Curso de oratória 2018 Senac.pdf

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About This Presentation

oratória


Slide Content

CURSO

DE

ORATÓRIA














Telma Carvalho Ferreira

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SUMÁRIO

CONTEÚDO PROGRAMÂTICO PÁGINA

RETÓRICA E ORATÓRIA 3
ELOQUÊNCIA 3
CONCEITOS RELACIONADOS À COMUNICAÇÃO 4
ASPECTOS DE MAIOR IMPACTO 6
COMUNICAÇÃO EFICAZ 8
TRANSMISSÃO DE CREDIBILIDADE
8

ESTUDO DAS VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS QUE ENVOLVEM O
MEDO DE FALAR EM PÚBLICO


VENCENDO A INIBIÇÃO E O MEDO DO PÚBLICO 12
POSIÇÕES PERCEPTIVAS E SUAS VARIÁVEIS, OBJETIVOS,
ESTRATÉGIAS E ARGUMENTAÇÃO

O ORADOR 14
EXPRESSÃO CORPORAL 14
RESPIRAÇÃO 16
VOZ 16
DICÇÃO 17
GESTOS 20
SEMBLANTE 21
TÉCNICAS APLICADAS À S APRESENTAÇÕES BASEADAS NA
ORATÓRIA LINGUÍSTICA

FALA DE IMPROVISO 22
DICAS PRÁTICAS DE UMA APRESENTAÇÃO DE SUCESSO 25
ROTEIRO APRESENTAÇÃO COM EXCELÊNCIA 26
USO DE NOTAS 29
USO DE MICROFONE 30
APRESENTAÇÃO DE ORADORES 31
ENTREVISTA COM A IMPRENSA 31
ERROS DE PORTUGUÊS FREQUENTES NO MUNDO
CORPORATIVO
32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39

3



RETÓRICA E ORATÓRIA
“Fale-me para que eu te veja” - diziam os gregos. A retórica tem sua origem no grego rhetor, que significa
“orador em assembleia”. A retórica surgiu em Siracusa, na Sicília, no século IV a.C. É de lá o primeiro
manual sobre a retórica de que se tem notícia, de autoria de Córax. Outros surgiram como Demóstenes,
Cícero e Quintiliano, mas o mais renomado é ainda a "Arte Retórica de Aristóteles".
Esses filósofos tinham algo em comum em relação à retórica: insistiam em incluir a memória como parte
essencial do processo, afinal foi nesse período que teve início o conjunto de regras mnemônicas, que
culminaram nos modernos cursos de Leitura Dinâmica e Memorização.
Apesar de, atualmente, o vocábulo “retórica” haver sido associado a um sentido pejorativo, e apenas
“oratória” estar sendo utilizado para caracterizar a arte de falar em público, ambos estão ligados à
eloquência e podem ser definidos como um conjunto de regras para convencer, persuadir, comover
pessoas e promover ideias.
A oratória de antigamente foi se adaptando à linguagem e aos costumes de cada povo. "O que houve, na
verdade, foi uma grande transformação nas exigências dos ouvintes e consequentemente na
orientação do ensino da arte de falar. O auditório de hoje solicita uma fala mais natural e objetiva,
sem os adornos de linguagem e a rigidez da técnica empregada até o princípio do século", afirma
Reinaldo Polito
A ELOQUÊNCIA
Foi na Grécia que a oratória encontrou campo fértil para o desenvolvimento. Para os gregos, saber falar
adequadamente em público era uma das mais importantes qualidades que um homem poderia demonstrar.
Antes restrita a alguns cidadãos de destaque, aos poucos, a eloquência e a capacidade de falar em público
passou a ser considerada uma capacidade que podia ser adquirida e desenvolvida por meio de estudo e
treinamento.
O objetivo do orador é fazer com que seus ouvintes se convençam de que o que estão ouvindo é verdade.
E como é verdade o que o orador está dizendo, deverão aceitar suas palavras, praticar seus ensinamentos
e seguir o caminho que lhes é apontado. O orador que conseguir tal resultado é um orador eloquente.
O orador eloquente usa mais o coração do que o cérebro. Isto porque é com os bons sentimentos que
lhe enchem o coração que compõe suas preleções. O orador que usa apenas o cérebro poderá falar muito
bem; pronunciará magníficos discursos, mas não será eloquente.
Um orador eloquente deve agir com:
Naturalidade
Nada de palavras bombásticas, termos difíceis, expressões rebuscadas. Do menos letrado ao mais letrado
ouvinte precisam entender o que o orador diz. Obteremos esse efeito se falarmos de um modo natural; por
conseguinte, pronunciaremos nossas preleções usando da mesma naturalidade que empregamos quando
conversamos com nossos amigos e lhes expomos nossas ideias.

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Entusiasmo
É o entusiasmo que dá vida às palavras do orador. Um discurso pronunciado friamente, sem animação,
sem vivacidade, não convence ninguém. O orador entusiasta fala animada e fervorosamente; suas frases
são vigorosas, ardentes, afirmativas.
❖ Cuidado
Falar entusiasticamente é simplesmente traduzir em termos claros e precisos todos os bons pensamentos
que o orador guarda em seu íntimo. Cada um de nós, se falarmos daquilo a que nos dedicamos,
encontraremos facilmente o entusiasmo comunicativo que é um dos mais belos predicados do orador
eloquente.
Conhecimento
Não podemos falar com segurança daquilo que não conhecemos. Nunca poderemos ensinar o que não
sabemos. É, portanto. Imprescindível que o orador possua conhecimentos profundos da matéria sobre a
qual discorre. Quem quiser preparar-se para a oratória, não deve ater-se somente à leitura, deve estar
sempre pronto a ouvir, e de tudo tirar ensinamentos para transmiti-los a seus ouvintes.
Sinceridade
Um dos atributos do orador eloquente é a sinceridade. Ele vive exatamente de acordo com aquilo que
prega; pauta seus atos rigorosamente de conformidade com os ensinamentos que ministra; é, enfim, um
exemplo vivo a testemunhar como comportamento aquilo que diz com a boca.
Coragem
A coragem é a virtude principal de um orador que aspira à eloquência. O orador corajoso despreza os
preconceitos; fala impulsionado pela Verdade; não teme o auditório, qualquer que seja; ergue
intrepidamente a voz para iluminar os ouvintes, por mais adversas que sejam as circunstâncias.

Comunicador nota 10
"O comunicador ideal é aquele que fala bem, com técnica, elegância, fluidez, inteligência e naturalidade,
conquistando facilmente a atenção e a simpatia dos ouvintes. Seu bom humor contagia, sua agudeza de
espírito envolve e cativa os demais em qualquer contexto, tanto quanto a um grande número de pessoas,
em situações formais ou informais, profissionais ou sociais".
Reinaldo Passadori

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CONCEITOS GERAIS RELACIONADOS À COMUNICAÇÃO
Na evolução da humanidade nenhuma outra arte desempenha papel mais importante e mais cheio de
magníficas realizações do que a Comunicação. É ela que espalha por entre as multidões os generosos
pensamentos dos trabalhadores do espírito. O pensador concretiza no livro o resultado de seus esforços,
de suas meditações e de suas vigílias.
Não é difícil seguirmos o curso da evolução humana por meio da palavra dos oradores, porque eles são
os líderes dos povos. Em todos os departamentos das atividades humanas, deparamos com a ação
fecunda dos oradores guiando, esclarecendo, instruindo, plantando nas mentes e nos corações de seus
ouvintes as sementes das quais germinarão modalidades de um viver mais nobre.
Para a disseminação de uma doutrina, para o triunfo de um ideal, ainda é à oratória que devemos recorrer.
Um auditório moderno não é mais composto de cem ou duzentos ouvintes; milhões deles podem ser
alcançados ao mesmo tempo, graças às maravilhas da técnica moderna.
A comunicação é o instrumento pelo qual nos relacionamos, ou seja, é o instrumento de expressão de
nosso interior, do que pensamos, do que queremos, do que acreditamos.
Para que a Comunicação ocorra são necessários

EMISSOR – é aquele que fala, dá as informações. Deve ser claro, objetivo e entusiasta.
RECEPTOR – é aquele que ouve. Pode ser simpático, adverso ou mesmo indiferente.
MENSAGEM – é a ideia que se transmite. A interpretação depende das vivências e conhecimentos do
receptor.
CANAL – é o meio que o comunicador utiliza. Por exemplo: linguagem, gestos, postura e voz.

