Histórico
Final da década de 60 com a publicação do livro
“Aerobics” (Cooper) em português: “Aptidão Física em
qualquer idade”, onde ele desafiava as pessoas a
prestarem atenção no seu estilo de vida para combater
as doenças coronarianas, a obesidade e os stress da
vida moderna e o aumento dos gastos com tratamentos
médicos.
Livro: “Capacidade aeróbica” em 1970
Livro: “Método Cooper para a Mulher” em 1972
Esses livros impulsionaram o mundo todo,
dando inicio ao movimento de Aptidão Física.
Continuação…
A partir daí… o movimento da Aptidão Física se
alastrou pelo mundo e começamos a entender o
significado da palavra AERÓBICA e a dar mais atenção
para essas atividades (nadar, correr, caminhar,
pedalar), que antes eram voltadas para a força e
volume muscular.
67% dos brasileiros não faziam atividades físicas e nem
entendiam os benefícios que elas traziam.
“Fazer Cooper” - popularizou
–Nº de provas de corrida realizadas anualmente aumentou
consideravelmente no Brasil (São Silvestre…);
–Nº de participantes nas corridas;
Continuação…
Na década de 70, juntou-se os exercícios aeróbicos a
dança e nasceu a Dança aeróbica…chegando no Brasil
no início da década de 80 com o nome de Ginástica
Aeróbica e foi um BUMMM… No Brasil…
–Centenas de academias foram abertas;
–Aumentou o nº de praticantes;
–A “Indústria do Esporte” começou a tirar proveito (roupas, tênis,
equipamentos esportivos, vídeos de ginástica, filmes, artistas
de tv, bebidas), usando a imagem do esporte;
–Locais como praças e praia começaram a ter outra função;
–Aumentou substancialmente a participação feminina e de
idosos nas atividades esportivas (ginástica e musculação);
O que é Aptidão Física?
Aptidão física significa, de uma forma geral, a
capacidade e o estado de rendimento do ser
humano, assim como a disposição atual para
uma determinada área de atuação (WEINECK, 2003).
A capacidade de executar tarefas diárias com
vigor e vivacidade, sem fadiga excessiva e com
ampla energia para apreciar as ocupações das
horas de lazer e para enfrentar emergências
imprevistas (…,1971).
O que é Aptidão Física?
É o oposto de estar fadigado!
É ter energia para realizar tarefas da vida
diária com entusiasmo!
É o estado de ser apto para uma meta
qualquer!
Pate (1988), definiu como sendo “… estado
caracterizado por uma capacidade de executar
atividades diárias com vigor e demonstração de
traços e capacidade associados com o baixo
risco de desenvolvimento prematuro das
doenças hipocinéticas.”
Como medir Aptidão Física?
Vigor, fadiga, alegria… não são fáceis de serem
medidas!
Portanto, temos que identificar os componentes que
podem ser medidos e desenvolvidos separadamente…
–Nesta ótica, a aptidão física relacionada ao desempenho
atlético deve levar em consideração a especificidade de cada
especialidade esportiva, ao passo que a aptidão física
relacionada à saúde envolve, especialmente, aqueles
componentes que, em questões motoras, podem influenciar
positivamente no combate às doenças do tipo degenerativas
não transmissíveis (GUEDES e GUEDES, 2006).
APTID O fSICA
à Í
Aptidão Relacionada
à Saúde
Aptidão Relacionada
à Habilidade
Agilidade
Potência
Equilíbrio
Coordenação
Tempo de Reação
Resistência
Cardiorespiratória
Composição
Corporal
Aptidão Músculo Esquelética
Força Muscular
Resistência Muscular
Flexibilidade
Componentes da Aptidão Física
Uma pessoa com maior velocidade, ou equilíbrio, ou
coordenação vive mais ou menos do que uma pessoa
que não tem?
–Estes componentes repercutem pouco com relação a saúde ou
na prevenção de doenças.
Porém, os Componentes relacionados à saúde,
(capacidade cardiorrespiratória, composição corporal,
flexibilidade e resistência/força muscular), são tidos
como funcionais, pois têm como características: auxiliar
na aptidão física geral e exercem uma importância na
prevenção e preservação da saúde.
