frequentemente presente.
A Igreja Católica, até meados do Século passado, pintava o Diabo
com a mais horripilante máscara, mas nos presentes tempos teve que
retocá-la para adaptar-se ao Mundo Atual. Mesmo assim, apesar de deixar
de lado sua forma grotesca, não perdeu sua força, ao contrário: agora
Satanás é mais ardiloso e sutil, induzindo o Coletivo que a verdadeira
felicidade está em satisfazer as concupiscências da carne, deixando-se
seduzir pelo poder, dinheiro e luxúria; afinal, "a Vida está aqui para ser
vivida, sem restrições", e não é preciso servir ao Diabo para abraçar tal
filosofia como forma de viver. A Igreja Católica assume esse tipo de ação
como demoníaca, mas afastar o homem dos desígnios e caminhos de
Deus também pode ser ação do "Bicho".
Ao contrário do que muitos intelectuais pensavam, a superstição não
regrediu com o avanço da tecnologia e das ciências. Muitos achavam que
ninguém mais difundiria histórias mirabolantes sobre seres mirabolantes;
aposentariam seus amuletos, suas imagens de Buda, seus cristais,
Pirâmides e patas de coelho; o mês de agosto deixaria de ser agourento,
bem como as sextas 13... ninguém iria temer o mau-olhado, as invejas; o
que não dizer da cartomancia, dos búzios e do tarô? As pessoas têm muita
confiança em seus mestres, guias, gurus, médiuns, benzedeiros, pais-de-
santo... e a coisa não termina por aí... percepção extra-sensorial, mandala,
cabala, talismãs, duendes, "anjos", benzimentos...!
A grande verdade é que toda espécie de doutrina - até aquelas sem
pé nem cabeça - não encontraria centenas, milhares de adeptos, se tais
coisas não estivessem em moda. Isso quer dizer que, para desgosto de
alguns, mesmo os mais intelectualizados crêem em alguma forma de
sobrenatural. Se bom, se mal... se der certo e ajudar na vida... qual o
problema, afinal?! Ninguém disse que estamos a cultuar o Diabo... ou
disse?