O DOCUMENTO FAZ UMA RECORTE TEMPORAL DAS QUESTÕES RELEVANTES ENVOLVENDO A IDADE MÉDIA ORIENTAL
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Language: pt
Added: Sep 12, 2025
Slides: 76 pages
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06303940323 - Emanoel Leôncio
NOSSA AULA JÁ VAI
COMEÇAR!
Prof. Marco Túlio
@profmarco.tulio
histpraboidormir 06303940323 - Emanoel Leôncio
INTRODUÇÃO À IDADE MÉDIA
Prof. Marco Túlio 06303940323 - Emanoel Leôncio
CONCEITUAÇÃO
❑Intelectuais do século XV:
→ Média (no meio) – Se encontra entre a Idade Antiga e o Renascimento
→ “Noite de Mil Anos”? Idade das Trevas?
→ Os homens da Renascença continuam a ser influenciados pelo pensamento medieval.
❑Escritores do século XIX:
-Fascínio e romantização
-Construção de um passado mítico.
❑Para nós, no século XXI:
“A Idade Média não é nem o buraco negro da história ocidental nem o paraíso perdido. É preciso
renunciar ao mito tenebroso quanto ao conto de fadas.”
(BASCHET, 2006, p. 24) 06303940323 - Emanoel Leôncio
PERIODIZAÇÃO DA IDADE MÉDIA
Alta Idade Média
•Período que vai da desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V, até o século X.
•Consolidação e fragmentação do Império Carolíngio no Ocidente.
•Momento de formação do feudalismo na Europa, por volta do século VIII.
•Período de formação do Islã e do Império Islâmico.
Baixa Idade Média
•Período entre os séculos XI e XIV.
•Feudalismo atinge o seu apogeu no período, mas entrou em crise no século XIV.
•Período de crise do Império Bizantino (até o século XV) e apogeu do Islã.
•Crescimento do grande comércio e da vida urbana na Europa Ocidental. 06303940323 - Emanoel Leôncio
CIVILIZAÇÕES MEDIEVAIS NO MEDITERRÂNEO 06303940323 - Emanoel Leôncio
REINOS FRANCOS NO
MEDIEVO
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06303940323 - Emanoel Leôncio
FORMAÇÃO DA CRISTANDADE
Representação do Concilio de Niceia.
❑Boa parte dos reinos germânicos fundados nos
domínios do antigo Império Romano do Ocidente
adotaram o cristianismo como religião oficial.
❑Autoridades da Igreja apresentavam divergências
dogmáticas
-Arianismo: defendia que Cristo havia sido criado
por Deus, mas ambos não apresentavam a mesma
substância.
-Considerado heresia pelo Concílio de Niceia.
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REINO FRANCO
❑Após diversas lutas contra os romanos, os francos se
unificaram politicamente em torno de Clóvis, da dinastia
Merovíngia.
-Aliança entre o poder político e a Igreja
❑“Reis indolentes”: poder nas mãos dos prefeitos de palácio
(lideranças da nobreza)
-O prefeito Carlos Martel expulsou os muçulmanos do sul do
reino franco na Batalha de Poitiers.
❑Pepino, o Breve: proclamou-se rei dos francos, o que foi
apoiado pelo bispo de Roma.
-Início da chamada dinastia carolíngia.
Representação de Carlos Martel na
Batalha de Poitiers. Fonte: Shutterstock. 06303940323 - Emanoel Leôncio
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REINADO DE CARLOS MAGNO
❑Expansão militar sobre territórios de outros povos germânicos. Apoio da Igreja.
❑25/12/800: Coroado Imperador do Novo Império Romano do Ocidente pelo bispo de
Roma.
-Provocou o afastamento entre Roma e o Império Bizantino
❑Igreja Romana obteve a isenção de impostos e a instituição do dízimo.
-Aliança com o poder político estimulou o fortalecimento da Igreja.
❑Padronização de um sistema de cunhagem de moedas
❑O Império foi distribuído em centenas de condados, marcas e ducados,
administrados por funcionários que tinham amplos poderes.
