D4 (3ª Série - Ens. Médio - L.P - BLOG do Prof. Warles).doc

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About This Presentation

Descritor 4 da língua portuguesa (ensino médio)


Slide Content

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo.
Segunda-feira, 15 de junho de 1942
Minha festa de aniversário foi no domingo à
tarde. O filme de Rin Tin Tin fez o maior sucesso entre
minhas colegas de escola. Ganhei dois broches, um
marcador de livros e dois livros.
Vou começar dizendo algumas coisas sobre
minha escola e minha turma, a começar pelos alunos.
Betty Bloemendaal [...] mora numa rua que não
é muito conhecida, no lado oeste de Amsterdã, e
nenhuma de nós sabe onde fica. Ela se dá muito bem
na escola, mas é porque estuda muito [...]. É muito
quieta.
Jacqueline van Maarsen é, talvez, minha melhor
amiga, mas nunca tive uma amiga de verdade. No
começo, achei que Jacque seria uma, mas estava
redondamente enganada.[...]
Henry Mets é uma garota legal, tem um jeito
alegre, só que fala em voz alta e parece mesmo uma
criança quando estamos brincando no pátio. [...]
Hanneli Goslar [...] é meio estranha. Costuma
ser tímida – expansiva em casa, mas reservada quando
está perto de outras pessoas. Conta para a mãe tudo
que a gente diz a ela. Mas ela diz o que pensa, e
ultimamente passei a admirá-la bastante. [...]
Nannie van Praag-Sigaar é pequena, engraçada
e sensível. Apesar de só ter 12 anos, é a própria lady.
Age como se eu fosse um bebê. Além disso, é muito
atenciosa, e eu gosto dela. [...]
FRANK, Anne. O diário de Anne Frank. Rio de Janeiro: BestBolso, 2010. Fragmento.
De acordo com a autora desse texto, Nannie van
Praag-Sigaar é
A) educada.
B) fofoqueira.
C) implicante.
D) irritante.
E) reservada.
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-
(SAEPE). Leia o texto abaixo.
Segredos do mar
Quando chega o verão, nós, humanos, nos
sentimos atraídos pelo mar. Multidões se reúnem nas
praias buscando um contato com as ondas que nos
proporcionam prazer e descanso.
Porém, o caminhar do ser humano deixa sua
trilha fatal nas areias da praia.
Milhões de sacolas de nylon e plásticos de todo
o tipo são largados na costa, o vento e as marés se
encarregam de arrastá-los para o mar.
Uma sacola de nylon pode navegar várias
dezenas de anos sem se degradar.
As tartarugas marinhas confundem-nas com as
medusas e as comem, afogando-se na tentativa de
engoli-las.
Milhares de golfinhos também morrem
afogados...
Eles não têm capacidade para reconhecer os
lixos dos humanos, até porque, “tudo o que flutua no
mar se come”.
A tampa plástica de uma garrafa, de maior
consistência do que a sacola plástica, pode
permanecer inalterada, navegando nas águas do mar
por mais de um século.
O Dr. James Ludwing, que estava estudando a
vida do albatroz na ilha de Midway, no Pacífico, a
muitas milhas dos centros povoados, fez uma
descoberta espantosa.
Quando começou a recolher o conteúdo do
estômago de oito filhotes de albatrozes mortos,
encontrou: 42 tampinhas plásticas de garrafa, 18
acendedores e restos flutuantes que, em sua maioria,
eram pequenos pedaços de plástico. Esses filhotes
haviam sido alimentados por seus pais que não
conseguiram fazer a distinção dos desperdícios no
momento de escolher o alimento.
A próxima vez em que você for à sua praia
preferida, talvez encontre na areia, lixo que outra
pessoa ali deixou. Não foi lixo deixado por você,
porém, é SUA PRAIA, é o SEU MAR, é o SEU MUNDO e
você deve fazer algo por ele.
Disponível em: <http://mercedeschavarria.multiply.com/journal/item/50>.
Acesso em: 9 dez. 2010. Fragmento.
Nesse texto, a descoberta do Dr. James Ludwing foi
considerada espantosa porque
A) as sacolas de nylon e plástico são arrastadas para
o mar pelo vento.
B) as tampinhas plásticas permanecem no mar por
mais de um século.
C) as tartarugas morrem afogadas ao confundir
sacolas com medusa.
D) os filhotes de albatrozes se alimentavam do lixo
humano.
E) os golfinhos morrem afogados ao engolir sacolas
plásticas.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo.
Segredos do mar
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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
Quando chega o verão, nós, humanos, nos
sentimos atraídos pelo mar. Multidões se reúnem nas
praias buscando um contato com as ondas que nos
proporcionam prazer e descanso.
Porém, o caminhar do ser humano deixa sua
trilha fatal nas areias da praia.
Milhões de sacolas de nylon e plásticos de todo
o tipo são largados na costa, o vento e as marés se
encarregam de arrastá-los para o mar.
Uma sacola de nylon pode navegar várias
dezenas de anos sem se degradar.
As tartarugas marinhas confundem-nas com as
medusas e as comem, afogando-se na tentativa de
engoli-las.
Milhares de golfinhos também morrem
afogados...
Eles não têm capacidade para reconhecer os
lixos dos humanos, até porque, “tudo o que flutua no
mar se come”.
A tampa plástica de uma garrafa, de maior
consistência do que a sacola plástica, pode
permanecer inalterada, navegando nas águas do mar
por mais de um século.
O Dr. James Ludwing, que estava estudando a
vida do albatroz na ilha de Midway, no Pacífico, a
muitas milhas dos centros povoados, fez uma
descoberta espantosa.
Quando começou a recolher o conteúdo do
estômago de oito filhotes de albatrozes mortos,
encontrou: 42 tampinhas plásticas de garrafa, 18
acendedores e restos flutuantes que, em sua maioria,
eram pequenos pedaços de plástico. Esses filhotes
haviam sido alimentados por seus pais que não
conseguiram fazer a distinção dos desperdícios no
momento de escolher o alimento.
A próxima vez em que você for à sua praia
preferida, talvez encontre na areia, lixo que outra
pessoa ali deixou. Não foi lixo deixado por você,
porém, é SUA PRAIA, é o SEU MAR, é o SEU MUNDO e
você deve fazer algo por ele.
Disponível em: <http://mercedeschavarria.multiply.com/journal/item/50>.
Acesso em: 9 dez. 2010. Fragmento.
De acordo com esse texto, a atração do ser humano
pelo litoral deve-se
A) à beleza da paisagem marítima.
B) à busca de lazer e descanso.
C) à caminhada nas areias da praia.
D) ao comprometimento de recolher o lixo.
E) ao contato com os animais marinhos.
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(SAEPB). Leia o texto abaixo.
Dona Idalina
Ela não tinha muito mais do que 1,5 metro de
altura. Por isso, o coque de dois andares, no estilo
“bolo de noiva” e os infalíveis saltos 12. O tec-tec nos
corredores nos avisava da chegada da baixinha, mas
assim que aparecia na porta da classe, ela crescia e sua
gigantesca autoridade preenchia a sala. Alunas de pé,
40 ginasianas tagarelas, e nenhum pio. [...]
E nunca a ouvi aumentar o tom de voz. Bastava
a inflexão e já nos púnhamos no nosso lugar. Voz
poderosa e mágica que sabia também modular-se em
doçuras quando lia um poema, vibrar uma passagem
mais emocionante de um romance, e ainda ser firme e
clara quando explicava a gramática. Felicidade para
mim era ter uma redação escolhida por ela. Porque ela
a lia. L-i-a. Lia se transportando e nos transportando
para um mágico mundo de sons melodiosos, pausas,
tons, ritmos. Palavras que ganhavam vida e beleza. Ao
ouvi-la, até eu duvidava: teria sido eu mesma que
escrevera tão bonito? [...]
PAMPLONA, Rosana. Carta na escola: set. 2010. Fragmento.
Nesse texto, predomina um sentimento de
A) admiração.
B) exagero.
C) felicidade.
D) inveja.
E) saudade.
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(SAERO). Leia o texto abaixo e responda.
Burro-sem-rabo
São dez horas da manhã. O carreto que contratei
para transportar minhas coisas acaba de chegar.
Vejo sair a mesa, a cadeira, o arquivo, uma
estante, meia dúzia de livros, a máquina de escrever.
Quatro retratos de criança emoldurados. Um desenho de
Portinari, outro de Pancetti. Levo também este cinzeiro. E
este tapete, aqui em casa ele não tem serventia.
E esta outra fotografia, ela pode fazer falta lá.
A mesa é velha, me acompanha desde menino:
destas antigas, com uma gradinha de madeira em volta,
como as do tabelião do interior. Gosto dela: curti na sua
superfície muita hora de estudo para fazer prova no
ginásio; finquei cotovelos em cima dela noites seguidas, à
procura de uma ideia. Foi de meu pai. É austera,
simpática, discreta, acolhedora e digna: lembra meu pai.
Esta cadeira foi de Hélio Pellegrino, que também
me acompanha desde menino: é giratória e de palhinha.
Velha também, mas confortável como as amizades
duradouras.
2

