171. Textos introdut órios
derando a distribuição de pessoas com 25 anos ou mais por nível de instrução, o percentual de brasileiros
com ensino superior completo passou de 15,7%, em 2017, para 16,5%, em 2018.
Com base nas análises dos resultados de 2017, a escolarização aumentou, exceto para a faixa etária de
18 a 24 anos, que ficou estável. Verifica-se, aí, o grande desafio que é o alcance da Meta 3 prevista no PNE –
de elevação da taxa de escolarização do ensino médio para 85% até o final da vigência do Plano, em 2024
– frente ao que foi alcançado até o momento.
Apesar da proporção de pessoas de 25 anos ou mais com ensino médio completo ter crescido no país,
passando de 45%, em 2016, para 47,4%, em 2018, e 48,8%, em 2019, mais da metade (51,2%, ou 69,5 mi-
lhões) dos adultos não concluiu essa etapa educacional (Módulo Educação da PNAD Contínua 2019-IBGE).
Entre os matriculados na educação de jovens e adultos (EJA), 831 mil pessoas eram do ensino funda-
mental e 833 mil, do ensino médio. Em termos de idade, 48,5% dos estudantes da EJA tinham até 24 anos
e 29%, 40 anos ou mais. Na EJA do ensino médio, o grupo mais novo concentrou 52% e o de 25 a 39 anos,
32,3%.
O cenário educacional em relação aos cursos tecnológicos, em 2018, apresenta que, dos 8,5 milhões de
estudantes do ensino superior de graduação no Brasil, 724 mil frequentavam cursos tecnológicos, o que
corresponde a 8,5% do total de estudantes do ensino superior.
Dos 9,3 milhões de estudantes do ensino médio (regular ou EJA), 6,2% frequentavam curso técnico
de nível médio, o equivalente a 580 mil pessoas. Já entre as 47,6 milhões de pessoas que não estudavam e
que haviam concluído o ensino médio ou ingressado no superior sem o concluir, 3% frequentavam curso
técnico e 16% tinham diploma de técnico. Para ambos os grupos, o padrão foi similar ao de 2017.
Em 2018, das 81,3 milhões de pessoas de 14 anos ou mais que estudaram até o ensino fundamental e
aquelas que anteriormente frequentaram, no máximo, o ensino médio sem o completar, 0,6% estava fre-
quentando curso de qualificação profissional, o que equivalia a 468 mil pessoas.
Quando analisamos esses dados, observamos que o Brasil tem crescido, mas não na escala necessária.
A educação se tornou mais democrática e há um crescente acesso à escolarização nos diferentes níveis
de ensino no Brasil. Mas ainda não o suficiente para a superação dos imensos desafios de desigualdades
educacionais, considerando a permanência e a aprendizagem dos estudantes. Pois, ainda em 2018, tem-se
que, das 50 milhões de pessoas de 14 a 29 anos do país, 20,2% (ou 10,1 milhões) não completaram alguma
das etapas da educação básica, seja por terem abandonado a escola, seja por nunca a terem frequentado.
Desse total, 71,7% eram pretos ou pardos. A taxa de escolarização de jovens de 18 a 24 anos era de 32,7%,
mas apenas 25,2% estavam no curso superior. Entre os estudantes 18 a 24 anos, 11% estavam atrasados,
frequentando alguma das séries da educação básica.
Entre os dados levantados, tem-se uma dura realidade, que é a elevação do abandono escolar no mo-
mento da passagem do ensino fundamental para o ensino médio, visto que o percentual de jovens de 15
anos dobra em relação aos jovens de 14 anos, que é de 8,1%. De 14 para 15 anos, o abandono passa para
14,1%, sendo ainda maior aos 16 anos, chegando, na faixa de 19 anos ou mais, a 18%. Com base nos dados
da mesma pesquisa, os motivos que mais justificam essa realidade são a necessidade de trabalhar (39,1%)
e a falta de interesse pela escola (29,2%), seguidos de afazeres domésticos e gravidez precoce, para as mu-
lheres (23,8%).
Por outro lado, a taxa de frequência líquida das pessoas de 15 a 17 anos cresceu 2,1 p.p. em relação a 2018,
com mais de 70% dessa faixa etária na etapa escolar adequada. Entre as pessoas de 15 a 17 anos, ou seja, em
idade escolar obrigatória, 78,8% se dedicavam exclusivamente ao estudo.
No entanto, considerando as 46,9 milhões de pessoas de 15 a 29 anos de idade, 22,1% não trabalhavam,
não estudavam, nem se qualificavam, sendo que, entre as mulheres, esse percentual foi de 27,5% e, entre
pessoas pretas e pardas, 25,3%. Com esses dados alarmantes, mais uma vez o ensino médio, como etapa