ESTUDOS-NO-BREVE-CATECISMO-DE-WESTMINSTER-LEONARD-T_-VAN-Unknown-Author-963b19e86aae08a70b63ff6d2514.pdf

VinciusCezardeQueiro 5 views 190 slides Oct 21, 2025
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Livro para uma fé reformada


Slide Content

ESTUDOS NO BREVE CATECISMO DE
LEONARD T. VAN HORN
Este comentário do Breve Catecismo do Dr. Leonard T. Van Horn é mais
uma obra doutrinária que vem numa ocasião certa. Há muito que a igreja
brasileira perdeu de vista o significado do que é ser um verdadeiro cristão,
um verdadeiro evangélico. Mas está fortemente influenciada
pelo sincretismo religioso, fruto do pluralismo doutrinário do pós-
modernismo. Há várias gerações que as verdades doutrinárias reformadas e
o fervor espiritual equilibrado que adornavam estas verdades estão ausentes
do cenário protestante brasileiro. Não temos visto uma doutrina reformada
na sua forma experimental e prática. Assim, o esquecimento das
verdades resgatadas pela Reforma resultou em uma prática cristã
distorcida, influenciada pelo movimento carismático e arminiano, onde o
centro não é Deus e sim o homem.
O Breve Catecismo comentado é uma sistematização fiel de verdades
bíblicas que nos fará compreender o zelo que devemos ter pelas verdades de
Deus e nos será muito útil na identificação dos erros que penetram
sorrateiramente na Igreja de Cristo. Nos fará amar a Deus sobre todas as
coisas e ao nosso próximo; nos fará lutar por mais santidade e amar a
Palavra de Deus, sentindo de perto as palavras de Jesus na sua oração
ao Pai: "Santifica-os na verdade; a tua palavra c a verdade" (Jo 17:17).
Será extremamente útil para estudos na Escola Dominical, nos cultos
domésticos c classe de catecúmenos.
Rua Canguaretama, 181 Cep 03651-050 - São Paulo - SP

Telefax: (11) 2957-5111 wwwpurita nos. com. br
ESTUDOS NO BREVE CATECISMO DE
WESTMNSTER
LEONARD T. VAN HORN
2 aE dição:

Abril 2009 - 1.000 exemplares
E proibida a reprodução total ou parcial desta publicação, sem autorização
por escrito dos editores, exceto citações em resenhas.
Traduzido do original em inglês:
Studies in the Westminster Shorter Catechism
Traduzido por:
Hope Gordon Silva
Revisado por:
Claudete Agua de Melo
Edição:
Os Puritanos Telefax: 11 2957-5111 www.puritanos.com.br
Impressão:
Facioli Gráfica e Editora Ltda www. faciol i.. com. b r 11 2957-5111
Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Estudos no Breve Catecismo de Westminster
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Estudos no Breve Catecismo de Westminster

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
SOBRE O AUTOR
Autor: Rev. Leonard T. Van Horn
O Rev. Van Horn, filho de Clinton Brown e Helen Stoddard Van Horn,
nasceu em Nutley, New Jersey, E.U.A., a 9 de novembro de 1920. Casou-se
com AlmyraMiller em Hattiesburg,jMassachusetts, a 11 de agosto, 1944 e
dessa união resultaram três filhos. O Rev. Van Horn fez vários cursos, tendo
recebido o bacharelato no The Kings College, e o seu Ph.D na Columbia
Pacific University. Aposentou-se como Presidente da Faculdade Bíblica
Graham, sendo agora um ilustre aposentado.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
PREFÁCIO
Os piedosos teólogos do século XVII, reunidos na Abadia de Westminster
na Inglaterra, no século XVII, além de redigirem a grande Confissão de Fé
de Westminster, redigiram dois catecismos: Catecismo Maior e o Breve
Catecismo. Foram obras produzidas debaixo do temor de Deus e com uma
preocupação expressa na primeira pergunta do Breve Catecismo: A Glória
de Deus. Este é o fim principal do homem.
Este comentário do Breve Catecismo do Dr. Leonard T. Van Horn é mais
uma obra doutrinária que vem numa ocasião certa. Há muito que a igrej a
brasileira perdeu de vista o significado do que é ser um verdadeiro cristão,
um verdadeiro evangélico. Mas está fortemente influenciada pelo
sincretismo religioso, fruto do pluralismo doutrinário do pós-modernismo.
Há várias gerações que as verdades doutrinárias reformadas e o fervor
espiritual equilibrado que adornavam estas verdades estão ausentes do
cenário protestante brasileiro. Não temos visto uma doutrina reformada na
sua forma experimental e prática. Assim, o esquecimento das verdades
resgatadas pela Reforma resultou em uma prática cristã distorcida,
influenciada pelo movimento carismático e arminiano, onde o centro não é
Deus e sim o homem.
O Breve Catecismo comentado é uma sistematização fiel de verdades
bíblicas que nos fará compreender o zelo que devemos ter pelas verdades de
Deus e nos será muito útil na identificação dos erros que penetram
sorrateiramente na Igreja de Cristo. Nos fará amar a Deus sobre todas as
coisas e ao nosso próximo; nos fará lutar por mais santidade e amar a
Palavra de Deus, sentindo de perto as palavras de Jesus na sua oração ao
Pai: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo 17:17).
Lembramos que o jovem missionário presbiteriano John Rockwell Smith
iniciou sua tarefa evangelística no nordeste do Brasil (Recife) usando este
Breve Catecismo, à semelhança do puritano Baxter em Kidderminster,
Inglaterra, fazendo exatamente o que Jesus determinou: "Ide, portanto, fazei

discípulos de todas as nações... ensinando-os a guardar todas as cousas que
vos tenho ordenado" (Mt 28:19-20). Jesus não disse que fizéssemos
discípulos e só depois os ensinássemos. Ao contrário, determinou
que evangelizássemos ensinando; que fizéssemos discípulos "ensinando".
Esta foi também sua obra antes de ir à cruz. Por isso, os reformados sabem
que a evangelização tem que ser fortemente doutrinária.
Nosso desejo é que este comentário seja útil para o crescimento saudável da
igreja do Brasil, sabendo que o "fim principal do homem é glorificar a Deus
e gozá-lo para sempre".
Os Editores.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 1. Qual é o fim principal do homem?
Resposta: O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para
sempre. Referências Bíblicas: ICo 10.31; SI 73.24-26; Jo 17.22,24.
Perguntas:
1. Qual é o sentido da palavra "fim" nesta pergunta?
A palavra significa alvo, propósito, intenção. Nota-se que a palavra "fim" é
qualificada pela palavra "principal". Vê-se, pois, que o homem terá outros
propósitos nesta vida, mas seu propósito mais importante deverá ser
glorificar a Deus. Isso está de conformidade com o propósito para o qual o
homem foi feito. É quando estamos alienados de Deus que temos em vista a
finalidade ou o propósito errado.
2. Qual é o sentido da palavra "glorificar" nesta pergunta?
Calvino nos diz que a "glória de Deus é quando sabemos o que ele é". Em
seu sentido bíblico, é estar lutando para salientar uma coisa divina. Nós o
glorificamos quando não buscamos nossa própria glória, e sim buscamos a
ele primeiro em todas as coisas.
3. Como podemos glorificar a Deus?
Agostinho disse: 'Tu nos criaste para ti mesmo, ó Deus, e nosso coração
está desas-sossegado até encontrar repouso em ti". Glorificamos a Deus
crendo nele, confessando-o diante dos homens, louvando-o, defendendo sua
verdade, mostrando os frutos do Espírito em nossa vida, adorando-o.
4. Qual a regra de que nos devemos lembrar com respeito a glorificrnr a
Deus? Devemos nos lembrar que todo cristão é chamado por Deus a uma
vida de serviço. Glorificamos a Deus quando usamos para ele as

capacidades que ele nos deu, embora devamos nos lembrar que nosso
serviço deve vir do coração e não ser feito simplesmente como obrigação.
5. Porque a expressão "glorificá-lo" está colocada antes de "gozá-lo" na
resposta? Está colocada antes porque é preciso primeiro glorificá-lo para
depois gozá-lo. Se o gozar de sua companhia viesse primeiro, você correria
o risco de supor que Deus existe para o homem em lugar de os homens para
Deus. Se uma pessoa desse ênfase a gozar da companhia de Deus mais do
que a glorificar Deus, haveria o perigo de um tipo de religião simplesmente
emocional. A Bíblia diz: "Na tua presença há plenitude de alegria...." (SI
16.11). Mas alegria vinda de Deus vem de estar num relacionamento certo
com Deus, o relacionamento sendo colocado dentro dos limites bíblicos.
6. Qual é um bom versículo da Bíblia para decorar para nos lembrarmos
da lição encontrada na pergunta número 1 ?
"Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus,
suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo..." (SI
42.1,2a). Isso nos recorda o relacionamento que é certo para o cristão, olhar
para ele. É aí que encontramos nossa capacidade de glorificá-lo e sentir a
alegria resultante.
A PRIMEIRA PREOCUPAÇÃO DO HOMEM
É fato lamentável que o cristão comum, que promete ser leal aos Padrões de
Westminster, é um cristão que muitas vezes não vive esses padrões nas
ocupações diárias da vida. É bom crer — é bom ter um credo no qual crer.
Mas muito mal pode resultar de se crer num credo e não vivê-lo no dia-a-
dia. De uma existência desse tipo chegamos a um nível baixo de vida
espiritual, e o crente professo torna-se frio, formal, sem nenhum poder
espiritual em sua vida.
Devemos sempre reconhecer que a primeira lição do nosso catecismo a ser
aprendida é que nossa preocupação primária é estar a serviço do Deus
Soberano. Nosso Breve Catecismo de Westminster não começa com a
salvação do homem. Não começa com as promessas de Deus a nós. Começa
colocando-nos no relacionamento certo com nosso Deus Soberano. James
Benjamin Green nos diz que a resposta à primeira pergunta do catecismo

afirma duas coisas: "O dever do homem: 'glorificar Deus'. O destino
do homem: 'gozá-lo'."
É lamentável que embora tenhamos herdado os princípios de nossos pais,
no fato que o Credo deles ainda é nosso Credo, tantas vezes falhamos em
não herdar o desejo de praticar seu modo de vida. Muitas pessoas irão tentar
se justificar aqui, dizendo que vivemos numa época diferente, que as
tentações e a velocidade da vida de hoje nos distraem das coisas espirituais.
Mas quaisquer que sejam as desculpas que apresentemos, o catecismo nos
instrui já de início que nosso dever é glorificar a Deus; será esse nosso
propósito principal na vida. Todos nós precisamos observar as palavras
válidas de J.C. Ryle com respeito ao nosso viver cristão: "Onde será que
estão a negação do eu, o remir do tempo, a ausência de luxo e gratificação
própria, o afastamento inconfundível das coisas do mundo, a aparência de
estar sempre ocupado com os negócios do Mestre, a coerência de visão, o
alto tom de conversação, a paciência, a humildade que distingui-am tantos
dos nossos antecessores...?"
Que Deus possa ajudar a cada um de nós a fazer uma pausa neste exato
momento, ler novamente a primeira pergunta e a resposta de nosso Breve
Catecismo e orar a Deus para que de hoje em diante, a cada dia, vivamos
para sua glória. Não é difícil conhecermos as características de uma vida
assim. Os frutos do Espírito de Gálatas 5 são bastante claros.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 2. Que regra deu Deus para nos orientar quanto à maneira de
glorificá-lo e
gozá-lo?
Resposta: A Palavra de Deus que se encontra nas Escrituras do Antigo e do
Novo
Testamentos, é a única regra para nos orientar na maneira de glorificá-lo e
gozá-lo.
Referências Bíblicas: 2Tm 3.16; Is 8.20; lJo 1.3; Lc 16.29, 31.
Perguntas:
1. Qual é o sentido da palavra "regra" nesta pergunta?
Quando é usada num sentido religioso, esta palavra quer dizer uma direção
ou uma ordem. Naturalmente compreende a idéia de um caminho reto pelo
qual o homem pode chegar ao melhor fim possível.
2. Por que é necessário ter uma regra assim?
É necessário porque o homem precisa de um padrão objetivo pelo qual
possa modelar sua vida. A Palavra de Deus, como sua regra, deve ser a
autoridade máxima na vida de uma pessoa. Deve-se notar que se a pessoa
colocou outra coisa acima da Palavra de Deus, quer seja a consciência, ou a
tradição, ou a igreja, ela tenderá a usar essa outra autoridade para interpretar
a Palavra de Deus em muitas facetas de sua vida.
3. O que queremos dizer quando declaramos que as Escrituras são a
Palavra de Deus? O sentido é que são a Palavra de Deus em forma escrita.
Não colocamos restrições ou limites nessa declaração. Entendemos que a
Bíblia é a Palavra de Deus e as palavras da Bíblia são as próprias palavras

de Deus. Entendemos que a Bíblia é confiável porque Deus a inspirou e a
inspiração inclui as próprias palavras da Escritura.
4. Alguns dizem que a Bíblia "contém" a Palavra de Deus. Isso é
verdade?
Se com isso querem dizer que a palavra de Deus forma o conteúdo da
Bíblia, é verdade. Mas se querem dizer que a palavra de Deus forma só uma
parte do conteúdo da Bíblia e que o restante da Bíblia é formado por
palavras dos homens, não dizem a verdade. Ou se propõem com isso que a
Bíblia só se torna a Palavra de Deus quando o Espírito Santo torna algumas
porções delas aplicáveis ao ouvinte, não estão dizendo a verdade. Isso faria
o homem juiz da Palavra de Deus. Quando nosso Breve Catecismo fala da
"palavra de Deus" quer dizer aquilo que nossos Padrões de Westminster têm
significado historicamente, isto é, que a Bíblia é a Palavra de Deus tanto em
seu conteúdo como em sua forma, de modo que nada há nela que Deus
não quisesse ali, e o inverso, que ela contém tudo que o Senhor quis que
estivesse nela contido.
5. Visto que esta Palavra de Deus deve ser nossa única regra, como
podemos saber que é a Palavra de Deus?
Sabemos isso por nossa simples aceitação da afirmação de Deus, de que ela
é a palavra de Deus e que é perfeita. O Espírito Santo nos mostra Cristo
como nosso Salvador e traz a convicção ao nosso coração de que é a
Palavra de Deus, e nós a aceitamos pela fé. Nossa Confissão nos ensina que
nossa plena segurança de ser a Bíblia infalível e ter a autoridade de Deus é
obra do Espírito Santo em nosso coração.
A AUTORIDADE DA ESCRITURA
É estranho que tantas vezes o cristão que reconhece o fato teológico da
autoridade da Escritura é a própria pessoa que não vive sob essa autoridade
como deveria. Há hoje uma grande necessidade de crentes que não só
creiam na autoridade da Bíblia, mas que também vivam conforme a
Escritura os manda viver.

Muitos já disseram que um dos lugares mais difíceis para o cristão que crê
na Bíblia viver de maneira consistente com a Palavra de Deus é dentro de
um seminário conservador. Isso poderá surpreender, mas freqüentemente é
verdade. Um professor de seminário teológico comentou, certa vez, que
talvez fosse porque lá há estudo concentrado da teologia, mas insuficiente
estudo devocional concentrado no Jesus Cristo das Escrituras. E possível
que aquilo que acontece em diversos seminários nossos seja
igualmente verdade em muitas de nossas igrejas. Servimos aos nossos
credos com os lábios mas nem sempre servimos ao nosso Salvador com o
coração.
Nossa igreja hoje sofre muitos problemas. São as influências de uma
teologia subjetiva, onde o homem se torna juiz da Escritura; é o clamor que
vem sendo levantado contra a posição conservadora; é a ênfase na unidade
organizacional. Tudo isso deve nos motivar a um reexame da nossa posição
com respeito à autoridade da Bíblia. E durante esse exame, devemos
reconhecer que a Bíblia requer de nós um alto padrão de santidade pessoal.
É bom poder dizer que cremos em nossos Padrões de Westminster. É bom
poder dizer que temos uma grande herança de nossos pais da Reforma.
Nosso perigo hoje é o perigo de insistir que cremos, insistir que temos uma
grande herança, sem insistir em praticar em nosso viver diário o que
dizemos que cremos.
A autoridade da Bíblia é tão eficaz, tão válida, em nossa prática como é em
nossos princípios. O grande perigo é que esteja sendo baixado o nível da
mentalidade cristã com respeito ao cristianismo prático. O perigo é que caia
no viver diário, pessoal. O perigo é que caia nas concessões que fazemos
àqueles que negam a fé, que a negam em suas ações e alvos, se não na sua
declaração de fé. Há perigo de que caia no falar muito sobre Deus sem
caminhar com ele no dia-a-dia, momento por momento. O viver "separado"
do cristão, de acordo com a autoridade da Escritura, não está acontecendo
como deveria.
Dr. J. I. Packer diz isso da seguinte maneira: "Aceitar a autoridade da
Escritura significa estar disposto na prática, primeiro, a crer no que ela
ensina, e depois, a aplicar seu ensino em nós mesmos, para nossa correção e
direção". (Fundamentalism and the Word ofGod, p. 69).

Temos uma regra pela qual podemos glorificar a Deus e gozá-lo. Talvez
devamos lembrar que a Escritura é útil não só para a "doutrina", mas
também "para a educação na justiça".

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 3. Qual é a coisa principal que as Escrituras nos ensinam?
Resposta: As Escrituras principalmente nos ensinam sobre o que o homem
deve crer acerca de Deus e o que Deus requer do homem.
Referências Bíblicas: Mq 6.8; Jo 20.31; Jo 3.16; 2Tm 1.3.
Perguntas:
1. Por que nosso catecismo dá tanta importância às Escrituras?
Não poderia haver catecismo sem a Escritura, porque a base do próprio
catecismo está na aceitação da plena veracidade da Bíblia como sendo a
Palavra de Deus. É dentro da Palavra de Deus que encontramos nosso
caminho para a vida eterna. "E que desde a infância, sabes as sagradas
letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus"
(2Tm 3.15).
2. O que significa a palavra "principal" nesta pergunta?
Significa que, embora todas as coisas reveladas na Bíblia sejam igualmente
verdadeiras, nem tudo é igualmente necessário para a salvação.
3. Quais são os dois ensinos importantes da Palavra de Deus?
Os dois ensinos importantes são o que nós cremos e o que devemos fazer.
4. O que é crer, de acordo com as Escrituras?
Crer inclui três partes: (1) Estar persuadido da verdade. (2) Dar crédito à
verdade de uma pessoa. (3) Confiar, ter confiança em uma pessoa. Devemos
confiar (ter fé) nas palavras de Deus e no Deus que as diz. E uma confiança
pessoal no Deus vivo por meio do Cristo vivo.
5. Por que o crer é colocado antes do dever?