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
Mandei reformá-la e tem prestado serviços,
inspirando-me sempre a sábia definição de Sinclair Lewis
sobre o ato de escrever: é a arte de sentar-se numa
cadeira.
E lá vai ele, puxando a sua carroça, no
cumprimento da humilde profissão que lhe vale o injusto
designativo de burro-sem-rabo. Não tenho mais nada a
fazer, vou atrás.
Vou atrás das coisas que ele carrega, as minhas
coisas; parte de minha vida, pelo menos parte material,
no que sobrou de tanta atividade dispersa: o meu
cabedal. [...]
SABINO, Fernando. A mulher do vizinho. Rio de Janeiro: Ed. do autor, 1962,
p. 10-12.
O trecho que indica que o narrador era escritor é:
A) “a mesa, a cadeira, o arquivo”.
B) “uma estante, meia dúzia de livros”.
C) “como as do tabelião do interior”.
D) “muita hora de estudo”.
E) “à procura de uma ideia.”.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
CRISE ECONÔMICA AMEAÇA CRISTAIS DE MURANO
Os efeitos da crise econômica já afetam o belíssimo
artesanato de uma pequena ilha na Itália
No ano de 1200, o murano já era uma atividade
consagrada em Veneza. O vidro e o cristal preciosos se
transformam em arte por meio de uma técnica tão
refinada que os artesãos ganhavam o título de nobreza.
Ainda na Idade Média, o setor se mudou para
Murano, uma pequena ilha da Lagoa Veneta. A tradição e
os segredos da técnica única pertencem a poucos
homens. Da pasta de materiais, fundidos a 1.400 graus
de temperatura, são criadas peças inigualáveis, presentes
em museus do mundo inteiro.
A primeira grande crise da história de Murano
aconteceu no século 15, quando começou a fabricação
dos cristais tchecos e de toda a região da Boêmia. A atual
pode ser considerada a segunda maior recessão da
pequena ilha.
Já não bastassem as falsificações feitas em vários
países a preços muito menores, a crise econômica
mundial está trazendo a Murano um quadro pessimista
demais. As vendas caíram 50%.
Um vidreiro diz que muitos deles estão em casa,
parados, e que os ateliês estão fechando as portas.
“Numa crise como esta, objetos exclusivamente de
decoração tornam-se desnecessários”, lembra um
trabalhador.
Um empresário do ramo propõe mudar de
mercado. “Os Estados Unidos e a Europa estão
saturados. Temos que vender no Leste Europeu, na
Rússia, China, Índia, e Emirados Árabes”, acredita.
Todo ano, cinco milhões de turistas visitam a ilha
de Murano. Conversamos com uma americana que não
pode comprar os objetos coloridos e caros, mas se
encanta com eles:
“Se eu fosse colecionadora, viria pra cá só pra
conhecer esta arte”, diz.
Mas Murano não ganha com os turistas: 95% da
sua produção sempre foram exportados.
Agora, correm o risco de não sair dos canais de
Veneza.
A técnica do vidro soprado, inventada no século 1
antes de Cristo, era praticada na Antiga Roma, no tempo
do Imperador Nero. Hoje, o governo italiano está
estudando medidas para evitar que a arte dos cristais de
Murano seja extinta.
SCAMPARINI, Ilze. Disponível em:
<http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL1009689-16022,00-
CRISE+ECONOMICA+AMEACA+CRISTAIS+DE
+MURANO.html.>.
A respeito das informações evidenciadas nesse texto,
Murano é
A) um local da Itália que vive da arte dos cristais.
B) um cristal antigo encontrado numa ilha da Itália.
C) uma arte que existe desde o século 1 antes de
Cristo.
D) uma arte em vidro soprado para fins decorativos.
E) uma arte com vidro explorada desde o ano de 1200.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Cultura dos sebos
O administrador André Garcia tinha 26 anos
quando abandonou uma promissora carreira na área
de inteligência de mercado em operadoras de celular,
no Rio. Estava farto do mundo corporativo. Na dúvida
do rumo a seguir, buscou a vida acadêmica. Mas, ao
procurar livros para um mestrado, notou uma lacuna
no mercado que mudaria sua trajetória.
Garcia não achava os títulos que queria em
bibliotecas e livrarias, perdia-se nos sebos e na falta de
oferta de usados na internet. Veio então o estalo. Em
um ano, lançou o Estante Virtual, portal de compra de
livros usados, que completa quatro anos com 1.670
sebos, com 22 milhões de obras reunidas.
Aos 31 anos, Garcia comanda um negócio que
vende 5 mil livros diários, em 300 mil buscas (12
buscas por segundo em horário de pico). Para ele, os
sebos devem ser valorizados como agentes de
democratização da leitura. “Elas têm de estimular a
imaginação e a reflexão. Qualquer leitura não é
leitura”, diz com autoridade conquistada pelo sucesso
3

