Diálise Peritoneal Terapia renal substitutiva e assistência de enfermagem.
Agenda • Introdução à DP • Fundamentos da Membrana Peritoneal • Modalidades e Cateter • Soluções e Cicladora • Assistência de Enfermagem
Diálise Peritoneal: Introdução A diálise peritoneal (DP) é uma terapia renal substitutiva crucial que utiliza o peritônio como membrana semipermeável para remover toxinas e excesso de fluidos do sangue. Sua evolução desde o século XIX a estabeleceu como uma alternativa vital à hemodiálise, com a modalidade ambulatorial contínua (CAPD) ganhando destaque nos anos 1970. Estrutura interna do rim: córtex, pirâmides e pelve renal
Membrana Peritoneal: Fundamentos O peritônio, uma membrana serosa semipermeável, reveste a cavidade abdominal e as vísceras. Sua extensa área superficial e rica vascularização são cruciais. Funciona como uma barreira seletiva, permitindo a troca bidirecional de solutos e água entre o sangue e a solução dialítica por osmose e difusão.
Osmose e Difusão na DP Osmose: Remoção de Fluido A água move-se do sangue para o líquido peritoneal (dialisato) através da membrana peritoneal, impulsionada por um gradiente osmótico. Isso remove o excesso de fluido. Difusão: Remoção de Solutos Toxinas e solutos (ureia, creatinina) movem-se do sangue para o dialisato. Isso ocorre devido à diferença de concentração entre os dois compartimentos.
Ultrafiltração e Equilíbrio Hídrico • Remoção de água por gradiente osmótico. • Solução de diálise hiperosmolar atrai água. • Impacto direto no balanço hídrico. • Monitoramento rigoroso previne complicações.
Característica Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (DPAC) Diálise Peritoneal Automatizada (DPA) Definição Processo manual de troca de dialisato realizado pelo paciente ou cuidador em casa, sem o uso de máquina. Processo automatizado de troca de dialisato realizado por uma cicladora, geralmente à noite, enquanto o paciente dorme. Frequência/Duração Geralmente 3 a 5 trocas diárias, cada uma durando cerca de 20-30 minutos, com permanência do dialisato no peritônio durante o dia. Ciclos noturnos de 8 a 10 horas, com múltiplas trocas automatizadas, permitindo liberdade durante o dia. Flexibilidade Maior flexibilidade de horários para as trocas, adaptando-se à rotina diária do paciente, mas exige disciplina. Maior liberdade durante o dia, ideal para pacientes que trabalham ou estudam, mas requer um período noturno fixo para o tratamento. Indicações Pacientes com boa destreza manual, preferência por tratamento diurno, ou sem espaço adequado para cicladora. Pacientes que trabalham, estudantes, com dificuldade de destreza manual, crianças, ou aqueles que necessitam de maior remoção de solutos/água. Impacto Social/Profissional Pode interferir nas atividades diurnas devido à necessidade de múltiplas trocas. Minimiza o impacto nas atividades diurnas, favorecendo a reintegração social e profissional. Riscos Potenciais Maior risco de peritonite devido a múltiplas manipulações diárias. Menor risco de peritonite devido a menor manipulação diária e conexões mais seguras, mas exige equipamentos complexos.
Cateter Peritoneal: Acesso Vital • Tipos de Cateteres: Tenckhoff e Swan-Ganz são exemplos comuns, com designs variados. • Características Essenciais: Feitos de silicone, possuem cuff para fixação e barreira antimicrobiana. • Técnica de Inserção: Colocação cirúrgica minimamente invasiva garante posicionamento seguro e eficaz.
Soluções de Diálise: Composição e Função As soluções de diálise peritoneal contêm dextrose como principal agente osmótico, essencial para a ultrafiltração. Agentes alternativos, como icodextrina e aminoácidos, minimizam a absorção de glicose e otimizam a depuração. Sua composição é crucial para a eficácia do tratamento e a saúde do paciente. Moléculas de água estabilizam íons de sódio e cloreto.
Cicladora: Operação e Benefícios A cicladora automatiza a diálise peritoneal (DPA), infundindo e drenando soluções enquanto o paciente dorme. Componentes incluem bomba, aquecedor e software de controle. Oferece flexibilidade, maior autonomia e melhora a qualidade de vida, otimizando o regime dialítico.
Sistema de Conexão e Drenagem Este sistema estéril, composto por cateter e bolsas de drenagem, é crucial para prevenir infecções e garantir a eficácia da diálise peritoneal.
Rins e sistema urinário: relevância para diálise e diabetes. Avaliação Pré-Diálise: Enfermagem • Histórico clínico completo e exames laboratoriais. • Avaliação nutricional detalhada: estado e necessidades. • Educação abrangente sobre a diálise peritoneal. • Suporte psicossocial e familiar ao paciente.
Preparo: Paciente e Ambiente A preparação minuciosa do paciente e do ambiente é crucial para reduzir infecções na diálise peritoneal. Assegure higiene rigorosa e um espaço asséptico para o procedimento. Higiene na cozinha: lavando louça para um ambiente limpo.
Execução do Ciclo: Drenagem e Infusão A drenagem do efluente peritoneal e a infusão da nova solução dialítica são etapas cruciais. É imperativo seguir rigorosamente a técnica asséptica para prevenir peritonite, otimizando a eficácia do tratamento e a segurança do paciente.
Monitoramento: Parâmetros Essenciais Monitore continuamente o paciente, volume e características do efluente dialítico. Avalie rigorosamente sinais vitais e balanço hídrico para prevenir complicações.
Complicação 1: Peritonite Complicação 2: Vazamento e Dor A peritonite é uma infecção grave do peritônio, exigindo reconhecimento precoce e tratamento imediato. Os sinais incluem dor abdominal, febre e efluente turvo. A intervenção de enfermagem foca na técnica asséptica rigorosa, coleta de amostras e administração de antibióticos. É crucial para prevenir sepse e falha da diálise. Vazamento de líquido peritoneal (pericath) ou dor durante a infusão/drenagem são desafios comuns. O vazamento pode indicar má cicatrização ou pressão excessiva. A dor pode ser causada por infusão rápida ou cateter mal posicionado. Intervenções incluem ajuste do volume, taxa de infusão e avaliação da posição do cateter, além de suporte analgésico.
Inovação e Futuro na DP Quais são os principais desafios atuais na diálise peritoneal e como as inovações tecnológicas e pesquisas emergentes podem moldar as perspectivas futuras para pacientes e profissionais de saúde?
Conclusão • Compreensão dos princípios da DP. • Reconhecimento das modalidades e componentes. • Domínio da assistência de enfermagem na DP. • Manejo de complicações. • Perspectivas futuras da terapia.