-Guerreiros e aristocratas que recebiam terras em beneficium.
❑missi-dominici: agentes que fiscalizavam os condados e marcas.
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RENASCIMENTO CAROLÍNGIO
❑Período de grande incentivo à cultura
❑Centros de Estudos instalados em cada catedral e nos monastérios.
❑Construção das escolas palatinas: instrução da nobreza.
-Ensino da Bíblia, Gramática, Retórica, Dialética, Matemática,
Astronomia e Música. Medicina inserida mais tarde.
❑Construção de diversas igrejas e financiamento de artistas.
❑Produção de livros por monges copistas
-Copiadas obras da Antiguidade que estavam em latim, o que
garantiu sua preservação. 06303940323 - Emanoel Leôncio
A CONSOLIDAÇÃO DA IGREJA
PRESENÇA DA
IGREJA
CIDADES
DIOCESES
(BISPOS)
LOCAIS DE
CULTO AOS
SANTOS
ZONA RURAL MONASTÉRIOS 06303940323 - Emanoel Leôncio
CONSOLIDAÇÃO DA IGREJA
❑Por volta de 500, o cristianismo já havia conseguido grande penetração nas cidades, mas as
crenças e tradições pagãs permaneciam na sociedade medieval.
❑Chamada em latim de “carne vale” (ou “carne levare”), tempo no qual é permitido comer
carne, o carnaval foi inserido pelo calendário cristão antes da Quaresma, sendo exigindo
dos fiéis o jejum da Quarta-feira de Cinzas até a Páscoa, quando é rememorada a
ressurreição de Cristo.
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CONSOLIDAÇÃO DA IGREJA 06303940323 - Emanoel Leôncio
FRAGMENTAÇÃO DO IMPÉRIO
CAROLÍNGIO
❑Tratado de Verdun (843): domínios
francos divididos entre os três netos de
Carlos Magno:
-Carlos, o Calvo: boa parte da atual França;
-Luís, o Germânico: parte da Alemanha
atual
-Lotário: estreito que ia do Mar do Norte
até o sul da Itália
❑Processo de descentralização política
-Condes e marqueses não respondiam à
autoridade dos reis.
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INVASÕES NA EUROPA (SÉCULOS VIII E X)
▪Difusão dos castelos;
▪Impulsiona a ruralização do Ocidente europeu; 06303940323 - Emanoel Leôncio
INTERVALO TIRA-DÚVIDAS
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O IMPÉRIO BIZANTINO
Prof. Marco Túlio 06303940323 - Emanoel Leôncio
IMPÉRIO ROMANO DO ORIENTE
❑Em 324 d.C., Constantino escolheu
Bizâncio para sediar a nova a capital
do Império Romano, Constantinopla.
❑Divisão do Império Romano em duas
partes (395 d.C.)
❑Apesar da desagregação no Ocidente,
a porção oriental manteve sua estrutura
imperial por quase mil anos. 06303940323 - Emanoel Leôncio
CONSTANTINOPLA
❑Cidade escolhida pelo seu posicionamento
estratégico
-Estreito de Bósforo
-rota comercial de valiosas mercadorias
❑Grego como língua oficial do Império
❑Para os bizantinos, o governo de
Constantinopla representava a continuidade
do Império Romano.