Esta é a ordem da Escritura. O cristão é salvo pela graça por meio da fé e é
criado para as boas obras. O alicerce da fé: "Eu sou o Senhor teu Deus" foi
apresentado na Lei antes que Deus apresentasse a seu povo os
Mandamentos. O que cremos é importante a fim de podermos fazer o que
agrada aos olhos de Deus. Como diz Alexander Whyte: "Uma fé ortodoxa e
uma vida obediente é todo o dever do homem".
6. Poderá ser significativo o fato que esta mesma pergunta conste tanto
do Catecismo Maior como do Breve Catecismo?
Sim. A verdadeira felicidade do homem acontece somente quando ele
reconhece três ensinos importantes da Bíblia: Primeiro, que ele é um
pecador perdido. Segundo, que Jesus Cristo é seu Redentor do pecado.
Terceiro, que ele deve viver uma vida santa baseada na vontade revelada de
Deus, que é a Bíblia.
IMPORTA O QUE CREMOS?
Nosso título vem rapidamente se tornando uma pergunta comum, na época
atual, dentro das paredes da igreja. Alguns anos atrás, o brado era:
"Nenhum Credo senão Cristo!" Esse lema era aceito por muitas pessoas e
levou muitos a se apartarem dos sistemas de fé estabelecidos. Como
tendência perigosa na vida da igreja, esse desvio motivou alguns a
procurarem "revelações" fora da Palavra revelada de Deus. Mesmo essa
tendência, contudo, não se compara ao perigo que hoje se alastra pela
igreja, o perigo de sugerir que aquilo que cremos realmente não é muito
importante.
É importante notar que a terceira pergunta do Breve Catecismo coloca o
objeto de nossa crença num lugar proeminente. Nosso Senhor fez a mesma
coisa. Em Mateus 22.37 ele diz: "Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu
coração, de toda a tua alma e de todo o teu ENTENDIMENTO". A Bíblia
não deixa dúvida na MENTE da pessoa quanto à importância do que
cremos.
Atualmente há em muitas igrejas presbiterianas um preconceito contra os
credos, contra a doutrina. Isso se evidencia no fato de termos deixado de
ensinar nossos Padrões. Também é visto no fato de termos deixado de

insistir sempre que candidatos ao ministério estejam completamente
versados nos Padrões. Além disso é visto dentro da igreja hoje na ênfase
crescente na obediência à igreja como instituição, sem a dedicação aos
ensinos da Bíblia ou do Credo adotado.
Importa o que cremos? Importa sim, se vamos ser um corpo que confessa a
fé. Importa sim, se queremos continuar a ouvir a mensagem evangélica em
nossa igreja. O cerne da mensagem evangélica é que podemos receber o
dom da salvação ao crermos em Cristo nosso Salvador. Sem este ato de fé,
estamos perdidos; com ele, estamos salvos. Então o que cremos faz
diferença quanto ao lugar onde vamos passar a eternidade — no céu ou no
inferno.
Também importa o que cremos porque nosso dever, o que Deus requer de
nós, se baseia naquilo que cremos. A definição aceita de crer é "o
consentimento da mente àquilo que nos é dito baseado em autoridade
competente e digna de crédito". Nossa Bíblia é nossa autoridade
competente e digna de crédito. Nossos Padrões contêm o sistema de
doutrina ensinado na Bíblia Sagrada. Portanto, qualquer indiferença à
doutrina, qualquer tentativa de desvio ou alteração para acomodar o homem
moderno, qualquer movimento para permitir como prática aceitável menos
do que um compromisso completo aos nossos padrões doutrinários deve ser
reconhecido como contrário ao presbiterianismo histórico.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 4. Quem é Deus?
Resposta: Deus é espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria,
poder, santidade, justiça, bondade e verdade.
Referências Bíblicas: Jo 4.24; Ml 3.6; SI 147.5; Ap 19.6; Is 57.15; Dt
32.4; Rm 2.4; SI 117.2.
Perguntas:
1. Por que esta pergunta é tão fundamental para a alma do homem?
E essencial porque Hebreus 11:6 declara: "E necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que ele existe". Se um homem pode aceitar as
primeiras palavras da Bíblia, "No princípio...Deus..." ele está na rota certa,
porque essa é uma verdade da qual todas as outras verdades dependem.
2. Como podemos aceitar e conhecer plenamente essa verdade básica?
Jesus Cristo, o eterno Filho de Deus, revela Deus a nós, e é somente por
meio de Cristo que podemos nos aproximar de Deus. A Bíblia diz:
"Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigénito, que está no seio do Pai, é
quem o revelou" (Jo 1.18). Jesus disse: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6).
3. A luz da resposta à Pergunta 4, com que atitude devemos nos
aproximar de Deus?
Devemos nos aproximar dele como o Deus Todo-Poderoso e Soberano.
Uma certa igreja tinha escrito na parede, à vista de toda a congregação, as
palavras: "sabei na presença de quem estais !". Devemos sempre nos
aproximar dele no pensamento, nas palavras e nas ações, reconhecendo que
ele é tudo o que a resposta a esta pergunta declara que ele é.
4. O que significa a afirmação ”Deus é Espírito?

Significa que ele é invisível, sem corpo ou partes do corpo, não como
homem ou qualquer outra criatura. (Citação da Ata da Sessão da
Assembléia de Westminster).
5. Na Teologia qual o termo que empregamos para as palavras usadas
para descrever Deus?
Chamamos estes de atributos de Deus e os separamos entre atributos
incomunicáveis e comunicáveis.
6. Por que os separamos desse modo?
Nós os separamos assim porque seus atributos incomunicáveis não se
encontram em nenhuma de suas criaturas. São a sua infinitude, eternidade e
imutabilidade. Seus atributos comunicáveis (ser, sabedoria, poder,
santidade, justiça, bondade e verdade) são encontrados, em algum grau, no
ser humano. E óbvio que no ser humano esses atributos são indistintos,
limitados e imperfeitos comparados aos de Deus.
A ADORAÇÃO DE DEUS
"Deus é Espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e
em verdade" (Jo 4.24). Estas palavras, ditas por Jesus para a mulher junto
ao poço, são palavras para hoje. Há muito culto acontecendo hoje, mas
"examinemo-nos" — será que nosso culto é culto verdadeiro? O ser
humano foi criado para a comunhão com Deus e o culto a Deus ocupa uma
posição prioritária para a obtenção dessa comunhão.
Como podemos adorá-lo em espírito e em verdade? Somente quando o
adoramos com o conhecimento daquilo que ele é salvadoramente em Cristo
para o benefício de pecadores perdidos. Quando há esta percepção na alma
individual, é possível à pessoa começar a adorar a Deus conforme a vontade
dele. É então que a alma poderá dizer com Moisés: "Ó Senhor, quem é
como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade,
terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?" (Ex 15.11). É só
quando o homem é salvo por meio de fé pessoal em Jesus Cristo que ele
pode se aproximar de seu Criador com a atitude certa na adoração.

Em meios presbiterianos, muitas vezes se ouve a acusação de que o culto é
muito frio, muito formal. Se isso é verdade, será que a razão não se
encontra no no fato de o povo de Deus ter deixado de adorar em espírito e
em verdade? Muitos sentem que o culto diz respeito a cerimônias ou
observâncias visíveis.De fato, muitos têm a tendência de sentir que é difícil
prestar culto sem um templo bem ornado e linda música. Não
nos esqueçamos de que o culto a Deus é espiritual. Calvino declarou: "Se
manifestamos uma reverência apropriada a ele preferindo antes a vontade
dele à nossa, segue-se que não há outro culto legítimo que se possa prestar a
ele senão a observância da justiça, santidade e pureza".
Pouco tempo atrás, estive num templo que era uma réplica da primeira
igreja presbiteriana estabelecida na comarca de Claiborne, estado de
Mississippi. Uma simples construção de toras com um púlpito artesanal é
tudo que o crente vê. O pensamento me veio que, afinal de contas, a
adoração verdadeira tem que ver com nosso reconhecimento da Grandeza
do Soberano Deus. Quando compreendemos quem ele é, quando nossa vida
honra a Soberania dele, quando entendemos que somos criaturas pecadoras
remidas pelo sangue do Cordeiro, é então que estamos mais perto de poder
adorá-lo como devemos. Arthur W. Pink nos diz que nossa atitude para com
o Deus Onipotente e Soberano deve ser de temor piedoso, obediência
absoluta, resignação completa e profunda gratidão e alegria. Essas
características de uma pessoa renascida lhe darão a possibilidade de adorar
em espírito e em verdade.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 5. Há mais de um Deus?
Resposta: Há um só Deus, o Deus vivo e verdadeiro.
Referências Bíblicas: Dt 6.4; Jr 10.10.
Perguntas:
1. Que provas podemos oferecer de que há um só Deus, vivo e
verdadeiro?
Podemos oferecer provas da Bíblia quando diz: "Ouve, Israel, o Senhor,
nosso Deus. é o único Deus" (Dt 6.4). Podemos oferecer a prova da razão,
visto que só pode haver uma primeira causa e um final definitivo de todas
as coisas. A Escritura é lógica quando diz como primeiro versículo: "No
princípio... Deus". Muitos têm chamado esse versículo de um dos mais
importantes da Bíblia.
2. Por que não começar nosso estudo de Deus com a Trindade?
Começamos com Deus visto que este é o método que a Escritura usa. A
Bíblia apresenta primeiro a verdade do único Deus vivo a verdadeiro,
prosseguindo então para desvendar o mistério da Trindade.
3. O que significa dizer ”um só” nesta pergunta?
O ensino aqui não nega o fato da Trindade, nem a deidade de Cristo ou do
Espírito Santo. Antes faz ver que absolutamente nenhuma outra pessoa ou
ser compartilha os atributos do "um só" Deus verdadeiro. Ele não se
compara com nada mais no universo inteiro, todo ele criado e também
governado por ele só.
4. O que podemos aprender com esta verdade?

Podemos aprender a reconhecê-lo como Todo-Poderoso e Soberano. Nossa
atenção é assim dirigida ao fato de que há Um só Supremo Ser, Criador,
Planejador e Legislador do mundo, e que ele é o único.
5. Qual o nome que damos à doutrina de um Deus?
Este ensino é chamado de "Monoteísmo" em oposição a "Politeísmo", que é
o ensino de que há muitos deuses. O mundo pagão é politeísta; em
contraste, Paulo diz: "... sabemos que o ídolo de si mesmo nada é no
mundo, e que não há senão um só Deus" (ICo 8.4b).
6. Qual é o sentido da palavra ''vivo” nesta pergunta?
A palavra "vivo" enfatiza que só ele possui vida em si mesmo e é portanto a
Fonte de vida para todas suas criaturas. O dr. William Childs Robinson
ressalta que "Ele se chama de Deus VIVO, nosso Senhor Jesus fala de Deus
como o Pai VIVO, Pedro confessa o Salvador como sendo o Filho do Deus
VIVO, Paulo chama a Igreja de Igreja do Deus VIVO e os crentes de filhos
do Deus VIVO". Diz também que "Ele tem vida em si e de si e dá vida a
tudo o mais".
O ÚNICO DEUS E A VIDA CRISTÃ
Bavinck declara em seu tratado sobre "O Ser de Deus": "A primeira coisa
que a Escritura Sagrada quer nos dar, ao usar todas essas descrições e
nomes do Divino Ser, é um sentido inerradicável do fato que Jeová, o Deus
que se revelou a Israel e em Cristo, é o verdadeiro, o único e o vivo Deus.
Os ídolos dos ateus e os ídolos (panteístas e politeístas, deistas e ateístas)
dos filósofos, são obra das mãos dos homens: não podem falar nem ver, não
ouvem nem sentem nem andam... As pessoas querem fazer de Deus um
deus morto para que o possam tratar a seu bel-prazer".
Deve haver um relacionamento definido entre nossa crença no "único vivo e
verdadeiro Deus" e nosso viver cristão. Não podemos tratar nosso Deus
como o mundo quer tratá-lo. Aqueles de nós que fomos remidos pela graça
soberana do Soberano Deus devemos reconhecer que nossa crença nele nos
envolve em sérias responsabilidades.

Existe nossa responsabilidade quanto à Oração e ao Estudo Bíblico. Isso é
básico
/
para sermos bons desempenhadores de nossas responsabilidades. E ótimo
termos crenças definidas e sabermos recitar o catecismo. É ótimo sermos
conhecido como os que têm compromisso com os Padrões de nossa Igreja,
como os que são calvinistas até o íntimo. Mas sem diligência na oração e no
estudo da palavra de Deus, o crente assumido torna-se um som sem
potência para o Salvador. Não devíamos ser tantos, os que estamos tão
apressados quanto às coisas materiais, quanto às obrigações da igreja, que
não temos tempo para a hora devocional pessoal. Se uma pessoa erra nisso,
ela erra em tudo o mais.
Existe nossa responsabilidade de viver centrados em Deus. O cristão que se
dedica aos Padrões Westminster, ao ponto de vista reformado, é um cristão
que em sua visão de mundo e vida precisa se colocar em contraste direto
com o não-cristão em todas as suas ações, suas palavras e seus
pensamentos. Um dos maiores impedimentos ao testemunho da igreja hoje
é que se torna difícil para o não-crente distinguir a diferença entre si e o
presbiteriano nominal que meramente professa crer.
Muitas outras responsabilidades poderiam ser mencionadas. Entretanto, se
todos nós fizermos um pacto com Deus, o Deus vivo, para cumprirmos os
dois pontos acima nos próximos meses, o Deus vivo fará uso de seu povo
de maneira poderosa. O resultado seria algo de que todas as igrejas
carecem. O resultado seria o AVIVAMENTO do viver religioso!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 6. Quantas pessoas há na Divindade?
Resposta: Há três pessoas na Divindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e
estas três são um Deus, da mesma substância, iguais em poder e glória.
Referências Bíblicas: 2Co 13.14; Mt 28.19; Mt 3.16,17; Jo 17.5, 24.
Perguntas:
1. Por que esta doutrina tem feito surgir oposição durante a história da
Igreja?
O diabo reconhece que, visto ser a Trindade um mistério que a razão
humana não pode explicar, e como é o principal objeto de nossa fé e culto, é
terreno fértil para ser usada como pedra de tropeço.
2. Até que ponto esta doutrina é importante para a nossa fé?
É essencial e vital. Sem esta doutrina nada saberíamos do amor do Pai, do
mérito do Filho e da influência santificadora do Espírito Santo em adquirir
e aplicar a redenção.
3. O que significa a palavra "Divindade " nesta pergunta?
Significa a natureza divina que é possuída por todas as três pessoas.
4. Qual é a denominação que nega a doutrina da Trindade ?
Os unitarianos negam esta doutrina. Ensinam que só há uma pessoa na
Divindade, o Pai, e negam a verdadeira deidade de Cristo e do Espírito
Santo.
5. Como se pode provar que há três pessoas na Divindade?

Isso pode ser provado por muitos ensinos na Bíblia. Pode ser provado pela
fórmula de batismo; pelo batismo de Cristo; pela bênção dada por Paulo em
2 Co 13.13; pela saudação às sete igrejas; pelas diferentes tarefas atribuídas
às três pessoas.
6. Poderia dar um exemplo dessas diferentes "tarefas"?
Sim. 1 Pedro 1.2 dá um exemplo de suas diferentes tarefas na obra de
redenção. Fala da presciência do Pai, da morte do Filho por seu povo e da
tarefa de santificação do Espírito.
7. Como todos os três podem ser um Deus?
A doutrina ensina que "Em um sentido Deus é Um, e em outro sentido é
Três. Ele é Um em substância e Três em pessoas" (J.G. Vos). A Bíblia
afirma que o Filho e o Espírito Santo são Deus e são iguais ao Pai. E
verdade que esse mistério é difícil de entender. Mas agora o cremos
mediante a Palavra de Deus e podemos aguardar ter no céu o gozo do
perfeito conhecimento a respeito.
8. Como poderemos melhor afirmar a doutrina em termos simples?
Uma das melhores declarações é esta: "Há um só Deus; o Pai e o Filho e o
Espírito
é cada um Deus; e o Pai e o Filho e o Espírito é cada um uma Pessoa
distinta..." (Dr.
L. Boettner).
A NECESSIDADE DA DOUTRINA DA TRINDADE
A doutrina da Trindade é ensinada sem questionamento em nossos Padrões,
e nossa recepção e adoção da doutrina é parte importante de nossa fé cristã.
Além disso, a doutrina da Trindade desempenha papel importante em nossa
vida cristã. A confissão dessa doutrina específica da igreja é prioritário para
a vida espiritual.

O dr. B.B. Warfield chamou a atenção para isso quando disse: "Sem a
doutrina da Trindade, a vida cristã consciente do crente seria lançada em
confusão e deixada em desorganização, se não com aspecto de irrealidade;
com a doutrina da Trindade, uma ordem, significância e realidade vêm
permear cada elemento. Assim, a doutrina da Trindade e a doutrina da
redenção, historicamente, ou se mantêm ou caem juntas"
(.Biblical Doctrines, p. 167).
E interessante notar que o Artigo Nove da Confissão Belga, com respeito à
evidência da Trindade, declara: "Tudo isso conhecemos tanto pelos
testemunhos da Bíblia Sagrada como por suas operações, e principalmente
por aquelas que sentimos em nós mesmos". Isso não quer dizer que a
experiência cristã seja uma segunda fonte de revelação. Só há uma fonte de
revelação e essa é a Escritura. Mas a experiência do crente, baseada na
Bíblia, lhe ensina que ele precisa do Deus Triúno para sua vida cristã.
O crente precisa do Pai. O Pai que é o Criador, o Legislador, o Juiz, o
Provedor de todas as necessidades — o Pai que o amou tanto a ponto de
mandar seu Filho para morrer na Cruz por seus pecados.
O crente precisa do Filho. O Filho é o unigénito do Pai. O Filho que é o
Ensinador, o Redentor, o Sumo Sacerdote, o Rei eterno que governa com a
Palavra e o Espírito.
O crente precisa do Espírito Santo. O Espírito que regenera e conduz a toda
a verdade. O Espírito que é seu Consolador, seu Preservador, quem faz com
que o crente compartilhe de Cristo e todos os benefícios dele.
Sem essa doutrina, a soma da religião cristã, a criação ou redenção ou
santificação não poderia ser mantida. Qualquer desvio dela leva ao erro em
outras esferas de doutrina. Cremos na doutrina da Trindade e somos gratos
por ela!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 7. Que são os decretos de Deus?
Resposta: Os decretos de Deus são o seu eterno propósito, segundo o
conselho da sua vontade, pela qual, para a sua própria glória, ele
predestinou tudo o que acontece.
Referências Bíblicas: Ef 1.4, 11; Rm 9.23; At 4.27, 28; SI 33.11.
Perguntas:
1. Qual é a natureza dos decretos de Deus?
Os decretos de Deus são imutáveis; não podem ser mudados, portanto é
certo que serão cumpridos. Seus decretos são eternos, e foram decididos por
Deus na eternidade.
2. Há mais de um decreto?
Não, há um só único decreto. Contudo, esse decreto inclui muitos detalhes e
por isso falamos dele no plural.
3. Quando se usa a palavra "decreto " ela não será em geral sinônimo de
arbitrariedade?
Quando o ser humano usa a palavra isso poderá ser verdade, mas não
quando Deus a usa. Os decretos de Deus não devem ser classificados assim
visto que foram ordenados por ele conforme o conselho de sua vontade.
Deve-se olhar atrás do decreto e ver ali o amor de um Deus pessoal infinito,
cujo plano que a tudo abrange também é em tudo sábio.
4. Qual é o propósito dos decretos de Deus?
O propósito é sua própria glória em primeiro lugar, e por meio dela, o bem
dos eleitos.

5. Quem são os objetos especiais dos decretos de Deus e qual é seu
decreto em relação a eles?
Os anjos e os homens são os objetos especiais e seu decreto para com eles é
a predestinação.
6. O que quer dizer predestinação?
Predestinação é o plano ou propósito de Deus com respeito a suas criaturas
morais. Divide-se em eleição e reprovação.
7. Qual é a definição de eleição; e de reprovação?
Eleição é o propósito eterno de Deus para salvar uma parte da raça humana
em e por Jesus Cristo. Reprovação é o propósito eterno de Deus de ignorar
alguns seres humanos quanto à operação de sua graça especial e puni-los
por seu pecado.
8. Se a reprovação for verdade, como pode Deus ser justo?
Deus seria justo em condenar todos ao castigo eterno, visto que todos
pecaram. Ele tem o comando; ele é o oleiro e nossa atitude deve ser de
gratidão se formos dos eleitos por sua graça. O homem não tem direitos a
exigir de Deus e Deus não deve ao homem a salvação eterna nem qualquer
outra coisa.
FIXE OS OLHOS NO TRONO DE DEUS!
Pouquíssimas pessoas hoje duvidam que os homens estejam vivendo numa
era repleta de sentimentos de frustração, fracasso, inadequação, ansiedade,
medo e culpa. No esforço de ocultar tais sentimentos, as pessoas estão
perseguindo uma variedade de objetivos transitórios. Para umas, é o sucesso
nos negócios; alguns anseiam por vida social; alguns acham que a bebida
resolverá o problema; e para outros é só o orgulho da vida. Mas qualquer
que seja o objetivo terreno, há sempre um "amanhã", quando os homens
acordam de novo para a certeza de que nenhum método é duradouro.
Nenhum método provê paz duradoura. A todas as pessoas vem o desafio:
"Fixe os Olhos no Trono de Deus!"

O estudo desta pergunta do catecismo deverá capacitar qualquer pecador
salvo pela graça a ver algo da natureza de Deus sentado em seu trono, e
deverá habilitá-lo a reconhecer que sua vida está nas mãos do Todo-
poderoso e Soberano Deus. Tantas vezes as pessoas se esquecem. Esquecem
que o Deus que formulou seus decretos conforme o conselho da sua
vontade é o nosso Pai Celestial pessoal, de infinito amor por nós; esquecem
que ele pode cuidar e cuida dos comparativamente pequenos males e
problemas dos humanos.
No mundo atribulado de hoje há a necessidade de que o Deus do propósito
eterno, o , Deus que tem o mundo em suas mãos, seja proclamado por
aqueles que são seus filhos por fé mediante Jesus Cristo. Mas a dificuldade
em nossos dias é que tantos que o proclamam como seu Salvador querem
usurpar tão grande parte de sua eficácia. Desejam o conforto e a sustentação
do Deus Soberano mas querem exaltar o homem, seus poderes e suas
habilidades, mesmo até o ponto de sugerir que o homem pode
funcionar independentemente de Deus. Ou então parecem inserir nos
decretos de Deus que ele escolhe certas pessoas porque ele antevê nelas
certas capacidades de arrependimento e crença. Ou pior, elas querem
escolher o que crer com respeito à predestinação, muitas vezes ignorando
uma parte dos ensinos da Palavra de Deus.
A
E sempre bom que os cristãos se lembrem de que ele elegeu algumas
pessoas simplesmente por razões que só ele conhece e não porque havia
nelas qualquer mérito. E mais, é bom que os cristãos se lembrem de não
ousar intrometer-se com a Palavra de Deus. É verdade que há muita coisa
que nossa mente finita não consegue entender. É verdade que há muito
contra o qual nossa mente pecadora se revolta. Mas a Palavra de Deus se
mantém em meio a seu eterno propósito. É somente quando a Palavra
escrita é aceita como está, quando as Escrituras são proclamadas em toda
sua integridade, que o desafio pode ser lançado ao mundo: "Fixe os Olhos
no Trono de Deus!" pois ali está assentado o Deus infinito, santo, soberano,
aquele que elege e guarda eternamente.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 8. Como Deus executa os seus decretos?
Resposta: Deus executa os seus decretos nas obras da criação e da
providência. Referências Bíblicas: Ap 4.11; Ef 1.11; Is 46.10; Mc 13.31.
Perguntas:
1. A que podemos comparar os decretos de Deus para melhor entendê-
los?
"Comparamos os decretos de Deus aos projetos que um arquiteto desenha
para um grande edifício. A maioria de nós, se visse os projetos para esse
prédio, não poderia imaginar qual seria a aparência final do edifício. Mas
quando ele estivesse completo, então veríamos o que estava na mente do
arquiteto e qual era o sentido das projeções. Assim não podemos ler a
mente de Deus a não ser por aquilo que ele tem dito e feito e por aquilo que
está fazendo." (Dr. William Childs Robinson, The Christian Faith
According to the Shorter Catechism, pp. 12-13).
2. Qual é o sentido em que entendemos Deus estar executando seus
decretos?
O sentido é que Deus está realizando sua vontade, fazendo o que é de seu
propósito desde toda a eternidade.
3. Épossível os decretos de Deus falharem?
Não é possível. Nenhuma pessoa pode deter a mão de Deus ou questionar o
que ele está fazendo (Dn 4.35).
4. Onde fica a redenção na divisão de seus decretos?
A redenção se realiza em sua providência como sua dádiva majestosa a
algumas pessoas por meio de Jesus Cristo.

5. Qual é a diferença entre as obras da criação e as da providência de
Deus?
A criação é sua obra de fazer todas as coisas a partir do nada pela palavra
do seu poder. A providência é sua obra de apoio e controle constante do
universo e tudo que nele há.
6. O que se pode aprender com a execução dos decretos de Deus?
Dois versículos são sugeridos para ensinár-nos grandes lições: (1) Ap 4.11
— o fato de que ele criou todas as coisas para sua própria glória e que nós,
portanto, devemos atribuir a ele glória, honra e poder. (2) Hb 1.3 — o fato
que ele está sustentando todas as coisas pelo seu poder e que, por isso, todo
nosso sentimento de segurança está nele.
SEGURANÇA
De acordo com alguns professores de psicologia, a criança não deve ser
punida; deve-se permitir ao jovem que tenha liberdade; o adulto deve agir
como bem entender —tudo isso para que ninguém perca seu sentimento de
segurança. A palavra "segurança" se tornou rapidamente uma das mais
importantes palavras da nossa língua. Ajustamento, sucesso, casamento e
muitos outros aspectos da vida, tudo parece ter sido levado a depender da
segurança.
Será que essa questão da segurança é tão importante para nossa vida? Será
que tanta coisa realmente depende dela? É possível se viver sem que se
sinta segurança? Essas e muitas outras perguntas são feitas em nossa época.
Nossa pergunta do Catecismo responde a muitas dessas indagações. Nosso
Senhor reconheceu que a segurança é importante—embora não seja aquela
segurança configurada pelos psicólogos modernos. A segurança que vem ao
cristão é o reconhecimento de Isaías 46.10—"Anuncio o que há de
acontecer e desde a antigüidade, as coisas que ainda não sucederam; que
digo: O meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade". Esta
é a base de uma segurança duradoura, uma segurança que coloca
sua confiança no Deus das Escrituras.

Em Hebreus 13.5, o escritor diz: "Contentai-vos com as coisas que tendes;
porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te
abandonarei". Imediatamente em seguida encontramos: "Assim, afirmemos
confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá
fazer o homem?" É claro que é importante entendermos que temos essa
segurança. Somos ensinados que não estamos sozinhos nas providências da
vida, mas que em Deus nós temos quem nos está sustentando pelo
seu poder. Somos ensinados que seu poder é exercido em seus decretos e
que ele está realizando aquilo que propôs desde toda a eternidade.
Essa espécie de segurança é importante. Essa segurança não se perde com
base em sermos ou não punidos ou termos liberdade, ou se temos tudo
conforme queremos. Ela se baseia, primeiro, em nós termos um
conhecimento salvífico de Jesus Cristo, por sua graça. Segundo, ela se
baseia em observarmos os mandamentos de Deus. A essa
altura reconhecemos que Deus pode nos manter e guardar—e nós estamos
seguros.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 9. Qual é a obra da criação?
Resposta: A obra da criação é aquela pela qual Deus fez todas as coisas do
nada, no espaço de seis dias, e tudo muito bem.
Referências Bíblicas: Hb 11.3; Ap 4.11; Gn 1.1-31; SI 33.6; Jo 1.3.
Perguntas:
1. Por que é importante estudar a doutrina da criação?
A obra da criação é a base de toda a revelação. Acertou bem quem disse
que se uma pessoa pode aceitar "No princípio Deus..." já será possível a ela
aceitar o restante da Bíblia pela fé.
2. Como podemos saber se o primeiro versículo da Bíblia é verdade?
"Pela fé entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus...."
(Hb 11.3). Começamos com o ponto de vista bíblico de que Deus é
soberano e a criação é uma doutrina básica.
3. Por que Deus criou o mundo?
Ele o criou para seu próprio prazer, para sua glória. Foi um ato livre de
Deus, e ele não precisava do mundo, pois Deus já existia em completa auto-
suficiência antes que o mundo fosse criado.
4. Do que Deus fez o mundo?
Deus criou o mundo do nada. Bavinck declara em Our Reasonable Faith
(Nossa Fé Lógica): "A expressão 'do nada' pode ser entendida num sentido
útil e esta frase nos pode prestar um excelente serviço contra todos os tipos
de heresia. Pois nega que o mundo tenha sido feito de alguma coisa ou
matéria ou energia não identificada que tenha eternamente co-existido

juntamente com Deus. De acordo com a Escritura, Deus não é só quem
formou o mundo, mas também quem o criou", (pp. 166-167).
5. Como podemos saber que não havia material pré-existente algum?
A Bíblia não menciona nenhum material pré-existente, e também declara
que Deus criou tudo que já existiu (Ne 9.6; Cl 1.16).
6. Quanto tempo levou para Deus criar o mundo?
A Bíblia diz que Deus levou seis dias para a criação. Isso significa um dia
de 24 horas, embora esta não seja a única interpretação existente. O
primeiro capítulo de Gênesis não foi escrito para satisfazer nossa
curiosidade nem para responder a todas as nossas perguntas.
7. Qual é a ordem da criação de Deus?
A ordem da criação de Deus é: Primeiro Dia, Luz; Segundo Dia,
Firmamento; Terceiro Dia, Terra Seca, Relva; Quarto Dia, Sol e Lua;
Quinto Dia, Peixes e Aves;
Sexto Dia, Animais Terrestres e o Homem. Deus criou o mundo e todas as
criaturas
em seis dias e descansou no Sábado, para santificá-lo para si e para seus
filhos.
GRANDIOSO ÉS TU!
Pouco tempo atrás usei o púlpito de uma igreja que tem a prática ímpar e
eficaz de começar seu culto da noite cantando o hino Grandioso És Tu!:
Senhor meu Deus! Quando eu, maravilhado Os grandes feitos vejo da tua
mão,
Estrelas, mundos e trovões rolando,
A proclamar teu nome na amplidão,

Canta minh'alma, então, a ti, Senhor:
Grandioso és Tu, Grandioso és Tu! (tr. N. Emmerich, Novo Cântico, 26)
Enquanto escutava, não pude deixar de enviar uma oração aos céus, uma
oração banhada pela admiração das obras de um Deus assim. E
imediatamente o pensamento me veio de novo que, ó maravilha, ele era o
meu Deus por meio da fé em Jesus Cristo! Enquanto preguei a Palavra
naquela noite havia uma paz sustentando minhas palavras, uma paz
fundamentada sobre as palavras, "Meu socorro vem do Senhor, que fez os
céus e a terra".
Esta pergunta de nosso catecismo deve capacitar-nos todos à coragem,
qualquer que seja a dificuldade ou problema que tenhamos de enfrentar nos
dias de hoje. Seja qual for a angústia, por meio dela poderemos saber que
aquele mesmo poder onipotente do Deus que operou na criação de todas as
coisas será exercido na defesa e na sustentação de sua igreja e de seu povo
na hora da necessidade.
Muitos anos atrás, num acampamento bíblico lembro-me de ter cantado um
hino cujo coro continha estas palavras: "O Deus que opera maravilhas é o
mesmo Deus hoje!" Se começamos, teologicamente falando, com a visão de
que Deus é soberano e que ele criou todas as coisas do nada, então é hora de
começar a agir como quem realmente crê nisso de todo o coração.
Que Deus nos ajude a reconhecê-lo como Criador e Sustentador, reconhecê-
lo cantando com a alma: "Grandioso És Tu!" Tal atitude contribui
grandemente para nos habilitar à paz e alegria do Senhor em nosso coração,
além da teologia em nossa mente.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 10. Como criou Deus o homem?
Resposta: Deus criou o homem macho e fêmea, conforme a sua própria
imagem, em conhecimento, retidão e santidade, com domínio sobre as
criaturas.
Referências Bíblicas: Gn 1.27; Cl 3.10; Ef 4.24; Gn 1.28.
Perguntas:
1. Qual é a diferença entre a criação de outras criaturas e a criação do
homem?
Deus simplesmente ordenou à existência as outras criaturas; mas quando o
homem foi criado, a Trindade decidiu que o homem deveria ser feito à
imagem de Deus.
2. Por que esta diferença é importante?
/
E importante visto que o homem é a única das criaturas dentre as que Deus
criou que é consciente de si mesma. Deus fez o homem à sua imagem
mental e moral. O dr. Albertus Pieters diz: "Isso compreende o poder
autoconsciente de raciocinar, a capacidade da autodeterminação e o senso
moral. Em outras palavras, ser uma criatura que pode dizer "Eu sou, eu
devo, eu irei" — isso é o que significa ser feito à imagem de Deus.
3. Por que Deus criou o homem?
O homem foi criado por Deus para que servisse a seu Criador. Deus não
existe em benefício do homem, mas sim o homem existe para benefício de
Deus, para servi-lo e glorificá-lo para sempre.

4. Que espécie de sabedoria, justiça e santidade o homem teve quando foi
criado?
A sabedoria do homem era um conhecimento perfeito de Deus, de sua
obrigação e de muitas outras coisas pelas quais provavelmente lutamos
hoje. A justiça do homem era uma justiça inerente que fazia com que Deus
o declarasse ser "muito bom". A santidade do homem era a raiz oculta de
sua justiça que brilhava no seu coração.
5. Que tipo de domínio o homem tinha sobre as criaturas?
Deus fez o homem cabeça do mundo. Ele recebeu o direito de reinar sobre
as criaturas e dar-lhes nomes. Ele deveria governá-las para a glória de Deus
e seu próprio bem.
6. Em tantas de nossas escolas hoje a teoria da evolução teísta está sendo
ensinada. Isso é consistente com o ensino da Bíblia?
Não. A Evolução Teísta (A Evolução como o método de Criação de Deus)
não é consistente com a Bíblia.
A posição da Bíblia pode ser esquematizada assim:
1. A Bíblia diz que Deus criou do nada e que essa criação incluiu todas as
coisas que têm ou terão ou poderão ter existência. Tudo isso deve a Deus
seu ser e substância bem como sua forma. Embora isso seja confuso para o
homem, é absolutamente necessário se vamos nos ater à fé cristã.
2. A Bíblia diz que Deus é eterno, não que a matéria é eterna, como seria
necessário para qualquer teoria da evolução.
3. A Bíblia diz que o homem veio a existir pelo ato criador especial de
uma vontade livre, autodeterminada.
4. Reconhecendo que precisamos rejeitar tanto a evolução em sua
conotação ateísta como as implicações filosóficas da evolução como forma
de deixar Deus de fora do universo, precisamos reconhecer que é possível
existir uma variação e que isso não seria uma contradição à Escritura.

Existe muito que não entendemos sobre as maneiras e os meios que Deus já
usou para trazer o homem e o mundo ao seu presente estado. Mas essa
variação está dentro das limitações da norma estabelecida por
Deus, segundo é apresentada na Bíblia, e não deve ser confundida com
evolução.
DE VOLTA AO GÊNESIS !
Em seu livro ímpar, A Harmony ofthe Westminster Presbyterian Standards
(Uma Harmonia dos Padrões Presbiterianos de Westminster), o dr. James
Benjamin Green declara: "O melhor conhecimento é o conhecimento de
Deus. Em segundo lugar, o conhecimento do homem. O judeu chegou
dizendo: 'Conhece teu Deus'. O grego chegou dizendo: 'Conhece-te a ti
mesmo'. O cristão chega dizendo: Conhece teu Deus e a ti mesmo em Jesus
Cristo".
Quando somos confrontados com o problema da origem do homem,
direcionamos todos às palavras divinamente inspiradas: "No princípio
Deus..." Para todos temos a chamada: Voltem ao Gênesis e sejam
agradecidos por essa verdade notável e incrível da Palavra de Deus!
Há pessoas demais hoje querendo substituir a doutrina ensinada na Bíblia,
por sua visão da origem das coisas. Parece que o próprio diabo, com suas
mais astuta artimanhas, está dizendo: "Se eu puder apenas envolver aquele
jovem na teoria de que o homem evoluiu das formas mais simples da
matéria e da vida e se desenvolveu por um processo perfeitamente natural,
então a Bíblia não lhe será muito importante". E isso foi provado repetidas
vezes. Quando uma pessoa aceita a evolução em lugar da doutrina
de criação das Escrituras, e recusa-se a acreditar que o homem foi resultado
de um Ato Criador especial de Deus, então o Deus da Bíblia não é mais o
Criador e Sustentador.
Chegou a hora de todos os cristãos reconhecerem hoje os perigos dessa
falsa doutrina e especialmente o papel que desempenha na teoria daqueles
que negam a inspiração da Bíblia. Nada menos do que um compromisso
total com a doutrina da criação da Bíblia nos guardará da apostasia que
destrói a igreja do Deus vivo.

Temos de nos lembrar que o Criador é supremo. Ele é a causa absoluta de
tudo o que acontece, o Ser etemo e bendito para sempre que optou por criar
o mundo pela sua vontade.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 11: Quais são as obras da providência de Deus?
Resposta: As obras da providência de Deus são a sua maneira muito santa,
sábia e poderosa de preservar e governar todas as suas criaturas, e todas as
ações delas.
Referências Bíblicas: SI 145.17; SI 104.24; Hb 1.3; SI 103.19; Mt 10.29-
30. Perguntas:
1. Qual é o sentido da palavra "providência ”?
O sentido da palavra providência é cuidado, a capacidade de prever o que
virá e fazer provisão para aquilo.
2. Quais são os aspectos parciais da providência de Deus?
Os aspectos da providência de Deus são: 1) Sua preservação de todas as
coisas (SI 36.6). 2) Seu governo de todas as coisas (SI 67.4).
3. Qual a diferença entre a criação e a providência?
O dr. Charles Hodge afirma: "A criação, a preservação e o governo de fato
diferem, e tratá-los como idênticos não só leva à confusão como ao erro. A
criação e a preservação diferem — primeiro, porque "criação" é chamar à
existência o que não existia, e "preservação" é continuar, ou causar a
continuação daquilo que já tem um começo; e segundo, na criação não há
nem pode haver cooperação, mas na preservação há uma confluência
(cooperação harmoniosa) da primeira com a segunda causa. Na Bíblia,
portanto, as duas coisas nunca se confundem. Deus criou todas as coisas,
por ele, todas elas estão em harmonia" (Systematic Theology, Vol. 1, p.
578).
4. Ao que se estende a providência de Deus?

