Análise da estrutura narrativa do conto O Jardim selvagem, da autora Lygia Fagundes Telles. Descrição dos elementos da narrativa. Análise literária das personagens e seus desenvolvimentos no texto.
"O Jardim Selvagem", escrito por Lygia Fagundes Telles, segue a linha das outras narrat...
Análise da estrutura narrativa do conto O Jardim selvagem, da autora Lygia Fagundes Telles. Descrição dos elementos da narrativa. Análise literária das personagens e seus desenvolvimentos no texto.
"O Jardim Selvagem", escrito por Lygia Fagundes Telles, segue a linha das outras narrativas da autora, focando no feminino e em histórias sobre mulheres e suas dificuldades cotidianas. A trama abrange cerca de três a quatro meses, desde o casamento de Ed e Daniela até o desfecho. A história é narrada por uma criança, e sob seu ponto de vista, temas adultos como a relação matrimonial, o preconceito e a morte são analisados. O conto apresenta uma atmosfera misteriosa e reflexiva, com personagens cativantes e uma escrita sensível.
Texto curto e dinâmico, ótimo para trabalhar com turmas a partir do 7º ano do ensino fundamental.
Size: 10.86 MB
Language: pt
Added: Jul 23, 2024
Slides: 16 pages
Slide Content
Conto O jardim selvagem Profa. Lidia Lerbach
Lygia Fagundes Telles (1923-2022) foi uma escritora brasileira. Romancista e contista, foi a grande representante do movimento Pós-Modernista. Foi membro da Academia Paulista de Letras, da Academia Brasileira de Letras e da Academia de Ciências de Lisboa. "A escritora, membro da Academia Brasileira de Letras e ganhadora de prêmios como o Jabuti e Camões, faz parte da terceira geração modernista (ou pós-modernismo). Assim, suas narrativas caracterizam-se por uma prosa intimista, centrada na dimensão psicológica dos personagens e, algumas vezes, marcadas pelo realismo mágico ou fantástico, sem perder de vista a visão política e social de seu tempo, pois, como afirma a autora: “Sou, como escritora, uma testemunha desse nosso tempo e dessa nossa sociedade”.
Tio Ed Daniela Mistério Morte Suspeita Dúvida Ducha Tia Pombinha
Elementos da Narrativa
Analisando os elementos da narrativa: Narrador (quem narra? Qual o foco da narrativa) Personagens (caracterize-as, são cheias ou planas?) Enredo – (qual é o conflito? Quando se dá o clímax) Tempo (como se organiza, cronológico ou psicológico?) Espaço (caracterize) *faça no caderno
Foco narrativo: em 1ª pessoa – personagem. Trata-se da personagem Ducha, uma menina de cerca de 12 anos de idade, sobrinha dos protagonistas. Narrador:
Personagens principais : Daniela – protagonista – anti-heroína (esférica): Mulher misteriosa, de cerca de 40 anos, de quem pouco se sabe. É charmosa, se veste nos melhores costureiros, só usa perfume francês, toca piano e usa sempre uma luva na mão direita, a qual não tira pra nada. São personagens complexos, cujas atitudes podem surpreender o leitor e até mudar o curso da narrativa.
Personagens secundárias: Tia Pombinha – secundária (plana): Irmã de tio Ed e tia da narradora, a menina Ducha, que mora com ela. É uma senhora típica, solteira ou viúva, supersticiosa, que sempre cuidou do irmão como um filho. Ducha – secundária – narradora (plana): Menina de cerca de 12 anos, mora com a tia, é muito curiosa e perspicaz. Narra a história sob o seu ponto de vista de menina, o que, de certa forma, mina a credibilidade dos fatos narrados, pois criança fantasia as coisas. Personagem plana: são personagens de baixa complexidade, de personalidade simples e ações previsíveis.
Cozinheira de Ed e Daniela – secundária (plana): É a típica empregada doméstica, que se encontra com sua amiga Conceição na casa de D. Pombinha e fala da vida dos patrões. É por meio dela que ficamos sabendo sobre as ações de Daniela e ficamos conhecendo o seu lado obscuro. Personagens secundárias: Conceição – secundária (plana): Empregada de tia Pombinha, é amiga da cozinheira e aparece muito pouco na narrativa, apenas nos momentos em que a amiga traz notícias da casa de Daniela.
Espaço: físico Há dois espaços descritos no texto: - A casa de tia Pombinha, de onde a narradora nos conta a história. - A chácara onde mora Daniela e tio Ed, que nunca chegamos a “conhecer”, propositadamente, talvez, para aumentar a aura de mistério, já que se trata de um lugar não detalhado e, provavelmente, afastado. Espaço:
Há a predominância do tempo cronológico, o que se pode observar pela ordem linear da narrativa, marcada pelos marcos temporais, como nesses exemplos: Mais tarde, quando eu já enfiava a camisola... Na manhã de sábado, quando cheguei para o almoço A conversa no mês seguinte com a cozinheira Mas levei o maior susto do mundo quando dois meses depois tia Daniela telefonou da chácara para avisar que tio Ed estava muito doente. Tempo:
Apresentação: no início do conto, ficamos sabendo que tio Ed havia se casado sem comunicar à família, que nem conhecia a noiva, Daniela. Tia Pombinha está bem chateada por isso. Dá pra saber também que a narradora, a menina Ducha, mora com sua tia. Desenvolvimento: nas conversas entre tia Pombinha e Ducha, são dadas ao leitor mais algumas informações acerca das personagens: Ed é irmão mais novo de tia Pombinha, que o criou como filho. Tia Pombinha conhece Daniela cerca de um mês antes, e gosta muito dela. Complicação: um dia, a ex-cozinheira de Daniela chega na casa de tia Pombinha e diz que saiu do emprego devido ao modo estranho da patroa. Ela descreve uma mulher fria, estranha e misteriosa, que foi capaz, por exemplo, de matar o cachorro de estimação com um tiro no ouvido, alegando que ele estava doente. Clímax: o clímax se dá quando vem a notícia que tio Ed estava muito doente. Desfecho: a empregada anuncia que tio Ed se suicidara com um tiro. Enredo linear: