segunda representação não é difícil. Mas há ocasiões em que até os cristãos
ficam pensando sobre a justeza da primeira representação. Isso mexe com a
mente de muitos cristãos embora poucos expressem a idéia em palavras.
Devemos nos lembrar, nesta área, como em todas as áreas de nosso
relacionamento com Deus, que ele é o Criador e Senhor Soberano,
possuidor do direito de requerer qualquer coisa de suas criaturas em
qualquer forma que sua sabedoria possa determinar. A autoridade dele foi, e
é, sem limites. Deus podia fazer qualquer coisa com Adão pessoalmente, e
com vistas à sua posteridade, que fosse consistente com suas
próprias perfeições. Ele é uma lei para si mesmo e age de acordo com sua
própria vontade. Ao mesmo tempo, em seu relacionamento com Adão no
Jardim, ele não exigiu nada de Adão que Adão não tivesse a capacidade de
suportar.
Essa é a ótica que todos os filhos de Deus precisam aprender. O
reconhecimento de que ele é soberano e nós não. Reconhecer que seja qual
for o método que ele escolha usar para nos ensinar nossas lições, esse
método é bom e justo, porque ele é a essência da justiça. Nossa obrigação é
não reclamar e sim obedecer, não nos irritar e sim aceitar, não murmurar e
sim descansar em nosso dever de diminuir e nos submeter em toda
a humildade.
Para nós, tudo isso é uma lição dura de aprender. Tiago colocou isso muito
bem quando disse: "Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos
exaltará" (Tg 4.10). Muitos cristãos têm vontade de trabalhar bastante na
obra do Senhor, mas não conseguem porque não aprenderam a dar a Deus o
direito completo de qualquer método, qualquer meio, qualquer princípio
que ele queira usar com eles. Alguns pensam muitas vezes que Deus é
injusto, recusam deixar que ele determine seu modo de agir com
eles, recusam submeter-se à autoridade dele e depois ficam se perguntando
porque Deus não os usam como eles desejariam.
Em todos os nossos pensamentos e palavras, em todas as nossas ações e
reações, sim, em todas as áreas de nossa vida, somos responsáveis perante
ele. E a obediência à Palavra de Deus transcende a obrigação e o privilégio,
alcançando honra à medida que ele é assim glorificado em nosso viver
diário (Dt 11.1,13-19).