1) A todas as suas criaturas, especialmente seus filhos. 2) As ações de suas
criaturas.
5. Será que sua providência se estende às ações de suas criaturas?
Sim, estende-se a todas as ações. Manter outra opinião seria dizer que as
criaturas seriam independentes em suas ações e então Deus não seria a
primeira causa de todas as coisas.
6. Se a providência inclui os feitos dos homens, será que isso quer dizer
os feitos pecaminosos bem como os bons feitos?
Sim, até os feitos pecaminosos dos homens são controlados pela
providência de Deus, mas isso não o faz responsável por esses feitos. Deus
permite que os homens pequem (At 14.16). Deus limita e refreia os homens
em seus pecados (SI 76.10). Deus dirige e dispõe os pecados dos homens
para boas finalidades, além de suas próprias intenções (Is 10.5, 6, 7).
7. Qual é o propósito da providência de Deus?
O propósito da providência de Deus é a manifestação da própria glória de
Deus.
A PROVIDÊNCIA DE DEUS E A PALAVRA
No Artigo 13 da Confissão Belga, em sua seção sobre a Providência Divina,
aparecem as palavras seguintes: "... aprender somente aquelas coisas que ele
nos revelou em sua Palavra, sem transgredir esses limites".
Sempre houve o perigo, na igreja de Jesus Cristo, de haver confusão quanto
à doutrina da providência. Alguns crentes em Cristo, reconhecendo que
Deus é Soberano e convencidos de seus poderes de preservar e governar,
entendem que devem aguardar da providência de Deus para descobrir seu
dever. Esquecem que a providência de Deus nos mostra o caminho de Deus
e não aponta os detalhes do nosso caminho. Esquecem que nossa regra de fé
e prática é a Palavra de Deus, não o seu propósito cumprido
numa providência. Goodwin expressou isso da seguinte forma: "Não
devemos entrar em negócios meramente por providências, porque

descobriremos que muitas vezes as providências proporcionam boas
ocasiões para pecarmos. Quando Jonas devia ir a Tarsis, ele teve as
melhores providências possíveis; encontrou um navio prontinho; sim, mas
foi contra a palavra de Deus. Nunca seja regido por providências, pois
podem ser tentações e provações; seja regido pela Palavra de Deus
somente".
Na verdade nós devemos "aprender só aquelas coisas que ele nos tem
revelado em sua Palavra". Não devemos nos envolver nos conceitos não-
cristãos sobre a sorte. Deve ser bastante significativo para o cristão que até
Hitler pronunciava a palavra "providência" muitas vezes. Reconhecemos,
no entanto, com Berkouwer que "ninguém pode crer na Providência de
Deus sem conhecer o caminho a Deus por meio de Jesus Cristo". Mas ainda
temos que reconhecer que os caminhos nos quais andamos precisam ser
caminhos consistentes com a Palavra de Deus. Não devemos esperar que a
providência nos dirija, e sim reconhecer que a revelação de Deus já nos
veio pela Sua Palavra.
A Providência de Deus nos oferece grande conforto. Diz-nos que Deus nos
orienta. Que ele nos guarda. Que ele nos refreia. Mas todas essas coisas são
feitas dentro dos limites da Palavra de Deus e não são os fatores
governantes em nossa vida, mas o grande espírito que está por trás de
nossas ações, as quais empreendemos de conformidade com sua Palavra—
isto é, que Deus está sempre no controle de seu mundo.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 12. Que ato especial de providência exerceu Deus para com o
homem no estado em que ele foi criado?
Resposta: Quando Deus criou o homem, fez com ele um pacto de vida,
com a condição de perfeita obediência: proibiu-o de comer da árvore da
ciência do bem e do mal, sob pena de morte.
Referências Bíblicas: Compare Gn 2.16-17 com Rm 5.12-14; Rm 10.5; Lc
10.25-28, e com os pactos feitos com Noé e Abraão (Gn 2.17).
Perguntas:
1.0 que é um pacto?
Um pacto é um acordo e arranjo mútuo entre duas ou mais partes para dar
ou fazer algo.
2. Qual é o pacto de Deus com o homem?
O pacto de Deus com o homem é seu acordo de dar algo com a condição de
que o homem fará algo de sua parte, ou poderá ser inteiramente gracioso
como em Gênesis 9.
3. Quantos pactos Deus fez com o homem?
Deus fez dois pactos principais com o homem. O primeiro foi o Pacto das
Obras e o segundo foi o Pacto da Graça.
4. Por que foi chamado de Pacto das Obras?
Foi chamado de Pacto das Obras porque foi um plano pelo qual a raça
humana poderia conseguir a vida eterna por meio das obras, isto é, pela
perfeita obediência à vontade de Deus.
5. Quem eram as partes, no Pacto das Obras?

As partes eram Deus, que estabeleceu o pacto, e Adão, o cabeça e
representante de toda a raça humana.
6. Por que Deus proibiu Adão e Eva de comerem do fruto da árvore?
Ele proibiu porque era um teste de obediência à vontade de Deus. O fruto
em si era bom, mas comer dele contrariava o mandamento de Deus.
7. Qual era a promessa e a penalidade vinculadas ao Pacto das Obras?
A promessa era a vida eterna e a penalidade morte temporal, espiritual e
eterna.
8. O que podemos aprender desta doutrina do Pacto das Obras?
Aprendemos que a morte eterna veio pela quebra do Pacto das Obras pelo
primeiro Adão e que a vida eterna vem somente pelo cumprimento do
mesmo pacto pelo
segundo Adão (Rm 5.19). Adão foi nosso representante no Pacto das Obras;
Jesus
Cristo é nosso representante no Pacto da Graça.
O INSTRUTOR DE ADÃO
No Jardim do Éden havia uma árvore. Não sabemos que espécie de árvore
era, pois a história de que era uma macieira não tem na Bíblia prova
nenhuma. Mas era uma árvore importante e desempenhou um papel
importante num "ato de providência especial" de Deus. Adão estava em
meio a muitos arranjos providenciais feitos para ele por Deus. Mas mesmo
as coisas estando bem — mesmo tendo abundância e conforto — Deus
impôs a Adão uma ordem positiva: "Mas da árvore do conhecimento do
bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente
morrerás" (Gn 2.17).
Esse ato especial de providência foi o Instrutor de Adão. Era para ensinar a
Adão certas coisas que ele devia saber. Era para ensinar-lhe domínio

próprio. Era para ensinar-lhe que embora ele fosse senhor das criaturas,
ainda assim ele era súdito de Deus. Era para ensinar-lhe que devia obedecer
a Deus sem questionamento. O teste de Bem ou Mal é simplesmente a
obediência ou desobediência à vontade de Deus. Depois de colocar Adão no
Jardim e dar-lhe tudo, Deus (assim afirma A. A. Hodge) "reduziu o teste ao
mais simples e mais fácil—o simples teste de uma violação pessoal da lei,
um teste de obediência leal simplesmente". Adão foi reprovado no teste e
Cristo veio mais tarde para fazer o que Adão deixou de fazer.
Esse teste de obediência leal é o teste sob o qual estamos hoje. Se somos
salvos pela graça, a palavra de Deus a nós é essa: "Nem todo o que me diz:
Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de
meu Pai que está nos céus" (Mt 7.21). É verdade que nossa entrada no céu
não acontece por méritos nossos e sim pela graça de Deus. Mas é
igualmente verdade que a pessoa nascida de novo pelo Espírito de Deus
será uma pessoa que ama a Palavra de Deus e busca, pela ajuda de Deus,
seguir os mandamentos dele.
Um bom mandamento para o cristão seguir é: "Portanto, quer comais, quer
bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus" (ICo
10.31). Aqui está nosso teste de obediência leal, e isso nos ensina a exercer
domínio próprio; ensina que somos súditos de Deus e que devemos
obedecer a ele e fazer tudo para a glória dele. Seja o que for que estejamos
para fazer, precisamos nos perguntar: "Isso pode ser feito no nome do
Senhor Jesus?", "Podemos fazê-lo agradecidamente, expressando a
Deus nossa gratidão pelo privilégio e pedindo sua bênção em oração sobre a
ação?" Estamos, como pecadores salvos pela graça, buscando fazer a
vontade de Deus em todas as coisas? (Fp 4.8, 9).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 13. Nossos primeiros pais conservaram-se no estado em que foram
criados?
Resposta: Nossos primeiros pais, sendo deixados com o livre-arbítrio,
caíram do estado em que foram criados por terem pecado contra Deus.
Referências Bíblicas: Gn 3.6-8,13; Ec 7.29; 2Co 11.3; SI 5.4.
Perguntas:
1. Qual era o "estado" no qual o homem foi criado?
O estado era de inocência, o estado no qual Deus havia colocado o homem
e no qual ele tinha comunhão pura com Deus.
2. O que quer dizer livre-arbítrio?
O livre-arbítrio é a liberdade de escolher ou recusar por vontade própria,
sem nenhum embargo ou força de quem quer que seja.
3. Nossos primeiros pais eram capazes de seguir o caminho da perfeita
obediência a Deus?
Sim, eles tinham perfeito conhecimento e eram santos no coração porque
Deus os havia feito assim.
4. Como foi possível então que o homem pecasse?
Foi possível porque na criação o homem tinha uma liberdade tanto para o
bem como para o mal. Sua disposição natural era para o bem mas porque
ele era uma criatura mutável (sujeita à mudança), mediante a tentação, ele
se submeteu ao mal.
5. Qual é o estado do homem hoje com respeito ao livre-arbítrio?

Uma distinção deve ser feita quanto ao tipo de homem. O homem não-
regenerado, "ao cair no estado de pecado, perdeu inteiramente todo o poder
quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação", de sorte que
não pode "converter-se, ou mesmo preparar-se para isso". (Confissão de Fé,
9, 3). O homem regenerado, pela graça de Deus, tem a liberdade para fazer
aquilo que é espiritualmente bom, mas não o faz perfeitamente porque é por
vezes inclinado para o mal (Rm 7.15, 19, 21).
6. Quem foii o responsável pelo primeiro pecado?
O ser humano foi responsável porque cedeu livremente à tentação do diabo.
Quando nossos primeiros pais, de vontade própria, escolheram obedecer à
palavra de Satanás em lugar da palavra de Deus, foram culpados de pecar
contra Deus. O homem foi testado, com o teste da simples obediência, mas
o homem foi reprovado no teste. Deve-se reconhecer que Deus não é o
causador de pecado. Isso pode ser provado
pelo testemunho da Bíblia (Gn 1.31; SI 5.4). Também prova-se isso pelos
fatos ensinados na Bíblia, que Deus é perfeitamente bom e santo e que Deus
puniu todo pecado severamente. A queda de Adão é a causa eficiente do
pecado original tanto nele como na sua posteridade.
PECAR CONTRA DEUS
Um dos maiores perigos que a igreja atual enfrenta é a tendência de dar
ênfase ao pecado como sendo contra os homens, em vez do fato de que
pecado é antes de tudo e primeiramente contra Deus. Isso se nota
especialmente nas orações de muitos pastores e leigos. Suas orações estão
cheias do fato de que os homens pecam contra homens, em de uma forma
social, mas estão quase vazias do fato primário de que os homens
pecam contra Deus. Quem examinar bem a Confissão Geral Episcopal há
de notar que a ênfase da confissão é direcionada às ofensas às leis santas de
Deus.
É verdade que quando nossos primeiros pais pecaram no Jardim do Éden,
eles certamente pecaram um contra o outro, no fato de que em seu pecado
cada um afetou o outro. E seu pecado certamente afetou toda a raça humana
ao ser transmitido naturalmente a todos. Mas o importante de nossa

pergunta do catecismo é que Adão e Eva pecaram contra Deus. Essa é a
mensagem que devemos guardar na mente. Essa é a mensagem de que
precisamos nos lembrar ao viver nossa vida diária perante Deus
como cristãos salvos pela graça.
Nossa dificuldade está, provavelmente, em que, embora saibamos que
nossos pecados sejam contra Deus, não fazemos esforço suficiente para
resistir, para vencer a tentação. Um pregador fiel da Palavra de Deus dizia a
seu povo repetidas vezes: "Irmãos, vocês precisam praticar a cautela em
como viver perante o Onipotente e Soberano Deus!" Thomas Goodwin dava
quatro regras ao cristão com respeito a manter distância de pecar contra
Deus: 1) Guardar-se dos maus pensamentos, porque eles contaminam
o homem (Mt 15.18-20). 2) Guardar-se das palavras más, porque "as más
conversações corrompem os bons costumes" (ICo 15.33). 3) Ter cuidado
com as más companhias, pois isso irá poluir o homem. 4) Ter cuidado com
todas as ocasiões do abuso nocivo de coisas lícitas, pois elas também o
farão impuro, porque esse é um meio de atrair a impureza de seu coração.
Tais pensamentos são excelente ajuda para nós ao lutarmos por viver para a
glória de Deus. Também é excelente percebermos e lembrarmos que nossos
pecados são contra o Deus Santo, aquele que se assenta no Trono dos Céus
(ICo 10.12-13).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 14. O que é pecado?
Resposta: Pecado é qualquer falta de conformidade à lei de Deus ou
transgressão a ela. Referências Bíblicas: Ho 3.4; Tg 4.17; Rm 3.23; Rm
2.15.
Perguntas:
1. O que é a Lei de Deus e onde se encontra?
A Lei de Deus são os mandamentos que Deus deu como regra de
obediência do homem. A Lei de Deus encontra-se escrita na Palavra de
Deus, embora já houvesse uma cópia dela no coração do homem em sua
inocência antes da queda. A Palavra ensina que uma parte dela ainda está
escrita no coração dos homens, mas em grande parte o conhecimento dessa
Lei já está desfigurado ou apagado.
2. Como o homem mostra falta de conformidade à Lei de Deus?
Mostra isso ao não praticar todas as coisas escritas no Livro da Lei (G1
3.10).
3. Quais são os pecados incluídos na falta de conformidade à Lei de Deus?
Os pecados incluídos são: 1) O pecado original e aquela hostilidade natural
do coração contra a Lei de Deus. 2) Todos os pecados de omissão e
comissão.
4. Como a pessoa pode provar que a transgressão da lei é pecado?
A Bíblia ensina isso em 1 João 3.4: "Todo aquele que pratica o pecado
também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei".
5. Todas as leis mencionadas no Antigo Testamento devem ser observadas
hoje?

Não, nem todas as leis do Antigo Testamento devem ser observadas. A lei
cerimonial não obriga mais visto que Cristo veio em carne, e muitas das leis
judiciais — por se referirem à situação da nação judaica — são deixadas de
lado. Mas a lei moral é imposta como obrigação sobre toda a humanidade
(SI 119.160).
6. Você poderia responder à pergunta ”O que é o pecado?” em palavras
que eu possa usar para ensino em minhas aulas?
Poderia falar-lhes o que afirma o dr. William Childs Robinson: "O pecado é
pisar um dos mandamentos de Deus". Não é simplesmente um mal que se
faz ao semelhante, mas inclui tanto a culpa como a poluição. O pecado não
compreende apenas os atos exteriores, mas também os pensamentos, os
afetos e as intenções do coração.
O CRISTÃO E O PECADO
Conta-se o caso interessante do menino pequeno que ouviu a história
empolgante de Golias na Escola Dominical. No dia seguinte chegou à sua
mãe e disse: "Mãe, eu sou tão alto como Golias". Naturalmente, a mãe
respondeu que isso seria impossível porque Golias era um homem gigante.
Mas o menino respondeu: "Mas Mãe, a Bíblia diz que Golias tinha seis
côvados e um palmo e eu fiz uma régua e eu também tenho seis côvados e
um palmo, e por isso sou tão alto como Golias!"
Assim como o menino fez sua própria régua e podia ser tão alto quanto
queria, assim também muitos cristãos fazem suas próprias unidades de
medida com respeito ao pecado. Recitam rapidamente o que o catecismo
diz que o pecado é, mas em suas práticas parecem ter uma capacidade
espantosa de esquecer a definição de Deus do pecado e estabelecer seus
próprios padrões do certo e errado.
Muitos estudiosos da Bíblia, através dos tempos, têm concordado que a
definição de Deus do pecado se encontra em Isaías 53.6 — "Todos nós
andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho,
mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos". Ou como foi
ilustrado lindamente certa vez por J. Sidlow Baxter: "O melhor retrato do

pecado é o de uma menina pequena batendo o pé no chão e dizendo: 'Quero
o que eu quero quando eu quero!' "
Basta isso sobre as manifestações exteriores do pecado. E o lado interior
negativo do pecado? O dr. James Benjamin Green disse certa vez que os
aspectos interiores e negativos do pecado muitas vezes são deixados no
esquecimento e pouco discutidos. Explicou que a ausência do sentimento
correto, tanto como a presença do sentimento errado, é pecado. Muitos
cristãos pecam por deixar de "levar cativo todo pensamento à obediência de
Cristo" (2Co 10.5). O cristão é constrangido a resolver cada
pensamento, palavra e ação pela direção do Espírito mediante a Palavra de
Deus. O dever do cristão é conduzir-se fiel na esfera do Espírito. Do
contrário o cristão estará pecando contra o Senhor.
Isso é um padrão bem alto. Isso é "andar no Espírito" (G1 5.16). É nosso
único padrão de medida e encontra-se na Palavra de Deus. Não muda, não
se ajusta ao meio ambiente em que vive. Leva-nos a depender de Deus
unicamente e assim nos impede de "desviar pelo nosso próprio caminho"
(Rm 8.1-14).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 15. Qual foi o pecado pelo qual nossos primeiros pais caíram do
estado em que foram criados?
Resposta: O pecado pelo qual nossos primeiros pais caíram do estado em
que foram criados foi o fato de terem comido do fruto proibido.
Referências Bíblicas: Gn 3.6; 2Co 11.3; SI 49.12.
Perguntas:
1. Por que Deus proibiu nossos primeiros pais de comerem esse fruto?
Proibiu-os porque estava fazendo um teste de sua obediência. Não era que o
fruto em si possuísse algum mal. Foi o método que Deus usou para ver se
reconheciam ou não o seu Senhorio sobre eles.
2. Nossos primeiros pais tinham culpa de pecado antes de provarem o
fruto?
Sim, eram culpados por terem escutado o diabo. Mas quando provaram o
fruto completaram o ato pecaminoso.
3. Onde o primeiro pecado foi cometido?
O primeiro pecado foi cometido no Paraíso onde Deus havia colocado o
homem e criado a mulher.
4. Adão foi enganado nesse primeiro pecado?
A Bíblia nos diz que ele não foi enganado. É provável que seu amor por
Eva o tenha motivado a unir-se com ela nessa transgressão. Mas ele sofreu a
conseqüência desse pecado assim mesmo e traiu toda a raça humana cujo
representante ele era.
5. O que estava envolvido no ato de comer do fruto proibido?

Muitos pecados estavam envolvidos nesse ato de desobediência. Ao comer
rebelavam-se contra seu Deus Soberano. Ao comer eram culpados de
traição porque estavam coligados com o diabo. Ao comer estavam
satisfazendo sua ambição, a de ser igual a Deus. Ao comer eram culpados
de descrença porque Deus havia dito que era errado. Ao comer estavam
trazendo a morte sobre si e sobre toda sua posteridade.
6. Se fosse preciso usar uma única palavra para descrever esse primeiro
pecado, qual seria a melhor palavra?
A palavra "orgulho" — no sentido de soberba, vaidade — seria
provavelmente a melhor para descrevê-lo. Calvino afirma: "Agostinho está
corretíssimo, quando diz que o orgulho foi o início de todos os males, e que
pelo orgulho a raça humana foi arruinada..."
PENSAR DUAS VEZES
Muitas vezes ficamos imaginando quanto tempo Adão teria passado em
meditação e oração no Jardim quando lhe foi oferecido pela esposa o fruto
proibido. Ele sabia que se tratava de algo proibido. Ele conhecia a regra da
obediência estabelecida no Jardim. Tinha tudo o que desejava. E ainda
assim desobedeceu à ordem de seu Deus e aceitou o fruto conforme lhe foi
oferecido. Ficamos a pensar se Adão pensou duas vezes sobre o passo que
estava para dar.
Uma grande lição a ser aprendida hoje pelos filhos de Deus, a partir da
prova do Jardim do Éden, é a lição de pensar duas vezes, de orar duas
vezes, antes de dar passos importantes. Os filhos de Deus sempre precisam
de aprender a lição de resistir, resistir à primeira tentação de pecar que
aparece no coração. O escritor do hino coloca isso assim: "Quero um
preceito firme no meu interior de um vigilante e perspicaz temor; A piedosa
consciência do pecar, a dor de senti-lo assim chegar". Contudo, tantas vezes
os filhos de Deus se chegam à esfera do pecado sem pensar duas vezes, sem
medir as conseqüências, sem orar ao Senhor por ajuda e direção. Muitas
vezes uma segunda consideração os salvaria de pecar contra Deus e assim
de pecar contra si próprios e outras pessoas.

Wordsworth escreveu alguns versos em um de seus poemas, que contêm
uma grande lição que os cristãos poderiam aplicar ao assunto da tentação:
"Procura as estrelas. Dirás que não há nenhuma; olha uma segunda vez, e
uma a uma, tu as notarás a piscar sua luz prateada, e ficarás a perguntar-te:
como puderam escapar à tua primeira inspeção!"
Muitas vezes nos perguntamos por que não pensamos duas vezes, por que
não vimos o mal que envolvia aquele pensamento, aquela ação, aquela
palavra quando a vimos de início e parecia tão certa a nossos olhos. Como
podemos ter certeza de pensar duas vezes? Só reconhecendo que somos
guardados pelo poder de Deus e que esse poder está operando dentro de nós
se nos mantivermos perto dele, guardando seus mandamentos. Não
podemos confiar em nós mesmos, não devemos ousar confiar em
nós mesmos, e sim somente nele. Precisamos ficar perto dele pelo estudo da
Palavra, pela oração, pelo serviço prestado a ele, tudo para a glória dele.
Que Deus sempre nos ajude a pensar duas vezes antes de avançar (2Tm
3.13-17).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 16: Todo o gênero humano caiu pela primeira transgressão de
Adão?
Resposta: Visto que o pacto foi feito com Adão, não só para ele, mas
também para a sua posteridade, todo o gênero humano, que dele procede
por geração ordinária, pecou nele e caiu com ele na sua primeira
transgressão.
Referências Bíblicas: At 17.26; Gn 2.17; Rm 5.12; 1 Co 15.21.
Perguntas:
1. Na Bíblia lemos sobre quantas pessoas que representaram a raça
humana?
Lemos sobre duas pessoas que representaram a raça humana. O primeiro,
Adão, e o segundo, Jesus Cristo (ICo 15.45).
2. Qual a razão dada na Escritura pela qual a posteridade de Adão caiu
com ele?
A razão se encontra no pacto das obras, no qual a vida foi prometida com a
condição da obediência. O pacto foi feito não só com Adão, mas valia para
sua posteridade.
3. Visto que o pacto foi um pacto de obras, será que isso significa que
Adão poderia merecer a vida eterna?
Não, não significa que Adão poderia merecer a vida eterna. Mesmo assim,
ainda era a graça de Deus que daria a vida eterna, mas uma graça que
recompensaria a obediência.
4. Foi justo Adão poder representar sua posteridade?