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
da iniciativa inédita de intermediação. Garcia diz ser
um erro achar que só à escola cabe estimular a leitura.
É desafio do país, afirma, fazê-la ser vista como prazer.
O Estante Virtual quer provar que até uma iniciativa de
negócio pode fazer a sua parte.
Língua Portuguesa, ano 4, nº 53, mar. 2010, p. 13. Fragmento.
De acordo com esse texto, André Garcia é
A) autoritário.
B) empreendedor.
C) idealista.
D) impulsivo.
E) indeciso.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Mundo grande
Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo.
Por isso me grito,
por isso frequento os jornais, me exponho cruamente
nas livrarias:
preciso de todos.
Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu
esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Mundo Grande. Disponível em:
<http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_
comentarios/m/mundo_grande_poema_drummond>. Acesso em: 9 nov.
2011.
Uma característica do modernismo em evidência nesse
texto é
A) a apresentação de uma paródia da realidade
brasileira.
B) a aversão aos valores estrangeiros.
C) a busca do equilíbrio psicológico.
D) a preocupação do poeta com o seu papel no
mundo.
E) a presença da metalinguagem.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
O torcedor
No jogo de decisão do campeonato, Eváglio
torceu pelo Atlético Mineiro, não porque fosse
atleticano ou mineiro, mas porque receava o carnaval
nas ruas se o Flamengo vencesse. Visitava um amigo
em bairro distante, nenhum dos dois tem carro, e ele
previa que a volta seria problema.
O Flamengo triunfou, e Eváglio deixou de ser
atleticano para detestar todos os clubes de futebol,
que perturbam a vida urbana com suas vitórias. Saindo
em busca de táxi inexistente, acabou se metendo num
ônibus em que não cabia mais ninguém, e havia duas
bandeiras rubro-negras para cada passageiro. E não
eram bandeiras pequenas nem torcedores exaustos:
estes pareciam terem guardado a capacidade de grito
para depois da vitória.
Eváglio sentiu-se dentro do Maracanã, até
mesmo dentro da bola chutada por 44 pés. A bola era
ele, embora ninguém reparasse naquela esfera
humana que ansiava por tornar a ser gente a caminho
de casa.
Lembrando-se de que torcera pelo vencido, teve
medo, para não dizer terror. Se lessem em seu íntimo
o segredo, estava perdido. Mas todos cantavam,
sambavam com alegria tão pura que ele próprio
começou a sentir um pouco de Flamengo dentro de si.
Era o canto?
Eram braços e pernas falando além da boca? A
emanação de entusiasmo o contagiava e
transformava. Marcou com a cabeça o
acompanhamento da música. Abriu os lábios,
simulando cantar. Cantou. [...] Estava batizado,
crismado e ungido: uma vez Flamengo, sempre
Flamengo.
O pessoal desceu na Gávea, empurrando Eváglio
para descer também e continuar a festa, mas Eváglio
mora em Ipanema, e já com o pé no estribo se
lembrou. Loucura continuar Flamengo [...] Segurou
firme na porta, gritou: “Eu volto, gente! Vou só trocar
de roupa” e, não se sabe como, chegou intacto ao lar,
já sem compromisso clubista.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Disponível em:
<http://flamengoeternamente.blogspot.com/2007/04/o-torcedor-carlos-
drummond-de-andrade.
html>. Acesso em: 13 jan. 2011. Fragmento.
No primeiro parágrafo desse texto, o sentimento que
predomina em Eváglio é a
A) decepção.
B) insatisfação.
C) insegurança.
D) intolerância.
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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
E) raiva.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Vintage – Paulinho da Viola
Ontem, 1981
Eu aspirava a muitas coisas.
Eu temia viver à deriva.
Eu desfilava meu amor pela Portela.
Eu cantava carinhoso.
Eu escutava e não ligava.
Eu usava roupas da moda
Me alegrava uma roda de choro.
Eu pegava um violão e saía noite adentro.
Meu cavaquinho chorava quando
eu não tinha mais lágrimas.
Hoje, 2010
Eu aspiro ao essencial: uma boa saúde
Eu temo não poder navegar.
Eu desfilo meus sonhos possíveis.
Eu canto e males espanto.
Eu escuto e... “pode repetir, por favor?”
Eu uso, mas não abuso.
Me alegra um bom papo.
Eu pego o violão e procuro um cantinho.
Meu cavaquinho chora quando
surge uma melodia nova.
Depreende-se dessas declarações que o cantor
A) arrependeu-se do que falou antes.
B) fez uma revisão de conceitos.
C) mudou muito a personalidade.
D) reinventou as composições.
E) sentiu certo saudosismo.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
A nova minoria
É um grupo formado por poucos integrantes.
Acredito que hoje estejam até em menor número do
que a comunidade indígena, que se tornou minoria
por força da dizimação de suas tribos. A minoria a que
me refiro também está sendo exterminada do planeta,
e pouca gente tem se dado conta. Me refiro aos
sensatos.
A comunidade dos sensatos nunca se organizou
formalmente. Seus antepassados acasalaram-se com
insensatos, e geraram filhos e netos e bisnetos mistos,
o que poderia ser considerada uma bem-vinda
diversidade cultural, mas não resultou em grande
coisa.
Os seres mistos seguiram procriando com outros
insensatos, até que a insensatez passou a ser o gene
dominante da raça. Restaram poucos sensatos puros.
Reconhecê-los não é difícil. Eles costumam ser
objetivos em suas conversas, dizendo claramente o
que pensam e baseando seus argumentos no raro e
desprestigiado bom senso. Analisam as situações por
mais de um ângulo antes de se posicionarem. Tomam
decisões justas, mesmo que para isso tenham que ferir
suscetibilidades.
MARTHA, Medeiros. In: Revista O Globo. 31 jan. 2010, p. 38.
As informações desse texto levam à conclusão de que
A) a comunidade indígena está reduzida.
B) a minoria justa agride as pessoas.
C) descendentes herdam a virtude da sensatez.
D) pessoas sensatas são raras na época atual.
E) pessoas com bom senso são objetivas.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
A hora de acelerar
A venda de computadores explodiu, mas o
acesso à internet de alta velocidade não cresceu no
mesmo ritmo. Falta um modelo.
Nos últimos anos, por conta do crescimento da
economia e dos incentivos criados pelo governo
federal, o Brasil conseguiu ampliar o número de
computadores instalados e reduzir o fosso que o
separava de outros países desenvolvidos ou em
desenvolvimento. Segundo cálculos da Fundação
Getúlio Vargas, no início de 2009, havia 60 milhões de
máquinas, seja nas residências, seja nas empresas. Só
em 2008, foram vendidos 12 milhões de unidades, três
vezes mais do que em 2004.
Se a venda de computadores deu um salto, o
mesmo não se pode dizer do acesso à internet mais
rápida, por meio da chamada banda larga, que ainda
se expande em ritmo bem menor. No fim do ano
passado, as conexões de alta velocidade eram
utilizadas por aproximadamente 10 milhões de
brasileiros, ante 7,7 milhões em 2007, conforme
números apurados pela pesquisa anual Barômetro da
Banda Larga, feita pelo IDC Brasil em parceria com a
Cisco. Um número tímido quando comparado aos dos
países que lideram essa corrida. Em 2008, a China
contabilizava 81 milhões de conexões em banda larga.
Os Estados Unidos, 79 milhões.
5

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
Uma das razões para este descompasso na
popularização da banda larga no Brasil é justamente a
ausência de um modelo definido de política para a
universalização do acesso às conexões rápidas. Ao
contrário do celular, um caso bem-sucedido de
massificação e que tem hoje mais de 150 milhões de
unidades em operação no País, nem o mercado nem o
Estado ainda encontraram a fórmula capaz de prover
de internet rápida a população de baixa renda e as
cidades distantes dos grandes centros urbanos. Para
parte dos especialistas, falta uma intervenção estatal
mais clara. Para outros, o problema é a ausência de
competição e regras pouco flexíveis, que, em alguns
casos, criam monopólios virtuais. Enquanto a
concepção de um modelo não avança, a União
continua sentada sobre os cerca de 7 bilhões de reais
do Fundo Universalização dos Serviços de
Telecomunicações (Fust), criado na época da
privatização do Sistema Telebrás.
Carta Capital, 4 de março de 2009. Fragmento.
De acordo com esse texto,
A) a intervenção estatal mais clara seria a solução do
problema da internet rápida.
B) a venda de computadores aumentou, mas o
acesso à banda larga não.
C) a quantidade de computadores nas residências
começou a aumentar a partir de 2008.
D) a solução para aumentar o acesso à banda larga é
acabar com os monopólios virtuais.
E) a criação de regras mais flexíveis resolveria o
problema do acesso à internet.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
A decadência do Ocidente
O doutor ganhou uma galinha viva e chegou em
casa com ela, para alegria de toda a família. O filho
mais moço, inclusive, nunca tinha visto uma galinha
viva de perto. Já tinha até um nome para ela –
Margarete – e planos para adotá-la, quando ouviu do
pai que a galinha seria, obviamente, comida.
– Comida?!
– Sim, senhor.
– Mas se come ela?
– Ué. Você está cansado de comer galinha.
– Mas a galinha que a gente come é igual a esta
aqui?
– Claro.
Na verdade, o guri gostava muito de peito, de
coxa e de asas, mas nunca tinha ligado as partes do
animal. Ainda mais aquele animal vivo ali no meio do
apartamento.
O doutor disse que queria comer uma galinha ao
molho pardo. A empregada sabia como se preparava
uma galinha ao molho pardo? A mulher foi consultar a
empregada. Dali a pouco o doutor ouviu um grito de
horror vindo da cozinha. Depois veio a mulher dizer
que ele esquecesse a galinha ao molho pardo.
– A empregada não sabe fazer?
– Não só não sabe fazer, como quase desmaiou
quando eu disse que precisava cortar o pescoço da
galinha. Nunca cortou um pescoço de galinha.
Era o cúmulo! Então a mulher que cortasse o
pescoço da galinha.
– Eu?! Não mesmo!
O doutor lembrou-se de uma velha empregada
de sua mãe. A Dona Noca.
– A Dona Noca já morreu – disse a mulher.
– O quê?!
– Há dez anos.
– Não é possível! A última galinha ao molho
pardo que eu comi foi feita por ela.
– Então faz mais de 10 anos que você não come
galinha ao molho pardo.
Alguém no edifício se disporia a degolar a
galinha. Fizeram uma rápida enquete entre os
vizinhos. Ninguém se animava a cortar o pescoço da
galinha. Nem o Rogerinho do 701, que fazia coisas
inomináveis com gatos.
– Somos uma civilização de frouxos! –
sentenciou o doutor. Foi para o poço do edifício e
repetiu:
– Frouxos! Perdemos o contato com o barro da
vida!
E a Margarete só olhando.
VERÍSSIMO, Luis Fernando. A decadência do Ocidente. In: A mesa voadora.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p.98.
Por que a empregada recusou-se a fazer a galinha ao
molho pardo?
A) Porque desaprendeu a receita do prato.
B) Porque quase desmaiou na cozinha.
C) Porque se desentendeu com o doutor.
D) Porque deveria cortar o pescoço da galinha.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
A hora dos ruminantes
A noite chegava cedo em Manarairema. Mal o
sol se afundava atrás da serra – quase que de repente,
como caindo – já era hora de acender candeeiros, de
recolher bezerros, de se enrolar em xales. A friagem
6