O Baixo Império. Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique. Paris: Larousse, p. 45. 06303940323 - Emanoel Leôncio
GOVERNO JUSTINIANO (527-565)
❑Restaurar o Império Romano Expansão territorial
❑Criação do Código Justiniano (Corpus Juris Civilis)
Atualização do Direito Romano e leis bizantinas
❑Subordinação da Igreja ao poder imperial
CESAROPAPISMO
(César + Papa)
❑Reino dos Céus como uma cópia estendida da Corte imperial
em Constantinopla. TEOCRACIA
Mosaico do imperador Justiniano na basílica de San Vitale, na cidade italiana de Ravena. Fonte: Shutterstock. 06303940323 - Emanoel Leôncio
06303940323 - Emanoel Leôncio
GOVERNO JUSTINIANO (527-565)
❑Restaurar o Império Romano Expansão territorial
❑Criação do Código Justiniano (Corpus Juris Civilis)
Atualização do Direito Romano e leis bizantinas
❑Subordinação da Igreja ao poder imperial
CESAROPAPISMO
(César + Papa)
❑Reino dos Céus como uma cópia estendida da Corte imperial
em Constantinopla. TEOCRACIA
Mosaico do imperador Justiniano na basílica de San Vitale, na cidade italiana de Ravena. Fonte: Shutterstock. 06303940323 - Emanoel Leôncio
Governo Justiniano
Reconquista de parte do
território do Império
Romano do Ocidente
Reforma do Direito:
Código Justiniano
Igreja subordinada ao
Imperador
(Cesaropapismo)
Poder político
(césar/basileu)
Poder religioso (papa) 06303940323 - Emanoel Leôncio
ARTE BIZANTINA
❑A técnica de mosaico era uma das mais utilizadas pela arte bizantina, especialmente na
ornamentação das paredes e cúpulas das suntuosas igrejas e palácios.
❑A beleza dos mosaicos dourados se tornava ainda mais impactante com o reflexo da luz
solar, o que conferia uma atmosfera de esplendor aos espaços internos das construções
bizantinas.
❑A basílica de Hagia Sophia fez difundir o uso da cúpula entre as edificações bizantinas da
capital e das províncias do Império, mas com características bastante particulares.
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ARTE BIZANTINA
Mosaico da Virgem Maria e o menino Jesus na basílica de
Santa Sofia. Istambul, Turquia.
Fonte: Shutterstock.
A basílica de Santa Sofia. Os minaretes, nome dado às torres laterais, foram acrescentadas
após a dominação dos otomanos. Fonte: Shutterstock. 06303940323 - Emanoel Leôncio
ICONOCLASTIA
❑Culto aos ícones
Disseminação de ensinamentos religiosos X idolatria
ICONOCLASTIA
- Não admitia representação imagética dos
personagens sagrados.
- Contribui para afastamento do papa do Império
Bizantino.
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Grande Cisma do Oriente
(1054)
Cristandade dividida em duas
Igrejas:
Igreja Católica Apostólica
Romana
Centralizada na figura do
papa, se consolida como uma
instituição autônoma do poder
político.
Igreja Ortodoxa
(ou Bizantina)
Descentralizada entre os
patriarcas, se mantém
dependente do poder político. 06303940323 - Emanoel Leôncio
DECLÍNIO DO IMPÉRIO
BIZANTINO
❑A morte de Justiniano em 565 foi sucedida por perdas territoriais do Império Bizantino para os
lombardos, povo germânico instalado na região correspondente a atual Hungria, enquanto os
árabes conquistaram o norte da África.
❑Nos séculos VII e VIII, estes também conquistaram áreas bizantinas no Oriente Médio e na
Mesopotâmia.
❑Entre os séculos X e XI, o Império Bizantino recuperou parte dos territórios perdidos e manteve
sua economia estabilizada, mas em 1453 a cidade de Constantinopla foi tomada pelos
turco-otomanos liderados pelo sultão Maomé II.
❑Para os historiadores, a data não representa somente o fim do Império Bizantino, mas também
o marco de transição do período medieval para a Idade Moderna. 06303940323 - Emanoel Leôncio
INTERVALO TIRA-DÚVIDAS
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histpraboidormir 06303940323 - Emanoel Leôncio
A CIVILIZAÇÃO DO ISLÃ
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❑Meca: centro comercial e de peregrinação de diversas crenças
❑Entre 570-580 nasceu Maomé (ou Mohammad), em uma família
de modestos mercadores de Meca.
❑De acordo com a tradição islâmica, por volta de 610, quando tinha
40 anos, Maomé recebeu a revelação do anjo Gabriel, que disse
que ele seria o último profeta de Deus.
❑HÉGIRA: Em 622, Maomé fui expulso de Meca pelos líderes
religiosos da cidade, que condenavam suas pregações.