Sim, foi justo porque ele seria o pai comum de toda a humanidade; e ele foi
criado perfeitamente santo, com pleno poder de satisfazer a condição do
pacto.
5. Como pôde toda a humanidade estar em Adão quando primeiro ele
pecou?
Toda a humanidade estava em Adão de dois modos: 1) Virtualmente, como
uma raiz natural e, 2) Representativamente, como o cabeça de um pacto.
6. O que se quer dizer quando se diz ”todo o gênero humano, que dele
procede por geração ordinária, pecou nele”?
A expressão "geração ordinária" é usada para excluir Cristo que descendeu
quanto ao seu corpo humano, de Adão, mas não por geração ordinária, visto
que foi concebido no útero de uma virgem pelo poder do Deus Onipotente
que a envolveu com sua sombra.
7. Sempre ouvi dizer: ”Na queda de Adão todos nós pecamos”. Este
comentário cabe
bem nesta pergunta?
/
E um comentário excelente. Deve-se entender com isso que somos
pecadores antes de tudo porque Adão, nosso representante, pecou por nós.
Nossa natureza corrupta é o resultado de nossa herança em Adão.
UMA LIÇÃO DURA
Repetidas vezes ouvimos as pessoas dizem: "Eu não acho que seja justo
Deus nos responsabilizar pelo pecado de Adão!" Muitas pessoas fora de
Jesus Cristo usam isso como uma de suas principais desculpas para recusar
chegar-se a ele. Mas quer gostemos ou não, a Bíblia ensina que Deus trata
com a humanidade na base do princípio da representação.
Às vezes esse princípio é uma lição dura para aprendermos. Para aqueles de
nós que somos salvos pela graça, salvos pelo "segundo Adão", aceitar a

segunda representação não é difícil. Mas há ocasiões em que até os cristãos
ficam pensando sobre a justeza da primeira representação. Isso mexe com a
mente de muitos cristãos embora poucos expressem a idéia em palavras.
Devemos nos lembrar, nesta área, como em todas as áreas de nosso
relacionamento com Deus, que ele é o Criador e Senhor Soberano,
possuidor do direito de requerer qualquer coisa de suas criaturas em
qualquer forma que sua sabedoria possa determinar. A autoridade dele foi, e
é, sem limites. Deus podia fazer qualquer coisa com Adão pessoalmente, e
com vistas à sua posteridade, que fosse consistente com suas
próprias perfeições. Ele é uma lei para si mesmo e age de acordo com sua
própria vontade. Ao mesmo tempo, em seu relacionamento com Adão no
Jardim, ele não exigiu nada de Adão que Adão não tivesse a capacidade de
suportar.
Essa é a ótica que todos os filhos de Deus precisam aprender. O
reconhecimento de que ele é soberano e nós não. Reconhecer que seja qual
for o método que ele escolha usar para nos ensinar nossas lições, esse
método é bom e justo, porque ele é a essência da justiça. Nossa obrigação é
não reclamar e sim obedecer, não nos irritar e sim aceitar, não murmurar e
sim descansar em nosso dever de diminuir e nos submeter em toda
a humildade.
Para nós, tudo isso é uma lição dura de aprender. Tiago colocou isso muito
bem quando disse: "Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos
exaltará" (Tg 4.10). Muitos cristãos têm vontade de trabalhar bastante na
obra do Senhor, mas não conseguem porque não aprenderam a dar a Deus o
direito completo de qualquer método, qualquer meio, qualquer princípio
que ele queira usar com eles. Alguns pensam muitas vezes que Deus é
injusto, recusam deixar que ele determine seu modo de agir com
eles, recusam submeter-se à autoridade dele e depois ficam se perguntando
porque Deus não os usam como eles desejariam.
Em todos os nossos pensamentos e palavras, em todas as nossas ações e
reações, sim, em todas as áreas de nossa vida, somos responsáveis perante
ele. E a obediência à Palavra de Deus transcende a obrigação e o privilégio,
alcançando honra à medida que ele é assim glorificado em nosso viver
diário (Dt 11.1,13-19).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 17: Qual foi o estado a que a queda reduziu o ser humano?
Resposta: A queda reduziu o ser humano a um estado de pecado e miséria.
Referências Bíblicas: Rm 5.12; G13.10; SI 40.2; Rm 6.23.
Perguntas:
1. Como chamamos o estado do ser humano antes da queda?
O estado do ser humano antes da queda é chamado de estado da inocência,
o estado da justiça original.
2. Por que o estado do homem, com a queda, é chamado de estado de
pecado?
Porque o homem agora está sob a culpa do pecado, que tem domínio sobre
ele.
3. Por que o estado do homem, com a queda, é chamado de estado de
miséria? Porque, de acordo com a penalidade da lei, a morte e a maldição o
envolve em toda sorte de miséria.
4. Por que pecado é mencionado antes de miséria, ao se descrever o
estado em que caiu o ser humano?
Porque o pecado veio primeiro e a miséria veio em seguida como resultado
do pecado. O pecado é a causa da miséria; a miséria é o efeito do pecado.
5. Como o homem chegou a esse estado de pecado e miséria?
O homem chegou a isso pelo abuso de seu livre-arbítrio, pela
desobediência. A Bíblia nos diz que o ser humano se destruiu (Os 13.9).
6. O que aconteceu ao homem no Jardim por causa de seu pecado?

O coração do homem mudou e o lar do homem mudou. O coração tornou-se
mau e o homem foi forçado a sair do lugar da perfeição (o Jardim) e foi
lançado no mundo onde estava o mal.
7. Como a Bíblia descreve o estado de pecado e miséria do homem?
A Bíblia o descreve como "trevas", "condenação e ira" e "morte".
8. Qual é a religião falsa e popular de nossos dias que nega o ensino de
pecado e miséria?
É a religião da Ciência Cristã que nega a realidade do pecado e da miséria.
9. O homem pode se ajudar para sair desse estado de pecado e miséria?
Não, o homem é totalmente incapaz de se ajudar a sair desse estado, porque
a própria natureza dele é "inimizade contra Deus" e ele não se pode salvar
desse estado.
PECADO E EVASÃO
Nossa tese nesta discussão é a seguinte: O pecado no Jardim do Éden foi
inteiramente culpa do homem, e Deus não foi de maneira nenhuma o seu
autor. Isso é ensinado na Palavra de Deus e pode ser resumido assim: 1)
Deus criou o homem perfeitamente santo, sem nenhum defeito ou tendência
a pecar. 2) O homem poderia ter passado pela a que ele foi submetido, pois
era fácil e não o tolhia em quase nada. 3) Deus não se retirou do homem
durante o momento da tentação. Deus estava presente com ele e tudo que o
homem precisava fazer era chamar por Deus. A queda do homem foi a
conseqüência de uma curiosidade por parte do homem, não falta de
capacidade de cumprir o teste simples que Deus lhe havia imposto. E ainda
assim Adão pecou. Não só pecou como também houve de sua parte a
tentativa de se evadir da responsabilidade por aquilo que tinha feito.
Acontece o mesmo hoje. Quando o homem peca, geralmente ele
tenta escapar (Pv 28.13-14).
Um professor que tive na faculdade, homem muito sábio, dizia muitas
vezes: "Uma das maiores dificuldades de um cristão é sua recusa em ser

honesto consigo mesmo com respeito ao pecado". A palavra desse professor
a nós repetidas vezes era que devíamos olhar para nós mesmos e nunca
tentar evadir-nos da responsabilidade pelo pecado. Supõe-se que a
humanidade tenha recebido essa capacidade de evadir-se da
responsabilidade honestamente, visto que tudo começou com Adão. No
entanto, mesmo que isso seja verdade, sempre foi uma das maneiras de o
homem desconsiderar seu relacionamento e responsabilidade para com
Deus.
A oração que o cristão precisa fazer é "Sonda-me, ó Deus, e... conhece os
meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau" (SI 139.23).
Esta oração precisa estar sempre nos lábios do cristão. E quando o Espírito
convence do pecado, o cristão precisa ser honesto quanto a isso diante de
Deus e nunca procurar se esquivar da responsabilidade que há no caso.
"Minha culpa!" é o rogo de confissão do cristão. Então, e só então, o cristão
estará num relacionamento certo com Deus e poderá ser usado de maneira
poderosa, tudo para sua glória (lJo 1.1-10).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 18. Em que consiste o estado de pecado em que o homem caiu?
Resposta: O estado de pecado em que o homem caiu consiste na culpa do
primeiro pecado de Adão, na falta de retidão original, e na corrupção de
toda a sua natureza, o que ordinariamente se chama pecado original,
juntamente com todas as transgressões atuais que procedem dele.
Referências Bíblicas: Rm 5.12-19; ICo 15.22; Rm 5.6; Ef 2.1-3; Tg 1.14-
15. Perguntas:
1. O que êpecado original?
Uma forma melhor de expressar isso seria "pecado herdado". Esse pecado é
a culpa e poluição ligada à nossa origem, em e mediante o primeiro Adão.
2. Não existe outro tipo de pecado além do pecado original?
Sim, existe o pecado real. Este é qualquer quebra da lei de Deus, quer por
omissão ou comissão, seja em pensamento, palavra ou ação.
3. De que forma todos os homens são culpados por causa do primeiro
pecado de Adão ? Todos são culpados do primeiro pecado de Adão por
imputação (Rm 5.19). Isso acontece porque Adão representava sua
posteridade, como aprendemos na Pergunta 16. Assim como a justiça de
Cristo, que é o segundo Adão, é imputada a todos os crentes, assim também
o pecado do primeiro Adão é imputado a toda a semente natural.
4. O que quer dizer a "culpa do primeiro pecado de Adão"?
Quer dizer a dívida, o castigo ao qual somos expostos por causa daquele
primeiro pecado, cometido por nosso cabeça e representante, Adão.
5. Qual é o ensino compreendido em falta de justiça original"?

O ensino aqui é que duas coisas estão compreendidas: a) A falta de
verdadeiro entendimento espiritual na mente (ICo 2.14). b) A falta do poder
e inclinação para o bem (Rm 7.18).
6. O que está incluído na
afirmação: "a corrupção de toda sua natureza"?
Incluído na afirmação está a depravação universal que está presente em
todas as partes do homem desde a queda. Calvino declara: "Todos, portanto,
que descendemos de uma semente impura, nascemos infeccionados pelo
contágio do pecado. Na verdade, antes que contemplemos a luz da vida à
vista de Deus já estamos manchados e poluídos" CInstituías, II, 1,5, tr.
Luz).
O PECADO ORIGINAL
A falta de crença nessa doutrina é provavelmente um dos maiores
motivadores da humanidade para a posição popular e muito ouvida: "Bem,
faço o melhor que posso e estamos todos tentando chegar ao mesmo lugar.
Vou simplesmente apostar no meu melhor pois um Deus amoroso não me
condenaria". Essa posição é ouvida sempre e é difícil agir ofensivamente
contra ela quando a pessoa que a diz não crê na Bíblia como Palavra de
Deus inspirada e infalível.
Os Padrões Presbiterianos são muito claros quanto a esse assunto do Pecado
Original e seus efeitos sobre a humanidade. Sobre a "natureza corrompida",
os Padrões nos dizem que "nós somos inteiramente indispostos, incapazes e
já feitos contrários a tudo que é bom, e totalmente inclinados a tudo que é
mau" e dessa natureza corrupta "procedem todas as transgressões reais". Os
Padrões ensinam também que essa condição é inata e natural. É justamente
nesse ponto que tantos pensadores modernos discordam dos Padrões e
insistem em que há uma "bondade inerente no homem"; insistem que
o homem está rapidamente progredindo. É dessa posição que vão ao
resultado natural de que se o homem faz o seu melhor será cuidado pelo
Deus amoroso.
Contudo, se uma pessoa do mundo é forçada a ser honesta consigo mesma
— por uma doença, ou morte iminente, ou por qualquer causa de uma

variedade de dificuldades — ela reconhece provas interiores da corrupção
de sua natureza. Reconhece que por natureza ela não quer escutar as
palavras que a impedirão de errar. Reconhece que ela põe toda sua
esperança em si mesma. Reconhece que seu corpo é mais importante para
ela do que sua alma. É significativo que quando uma pessoa do mundo é
salva pela graça ela não tem de ser "forçada" a ser honesta consigo dessa
maneira; ela já sabe disso!
O que podemos todos nós aprender com essa doutrina? A pessoa não salva
pela graça aprenderá pouco com ela enquanto não chegar à percepção de
seu estado pecaminoso. O indivíduo salvo pela graça pode aprender mais
uma vez: "Maravilha das maravilhas, ele salvou até mesmo a mim!" Ele
pode agradecer e louvar a Deus mais uma vez pelo ensino de Efésios 2.1-
10. E pode dar testemunho a outros do perdão que vem mediante os méritos
de Jesus Cristo.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 19. Qual é a miséria do estado em que o homem caiu?
Resposta: Todo o gênero humano, pela sua queda, perdeu a comunhão com
Deus, está debaixo de sua ira e maldição, e assim sujeito a todas as misérias
nesta vida, à morte e às penas do inferno para sempre.
Referências Bíblicas: Gn 3.8,24; Ef 2.3; Rm 5.14; Rm 6.23.
Perguntas:
1. Do que consiste a miséria do homem na queda?
Consiste de três coisas: a) Daquilo que o homem perdeu, b) Daquilo sob o
qual o homem é posicionado, c) Daquilo ao qual o homem está sujeito.
2. Qual era a comunhão com Deus perdida pelo homem por causa da
queda?
Esta comunhão era a presença e o favor de Deus, juntamente com a doce
comunhão e prazer na companhia de Deus no jardim do Eden.
3. Essa perda de comunhão com Deus se estende até o dia de hoje no que
diz respeito ao homem?
Sim, estende-se até hoje. A humanidade chega ao mundo hoje alienada de
Deus. A humanidade vive hoje alienada de Deus a não ser que venha a
conhecer Deus pela fé em Jesus Cristo.
4. Sob o que é o homem posicionado pela queda?
A queda levou o homem a ficar sob a ira e a maldição de Deus e isso é uma
grande miséria. O favor de Deus é melhor para o homem do que a própria
vida. O homem é completamente infeliz e miserável sem a comunhão com
Deus.

5. As misérias desta vida, tanto as exteriores como as interiores, são
resultado da queda?
As misérias são tanto exteriores como interiores. Tais coisas como
calamidades, doenças, perda do lar, do emprego, da família são todas
misérias exteriores que poderiam resultar da queda. As misérias interiores
que resultam da queda são coisas tais como viver sob o domínio de Satanás,
a cegueira espiritual da mente e a dureza do coração, afetos vis,
perplexidades e ansiedades da mente.
6. Qual é o castigo ao qual o homem está sujeito por causa da queda?
O castigo é a própria morte no final da vida. Esse castigo poderá ser
somente físico se o homem for nascido de novo pelo Espírito de Deus. Esse
castigo poderá ser eterno — uma eternidade no inferno — se o homem não
for nascido de novo.
OS CRISTÃOS ACREDITAM NO INFERNO?
Uma parte desta pergunta do catecismo trata do lugar chamado de
"inferno". Pergunta-se: "Os cristãos acreditam no inferno?" Apesar do fato
de o inferno ser mencionado em nossos Padrões e portanto fazer parte da
nossa crença, parece que há entre nosso povo aqueles que não crêem no
tormento eterno.
Certa vez alguém disse que não poderia haver geografia cristã a não ser que
o céu e o inferno fossem incluídos no mapa, porque o sentido real da vida
não está aqui, e sim lá. Isso é verdade, tanto que muitos cristãos querem
conservar o Céu no mapa, mas preferem ignorar a existência do inferno. No
entanto Jesus Cristo, em Mateus 25.46, pôs tanto o Céu como o inferno na
geografia cristã e as pessoas que acreditam na Bíblia não podem ignorar o
inferno.
Uma pergunta justa seria: "Como as pessoas que crêem na Bíblia ignoram
essa doutrina?" A doutrina é ignorada não tanto pela falta de crença nela —
porque todas as pessoas que crêem na Bíblia hão de afirmá-la — mas por se
afastar a doutrina nos relacionamentos com os não-crentes. De uma ou de

outra maneira nós nos esquecemos de que uma pessoa fora de Jesus Cristo
está a caminho do inferno e do castigo eterno.
No ano passado, um amigo cristão contou-me sua experiência. Estava num
restaurante, e sentadas na mesa ao lado estavam quatro pessoas que se
divertiam muito alegremente. Ele me contou que elas lhe fizeram uma
pergunta e assim o incluíram em sua conversa. Ele disse que não havia nada
de errado com a conversa; tinha um tom moral bom, era simplesmente tola.
Depois de algum tempo saíram e puseram-se a caminho. Ele finalmente
saiu também, entrou no carro e tomou a rodovia. Um acidente
havia ocorrido. Havia quatro pessoas envolvidas. Três tinham morrido. A
pergunta lhe abra-sava a mente e o coração: Elas agora estão no inferno?
Nossos Padrões ensinam a doutrina. Acreditamos nela? Se assim for,
estamos nos empenhando ao máximo para contar a outros que Jesus Cristo
morreu na Cruz do Calvário para salvar pecadores do tormento eterno do
inferno?

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 20. Deixou Deus todo o gênero humano perecer no estado de
pecado e miséria?
Resposta: Tendo Deus, unicamente pela sua boa vontade, desde toda a
eternidade, escolhido alguns para a vida eterna, entrou com eles em um
pacto de graça, para os livrar do estado de pecado e miséria e os levar a um
estado de salvação por meio de um Redentor.
Referências Bíblicas: Ef 1.4-7; Tt 3.4-7; Tt 1.2; G1 3.21; Rm 3.20-22.
Perguntas:
1. Quem Deus leva a um estado de salvação?
Deus leva todo seu povo eleito a um estado de salvação para o qual os
escolheu.
2. Quem são as pessoas que fazem parte do povo eleito de Deus?
Os eleitos de Deus são aqueles que ele escolheu para a vida eterna,
escolhidos desde toda a eternidade por sua boa vontade.
3. O que queremos dizer ao usar o termo "por sua boa vontade"?
Queremos dizer que, embora o homem esteja perdido e decaído, nada
merecendo de Deus, foi do prazer de Deus fazer provisão para algumas
pessoas mediante aquilo que é chamado de pacto da graça.
4. Como Deus leva seus eleitos a um estado de salvação?
Deus leva seus eleitos à salvação por meio de um Redentor (At 4.12).
5. O que é o pacto da graça?

