Cesário+v.. (1)

1103sancho 8,845 views 18 slides May 28, 2012
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Cesário Verde O sentimento de um ocidental – III – AO GÁS

III – AO GÁS E saio. A noite pesa, esmaga. Nos Passeios de lajedo arrastam-se as impuras. Ó moles hospitais! Sai das embocaduras Um sopro que arrepia os ombros quase nus. Cercam-me as lojas, tépidas. Eu penso Ver círios laterais, ver filas de capelas, Com santos e fiéis, andores, ramos, velas, Em uma catedral de um comprimento imenso. As burguesinhas do Catolicismo Resvalam pelo chão minado pelos canos; E lembram-me, ao chorar doente dos pianos, As freiras que os jejuns matavam de histerismo. Num cutileiro, de avental, ao torno, Um forjador maneja um malho, rubramente ; E de uma padaria exala-se, inda quente, Um cheiro salutar e honesto a pão no forno. Declamação

III – AO GÁS E eu que medito um livro que exacerbe, Quisera que o real e a análise mo dessem; Casas de confecções e modas resplandecem; Pelas vitrines olha um ratoneiro imberbe. Longas descidas! Não poder pintar Com versos magistrais, salubres e sinceros, A esguia difusão dos vossos reverberos , E a vossa palidez romântica e lunar! Que grande cobra, a lúbrica pessoa, Que espartilhada escolhe uns xales com debuxo! Sua excelência atrai, magnética, entre luxo, Que ao longo dos balcões de mogno se amontoa. E aquela velha, de bandós ! Por vezes, A sua traîne imita um leque antigo, aberto, Nas barras verticais, a duas tintas. Perto, Escarvam , à vitória, os seus mecklemburgueses .

III – AO GÁS Desdobram-se tecidos estrangeiros; Plantas ornamentais secam nos mostradores; Flocos de pós-de-arroz pairam sufocadores, E em nuvens de cetins requebram-se os caixeiros. Mas tudo cansa! Apagam-se nas frentes Os candelabros, como estrelas, pouco a pouco; Da solidão regouga um cauteleiro rouco; Tornam-se mausoléus as armações fulgentes. "Dó da miséria!... Compaixão de mim!..." E, nas esquinas, calvo, eterno, sem repouso, Pede-me sempre esmola um homenzinho idoso, Meu velho professor nas aulas de Latim!

Questão 1 1. Apresenta uma explicação para o subtítulo desta secção do poema.

Resposta 1 O poema intitula-se “Ao Gás” para valorizar a luz que proporcionaram os candeeiros acesos a gás naquela noite.

Questão 2 2. Na sua deambulação, o sujeito poético continua a sofrer os efeitos opressivos do ambiente da cidade. 2.1 Transcreve os verbos que, nas duas primeiras estrofes, os mencionam.

Resposta 2 “A noite pesa , esmaga .” – Primeiro Verso “ Cercam-me as lojas, tépidas.” – Quinto Verso

Questão 3 Destaca a importância de que se reveste a quarta estrofe, atendendo à oposição temática que estabelece com as restantes quadras do texto.

Resposta 3 A quarta estrofe é particularmente importante por se opor às restantes do poema. A referência a um forjador, homem de força, e ao pão (símbolo de vida), por ser o elemento essencial para matar a fome, remetem para a ideia do ambiente rural e carácter saudável, vital que transmite o campo.

Questão 4 Face as circunstancias presentes, o sujeito poético deseja concretizar uma obra com um objetivo particular. 4.1- Refere-o 4.2- Indica os meios que lhe permitirão atingi-lo

Resposta 4 4.1 O sujeito poético escreveu um livro que incomode, que desperte algum interesse por quem o leia.

Resposta 4 4.2 Os meios que permitirão esse livro são a observação do real e a sua análise através do olhar crítico do sujeito.

Questão 5 Assim como em “ Ave Marias”, em “Ao Gás” o mundo citadino é descrito através de processos linguísticos e estilísticos que aproximam a poesia de Cesário Verde da pintura impressionista.

Questão 5 5.1 Identifica no poema exemplos de cada um dos recursos expressivos usados para representar a realidade de forma fragmentária e dela apresentar, em primeiro lugar, a impressão que provoca. a. Metáfora; b. Sinestesia; c. Hipálage; d. Expressões de cariz sensitivo.

Resposta 5 a. “Que grande cobra, a lúbrica pessoa” Verso 25 b. “Um cheiro salutar e honesto a pão no forno.” Verso 16 c. “Um cheiro salutar e honesto a pão no forno.” Verso 16

Resposta 5 d. Olfativo: “E de uma padaria exala-se , inda quente” Auditivo: “Da solidão regouga um cauteleiro rouco ;” Visual: “Mas tudo cansa! Apagam-se nas frentes” Táctil: “E de uma padaria exala-se, inda quente ”

Trabalho realizado por: Ricardo Carvalho Nº23 Ricardo Verde Nº24 11º03
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