Capacidade Aeróbica
Capacidade Aeróbica (Cooper), Aptidão, capacidade ou
resistência cardiorrespiratória…
É a capacidade de continuar ou persistir em tarefas
extenuantes envolvendo grandes grupos musculares por
períodos de tempo prolongados. Assim como, a capacidade
dos sistemas circulatórios e respiratórios de se ajustar e de se
recuperar dos efeitos de atividades de intensidade moderada
ou vigorosa (NIEMAN, 1999).
Cooper (1970), diz que os exercícios aeróbicos devem
estimular a atividade do coração e pulmões durante um
período suficientemente longo afim de produzir mudanças
benéficas para o corpo.
Continuação…
Podemos dizer que esta capacidade tem relação direta
com o quanto uma pessoa é capaz de absorver oxigênio
(O2) para os pulmões, transportá-lo pela corrente
sanguínea até os músculos esqueléticos que estiverem
trabalhando em esforços vigorosos ou prolongados,
contando ainda com a eficiência do coração (SHARKEY,
1998).
Assim, a capacidade aeróbia configura-se como o melhor
indicador da aptidão física, pois além de refletir a
capacidade de suportar esforços físicos por um longo
período, também favorece, indiretamente, as outras
componentes da aptidão física, por isso, se tivermos
como avaliar a condição de aptidão aeróbia de uma
pessoa, poderemos estimar o quanto ela é ou não ativa.
Continuação…
Existe uma variedade enorme de modalidades
esportivas e atividades físicas – e o importante e
escolher uma atividade que seja prazeirosa, pois
devemos praticá-la com uma intensidade suficiente por
um longo período de tempo.
... quanto mais músculos tiverem envolvidos na
respectiva atividade, mais eficiente ela será e
mais rapidamente observaremos os efeitos que
promovem a saúde.
Benefícios da Capacidade Aeróbica
Principais efeitos Outros efeitos
·Manutenção e aumento da
aptidão física geral
·Prevenção de doenças
degenerativas
·Fortalecimento do sistema
imunológico
- Otimização da capacidade de recuperação
- Aumento da capacidade psíquica
- Redução do estresse
- Redução de estados depressivos
- Regulação de distúrbios do sono
- Melhora a circulação sanguínea cerebral
- Aumenta a capacidade de concentração e
memorização
- Prevenção de doenças do sistema venoso
- Manutenção do convívio social
- Manutenção da autonomia nas atividades
diárias
WEINECK, 2003.
Como avaliar a Capacidade aeróbica
Vários testes e protocolos para avaliar a aptidão aeróbia
–Direta ou Indireta,
–Em condições de esforço máximo ou sub-máximo.
Exemplo podemos citar:
-O famoso teste de 12 minutos de Cooper – é um teste de
esforço máximo, onde os avaliados correm ou caminham (de
preferência em uma pista de atletismo) durante os 12 minutos,
pela maior distância possível, assim, quanto maior a distância
percorrida, maior a resistência aeróbia e estima-se, de forma
indireta, o VO2max.
-Em laboratórios (mais caro), é medido pela utilização de esteiras
ou bicicletas ergométricas e um analisador de gases (CO2 e
O2), onde é medido a ventilação e calculado o VO2max.
Continuação…
Atletas – VO2max entre 65 e 94ml.kg.min
Níveis bons para homens adultos – superior a 45ml.kg.min
(equivalente a correr 1,6km num período inferior a 8min)
Níveis bons para mulheres adultas – superior a 40ml.kg.min
(equivalente a correr 1,6km num período inferior a 9min)
Para aumentar a resistência cardiorrespiratória o ACSM -
(American College Sport Medicine) recomenda que seja
realizado de 3 a 5 vezes por semana, com sessões de
20-60min, numa intensidade de 50-85% do VO2max ou
60-90% da frequência cardíaca máxima.
Quando o objetivo é a melhoria da saúde, atividade física de
menor intensidade, distribuída ao longo do dia, parece ser
suficiente.
Conclusão
O treinamento da capacidade aeróbica é um aspecto
importante na luta contra a inatividade geral e os
diferentes fatores de risco para o surgimento de
doenças degenerativas do sistema cardiovascular. Ele
não pode ser trocado por nenhum outro componente de
treinamento e deve ser feito com um volume adequado,
deve fazer parte de um treinamento variado e ser
prazeroso para a saúde e se possível, integrado
diariamente em nossa dia (WEINECK, 2003).
