Discriminação e controle de estímulos 1

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About This Presentation

Aula 5 da disciplina "Fundamentos teóricos em Psicologia III - Comportamentalismo", ministrada ao Curso de Psicologia da Unifesspa em 2016
Leitura crítica do capítulo 7 ("Discriminação operante") do livro "Ciência e Comportamento Humano, de B. F. Skinner


Slide Content

Ψ
Fundamentos Teóricos em Psicologia II – Comportamentalismo
Aula 5
Discriminação e controle de estímulos 1
Prof. Dr. Caio Maximino

Ψ
Objetivos da aula
●Discutir o conceito de estímulo discriminativo e suas relações com
o controle de estímulos
●Situar os conceitos de comportamento voluntário e involuntário
dentro do paradigma de controle de estímulos
●Definir e exemplificar repertório discriminativo
●Analisar o fenômeno da atenção sob a ótica do controle de
estímulos
●Analisar os efeitos da variação na relação temporal entre
estímulos discriminativos, respostas, e consequências na
formação da contingência tríplice

Ψ
Estímulos discriminativos
S
D
s e S

s
Voluntário e
involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
●No capítulo anterior, Skinner descreveu o
reforço com base nas dimensões das
respostas, mas o reforço diferencial
também pode ocorrer com base nas
dimensões do estímulo em cuja presença
as respostas ocorrem
Relações
temporais
S
D
– R – S
+/-
Na presença do estímulo...
… emitir uma resposta...
… produz uma consequência

Ψ
Exemplos
●“Podemos demonstrar como isso acontece no nosso
experimento com o pombo, através de reforço (S
+) do
movimento de pescoço quando surge um sinal
luminoso (S
D) e do não-reforço (~S), para extinção,
quando a luz se apaga (S
∆). Com a repetição
alternada dessas condições o movimento (R) ocorre
apenas quando a luz está acesa.” (CCH, p. 118)
●Sob instrução médica (S
D), aplicar insulina duas vezes
ao dias (R) diminui os sintomas de hiperglicemia (S
+)
●Ler (R) livros (S
D) é reforçado socialmente (S
+)
S
D
s e S

s
Voluntário e
involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
temporais

Ψ
Sinalização de apresentação
de estímulos vs. sinalização das
consequências
●“Assim, podemos observar uma conexão de estímulo e
resposta que é grosseiramente comparável a um reflexo
condicionado ou incondicionado: o aparecimento da luz
será imediatamente seguido do movimento da cabeça para
cima” (CCH, pp. 118-119)
●A diferença fundamental é que aqui o comportamento é
emitido, e não eliciado
i.Quando um estímulo é a causa fundamental de uma resposta,
dizemos que o estímulo elicia a resposta ou que a resposta é
eliciada; mas,
ii.quando uma resposta ocorre em presença de um estímulo,
porque o estímulo sinaliza alguma consequência do
responder, dizemos que o estímulo ocasiona a resposta e que
a resposta é emitida (Catania, 1999)
S
D
s e S

s
Voluntário e
involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
temporais

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Contingências de três termos
●“O operante deve operar sobre a natureza para produzir seu
reforço. Embora a resposta seja livre para ocorrer em um
grande número de situações estimuladoras, ela será eficaz
para produzir o reforço apenas em uma pequena parcela
delas. A situação favorável geralmente é marcada de algum
modo e o organismo (...) passa a responder sempre que
estiver presente um estímulo que esteve presente em uma
situação prévia de reforço, e a não responder, se este não for
o caso. O estímulo precedente não elicia a resposta, ele
meramente estabelece a ocasião em que a resposta será
reforçada (…). Portanto, três termos devem ser
considerados: um estímulo discriminativo prévio (S
D), a
resposta (R
O) e o estímulo reforçador (SP). A relação entre
eles pode ser formulada como segue: apenas em presença
de SD é que uma R° é seguida de S
1.” (Skinner, 1938, p. 178)
S
D
s e S

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Voluntário e
involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
temporais

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Exemplos (CCH)
●“a estimulação visual de um objeto é a ocasião na qual certas respostas como andar, alcançar, e outras, levam a
consequências táteis particulares” (p. 119)
●“Um sorriso é a ocasião na qual a aproximação social será recebida com aprovação. Franzir o sobrolho é a
ocasião na qual a mesma aproximação não será bem recebida” (p. 120)
●“Uma cadeira é a ocasião na qual a resposta 'cadeira' provavelmente será reforçada; um gato é a ocasião na
qual a resposta 'gato' terá probabilidade de ser reforçada e assim por diante” (p. 120)
●“Ao memorizar a tabuada de multiplicação, por exemplo, o estímulo '9 x 9' é a ocasião na qual a resposta '81'
será apropriadamente reforçada, seja pelo instrutor ou pelo término bem-sucedido de um cálculo” (p. 121)
S
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Voluntário e
involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
temporais

