipersensibi-
lidade * droga, insuficiencia hepttica e idade inferior a 2 anos.

Como efeitos colaterais, devemos citar:
feitos colaterais graves D nefrolifase (da’ a recomendas o de
ingestco fregVente de #gua), glaucoma secundirio de Yagulo
fechado, miopia aguda;

b. efeitos colaterais comuns Dparestesias (que podem ser comba-
ss com o uso de suplementa« o de poffssio via oral), tontu-

ras, sonolencia, fadiga, deficit de concentrao, transtornos
demem-tia, lentidk o psicomotora, ansiedade, ataxia, nistagmo,
depressco, diplopia, alteras es do humor, tremor, perda de
peso, confus: o, dor abdominal em geral e epigtstrica em par-

ticular, agita« o.

Discute-se o mecanismo pelo qual otopiramato agiria na profilaxia
das crises de enxaqueca. Estudos experimentais em gatos tem de-
monstrado a inibie o da ativas o de neur"fios trigemino-cervicais
‘em resposta * estimulas o do seio sagital superior. O noaleo do
trato espinal do trigemeo Z uma importante estas o retransmissora
de esímulos da periferia que se dirigem aos n'veis de percspaco e
integras o corticais do fen"iheno doloroso. Inibie o do complexo
trigemino-cervical diretamente, ou ae o sobre a rede neural que
controla a aferencia sensitiva, deve ser o mecanismo de ax o da
droga na profilaxia da enxaqueca e da cefalzia em salvas'S.

a.

38

"TRATAMENTO FARMACOLOGICO

6 - MISCELÄNEA

Uma sZrie de outras drogas pode eventualmente ser usada no

tratamento profilttico da enxaqueca. Assim, temos:

e

KKKK

*

anfinflamat-+ios nc o-hormonais Bnotadamente por per’odos cur-
tos, no ossimchamada enxaqueca menstrual (noproxeno, rofecaxb,
tenoxican etc.);

riboflavina, na dose de 400 mg/dia;

coenzima Q10, na dose de 100 mg, 3 vezes ao dia;
magn/sio, notadamente na enxaqueca menstrual;

produtos naturais, como a feverfew, que corresponde ~ nos-
sa camomilo;

mais recentemente, aplicasco t-pica de toxina botufnica tem
mostrado certa elictcia no tratamento profitco da enxaqueca.

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

Categoriza® o das medicas es
profiltticas em enxaqueca

Devido * enorme variedade de medicas es uilizadas na proflaxia
da enxaqueca, a op« o da melhor medicas: o envolve a avaliax o
dos morbidades associadas, os efeitos colaterais eas evidencias cien-
Yficas existentes sobre a sua efictci

Sibecsin Freitag” pubcaram os resultados de alias oda
American Academy of Neurology, que clasificou os medicas es em
cinco grupos, baseando-se em virios aspedos:

Grupo 1 D efictcia mÂdia a alta, evidencias cient ficas fortes, efei-
tos colaterais tolerfveis;

Grupo 2 D menor efictcia que o Grupo 1, ou limitada forsa de evi-
dencias, mas ausencia de provas cienfficas de efictcia;

Grupo 3 efifcia erica based em como e epeindia.dni.

pordm ausencia de evidencias cientficas de efictcia;

Grupo 4D dictée média a alta, boa forsa de evidencias, porZm
com efeitos colaterais considertveis;

Grupo 5 D nco existem evidencias de efictcia quando compara:
das com placebo.

As drogas alocodas a cada grupo st o as seguintes:

di

Iproato (500 a 1.500 mg
Vane de s-di (600 a 1.500 Ome)
Amiriptlina (30 a 150 mg/dia)
Propranolol (80 a 240 mg/dia)

Timolol (20 a 30 mg/dia)

unser (100 eae

‘Metoprolol (200 mg/dio)

CATEGORIZACÄO DAS MEDICACOES PROFILATICAS EM ENXAQUECA

Nadolol (80 a 240 mg/dia)
Nimodipina (120 mg/dio)
Verapamil (240 mg/dia)

¢ cido acelikaliclico (1.300 mg/dic)
Noproxeno e naproxeno s-dico (1.100 mg/dia)
€ cido mefen%mico (1.500 mg/ dia)
Cetoprofeno (150 mg/dia)
Fenoprofeno (1.800 mg/dia)
Flurbiprofeno (200 mg/dia)
Fluoxetina (20 a 40 mg/dio)
Gabapentina (900 a 2.400 mg/dia)
Guanfacina (1 mg/dia)

Feverfew (50 a -82 mg/dia)
MagnZsio (400 a 600 mg/dio)
Vitamina B2 (400 mg/dia)

