Como lidar com pessoas com autismo: TEA

O autismo é um espectro vasto e diversificado, e entender que cada autista é único é essencial para oferecer suporte adequado e promover inclusão. Neste artigo completo, exploramos as diferentes manifestações do Transtorno do Espectro Autista (TEA), desmistificando rótulos e destacando como cada indivíduo vivencia o autismo de maneira singular. Você aprenderá sobre os diferentes níveis de suporte, como melhorar a comunicação com autistas, a importância da rotina estruturada, estratégias para lidar com sobrecargas sensoriais e dicas para incentivar a autonomia. Além disso, discutimos como combater preconceitos e promover um ambiente mais empático para pessoas autistas. Se você tem um familiar autista ou quer entender melhor o TEA, este artigo trará insights valiosos e aplicáveis para o dia a dia.

1. Como Lidar com Pessoas Autistas na Família

Se você conhece uma pessoa autista, então… você conhece apenas uma pessoa
autista. Essa frase pode parecer simples, mas carrega uma verdade poderosa: não
existem dois autistas iguais. Ainda assim, muita gente acredita que o autismo
segue um “padrão” ou que todos dentro do espectro compartilham as mesmas
dificuldades e habilidades. Se você já se perguntou por que algumas pessoas
autistas falam fluentemente e outras são não verbais, por que algumas têm
hipersensibilidade a barulhos e outras não, ou até por que algumas parecem
extremamente sociáveis enquanto outras preferem ficar sozinhas — então este
artigo é para você! Vamos falar sobre o que realmente significa estar no espectro
autista, desmistificar rótulos e mostrar como entender essas diferenças pode
transformar a forma como você se relaciona com seu familiar autista. Preparado?
Então, vamos lá!

2. O Que é o Autismo?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento
que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento de diferentes
formas. Ele não é uma doença, e muito menos algo que precisa ser “curado”. O
autismo é uma parte fundamental da identidade de uma pessoa, moldando a
maneira como ela percebe o mundo e interage com ele.
Os principais aspectos do TEA incluem:
●​Dificuldades na comunicação (verbais ou não verbais);
●​Padrões de comportamento repetitivos;
●​Interesses intensos em determinados temas;
●​Respostas sensoriais diferentes ao ambiente (pessoas autistas podem ser
hipersensíveis ou hipossensíveis à luz, som, cheiros, toques, etc.).
No entanto, a forma como cada pessoa vivencia essas características varia muito,
por isso falamos em um espectro.
Cada Autista é Único: Compreendendo as Diferenças
A ideia de que todo autista é igual é um dos maiores equívocos sobre o TEA.
Dentro do espectro, existem indivíduos com habilidades e desafios completamente
diferentes. Algumas pessoas autistas têm dificuldades de fala, enquanto outras se
expressam com grande fluência. Algumas precisam de suporte para atividades
diárias, enquanto outras são altamente independentes.
Os Diferentes Níveis de Suporte
A classificação oficial do TEA divide as pessoas em três níveis de suporte:
●​Nível 1: Pessoas autistas que necessitam de pouco suporte, podendo levar
uma vida relativamente independente com algumas adaptações.
●​Nível 2: Pessoas que necessitam de suporte moderado, com dificuldades
mais evidentes na comunicação e interação social.
●​Nível 3: Pessoas que precisam de um suporte substancial, podendo ter
dificuldades significativas na autonomia e no processamento sensorial.
No entanto, essa classificação não é fixa e pode mudar ao longo da vida,
dependendo das intervenções e do ambiente em que a pessoa está inserida.

3. Como Melhorar o Diálogo com um Familiar Autista
A comunicação com uma pessoa autista pode variar muito. Algumas pessoas
podem ser totalmente não verbais e se comunicar por meio de imagens ou
dispositivos eletrônicos, enquanto outras podem falar bastante, mas ter dificuldades
em entender ironias ou expressões faciais.
Dicas para Melhorar a Comunicação:
●​Use uma linguagem clara e objetiva.
●​Evite duplos sentidos ou figuras de linguagem complexas.
●​Respeite o tempo de resposta da pessoa.
●​Utilize recursos visuais, se necessário.
●​Seja paciente e compreensivo.
Por Que Previsibilidade Ajuda no Bem-Estar
Muitas pessoas autistas se sentem mais seguras quando seguem uma rotina
previsível. Mudanças inesperadas podem causar estresse e ansiedade. Por isso,
criar uma rotina estruturada pode trazer um enorme benefício.
Dicas para organizar a rotina:
●​Utilize quadros visuais para organizar as atividades diárias.
●​Dê avisos antecipados sobre mudanças na rotina.
●​Crie um ambiente previsível sempre que possível.
Como Agir Diante de Sobrecargas Sensoriais
As crises autistas ocorrem quando a pessoa se sente sobrecarregada
sensorialmente, emocionalmente ou cognitivamente. Elas podem se manifestar por
meio de comportamentos como agitação, auto estimulação intensa (stimming) ou
mesmo colapsos emocionais.

4. O que fazer durante uma crise?
●​Mantenha a calma e ofereça espaço.
●​Reduza os estímulos sensoriais (como luzes fortes ou sons altos).
●​Fale de forma suave e tranquilizadora.
●​Evite forçar contato físico.


Como Estimular a Autonomia
Cada pessoa autista tem potencial para desenvolver independência dentro das
suas capacidades. Para isso, é importante oferecer oportunidades e suporte
adequado.
Estratégias para incentivar a autonomia:
●​Ensinar habilidades do dia a dia de forma estruturada.
●​Dar espaço para que a pessoa tente resolver problemas sozinha.
●​Utilizar reforços positivos.
●​Adaptar atividades conforme a necessidade.

5. Ajudando a Sociedade a Compreender o TEA
Infelizmente, o desconhecimento sobre o autismo ainda gera preconceito e
estigmas. Muitos familiares se deparam com olhares de julgamento em espaços
públicos quando uma crise ocorre ou quando a pessoa autista age de forma
diferente do esperado.
O que podemos fazer?
●​Informar e educar amigos e familiares.
●​Criar espaços de conscientização na comunidade.
●​Apoiar iniciativas inclusivas.
Respeito e Compreensão Fazem Toda a Diferença
Compreender que cada autista é único é o primeiro passo para construir um
ambiente mais inclusivo e acolhedor. Seja na família, na escola ou no trabalho,
pequenas atitudes podem transformar a forma como as pessoas autistas são
percebidas e respeitadas. O autismo é uma jornada de aprendizado constante, e
quanto mais buscamos informação e empatia, mais contribuímos para um mundo
mais justo e compreensivo para todos.









Cristina Alves Consultora de Saúde