Processo
codificação decodificação
Emissor
Quem?
Mensagem
O Quê
Receptor
A Quem?
Retorno
Canal

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Os profissionais necessitam escolher os métodos mais adequados à comunicação efetiva, tendo especial
cuidado nos momentos de codificação e decodificação da mensagem, visto que o processo da
comunicação depende muito da questão da percepção, que varia muito de pessoa para pessoa. Nesse
sentido, o retorno assume fundamental importância para se rever e avaliar o que é transmitido e
efetivamente apreendido.
Para que o receptor (plateia, público ou auditório) possa compreender bem a mensagem, o orador deve
fazer o melhor uso da voz, dos gestos e da postura, ou seja, da comunicação verbal e não verbal
Vejamos:
VERBAL NÃO VERBAL FACTUAL

LINGUAGEM ORAL
LINGUAGEM ESCRITA

APRESENTAÇÃO PESSOAL
GESTOS
POSTURA
SÍMBOLOS

COORDENAÇÃO/DOM ÍNIO
- atividades profissionais
USO / ADMINISTRAÇÃO
- espaço, tempo, conflito
DECISÃO / PRÁTICA
- ações

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
A comunicação é a habilidade e o recurso mais importante no relacionamento humano. Sua eficiência ou
ineficácia se refletirá nos resultados profissionais.
A comunicação pode ampliar ou limitar conhecimentos, facilitar ou dificultar o desempenho pessoal e
profissional. Por meio da comunicação, podemos explicitar objetivos, revelar poderes e culturas que
norteiam as relações profissionais e interpessoais no ambiente de trabalho.
ASPECTOS DE MAIOR IMPACTO NA COMUNICAÇÃO
Emissor e transmissor
São papéis assumidos tanto pelo atendente quanto pelo cliente, em uma verdadeira interação dos três
tipos de comunicação:
Verbal: por meio da escrita e da fala;
Não verbal: a fisionomia, os gestos;
Factual: quando se considera a prática, a habilidade, a experiência passada, o exemplo dado, que levam
o profissional a ter fama positiva ou negativa.

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Estudos mostram que, do que se aprende, apenas 7% é da mensagem verbal, o resto é não verbal e
factual.
Comunicação Verbal
➢ Domínio do assunto
➢ Vocabulário – mesmo do interlocutor
➢ Frases curtas, longas e intercaladas
➢ Pontuação clara e variada
➢ Articulação de ideias
➢ Uso de recursos audiovisuais
Comunicação Não verbal
➢ Mobilidade de cabeça e rosto
➢ Olhar direcionado a todos, a alguns e ao vazio
➢ Gestos enriquecedores
➢ Tom de voz adequado ao ambiente
➢ Fluência e ritmo – altos e baixos
➢ Respiração
Comunicação Factual
➢ Coordenação e domínio das atividades profissionais
➢ Uso do espaço, administração do tempo e dos conflitos no ambiente de trabalho, ser exemplo de
ação
➢ Ser decidido e prático nas propostas de ação
RUÍDOS
A comunicação é um processo circular contínuo que vai do emissor ao receptor, voltando ao emissor
e assim por diante, baseado no retorno (“feedback”). A repetição e meticulosa escolha das palavras
reduzem o “ruído” que bloqueia a comunicação clara.
Ruído, nesse caso, significa tudo aquilo que inibe ou obstrui o fluxo normal de informações entre o
emissor e o receptor. Alguns tipos de ruídos incluem vocabulário e conceituação imprecisos ou má
compreensão por parte dos clientes, da plateia, além de outros fatores de distrações tais como o fato
de o orador / atendente apresentar problemas de dicção.

Comunicação é um diferencial competitivo

Comunicar-se bem deixou de ser uma competência técnica para algumas atividades específicas para
tornar-se um diferencial competitivo em todas as áreas.
“Não somos valorizados pelo que sabemos, mas pelo que fazemos com aquilo que sabemos” ,
garante Reinaldo Passadori, diretor do Instituto Comunicação Verbal Reinaldo Passadori.
O problema é que o sistema educacional não prepara as pessoas para se comunicarem eficientemente.
Forma profissionais despreparados e, sobretudo, receosos para falar em público.

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E não é somente numa palestra que a arte de falar bem se mostra importante, mas a todo o momento da
vida profissional é exigida essa habilidade. Em reuniões, negociações, venda de ideia/produto, entrevistas,
treinamentos, debates, atendimento, relacionamentos são exemplos de situações onde uma boa
comunicação é necessária.
Ela ainda se coloca como aliada para fazer-se entender, persuadir, convencer, ensinar, motivar, liderar
e seduzir. Usar e valorizar todo seu potencial.
COMUNICAÇÃO EFICAZ
Apesar de a capacidade de comunicar ser inerente à pessoa humana, nem sempre a comunicação é eficaz.
Algumas barreiras podem interferir na boa comunicação.
Fatores que contribuem para tornar a comunicação mais eficaz:
➢ O emissor deve ter conhecimento do assunto e acreditar na mensagem ou na intenção que está
por detrás dela.
➢ O assunto deve despertar o interesse do receptor.
➢ O vocabulário dos comunicadores deve ser semelhante.
➢ O tempo e as interrupções devem ser administrados.
O modo como nos relacionamos com as outras pessoas e com o ambiente em que vivemos é fundamental
na comunicação. O nosso comportamento pode ser desenvolvido gradativamente a partir das
necessidades de aperfeiçoarmos a nossa comunicação. Para isso necessitamos refletir sobre o nosso
papel de:
Transmissor: Quais os sentimentos e as ideias que realmente transmito às pessoas?
Receptor: Como eu ouço e percebo as emissões verbais e não-verbais das pessoas?
ANÁLISE DOS TIPOS DE MANIFESTAÇÕES DA FALA PÚBLICA
TRANSMISSÃO DE CREDIBILIDADE
Para que nossa comunicação se torne ainda mais eficaz, a ponto de garantirmos credibilidade, podemos
desenvolver alguns recursos interpessoais, os quais facilitarão nossa mudança de atitude:
Empatia é a habilidade de se colocar no lugar do outro. Dessa forma, podemos compreender as pessoas
e considerar as diferenças individuais.
Comunicação face a face é mais transparente do que as ordens escritas, cartas e impressos em geral. A
comunicação torna-se fácil e clara, pois as expressões corporais facilitam o” feedback”.
Saber ouvir é uma qualidade que facilita a comunicação, assim como prestar atenção e tentar
compreender o conteúdo não manifesto por meio da observação dos aspectos não-verbais.
Adequar a mensagem. A mensagem será mais eficaz se o momento for adequado para transmiti-la. O
receptor deve estar pronto para receber a mensagem. O tempo e o ambiente devem ser propícios.

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SABER FALAR
O comunicador usa a palavra para informar, persuadir e provocar uma ação conforme seu objetivo, sua
mensagem, sua audiência. Usa, para tanto, da conversação com naturalidade. Qualifica sua voz pela
altura, timbre e intensidade e está sempre empenhado em aperfeiçoá-la por exercícios e pela observação
de outras pessoas e de si mesmo.
COMO FALAR
Há certas medidas gerais que cada um de nós poderia tomar para ter uma boa voz e desenvolver suas
qualidades. São regras simples que nos ajudam a manter nossa voz boa e forte e a protegê-la de abusos
físicos:
a) Empregue um volume de voz moderado em todas as situações do dia. Fale de forma tranquila.
b) Não queira competir com a conversação em voz alta em festas e reuniões.
c) Evite falar muito quando estiver cansado, com a garganta seca ou quando estiver sob tensão.
Descanse pelo menos 30 minutos. Relaxe o corpo e a mandíbula.
d) Em vez de pigarrear ou tossir, tente engolir a saliva, fazendo uma pausa, respirando
profundamente.
e) Quando estiver resfriado ou com algum problema na garganta, não fale cochichando. Mantenha o
volume de voz moderado, com ótimo nível tonal.
f) Mantenha sua cabeça ereta quando falar. Lembre-se disso especialmente quando estiver falando
ao telefone. A razão é que quando você fala, a laringe se eleva, e se inclinar a cabeça para um
lado ou para baixo, a mesma é pressionada.
g) Sempre deixe o seu abdômen se mover livremente, a respiração abdominal é necessária para
melhor uso da voz.
h) Tente manter a boca fechada quando estiver em ambiente externo, no frio ou neblina.
i) Procure não exagerar em gelados. Se assim for, procure fazê-lo quando estiver sentindo calor
excessivo.
j) Use pausas respiratórias mais frequentes, .
O QUE FALAR
Para que a comunicação se dê de forma satisfatória é necessário que o comunicador tome alguns cuidados
pertinentes ao que vai falar:
a) Use o volume certo da voz.
Fale com voz suficiente para que a pessoa o escute sem que você precise repetir. Fale normalmente.
b) Use a velocidade correta para falar.
Falar muito rápido pode causar mal-entendidos e criar desconfiança. Não confundir ser breve com ser
veloz. Fale em uma velocidade regular de conversação. Falar muito lento também é problema. Dá a
impressão de se estar com preguiça e falta de interesse.
c) Use riqueza de variação de voz.
Pessoas gostam de falar com pessoas, não com máquinas. Por meio de entonações (mais graves ou mais
agudas) uma mesma palavra dentro de uma frase, ou letra dentro de uma palavra, pode transmitir emoções
diferentes quando pronunciada. Os sons graves são mais vigorosos e sérios enquanto os agudos são mais
alegres e vivos. Use a combinação dos dois para enfatizar ideias ou argumentos.

