Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto
Dr.Brunno Rosique
Enxertos de Pele
Histórico
Os primeiros indícios de transplante tecidual vêm da Idade do Bronze, com achados arqueológicos de crânios trepanados,
em que o fragmento ósseo obtido recolocado no local da retirada. Após esses vestígios, o que se tem são lendas sobre o tema.
No começo do século XIX, (1804) Baronio realiza estudos experimentais com enxertos de pele em ovelhas, com resultados
positivos. Em 1823, Bünger relata o primeiro enxerto de pele total em humano com sucesso.
No final do século XIX (1869) Reverdin descreve enxertos de pele parcial , pequenos e finos, com aproximadamente 2 x 3
mm, com bons resultados; e Bert, estudando os enxertos de pele, observa a importância da revascularização na integração e
verifica, ainda, a diferença entre auto, alo e xenoenxertos.
Em 1872 Ollier, relata a importância do componente dérmico dos enxertos, sugerindo o termo enxerto dermoepidérmico.
Thiersch (1874), apurando a técnica da retirada dos enxertos de pele, facilitou e tornou viável a aplicabilidade clínica da
enxertia de pele para ferimentos extensos.
Blair e Brown (1929) descreveram a retirada de enxertos de pele parcial de espessura intermediária, e em 1939 Padget o
dermatomo mecânico.
Os enxertos de pele total foram empregados por Lawson (1870), Lê Fort (1872) e Wolfe (1875) para correção de ectrópio.
Krause, em 1893, descreveu com detalhes a técnica do enxerto de pele total.
Em 1912, Schone e, em 1914, Lexer observaram que os xenoenxertos de pele duravam 3 semanas no receptor, e Padget, em
1932, verificou que os aloenxertos de pele duravam de 5 a 6 semanas no receptor, em contraposição aos autoenxertos, que se
integravam ao leito receptor e permaneciam por tempo indeterminado.
No período da II Guerra Mundial houve um avanço considerável na cirurgia plástica devido à necessidade de reparo dos
combatentes feridos. Foi então, devido às condições proporcionadas na época da guerra, que na década de 1940, Gibson descreve
a rejeição acelerada da segunda enxertia de pele do mesmo doador para o mesmo receptor e, então, nas décadas de 1940 e 1950, os
estudos associados com base na enxertia de pele de Gibson e Medawar, Billingham e Brent lançam os fundamentos da imunologia
moderna.
Atualmente, os estudos dos transplantes teciduais estão voltados principalmente para o desenvolvimento de métodos de
imunossupressão e engenharia de tecidos.
Conceito
Denomina-se enxerto de pele ou transplante livre de pele ao segmento de pele retirada de uma região corpórea denominada
doadora e transferido para outra, denominada receptora.
As principais características dos enxertos de pele são ausência temporária de suplência sangüínea e sua constituição
epidérmico-dérmica.
Classificação:
Os enxertos de pele podem ser classificados de acordo com:
1- Origem – Podem ser divididos em:
a. Auto-enxertos – Quando a área doadora do enxerto está no próprio receptor;
b. Aloenxertos – Quando doador e receptor são indivíduos diferentes, porém da mesma espécie;
c. Xenoenxertos – Quando doador e receptor são de espécies diferentes.