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
até então continuada nos remansos do rio, em fundos
de grotas, em porões escuros, ia se espalhando,
entrando nas casas, cachorro de nariz suado farejando.
Manarairema, ao cair da noite – anúncios,
prenúncios, bulícios. Trazidos pelo vento que bate
pique nas esquinas, aqueles infalíveis latidos, choros
de criança com dor de ouvido, com medo do escuro.
Palpites de sapos em conferência, grilos afiando ferros,
morcegos costurando a esmo, estendendo panos
pretos, enfeitando o largo para alguma festa soturna.
Manarairema vai sofrer a noite. [...]
Não se podia mais sair de casa, os bois
atravancavam as portas e não davam passagem, não
podiam; não tinham para onde se mexer. Quando se
abria uma janela não se conseguia mais fechá-la, não
havia força que empurrasse para trás aquela massa
elástica de chifres, cabeças e pescoços que vinha
preencher o espaço.
Frequentemente surgiam brigas, e seus
estremecimentos repercutiam longe, derrubavam
paredes distantes e causavam novas brigas, até que os
empurrões, chifradas, ancadas forçassem uma
arrumação temporária. O boi que perdesse o equilíbrio
e ajoelhasse nesses embates não conseguia mais se
levantar, os outros o pisavam até matar, um de menos
que fosse já folgava um pouco o aperto – mas só
enquanto os empurrões vindos de longe não
restabelecessem a angústia. [...]
VEIGA, José J. Disponível em: <http://www.portugues.com.br/literatura>.
Acesso em: 5 mar. 2012. Fragmento.
De acordo com esse texto, conclui-se que o título “A
hora dos ruminantes” significa que
A) à noite os bezerros eram recolhidos.
B) à noite as pessoas sofriam com o frio intenso.
C) à noite muitos bois tiravam a tranquilidade de
Manarairema.
D) os animais invadiam as casas a fim de se
aquecerem.
E) os moradores de Manarairema são comparados a
animais.
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-
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Descoberta novas espécies de hominídeos que
conviveram com ‘Homo erectus’ há 1,7 milhão de
anos
Três fósseis encontrados na África desvendam
um mistério de quarenta anos e permite aos
especialistas conhecer melhor a base da evolução
humana
Três novos fósseis descobertos na fronteira
entre o Quênia e a Etiópia, na África, confirmam que
duas espécies de hominídeos viveram ao lado do
Homo erectus há dois milhões de anos. Até então se
sabia com certeza apenas da existência de uma
segunda espécie que habitou a Terra na época – o
terceiro Homo era uma incógnita. O estudo foi
publicado na revista Nature. Os fósseis – um rosto e
alguns dentes de um menino com cerca de oito anos,
uma mandíbula inferior completa com dentes e raízes
e parte de outra mandíbula inferior de um adulto,
incompleta, também com dentes e raízes – foram
encontrados entre 2007 e 2009 no leste do lago
Turkana e pertenceram a hominídeos que viveram
entre 1,78 milhões e 1,95 milhões de anos atrás.
A descoberta permitiu aos paleontólogos
“juntar” as peças de um quebra-cabeça que, há
quarenta anos, os intrigava: o fóssil, chamado de
KNM-ER 1470 (ou só 1470), descoberto em 1972, seria
ou não uma nova espécie de Homo? Ele tinha um rosto
muito maior que outros fósseis encontrados na região,
o que tornava difícil compará-lo com outras espécies.
Por não se ter a arcada dentária desses fósseis,
as análises não eram conclusivas. Parte dos
especialistas defendia que se tratava de uma dismorfia
de uma única espécie, outra parte que se tratava de
algo completamente novo. É aqui que os novos fósseis
entram e se encaixam na história do 1470: as novas
evidências comprovam que não se tratava de uma
alteração pontual na forma, mas de um tipo diferente
de Homo.
O fóssil do rosto recentemente encontrado é
semelhante ao do 1470. Ele tem uma morfologia
desconhecida até então, incluindo o tamanho da face
e dos dentes pós-caninos.
Foi chamado de KNM-ER 62 000. A mandíbula
completa, chamada de KNM-ER 60 000, e o fragmento
de mandíbula, KNM-ER 62 003, têm uma arcada
dentária mais curta e incisivos pequenos, o que
encaixa na morfologia do 1470 e do rosto 62 000.
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/descoberta-novas-
especies-de-hominideos-que-conviveram-com-homo-erectus-ha-1-7-
milhao-de-anos>.
Acesso em: 14 ago. 2012.
De acordo com esse texto, as evidências encontradas
nos novos fósseis comprovam que trata-se de
A) um rosto de um menino.
B) um tipo diferente de Homo.
C) uma descoberta científica inusitada.
D) uma dismorfia da espécie.
E) uma mudança na estrutura fossilizada.
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7

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
O negócio é ser verde
A consultora francesa, que assessora grandes
companhias em assuntos ambientais, diz que é
inevitável que as empresas adaptem seus modelos de
negócio à sustentabilidade.
Que outras atitudes sustentáveis a senhora
incorporou à sua rotina?
Elisabeth Laville – Depois que tive minha filha,
hoje com 4 anos, fiquei radical quanto a determinadas
questões. Ela entrou para a escola recentemente, e
constatei que os alimentos servidos lá eram ricos em
gorduras e carboidratos. Disseram-me que seria
impraticável adotar um novo cardápio sem que outras
instituições aderissem a ele. Procurei essas escolas e
consegui que aderissem à mudança na alimentação
das crianças. Ou seja, mesmo atitudes simples podem
ter impacto para as gerações futuras. Não consigo
entender por que as pessoas não se preocupam com o
mundo que deixarão para seus descendentes. Na
Europa, onde uma parte da população costuma
esquiar, os adultos não pensam que, ao ter atitudes
antiecológicas, privarão seus filhos ou netos do
esporte. Dez por cento das estações de esqui dos
Alpes estão sob risco de fechar, pois não há mais
neve como antes. Outro hábito que incorporei foi
comprar produtos de limpeza e alimentos orgânicos.
Essas atitudes podem ter enorme impacto na saúde de
todos.
É possível tornar os alimentos orgânicos mais
baratos?
Elisabeth Laville – Acho que é uma questão de
tempo até que a exceção se torne regra.
Se todos começarem a exigir orgânicos no
mercado, eles vão baratear. Foi o que aconteceu com
outros produtos, como o ar-condicionado dos carros,
que antes era usado por poucas pessoas, e o telefone
celular, que custava caríssimo e hoje pode sair de
graça.
Veja, 16 set. 2009. Fragmento.
No título desse texto, a palavra “verde” foi usada com
a intenção de mostrar que é preciso
A) baratear o preço dos produtos orgânicos.
B) melhorar o lanche nas escolas.
C) participar de manifestações ecológicas.
D) recuperar reservas naturais.
E) ter atitudes sustentáveis.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Por que o senhor é cético em relação às previsões
sobre o aquecimento global?
Bjorn Lomborg – Discordo da forma como as
discussões sobre esse tema são colocadas. Existe a
tendência de considerar sempre o pior cenário – o que
aconteceria nos próximos 100 anos se o nível dos
mares se elevar e ninguém fizer nada. Isso é irreal,
porque é óbvio que as pessoas vão mudar, vão
construir defesas contra a elevação dos mares. No
entanto, isso é só uma parte do que tenho dito. Sou
cético em relação a algumas previsões, sim. Mas sou
cético principalmente em relação às políticas de
combate ao aquecimento global. O problema principal
não é a ciência. Precisamos dos cientistas. A questão é
que tipo de política seguir. E isso é um aspecto
econômico, porque implica uma decisão de gastar
bilhões de dólares de fundos sociais. Em outras
palavras, não sou um cético da ciência do clima, mas
um cético da política do clima. Basicamente, digo que
não estamos adotando as melhores políticas porque
não estamos pensando onde gastar o dinheiro para
produzir os maiores benefícios.
Veja, 23 dez. 2009. Fragmento.
No Texto, o entrevistado afirmar ser cético,
principalmente, com relação
A) à decisão de gastar dinheiro de fundos sociais.
B) à tendência de se considerar o pior cenário.
C) às discussões sobre o aquecimento global.
D) às políticas de combate ao aquecimento.
E) às previsões sobre o aquecimento global.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Disponível em: <http://www.centercardclub.com.br/noticias.php?id=29>.
Acesso em: 4 fev. 2012.
De acordo com o Texto, os cientistas acreditam que
A) existe uma relação entre a frequência emitida
pelos celulares e o aparecimento de câncer.
8