Juntamente com seus seguidores, seguiu para Medina.
-Início do calendário muçulmano
Vista da Mesquita Sagrada a partir do minarete
leste, 1916. Fonte: Biblioteca Digital Mundial. 06303940323 - Emanoel Leôncio
CINCO PILARES DO ISLÃ 06303940323 - Emanoel Leôncio
ÁRABES E MUÇULMANOS
❑Árabe
-povo semita originado na península arábica
-cultura (língua e outras manifestações) formada por ele.
-Como os árabes transmitiram suas tradições para outros povos, atualmente existem países fora da
Península Arábica que apresentam que partilham da cultura árabe, como Egito, Argélia e Marrocos.
-Embora o Islã seja predominante nos países árabes, também existem ateus, cristãos e outras religiões
em cada um deles.
❑Muçulmano
-e que compartilha da fé islâmica, independente do seu local de nascimento ou da língua falada.
-A Indonésia é o país mais muçulmano do mundo, mas não apresenta a cultura árabe.
-O Islã é a religião que mais cresce no planeta, estando a maioria dos seus seguidores no norte da
África e no Oriente Médio. 06303940323 - Emanoel Leôncio
FORMAÇÃO DA UMMA
❑Corão (ou Alcorão): livro sagrado do Islã
-Árabe é a língua sagrada
❑Outros valores do Islã:
-Não ingestão de bebidas alcoólicas.
-Possibilidade de casamentos poligâmicos
-Hospitalidade.
❑Roubo e escravidão repudiados entre
muçulmanos, mas tolerado contra infiéis.
❑O Islã confere uma identidade entre povos de
diversas partes do mundo
-Formação da Umma (comunidade muçulmana).
Manuscrito do Alcorão do século VII, mantido pela Universidade de
Birmingham 06303940323 - Emanoel Leôncio
MECA, A CIDADE SAGRADA
Muçulmanos de diferentes partes do mundo reunidos em torno da Caaba, na cidade de Meca. Fonte: Shutterstock. 06303940323 - Emanoel Leôncio
XIITAS X SUNITAS
❑Após a morte de Maomé (632), coube aos califas (em árabe, “sucessores do profeta de Deus”),
lideranças de caráter político e religioso, conduzir a comunidade muçulmana.
❑Os quatro primeiros califas eram parentes do profeta, sendo Ali o último deles.
XIITAS SUNITAS
Defensores de que somente os parentes de Maomé poderia
liderar os muçulmanos.
Defensores de que as lideranças políticas fossem eleitas
pelos fiéis.
Consideravam que o Islã se guiasse apenas pelo Alcorão.
Além do Corão, também se orientavam pelos ensinamentos
da Suna, livro que reúne os feitos e ditos do profeta Maomé
e dos primeiros quatro califas.
Atualmente, constituem cerca de 10 a 13% dos muçulmanos
do mundo, sendo predominantes no Irã e Iraque.
Atualmente, constituem cerca 87% a 90% dos muçulmanos
do mundo. 06303940323 - Emanoel Leôncio
CUIDADO COM OS PRECONCEITOS
❑O termo xiita é comumente utilizado como adjetivo no Brasil
para descrever indivíduos com posicionamentos extremistas,
inclusive politicamente.
❑Sua origem estaria associada à Revolução Islâmica do Irã, país
de maioria xiita
❑A maioria dos movimentos islâmicos que adotaram o
terrorismo como política de intimidação nas últimas décadas
eram de orientação sunita, como o Taleban, o Hamas, Bin Laden
e a Al Qaeda.
❑Existem grupos radicais e pacíficos entre os xiitas e sunitas.
-O fundamentalismo NÃO é inerente ao Islã.
Representação de um xiita e um sunita. Fonte:
Unisinos.
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PERIODIZAÇÃO DO ISLÃ 06303940323 - Emanoel Leôncio
PERIODIZAÇÃO DO ISLÃ
PERÍODO CARACTERÍSTICAS
Os quatro primeiros califados (632-661)
▪Poder político-religioso concentrado entre parentes de Maomé.
