É muito fácil cairmos na rotina de orar com um tipo de “reza”, pedido sempre as mesmas coisas.
Devemos evitar isto a todo custo.
a.3. O alcance da oração (2:1c-2a)
Tendo nos mostrado a importância da oração (v. 1a) e a necessidade de orarmos com inteligência
(v. 1b), agora vemos o alcance das nossas orações. Por quem devemos orar? Só pelos irmãos, ou
só pelos nossos conhecidos? Não; devemos orar “por todos os homens”, sem qualquer distinção.
Isto não quer dizer que vamos mencionar, um a um, todos os habitantes do planeta, nem que vamos
orar, individualmente, por todos aqueles que conhecemos; isto seria impossível. Mas quer dizer que
não vamos deixar de orar, conscientemente, por nenhum ser humano. Se houver qualquer pessoa
sobre a face da Terra da qual eu disser: “Não orarei por este”, estou em contradição com o ensino
deste versículo. Devemos lembrar de Samuel, que ensinou-nos que deixar de orar por alguém é
pecar contra o Senhor (I Sm 12:23). Devemos ter a preocupação de orar pelos nossos familiares,
pelos nossos amigos, pelos nossos irmãos em Cristo, pelos nossos inimigos, pelas autoridades, etc.,
etc. — enfim, por todos os homens!
O NT nunca impõe à igreja a tarefa de ajudar o mundo com obras sociais e filantrópicas, mas sim,
orar pelo mundo e evangelizá-lo. As orações na igreja não devem limitar-se às nossas necessidades
pessoais, ou às da igreja, mas devem ter em vista, também, o mundo. Orando pelas autoridades
estaremos invocando o bem para o mundo. A melhor maneira da igreja participar da política deste
mundo é orando pelas autoridades constituídas, ou a serem constituídas. Parece que este é um
aspecto da oração que é um pouco negligenciado, mas sem dúvida é importante.
a.4. O resultado da oração (2:2b)
A seguir, temos o resultado deste exercício da oração: teremos uma vida quieta e sossegada, em
toda a piedade e honestidade. É importante enfatizar que isto é o resultado do exercício da oração,
e não o seu propósito. O ensino destes versículos é que devemos orar pela salvação das
autoridades (recebendo como conseqüência deste exercício uma consciência tranqüila), e não que
devemos orar por uma vida livre de perseguições. Veja, abaixo, as razões para esta afirmação.
J. Allen, no Comentário Ritchie vol. 12, diz que tudo depende do significado da conjunção traduzida
“para que”, que é hina no grego. Ela pode indicar, de acordo com o Léxico do NT Grego/Português
publicado pela Edições Vida Nova, “propósito, alvo, objetivo, a fim de que, para que” ou “resultado”.
Seu primeiro significado é mais conhecido; quanto ao segundo, vemos um exemplo claro em Jo 9:2:
“Quem pecou, este ou seus pais, para que (hina) nascesse cego?” Aqui vemos que nascer cego não
era o propósito ou alvo do suposto pecado dos pais daquele homem, mas sim um possível resultado.
Outro exemplo deste uso da conjunção é Gl 5:17.
Sugerimos que, aqui em I Tm 2, o sentido de hina é “resultado”, devido aos seguintes pontos:
AOramos por homens (v.1), não por condições (favoráveis ou desfavoráveis);
AO v. seguinte diz que “isto é bom … Deus … quer que todos se salvem”. O contexto portanto
Page 26 of 35Estudo em I Timóteo
5/9/2010http://www.sadoutrina.com/doutrina/129-timoteo.html?tmpl=component&...