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
B) existem pessoas que usam o celular há 10 anos ou
mais.
C) o desenvolvimento dos estudos sobre o câncer
relaciona-se com o uso do celular.
D) o tumor cerebral é mais comum em pessoas que
utilizam o celular com frequência.
E) os pacientes pesquisados desenvolveram 3 tipos
de tumores.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Estudo simulará aquecimento amazônico e suas
consequências
Para descobrir como animais e plantas vão se
virar diante do desafio do aquecimento global,
cientistas do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia) vão recriar artificialmente o ambiente
aquático amazônico num clima mais quente.
A ideia é ter cenários baseados em três
projeções do IPCC (painel do clima da ONU) para 2100,
da mais branda à mais catastrófica.
O projeto, diz seu coordenador, Adalberto Val,
diretor do Inpa, é inédito no mundo.
“Muitos pesquisadores olham para os animais
terrestres quando fazem projeções, mas se esquecem
da vida aquática”, afirma o biólogo.
No caso da Amazônia, há mais de 3.000 espécies
de peixes conhecidas – boa parte delas endêmica (ou
seja, só existem naquela região). O impacto do
aquecimento sobre a vida aquática começa fora
d’água. Com a redução das árvores em volta dos rios
(elas podem morrer com o clima mais quente), a
radiação solar que atinge o ambiente aquático
aumenta.
Além disso, os bichos tendem a nadar mais
superficialmente para respirar diante da redução de
oxigênio nas águas, que têm aumento de carbono e
ficam mais ácidas com o aquecimento global.
Mais expostos à luz solar, os peixes correm mais
risco de sofrer mutações por causa da radiação, e isso
pode prejudicar sua saúde. [...].
A hipótese dos cientistas é que os truques para
sobreviver ao aquecimento estão no
DNA dos animais desde o período Jurássico, há cerca
de 200 milhões de anos, quando o clima era mais
quente.
Val também lembrou que, diante de condições
climáticas adversas, os peixes tendem a migrar para
outros ambientes. Em geral, os que ficam nas
condições mais quentes tendem a ser os peixes
ósseos. Os cartilaginosos (como as arraias) procuram
outras águas, menos tépidas. Isso traz desequilíbrios
ambientais, como disputa acirrada por alimentos.
RIGUETTI, Sabine. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/943422-estudo-simulara-
aquecimento-amazonico-e-suasconsequencias.
shtml>. Acesso em: 24 ago. 2011. Fragmento.
De acordo com esse texto, o principal objetivo da
pesquisa dos cientistas é
A) descobrir as mutações sofridas pelos peixes que
estão mais expostos à luz solar.
B) descobrir o comportamento de animais e plantas
com o aquecimento global.
C) investigar as mais de três mil espécies de peixes
endêmicos da Amazônia.
D) recriar artificialmente o ambiente aquático
amazônico em clima mais quente.
E) reproduzir cenários baseados em três projeções
do IPCC para 2100.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
O cego, Renoir, Van Gogh e o resto
Vistos de costas, pareciam apenas dois amigos
conversando diante do quadro Rosa e azul, de Renoir,
comentando o quadro. Porém, quem prestasse
atenção nos dois perceberia, talvez estranhasse, que
um deles, o de elegantes óculos de sol, parecia um
pouco desinteressado, apesar de todo o empenho do
outro, traduzido em gestos e eloquência quase
murmurada. [...]
O que falava segurava às vezes o antebraço do
de óculos com uma intimidade solícita e confiante. [...]
Aproximei-me do quadro, fingindo olhar de perto a
técnica do pintor, voltei-me e percebi: o de óculos
escuros era cego. [...]
Algo extraordinário acontecia ali, que eu só
compreendia na superfície: um homem descrevendo
para um amigo cego um quadro de Renoir. Por que
tantos detalhes? [...]
– Azul com o quê? Fale mais desse azul – pediu o
cego, como se precisasse completar alguma coisa
dentro de si.
– É um azul claro, muito claro, um azul que tem
movimento e transparência em muita luz, um azul
tremulando, azul como o de uma piscina muito limpa
eriçada pelo vento, uma piscina em que o sol se reflete
e que tremula em mil pequenos reflexos [...] Lembra-
se daquela piscina em Amalfi?
– Lembro... lembro... – e sacudia a cabeça ...
9

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
Afastei-me, olhei-os de longe. Roupas coloridas,
esportivas. [...] O guarda treinado para vigiar pessoas
estava ao meu lado e contou, aos arrancos:
– Eles vêm muito aqui. Só conversam sobre um
quadro ou dois de cada vez. É que o cego se cansa. Era
fotógrafo, ficou assim de desastre.
ÂNGELO, Ivan. O comprador de aventuras. In Para gostar de ler: v.: 28. 2ª
ed. São Paulo: Ática, 2007. Fragmento.
Infere-se desse texto que o homem cego é
A) acanhado.
B) audacioso.
C) cuidadoso.
D) determinado.
E) impaciente.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
A carta de Caminha nos dias de hoje
Alteza da galáxia,
Peço humildes desculpas por ter de lhe enviar
esta mensagem eletrônica neste dia, contudo, gostaria
de relatar que após nossa saída do sistema Gregor,
200 bilhões de anos-luz atrás, chegamos a uma galáxia
jamais explorada. Informo que esta vossa frota de
naves encontrou num canto muito distante de vosso
universo, perdido em uma galáxia de um só Sol, um
pequeno planeta azul que resolvemos chamar de
Água, pois este é o nome do líquido de cor bonita que
mais existe neste lugar. Além de muita água, existe
uma população de seres que se denominam
“humanos”. […]
Estes seres humanos são muito estranhos […].
Os povos são divididos pelo planeta em regiões de
características topográficas e climáticas relativamente
uniformes, delimitadas por fronteiras às quais os
nativos dão o nome de países […]. Outra característica
interessante destes seres é que são muito dóceis para
conosco e aceitam nossa amizade e aproximação
em troca de um simples diagramador estelar ou um
rélis relógio atemporal. Penso que será fácil convencê-
los de vossa santa intenção de trazer para este planeta
nossa tecnologia que está a muitos bilhões de anos-luz
a frente da que eles possuem. […]
Estamos voltando e levando conosco um ser
deste estranho e atrasado planeta para que possamos
estudá-lo. Deixaremos aqui uma de nossas naves com
tripulação para que outros povos saibam que este
planeta pertence à Vossa Alteza.
Desculpo-me mais uma vez pelo incômodo e
termino minha mensagem com votos de longa vida ao
Rei.
Disponível em: <http://edinanarede.webnode.com.br/atividades>. Acesso
em: 8 abr. 2012. Fragmento.
No final do Texto, pode-se concluir que os seres que
chegaram ao planeta pretendiam
A) dominar o planeta recém-encontrado.
B) estudar os seres humanos.
C) promover a paz no universo.
D) roubar a tecnologia encontrada.
E) usufruir da água disponível no lugar.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
A economia da felicidade
Vivemos em tempos de altas ansiedades. Apesar
de o mundo usufruir de uma riqueza total sem
precedentes, também há ampla insegurança, agitação
e insatisfação. Nos Estados Unidos, uma grande
maioria dos americanos acredita que o país está “no
caminho errado”. O pessimismo está nas alturas. O
mesmo vale para muitos outros lugares.
Tendo essa situação como pano de fundo,
chegou a hora de reconsiderar as fontes básicas de
felicidade em nossa vida econômica. A busca
incansável de rendas maiores vem nos levando a uma
ansiedade e iniquidade sem precedentes, em vez de
nos conduzir a uma maior felicidade e satisfação na
vida. O progresso econômico é importante e pode
melhorar a qualidade de vida, mas só se o buscarmos
junto com outras metas. [...]
SACHS, Jeffrey D.. Disponível em:
<http://zelmar.blogspot.com/2011/08/economia-da-felicidade.html>.
Acesso em: 18 nov. 2011.
Fragmento.
Segundo esse texto, o que tem causado a alta
ansiedade vivida no mundo é
A) a busca incansável por rendas maiores.
B) a iniquidade sem precedentes.
C) a riqueza total sem precedentes.
D) o alto grau de pessimismo do mundo.
E) o progresso econômico.
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-
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Os números (SURPREENDENTES) de mortes por raios no
Brasil
No Brasil ocorrem 132 mortes por ano devido às
descargas elétricas atmosféricas, os raios, o que nos
10