▪Meca era a sede do poder dos califas.
▪Islã se expandiu pela Síria, Palestina, Egito e Pérsia.
Dinastia Omíada (661-751)
▪Expansão islâmica pela Ásia central, Índia, norte da África e na
Península Ibérica.
▪Capital transferida para Damasco (Síria)
Dinastia Abássida (751-1258)
▪Expansão muçulmana freada na Europa por Carlos Martel, na
Batalha de Poitiers (732). Por outro lado, ocorreu a anexação da
Sicília (sul da Itália).
▪Capital transferida para Bagdá (Iraque)
▪Existência de califados independentes, como o de Al Andalus
(Península Ibérica).
▪Apogeu cultural e econômico da civilização do Islã. 06303940323 - Emanoel Leôncio
EXPANSIONISMO DO ISLÃ
❑Islã expandiu-se pelo norte da África, além de alcançar o vale do Rio Indo, na Ásia, e a
península Ibérica, na Europa.
❑Em 732, no entanto, o avanço muçulmano para outras partes do continente europeu foi
barrado pelos francos na Batalha de Poitiers, liderados por Carlos Martel.
❑JIHAD (“esforço em favor de Deus”)
-Disciplina e transformação individual (o grande jihad)
-Empenho em conversão de infiéis (o pequeno jihad)
06303940323 - Emanoel Leôncio
06303940323 - Emanoel Leôncio
EXPANSIONISMO DO ISLÃ
❑Difusão do Islã decorreu do expansionismo
militar e das trocas culturais decorrentes das
rotas de comércio.
❑Surgiram dinâmicos centros
urbano-comerciais, como Damasco, Bagdá,
Cairo e Córdoba.
❑Tolerância religiosa para cristãos, judeus
(povos do Livro) e zoroastristas, desde que
pagassem um imposto.
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06303940323 - Emanoel Leôncio
PENÍNSULA IBÉRICA
❑Em 752, os omíadas foram derrotados pelos abássidas,
que transferem a sede do califado para Bagdá
❑O omíada Abd al-Rahman refugiou-se na península
ibérica, onde funda o califado de Córdoba. A
conquistada pelos árabes na península, foi chamada de
Al-Andaluz
❑RECONQUISTA: Movimento de expulsão dos mouros
pelos cristãos. Dura entre 711 e 1492.
-Influenciais dos mouros permanecem na cultura ibérica.
-Escola de Toledo: criada a partir do século XI, buscou
traduzir textos árabes para o castelhano.
Interior da Mesquita-Catedral de Córdoba, um dos indícios
da presença muçulmana na Península Ibérica. Fonte:
Shutterstock. 06303940323 - Emanoel Leôncio
PRODUÇÃO CULTURAL E CIENTÍFICA
❑ Todas as obras científicas e filosóficas de origem grega poderiam ser
lidas em árabe, graças ao trabalho dos tradutores financiados pelo
califa (chefe político e religioso do Islã).
❑Em Bagdá, centro do Império durante a dinastia abássida, foi criada
a Casa da Sabedoria, que incluía uma biblioteca, um escritório de
traduções e uma academia que contava com eruditos de origens
diversas.
❑Para reforçar suas atividades intelectuais, delegações foram
formadas para irem até Bizâncio e solicitar cópias de obras de
Platão, Aristóteles, Hipócrates, Galeno e Euclides.
06303940323 - Emanoel Leôncio
❑ Astronomia: elaboraram um calendário lunar, criaram observatórios astronômicos e incorporaram instrumentos
como quadrantes e astrolábios para guiarem suas viagens marítimas a partir do céu.
❑Medicina: foram desenvolvidos métodos de identificação da varíola, o uso de anestesias em operações cirúrgicas
e até métodos de operação da catarata.
❑Matemática: os muçulmanos criaram a álgebra e a trigonometria, além de desenvolverem o sistema arábico
baseado no sistema numérico hindu.
❑Agricultura: os muçulmanos introduziram o cultivo de arroz, laranja, limão e cana-de-açúcar em diversos
territórios conquistados.