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d) Fale.
Para ser bem compreendido, é preciso ter boa dicção, falar com voz clara e expressiva. Articule bem
as palavras.
e) Use as palavras certas.
Para que a comunicação seja realmente efetiva, o código usado deve ser de conhecimento do receptor.
Assim, use palavras e termos que o receptor conheça; do contrário, ele não compreenderá sua
mensagem.
Não use siglas, códigos ou termos internos à sua empresa, fale com o cliente na linguagem dele. Use
vocabulário suficiente para se fazer entender, ou seja, certo e preciso. Procure adequar sua linguagem
à do seu receptor.
f) Crie uma boa imagem
No contato telefônico não existe a comunicação visual. Sendo assim, sua voz é que vai criar, na mente
do interlocutor, a sua imagem e a da sua empresa.
É importante não apenas o que você diz, mas também, como você diz. Sua voz deve dizer – Eu sou
cortês, diplomático, prestativo e competente.
Chame as pessoas pelo nome certo. Use a voz com um sorriso. Converse com a pessoa como se o
fizesse pessoalmente.
g) Uma pessoa pode falar e não dizer nada.
Diga o que você tem a dizer de uma maneira ordenada. Exponha seus argumentos e ideias de uma
maneira lógica e fluente. Envolva o cliente com sua fala.
SABER OUVIR
Ouvir é um ponto importante do trabalho de qualquer um, mas é uma habilidade vital para o comunicador
atender, compreender e desenvolver seu trabalho.
Embora a maior parte das pessoas seja inconscientemente má ouvinte, existem algumas que são ótimas.
Qualquer que seja a causa – falta de interesse, distrações, problemas pessoais, impaciência ou desacordo
com o que o interlocutor está dizendo – ouvir mal impede um bom desempenho. Muitas instruções, pedidos,
opiniões e vendas são perdidas por não ouvirmos corretamente. Assim, não só o nosso trabalho se torna
frustrante como nossa empresa tem um desperdício e uma ineficiência maior.
Um comunicador não pode descobrir as necessidades de um cliente sem compreender o que deseja,
portanto, questione.

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EM VEZ DE FALE

O senhor não está me ouvindo? Senhor, está me ouvindo?
O senhor não está com pressa? Senhor, está com pressa?
O senhor não acha que ...(evite achismo) O senhor considera que...
Não lhe parece interessante? Que tal, é interessante?
Não se preocupe. Fique tranquilo!

ESTUDO DAS VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS QUE ENVOLVEM O MEDO
DE FALAR EM PÚBLICO
Timidez atrapalha trabalho de líder de equipe
por Camila Micheletti
“No livro O Líder do Futuro, Peter Drucker deitou por terra a teoria de que um indivíduo já nasce líder.
Hoje, sabe-se que, embora algumas características sejam essenciais - entre elas, a facilidade de
comunicação - um líder é talhado no dia a dia”, aponta a psicóloga Suzy Fleury, em uma entrevista à revista
Pequenas Empresas e Grandes Negócios.
O grande problema das pessoas tímidas é tentar melhorar pegando como exemplo as pessoas mais
eloquentes que conhece. “Você idealiza muito, mas o seu perfil está distante daquele advogado que já fez
vários cursos de oratória, do pastor da igreja e do ator de TV”. A saída, segundo ela, é pegar as
características que você considera as melhores em você – seus pontos fortes – e usá-los em favor da
comunicação e do trabalho em equipe.
Por exemplo:
Ana é muito analista, pragmática e didática (também já foi professora). Explorou essas qualidades
na hora de falar em público que, juntamente com os cursos, fazem com que hoje ela seja uma pessoa
muito mais segura de si, e pegue o microfone sem medo de errar. “Foi preciso quebrar alguns medos, como
aprender a ser observada”. Essa mudança foi há 10 anos. “Foi decisivo para minha carreira decolar. A
partir desse momento, os resultados começaram a aparecer de verdade”.
Como se vê, a boa comunicação é fundamental, principalmente quando você é o líder da equipe.

Eis algumas dicas da profissional para fazer um bom trabalho de
liderança dentro da equipe:
• Gostar muito do que faz.
• Gostar de trabalhar com gente, dedicar-se ao trabalho de ouvir e interagir com as pessoas.
• Não desprezar nenhuma ideia ou oportunidade trazida pelos funcionários. Mesmo que pareça
estranha no começo, anote e pense com calma depois.

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• Ser um eterno observador, estar sempre atento ao clima, à integração e ao desenvolvimento de
todos.
• Fazer mensalmente uma dinâmica de grupo com toda a equipe – isso ajuda muito a conhecer cada
um dos colaboradores e detectar possíveis problemas.
VENCENDO A INIBIÇÃO E O MEDO DO FALAR EM PÚBLICO
Convidados a falar em público, o que sentimos?
Emoção? Inibição? medo?
Quando criadora, a emoção (entusiasmo) é ótima para a transmissão das ideias. Sem carga
emotiva, nossas ideias pouco penetram na mente e no coração do próximo.
O temor ofusca a razão, obscurece o entendimento, perturba o mecanismo psicoverbal,
embargando a voz.
Por que sentimos tudo isso? Porque é uma experiência nova e desconhecida; tudo que não
conhecemos nos amedronta. Não sabemos como fazê-lo ou não confiamos em nós mesmos; receamos
não realizar a tarefa a contento; temos medo de cair em ridículo. Quem sabe até já falhamos numa tentativa
anterior.
Geralmente o orador principiante defronta-se com este inimigo terrível: o medo. O medo de falar
de pé diante de um auditório levou ao fracasso inúmeras vozes que poderiam ter sido ardorosos oradores.
Custe o que custar, é preciso vencer o medo. Quando chega a hora de se ouvir o orador, ele se torna a
principal figura da reunião, da conferência, do seminário. Todos os olhares convergem-se para ele; é muito
justo e natural que se aposse dele um certo receio. Não importa; é levantar-se resolutamente com um
sorriso, tornar o lugar designado, ler (ou não) o tema e falar.

Como vencer o medo de falar em público
Conhecendo o desconhecido. Quando o enfrentamos e analisamos, o medo se dissipa. Uma
atitude decidida afugenta o medo.
Se não acabarmos com o medo do ridículo, ficaremos estacionários nesse campo. Enfrentemos,
pois, o desafio. Mas preparemo-nos para enfrentá-lo; conhecendo a técnica de falar em público;
controlando, pelo intelecto, a emoção; experimentando, treinando.
Ninguém “faz” um expositor ou um orador. As qualidades são inerentes à própria pessoa. Mas,
geralmente, qualquer pessoa que fala pode fazê-lo em público, bastando que:
Na comunicação, a clareza e a simplicidade devem caminhar junto com a objetividade e o
conhecimento do assunto. e com a sinceridade de quem fala. Um computador também transmite
mensagens. Mas fale com o coração e, por certo, suas palavras encontrarão eco nos corações.
“... quanto ao uso da palavra, por ser o maior veículo de comunicação entre os homens, há
necessidade de muito equilíbrio e sensatez quando usamos o verbo para nos comunicar, pois que, quando
falamos podemos construir ou destruir. É mister que haja sinceridade e fraternidade no coração, para que

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o pensamento ao traduzir-se em palavras, não se vista da falsa humildade que não convence, da exigência
que deprime.

É importante que o orador tenha noção de que não pode saber tudo, mas ao mesmo tempo ajuda estar
convencido de que com a preparação e o estudo que fez, não é provável que haja pessoas mais
conhecedoras sobre a matéria na plateia".

O treino é essencial, não só para ganhar confiança, mas também para corrigir erros. Um bom exercício é
treinar na frente de um amigo ou de uma câmera, para ver a própria performance e descobrir seus pontos
fracos e fortes.


Reinaldo Polito, conhecido internacionalmente como um dos maiores professores de oratória, tem algumas
dicas que possam fazer com que você perca o medo de falar em público.

DICAS

1. Domine o tema. Procure falar a respeito de um assunto sobre o qual você tenha domínio. Pode ser fruto
de sua experiência pessoal, acadêmica ou profissional. O fato é que conhecer o assunto com certa
profundidade torna sua exposição mais original, espontânea e cadenciada, conferindo‐lhe maior
tranquilidade e credibilidade.