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
coloca na quinta posição de fatalidade entre os países
com estatísticas confiáveis. E a probabilidade de um
homem ser atingido por uma dessas descargas,
curiosamente, é dez vezes maior que a de uma mulher.
Além disso, a probabilidade de ser vítima de um raio na
fase adulta é o dobro da representada tanto por jovens
quanto idosos.
Viver na zona rural ou urbana também altera essas
chances. Na área rural, a probabilidade de receber uma
descarga é dez vezes maior.
O Brasil é um dos poucos países que dispõem de
um mapeamento detalhado das circunstâncias das
mortes por descargas elétricas atmosféricas, o que pode
contribuir significativamente para aperfeiçoar as regras
nacionais de proteção contra o fenômeno.
Nos Estados Unidos, a circunstância que mais
provoca mortes por raios são as atividades esportivas ou
de recreação, como pescar, acampar e jogar golfe,
diferentemente do Brasil.
Uma análise sociológica permite deduzir que essa
diferença está atrelada principalmente ao fato de os
Estados Unidos serem um país desenvolvido e o Brasil
estar ainda em desenvolvimento. Assim, atentar para a
proteção de pessoas jogando golfe não seria a melhor
forma de fazer uma campanha de proteção nacional. O
ideal é instruir a população a não realizar atividades
agropecuárias (causa principal das fatalidades no Brasil),
assim como orientar as pessoas a não permanecerem
próximas aos meios de transporte, sob árvores e em
campo de futebol durante as tempestades.
Disponível em:
<http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/os_numeros__surpreendent
es__de_mortes_por_raios_no_brasil_3.html>.
Com base nesse texto, a campanha ideal de proteção
nacional contra raios deve considerar
A) a posição ocupada pelo Brasil entre os países com
estatísticas confiáveis.
B) as circunstâncias em que ocorrem as mortes por
descargas elétricas no Brasil.
C) as possibilidades de um homem ser atingido por
uma descarga elétrica no Brasil.
D) o número de habitantes da zona urbana e da zona
rural no Brasil.
E) o número de mortes que ocorrem no Brasil
durante um ano.
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(SPAECE). Leia o texto abaixo.
A vida sem casamento
Afinal, o que as mulheres querem? No campo
das aspirações femininas mais fundamentais, essa é
uma pergunta facílima de responder. Por razões
sociais, culturais e biológicas, a maioria absoluta das
mulheres aspira a encontrar um companheiro, casar-
se, construir família e, por intermédio dos filhos, ver
cumprido o imperativo tão profundamente
entranhado em seu corpo e em sua psique ao longo de
centenas de milhares de anos de história evolutiva.
A diferença a que se assiste hoje é que não
existe mais um calendário fixo para que isso aconteça.
A formidável mudança que eclodiu e se consolidou ao
longo do ultimo século, com o processo de
emancipação feminina, o acesso à educação e a
conquista do controle reprodutivo, permitiu a um
número crescente de mulheres adiar a “ programação”
materno-familiar. As mulheres que dispõem de
autonomia econômica e vida independente não são
mais consideradas balzaquianas aos 30 anos – apenas
30 anos! - , encalhadas aos 35 e aos 40, reduzidas
irremediavelmente à condição de solteironas, quando
não agregadas de baixíssimo status social,
melancolicamente mexendo tachos de comida para os
sobrinhos nas grandes cozinhas das famílias
multinucleares do passado.
Imaginem só chamar de titia uma profissional
em pleno florescimento, com um ou mais títulos
universitários – e um corpinho bem-cuidado que
enfrenta com honras o jeans de cintura baixa ou o
biquíni nos intervalos dos compromissos de trabalho.
Além de fora de moda, o termo pode ser até ofensivo.
O contraponto a esses avanços é que, quanto mais as
mulheres prorrogam o casamento, mais se candidatam
a uma vida inteira sem alcançá-lo.
Bel Moherdani. Revista Veja. 29 Novembro 2006 (Fragmento)
A principal informação desse texto é que as mulheres
A) aspiram casar-se e construir família.
B) desejam, através de seus filhos, perpetuar a
evolução.
C) dispõem de autonomia econômica.
D) enquanto avançam no profissional, adiam o
casamento.
E) tem se preocupado mais com a forma física.
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(SPAECE). Leia o texto abaixo.
A morte do jangadeiro
Ao sopro do terral abrindo a vela,
Na esteira azul das águas arrastada,
Segue veloz a intrépida jangada
Entre os uivos do mar que se encapela.
Prudente, o jangadeiro se acautela
Contra os mil acidentes da jornada;
11

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
Fazem-lhe, entanto, guerra encarniçada
O vento, a chuva, os raios, a procela.
Súbito, um raio o prostra e, furioso,
Da jangada o despeja na água escura;
E, em brancos véus de espuma, o desditoso.
Envolve e traga a onda intumescida,
Dando-lhe, assim, mortalha e sepultura
O mesmo mar que o pão lhe dera em vida.
Padre Antonio Tomás.
Infere-se desse poema que os perigos oferecidos pelo
mar são
A) ditosos.
B) envolventes.
C) inúmeros.
D) pequenos.
E) simples.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo.
As rãs assustadas com a batalha dos touros
Quando os poderosos brigam, os fracos acabam por
sofrer
Uma rã, assistindo de seu pântano a um
combate entre alguns touros, lamentava-se:
– Ai de nós! Que terrível destruição nos ameaça!
Uma outra rã perguntou por que ela dizia tal
coisa, se os touros lutavam pelo governo do rebanho e
passavam suas vidas tão longe daquele pântano onde
viviam.
– Sim, eles moram longe; disse a rã – são de uma
espécie diferente da nossa.
Ainda assim, os que perderem a luta pela
soberania do prado fugirão, procurando esconderijos
secretos nos pântanos, e seremos pisadas e
esmagadas por suas patas poderosas. Portanto,
naquela fúria que eles demonstram está em jogo a
nossa segurança.
Fábulas do mundo inteiro. Círculo do Livro, s/d.
Nesse texto, pode-se concluir que a primeira rã é
A) autoritária.
B) corajosa.
C) desconfiada.
D) distraída.
E) prudente.
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(SPAECE). Leia o texto abaixo.
Anúncio do zoornal I
Troca-se galho d’árvore
novo em folha, vista pra mata
por um cacho de banana
da terra, nanica ou prata.
CAPARELLI, Sérgio.
Infere-se desse texto que quem faz a proposta da
troca é um
A) cachorro.
B) homem.
C) leão.
D) macaco.
E) pássaro.
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(SPAECE). Leia o texto abaixo.
As enchentes de minha infância
Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com
uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava os
que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão
fundos para o rio. Como a casa dos Martins, como a
casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros, depois de
nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para o
rio.
Quando começavam as chuvas a gente ia toda
manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a
enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a
altura da cerca dos fundos, depois às bananeiras,
vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Mais
de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu
tanto que a família defronte teve medo.
Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso
para nós era uma festa, aquela faina de arrumar camas
nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre.
Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam
muito; como se fazia café e se tomava café tarde da
noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo
nosso porão, e me lembro que nós, os meninos,
torcíamos para ele subir mais e mais. Sim, éramos a
favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha
quando, mal saltando da cama, íamos correndo para
ver que o rio baixara um palmo — aquilo era uma
traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava
alguém a cavalo dizia que lá, para cima do Castelo,
tinha caído chuva muita, anunciava águas nas
cabeceiras, então
12