❑Química: os laboratórios do mundo islâmico desenvolveram novos produtos químicos, como o bórax, a amônia, o
sal amoníaco, o ácido nítrico, o ácido sulfúrico e o nitrato de prata.
❑Vocabulário: palavras de origem árabe, como álcool, almofada e algodão, decorreram da presença islâmica na
península ibérica.
❑Literatura: diversas produções literárias foram desenvolvidas durante o medievo islâmico.
PRODUÇÃO CULTURAL E CIENTÍFICA 06303940323 - Emanoel Leôncio
❑ O Islã condenava a representação figurativa
❑Arte islâmica baseou-se na utilização de
elementos geométricos, vegetais e epigráficos
(grafia decorativa), cujas combinações ficaram
conhecidas como arabescos.
❑Cerâmica foi largamente utilizada.
-Azulejos (em árabe, al-zuleij) estampados com
uma variedade imensa de motivos arabescos,
que combinados formavam ricos mosaicos.
-Azulejaria trazida ao Brasil pela colonização.
ARTE ISLÂMICA 06303940323 - Emanoel Leôncio
ARTE ISLÂMICA 06303940323 - Emanoel Leôncio
MULHERES NO ISLÃ
❑Vistas de maneira estereotipada pelos ocidentais
-Século XIX: Sensualidade
-Século XXI: Vítima de opressão e velada.
❑A condição feminina no Islã varia no tempo e no espaço. 06303940323 - Emanoel Leôncio
❑Elaborado pelo intelectual palestino Edward Said
❑Oriente (e também o Ocidente) enquanto espaço
geográfico não é um dado da natureza, mas uma
construção que sugere uma relação de poder, de
dominação.
❑Estrutura elaborada pela Europa e Estados Unidos ao
longo de séculos para caracterizar o Oriente Médio de
maneira estereotipada.
❑Espécie de ideologia para justificar a dominação e a
superioridade europeia, sobretudo por franceses e
ingleses.
❑Representações distorcidas para caracterizar o “Outro”
que lhe é estranho – e, por isso, inferior.
O QUE É O ORIENTALISMO? 06303940323 - Emanoel Leôncio
INTERVALO TIRA-DÚVIDAS
Prof. Marco Túlio
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MEDIEVO AFRICANO
Prof. Marco Túlio 06303940323 - Emanoel Leôncio
❑Com aproximadamente 30 milhões de km², a África é um continente cercado a nordeste pelo Mar
Vermelho, ao norte pelo Mar Mediterrâneo, a oeste pelo oceano Atlântico e a leste pelo oceano
Índico.
❑O istmo de Suez o liga à península arábica, que também separa os mares Vermelho e Mediterrâneo.
❑O imenso deserto do Saara se situa ao norte, o deserto do Calahari a sudoeste, enquanto o centro do
continente é coberto por florestas tropicais e savanas.
❑Para além da diversidade física, o continente africano também foi habitado por uma infinidade de
sociedades distintas ao longo de milhares de anos, com organizações sociais, atividades produtivas,
estruturas de poder e culturas distintas.
❑Povos nômades existiram – e a ainda existem – em meio a sociedades sedentarizadas; comunidades
de caçadores-coletores coexistiram com poderosos reinos.
UM CONTINENTE DIVERSO 06303940323 - Emanoel Leôncio
06303940323 - Emanoel Leôncio
Em relação ao estudo da História da África Subsaariana, especialmente entre os séculos VII e XVI, são
utilizadas as seguintes fontes históricas:
▪fontes arqueológicas – obtidas a partir de escavações em sítios arqueológicos; fontes escritas
africanas – documentos produzidos por povos africanos;
▪fontes escritas árabes – alguns intelectuais do mundo muçulmano produziram relatos de viagem,
crônicas e estudos sobre o continente africano. Exemplos disso são os escritos de Ibn Battuta,
marroquino que viajou para o reino do Mali no século XIV;
▪fontes orais – poesias, mitos, saberes e histórias foram repassados por gerações em diversas
sociedades. Em algumas delas, a transmissão é responsabilidade dos griôs (ou djeli), poetas e
memorialistas que narram histórias dos grandes reis e mitos.