2. Conheça seus ouvintes. Saiba previamente para quem irá falar e busque informações sobre seu perfil.
Cada audiência demanda uma abordagem diferenciada, porque tem características e expectativas
próprias. Imagine como dirigir-se a estudantes e executivos, jovens e idosos, pós‐graduados e pessoas
com menor grau de escolaridade. A linguagem e os exemplos seguramente serão distintos em cada
situação.

3. Conheça o espaço físico. Visite com antecedência o ambiente no qual irá discursar. Avalie suas
dimensões e o impacto sobre a acústica, a disposição dos assentos em relação ao palco ou ao local em
que você se posicionará, o índice de luminosidade, as áreas de circulação. Mais do que tudo isso, perceba
o ambiente a fim de sentir-se confortável no momento da exposição.

4. Use a roupa certa. Terno e gravata para homens, tailleur para as mulheres, certo? Não necessariamente.
Dependendo das características do evento, um traje mais informal pode ser recomendável e garantia de
sucesso.

5. Dê colorido à sua voz. Uma palestra tem como característica o fato de ser, em essência, um monólogo,
ainda que o conferencista utilize recursos variados, incluindo a participação da plateia. Por isso, durante a
exposição, alterne a entonação e a velocidade da voz, ora falando mais alto, ora sussurrando; ora
discorrendo pausadamente, ora acelerando as frases.

6. Pronuncie bem as palavras. Além de pronunciar as vogais em ditongos e os “r” e “s” em finais de palavras,
atente para evitar o uso de bengalas como “né?”, “ããã”, entre outras, uma vez que isso pode comprometer
a qualidade da comunicação. Procure sempre aprimorar sua dicção, articulando com correção palavras e
sons.

7. Cuidado com o vocabulário. A linguagem utilizada na comunicação deve estar alinhada ao perfil dos
participantes. Assim, jargão profissional e termos técnicos podem ser utilizados com seus pares, mas são
inadequados para uma audiência heterogênea. Além disso, tenha atenção especial em relação às regras
gramaticais, conjugação de verbos, concordância, coesão e coerência textual.

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8. Use a expressão corporal. Lembre‐se de que somente 7% do impacto da mensagem decorre de seu
conteúdo. Portanto, o sucesso da comunicação interpessoal não está naquilo que você diz, mas em como
se diz.

9. Conquiste a atenção dos ouvintes. Olhe com atenção para a plateia, percorrendo todo o ambiente.
Movimente‐se para alterar o campo visual de atenção. Aproxime‐se das pessoas e procure interagir com
elas. Perceba os sinais emitidos, de interesse ou dispersão em sua mensagem, alterando, assim, a
abordagem, seja por meio de inflexão de voz ou de mudança no foco temático. A ordem é persuadir e
cativar o público. E lembre‐se: os primeiros minutos de sua exposição são fundamentais. É o momento em
que as pessoas estão mais desarmadas e suscetíveis a serem conquistadas por você.

10. Cultive o bom humor. Conduza sua apresentação com naturalidade e descontração, transmitindo a
mensagem desejada de forma agradável, com tranquilidade e toques de bom humor. Um semblante sereno
e um sorriso autêntico são capazes de quebrar resistências, mudar opiniões e romper barreiras
aparentemente intransponíveis.

11. Cuidado com piadas e desculpas. Bom humor não remete necessariamente a contar piadas. Todavia,
caso deseje fazê‐lo, evite piadas de cunho político e religioso, pois é grande o risco de agradar a alguns e
ferir outros tantos. Também é aconselhável evitar desculpar‐se em razão de problemas físicos, por
exemplo: Se estiver resfriado, ao desculpar‐se por seu estado no início da apresentação, fará com que a
audiência concentre‐se ainda mais em seu problema, o qual poderia até passar despercebido.
POSIÇÕES PERCEPTIVAS E SUAS VARIÁVEIS, OBJETIVOS
ESTRATÉGICOS E ARGUMENTAÇÃO
O ORADOR
Orador é a pessoa que usa a palavra publicamente para espalhar ensinamentos ou arregimentar
adeptos em torno de uma ideia. Todo aquele que expõe um assunto para um determinado público, seja
esse numeroso ou não, é um orador, ou mais modernamente, um apresentador.
Um apresentador, normalmente, se forma pelo estudo e pela prática. O estudo fornece-lhe os
conhecimentos indispensáveis para ensinar seus ouvintes. O hábito de falar em público desperta
qualidades que não suspeitava possuir; desamarra-lhe a língua a ponto de conseguir sublimes efeitos
oratórios.
Observe os seguintes detalhes quando se dirigir ao público:
A EXPRESSÃO CORPORAL
1. Apresentação pessoal
“A roupa não faz o homem, mas faz o homem de sucesso”.
É certo que a apresentação não é tudo, mas auxilia e muito, pois o primeiro contato que o orador faz com
seu auditório é visual.
O orador deverá ter cuidados especiais com a barba, cabelo e sapatos, mas principalmente com a
roupa e adornos.
A roupa dependerá do auditório, embora o terno para homens ainda seja o mais recomendado.

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As oradoras devem ter atenção especial no comprimento das saias, tamanho dos saltos e uso de
maquiagem.
O orador precisa cuidar de sua pessoa. Ao levantar-se para falar aos ouvintes, deve fazê-lo de
forma bem cuidada, pois conquista imediatamente a simpatia do auditório, o que já lhe garante metade do
êxito.
Uma aparência pessoal satisfatória e atitudes físicas adequadas levam o público a ver no
comunicador alguém que sabe se conduzir bem. Induz à ideia de que o expositor tem senso de
autorrespeito e equilíbrio.
2. Postura
Deve ser natural, espontânea e flexível. Procure evitar posições inadequadas e desajeitadas: mãos nos
bolsos, apoio numa das pernas, inclinação demasiada do corpo, apoiar-se em mesas ou cadeiras; atitudes
decoradas e teatrais; andar em demasia de um lado para outro; manusear objetos, papéis, óculos, pincéis.
3. Cabeça e olhos
Os olhos, como a mímica facial, exercem grande influência no trabalho do orador. O teledinamismo do
olhar ajuda muito o orador a fazer com que suas palavras penetrem na mente dos ouvintes, além de mantê-
los atentos.
Mantenha a cabeça erguida, em posição natural, de forma que seus olhos possam passear por toda a
plateia. Olhe bem e veja o público, entretanto, sem encarar ninguém, nem se fixar apenas em determinadas
pessoas. Mostre segurança, olhando para todos os lados da assistência.
O público espera que você lidere a ação. É necessário que o orador demonstre confiança para alcançar o
êxito em sua preleção.
De todo o semblante, os olhos possuem importância mais evidenciada para o sucesso da expressão verbal.
A comunicação visual é importante porque não apenas fornece o “feedback”, mas também orienta a linha
de atuação, demonstra os sentimentos e pode valorizar a presença do ouvinte.
Aquele que não for olhado ou pouco olhado, irá sentir-se marginalizado no ambiente e poderá se
desinteressar pelo que está sendo tratado, ou ficar contra as ideias de quem fala.
Atitudes que devem ser evitadas:
• Olhar para baixo, para cima ou para os lados, pois o ouvinte terá a impressão de não dispor
da atenção.
• O extremo também deve ser evitado, pois olhar insistentemente, deixa o ouvinte pouco à
vontade.
• Olhar desconfiado (de um lado para o outro), pois gera incerteza da atenção merecida pelo
ouvinte.
• Olhar “limpador de para-brisa” (por cima, para os lados), pois causa desconforto aos ouvintes.
• Olhar perdido (vago), pois demonstra desinteresse pelos ouvintes.
4. A respiração

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O ato de respirar é um fator autônomo no ser humano, resulta da expansão (inspiração) e retração
(expiração) da caixa torácica e é um ato involuntário.
Durante uma palestra, faz-se necessário prestar atenção à respiração, pois ela é de fundamental
importância para o sucesso da exposição.

TÉCNICAS

Em função vocal, os exercícios serão feitos em combinação com emissão de sons:

1º Inspiração: nasal, suave, lenta, profunda, silenciosa
(pausa)
Expiração nasal, lenta, suave, prolongada.
2º Inspiração: idêntica a anterior.
(pausa)
Expiração bucal soprando muito suavemente; lábios em posição de assobiar.

3º Inspiração: idêntica a anterior.
(pausa)
Expiração bucal em “A” afônico.

4º Inspiração: O mesmo exercício em “O” afônico.

5º Inspiração: Inspiração: Pequenas inspirações rápidas pelo nariz até sentir que
os pulmões estão cheios de ar.
(pausa)
Expirar rapidamente com força.

6º Inspiração: nasal rápida e profunda.
(pausa)
Expirar emitindo consoantes fricativas.
s s s s s s s s s s
z z z z z z z z z z
j j j j j j j j j j j j j j j
ch ch ch ch ch ch

7º Inspiração: idêntica
(pausa)
Expirar contando em voz alta: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 etc.