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Definições (Catania, 1999)
●Operante discriminado: Classe de respostas definidas em
termos dos estímulos na presença dos quais ele ocorre, assim
como de seus efeitos sobre o ambiente
●Estímulo discriminativo: Qualquer estímulo com uma função
discriminativa, correlacionado com o reforço
●Discriminação: qualquer diferença no responder que resulta
de consequências diferenciais do responder na presença de
estímulos diferentes
●Controle de estímulos: Controle discriminativo do
comportamento (incluindo o controle em uma discriminação
respondente)
S
D
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Voluntário e
involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
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Controle de estímulos e
variáveis internas
●“Controle de estímulos significa que um
estímulo exerce controle sobre o
comportamento - que o comportamento muda
em sua presença. Seria incorreto dizer que o
estímulo exerce controle sobre o rato ou a
pessoa, pois nesse caso o rato ou a pessoa
teriam de se empenhar em alguma ação
mental fantasmagórica, como atentar, para
passar do estímulo ao comportamento. A idéia
presente no conceito de controle de estímulo
é a de que o estímulo afeta o comportamento
diretamente.” (Baum, 2006)
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Voluntário e
involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
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Controle de estímulos e
comportamento voluntário
S
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s e S

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Voluntário e
involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
temporais
●“não se pode distinguir entre comportamento
voluntário e comportamento involuntário
apenas levantando o problema de quem está
no controle.” (CCH, p. 123)
●Essa distinção corresponde à distinção entre
estímulos eliciadores e estímulos
discriminativos, mas não é trivial: uma vez
estabelecido historicamente*, o S
D causa o
comportamento de forma tão “inexorável”
quanto um CS
* “Toda discriminação resulta de uma história. Se não foi aprendida, resulta de uma
história evolutiva (...) Se a discriminação é aprendida, ela provém de uma história de
reforço.” (Baum, 2006)

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Controle de estímulos e
comportamento voluntário
S
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Voluntário e
involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
temporais

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Controle de estímulos e
comportamento voluntário
●“Quando um estímulo discriminativo tem um efeito sobre
a probabilidade de uma resposta, vemos que o
ambiente presente é realmente importante, mas não é
fácil provar a inevitabilidade do controle sem uma
descrição adequada da história de reforço e privação”
(CCH, p. 124)
●Isso equivale a dizer somente que o estímulo
discriminativo é correlacionado com a consequência
●“Essa é toda a explicação: a discriminação provém da
história. Nada de mental – normalmente nada nem
mesmo privado – entra na explicação” (Baum, 2004)
S
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Voluntário e
involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
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Controle de estímulos e
comportamento voluntário
●Involuntário vs. Voluntário = Respondente vs.
Operante: “No reflexo, condicionado ou
incondicionado, há uma causa antecedente
conspícua. Algo dispara a resposta. Mas o
comportamento que tem sido reforçado positivamente
ocorre em ocasiões que, embora predisponham,
nunca são impelentes” (Sobre o Behaviorismo, p. 4)
●Por vezes, o controle de estímulos dá a aparência de
eliciação, mas aqui Skinner ressalta a diferença entre
operações apresentação de estímulos (respondente)
e operações de sinalização de consequências
(operante)
S
D
s e S

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Voluntário e
involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
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Repertórios discriminativos
●“Vimos que qualquer unidade de comportamento operante é
até certo ponto artificial. O comportamento é atividade
contínua, coerente, de um organismo integral. Não obstante
possa ser analisado em partes para propósitos teóricos ou
práticos, precisamos reconhecer sua natureza contínua com
vistas a resolver certos problemas comuns” (CCH, p. 128)
●Tanto o estímulo quanto a resposta variam em dimensões:
“O comportamento é adquirido em ocasiões específicas
quando respostas específicas a situações específicas são
reforçadas, mas o organismo, quase inevitavelmente,
adquire um repertório coerente que pode ser descrito sem
referências às origens 'ponto a ponto' dos dois campos” (id.
ibid.)
S
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s e S

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Voluntário e
involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
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Exemplo 1: Desenhar copiando
●“Ao desenhar copiando outro desenho (…) nosso comportamento é o
produto de um conjunto de contingências” (CCH, p. 130) → Uma
parte da figura (uma linha, uma curva, &c) é a ocasião (S
D) na qual
certos movimentos com lápis e papel produzem uma linha
semelhante
●Representar um objeto através de desenho é similar
●Desenhar copiando é um repertório discriminativo; um conjunto amplo
de respostas bastante diferentes pode ser ocasionada pelo mesmo
campo de estímulos (≠s em como a criança, o desenhista profissional,
e o engenheiro fazendo esquemas “representam” o mesmo campo)
●A explicação está em uma história de reforçamento diferente em cada
um desses casos
S
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Voluntário e
involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
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Exemplo 2: Cantar ou tocar
de ouvido
●Tocar um instrumento ou cantar uma canção
também depende de repertórios dispostos por
contingências tríplices: o tom é o S
D sob o qual a
vocalização complexa será reforçada por gerar
um tom parecido
●“Não se pode ser um bom imitador por um 'ato
de vontade'. A diferença está nas histórias de
reforço. Se o repertório com o qual alguém
reproduz uma melodia nunca foi estabelecido,
não será colocado em ação pelas circunstâncias
apropriadas.” (CCH, p. 132)
S
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Voluntário e
involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
temporais