FONTES HISTÓRICAS 06303940323 - Emanoel Leôncio
GRIÔS
Griôs do Mali. Gravura de Jeanniot, 1890. Fonte: Biblioteca Nacional da França. 06303940323 - Emanoel Leôncio
06303940323 - Emanoel Leôncio
COMÉRCIO TRANSAARIANO
❑A introdução do camelo no continente
representou uma verdadeira revolução na
parte Norte do continente
❑Diferentes rotas de comércio ligavam os
povos do Norte do Saara à borda do sul do
deserto, denominada de Sahel.
❑O eixo transaariano compreendia
mercadorias diversas, como o ouro,
escravos, sal e noz-de-cola, entre outras.
06303940323 - Emanoel Leôncio
IMPÉRIOS DO SAHEL
❑A partir do século VII, o Islã foi introduzido no continente africano
-Os berberes muçulmanos difundiram a religião entre os povos com os quais contatavam nas rotas
comerciais.
-Sincretismo: em muitas regiões, o Islã foi misturado com as crenças tradicionais/animistas.
❑Na região do Sahel, a extração aurífera e o desenvolvimento comercial contribuíram para a formação de
três Estados poderosos: Gana, Mali e Songai.
-Estados que controlavam a atividade aurífera e cobravam tributos sobre as rotas de comércio e de povos
conquistados.
-Em todos eles ocorreu a mistura entre Islã e crenças tradicionais. 06303940323 - Emanoel Leôncio
REINOS DO SAHEL
ESTADOS TRIBUTÁRIOS
CONTROLAM A EXTRAÇÃO
AURÍFERA E TRIBUTAM AS
ROTAS COMERCIAIS
DINÂMICOS CENTROS
URBANOS
SINCRETISMO RELIGIOSO
(ISLÃ + CRENÇAS
TRADICIONAIS) 06303940323 - Emanoel Leôncio
IMPÉRIOS DO SAHEL
REINO PERÍODO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Reino de Gana
Entre os séculos IV e XII
-Fundado pelo povo soninquê
-Gana = rei
-A sucessão era matrilinear
-Sua capital era Kumbi Saleh
-Desarticulado por uma jihad berberes.
Reino do Mali Entre os séculos XIII e XV -Fundado por Sundiata Keita / povo mandinga.
-Soberanos chamados de mansas.
-Tombuctu: centro econômico e cultural.
Reino de Songai Entre os séculos XV e XVI. -Administração centralizada em Gao
-Império mais poderoso e extenso.
ESTADOS TRIBUTÁRIOS, CONTROLADORES DA ATIVIDADE AURÍFERA E INFLUENCIADOS PELO ISLÃ 06303940323 - Emanoel Leôncio
IMPÉRIO DE GANA
❑Fundado no século IV pelos soninquês.
❑Entre os séculos IX e XI, dominavam as regiões de Galan,
Falemé e Bambuk, ricas em ouro.
❑Os reis usavam o título de gana
❑A sucessão no trono era matrilinear.
❑Como o passar do tempo, o Gana impôs sua autoridade a
povos diversos, cobrando tributos sobre eles.
❑Cobrem ouro, sal, seda, algodão, búzios (cauris), marfim,
ouro e escravizados eram produtos que circulavam no
Império e eram tributados. 06303940323 - Emanoel Leôncio
IMPÉRIO DE GANA
❑Sua capital era Kumbi Saleh (na atual Mauritânia).
-Área para mercadores muçulmanos com suas
mesquitas.
-Área para o Palácio Real, casas de funcionários e dos
súditos que professavam suas crenças tradicionais.
❑A partir do século XI, Gana foi desarticulada pelos
sucessivos ataques de berberes muçulmanos (jihad) 06303940323 - Emanoel Leôncio
IMPÉRIO DO MALI
❑Mali era uma região entre os rios Senegal e Níger, povoada
pelos mandingas (grupo etnolinguístico).