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
dormíamos sonhando que a enchente ia outra vez
crescer, queríamos sempre que aquela fosse a maior
de todas as enchentes.
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 3. ed. Rio de Janeiro, 1990.
Com base nesse texto, observa-se que o autor lembra
mais fortemente
A) da casa em que morou.
B) da casa dos Martins.
C) das enchentes da infância.
D) do café tarde da noite.
E) dos colegas de infância.
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(SPAECE). Leia o texto abaixo.
O Bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O Bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O Bicho, meu Deus, era um homem.
BANDEIRA, Manuel. Poesias. Rio de Janeiro: José Olympyo, 1955.
Esse texto denuncia
A) a condição miserável do ser humano.
B) a mistura do homem com o bicho.
C) a diferença entre homem e cão.
D) o acúmulo de lixo nos pátios.
E) o trabalho de catadores de lixo.
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Leia o texto abaixo.
João e Maria
A bruxa veio do nada, voando no cabo de vassoura,
e ceifou a vida de João.
A história podia terminar aí, mal começada porque
João era uma criança, mas sua mãe não deixou. Um
menino tão bonzinho e amado, se finar assim de repente.
Sofrendo horrível com a morte do filho, desesperada
apesar dos confortos amigos, não se conformava: queria
que ele continuasse. Pelo menos um pouco dele.
A mãe deu os olhos de João. Fez a doação para um
banco de olhos, isso que a gente vê só de longe e nos
outros. Foi previsível que os parentes estranhassem, mais
que isso, não entendessem, indignados quase, uma
desnaturada. E contudo era simples ir refazendo o seu
caminho, até lhe encontrar o coração no motivo. O mais
bonito de João viveria.
E Maria, que há dois anos esperava, teve afinal
esperança.
E a operação de Maria, um transplante, de córnea,
se fez possível, com sucesso feliz.
E João e Maria de olhos dados seguiram, juntos, e
saíram do escuro.
RAMOS, Ricardo. In: Estação primeira. São Paulo: Scipione,1996.
Os parentes acharam que a doação das córneas de
João era
A) algo absurdo.
B) algo desesperado.
C) algo possível.
D) um fato natural.
E) um fato previsível.
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Leia o texto, abaixo, e responda.
A evolução sobre trilhos
Em 200 anos, os trens passaram das marias-fumaças aos
flutuantes e megarrápidos Maglevs
O Brasil conta com quase 30 mil quilômetros de
ferrovias, mas ficou no passado em relação a esse tipo de
transporte. De toda a nossa malha, menos de 2 mil
quilômetros são eletrificados e somente 223 metros são
magnetizados. Esse tipo de trilho serve para mover trens
como o Maglev, ideia que surgiu na Alemanha em 1979,
mas hoje só funciona comercialmente no Japão e na
China. Considerado o mais avançado do mundo, usa uma
força magnética que faz o trem levitar e lhe dá um
impulso capaz de atingir altas velocidades. Como não
existe atrito, o Maglev consegue competir até com aviões
em termos de velocidade: chega a 581 quilômetros por
hora. “Ele tem pouco impacto ambiental e é ideal para
países topograficamente acidentados como o Brasil”, diz
o engenheiro Eduardo Gonçalves David, autor do livro O
Futuro das Estradas de Ferro no Brasil.
Atualmente, uma equipe da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) está desenvolvendo a versão
brasileira, o Maglev Cobra, e construindo uma pista para
testar a supermáquina. No futuro, a intenção é usá-lo
para ligar os aeroportos de Galeão e Santos Dumont, no
Rio de Janeiro.
A primeira versão desse tipo de transporte, no
entanto, foram as locomotivas movidas a carvão,
desenvolvidas no começo do século 19, que vieram
substituir os vagões de tração animal. Por mais de cem
13

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
anos, a maria-fumaça foi o principal meio de locomoção
do mundo.
Trazida ao Brasil em 1854, tinha um trajeto entre a
Baía de Guanabara e Petrópolis (RJ). Em 1889, já havia
9500 quilômetros de ferrovias no País.
Por volta de 1890 foram criados os motores a
diesel que, seis décadas depois, superaram os movidos a
carvão. Veio então a época de ouro das ferrovias no
Brasil, quando tivemos quase 35 mil quilômetros de
trilhos cortando boa parte do País. A partir da década de
60, passou-se a priorizar a malha rodoviária, uma decisão
que até hoje gera discussões e divide a opinião de
especialistas.
(Guilherme Rosa)
Revista Galileu - Setembro de 2010 – Nº 230 – p.17.
De acordo com esse texto, o Maglev
A) apresenta características adequadas para a
topografia brasileira.
B) está no passado da história do transporte de
passageiros por ferrovias.
C) faz parte das locomotivas da época de ouro da
ferrovia no Brasil.
D) substitui a maria-fumaça como principal meio de
transporte de passageiros.
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(PROEB). Leia o texto abaixo.
CONFIDÊNCIA DO ITABIRANO
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e
comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres
e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce
herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas que ora te ofereço:
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de
visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
ANDRADE, Carlos Drummond. Reunião. 10. ed. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1980.
Na última estrofe desse poema, o autor exprime
A) desconfiança.
B) generosidade.
C) indiferença.
D) orgulho.
E) saudosismo.
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(SAEMS). Leia o texto abaixo.
Escolha o seu sonho
Devíamos poder preparar os nossos sonhos
como os artistas, as suas composições. Com a matéria
sutil da noite e da nossa alma, devíamos poder
construir essas pequenas obras-primas
incomunicáveis, que, ainda menos que a rosa, duram
apenas o instante em que vão sendo sonhadas, e logo
se apagam sem outro vestígio que a nossa memória.
Como quem resolve uma viagem, devíamos
poder escolher essas explicações sem veículos nem
companhia – por mares, grutas, neves, montanhas e
até pelos astros, onde moram desde sempre heróis
deuses de todas as mitologias, e os fabulosos animais
do Zodíaco.
Devíamos, à vontade, passear pelas margens do
Paraíba, lá onde suas espumas crespas correm com o
luar por entre as pedras, ao mesmo tempo cantando e
chorando. – Ou habitar uma tarde prateada de
Florença, e ir sorrindo para cada estátua dos palácios e
das ruas, como quem saúda muitas famílias de
mármore...
– Ou contemplar nos Açores hortênsias da altura
de uma casa, lagos de duas cores e cestos de vime
nascendo entre fontes, com águas frias de um lado e,
do outro, quentes...
– Ou chegar a Ouro Preto e continuar a ouvir
aquela menina que estuda piano há duzentos anos,
hesitante e invisível enquanto o cavalo branco escolhe,
de olhos baixos, o trevo de quatro folhas que vai
comer.
Quantos lugares, meu Deus, para essas
excursões! Lugares recordados ou apenas imaginados.
Campos orientais atravessados por nuvens de pavões.
Ruas amarelas de pó, amarelas de sol, onde os
camelos de perfil de gôndola estacionam, com seus
carros.
Avenidas cor-de-rosa, por onde cavalinhos
emplumados, de rosa na testa e colar ao pescoço,
conduzem leves e elegantes coches policromos...
... E lugares inventados, feitos ao nosso gosto;
jardins no meio do usar; pianos brancos que tocam
sozinhos; livros que se desarmam, transformados em
música. [...]
14