5. A VOZ

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A voz é o principal instrumento da oratória. O ser humano é o único a se expressar por meio da fala, em
que são enunciadas as palavras que transmitem ideias e expressam sentimentos.
A voz pode ajudar no sucesso da exposição. Uma voz ritmada, clara e sonora agrada ao público. A agudeza,
a estridência, a dissonância e a monotonia são características indesejáveis. Algumas dessas características
são de origem física, outras decorrem de erros na emissão dos sons ou na pronúncia das palavras e podem
estar relacionados a problemas psicológicos ou falhas educativas.
A voz é classificada, segundo os registros em:
- Grave (ou voz de peito): própria para sons profundos, volumosos e cheios.
- Agudo (ou voz de cabeça): própria para sons superiores, agudíssimos, emitidos pela parte
superior da laringe.
- Médio (ou voz média): permanece entre os dois registros anteriores. É o registro que deve
predominar, para que se tenha maleabilidade na voz.
1. Timbre
Timbre é a qualidade do som, que nos permite distinguir uma voz da outra: é a verdadeira
personalidade da voz.
2. Intensidade
Intensidade ou volume é a força com que o som é produzido. Depende da potência da
expiração do ar contido nos pulmões. Por isso, a necessidade de uma melhor capacidade
pulmonar.
A fala muito baixa desinteressa a plateia, assim como a fala muito alta incomoda e dá impressão
de arrogância.
3. Pronúncia
Pronúncia é a forma como as palavras são ditas e depende muito da respiração.
Habitualmente, é observada a omissão do “s” e “r” finais e do “i” intermediário.
A pronúncia correta, além de facilitar a compreensão da plateia, valoriza a
imagem do orador.
4. Velocidade
Velocidade é o tempo que se gasta para pronunciar uma palavra ou frase.
Considerando que todas as pessoas gastam um tempo determinado para elaborar as
mensagens recebidas, a velocidade da fala não deve ser rápida demais, a fim de que se possa
compreender adequadamente.
DICÇÃO
Dicção é a qualidade suprema da voz, é o próprio ato de dizer.

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Depende fundamentalmente da respiração, pois sem ela não é possível a voz.
Para obter uma boa dicção, é preciso disciplinar o fôlego. Na oratória, é necessário aprender a
realizar uma respiração profunda, silenciosa e frequente. A respiração nunca deve ser forçada e
deve acompanhar a pontuação da frase dita ou o término do pensamento.
Os defeitos mais observados são:
1. Inspirar fora das pausas naturais.
2. Deixar os pulmões vazios para depois iniciar a inspiração.
3. Respirar com ruído ou ofegar.
Para melhor dicção recomenda-se:
• Respeitar a pronúncia correta das palavras.
• Fazer soar nas frases as palavras tônicas.
• Saber pronunciar os finais de frases, sem enfraquecê-los, para não tornar inexpressivas as
palavras.
• Saber dizer as frases, flexionando e utilizando todas as possibilidades da voz.
• O timbre de voz deve estar de acordo com o sentimento que se procura expressar.
• As imagens faladas devem ter vida.
• É preciso aprender a usar a arte do silêncio, de onde nasce a força das pausas.
• Articular bem...Articular claro...Sem comer sílabas.
ENTONAÇÃO
Entonação é a música da linguagem e tem por objetivo facilitar a compreensão.
Entonar significa variar os tons para não cair na monotonia, flexibilizar conforme a ênfase de cada
momento, variar de acordo com o sentido de cada palavra.
Por exemplo:
ASSASSINO ANJO GARGALHADA ESTRONDO
PERFUME SAMBA CRÁPULA ÓDIO
MELODIA AMOR PALHAÇO ABISMO
BIRUTA FUNERAL INFINITO ELEGÂNCIA

Cada uma dessas palavras tem uma entonação certa. Experimente usar o mesmo tom para proferir
ASSASSINO e ANJO e veja o quanto é difícil.
É importante falar no registro médio de voz, pois somente assim se terá maleabilidade para fazer
as transições na fala.

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Exercício para entonação correta
Ele é um sujeito malvado.
Suas filhas são encantadoras.
Uma pena ele estar morto.
Rafael é uma autoridade em psicologia.
Dei gargalhadas com o Oscarito.
O perfume é delicioso.
Esse camarada é biruta!
Que cheiro horrível!
TOM
Tom é a carga emocional dada a cada termo ou frase falada.
• Tom grave ou solene
Requer voz grave, baixa e vagarosa.
Por exemplo:
“Fica decretado que agora vale a verdade, que agora a vida e que de mãos dadas
trabalharemos todos pela vida verdadeira”. (Art.1º dos Estatutos do Homem, de Thiago de Melo).
“Feliz 2016, é o nosso desejo.”
• Tom natural
O tom natural de conversação requer uma voz bem modulada em velocidade normal.
Por exemplo:
“Engana-se quem pensa que ter poder é ter força, é mandar, é ordenar, é oprimir. Ter poder é ter
capacidade de exercer influência, é provocar mudanças no comportamento ou nas atitudes de outro
indivíduo.”
(HARGREAVES, 2001)
• Tom emocional
Exige que a voz seja mais alta e mais rápida.
Por exemplo:

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“Aqui está um país de terras extensas, rios grandiosos, imensas matas e riquezas minerais, o
potencial para estabelecer um poderoso e rico império.” (MOTA, 2000)
6. OS GESTOS
Os gestos acompanham as palavras, interpreta-as, sem cair nas representações cênicas.
Os gestos são o toque de acabamento e os responsáveis pelo sucesso de uma fala. Deverão ser naturais.
Quando estamos conversando com nossos amigos, movemos as mãos naturalmente, sem que o
percebamos; pois bem, diante de nosso auditório deixemos que as mãos se movam com a mesma
naturalidade. Nada de gestos estudados, atitudes artificiais, desejo de parecer mais do que é. Sejamos
simplesmente aquilo que realmente somos.
No início da fala, as mãos devem permanecer caídas, naturalmente ao longo do corpo. Ao gesticular, elas
devem começar a se elevar, voltando, vez ou outra, para o ponto inicial, ou seja, ao longo do corpo.
Cada gesto corresponde a uma ideia ou informação predominantemente do texto e não a cada palavra que
é dita. Assim, para cada frase, deve haver apenas um gesto que vem antes ou junto da palavra. Nunca
depois.
Além disso, todo o corpo deve participar da gesticulação, não apenas as mãos e o antebraço.
A gesticulação deve ocorrer de forma:
• Natural, ajustando-se às ideias e às palavras que estão sendo ditas pelo orador.
• Espontânea, nunca planejada.
• Moderada, sem repeti-la, igualmente, por muitas vezes.
Existem alguns erros comumente observados:
• Mãos para trás das costas.
• Mãos nos bolsos.
• Braços cruzados (corretos só para demonstrar ideia de desafio ou espera, ou, ainda,
rapidamente para descansar)
• Gestos abaixo da cintura (só para demonstrar incerteza, dúvida).
• Gestos acima da cabeça
• Cotovelos grudados no corpo.
• Gestos alheios ao que se fala (maneirismos).
• Um único gesto de “Construtor do Mundo” para várias ideias (como se estivesse orando com
as mãos espalmadas para cima ou para o centro)


Os braços e as mãos
Embora muito já se tenha dito, vale acrescentar:

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• Ao apoiar-se sobre cadeira ou mesa, o orador deve lembrar que só poderá ser feito com as pontas
dos dedos, evitando inclinar-se, dando, dessa forma, a ideia de tímido e inseguro.
• Ao apoiar-se na tribuna, deverá fazê-lo com o dedo polegar para dentro e os outros quatro dedos
para fora da mesma, na lateral. Braços e cotovelos não encostam na tribuna.
• O orador poderá fazer uso, com frequência, de apoio das mãos em forma de concha na altura da
cintura.
Tronco
Deverão ser evitados os dois extremos: postura relaxada ou altiva em demasia.
A postura relaxada, com o corpo curvado deselegantemente para frente ou para os lados, com
músculos derrubados, o peito descontraído e os ombros caídos, como se estivesse desabando,
mostra uma atitude de perdedor, de medroso ou de fracassado. Nem o medroso, nem o fracassado
conseguem comunicar mensagens que mereçam o respeito ou tenham credibilidade junto ao
público.
Já a atitude excessivamente altiva e arrogante transmite ao público a imagem de alguém
prepotente, o que não interessa a ninguém, pois coloca a plateia na defensiva, por receio ou por
simples antipatia.
Evitando essas duas atitudes extremas, o orador estará em condições de desenvolver uma atitude
simpática e participativa para se comunicar.
A cabeça
A posição da cabeça deve sempre manter o equilíbrio com o restante do corpo e serve para
complementar ou indicar ideias afirmativas ou negativas.
A cabeça baixa dá a impressão de que o orador está com receio e pode afastar os ouvintes. O
contrário, a cabeça demasiadamente levantada, coloca o ouvinte na defensiva.
Outro defeito é deixar a cabeça caída para um dos lados do corpo. A cabeça bem posicionada dá
ideia de desafio, coragem e brio.
A movimentação da cabeça, quando acompanha o ritmo e a cadência da fala e corresponde à
ênfase da informação, contribui para melhorar a eficiência da comunicação.
7. O semblante
O semblante é a parte mais expressiva de todo o corpo. Funciona como uma tela onde as imagens
do nosso interior são apresentadas em todas as dimensões.
Trabalha também como identificador de coerência e de sinceridade das palavras. Deve demonstrar
exatamente aquilo que o orador está dizendo.
O excesso de jogo fisionômico - contrair frequentemente a face e o nariz, fechar os olhos, franzir a
testa - transforma a pessoa em orador caricato e despersonalizado, provocando desinteresse do
ouvinte que deixa de prestar atenção na mensagem que está sendo transmitida.

