d
ouglas de Melo
Silva, de 27 anos,
mostrou que a
criatividade pode
ser uma grande
aliada na hora de ensinar Física.
O professor criou uma série de
atividades que mudaram a forma
de avaliar seus alunos. Uma delas
foi um jogo de tabuleiro, Túmulos
Físicos, que ajuda os estudantes
a assimilar, de maneira lúdica, o
conteúdo do ano letivo.
Todo confeccionado pelo pro-
fessor, o jogo é inspirado no tradi-
cional Banco Imobiliário. Mas, em
vez de comprar casas, títulos de
propriedades ou hotéis, os alunos
adquirem covas, lápides e mauso-
léus de físicos famosos, como Al-
bert Einstein, e cada carta corres-
ponde a uma pergunta de Física.
— Assim, eles passam a conhe-
cer as pessoas relacionadas a este
universo — explicou o professor,
que atua como banqueiro e ava-
liador, já que ele também atribui
nota aos alunos, pela maneira
como participam da atividade.
Ele usa o jogo como prova nas
18 turmas em que leciona nos mu-
nicípios de Niterói e São Gonçalo.
A experiência ajudou os alunos a
aprender conceitos como peso,
massa e temperatura e, de quebra,
conseguiu melhorar as médias,
que foram de 5 para 8, no Ciep
George Savalla Gomes — Palha-
ço Carequinha, em São Gonçalo.
O uso do jogo de tabuleiro nas
aulas, que começou em 2013, foi
tão bem aceito que já está sendo
aplicado em outras escolas, por
outros professores.
— Sei que já tem professor
adaptando para Geografia e Mate-
mática. A ideia é que se dissemine
mesmo — afirmou Silva.
Além do jogo de tabuleiro, o
professor desenvolve experimen-
tos, pelos quais o aluno entra em
contato com a Física de forma
direta, como a produção de uma
pilha feita com frutas.
— Assim eles aprendem que
dentro das frutas tem energia. É
importante problematizar situa-
ções do cotidiano dos alunos. Eles
precisam ver onde aplicam aquilo
que estou ensinando. Por exem-
plo: fiz com eles um circuito com
limões. Agora, eles sabem que
podem ligar uma TV com limão.
Tudo bem que vão precisar com-
prar uns 300, e a televisão só vai
piscar, mas eles já sabem da pos-
sibilidade – afirmou, provocando
risos no público.
Da plateia, a professora Fátima
Cristina Magalhães, de 38 anos,
aproveitou para compartilhar sua
experiência. Professora do Colé-
gio Estadual Erich Walter Heine,
em Santa Cruz, Zona Oeste do
Rio, ela usa o xadrez na aula de
Prática Administrativa.
— Eu os instigo a procurar as
regras para aprender a jogar. Isso
já é muito bom porque incentivo,
assim, a busca pelo conteúdo. Há
também outros benefícios, já que
melhora a concentração e a intera-
ção social — comemorou Fátima.
PROF. DOUGLAS DE MELO
[email protected]
COMO APRENDER
FÍSICA BRINCANDO
Alguns alunos já
me contaram que
estão pensando em
criar jogos, e eu apoio.
Digo a eles que têm
que tentar mesmo.”
Douglas de Melo Silva,
professor de Física
“Eles contam que
passaram a conversar
mais com os pais por
causa do xadrez.”
Fátima Cristina
Magalhães,
professora
de Prática
Administrativa
“
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