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Exemplo 3: Imitação
●“Tanto quanto sabemos, o comportamento imitativo não
surge por ação de nenhum mecanismo reflexo inerente.
Tal mecanismo implicaria que o estímulo gerado por um
dado padrão de comportamento em outro organismo
eliciasse em um outro organismo uma série de
respostas com o mesmo padrão” (CCH, p. 132)
●“A estimulação visual fornecida por alguém agitando a
mão é a ocasião na qual agitar a mão provavelmente
receberá reforço. O estímulo auditivo 'pa-pa' é a
ocasião na qual a resposta verbal complicada que
produz um padrão auditivo parecido é reforçada pelo
pai satisfeito.” (id ibid)
S
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involuntário
Repertório
discriminativo
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Relações
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Estímulos contínuos
●A maior parte dos estímulos discriminativos varia em mais de
uma dimensão, e essas dimensões são contínuas
–Ex: Um estímulo luminoso pode variar em luminância e cor
●Se uma resposta é reforçada em durante um S
D, e alguma
propriedade do S
D é variada, o responder pode depender de
quanto o estímulo mudou; nesse caso, os efeitos do reforço
podem se estender para outros estímulos semelhantes
(generalização)
●Para avaliar um gradiente de generalização, treinamos um
operante discriminado e então, em extinção, apresentamos
estímulos que variam na mesma dimensão do S
D e
avaliamos o responder
S
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Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
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Gradientes de generalização
●Um grupo de pombos foi treinado
em VI na presença constante do
tom
●Nem a frequência do tom nem sua
presença ou ausência
●Outro grupo de pombos, o tom
estava presente em correlação
com a resposta
●A frequência original produziu a
maior frequência de Rs; quanto
mais próxima a frequência de teste
da frequência original, maior a taxa
de R a essa nova frequência
Jenkins e Harrison, 1960
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Gradientes de pós-discriminação
●Aqui, um grupo de pombos teve seu
responder observado após o treino de
discriminação com somente S
D
●Em outro grupo, as bicadas ao disco
foram reforçadas sob S
D e extintas sob
outro comprimento de onda (S
∆)
●O pico do gradiente foi deslocado em
direção oposta ao S

●Spence (1937): O reforço na presença
de S
D cria um gradiente de resposta
“excitatório” centrado no S
D, enquanto
a extinção na presença de S
∆ produz
um gradiente “inibitório”
●Pode refletir propriedades fisiológicas
Hanson, 1959
S
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discriminativo
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Gradientes de inibição
●Um grupo de pombos foi
treinado a bicar um disco
com uma linha vertical
com S
D, para outro grupo
a linha vertical era um S

●No primeiro grupo, o
responder em teste de
generalização diminuiu
com os maiores desvios
na vertical; no segundo
grupo, o responder
aumentou com os maiores
desvios da vertical
Honig et al., 1963
S
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involuntário
Repertório
discriminativo
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Relações
temporais

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S
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s e S

s
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involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
temporais
Gradientes e atenção
●Gradientes são medidas do responder durante diferentes
estímulos como uma função de sua localização ao longo de um
contínuo
●“Qualquer que seja o gradiente, podemos sempre formular
questões sobre as dimensões de estímulo a que de fato um
organismo presta atenção.” (Catania, 1999)
●“O controle exercido por um estímulo discriminativo é tratado
tradicionalmente no tópico atenção. Este conceito inverte a
direção da ação ao sugerir que não é o estímulo que controla o
comportamento do observador, mas é o observador que atenta
para o estímulo e assim o controla. Não obstante, às vezes
reconhecemos que o objeto 'chama ou mantém a atenção' do
observador.” (CCH, p. 135)

Ψ
Exemplos cotidianos
●“Uma orientação dos olhos não é o único resultado
possível. O comportamento de procurar enxergar no
escuro ou em um espesso nevoeiro é um exemplo de
olhar com orientação para o campo visual inteiro. O
comportamento de examinar o campo - ou responder
a cada parte do campo de acordo com algum padrão
exploratório - é o comportamento que é mais
frequentemente reforçado pela descoberta de objetos
importantes; por consequência, torna-se mais
provável.” (CCH, p. 136)
●O controle de estímulos pode explicar vigilância
(“atentar para”) e atenção seletiva
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involuntário
Repertório
discriminativo
Atenção
Relações
temporais

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Propriedades temporais da
contingência tríplice
●“Quando propriedades temporais são somadas à tríplice
contingência do operante discriminativo, contudo, alguns
efeitos especiais se seguem.” (CCH, p. 139)
●Respostas podem ser reforçadas somente quando emitidas
o mais rápido possível (p. ex., atender o telefone)
●Respostas podem ser reforçadas somente quando
retardadas (p. ex., efeito líquido reduzido se alguém
responde prontamente) → “Expectativa” ou “antecipação”
●Algumas dessas propriedades serão relevantes para a
análise das emoções e do autocontrole nos capítulos futuros
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discriminativo
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