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Da mesma forma, o semblante impassível, sem expressão transmite insegurança, falta de
compromisso e pouco caso com o que está sendo exposto, não favorecendo a comunicação.
O importante é que o semblante esteja à vista, não escondendo as necessárias expressões faciais.
A boca
A boca comunica tanto quando se fala, como quando se cala. É ela que determina a simpatia do
semblante.
Com leves e sutis movimentos, a boca pode comunicar:
• Descontentamento, decepção, frustração, mágoa: quando se empurra levemente os lábios para
frente, correspondendo ao popular “ficar bicudo”.
• Expectativa, espera, ansiedade: quando a boca fica semiaberta;
• Descoberta, reflexão, entendimento: quando o canto inferior da boca é mordido levemente.
A importância do sorriso
O sorriso poderá quebrar barreiras aparentemente intransponíveis. Ele desarma adversários,
conquista inimigos, muda opiniões, abre corações.
É um elemento especial na comunicação e deve ser largamente utilizado.
TÉCNICAS APLICADAS ÀS APRESENTAÇÕES BASEADAS NA
ORATÓRIA LINGUÍSTICA
APRESENTAÇÃO DA FALA DE IMPROVISO
Sem dúvida alguma, falar de improviso é uma das maiores dificuldades de todos os oradores.
Existe, entretanto, uma técnica denominada
➢ Assuntos Paralelos
Tem por objetivo evitar a abordagem direta do assunto a ser tratado, a fim de que o mesmo não se esgote
rapidamente, ou para que o orador tenha tempo para alguma formulação mental daquilo que vai falar.
Regra geral, todo tema possui, pelo menos, um assunto paralelo.
Esses assuntos paralelos são classificados como:

• Próximos: música - piano / turismo - meios de transporte
cultura - livro / democracia - liberdade
• Remotos: estradas e turismo

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fome - desemprego
trânsito- educação do motorista - conservação ruas, estradas
Alguns cuidados, entretanto, devem ser tomados com relação ao desenvolvimento dos assuntos paralelos.
São eles:
1. Não desenvolvê-los por muito tempo.
2. Não ser artificial, demonstrando não ter a intenção de falar objetivamente.
3. Evitar muitos assuntos paralelos para não se perder do assunto principal.
Outra técnica também utilizada no caso do improviso:
➢ Auxílio pela Sustentação de Ideias Básicas.
Consiste em:
• Dividir a fala em três ou quatro partes;
• Destacar a ideia escolhida por meio de semelhanças e contrastes, espaço, tempo, enfoque
posicional etc.
IMPORTANTE
• Comece a falar, lembre-se das técnicas usadas para a introdução e preparação de palestras.
• Cite logo um exemplo, atrairá de imediato a atenção do público.
• Fale com animação e força.
• Use o princípio do “aqui e agora”, ou seja, trate das circunstâncias que deram lugar à reunião que
participa, fale dos oradores anteriores, fale da ocasião.
• Não fale de improviso, apresente uma fala de improviso, ou seja, considere a possibilidade de falar
antes de ser chamado e faça um planejamento preliminar.
O que fazer
1. Aproveitar as circunstâncias
• De lugar
Com relação a elementos físicos: o prédio onde estão, a cidade, o clima etc.
• De tempo
Com relação a datas, períodos, ciclos: aniversário da cidade, comemoração de certa data, lembrança
de uma época etc.
• De pessoa
Com relação à observação de um ouvinte: fazer referência a uma pessoa conhecida que esteja na
plateia, ou a um comentário de orador anterior.

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2. Aludir à ocasião
O motivo da reunião dos presentes.
3. Fazer uma citação
De trechos de livros conhecidos.
De um pensamento, máxima ou provérbio.
De uma afirmação de uma autoridade no assunto a ser tratado.
O que não fazer
1. Pedir desculpas por problemas de saúde ou pela falta de preparo.
2 . Contar piadas
3. Começar com palavras vazias do tipo “bem”, “bom”, “aí então”.
4. Fazer perguntas para que o auditório responda.
5. Firmar posições sobre assunto polêmico.
6 . Usar chavões ou frases vulgares.
IMPORTANTE
Para aqueles que têm dificuldade em formar os próprios modelos para falar de improviso, a sugestão mais
prática refere-se à:
➢ Ideia de tempo.






ASSUNT
O
PRESENTE PASSADO FUTURO

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Dicas práticas para uma apresentação de sucesso

por Reinaldo Passadori
Antes da Apresentação:
• Estude bem o assunto de sua apresentação e defina o que irá falar.
• Procure sintetizar o seu objetivo em uma única frase, pense o que você pretende das pessoas
após sua exposição e lembre-se de que essa é a razão para você estar lá.
• Considere o público alvo, número de pessoas, sexo, faixa etária, nível cultural da plateia, grau de
conhecimento do assunto etc.
• Simule a sua apresentação. Se estiver longa, reduza-a para não ultrapassar o tempo programado.
• Relaxe. Agora é o momento de controlar a ansiedade e as emoções. Não existe uma fórmula
mágica e cada um deve procurar suas próprias formas para se tranquilizar.
Algumas sugestões:
✓ Faça respirações profundas, prolongadas e diafragmáticas.
✓ Pense positivo. Veja-se bem sucedido, sendo aplaudido e cumprimentado pelas pessoas ao final.
✓ Espreguice e faça exercícios físicos simples, como fricção de mãos e movimentos de pescoço.
✓ Faça uma oração e peça ajuda ao seu anjo, guia, santo ou protetor espiritual.
✓ Ouça uma música suave que o relaxe.
✓ Apresente-se com firmeza e determinação mesmo que internamente se sinta frágil e ansioso(a). Ao
ser chamado, dê passos firmes, decididos. Olhe as pessoas nos olhos, sorria, mostre segurança,
mantenha a calma e controle a situação.
Durante a apresentação:
• Após ocupar o seu espaço no palco, cumprimente as pessoas. Não peça desculpas, principalmente
se for para ressaltar algum ponto negativo, como seu nervosismo ou uma falha qualquer.
• Inicie sua apresentação da forma planejada. Nada de improvisos, a não ser que já tenha muita
experiência para essa ousadia.
• Envolva as pessoas, faça perguntas, olhe-as nos olhos, interaja com a plateia.
• Mantenha em mente o seu objetivo. Evite dispersões ou falar de algo que acabou de se lembrar.
• Separe a sua apresentação estrategicamente em partes e desenvolva-a como planejado. Se
necessário, tenha uma pequena "cola" para não se perder nem inverter as partes.
• Conduza sua apresentação com o olho no relógio. Calcule o que precisa ser dito a cada quarto
do tempo total previsto, deixando o tempo certo para uma boa conclusão.

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• Teatralize, faça gestos, deixe fluir a emoção na sua voz, dê vida à sua exposição – com
moderação.
• Evite manifestações preconceituosas, gírias ou palavrões.

