"Pensar não se reduz, acreditamos, em falar, classificar em categorias, nem mesmo abstrair.
Pensar é agir sobre o objeto e transformá-lo." Jean Piaget, no livro Problemas de Psicologia
Genética
Para esta concepção, não há o primado do sujeito nem do objeto, pois o conhecimento decorre do
processo de interação constante entre sujeito e objeto.
O sujeito tem um papel ativo no sentido de incorporar às suas estruturas os dados do ambiente,
modificando-os e criando estruturas cada vez mais complexas que vão lhe permitir o domínio desse
ambiente e, se necessário, sua transformação.
O ensino consiste no provimento de atividades desafiadoras que levem o educando a buscar novos
conhecimentos. São atividades preparadas para que os indivíduos acionem seus processos mentais,
num mecanismo ativo de assimilação dos dados do ambiente às suas estruturas, modificando-as
para incorporar esses novos dados, num movimento contínuo de desequilíbrio e equilíbrio.
A aprendizagem é um processo ativo que ocorre no sujeito, através de uma interação constante com
o ambiente, na qual estruturas cada vez mais complexas vão sendo construídas. As informações, os
conteúdos a que os educandos estão expostos vão sendo processados internamente num movimento
de construção, que torna essa perspectiva também conhecida como construtivista.
Várias correntes aparecem nesta tendência interacionista com implicações importantes para o
ensino e a aprendizagem. Uma delas é a que vem sendo denominada de sociointeracionista
construtivista (ou construtivismo sociointeracionista) e que envolve uma inter - relação entre as
concepções de Piaget e Vygotsky.
O conhecimento é um processo socialmente construído: através da interação do sujeito com o
“outro”, torna-se possível a incorporação dos conhecimentos sistematizados e o reconhecimento de
sua determinação histórica, ao mesmo tempo em que esse mesmo sujeito se reconhece como
participante do processo histórico de produção do conhecimento.
A construção do real pelo sujeito é um processo sociocultural, pois envolve um sujeito de uma
determinada cultura, com hábitos, valores próprios, em interação com outro sujeito, também datado
e situado historicamente.
As premissas básicas apresentadas determinam ao professor um papel muito mais maior do que o de
um mero “facilitador” do processo de aprendizagem, pois exerce uma função vital na relação que
estabelece com os educandos, dependendo também dele a conquista do conhecimento pelos alunos.
Na sala de aula o conhecimento não é apenas transmitido pelo professor e apropriado pelos alunos.
Os estudantes são exigidos como parceiros na construção do conhecimento, que é disputado, aceito,
rejeitado, elaborado no processo concreto de interlocução. Assim, a interação em sala de aula é
potencialmente conflitiva, pois nela se visa a substituição dos saberes do aluno por outros saberes.
6