Força e Resistência Muscular
Howley e Franks (2000) definem força
muscular como a capacidade que os
músculos têm para exercerem força
contrátil máxima contra uma carga,
geralmente em uma só repetição.
Já a resistência muscular é a
capacidade desses mesmos músculos
realizarem contrações repetitivas por
um período de tempo, com várias
repetições.
Continuação…
Muitas vezes o treinamento de força era visto como
compensação para uma “imagem externa” –
masculinidade desenvolvida e falta de nível
intelectual.
Várias pesquisas apontaram que uma quantidade
suficiente de força para a saúde e o bem-estar
individual não poderia ser desprezada.
Um treinamento de força, integrado e adaptado a
nossa rotina diária, traz ganhos para nossa
capacidade psicofísica de rendimento, para nossa
saúde e satisfação.
Como avaliar a Força e a
Resistência?
Dinamometria (pesquisa) - Força
1RM
Barra Modificada (suspensão na barra)
Abdominal
Benefícios
A força e resistência muscular também são essenciais para
permitirem que os indivíduos realizem atividades cotidianas
com conforto e segurança e podem ser trabalhadas através
de vários equipamentos, ou ainda, através de exercícios
onde o peso corporal é a própria carga de trabalho, portanto,
tem forte relação com a saúde.
Outros Benefícios:
–retardamento no processo de desenvolvimento de artrose e
osteoporose devido ao aumento da densidade óssea;
–manutenção e autonomia em idades avançadas (profilaxia de
quedas);
–Prevenção e tratamento de disfunções posturais, articulares e
de lesões musculoesqueléticas;
–Regulação hormonal;
Recomendações do ACSM
Para obter força e resistência a níveis
desejáveis para a saúde, recomenda-se que:
–Frequência de 2 vezes por semana
–Séries de 8-10 exercícios diferentes
–Repetições de 8-12 vezes
–Envolvendo todos os grandes grupos musculares
Para iniciantes, sugere-se de 3 a 5 sessões semanais.
Flexibilidade
O estilo de vida pouco ativo e a falta de
exercícios específicos de alongamento vem
diminuindo drasticamente os níveis de
flexibilidade das pessoas, principalmente com o
passar dos anos (ACHOUR JÚNIOR, 1999).
Representa um importante componente da
aptidão física, sendo fundamental para a
eficiência dos movimentos simples e
complexos, tanto no desempenho esportivo,
quanto na preservação da saúde.
O que é Flexibilidade?
A flexibilidade é entendida como a qualidade física
responsável pela execução voluntária de um movimento
de amplitude angular máxima, executado por uma ou
mais articulações, dentro dos limites morfológicos,
evitando-se o risco de provocar lesão (DANTAS, 1998).
Obs.:
- Limites morfológicos: limites naturais do movimento
articular.
- A flexibilidade varia de pessoa para pessoa e sofre
influência de vários fatores, os principais são: a idade, o
gênero e o treinamento específico.
Como avaliar a Flexibilidade?
Destacamos o teste do Sit and Reach
conhecido por nós como Sentar-e-Alcançar
configura-se como a técnica mais
freqüentemente descrita na literatura e mais
empregada em estudos populacionais
(POLLOCK; WILMORE, 1993).
–Neste teste o avaliado senta-se de frente para uma
caixa de madeira, especialmente construída para
este teste, com as pernas estendidas e desliza as
mãos sobrepostas no máximo que ele possa
alcançar através da flexão do tronco à frente.
Continuação…
O gênero feminino apresenta, em média, melhor pré-
disposição para a flexibilidade. Outro fator importante
para a flexibilidade é a idade, pois a medida que
envelhecemos perdemos mobilidade articular .
Do ponto de vista da saúde os baixos níveis de
flexibilidade podem trazer riscos para lesões articulares
e musculares. Mas o principal problema é a íntima
relação dos baixos níveis de flexibilidade da porção
posterior das pernas, quadris e coluna lombar com as
dores lombares muito comum em mulheres e homens
adultos.
Continuação…
Para muitos “profissionais” as sessões de alongamento
configuravam-se como perda de tempo, a exceção das
modalidades esportivas onde esta componente
relaciona-se ao rendimento.