Doxepina
Imipramina
Fluvoxamina
Paroxetina

Bupropiona
Mirtazapina

Trazodona

Venlafaxina

Diliazem

Ibuprofeno

Ciproeptadina

Metilergonovina

Tiagabina

Topiramato (25 a 325 mg/dio) B que teve recentemente sua
calegoriza® o elevada para o Grupo 1

a

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

Flunarizina (10 mg/dio)
rd (6 mg/dia, sendo de uso por curto espaso
tem)

po)
TR-DHE (10 mg/dia) BDHE de iberaxo programada

mec

Carbamazepina
Vigabatrina
lifedipina
Indometacina
Diidroergocriptina

Profilaxia em popula» es especiais

stem algumas diferensas quando analisamos a profilaxia em

determinadas popula» es:

a. enxaqueca menstrual D a enxaqueca menstrual verdadeira Z
aquela na qual crises de enxaqueca ocorrem, exclusiva e regu:
larmente, dois dias antes do in'cio do fluxo menstrual e tres dias
ap=3 0 in’cio deste. Nessa situa« o, utlizam-se profilaticamente
antiinflamat-rios n< o-hormonais (naproxeno, rofecoxib etc.) e/
eu triptanos (sumatriptano, naratriptano), apenas nesse per'o-
do. Na ausencia de efictcia, pode ser tentada a terapeutica
hormonal (estr-genos). Este cfimo tratamento, porZm, deve ser
feito com a anuencia e orientas: o do ginecologista;

b. enxoqueca com exacerbae o na fase menstrual Dnesse caso, o
‘aumento da medicas: o profi#tica durante o per'odo menstrual Z
a ope o preconizado;

€. enxaqueca na gravidez D nesse caso, o uso de tZcnicas nco-
farmacol-gicas de proflaxia Za melhor op« o. Temos dado pre-
ferencia * ocupunturo;

d. enxoqueca nos idosos Devidados devem ser redobrados, conside-
rando a maior sensibilidade aos efeitos colaterais das medica-
mes. Assim, os antidepressivos tricicos podem piorar quadros
de glaucoma, bloqueios cord'ocos e predisp> em os pacientes a
quedas. Os betobloqueadores podem determinar s'ncopes e esto-
dos confusionais. Quanto ” flunarizina, contrarindicamos seu uso
em pacientes idosos pelo risco de parkinsonismo e depress o;

enxaqueca no caso de doen*as asociadas;

rn
© fem sido preconizado o valproato de s-dio ou divalproako.
Outras ope es seriam a gabapentina e o topiramato;

+ asma: devem ser evitados os betabloqueadores e os antiinfla-

mat-rios nt o-hormonais;

¥ diabetes melito: deve ser evitado o uso de betabloqueadores;

»

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

4

+ síndrome parkinsoniana- deve ser evitado o uso de funarizina;

+ hipertensdo arterial sistémica: deve ser preconizado o uso de
betabloqueadores. A metisergida e os triplanos devem ser evi-
todos. Os antinflamctórios náo-hormonais devem ser uliza-
dos com moderagäo;

+ hipotensóo arterial - recomendorse o uso da melisergido. Os
betabloqueadores devem ser evitados, e os antideprestvos ri-
cidicos, usados com moderosäo;

+ angina e infarto agudo do miocérdio - recomendável o uso
ee

+ insuficiéncia cardíaca congestiva devem ser evitados os anti
depressivostricclcos, betabloqueadores etriplanos;

+ outra cardiopatias- devem ser evitados os betabloqueadores,
cntidepressivos riciclicos e metisergida;

+ doença vascular periférica devem ser evitados os betabloquea-
dores e a metisergi

+ processos fibróticos - devem ser evitados o pizotifeno, metiser-
gida e betobloqueadores;

‘tremor essencial - recomenda-se o uso de betabloqueadores,
fopiramato e gobapentina. Devem ser usados com cuidado a
Aunarizine, valprocto e antidepressivostricícicos;

+ discrasias sangüineas e púrpura - devem ser evitados o
divalproato, topiramato e antiinflamatérios näo-hormonais. A
gabapentina pode ser vilizada com precauáo;

+ glaucoma devem ser evitados os antidepressivos ricdicos, o

izoileno e a ciproeptadina;

. (sers prostática - devem ser evitados os antidepressivos
triciclicos, o pizotifeno e a ciproeptadina;

+ úlcera péptica e colite ulcerativa - devem ser evitados a
metisergida e os antiinflamatórios náo-hormonais;

+ obesidade - recomendado o uso do topiramato. Devem ser
evitados a flunarizina, pizotifeno e ciproeptadina. Podem ser
usados com precaugäo os antidepressivostricíicos, betablo~
queadores e divalproato;

+ síndromes dolorosas (neuralgias) - recomendam-se os anti
depressivos triciclicos, topiramato, gabapentina e antiinflama-
trios nöo-hormonais;

PROFILAXIA EM POPULAGOES ESPECIAIS

+ doengas hepáticas e rencis - todas as medicasóes devem ser
usadas com extrema precaucóo. A metisergida e divalproato
devem ser evitados;

+ transtornos psicoafelivos - recomenda-se o uso de antide-
pressivos tricidicos para a depressäo e ansiedade, betablo-
queadores para ansiedade e ranstorne do pánico e divalproaio
para ansiedade e mania. Devem ser evitados os tricíclicos na
mania e usados com precaugäo nas psicoses. Devem ser evitar
dos a funarizina e betabloqueadores na depressäo.

¡Getólio Daré Rabello
Rua Conselheiro Broero, 1505, ej 52 -—
Higienópolis- So Paulo - CEP 01232-011
E-mail: [email protected]

ENXAQUECA: PROFILAXIA DAS Crises

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Esté uma publica independent. Oporto de vista dos autores no relato races
sariomente poco do Loboraíio Abbot. Pare iformagdes odicinai, ia for
magos pora rerio, disponivs pora dasie médico medion slo.

Rrrierbtrs)

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Dedicagáo mundial à sauce

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