ROTEIRO DE UMA APRESENTAÇÃO COM EXCELÊNCIA
Como qualquer narrativa, a apresentação (discurso, conferência, palestra) deve ter início, meio e
fim, ou seja: introdução, exposição e conclusão.
Ao fazer o seu roteiro, escreva numa folha de papel (ou use fichas) três grandes chaves (Introdução
– Exposição – Conclusão) e vá anotando, em cada uma, ideias principais que irá tratar ali.
A. INTRODUÇÃO
Sendo o início do discurso é muito importante, merecendo toda a atenção do orador porque “bem
principiado, meio feito”.
Saudação: é cortesia e com ela podemos cativar o público, tornando-o bem disposto para conosco.
Proposição (ou motivação): nela dizemos o tema, propomos a ideia central e aonde
pretendemos chegar, após as explicações que se seguirão. Isto poderá ser feito:
a. contando uma estória ou fato;
b. mostrando algum objeto relacionado com o assunto;
c. fazendo uma afirmação ou uma pergunta;
d. citando frase de autor célebre ou poesia;
e. enunciando uma definição;
f. aludindo a algum fato ou prática geral da vida dos ouvintes.
Atenção:
a. a introdução deve ser curta;
b. não comece com desculpas nem se diminuindo;
c. não comece com anedota (pode induzir ao desrespeito do ambiente e diminuir a importância do
assunto);
d. não inicie formal demais (será difícil manter esse tom o tempo todo e põe distância entre o orador e
os ouvintes);

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e. não inicie com algum assunto que provoque discordância ou protestos por parte do público; os
pontos controvertidos deverão ser examinados no meio ou no fim; comece, pois, com fatos e
afirmações com os quais estejam de acordo; pode-se sugerir ou colocar um problema em exame, mas
sem chocar os ouvintes. Precisamos de suas mentes serenas, interessadas, receptivas, para começar
nosso trabalho expositivo.
B. EXPOSIÇÃO
É o desenvolvimento, a explicação do tema escolhido.
Nesta fase do discurso, diremos:
a. o que sabemos sobre o assunto (ideias existentes, a favor ou contra, as ideias e argumentos a serem
apresentados);
b. as conclusões a que chegamos ou solução que encontramos.
Fazer a exposição de modo:
• Lógico e coerente: ser concreto, bem definido, sem divagações inúteis. As afirmativas que
fizermos não devem se contradizer umas às outras.

• Sequente e gradativo: a ideia central deve ser uma só. A exposição deve abranger a tema
todo, ainda que sucintamente. No caso de exposições em série, fazer, ao início, retrospectos
rápidos e preliminares da anterior, para não perder a sequência. Não queira cobrir demasiado
terreno. Não é indispensável usar todos os argumentos, embora os conheça. Mas explore bem os
que usar. Mantenha a disposição didática, sem perder “o fio da meada”, até chegar ao fim. Faça
suas considerações e coloque seus argumentos gradualmente, para que o público vá raciocinando.

• Para manter o interesse do público no decorrer da exposição:

- Enriquecer com imagens, citações, histórias, fatos interessantes;
- Fazer variações: dispondo o assunto em “quadros” que mudam o enfoque periodicamente.
Ex.: De 15 em 15 minutos nova abordagem; modificando a voz (tom, colorido, velocidade,
intensidade); palavras e frases chaves devem receber entonação especial.
- Evitar repetições ociosas ou inúteis;
- Evitar hiatos ou “quebras” de raciocínio: desvios e interpolações não devem prejudicar o
entendimento do tema pela divagação: leitura ou referências a outros trechos, quando
necessárias, equilibra, fazendo uma perfeita ligação entre os assuntos; e fazer isso pela
mudança do tom de voz na explicação.
C. CONCLUSÃO (epílogo)

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É o fecho, o término do discurso, clímax da exposição e ponto de chegada da demonstração.
Abarca o tema, realçando a ideia central para que ela penetre, cheia de vida, no
pensamento e no coração dos ouvintes e aí fique vibrando.
O expositor retorna aos pontos colocados na introdução para dar como concluída sua tese
ou sua proposição.
Nesta parte, deve: usar períodos fortes, voz firme e até um pouco teatralizada, procurando sentir
tudo que está procurando traduzir na inflexão de sua voz.
O final deve ser: rápido, decisivo, convincente e, se possível, vibrante.
Para finalizar sua explanação:
- Prepare cuidadosamente um final (para que não aconteça de não achar um fim);
- Escolha bem o momento preciso de concluir o discurso;
- Desnecessário avisar que é o fim (ex.: concluindo, agora, para terminar...)
Peroração
Parte final do discurso em que se exorta os ouvintes à prática dos conceitos emitidos. Distingue-se do
final da argumentação porque nela se fez o ouvinte raciocinar. Agora, em caráter emocional. Faz-se
quase um apelo ou advertência, procurando impressionar o público, fazê-lo “comprar” a ideia que se
expôs.
Seis modos de terminar um discurso (segundo Dale Carnegie):
1. sumariando ou esquematizando brevemente os pontos principais abordados;
2. afirmando a tese e suas conveniências, transformando-a em norma a ser seguida;
3. dirigindo ao auditório um sincero cumprimento;
4. citando um verso de um poeta, frase ou conceito de um literato ou de um homem célebre;
5. usando uma citação bíblica ajustada ao tema;
OBSERVAÇÃO:
Na Apresentação: calma, mostrando domínio do que vai dizer.
Na Exposição: tornar-se mais firme e objetivo.
Na Conclusão: aumentar o tom de voz, mostrando confiança e certeza.
COMEÇAR BEM, FALAR COM ENTUSIASMO E...
TERMINAR ANTES QUE O AUDITÓRIO DESEJE.
O USO DE NOTAS

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Ao contrário do que muita gente pensa, o uso de notas é perfeitamente cabível na Oratória. Entretanto,
alguns cuidados devem ser observados para que não se constitua um problema para o orador.
• Enumere as notas
Eis aí uma das mais importantes providências que um orador pode tomar com relação às notas
que irá usar.
• Não use papéis grandes
O máximo admitido é o tamanho “meia folha”, embora o ideal seja aquela de tamanho 7 x
12cm.
• Escolha papel grosso
Disfarça a tremura das mãos, porventura, insistente.
• Escreva frase de redução
Frases curtas/títulos – uso de letras maiúsculas, facilitando, assim, a postura do orador.
• Alterne cores
Utilize cores diferenciadas para cada título, sempre na mesma ordem.
Evite o amarelo que não possibilita boa leitura.
Não sobrecarregue. Utilize, no máximo, três cores diferentes.
• Grife ideias mais importantes
O grifo ajuda na ênfase da Oratória.
• Treine
A utilização das fichas não dispensa o treino da Oratória.





O USO CORRETO DO MICROFONE

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Microfone de pedestal
Antes de começar a falar, acerte a altura do microfone, não o deixando na frente do rosto, para permitir
que o auditório veja seu semblante por inteiro.
Observe a sensibilidade de captação do som e mantenha o microfone afastado a uns 2cm/3cm do queixo.
Leve também em consideração a altura de sua voz.
Ao segurar na haste, cuidado com o botão liga/desliga e fale sempre olhando sobre o microfone, mesmo
dirigindo-se a pessoas sentadas lateralmente.
Microfone sem fio
O microfone na mão requer do orador um cuidado especial com o jato de voz, e, também, com a
gesticulação.
Mantenha o mesmo volume de voz quando estiver se movimentando e cuide para que o microfone não
oscile na altura.
Microfone de mesa
Devem ser observados os mesmos procedimentos descritos anteriormente.
Microfone de lapela
Ao colocá-lo na lapela, gravata ou blusa, procure deixá-lo à altura da parte superior do peito, pois possui
uma grande sensibilidade.
Enquanto estiver falando, não mexa no fio.
Não bata com as mãos ou toque no peito com força. Provocará um grande ruído.
Cuidado com os comentários alheios ao tema, poderão ser claramente ouvidos pelo auditório
devido à sensibilidade do aparelho.
Ao terminar sua fala, não se esqueça de retirá-lo antes de deixar a tribuna.

APRESENTAÇÃO DE ORADORES
ASSUNTO: falar inicialmente do assunto ou tema, usando uma frase curta e específica.
IMPORTÂNCIA: justificar por que o assunto é importante, apresentando uma ou duas razões.
CREDENCIAIS: indicar quais são as credenciais do orador. Mencionar somente as mais importantes.

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APRESENTAÇÃO: repetir o tema e apresentar o orador, chamando-o a ocupar a tribuna.

Conselhos úteis ao apresentador
• Não desejar que sua presença tenha mais importância, mais destaque que a do próprio orador.
• Preparar o ânimo dos ouvintes para receber o orador com respeito e consideração, colocando-o à
vontade.
• Falar com entusiasmo, emoção, sinceridade, cordialidade e informalidade.

ENTREVISTA COM A IMPRENSA
Na televisão
A televisão é um forte meio de comunicação. Assim, alguns cuidados devem ser observados:
• A fala deve ser colocada como se o entrevistado e o entrevistador estivessem na casa do
telespectador, conversando com três ou quatro pessoas.
• Inicialmente, quando a câmera for fixa, o entrevistado deve olhar para o entrevistador, enquanto
este formula a pergunta. Ao começar a responder, olhe para o entrevistador e, só depois, para a
câmera.
• O entrevistado deve concentrar-se nas perguntas que o entrevistador irá fazer, ignorando os
equipamentos e o corre-corre do estúdio.
• Caso o entrevistado tenha dificuldade em concentrar-se, deve imaginar uma conversação com
alguém de casa (irmã(o), esposa/marido, mãe etc.).
• O entrevistado deve responder de forma objetiva e simples, procurando transmitir o(s) ponto(s) de
vista que pretende, evitando o uso de gírias ou termos técnicos que nem todos entendem.
• O entrevistado deve gesticular com moderação e fazer bom uso das expressões faciais, mas com
naturalidade.
• Quando participar de debates com vários entrevistadores, não há necessidade de orientar-se pelas
câmeras, pois são colocadas estrategicamente.
• Caso a apresentação seja do tipo noticiário, o entrevistado deve procurar não se movimentar, sem,
no entanto, parecer uma estátua.

