OSTENSIVO CGCFN-1003
OSTENSIVO - III - ORIGINAL
Em 30 de setembro de 2005.
Fuzileiro Naval
Esta publicação é a segunda revisão do Manual Básico do Fuzileiro Naval, cuja
primeira edição data de 1974.
Ela está dividida em capítulos que trazem, inicialmente, a história dos Fuzileiros Navais
e falam das tradições marinheiras que atravessaram os oceanos e se fixaram em nosso meio.
Aborda, ainda que de forma sucinta, as Operações Anfíbias, indicando ao Fuzileiro Naval a
necessidade de ser um soldado profissional, treinado e forjado com a têmpera dos homens do
mar. Contém informações sobre a carreira militar naval, proporcionando uma orientação
segura para aqueles que se identificarem com a Instituição Marinha do Brasil.
Este manual é destinado àqueles que, intimamente, se orgulham de suas crenças éticas,
morais e profissionais. Crença em que inexiste outra forma de se dedicar integralmente ao
serviço naval que não seja a adesão precoce e voluntária, apesar de sabermos que, assim
procedendo, lhe oferecemos a quadra mais vigorosa de nossas vidas. Doação que forja o
homem, molda o cidadão e forma o militar. Crença em que o Espírito de Corpo, edificado
nessa longa jornada, revela uma identidade. Dessemelhantes na forma, porém iguais no
conteúdo, buscamos todos, indistintamente, o aprimoramento cada vez maior do Corpo de
Fuzileiros Navais. Crença em que não há Fuzileiros de ontem ou de hoje, mas tão somente
Fuzileiros de sempre. Crença em que ser Fuzileiro Naval é um estado de espírito. Fruto dele,
supera obstáculos, contorna restrições e debate, no nível adequado, divergências conceituais
ou intelectuais, sempre sobrepondo a quaisquer interesses o da Instituição. Crença em que a
Doutrina da Guerra Anfíbia é complexa, por envolver atuações de Forças Navais, Aeronavais
e de Fuzileiros Navais em três dimensões - terra, mar e ar. Daí decorre a imposição de elevado
grau de profissionalização ao Combatente Anfíbio. Crença em que contribuímos, e sempre
contribuiremos, para a presença da Marinha onde ela se fizer necessária. Assim tem sido na
Amazônia Azul, embarcados em navios; na Selva Amazônica; no Pantanal mato-grossense;
na Caatinga; no Sul do País; na Antártica; bem como nos contenciosos deflagrados em
diversificadas regiões do mundo; sempre consoante nossa capacidade expedicionária. Crença
em que nos adestramos para a guerra, mas levamos a paz à República Dominicana e a Angola;
e, presentemente, contornando hostilidades, salvamos vidas no Haiti. Crença em que nossa
passagem pela Marinha e seu Corpo de Fuzileiros Navais é efêmera, porém ambos são eternos
como os oceanos e as praias. Crença em que Deus é onipotente, e a família tem valor
imponderável.
Essas crenças têm orientado pensamentos, vetorado esforços, motivado a continuidade
administrativa e estimulado a busca da qualidade. Com engenho e arte, elas nos levaram do
singelo Batalhão Naval, cujos integrantes a bordo dos navios combateram em Riachuelo, ao
Corpo de Fuzileiros Navais de hoje. Confiante no futuro, concito-os, firmemente, a exaltarem
a forte crença que nos move: o amor à Marinha e ao Brasil.
ADSUMUS!
MARCELO GAYA C ARDOSO TOSTA
Almirante-de-Esquadra (FN)
Comandante-Geral
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