Um episódio marcou a infância de Charles Dickens: a família, anos mais tarde, recebe uma
herança, mas a mãe não o retira daquela fábrica. Charles Dickens continua a colar rótulos, revoltado com
a injustiça, que jamais perdoaria.
Aqui, escreve-se também uma parte da personalidade literária do escritor britânico. Ao longo
da sua obra, versa de forma vincada as condições de trabalho deprimentes da classe operária. Mas esta
condição não seria eterna. Dickens estava prestes a mudar de rumo.
Poucos anos mais tarde, vai trabalhar para um escritório e esteve perto de se tornar advogado,
mas a troca de argumentos nos tribunais não o fazia sentir realizado. As palavras ditas não era suficientes
para realizar o escritor.
Aos 18 anos, inscreve-se na biblioteca do British Museum e inicia um novo período a devorar
palavras escritas. A paixão por uma jovem rica é desaprovada pelos pais desta, num desgosto amoroso
que fica marcado na história do escritor: o eterno Charles Dickens foi um dia rejeitado pela elite, num
período difícil da sua vida.
As palavras conduzem o seu destino profissional: torna-se jornalista, cronista judicial e faz a
cobertura de campanhas eleitorais da Grã-Bretanha. ‘Esboços de Boz’ era o nome de um trabalho que
assinava, pequenos trabalhos jornalísticos de comentários de costumes, publicados no ‘Morning
Chronicle’, no ano de 1833.
E Boz tornou-se o seu pseudónimo, no início da sua atividade literária. Durante anos, escreve
para diversos jornais, mesmo já depois de se tornar escritor. ‘The Pickwick Papers’ marca o ponto de
partida do seu caminho literário.
Em 1836, Charles Dickens casa-se com Catherine Hogarth, com quem teve os seus 10 filhos.
Assiste a uma reação do público pouco favorável a ‘The Pickwick Papers’, mas depressa atinge o sucesso,
com a criação de uma personagem: Sam Weller, um criado que acompanha o seu fiel amo...
Dois anos mais tarde, escreve o romance ‘Oliver Twist’, que apontava os defeitos da sociedade
vitoriana. Dickens transportava para os seus livros toda a vivência dos seus 26 anos.
Cinco anos depois, cria ‘A Christmas Carol’, um livro bem sucedido, ao qual se juntam outros,
em catadupa, como ‘The Chimes’, em 1844, ‘The Cricket on the Hearth’, em 1845, ou ‘Dombey and Son’,
em 1849.
Estava precisamente a chegar o romances mais popular da sua obra: ‘David Copperfield’,
também em 1849. É possível perceber a sua vida, as mágoas, a crítica social, nessa obra literária. ‘Tempos
Difíceis’ chega em 1854. E Charles Dickens era já um nome incontornável na literatura.
Alguns folhetins publicavam os seus romances, com vendas que superavam 40 mil cópias. A
popularidade da obra começou a criar um público fidelizado, apaixonado pelas letras de Charles Dickens.
O dinheiro que amealhou foi utilizado na compra de uma casa, por onde um dia passara, em
criança. Olhou a residência Gad’s Hill Place e quis comprá-la, desde logo. Cumpriu esse sonho, muitos
anos mais tarde.
Charles Dickens era figura proeminente da sociedade, mas cometeu um ato que essa mesma
sociedade reprovava: divorciou-se, em 1858, deixando a sua esposa com 10 filhos. A vida conjugal do
escritor emerge e faz parte da história da sua vida, com suspeitas de infidelidade.
Mais tarde, um acidente ferroviário deixou-o sem ferimentos físicos, mas com marcas
psicológicas. Reduz o ritmo de produção de livros a partir de então. ‘Our Mutual Friend’, livro cujo esboço