É um pacto de vida eterna e salvação para pecadores, a lhes ser dado por
graça e misericórdia gratuitas. E um acordo entre Deus e seus eleitos.
6. Há condições estipuladas para o pacto da graça?
Sim, há uma condição. A condição é a fé, pela qual os eleitos têm um
interesse ativo em Jesus Cristo (Jo 3.15; At 16.31).
7. Qual é a promessa inferida no pacto da Graça?
A promessa é que Deus fará com que seu Santo Espírito habite nos eleitos e
opere neles, criando a fé e virtude que ele deseja. Em outras palavras, o que
Deus requer, • ele dá (J. B. Green).
UM PACTO COM UMA CONDIÇÃO
O pacto da graça é o que cura e consola uma alma ferida. É um pacto que
mostra uma porta aberta de escape para o pecador. As promessas desse
pacto são absolutamente grátis no que nos diz respeito. Contudo, o pacto da
graça é um pacto com uma condição.
A. A. Hodge coloca isso muito bem quando diz: "Aqui está um pacto com
uma condição — todo aquele que crê será salvo, e todo aquele que não crê
será condenado. O Senhor Jesus Cristo aparece como sendo o Mediador do
pacto, porque tudo depende de sua obra mediadora. E acima de tudo, ele
representa o Fiador. Você se ajoelha e promete fé, e o Senhor Jesus Cristo
assina por você".
É verdade que o pacto da graça, tomado por si só, é pura graça e exclui
todas as obras. O Evangelho do Senhor Jesus Cristo é Boas Novas e é
simplesmente uma dádiva de Deus. Mas este Evangelho vem para nós
dentro da estrutura de uma condição, essa condição não sendo outra coisa
senão nossa fé em aceitar com disposição o que Deus nos quer dar. A
vontade de Deus para isso se realiza somente pela nossa razão e
nossa vontade.
Tudo isso coloca sobre nós como cristãos uma grande responsabilidade de
pregar o Evangelho a todo aquele com quem entramos em contato. Pois

realmente todo aquele que crê será salvo e todo aquele que não crê será
condenado, pois tal é a condição compreendida no pacto da graça. Pode-se
muito bem dizer, falando teologicamente, "que uma pessoa, pela graça que
recebe, deve crer e se voltar do pecado para Deus" (Bavinck). Isso significa
que o evangelismo, segundo os Padrões de Westminster, é algo que deve ser
desempenhado por todo crente nascido de novo. Não há espaço na
Fé Reformada para a noção errada mantida por muitos de que não há lugar
para o trabalho pessoal dentro da estrutura dos Padrões de Westminster.
Cabe a todos nós que perseveramos nos Padrões, lembrar de nossa
responsabilidade como tão apropriadamente declarada por Paulo: "Fiz-me
fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para
com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns (ICo 9:22). O
Pacto da Graça, com sua condição, deve nos motivar ao evangelismo
pessoal.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 21. Quem é o Redentor dos escolhidos de Deus?
Resposta: O único Redentor dos escolhidos de Deus é o Senhor Jesus
Cristo, que, sendo o eterno Filho de Deus, se fez homem, e assim foi e
continua a ser Deus e homem, em duas naturezas distintas, uma só pessoa,
para sempre.
Referências Bíblicas: lTm 2.5; Jo 1.1,14; Jo 10.30; Fp 2.6; G14.4; Fp
2.5,11.
Perguntas:
1. Por que o Redentor dos escolhidos de Deus é chamado o Senhor Jesus
Cristo?
Ele é chamado de Senhor por causa de sua soberania e domínio (At 10.36).
Ele é chamado de Jesus porque ele é o Salvador de seu povo (Mt 1.21). Ele
é chamado de Cristo porque ele é ungido pelo Pai com o Espírito Santo que
lhe foi dado sem medida (At 10.38). Ele é plenamente qualificado por Deus
2. Como o Senhor Jesus Cristo redime os escolhidos de Deus?
Ele os compra por seu sangue e os resgata pela sua conquista despojando
principados e potestades (IPe 1.18-19; Cl 2.15).
3. O que o Senhor Jesus Cristo se tornou para redimir os escolhidos de
Deus? Tornou-se homem mas não cessou de ser Deus. Tornou-se Emanuel,
Deus conosco.
4. Por que foi necessário que se fizesse homem?
Foi necessário para que ele pudesse ser capaz de sofrer a morte pelos
homens e para que pudesse se tornar seu Sumo Sacerdote a fim de
reconciliá-los com Deus (Hb 7.26, 27).

5. Como Cristo pôde ser tanto Deus como homem?
Cristo é Deus e homem por uma união pessoal. Ambas as naturezas são
distintas, a natureza divina não sendo sujeita à mudança e a natureza
humana não sendo onipotente.
6. Podemos ter algumas afirmações compactas sobre a constituição da
pessoa do Redentor?
J. B. Green foi provavelmente quem colocou isso da maneira mais concisa:
"1) A realidade das duas naturezas. 2) A integridade das novas naturezas. 3)
A nitidez das duas naturezas após a união. 4) A personalidade una".
TENHA TODA CERTEZA
Que Jesus Cristo é o único Redentor dos escolhidos de Deus é um fato que
devemos agradecer eternamente a Deus. Embora seja difícil
compreendermos as complexidades de como ele pôde ser tanto Deus como
homem, de como as duas naturezas são distintas e contudo ele ser um só,
certamente podemos agradecer e louvar a Deus por ele ter nos comprado
com seu próprio sangue e assim ter se tornado o Redentor único dos
eleitos de Deus.
O fato é realmente um fato maravilhoso, mas ainda a pergunta precisa ser
feita e respondida por todos: Estamos certos de que estamos entre aqueles
que ele comprou e salvou? O escritor do hino colocou isso bem ao dizer:
"Esteja certo, sim, bem certo, que sua âncora está na Rocha Firme! Esta
Rocha é Jesus, Sim, é ele. Esta Rocha é Jesus, E só ele" (Sra. Ruth Caye
Jones). Pois como o título do hino tão bem diz: "Em Tempos Como Estes"
precisamos de um Salvador.
Poder discutir e ter um bom entendimento da teologia é uma coisa boa e
saudável. A igreja precisa desta disciplina, precisa de um entendimento
melhor daquilo que os Padrões ensinam. E pena que muitos presbiterianos
nem saibam dizer em que consistem os Padrões. Repetimos: é bom ter
conhecimento teológico. Mas ao nos aproximarmos desta pergunta do
catecismo com outro fato teológico, o do Redentor dos escolhidos de Deus,

é mais importante ainda ter um conhecimento pessoal do próprio Redentor,
Jesus Cristo.
Enquanto você lê este pequeno artigo, duas perguntas são pertinentes.
Primeiro: Você conhece Cristo como seu Salvador e Senhor? Alleine coloca
isso claramente ao dizer: "Embora por si só vocês nada possam fazer, tudo
podem fazer pela habilitação do Espírito dele, e ele lhes oferece essa ajuda.
Deus manda que vocês 'se lavem e fiquem limpos'. Deus os convida a serem
limpos por ele e roga que se entreguem a ele. Aceitem o que ele oferece, e
deixem que faça por vocês, e em vocês, o que vocês não podem fazer para
si". (Pv 1.24, Ap 3.20). Segundo, se você crê que Cristo o salvou: Você
está agindo como quem foi salvo por ele? Sua vida mudou, as coisas velhas
estão passando, todas as coisas estão se tornando novas?
Ter o conhecimento teológico de que ele é o Redentor dos eleitos de Deus é
bom. Você tem o conhecimento no Coração? Is 47.4.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 22. Como Cristo, sendo o Filho de Deus, se fez homem?
Resposta: Cristo, o Filho de Deus, fez-se homem tomando um corpo
verdadeiro e uma alma racional, sendo concebido pelo poder do Espírito
Santo no ventre da virgem Maria e nascendo dela, mas sem pecado.
Referências Bíblicas: Jo 1.14; Lc 1.31, 35,41,42; Hb 2.14; Mt 26.38;
G14.4; Hb 4.15; Hb 7.26.
Perguntas:
1. O nascimento de Cristo foi um ato voluntário de Cristo?
Sim, foi um ato voluntário. Ele tomou sobre si a natureza humana para que
pudesse ser habilitado para ser nosso Redentor.
2. Ele assumiu a natureza de um homem verdadeiro?
Sim, assumiu a natureza de um homem verdadeiro. Ele teve as duas partes
essenciais de um homem, possuindo um corpo real de carne e sangue e
ossos e possuindo uma alma.
3. Como podemos provar que ele tinha um corpo real?
A Bíblia nos diz que ele é chamado de "Homem". Ele foi sujeito à fome, ao
cansaço e à sede como outras pessoas. Foi também crucificado, morto e
sepultado e ressuscitou no corpo. Lucas 24.39 ensina que ele tinha um
corpo, não só um mero espírito.
4. Como podemos provar que ele tinha uma alma, uma alma racional?
A Bíblia diz que ele tinha alma e que sua natureza divina não substituiu,
nem ficou no lugar da alma. Mateus 26.38 ensina que sua "alma [estava]
profundamente triste até a morte".

5. O nascimento de Cristo foi como o nascimento de outros homens?
Não, seu nascimento ocorreu pelo poder miraculoso do Espírito Santo no
útero da Virgem Maria.
6. Por que Cristo nasceu de uma virgem?
Cristo nasceu de uma virgem para que pudesse ser concebido e nascido sem
pecado, para que pudesse estar livre do pecado original que foi passado para
toda a posteridade de Adão por geração natural.
7. Será que é realmente importante nós crermos que Cristo nasceu de
uma virgem? Sim, isso é muito importante. (O artigo seguinte trata desse
assunto).
A IMPORTÂNCIA DO NASCIMENTO VIRGEM DE CRISTO
Em muitos ambientes nas igrejas de hoje faz-se a seguinte pergunta: "Será
realmente necessário que uma pessoa creia no nascimento virginal de
Cristo?" A idéia ou o sentimento por trás da pergunta é que não é necessário
crer nessa doutrina para se tornar um cristão, ou que não é necessário
acreditar nessa doutrina para ser ordenado ao ministério do Evangelho. Na
verdade, a resposta à pergunta é muito simples, se quem responde sobre sua
crença no nascimento virginal é membro de uma igreja que adota os
Padrões de Westminster. Nossos Padrões de base bíblica ensinam o
nascimento virginal e se um pastor não crê neles não está qualificado a estar
na igreja presbiteriana.
O dr. Benjamin B. Warfield responde a esse questionamento importante
com respeito ao nascimento virginal quando diz: "É somente em sua relação
à doutrina neotestamentária da redenção que a necessidade do nascimento
virginal de Jesus chega a sua plena manifestação. Pois neste cristianismo a
redenção que é proporcionada é distintamente a redenção do pecado; e para
que pudesse redimir os homens do pecado certamente era imperativo que o
próprio Redentor não estivesse envolvido em pecado". Será que haveria
modo mais claro de dizer que a obra redentora de Cristo depende de seu
nascimento virginal?

É muito difícil uma pessoa acabar tendo muita coisa quando começa a
duvidar das doutrinas essenciais do sistema cristão. Há fortes elos de
ligação entregas diferentes doutrinas do cristianismo, e a doutrina do
Nascimento Virginal é um elo essencial. É verdade, certamente, que uma
pessoa não é obrigada a ter um entendimento ou convicção perfeita com
respeito ao nascimento virginal para ser salvo, mas quem ignora ou nega
isso é uma pessoa que está negando a divindade de Cristo e é uma
pessoa, portanto, sem esperança neste mundo. Tal pessoa não merece o
púlpito, está apenas simulando pregar o Evangelho redentor completo de
Jesus Cristo.
É interessante notar que o quarto Concílio Geral, reunido em Calcedônia
em 451 A.D. declarou: "...Nosso Senhor Jesus Cristo... gerado antes de
todas as eras do Pai segundo a Deidade, e nestes últimos dias, para nós e
para nossa salvação, nascido de Maria, a Virgem Mãe de Deus, segundo a
humanidade; um e o mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigénito..." Nossa
Confissão de Fé afirma o mesmo na Seção 2.
Nisso nós cremos! E por isso louvamos a Deus!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 23. Que funções exerce Cristo como nosso Redentor?
Resposta: Cristo, como nosso Redentor, exerce as funções de profeta,
sacerdote e rei, tanto no seu estado de humilhação como no de exaltação.
Referências Bíblicas: At 3.22; Lc 4.18-21; Hb 4.14-15,5.5-6; Ap 19.16; Is
9.6-7; SI 2.6. Perguntas:
1. O que queremos dizer com o termo "função"?
A palavra "função" aqui é sinônima de "ofício" que vem do latim officium e
significa qualquer dever especial ou incumbência ou responsabilidade que
uma pessoa deverá exercer para outra. É interessante notar que o termo
nunca é usado para indicar o que uma pessoa faz para si, mas sempre dá a
entender o que uma pessoa faz para outra. O termo "ofício" não é usado na
Bíblia, mas aparece como termo teológico usado em nossos Padrões.
2. Que quer dizer "exercer" uma função?
Exercer uma função é fazer ou realizar tudo que pertence à função.
3. Jesus Cristo foi ordenado ou nomeado para essas funções?
Sim, Cristo foi ordenado a essas funções desde toda a eternidade (IPe 1.20).
4. Por que foi necessário que Cristo assumisse essas três funções?
Foi necessário para nossa salvação. Nossa salvação foi revelada por ele
como Profeta; comprada por ele como Sacerdote; e aplicada por ele como
Rei. Uma forma maravilhosa de colocar isso foi empregada pelo Rev. John
R. Mackay da Igreja Livre da Escócia, citado pelo dr. William Childs
Robinson: "Ao voltar os olhos para meu próprio coração nada vi senão
trevas, culpa e orgulho. Mas então me lembrei que Cristo é um Profeta que
pode dissipar minhas trevas. Cristo é um Sacerdote que pode remover
minha culpa. Cristo é um Rei que pode humilhar meu orgulho".

5. Há alguém mais na Bíblia que teve todas as três funções?
Não, na Bíblia ninguém mais senão Cristo teve todas as três funções, nem
mesmo aqueles que o tipificaram no Antigo Testamento.
6. De que maneiras Cristo executa essas funções?
Ele exerceu essas funções em seu estado de humilhação aqui na terra e
continua a fazer o mesmo agora em seu estado de exaltação no céu.
NOSSO REDENTOR
Todas as vezes que vejo a palavra "Redentor" no papel, penso no que diz
Tito 2.14, um versículo glorioso para o cristão: "O qual a si mesmo se deu
por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo,
um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras". O fato da redenção é
ensinado repetidas vezes na igreja. Nossos padrões a ensinam como
significando "O caráter necessário, objetivo, voluntário,
expiatório, propiciatório, substitutivo e eficaz da ação de Cristo na qual ele
se deu por nós" (Hendriksen). Por vezes a igreja negligencia o resultado da
redenção.
Tito 2.14 dá-nos um bom retrato daquilo que Deus espera que seja o
resultado da redenção. Certamente o resultado da redenção visa ao
propósito de redimir-nos de nossa iniqüidade. É igualmente importante que
seja para o propósito de purificar para si um
_ _ A
povo "diferente", um povo que tenha um desejo ardente de fazer boas obras.
E nessa área específica que a igreja de hoje parece falhar.
Não faz muito tempo, ouvi um homem pregar um sermão sobre a
necessidade de uma reforma em nosso século. Foi realçado que na igreja
atual há muito mais cristãos do que no primeiro século, mas há mais falta de
poder dentro do grupo maior. Muitas vezes fico pensando se a resposta a
esse problema de falta de poder não tem algo que ver com a abordagem de
baixo padrão usada pela igreja de hoje. Como acontece em tantos ambientes

de educação, a mediocridade é o padrão da igreja. Isso significa que
sempre haverá uns poucos que se erguem acima do padrão, mas a pessoa
mediana cai abaixo do padrão proposto. O padrão da igreja hoje parece ter
que ver com ser um povo bem seu e esses terem uma atitude zelosa de boas
obras. O fato da redenção é ensinado e acreditado por muitos. Os resultados
da redenção são ignorados em muitos casos. A igreja quase chegou ao
ponto de ter medo de falar abertamente contra a impiedade e os desejos
carnais, e de ter medo de erguer o padrão até a altura das medidas de Deus,
não simplesmente um padrão que seja acima da crítica da sociedade da qual
faz parte.
Se somos redimidos pelo sangue do Cordeiro devemos dar graças a Deus!
Mas não termina aí. Devemos demonstrar a realidade de nossa natureza
redimida. (Tg 2.17-18).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 24: Como Cristo exerce as funções de profeta?
Resposta: Cristo exerce as funções de profeta, revelando-nos, pela sua
palavra e pelo seu Espírito, a vontade de Deus para a nossa salvação.
Referências Bíblicas: Jo 1.1-4; Jo 15.15; Jo 20.31; 2Pe 1.21; Jo 14.26.
Perguntas:
1. Cristo é chamado de "profeta " na Bíblia? E se é, por quê?
Ele é chamado de profeta em Atos 3.22. É chamado de profeta porque fez
uma revelação completa de todo o conselho de Deus.
2. Como Cristo nos revela a vontade de Deus?
Ele revela a vontade de Deus a nós de duas maneiras: exteriormente, pela
sua Palavra e interiormente, pelo seu Espírito.
3. Qual é a palavra de Cristo?
A palavra de Cristo é a Bíblia toda, a Escritura, que contém o Antigo e o
Novo Testamentos.
4. Como pode ser que a Escritura toda é a palavra de Cristo visto que
suas palavras só constituem uma pequena parte dela?
A Bíblia toda é chamada a palavra de Cristo porque aqueles que a
escreveram escreviam a palavra que tinham recebido do Espírito de Cristo
(IPe 1.10-11).
5. Épossível ser salvo simplesmente pela Palavra de Deus sem o Espírito?
Não, não é possível ser salvo simplesmente pela Palavra sem o Espírito. O
ensino sobre isso encontra-se em ICo 2.14.

6. Epossível ser salvo pelo Espírito sem a Palavra?
Há uma diferença entre esta e a pergunta anterior, pois a Palavra não pode
salvá-lo sem o Espírito e o Espírito não irá salvá-lo sem a Palavra. A Bíblia
ensina que toda a vontade de Deus que é necessária para nossa salvação está
revelada em sua Palavra.
7. Como o Espírito de Cristo nos faz sábios para a salvação?
O Espírito de Cristo nos faz sábios para a salvação abrindo nosso
entendimento, porque a entrada de sua palavra nos ilumina para que a alma
possa ver o caminho da salvação e o caminho oferecido.
A PALAVRA E A NOSSA SALVAÇÃO
De vez em quando o cristão é convidado a fazer uma defesa da posição de
que o conhecimento para a salvação vem somente da Palavra de Deus. Essa
defesa é necessária, pois muitas seitas e grupos heréticos negam o ensino e
insistem em sua crença na doutrina inventada pelos homens de que Deus
tem salvo, e salva, e revela sua vontade à parte da Palavra de Deus.
O poeta colocou essa verdade muito bem ao dizer o seguinte:
O firmamento estrelado E as glórias todas do céu Não brilham tanto ao teu
louvor, Senhor Como tua palavra escrita.
Senhor Onipotente, o sol faltará,
A lua esquecerá seu conto de cada noite,
E o silêncio profundo silenciará O coro radiante lá do céu;
Mas, fixado por anos eternos Imutável em meio a destroços das esferas,
Tua palavra brilhará em céu sem nuvens Quando céu-e-terra houver
passado.
Há muitos hoje que insistem que a salvação pode ser obtida à parte da
Palavra de Deus. É o modo popular e moderno de crer hoje, deixar de lado a

Bíblia e descobrir o caminho a Deus por meio do eu, com detalhes
filosóficos ou místicos. A fé reformada se mantém em oposição a isso. Em
um dos catecismos reformados há a pergunta: "De onde você conhece sua
miséria?" A resposta é: "Da lei de Deus". {Catecismo de Heidelberg,
Pergunta 3) O espelho está sempre presente conosco, o espelho da
Palavra de Deus, e por ela ser a revelação de Deus ela nos mostra nosso
pecado.
O perigo para a Igreja hoje vem daqueles que professam Cristo mas não
levam a sério a Palavra de Deus. Há cristãos demais que não a lêem, não a
estudam, nem enchem seu coração e sua mente dela. Humanamente
falando, se fosse possível receber todas as respostas sobre a vida por um
meio humano que pudesse ser ajuntado num livrinho, nós nunca nos
apartaríamos dele. Contudo, é exatamente isso que o temos na Palavra
de Deus. Nela temos nossa salvação e tudo o que é necessário para
agradarmos a Deus e assim gozá-lo para sempre.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 25: Como Cristo exerce as funções de sacerdote?
Resposta: Cristo exerce as funções de sacerdote por ter oferecido a si
mesmo uma vez, em sacrifício, para satisfazer a justiça divina e reconciliar-
nos com Deus, e por fazer contínua intercessão por nós.
Referências Bíblicas: Hb 9.14, 28; Rm 3.25; Rm 10.4; Hb 2.17; Hb 7.25.
Perguntas:
1. O que Cristo fez por nós como primeira parte de sua função como
sacerdote?
A primeira parte da função sacerdotal de Cristo foi oferecer um sacrifício a
Deus por nós. O sacrifício foi ele mesmo, o derramamento de sangue até a
morte.
2. O que é um sacrifício?
Um sacrifício é uma oferta santa oferecida a Deus por um sacerdote
nomeado por Deus.
3. Cristo ofereceu um sacrifício de si mais de uma vez?
Não, ele se ofereceu em sacrifício somente uma vez, e isso foi suficiente
pelos pecados de seu povo (Hb 9.28).
4. Por que Cristo se ofereceu como sacrifício por nós?
Cristo se ofereceu como sacrifício por nós para que pudesse satisfazer a
justiça de Deus para nós e para que pudesse reconciliar-nos com Deus.
5. Quando se emprega a palavra "nós" na pergunta acima, a quem ela se
refere? Refere-se aos escolhidos, não a toda a humanidade. (Jo 10.15).

