canhões
Exército atua na substituição
de equipamentos
As bases dos
armamentos estavam
infestadas por cupins
A Prefeitura cedeu material e mão-de-obra para a produção das novas bases dos canhões; projeto foi criado pela Fundação do Exército Brasileiro
A
Prefeitura trocou as bases
dos canhões de guerra
localizados na Forta-
leza da Barra Grande,
na comunidade de Santa Cruz dos
Navegantes. A medida integra as
várias intervenções que a Adminis-
tração fez desde agosto, quando os
cuidados da Fortaleza passaram da
Universidade Católica de Santos
(Unisantos) para o Município.
Segundo a Diretoria de Projetos
da Secretaria de Turismo, as bases
dos dois canhões estavam totalmente
corroídas por cupins. “Quando des-
prendemos um dos canhões, a base
caiu. Estava podre, totalmente com-
prometida. Se não fizéssemos isso,
certamente haveria um acidente”,
salientou a diretora da pasta.
A ação contou com o apoio do
coronel reformado de artilharia,
Elcio Rogério Secomandi, que repre-
senta a Fundação do Exército Brasi-
leiro. “Chamamos ele (Secomandi)
de nosso padrinho, pelo amor,
carinho e dedicação voluntária, de
anos, que tem por este equipamento
histórico. Este é o grande parceiro
da Fortaleza”, disse a diretora de
Turismo sobre o militar.
O projeto das novas bases dos
canhões foi criado pela Fundação
do Exército Brasileiro. O material
e a mão-de-obra para a produção
foram cedidos pela Prefeitura. A
instalação foi feita, no último dia
3, pelos soldados do Forte Duque
de Caxias de Itaipu. A troca durou
cinco horas devido ao peso da ma-
deira, que exigiu o trabalho de mais
de 20 homens.
Reforma
Desde que assumiu a adminis-
tração da Fortaleza, o Governo Mu-
nicipal realizou várias ações no local.
O piso da capela, que também estava
infestado por cupins, foi trocado.
Além disso, haviam aproxima-
damente 250 telhas quebradas na
Fortaleza. Elas foram danificadas
pelos frutos de um abacateiro se-
cular, que caíam no telhado do
forte. Com o apoio do Corpo de
Bombeiros e da Secretaria do Meio
Ambiente, um galho da árvore foi
podado para que os abacates não
caíssem diretamente no telhado.
As telhas quebradas também foram
trocadas.
De acordo com a diretora de
Turismo, a prioridade atual é fazer
os diagnósticos necessários para
efetuar a manutenção das instala-
ções elétricas, hidráulicas e sanitárias
da Fortaleza. “Essa manutenção
é essencial para fazermos eventos
maiores”, disse ela, enfatizando
que todas as intervenções são feitas
com a autorização do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan).
História
Considerada o monumento
histórico-militar mais importante
do Estado, a Fortaleza da Barra
Grande começou a ser construída
em 1584, um ano após Santos ser
atacada por piratas ingleses. Em
1590, um novo ataque de piratas
ingleses perfurou o bloqueio feito na
Fortaleza. Depois disso, a Fortaleza
evitou uma tentativa de reabasteci-
mento de barcos holandeses (1615),
e uma tentativa de assalto de piratas
franceses (1710).
Além de servir como proteção
à invasão de navegações inimigas,
as instalações da Fortaleza também
foram utilizadas como presídio
político. Com a construção do
Forte de Itaipu, perdeu importância
estratégica e, posteriormente, foi
desativada.
Hoje, a Fortaleza que antes
abrigava militares, soldados e presi-
diários e combatia piratas e embar-
cações inimigas, serve para receber
turistas dispostos a conhecer uma
parte importante da história do País
e, principalmente, da Cidade.
A Fortaleza da Barra Grande
está aberta ao público. As visitas
devem ser agendadas previamente
pelo email turismo.fortalezadabar-
[email protected] ou
pelo telefone 3384-6194. A visitação
acontece de terça a domingo, das 10
às 16 horas.
QUART A-FEIRA
12 de dezembro de 20123GUARUJÁ
Diário Oficial