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
Devíamos poder sonhar com as criaturas que
nunca vimos e gostaríamos de ter visto: Alexandre, o
Grande; São João Batista; o Rei Davi a cantar; o
Príncipe Gautama...
E sonhar com os que amamos e conhecemos, e
estão perto ou longe, vivos ou mortos...
Sonhar com eles no seu melhor momento,
quando foram mais merecedores de amor imortal...
Ah!... – (que gostaria você de sonhar esta noite?).
Meireles, Cecília. Disponível em:
<http://recantodasletras.uol.com.br/cronicas/1391220>. Acesso em: 15
mar. 2010. Fragmento.
Nesse texto, o trecho em que se verifica a presença de
um ser inanimado com ação humana é:
A) “... lá onde suas espumas crespas correm com o
luar por entre as pedras, ao mesmo tempo
cantando e chorando.”. (3° parágrafo)
B) “... e ir sorrindo para cada estátua dos palácios e
das ruas, como quem saúda muitas famílias de
mármore...”. (3° parágrafo)
C) “... o cavalo branco escolhe, de olhos baixos, o
trevo de quatro folhas que vai comer.”. (5°
parágrafo)
D) “Lugares recordados ou apenas imaginados.
Campos orientais atravessados por nuvens de
pavões.”. (6° parágrafo)
E) “E sonhar com os que amamos e conhecemos, e
estão perto ou longe, vivos ou mortos...”.
(penúltimo parágrafo)
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(SAEMS). Leia o texto abaixo.
Café expresso
Café expresso – está escrito na porta.
Entro com muita pressa. Meio tonto, por haver
acordado tão cedo...
E pronto! Parece um brinquedo...
cai o café na xícara pra gente maquinalmente.
E eu sinto o gosto, o aroma, o sangue quente de São
Paulo
Nesta pequena noite líquida e cheirosa
Que é minha xícara de café.
A minha xícara de café é o resumo de todas as coisas
que vi na fazenda e me vêm à memória apagada...
Na minha memória anda um carro de bois a bater as
porteiras da estrada...
Na minha memória pousou um pinhé gritando:
crapinhé!
[...]
Mas acima de tudo aqueles olhos de veludo da cabocla
[...] a olhar pra mim como dois grandes pingos de café
que me caíram dentro da alma
e me deixaram pensativo assim...
Mas eu não tenho tempo pra pensar nessas coisas!
Estou com pressa, muita pressa.
RICARDO, Cassiano. Seleta em prosa e verso. 2. ed. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1975. Fragmento.
Nesse texto, está implícito que o eu lírico
A) controla suas emoções.
B) entristece-se com o passado.
C) é um homem solitário.
D) sente falta da vida rural.
E) trabalha à noite.
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(SARESP-2011). Leia o texto abaixo.
TRABALHO ESCRAVO
Pior do que não conseguir trabalho é não conseguir sair
dele.
Trabalho escravo!
Vamos abolir essa VERGONHA!
Mais de 120 anos se passaram desde a Lei
Áurea, e milhares de brasileiros continuam
trabalhando em regime de escravidão.
Homens, mulheres e crianças vivem em
condições subumanas no campo, sem dignidade e sem
liberdade.
O Brasil vai dar um basta nisso.
Os elementos que ilustram a figura selecionada e a
maneira como eles estão nela dispostos permitem
relacionar o trabalho
(A) ao aprisionamento.
(B) ao cansaço.
(C) à paciência.
(D) à desolação.
(E) à resignação.
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Leia o texto, abaixo e responda.
Tudo vai melhorar!
Numa feira de agropecuária, um fazendeiro do
Mato Grosso do Sul encontrou-se com um fazendeiro
do estado do Tocantins.
O Fazendeiro do Mato Grosso do Sul perguntou:
– Cumpadre! Se o senhor não se importa deu
perguntar, qual é o tamanho da sua fazenda?
O Fazendeiro do Tocantins respondeu:
– Óia, cumpadre! Acho que deve di dar uns
quatrocentos hectare, é piquinina! E a sua?
15

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
Como o fazendeiro do Mato Grosso do Sul era
do tipo meio arrogante e cheio de mania de grandeza,
ele foi logo esnobando o outro fazendeiro dizendo:
– Cumpadre! O senhor sabe que eu nunca me
interessei de contá, eu só sei que eu saio de manhã
bem cedinho e quando é meio dia eu ainda nem
cheguei na metade da propriedade.
– Eu sei cumpadre!...Eu sei! No começo eu
também andava de carroça...Squenta não!...
Guenta firme cumpadre! Tenho certeza que
tudo vai melhorar!
Edilson Rodrigues Silva
Disponível em: <http://recantodacronica.blogspot.com/2011/01/tudo-vai-
melhorar-cronicas-pequenas-e.html> Acesso em: 10 mar. 2011.
Ao final desse texto, compreende-se que o título tem
um caráter
A) agressivo.
B) depreciativo.
C) irônico.
D) rancoroso.
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Leia o texto abaixo e responda.
Cascas de barbatimão
Eu ia para Araxá, isto foi em 1936, ia fazer uma
reportagem para um jornal de Belo Horizonte.
O trem parou numa estação, ficou parado muito
tempo, ninguém sabia por quê.
Saltei para andar um pouco lá fora. Fazia um
mormaço chato. Vi uma porção de cascas de árvores.
Perguntei o que era aquilo, e me responderam que eram
cascas de barbatimão que estavam ali para secar. Voltei
para meu assento no trem e ainda esperei parado algum
tempo. A certa altura peguei um lápis e escrevi no meu
caderno: “Cascas de barbatimão secando ao sol.”
Perguntei a algumas pessoas para que serviam
aquelas cascas. Umas não sabiam; outras disseram que
era para curtir couro, e ainda outras explicaram que elas
davam uma tinta avermelhada muito boa.
Como repórter, sempre tomei notas rápidas, mas
nunca formulei uma frase assim para abrir a matéria -
“cascas de barbatimão secando ao sol.” Não me lembro
nunca de ter aproveitado esta frase. Ela não tem nada de
especial, não é de Euclides da Cunha, meu Deus, nem de
Machado de Assis; podia ser mais facilmente do primeiro
Afonso Arinos, aquele do buriti. Ela me surgiu ali, naquela
estaçãozinha da Oeste de Minas, não sei se era
Divinópolis ou Formiga.
Um dia, quando eu for chamado a dar testemunho
sobre a minha jornada na face da terra, que poderei
afirmar sobre os homens e as coisas do meu tempo?
Talvez me ocorra apenas isto, no meio
de tantas fatigadas lembranças: “cascas de barbatimão
secando ao sol.”
(Rubem Braga. Recado de primavera. Rio de Janeiro: Record, 7.ed, 1998,
p.175)
"Cascas de barbatimão secando ao sol."
Em relação à frase acima, está correto o que se afirma:
(A) No final do texto, o cronista atribui a ela um
sentido figurado, relacionando-a ao sentido da
vida, diferente do sentido com que aparece no
final do 1
o
parágrafo.
(B) A frase está empregada sempre em seu sentido
próprio, como cascas de um tipo de árvore,
todas as vezes em que surge no contexto.
(C) A frase apresenta sentido figurado, sempre que é
repetida no contexto, simbolizando as
dificuldades da vida.
(D) O cronista não consegue atribuir sentido à frase,
por ignorar a utilidade das cascas de
barbatimão.
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Leia o texto abaixo e responda.
PREVISÃO DO TEMPO
Os índios de uma reserva distante perguntam ao
novo chefe se o próximo inverno seria suave ou rigoroso.
Como o jovem chefe não havia aprendido as técnicas dos
ancestrais, pediu que recolhessem lenha e, enquanto
isso, foi telefonar para o Serviço de Meteorologia.
– O inverno vai ser muito rigoroso? – pergunta.
– Parece que sim – é a resposta. E o chefe manda o
povo juntar mais lenha. Dali a uma semana, telefona
outra vez.
– Tem certeza de que o inverno vai ser muito
rigoroso?
– Certeza absoluta.
O chefe diz ao povo que junte toda a lenha que
encontrar. Na semana seguinte, telefona outra vez.
– Tem certeza?
– Vai ser o inverno mais rigoroso que já se viu.
– Por que tem tanta certeza?
– Porque os índios estão recolhendo lenha feito
loucos!
Disponível em: <http://www.piadas.com.br/piadas/
humor/previsao-do-tempo> Acesso em: 10 mar. 2011.
Nesse texto, a primeira pergunta feita pelo jovem
chefe revela
A) crítica.
B) irritação.
C) insistência.
D) preocupação.
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D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
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Leia o texto a seguir e, responda.
Terapia com animais ajuda a enfrentar algumas
doenças, como depressão e paralisia cerebral
As terapias que usam bichos já se contam às
dezenas. A equoterapia usa cavalos para reabilitar
pacientes com esclerose múltipla, paralisia cerebral e
síndrome de Down, trabalhando o equilíbrio e a
concentração. Animais aquáticos, como golfinhos e
orcas, são utilizados para trazer crianças autistas para
a realidade e ajudar depressivos a recuperar a alegria
de viver. Até tetraplégicos já conseguem ter uma vida
mais autônoma com a ajuda de macacos-prego
treinados para buscar objetos e acionar botões.[...]
A experiência com cães na prisão feminina de
Purdy, Estados Unidos, vem sendo copiada em mais de
50 penitenciárias do mundo. O projeto era ocupar as
detentas com o adestramento de cachorros. O
resultado foi surpreendente. Os animais saíram
preparados e as mulheres não voltaram a cometer
crimes depois de soltas.
(Luciana Vicária, Época, 4/8/2003, p.91)
Da leitura do texto infere-se que
(A) a experiência de ocupar detentas no treinamento
de cães não deu certo.
(B) cavalos colaboram para doentes recuperarem a
alegria de viver.
(C) a reportagem não tem fundamentação científica.
(D) trabalhar com animais diminuiu a criminalidade
de mulheres americanas.
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