SOCIOLOGIA / CADERNO 1 e 2 - 5
informação que influencia em nossa forma de pensar e agir, atingindo o comportamento individual, social,
cultural e institucional; como o caso da alteração de valores sociais dos jovens, as banalidades de
questões sociais (pobreza, desemprego, violência, corrupção) e a opinião pública (posicionamento
reflexivo e prático das pessoas em determinadas situações específicas sobre questões socioeconômicas,
política-jurídico e cultural-ideológica).
Os donos dos meios de comunicação de massa são os novos donos de um poder moderno e
tecnológico, pois eles têm em suas mãos instrumentos que podem influenciar, controlar, manipular ou
interferir nas estruturas sociais, seja nas instituições sociais, econômicas ou políticas; a mídia de massa
têm dono, são grupos de pessoas que vivem de lucro, logo suas empresas estão a serviço de seus
interesses, que com certeza não é o da sociedade como um todo. Os meios de comunicação de massa se
relacionam intimamente com o capitalismo. A mídia exerce seu poder de uma forma ideológica,
camuflando suas intenções através da exposição de marketing sistematicamente e intensivamente visando
incutir na cabeça das pessoas perspectivas alheias aos seus próprios interesses. Isso acontece, por
exemplo, na veiculação de comerciais, novelas, filmes, desenhos, programas, séries, telejornais ou jornais
escritos, revistas, rádios e etc. (PIERRE BOURDIEU).
Identidade
A identidade é um conceito importante que devemos entender. Todas as pessoas se identificam
com alguma coisa e, também, recorrentemente usamos essa palavra em nosso cotidiano. Mas, para as
ciências sociais o que ela significa?
Vamos pensar nos seguintes termos: o que define um povo, apesar disto compor sua cultura, não é
uma mera demarcação territorial ou sua língua, mas, todo um conjunto de características – sociais,
políticas e culturais – que o fazem um grupo indenitário, se diferenciado, assim, de outros grupos.
Logo, o que faz um determinado povo se diferenciar de outro é justamente a identidade. Portanto, a
identidade:
Propicia a sensação de pertencimento, fazendo com que cada indivíduo dívida a sociedade em
dois grupos: nós e eles. Os que são como eu e os que não são. Desse modo, sabemos quem somos por
sabermos que não somos o outro. A identidade, portanto, é definida pela diferença, estabelecida por uma
marcação simbólica relativa a outras identidades (ARAUJO, 2012).
A identidade está internalizada em nós. Assim, muitas vezes, suas características passam
despercebidas, a ponto de indivíduos perceberem que fazem parte de um grupo somente quando são
postos à frente de um outro grupo indenitário.
Na modernidade, a consolidação de grandes identidades coletivas foi uma marca importante,
principalmente aquelas originadas pelas condições de existência, como as identidades de classe ou
nacionais. Entretanto, nas últimas décadas, as transformações sociais ocorridas em todas as sociedades
modificaram os elementos constituintes das identidades. Nesse contexto, identidades são construídas em
relação a demandas específicas de diferentes grupos, definidos com base em critérios como etnia, gênero
etc.
Para a Antropologia, a identidade ela não é inata, sendo a mesma construída. Ela é construída,
justamente, por intermédio de nossas relações sociais, crenças e costumes. Logo, no próprio indivíduo
várias identidades podem ter espaço. Por exemplo, uma pessoa pode se identificar como “homem”,
“católico” e “de esquerda”. Todas essas formas de enxergar o mundo, são identidades. As identidades,
para a antropologia, não devem ser hierarquizadas, umas como mais evoluídas do que outras.
Continuando, a identidade não deve ser apenas uma questão de uso de objetos. Por exemplo, se
identificar enquanto “índio” não deve ser interpretada como uma questão de usar arco, flecha e pintar o
rosto. Ser “índio” é muito mais do que isso. Para os antropólogos, a temática tange a um modo de ser e
não um modo de aparecer. Ou seja, o índio não deixa de ser índio por não usar coisas ligadas a tradição,
e muito menos deixa de ser por usar coisas advindas de outras culturas. Nós, brasileiros, por exemplo,
usamos uma série de coisas de outras culturas e não deixamos, ainda, de ser brasileiros. Eduardo
Viveiros de Castro (2006), ilustra bem a questão:
A identidade designava para nós um certo modo de devir, algo essencialmente invisível, mas nem
por isso menos eficaz: um movimento infinitesimal incessante de diferenciação, não um estado massivo de
“diferença” interiorizada e estabilizada, isto é, uma identidade. (Um dia seria bom os antropólogos pararem
de chamar identidade de diferença e vice-versa.) A nossa luta, portanto, era conceitual: nosso problema
era fazer com que o “ainda” do juízo de senso comum “esse pessoal ainda é índio” (ou “não é mais”) não
significasse um estado transitório ou uma etapa a ser vencida. A ideia é a de que os índios “ainda” não
tinham sido vencidos, nem jamais o seriam. Eles jamais acabariam de ser índios, “ainda que”... Ou