Uma frase de abertura, na qual o expositor toma contato com o auditório, saúda-o, legitima sua fala... esse é o
momento em que o expositor é instituído como tal, em que ele se define como um especialista que se dirige a um
auditório. Essa atividade é bastante ritualizada, e muitas vezes ela é assegurada por uma terceira pessoa que
serve de mediadora entre os atores principais, no caso, o professor. É lamentável a pouca atenção dispensada a
essa fase, pois ela desempenha uma função importante na definição da situação, dos papéis e das finalidades da
exposição que se seguirá.
Uma frase de introdução ao tema, um momento de entrada no discurso. Trata-se de uma etapa de apresentação,
de delimitação do assunto, que, alem disso, fornece ao orador a oportunidade de explicar as razões de suas
escolhas, do ponto de vista adotado, de suas motivações, etc. esse primeiro contato do expositor com o público
deve mobilizar a atenção, o interesse e a curiosidade dos ouvintes. Por isso, o expositor pode se utilizar de
algumas estratégias mobilizadoras, como mostrar uma foto ou ilustração relacionada ao tema, colocar uma
questão-isca que desperte a curiosidade dos colegas contar uma anedota relacionada ao assunto a ser tratado,
fazer algumas perguntas aos alunos-ouvintes, etc.
A apresentação do plano de exposição. Não deve ser uma simples enumeração de itens, idéias ou subtemas.
Essa frase compre uma função metadiscursiva (que descreve ou fala sobre o próprio discurso), tornando
explícitas, tanto para o auditório como para o expositor, as operações do planejamento em jogo. Sua eficácia é
dupla, pois esclarece, ao mesmo tempo, sobre o produto (um texto planejado) e sobre o procedimento (o
planejamento).
O desenvolvimento do assunto. Essa é a principal fase do seminário, quando se desenvolverá o encadeamento
dos diferentes temas ou subtemas, cujo número deve corresponder ao que foi anunciado no plano. Vale lembrar
que as idéias expostas devem seguir uma progressão coerente. Por isso, é importante atentar aqui para a coesão
temática, que assegura a articulação das diferentes abordagens do assunto; a sinalização do texto, que distingue
as idéias principais das secundárias; a introdução de exemplos (expectativas ou ilustrativos, como cartazes,
mapas gráficos, transparências, etc), a fim de esclarecer, legitimar e garantir a boa recepção do discurso; e a
reformulação da palavra ou idéias, a fim de esclarecer termos percebidos como difíceis ou novos para os
ouvintes.
Uma frase de recapitulação e síntese, importante não só porque permite retomar os principais pontos da
exposição, como também porque constitui uma fase de transição entre a exposição propriamente dita e as duas
etapas de conclusão.
A conclusão, que transmite uma “mensagem final”, mas que pode também submeter aos ouvintes um problema
novo, desencadeado pela exposição ou ainda dar início a um debate, uma roda de conversa, etc.
O encerramento, uma etapa de certa maneira simétrica à abertura, comportando, geralmente, agradecimentos ao
auditório. Essa última fase, também bastante ritualizada, caracteriza-se pela interação com o público, diferente da
que se tem no corpo da exposição, pois nela intervêm muitas vezes o professor e os ouvintes.