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deficiente, e a falta de coesão e coerência. No processo de leitura, escrita e reescrita é o momento
propício de se abrir espaço para estudar estas questões de ordem gramatical. Assim, o estudo da
gramática será mais significativo, pois ela estará sendo abordada dentro de um contexto e de uma
necessidade do momento. (cf. DOLZ e SCHNEUWLY, 2004, p.114, 115,118).
2.3 A esfera comunicativa
Ao estudar o gênero entrevista é importante, também, conhecer em que esfera
comunicativa ele se insere. Conforme apontado por Marcuschi (2003) e Bakhtin (2003), a esfera
comunicativa está relacionada à atividade humana, desde a cotidiana, escolar, literária, científica,
jornalística, publicitária, religiosa, etc., cada atividade tem, em seu bojo, gêneros próprios para
atender a uma necessidade. Pensando nessa perspectiva, o gênero entrevista, está relacionada à
esfera jornalística. Dessa forma, são vários os lugares de circulação/ publicação (Revistas, jornais,
sites, blogs, programas jornalísticos de TV e rádio). Por se tratar de entrevista, ela é um gênero
textual usado, geralmente, na modalidade oral com suas características intrínsecas, passíveis de
hesitações, repetições, elementos lexicalizados, elementos não lexicalizados, truncamentos frasais,
etc.:
a) hesitações (por exemplo: ah..., eh..., e... e... e, o... o..., o, de..., do..., da..., dos...),
b)elementos lexicalizados ou não-lexicalizados e tipicamente produzidos na fala,
tais como os marcadores conversacionais do tipo "sim", "claro", "certo", "viu", "en-
tendeu", "né", "sabe", "que acha?", "bem", "hã", principalmente quando aparecem
no interior de unidades discursivas,
c)segmentos de palavras iniciadas e não-concluídas que aparecem na transcrição e
por vezes são tributáveis a hesitações,
d)sobreposições e partes transcritas como duvidosas são aqui eliminadas.
(MARCUSCHI, 2001, p.77)
Segundo o autor, “a eliminção destes elementos já somam cerca de 10% a 20% do
material fônico do texto falado.” (2001, p.77).