6. Como o sacrifício de Cristo satisfez a justiça de Deus?
Satisfez porque esse sacrifício foi aceito por Deus e foi digno de aceitação.
7. O que Cristo faz por nós como segunda parte de sua função como
sacerdote?
A segunda parte da função sacerdotal de Cristo é que ele faz intercessão por
nós. (Is 43.12).
8. Onde a intercessão é feita e o que ele faz por nós nessa intercessão?
A intercessão é feita à destra de Deus. Intercedendo, ele ora e roga a Deus
por nós; por causa disso nossos pecados são perdoados, nossas orações são
respondidas e nós somos realmente reconciliados. Deve ser lembrado que
ele é o único intercessor no céu por nós.
NOSSO INTERCESSOR
A Confissão Belga esclarece bem o assunto da intercessão de Cristo quando
declara: "Cremos que nós não temos acesso nenhum a Deus, salvo somente
pelo Mediador e Advogado único, Jesus Cristo o justo". Mais adiante, para
que não haja quem procure outro intercessor, ela declara: "E se buscamos
um que tenha poder e majestade, quem há que tenha tanto de ambos como
aquele que se assenta à mão direita do Pai, e que tem todo o poder no céu e
na terra?" (Artigo 26).
Sempre houve no mundo aqueles que procuram "um outro intercessor"
pensando que de algum modo poderão encontrar algum poder extra sem
passar pelo caminho estreito, que é o caminho da salvação por intermédio
de Jesus Cristo. A igreja é sempre chamada a tomar uma posição contra
crenças falsas tais como "outro intercessor" e deve estar sempre pronta a dar
resposta a essas crenças falsas. O cristão de fé está convencido de que
Cristo é o intercessor, e dá graças por ele. No entanto, há sempre o perigo
de o cristão não valorizá-lo por não reconhecer que é verdadeira e poderosa
a intercessão de Cristo, não sendo, portanto, grato como deveria ser. Isaac
Watts acertou a abordagem quando escreveu:

Olhai! Da ensangüentada cruz
Torrentes de tristeza e amor!
Que dor, que amor do meu Jesus!
Por mim, seu vil perseguidor!
Se o mundo inteiro fosse meu,
Mesquinha oferta ao Redentor
Seria; pois na cruz venceu
Minha alma e todo o meu amor!
Trad. Justus H. Nelson, 1890 (?) em Seja Louvado, 114.
Ao cristão nascido de novo o caso pode ser colocado de modo bem simples:
Você já experimentou as lágrimas de sentimento, para não falar da oferta de
si mesmo? E possível que a dificuldade de percebermos o que temos na
intercessão de Cristo esteja em que nunca demos importância suficiente a
isso para chorar pelo muito que ele sofreu por nós. Um crente que conheço
nunca começa a falar sobre o sacrifício do Salvador por ele sem derramar
lágrimas. Você diz: "É emocionalismo!" Lágrimas sinceras com respeito ao
sacrifício de Cristo e sua subseqüente intercessão nunca farão mal a
ninguém. A pergunta é: Será que nos importamos até esse ponto? (Ef 3.14-
21).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta: 26. Como Cristo exerce as funções de rei?
Resposta: Cristo exerce as funções de rei, sujeitando-nos a si mesmo,
governando-nos e protegendo-nos, contendo e subjugando todos os seus e
os nossos inimigos.
Referências Bíblicas: SI 110.3; Is 33.22; ICo 15.25; At 12.17; At 18.9-10.
Perguntas:
1. A Bíblia ensina que Jesus Cristo é Rei?
Sim, a Bíblia ensina isso em SI 2.6 e novamente em Jo 18.36.
2. Quando Jesus Cristo foi feito Rei?
Ele foi feito Rei desde o princípio. Foi proclamado como Rei no seu
nascimento e outra vez na sua morte.
3. Como Cristo exerce seu reinado?
Ele o exerce de dois modos: 1) Sobre seu povo escolhido (Jo 1.49). 2)
Sobre seus inimigos e os inimigos de seu povo escolhido (SI 110.2).
4. Como Cristo exerce sua soberania sobre seu povo escolhido?
Ele a exerce subjugando-os a si. Faz isso mediante o poder do Espírito da
Palavra de modo a torná-los dispostos a abraçar o Salvador. Ele os encontra
obstinados e desobedientes e rebeldes mas ele os chama a si.
5. Como Cristo exerce sua soberania ao reger sobre seu povo escolhido?
Ele o exerce governando interiormente por meio de seu Espírito,
trabalhando neles a disposição da obediência a ele.

6. Que mudança isso realiza quanto ao relacionamento das pessoas com
a Palavra?
A mudança é que embora ainda estejam no mundo não são realmente do
mundo, e sim membros do reino invisível de Cristo. Isso também significa
que o mundo os odiará.
7. Como Cristo exerce seu domínio de Rei sobre seus inimigos e os
inimigos de seu povo escolhido?
Exerce seu domínio de Rei defendendo seu povo, reprimindo e vencendo
todos os inimigos seus e deles (colocando-lhes fronteiras e limites) e
ganhando-os para si.
NOSSO LIBERTADOR
"O Senhor é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador; o meu
Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha
salvação, o meu baluarte" (SI 18.2).
Calvino nos diz, em seu comentário sobre esse versículo, que "Aqui Davi
equipa assim o cristão fiel da cabeça aos pés". Continua dizendo
"Aprendamos, portanto, com seu exemplo, a aplicar para nosso próprio uso
os títulos aqui atribuídos a Deus, e aplicá-los como antídoto contra todas as
perplexidades e aflições que nos possam sobrevir; ou melhor, que sejam
indelevelmente impressos em nossa memória, para que possamos afastar
para longe qualquer temor que Satanás possa sugerir à nossa mente".
É verdade que como crentes precisamos viver neste mundo. E que mundo
temos no dia e na época de hoje! O Senhor nos falou que neste mundo
teríamos aflições. Uma boa tradução dessa palavra é "pressão, ansiedade".
Esta tradução cabe bem no dia de hoje. Dificilmente um dia passa em que
não tenhamos de enfrentar as pressões da vida, com a ansiedade de um
temporal que surge para aborrecer profundamente nosso coração e mente.
Como reagimos? Reconhecemos que temos um Libertador? Reconhecemos
que ele é nosso Rei? Reconhecemos que um Rei sempre sente a obrigação
de defender e guardar seus súditos?

Lina Sandell colocou isso em linguagem autêntica e proveitosa:
Ajuda-me, portanto, em cada tribulação
A confiar em tuas promessas, Deus,
Que eu não perca, da fé, a boa consolação
Oferecida em Tua Palavra aos olhos meus.
Ajuda-me, quando tenho com a lida a luta,
A escolher sempre, qual da mão paterna,
Um a um, os dias, o momento em fuga,
Até que eu chegue à prometida terra.
Nossa herança, por meio de nosso grande Rei, é que podemos ser "mais que
vencedores" em meio a toda sorte de tribulações. Nossa pergunta e resposta
do catecismo para esse estudo serve bem para nós no dia atual. Saímos à
batalha, a cada dia, com a armadura completa, a armadura de Deus. Leia
novamente Efésios 6.13-17 e seja agradecido.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 27. Em que consistiu a humilhação de Cristo?
Resposta: A humilhação de Cristo consistiu em ele ter nascido, e isso em
condição baixa, ter-se colocado sob a lei, ter sofrido as misérias desta vida,
a ira de Deus e a amaldiçoada morte na cruz; em ter sido sepultado e
permanecido debaixo do poder da morte durante certo tempo.
Referências Bíblicas: Lc 2.7; Fp 2.6-8; G14.4; Is 53.6; Mt 27.46; G1 3.13;
ICo 15.3,4. Perguntas:
1. Em quais coisas Cristo se humilhou?
Cristo se humilhou em seu nascimento, em sua vida e em sua morte.
2. De que maneira Cristo se humilhou em seu nascimento?
Cristo se humilhou em seu nascimento por ter nascido de uma virgem,
numa manjedoura, e por ter-se tornado homem, ele que era o eterno Filho
de Deus.
3. De que maneira Cristo se humilhou em sua vida?
Cristo se humilhou em sua vida por ter sujeitado-se à lei; por ter entrado em
conflito com o diabo; por ter suportado a maledicência de homens que eram
maus; por ter suportado as enfermidades da carne, até mesmo aquelas
suportadas por todos os homens.
4. De que maneira Cristo se humilhou na sua morte?
Cristo se humilhou em sua morte por ter se submetido à morte maldita da
cruz (G1 3.13) e ter suportado a agonia descrita na Bíblia como tendo
acontecido a ele.
5. O que significa a humilhação de Cristo para nós como cristãos?

A humilhação de Cristo nos assegurou nossa redenção, pelos méritos de
seus sofrimentos (Ef 1.7).
6. Estava a alma ou corpo de Cristo separados dele durante sua morte?
Não, sua alma ou corpo não poderiam estar separados dele visto ser ele
divino e a Bíblia ensinar que ele "ontem e hoje é o mesmo e o será para
sempre" (Hb 13.8).
O GÓLGOTA
Abraham Kuyper, em seu livro útil, His Decease At Jerusalem, declara:
"Mesmo entre os mais piedosos, só uns poucos se dispõem a buscar a
significância real das profundezas do Gólgota. Na maioria das vezes nós
nos preocupamos com as provas exteriores de sua morte. Isso não nos
perturba tanto. Mas ninguém parece disposto a suportar o exame doloroso
de seu conflito com o Pecado, com Satanás e a Sentença de Morte, o exame
que lacera o coração e alma."
O Gólgota! Ali nosso Senhor chegou ao clímax daquelas coisas que fez a
fim de que outros pudessem viver. Nada lhe restava senão uma cruz onde
pudesse morrer. E isso entre os risos zombeteiros de seus caluniadores.
Olhe para a Cruz de Cristo, aquele lugar onde Cristo ouviu as palavras de
escárnio: "Salvou os outros; a si mesmo não pode salvar!" Quão verdadeiras
foram, não sabendo quem as disse a verdade profunda que pronunciava.
Pois nisto estava a verdade a respeito de sua morte: para salvar outros não
podia salvar a si mesmo! Pagou o preço final sobre a Cruz, e então soube
que a dívida pela redenção do homem estava completamente saldada. Ficou
livre para pronunciar as palavras: "Está consumado!" Foi uma exclamação
trovejante de vitória sobre o príncipe do mundo e sua corte.
Cantamos sobre a Cruz e dela falamos — mas será que meditamos com
profundidade ao considerar a humilhação que ele sofreu ali? Quão pouco
conduzimos nossos pensamentos a desenvolver uma compreensão sincera
de seu sacrifício na Cruz. O que ele sofreu lá por amor a nós, o que ele fez
lá que garantiu a preciosa dádiva da vida eterna por você e por mim!

Devemos pensar mais sobre a cena do Gólgota e deixar que seja uma
lembrança contínua para nós do precioso sangue que verteu. Precisamos ver
aquela Cruz na qual encontramos nossa glória.
Precisamos examinar nosso coração na sua presença e pedir-lhe, como o
salmista do passado: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-
me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau
e guia-me pelo caminho eterno" (SI 139.23-24). Precisamos lembrar o que
ele fez por nós e perguntar a nós mesmos: "O que estamos fazendo por
ele?" Estamos dispostos a renunciar a tudo por sua causa? Estamos
dispostos a ser humilhados pelo mundo à medida que testemunhamos
dele? Estamos dispostos a desistir de tudo que for necessário a fim de
caminhar para sua glória? Bendito Redentor, Precioso Redentor é nosso
rogo — o que nossa vida testifica?

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 28. Em que consistiu a exaltação de Cristo?
Resposta: A exaltação de Cristo consiste em ele ressurgir dos mortos no
terceiro dia; em subir ao Céu e estar sentado à mão direita de Deus Pai, e
em vir para julgar o mundo no dia final.
Referências Bíblicas: ICo 15.3-4; At 1.9; Ef 1.19-20; At 1.11; At 17.31.
Perguntas:
1. Quantas partes há na exaltação de Cristo?
Há quatro partes na sua exaltação. A primeira parte é sua ressurreição dos
mortos; a segunda, sua ascensão ao céu; a terceira, seu assentar à mão
direita do Pai; a quarta, sua vinda para julgar o mundo.
2. Épossível provar que ele ressuscitou dos mortos?
Pode ser provado pelas muitas testemunhas que o viram e conversaram com
ele depois de ressurreto. Outra prova é que se não fosse assim nossa fé seria
vã, como é ensinado em 1 Coríntios 15.17.
3. Quem foi responsável por esse milagre de ressuscitar dos mortos?
Cristo fez isso pelo seu próprio poder e Espírito como é ensinado por
versículos tais como João 10.17-18; Romanos 1.4.
4. O que a ressurreição de Cristo nos ensina?
Ensina-nos a andar em novidade de vida (Rm 6.4).
5. Por que Cristo subiu ao céu?
Ele subiu ao céu para que pudesse ser reconduzido à glória que tinha antes
que o mundo fosse formado (Jo 17.5). Pela sua ascensão também assumiu,

como Cabeça da igreja, o destino de todos os crentes.
6. O que Cristo faz à mão direita de Deus?
Cristo faz intercessão por todos os crentes nesse lugar e está também
preparando-lhes um lugar.
7. Quando e como Cristo virá para julgar o mundo?
Virá parajulgar o mundo no último dia. Julgará o mundo emjustiça, dando a
cada um conforme o que mereceu (2Co 5.10).
O JULGAMENTO
A quarta parte da exaltação de Cristo é o julgamento do mundo no dia final.
Como crentes, podemos ser agradecidos a Deus porque nesse julgamento
vamos ser declarados justos com base em nossa participação na justiça de
Cristo. O "livro da vida" será aberto, o livro do amor eletivo de Deus. E
realmente um dia que o crente aguarda com alegria, pela fé.
Há um fato com respeito ao julgamento que nos deve fazer examinar nosso
coração sinceramente perante o Senhor. Os segredos de todos os corações,
os estados interiores e motivações ocultas de nossos feitos serão incluídos
como matéria para ser julgada, bem como as ações em si. Como cristãos
professos, essa idéia precisa ser considerada.
É verdade que "pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós;
é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2.8,9).
Contudo também é fato que a pessoa que é salva com sinceridade pela fé
vai mostrar os frutos das boas obras como é esclarecido no versículo
seguinte: "Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras,
as quais de antemão preparou para que andássemos nelas". Se
reivindicamos Cristo como nosso Salvador, a pergunta vem a propósito:
Estamos nós mostrando boas obras? São comuns em nós os frutos do
Espírito ou as obras da carne?
A. A. Hodge, ao tratar do julgamento afirma, sobre os crentes: "Seu caráter
santo e bons feitos... serão declarados publicamente como prova de terem

sido escolhidos, de seu relacionamento com Cristo, e da gloriosa obra de
Cristo neles" (Mt 13.43; 25.3440).
É importante perguntarmos a nós mesmos hoje, neste momento: Estamos
dando prova de que fomos escolhidos, de nosso relacionamento com Cristo,
da gloriosa obra de Cristo em nós? Jim Elliot certa vez escreveu em seu
diário: "'Ele faz seus ministros uma chama de fogo'. Será que eu sou
inflamável? Deus me guarde do amianto das 'outras coisas'. Sature-me com
o óleo do Espírito para que eu possa ser uma chama". Será que nós oramos
assim? O dia do juízo o declarará e mostrará as provas de nossa eleição?

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta: 29. Como nos tornamos participantes da redenção adquirida por
Cristo?
Resposta: Tornamo-nos participantes da redenção adquirida por Cristo pela
eficaz aplicação dela a nós pelo seu Santo Espírito.
Referências Bíblicas: Jo 1.12,13; Jo 3.5,6; Tt 3.5,6.
Perguntas:
1. O que queremos dizer com a palavra "redenção" nesta pergunta
específica?
A palavra redenção nesta pergunta poderia ser definida como sendo a
doutrina completa da salvação revelada na Bíblia. O sentido amplo da
palavra é usado aqui. Warfield declara: "Ele morreu como resgate, é certo;
mas a salvação comprada por esse preço de resgate se realiza passo a passo
em seus estágios sucessivos até o fim" (Biblical Foundations, p. 244).
2. Como essa redenção foi comprada?
Essa redenção foi comprada pelo precioso sangue de Cristo (IPe 1.19).
3. Será que não é possível de alguma forma o próprio crente fazer-se um
participante? Não, é impossível o crente fazer-se participante da redenção.
A Bíblia nos ensina que somos totalmente incapazes de nos salvar a nós
mesmos, muito menos de merecer isso.
4. Por quem nossa redenção é aplicada?
Nossa redenção é aplicada pelo Espírito Santo. E sua operação efetiva em
nós que a faz acontecer.
5. Como essa pergunta nos ajuda a completar a doutrina da Trindade?

Ajuda-nos a tornar completa a doutrina da Trindade mostrando a obra do
Espírito Santo na obra da redenção. Já vimos como o Pai ordena, o Filho
compra, e agora o Espírito aplica. Spurgeon tinha uma predileta declaração
com a qual costumava finalizar muitos de seus sermões:
Já ouvimos o pregador
Que esclareceu a verdade contundente;
Mas precisamos de um Mestre maior Do trono eterno provindo.
A aplicação é obra de Deus somente.
O PROCESSO DA REDENÇÃO
O título acima poderá soar estranho para muitos leitores, embora seja bem
correto teologicamente. Warfield, em seu livro, The Plan ofSalvation,
declara: "...O plano de Deus é salvar, seja o indivíduo ou o mundo, por
meio de um processo. ...Remido por Cristo, regenerado pelo Espírito Santo,
justificado pela fé, recebido na família de Deus como filhos, dirigido pelo
Espírito para chegar às atividades de florescimento e frutificação da vida
nova, nossa salvação ainda está em processo e por enquanto incompleta".
O processo da redenção está em andamento, e contudo há muitos cristãos
que insistem em que não há espaço nas outras pessoas para erros, que
criticam seus irmãos no Senhor duramente no caso de incorrerem em
pecado. Isso é algo estranho e perigoso na igreja de hoje.
A. A. Hodge tinha uma frase favorita: "Lembre-se de que o Senhor nos
dirige por caminhos tortuosos em nossa peregrinação, e ele indica para nós
todas as nossas mudanças". Muitas vezes esses "caminhos tortuosos" são
caminhos em que caímos vítimas da tentação. Ora, isso não nos dá direito
algum de transigir com o mal. O padrão que o Senhor nos colocou é um
padrão de perfeição absoluta. O cristão não pode viver sabendo que há um
processo em andamento, e então aproveitar-se dele e usá-lo como desculpa
sempre que peca. Isso deve ser entendido por todos que chamam pelo nome
de Cristo.

