Estudo do capítulo 4 da Carta de São Paulo aos Romanos
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Added: Apr 18, 2010
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Estudo do capítulo 4 da carta de são paulo aos romanos Por João Paulo Veloso alegriaesantidade .blogspot.com t witter.com/ veloso_JP
Assunto Este capítulo tem 25 versículos Fala do exemplo de Abraão e da promessa de descendência
Pontos-chave A salvação vem pela fé (3,21–4,25) Leitura jurídica Trinitariamente, está inserido no contexto referente ao PAI (1,18–4,25)
4,1-8 As obras da lei . Segundo textos tardios e a tradição rabínica, Abraão cumpriu toda a lei de antemão, séculos antes de ser promulgada (cf. Eclo 44,20). O autor de 1Mc 2,52 faz o mérito de Abraão depender do sacrifício de seu filho. Veja-se o que diz Gn 18,19 condicionando o cumprimento da promessa à prática “da justiça e do direito”. Paulo é categórico: apoia-se em Gn 15,6, que se expressa em termos comerciais, “lançar algo no haver”; e continua no mesmo campo comercial falando de “salário” devido na justiça.
4,6-8 O que Gênesis ensina os Salmos o confirmam. Sl 32,1-2 se refere ao perdão não merecido do culpado. “Não levar em conta” (= não imputar) é termo forense que corresponde ao termo comercial “lançar”. Ser perdoado por Deus sem merecê-lo é para qualquer um bem-aventurança. Por sua composição, a palavra “perdão” é um intensivo ou superlativo de “dom”.
4,9-12 A circuncisão . De novo o Gênesis fornece a prova, já que 17,11 vem depois de 15,6 (doutrina da Antiguidade: quanto mais antigo for o argumento, mais valor ele terá sobre outros). A circuncisão é uma marca corporal que sela o já realizado. Paulo muda “sinal de meu pacto” em “sinal da justiça”. Depois introduz outro tema do Gênesis, a promessa de descendência, alargando-a a uma dimensão nova. A promessa de Gn 17,5 muda o nome do patriarca para que seja e se chame “pai de uma multidão”. Paulo interpreta: “pai de circuncisos e incircuncisos”, em virtude da sua fé. “Nosso pai” é título que os judeus dão a Abraão.
4,13-16 O tema da paternidade se prolonga no tema da herança, com sentido polivalente: o herdeiro de Abraão ( Gn 15; 21,10) e Abraão e o herdeiro. Herdeiro da terra e, segundo a tradição rabínica, de todas as famílias do mundo. A Abraão sucedem seus herdeiros ou descendentes na herança ou posse da terra prometida ( Gn 22,17). Ora, se fossem herdeiros legais, teriam direito à herança, sem depender de promessas. Mas, passar ao terreno da legalidade é perigoso, fatal, porque legalmente se provarão transgressões que invalidam os direitos. Delito supõe lei: transgressão supõe fronteira ou limite.
4,17-22 Da fé, pela confiança, chegamos à esperança (cf. Hb 11). Abraão creu em três coisas crendo numa pessoa: que Deus, perdoando, pode tornar justo um culpado (cf. em termos de pureza e impureza, Jó 14,4); que pode tornar fecundos dois anciãos já estéreis; que dá vida aos mortos ( Dt 32,39) como deu existência do nada ( Gn 1). Os termos “criar” e “perdoar” se cruzam no Sl 51,12 e em 2Cor 5,17-21. Isto equivale associar a morte com o não-ser e a ressurreição com a criação. Paulo, desta vez, passa por alto o riso incrédulo de Abraão e Sara ( Gn 17,17; 18,12).
4,23-24 A figura de Abraão é exemplar, válida para quantos o imitam crendo em Deus e em Jesus Cristo. O tema da ressurreição de Jesus Cristo, anunciado em 1,4, se afirma com força ao concluir esta seção.
4,25 O final é lapidar. Pela lei do paralelismo, o sentido é cumulativo: para livrar-nos do pecado e alcançar-nos a justificação, Jesus Cristo morreu e ressuscitou (Is 53,5-6).
Bibliografia CNBB. Bíblia Sagrada : tradução da CNBB. Brasília: Edições CNBB, 2008. 7ª ed. PERONDI, Ildo. Cartas Paulinas . Diocese de Apucarana. Trabalho não publicado. SCHÖKEL, Luís Alonso. Bíblia do Peregrino : Novo Testamento. São Paulo: Paulus , 2000. alegriaesantidade .blogspot.com