quarta fase o Amor vai reconquistando a supremacia que perdera e o conjunto volta a ser uma
unidade em tensão (como a concebida por Heráclito)”.
Como bem se vê, Empédocles tem como princípios fundamentais seis elementos:
água, ar, terra e fogo; além de ser o primeiro a classificar Amor e Ódio como
princípios absolutos. Onde o bem é o princípio de todos os bens, e o mal, princípio
de todos os males. O bem é entendido como algo absolutamente firme em si
mesmo, o fim em si e para si. Porém, Aristóteles encontra uma incoerência,
enquanto a idéia de unir e separar, ele aponta que Empédocles separa através da
amizade e une através do ódio. Georg W. F. Hegel (1770-1831) salienta em sua
crítica:
“É uma consideração profunda que, de maneira alguma, possa haver união sem separação,
separação sem união; identidade e não-identidade são tais determinações do pensamento, mas
não podem ser separadas”.
Segundo Aristóteles, Empédocles distribuiu os elementos de forma que ficassem
organizados, e que considerasse a reciprocidade entre os mesmos, sendo fogo em
si, e os outros elementos (água, terra e ar) como uma só natureza.
Empédocles faz de seu pessimismo um protesto, uma forma ativa –de acordo
com Friedrich Nietzsche (1844-1900)-, principalmente seu lado político, que era à
favor da democracia. Além de sua posição política ser controversa aos demais,
Empédocles era odiado pelos crentes devido seu racionalismo, em que acreditava
em demônios e deuses, assim como acreditava nos homens. Seu jeito prepotente
também desagradava, segue um trecho que demonstra tal arrogância:
“ Adeus! Não é mais como mortal, mas é como deus imortal que passo entre vós, venerado por
todos, como é justo, ornado de bandeirolas e de verdes guirlandas. E, mal chego às cidades
florescentes, sou venerado por todos, homens e mulheres; aos milhares, me seguem, para aprender o
caminho da salvação, alguns pedindo oráculos, outros fórmulas que curem tantas doenças das
quais sofreram os cruéis tormentos. Mas por que demorar-me nessas coisas, como se tivessem
importância, quando estou tão acima dos miseráveis mortais!”.
Baseando-se apenas nesta passagem, nota-se o desprezo de Empédocles para os
mortais, para ele, mortal não passa de deuses decaídos e punidos. Assim como o
mundo que eles vivem: é repleto de tristeza, ódio, podridão e afins... tudo sórdido e
inóspito.
Diante de um mundo de conflitos, para Empédocles, a única coisa que salva é
Afrodite, a vida sexual como ápice da união; o amor. Onde haja espaço para a
harmonia dos semelhantes, sem que haja união de coisas divergentes, ou seja, só
se vê a água, por meio da água; a terra, por meio da terra; o amor através do amor.
Porém, Empédocles reconhece que numa só coisa há o instinto de união, e também
de separação, tais instintos vivem em conflito, e sempre há esse castigo de carregar
o ódio em potencial dentro de si.
Para ele, os verdadeiros motores eram physis (amor) e neikos (ódio)-como já
dito-, em que os corpos necessitam ser misturados e sejam conformados um com o
outro. Nietzsche critica, dizendo que Empédocles não explica qual dessas forças