Erros de português frequentes no mundo corporativo

 A/há
Forma correta: Atuo no setor de controladoria há 15 anos. (passado)
Forma correta: Atuarei no setor daqui a duas semanas. (futuro)

 A champanhe / o champanhe / o champanha

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Pegue o/um champanhe(a) e vamos comemorar

 A cores / Em cores
O material da apresentação será em cores.

 A domicílio / Em domicílio
O serviço engloba a entrega em domicílio.

 A longo / Em longo prazo (em médio, em curto)
Em longo prazo, serão necessárias mudanças.

 A nível de/ em nível de
( A nível de) Em relação ao reconhecimento de nossos clientes
atingimos nosso objetivo.

 A partir de - começar (presente / futuro)
A partir de novembro, estarei em férias.
A partir de - desde (passado)
Ele administra o projeto desde o início.

 A pouco/ há pouco
O diretor chegará daqui a pouco.
Há pouco tempo não entendia esse assunto.

 À rua/ Na rua
José, residente na rua Estados Unidos, era um cliente fiel.

 Assistir
ajudar, prestar assistência, socorrer
O médico assistiu /o/a doente.

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ver, presenciar
Todos assistiram aos jogos da Copa.
Todos assistiram à abertura da Copa.

 Adequa/ adequada
O móvel não é adequado à sala.

 Agradecer a
Agradecemos a preferência.

 Aluga-se/ alugam-se
Aluga-se casa
Alugam-se apartamentos.
.
 Anexo/ anexa/ em anexo
Segue anexa a carta de apresentação. Segue, em anexo, a carta de apresentação.

 Ao meu ver/ a meu ver
A meu ver, a reunião foi um sucesso.

 Aonde/onde
Não sei onde fica a sala do diretor. (Onde = em que lugar)
Não sei aonde irei amanhã. (Aonde = a que lugar)

 Às micro/ às micros
O pacote de tributos refere-se às micros e pequenas empresas.
• Através/ por-pelo
Fui avisada por e-mail de que a reunião está cancelada.
O depósito foi feito por meio de sua conta bancária.

Através/ por intermédio

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O aviso foi dado por intermédio da gerente.

 A vista/ à vista
O pagamento foi feito à vista.
A vista está um pouco embaçada.

 Bastante/ bastantes
Eles leram o relatório bastantes vezes. (muitas)
Eles leram bastante devagar o relatório. (muito)

 Caiu em/ caiu
O lucro caiu 10%.

 Chegar em/ chegar a
Chegamos a São Paulo, ontem (à noite).

 Chove/ chovem
Chovem e mails com reclamações de clientes.
Chove bastante pela manhã.
 Correr atrás do prejuízo/ correr atrás do lucro
É hora de correr atrás do lucro.

 Daqui a
Farei o pagamento daqui a 5 dias.

 De encontro a/ ao encontro de
A sua ideia vem ao encontro do que a empresa precisa neste momento.
(está de acordo com)
A sua ideia vem de encontro ao que a empresa precisa neste momento.
(está em desacordo com)

 Debitou na/ debitou à

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O banco debitou à minha conta a taxa.
 Desapercebidas/ despercebidas
Despercebido – não notado, imperceptível.
As mudanças passaram despercebidas.
Desapercebido – desprevenido, desprovido, desguarnecido de algo.
Estou desapercebido de esclarecimento sobre essa situação.

 Devidas providências
Peço providências
 Dois por cento/ dois pontos percentuais
No ano passado, o crescimento foi de 10%. Neste ano, de 8%, tendo havido queda de 2
pontos percentuais.
 Em mãos/ em mão
O envelope deve ser entregue em mão.
 E nem/ nem
O funcionário não sabe escrever nem ler.
 Em vias de/ em via de
Estou em via de finalizar o projeto.

 Entre eu e ele/ entre mim e ele
Entre mim e ele não há conversa nem acordo.
Entre mim e ti não há conversa nem acordo.

 Falta/faltam
Faltam 30 dias para minhas férias começarem.
Falta um dia ...
 Fazem /faz - verbo impessoal
Faz oito semanas que fui promovida.
Faz uma semana ...
 Fazer uma colocação/ emitir uma opinião

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Deixe-me emitir uma opinião a respeito do tema da reunião.

 Foi assistida/ assistiu à
Muita gente assistiu à palestra / ao pronunciamento.

 Há 10 anos atrás/ há 10 anos
Há 10 anos, eu decidi comprar um imóvel.
Dez anos atrás, eu decidi comprar um imóvel.

 Meio-dia e meio/ meio-dia e meia
Entregarei o relatório ao meio-dia e meia.

 Onde/ na qual
Vamos à reunião (onde) na qual decidiremos os rumos da companhia.

 Penalizado/ punido
Quem desrespeitar o código de conduta será punido/apenado.
penalizado
 Prefiro ... do que/ prefiro... a
Prefiro sair mais tarde do trabalho a ficar parado no trânsito.

 Responder o/ responder ao
Vou responder ao e-mail daqui a pouco.

 Rubrica/ rubrica (recorde/ recorde)
Ponha a sua rubrica em todas as páginas do relatório, por favor.
O gerente bateu recorde de vendas neste mês.



 A

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Fui ao cinema.
Cheguei ao trabalho.
Cheguei a casa.
Fui no cinema
ao
 A ANOS / HÁ ANOS
Há anos não chove. Ele não aparece há anos.
Daqui a dois anos voltaremos.

 A CUSTA DE
O filho vivia à custa do pai.
Esse valor é relativo às custas do processo ... (despesas do processo)

 AO TELEFONE
Esteve ao telefone durante horas.

 A PAR / AO PAR
Os funcionários não estavam a par da decisão do diretor.
Ao par - título /moeda de valor idêntico - câmbio
O real não está ao par do dólar.

 ASSIM
Assim sendo, dessa forma, desse modo, diante do exposto, em consequência, por
conseguinte, portanto, em vista disso, em face disso.


 DEPUTADO POR SÃO PAULO
Deputado / senador por São Paulo, por Pernambuco, pelo Rio de Janeiro
Errado: deputado/senador de São Paulo...

 (ESTAR) EM FÉRIAS

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(em greve, em licença..., em atestado) e NÃO “de férias”
Entraremos em férias no próximo mês.

 ENQUANTO
Modismo - usado no lugar de como ou na condição de, na qualidade de.
Ele, (enquanto) na condição de diretor-geral, dirige a discussão dos
assuntos da reunião.

 GRATUITO
A inscrição é gratuita.

 IMPLANTAR / IMPLEMENTAR
IMPLANTAR: introduzir, estabelecer, inserir.
O diretor implantou certas exigências em sua área.
IMPLEMENTAR: pôr em prática, dar execução, dar cumprimento
O ministro implementou a reforma do ensino.

 INTERVIR/(VIR)
Intervir: conjugado como o verbo vir.
Eu vim/intervim – vieste/intervieste – veio/interveio – viemos/interviemos –
vieram/intervieram

 SUBSÍDIO
O s soa como ss e não como z.

 VULTOSO / VULTUOSO
Fechou um negócio vultoso esta semana.
Seu rosto estava vultuoso e irreconhecível.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Passadori, Reinaldo – Comunicação Essencial – Estratégias eficazes para encantar
seus ouvintes, Instituto Reinaldo Passadori.
Carnegie, Dale - Como falar em público e influenciar pessoas no mundo dos negócios.
– Distribuidora Record
Polito, Reinaldo – Como Falar corretamente e sem Inibições, 106ª edição, São Paulo,
editora Saraiva.
– Assim é que se Fala, 25ª edição, São Paulo, editora Saraiva.
Barbosa dos Santos, Rúzia – Oratória Guia prático para falar em público, 2ª. Edição,
editora Senac DF, 2012.
Brasil, André – Fale Bem, Fale Sempre, São Carlos ; RiMa.
Polito, Reinaldo – Como falar de improviso e outras técnicas de apresentação, São
Paulo,Saraiva, 2006.
Polito, Reinaldo – Um jeito bom de falar bem: como vencer na comunicação, São
Paulo, Saraiva, 2001.
Machado, Andréa Monteiro de Barros – Você tem medo de falar em público?, São
Paulo, Makron Books, 2001
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