Hoje porém, os exercícios específicos de flexibilidade
tornam-se importantes nos programas relacionados à
saúde, sendo necessários pelo menos de 10 a 15
minutos de prática, durante a fase inicial das sessões
de Educação Física nas escolas ou nos clubes de
iniciação esportiva ou ainda em sessões de
treinamento com adultos, onde o tempo deve ser
maior.
Composição Corporal
A preocupação em estudarmos e determinarmos a
composição corporal surgiu da necessidade de melhor
entendermos a distribuição e a quantificação dos
principais componentes estruturais do corpo.
Refere-se ao fracionamento do peso corporal em seus
diferentes componentes (GUEDES & GUEDES, 2006).
–Massa Magra – (água, ossos e músculos)
–Massa Gorda – (tecido adiposo/gordura)
Esta última componente tem-nos preocupado bastante
pela sua forte relação com o surgimento de doenças
crônicas.
Continuação…
Nos anos 80 a composição corporal passou a ser
considerada um fator determinante da aptidão física
relacionada à saúde, isto devido a crescente
associação de seus componentes corporais com as
doenças degenerativas ligadas a obesidade (excesso
de gordura corporal), como as doenças
cardiovasculares, diabetes e câncer.
Nos últimos 25 anos, o interesse sobre a mensuração
da Composição Corporal, teve um aumento muito
grande, devido à relação dela com a saúde e o
desempenho esportivo.
Como medir os
componentes corporais?
Estudar a Composição Corporal significa determinar por
meios diretos ou indiretos, as quantidades (valores
absolutos) e proporções (valores relativos) dos
componentes corporais (NAHAS, 1999).
–Métodos Diretos – dissecação macroscópica ou extração
lipídica.
–Métodos Indiretos – ressonância magnética, Absortometria
radiológica de dupla energia, tomografia axial, ultra-sonografia,
pesagem hidrostática e outros.
–Métodos Duplamente Indiretos – antropometria, bioimpedância
e outros.
Continuação…
Desde o inicio do século XX as espessuras do tecido
adiposo subcutâneo têm sido mensuradas para efeito de
predição da gordura corporal total. O método e suas
equações evoluíram, tornando-se hoje o mais usual,
principalmente em pesquisa epidemiológicas (WILMORE e
COSTIL, 2001).
Estamos falando das medidas de dobras cutâneas que
são mais práticas e baratas, permitindo um cálculo
estimado do %G (percentual de gordura corporal) de um
indivíduo.
Essas medidas são realizadas através de aparelhos
especiais chamados de plicômetros ou compassos de
dobras. As medidas são feitas em mm em pontos pré-
determinados. Existem vários protocolos para se
determinar o %G e geralmente usam-se de 2 a 7
dobras cutâneas.
–A dobra cutânea é constituida de uma camada
dupla de pele e da gordura sub-cutânea.
Plicômetro
Observação!!!
Não é a quantidade total de peso que importa em
termos de saúde, mas a proporção de gordura
em relação a de músculos e ossos!!!
Ex.: Algumas pessoas são pesadas porque tem músculos
muito desenvolvidos ou uma ossatura pesada, mas nem
por isso são gordas. Por outro lado, muitas pessoas
estão no “peso ideal” e são obesas!
A porcentagem de gordura corporal ideal é:
–Homens adultos jovens 12% a 15% (ideal) – acima de 25%
(obeso)
–Mulheres adultas jovens 22% a 25% (ideal) – acima de 33%
(obesa)
(NIEMAN, 1999; GUEDES & GUEDES, 2006))
Índice de Massa Corporal - IMC
Uma maneira simples e prática de determinar
se a massa corporal (peso) de uma pessoa
está dentro do recomendável para a saúde é
através do cálculo do IMC – Índice de Massa
Corporal, também conhecido como Índice de
Quetelet:
Massa Corporal em kg
Estatura em metros ²IMC =
Continuação…
IMC Classificação
Até 18,4 Baixo Peso
18,5 – 24,9 Faixa Recomendável
25 – 29,9 Sobrepeso
30 – 34,9 Obesidade I
35 – 39,9 Obesidade II
40 ou mais Obesidade III
Tabela proposta pela OMS – NAHAS, 2001