❑De acordo com a tradição dos griôs, o Império foi fundado
por Sundiata Keita, que venceu os dominadores sossos.
❑Em seguida, os soninquês, os fulas e outros povos foram
incorporados ao Império Mali.
❑Sundiata Keita converteu-se ao Islã, mas permitiu que o
povo mantivesse seus deuses e tradições religiosas.
❑Integração do Império ao circuito comercial transaariano.
❑Governantes chamados de mansas. 06303940323 - Emanoel Leôncio
COMÉRCIO E CULTURA
❑Poder centralizado em Niani
❑Governantes islamizados que toleravam as crenças
animistas.
❑Ligados às rotas transaarianas, Tombuctu e Djenné
eram os principais centros comerciais e culturais.
❑Ouro, sal, armas de metal, objetos de marfim,
corantes, noz-de-cola e outros produtos circulavam
no Império.
❑Tombuctu: mesquitas, escolas corânicas, uma
biblioteca e um intenso comércio de livros.
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MISTURA ENTRE ISLÃ E CRENÇA ANIMISTAS
um dia de festa na corte do Mali,] apresentam-se os poetas, os jula, no singular jali. Cada
um deles cobre-se com uma vestimenta feita de penas, a imitar uma ave chamada
shaqshaq. Sobre essa roupagem fixa-se uma cabeça de madeira com um bico vermelho,
exatamente como a cabeça de um shaqshaq. Põem-se diante do rei com esse disfarce
risível e recitam os seus poemas. Explicaram-me que esses poemas são uma espécie de
exortação ao rei. Dizem-lhe: “Nesta plataforma ou bandi em que estás sentado, sentou-se
o rei fulano, cujas façanhas foram tais e tais; faz, portanto, o bem para que sejas
lembrado pela posteridade”. Então o chefe dos poetas sobe os degraus do estrado e põe
a cabeça no colo do sultão. Depois, já no alto da plataforma, põe a cabeça no ombro
direito do rei e, em seguida, no esquerdo, pronunciando palavras em sua língua, depois
do que desce do bandi. Informaram-me que este é um costume antigo, de antes da
conversão ao islamismo, e que persiste entre eles.
IBN BATUTTA. Virtudes e defeitos da gente do Mali. In: SILVA, Alberto da Costa e. Imagens da África. São Paulo: Penguin, 2012. p. 54.
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MANSA MUSA
❑Mansa Mussa (1307-1332), tornou-se lendário ao peregrinar
até Meca, em 1324, levando consigo 8 mil cortesãos,
guerreiros e servos; além de mais de 10 toneladas de ouro.
❑Retornou ao Mali com arquitetos, juristas e teólogos do Islã.
❑Império do Mali entrou em decadência a partir do século XV,
sendo substituído pelo Império de Songai.
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IMPÉRIO DE SONGAI
❑O mais poderoso império sudanês, com sua
administração sediada em Gao.
❑Explorou as minas de ouro da região, mas conquistas
militares garantiram o controle de minas de sal,
produto valioso na Idade Média do continente
africano.
❑Sob o comando dos askiyas (dinastia de reis
muçulmanos), adquiriu fronteiras maiores que os
reinos antecessores, alcançando o litoral atlântico, o
sul do Saara, o Sahel e regiões de savana.
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IMPÉRIO DE SONGAI
❑O ouro, o sal e os cauris (conchas espiraladas)
eram utilizados para as trocas comerciais nos
domínios do reino.
❑Tombuctu e Djenné permaneceram como
importantes centros culturais e comerciais.
❑Sacerdotes animistas continuaram a desfrutar de
grande influência na sociedade e na corte dos
reis.
❑Por volta do século XVI, Songai começou a entrar
em decadência por razões diversas.
Vista de Tombuctu, gravura de Édouard Charton, 1858. Fonte: Wikimedia Commons. 06303940323 - Emanoel Leôncio
OBRIGADO
Prof. Marco Túlio
@profmarco.tulio
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