No entanto, há o perigo, quando o cristão reconhece os fatos desse último
parágrafo, de ele padecer do mal de recusar desculpar, tolerar ou entender o
pecado em outras pessoas. Ele esquece que a Bíblia ensina que é só quando
a última trombeta soar que o corpo incorruptível entrará na glória prometida
aos filhos de Deus, e que só então o processo da redenção estará completo.
Um grande cristão via as coisas claramente quando disse: "Para com Deus,
um coração de fogo. Para comigo mesmo, um coração de aço. Para com
outros, um coração de amor". Reconhecia que devia pôr Deus primeiro
em todas as coisas. Reconhecia que, com o propósito de fazer isso,
precisava eliminar qualquer coisa que o impedisse. E além disso reconhecia
que os outros estariam passando pelo mesmo processo que ele, e sua atitude
para com eles deveria ser de amor.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 30. Como o Espírito aplica em nós a redenção comprada por
Cristo?
Resposta: O Espírito aplica a nós a redenção adquirida por Cristo,
operando em nós a fé e unindo-nos a Cristo por meio dela em nossa
vocação eficaz.
Referências Bíblicas: Ef 2.8; Jo 15.5; ICo 6.17; ICo 1.9; IPe 5.10.
Perguntas:
7. Como o Espírito nos aplica essa redenção?
Essa redenção é posta sobre a alma pelo Espírito. Ela nos une a Jesus
Cristo, nos "liga" a ele, nos faz "um" com ele. É um ato de Deus
2. Como épossível sermos unidos a Cristo quando ele está no céu e nós
aqui na terra? É possível porque a pessoa de Cristo está em toda parte. Mt
28.20.
3. Na união entre Cristo e o cristão há uma união mútua?
É uma união mútua mas começa primeiramente da parte de Cristo. A Bíblia
ensina que "Porei em vós o meu Espírito" (Ez 37.14).
4. O que acontece quando essa aplicação ocorre na alma?
Quando essa aplicação ocorre na alma, a alma crê, passando do estado
morto ao estado vivo.
5. Épossível que essa união seja dissolvida?
Não, é impossível que essa união seja dissolvida porque ela contém em si a
perseverança de Deus.

6. Essa fé que ocorre vem de nós mesmos ou de Deus?
Pode-se dizer que a fé é nossa ação mas é dom de Deus e obra do seu
Espírito. Um bom versículo a esse respeito é Cl 2.12: "Fostes ressuscitados
mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos".
7. A que a Bíblia compara essa união?
A Bíblia compara essa união à união entre esposo e esposa; cabeça e
membros; raiz e ramos; alicerce e superestrutura.
É DEUS QUE OPERA EM VOCÊ
A definição de fé de Calvino encontra-se em suas Instituías (III, 2.7):
"Possuiremos uma definição correta de fé se a chamarmos de um
conhecimento firme e certo da benevolência de Deus a nosso favor,
fundamentada sobre a verdade da promessa dada gratuitamente em Cristo,
tanto revelada a nossa mente como selada sobre nosso coração mediante o
Espírito Santo". Os Padrões Presbiterianos estão em completa
harmonia com o ensino contido na declaração de Calvino; e nossa pergunta
e resposta do catecismo estabelece a base para o ensino nesta pergunta e
outras perguntas que vêm a seguir.
Nosso título, "É Deus que Opera em Você" é um ensino muito necessário no
dia de hoje. Há muita pregação e ensino hoje que contradiz o ensino bíblico
de dependermos total e completamente de Deus para a conversão. E
verdade que em meio à experiência da conversão é difícil, por vezes, que o
homem entenda o relacionamento. Mas o escritor deste hino expressou-o
bem ao dizer:
Busquei a Deus, e depois percebi
Que ele, ao me buscar, moveu-me a buscá-lo,
Não fui eu que te encontrei, ó Salvador amado;
Não, eu fui o encontrado teu, já vi.

Poucas pessoas em nossas igrejas presbiterianas hoje teriam dúvidas de que
foi Deus quem trabalhou nelas quando ele as atraiu pela graça regeneradora
irresistível do Espírito Santo. Ainda assim, muitos deles não vivem como
cristãos de maneira tal a provar a um mundo moribundo que o mesmo Deus
Onipotente e Soberano está entronizado e que reconhecem sua soberania. A
Escritura ensina: "Porque todos os povos andam, cada um em nome do seu
deus; mas, quanto a nós, andaremos em o nome do Senhor, nosso Deus,
para todo o sempre" (Mq 4.5). É nossa responsabilidade andar em
verdadeira piedade. Nossa fé não deve depender das pressões de nossos
semelhantes ou do que eles poderão pensar de nós, mas nossa fé precisa ter
a constância do Deus Onipotente. Ou, em outras palavras, por nossa fé ter a
constância do Deus Onipotente, podemos ter certeza de que nada nos
poderá desviar da rota que conduz ao céu.
Calvino certa vez orou assim: "... que possamos aprender a elevar os olhos e
a mente e todos os nossos pensamentos a teu grande poder, pelo qual tu
vivificas os mortos, e fazes surgir do nada coisas que não são, para que,
embora sejamos expostos à ruína todos os dias, nossa alma possa sempre
aspirar à eterna salvação". Lembre-se: "É Deus Que Opera em Você!"

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 31.0 que é vocação eficaz?
Resposta: Vocação eficaz é a obra do Espírito Santo, pela qual, ao
convencer-nos do nosso pecado e da nossa miséria, iluminar nosso
entendimento pelo conhecimento de Cristo e renovar a nossa vontade, nos
persuade e habilita a abraçar Jesus Cristo, que nos é oferecido de graça no
Evangelho.
Referências Bíblicas: 2Tm 1.8-9; Ef 1.18-20; At 2.37; At 26.18; Ez 11.19;
Jo 6.44-45; Fp 2.13; Ef 2.15.
Perguntas:
1. Quais são as duas formas de se entender a palavra "vocação" ?
Vocação tem sido reconhecida na Teologia Reformada tanto como vocação
ou chamamento "exterior" como "interior". O primeiro é o chamamento da
palavra pelo qual todos os pecadores são graciosamente convidados a
Cristo, para que tenham vida e salvação nele. Contudo, este chamamento é
insuficiente em si para habilitá-los a ir a ele. O segundo é o chamamento
interior do Espírito, que acompanha a proclamação da palavra, pelo qual o
pecador não só é convidado a Cristo, mas é também interiormente
capacitado a abraçá-lo conforme ele é graciosamente oferecido
nos Evangelhos.
2. O que está compreendido na obra do Espírito em nosso coração para
nos convencer de nosso pecado e miséria?
O Espírito nos dá uma visão clara da culpa de nossos pecados e um
reconhecimento da ira de Deus e das misérias do inferno. Isso fere nossa
consciência e faz-nos perguntar: "O que devo fazer para ser salvo?"
3. Como o Espírito executa essa tarefa?

O Espírito realiza essa tarefa pela lei — "Pela lei vem o pleno
conhecimento do pecado" (Rm 3.20).
4. Como o Espírito ilumina nossa mente?
O Espírito faz isso apontando-nos a Cristo, pois nele, isto é, no
conhecimento de sua pessoa, justiça, poder, etc., nós somos renovados em
nossa vontade e somos capacitados a nos voltar a Cristo como Salvador e
Senhor.
5. Nós conseguimos renovar nossa própria vontade?
Não, nossa vontade é renovada apenas quando o Espírito coloca nelas novas
inclinações e faz com que estejamos dispostos a abraçar Jesus Cristo pela fé
(Ef 1.19, 20).
A CONVICÇÃO DO PECADO
A convicção do pecado, embora não seja prova de conversão, é necessária
para ela. O Evangelho é oferecido àqueles que estão em culpa. Sem um
reconhecimento da culpa, o pecador nunca ficará convicto de que vai
perecer se não receber a justiça de Cristo.
A convicção é uma dádiva do Espírito Santo. Ele foi enviado para
convencer o mundo do seu pecado. O meio pelo qual o Espírito Santo faz
isso é o assunto da nossa pergunta do catecismo. Ele, o Espírito Santo,
convence e esclarece.
O Espírito Santo convence do pecado mediante a Lei. A pessoa que busca
Cristo é confrontada com o padrão da lei. Ela não deverá julgar-se pelo que
as outras pessoas fazem, nem por um padrão cultural que ela tenha
estabelecido que a faça parecer boa a seus próprios olhos. Essa é a razão
pela qual é tão necessário que o pregador do Evangelho erga bem alto a
Verdade, o padrão conforme é colocado na Palavra de Deus. E igualmente
necessário que o cristão obtenha toda sorte possível de conhecimento
bíblico das Escrituras, especialmente decorando-as, para que possa citá-las
corretamente no momento apropriado. O Espírito Santo vai utilizar isso
para a glória de Deus.

Muitas vezes, o Espírito Santo usará a vida de um cristão como instrumento
para convencer uma pessoa que ainda está em seus pecados. Portanto, como
cristãos, precisamos reconhecer nossa responsabilidade nesse ponto para ser
usados pelo Espírito. Um grande ministro da palavra de Deus certa vez
apresentou três coisas que um cristão deve fazer para ser usado como
instrumento do Espírito Santo: 1) Evitar todo pecado, exercitar todos os
sentimentos de afeto para com Deus e os semelhantes e ser dedicado à
glória e ao serviço dele. 2) Estar pronto para sofrer por Cristo. 3) Amar a
Cristo mais do que qualquer outra coisa, mais do que a própria vida.
Era uma expressão favorita de Charles Hodge dizer que a grande obrigação
do cristão é trabalhar para convencer o mundo de que é pecado não crer em
Cristo. Hodge dizia que o Espírito, por meio da verdade, produz essa
convicção, e que ele pode se utilizar do nosso esforço para levar as pessoas
a receber, reconhecer, amar, adorar a Jesus Cristo, bem como servi-lo e
confiar nele. Tal é o ensino de Atos 1.8. Possamos nós ser fiéis nisso.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 32. Que bênçãos gozam nesta vida aqueles que são eficazmente
chamados?
Resposta: Aqueles que são eficazmente chamados gozam, nesta vida, da
justificação, adoção e santificação, e das diversas bênçãos que acompanham
estas graças ou delas procedem.
Referências Bíblicas: Rm 8.30; Ef 1.5; ICo 1.30.
Perguntas:
1. Sobre esses benefícios o que devemos notar?
Devemos notar que esses benefícios são totalmente vinculados à vocação
eficaz. Além disso, devemos notar que "vocação" ou chamamento, no
sentido bíblico da palavra, não pode falhar ou permanecer ineficaz. A
vocação eficaz tem o poder de produzir o efeito pretendido, que é capacitar-
nos a abraçar Jesus Cristo. Tem também o mesmo poder de nos conceder
certos benefícios.
2. Quais são esses benefícios concedidos a nós como sendo aqueles que
são efetivamente chamados?
Esses benefícios são a justificação, a adoção e a santificação.
3. Que ligação há entre a adoção e a vocação eficaz?
O pecador tem um Pai Espiritual, Deus, por meio de seu relacionamento
com Jesus Cristo.
5. Que ligação há entre a vocação eficaz e a santificação?
O pecador tem um relacionamento com Cristo no que diz respeito a sua
capacidade de viver como os cristãos devem viver. Ele é a força do cristão.

6. Qual deve ser a atitude do cristão para com esses benefícios?
Com respeito a esses benefícios o cristão deve: A) Ser dedicado na
diligência para assegurar seu chamado (vocação) e eleição (IPe 1.10). B)
Ser agradecido por ter sido justificado, adotado e estar em processo de
santificação, e mostrar sua gratidão louvando a Deus e servindo-o. C) Estar
aguardando com alegria o dia em que, pela sua graça, o Senhor será
glorificado, sabendo que tal é a esperança daqueles que foram
predestinados, chamados e justificados.
DA ROCHA, MEL
No Salmo 81 Deus diz no verso 16: "Eu o sustentaria com o trigo mais fino
e o saciaria com o mel que escorre da rocha". A História nos conta que
havia na região da Palestina muitas abelhas silvestres que habitavam as
fendas das rochas. A rocha aqui, espiritualmente falando, representa Jesus
Cristo e o mel representa a abundância da graça que nele há.
Na verdade, o crente tem nele muitos benefícios, como nos ensina nossa
pergunta do catecismo. O crente chamado com eficácia participa da
justificação, adoção, santificação e dos outros benefícios. Contudo, alguns
desses benefícios só vêm para seus filhos obedientes. Spurgeon diz:
"Quando seu povo anda na luz de sua face, e mantém uma santidade
imaculada, a alegria e consolo que ele lhes dá são inimagináveis. Para eles
as alegrias do céu já começaram na terra. Podem cantar nos caminhos do
Senhor. A Primavera do verão eterno lhes chegou; já são abençoados e
procuram coisas ainda mais radiantes. Isso mostra-nos, em contraste, que
triste é um filho de Deus se vender à escravidão do pecado, e fazer sua alma
passar à desnutrição de um faminto, por seguir atrás de outro deus. Ó
Senhor, ata-nos para sempre somente a ti mesmo, e mantém-nos fiéis até o
fim".
Cristão, você acha que a descrição que acaba de ler acima retrata seu
relacionamento com ele? Nosso catecismo nos ensina que certamente
podemos gozar as "chuvas de bênçãos que vem do alto, porque são a
herança do cristão. Mas tantas vezes não fazemos uso delas e as perdemos
porque não andamos junto a ele "na luz do seu caminho". O caminho da

obediência à sua Palavra não é nosso caminho, e nosso testemunho
dele, nossa alegria nele não é o que deveria ser.
Alguém orou certa vez: "Senhor de todo pensamento e ação, Senhor para
enviar e Senhor para ficar. Senhor do falar, escrever, dar — Senhor para
obedecer em todas as coisas, Senhor de tudo que há em mim, agora e por
todo o sempre". De fato ele nos alimentará com "o mel que escorre da
rocha" se nós apenas nos entregarmos a Ele, tudo para sua glória.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 3 3.0 que é justificação?
Resposta: Justificação é um ato da livre graça de Deus, no qual ele perdoa
todos os nossos pecados e nos aceita como justos diante dele, somente por
causa da justiça de Cristo a nós imputada, e recebida somente pela fé.
Referências Bíblicas: Ef 1.7; 2 Co 5.19,21; Rm 4.5; Rm 3.22-25; Rm 5.17-
19; Rm 5.1; At 10.43; G1 2.16.
Perguntas:
1. O que significa a palavra "justificar" no Novo Testamento?
A palavra significa "considerar correto" no Novo Testamento. Significa
duas coisas: 1) mostrar estar certo ou justo; 2) declarar ser justo.
2. Quem é o autor de nossa justificação?
Deus é o autor de nossa justificação. Essa pergunta é a primeira de uma
série na qual são usadas as palavras "um ato da livre graça de Deus". Somos
justificados livremente pela redenção que está em Cristo Jesus. A graça de
Deus é a base mais profunda e causa final de nossa justificação.
3. Quais são as duas partes da justificação?
As duas partes são: 1) o perdão de nossos pecados; 2) o fato de Deus
aceitar-nos como justos a seus olhos.
4. Que duas grandes verdades estão presentes nessas duas partes?
A primeira verdade é que o perdão de nossos pecados é um ato contínuo
(Ver Calvino comentando Jo 1.29). Todos os nossos pecados são perdoados.
A segunda verdade é que não somos apenas perdoados, mas que também
nosso Senhor não fios abomina, e sim nos aceita como justos.

5. Como é possível ele nos aceitar como justos?
É possível ele nos aceitar como justos porque a justiça dele é tornada nossa
por imputação (Rm 4.6).
6. O que é imputação e como se aplica a nós?
Imputação é o ato de Deus computar justiça ou culpa a crédito ou débito de
um indivíduo. E crédito como se tivéssemos obedecido à lei e satisfeito
ajustiça.
7. Como somos justificados?
Somos justificados puramente pela fé sem que qualquer tipo de obra esteja
envolvido.
JUSTIFICAÇÃO — FÉ E OBRAS
Nas Epístolas de Paulo, o apóstolo nos afirma repetidas vezes que somos
livremente justificados pela graça de Deus. A. A. Hodge nos diz: "Ela (a
Justificação) é 'em o nome de Cristo', ICo 6.11; 'pelo seu sangue', Rm 5.9;
'gratuitamente', 'por sua graça', 'pela fé', Rm 3.24, 28". Contudo, muitas
vezes é levantado o seguinte argumento: "Tiago declarou: 'Verificais que
uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente' (Tg 2.24). Como
podem estar certos tanto Paulo como Tiago?"
Pois é verdade que tanto Paulo como Tiago estão certos. O apóstolo Paulo
afirma e prova por muitos argumentos que ajustificação é pela fé, fé na
pessoa de Cristo e sua justiça. Paulo afirma e prova que é pela fé e sem
obras. Paulo prossegue provando que em lugar de sermos justificados por
boas obras, as obras só nos são possíveis naquele novo relacionamento com
Deus ao qual somos introduzidos pela justificação.
Tiago não está tratando do assunto da justificação pela fé no capítulo citado
acima. Ele está tratando da questão importantíssima da relação em que
precisam estar as boas obras do crente para que seja uma fé genuína. Tiago
está simplesmente dizendo que uma fé genuína, que A. A. Hodge chama de
"a causa instrumental da justificação", produzirá uma fé viva, isto é, uma fé

com obras. Dizia um velho pastor: "A fé justifica nossa pessoa, mas as
obras justificam nossa fé e nos declaram justificados perante os
homens, porque não podem ver nem conhecer nossa fé senão pelas nossas
obras".
Combinando Paulo e Tiago o crente fica com duas verdades importantes: 1)
A justificação pela fé inclui dois elementos maravilhosos, ambos
concedidos por Deus graciosamente para o crente. O primeiro é a remissão
dos pecados e o segundo, a restauração ao favor divino. 2) Por sermos
justificados por fé, ajustificação sempre se fará acompanhar da santificação,
sem a qual nossa justificação não poderá ser verdadeira.
Dois versículos que combinam as duas verdades acima, dois versículos que
ajudarão o crente grandemente, são Filipenses 3:8-9. Decore-os e ore para
que lhe sejam vivos e vitais na vida, tudo para a glória do Senhor!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta: 34. O que é adoção?
Resposta: Adoção é um ato da livre graça de Deus, pelo qual somos
recebidos como filhos de Deus e temos direito a todos os seus privilégios.
Referências Bíblicas: Ho 3.1; Jo 1.12; Rm 8.17; Cl 3.10.
Perguntas:
1. Qual é a diferença entre a adoção aos olhos dos homens e aos olhos de
Deus?
A adoção, segundo o homem, é simplesmente receber na família uma
criança por causa de alguma qualificação da criança ou alguma necessidade
daquele que a está adotando. Deus adota os que são estranhos, os filhos da
ira, aqueles em quem nada há de recomendável, e lhes dá todos os direitos e
privilégios de filhos de Deus.
2. O que está compreendido nesse novo relacionamento?
A. A. Hodge declara: "A adoção apresenta a nova criatura em seus novos
relacionamentos — para os quais entrou com coração afim, sua nova vida
se desenvolvendo em um lar que lhe é agradável, com novos tipos de
relacionamentos que ajudam seu crescimento e a coroam de bênçãos". (Ver
Confissão de Fé, cap. 12).
3. Os filhos dos homens são todos adotados por Deus?
Não, somente aqueles que crêem em Cristo (Jo 1.12).
4. Exatamente quem faz o ato da adoção?
O ato da adoção pertence a Deus o Pai. "Vede que grande amor nos tem
concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus" (lJo 3.1).

5. Quais são os privilégios aos quais os filhos adotados de Deus têm
direito?
A lista poderia ser interminável. Os privilégios são, principalmente: 1)
Proteção contra males de toda espécie (SI 121.7). 2) O porte de sua
semelhança (Cl 3.10). 3) O acesso a Deus o Pai (1 Jo 5.14-15). 4) A
provisão das necessidades do crente (SI 34.10). 5) A garantia da entrada no
reino do céu. (Rm 8.17).
CONCIDADÃOS DOS SANTOS
"Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos,
e sois da família de Deus" (Ef 2.19). O escritor do hino afirmou a verdade
quando disse, referindo-se à mudança em sua vida: "Depois que Cristo me
salvou, em céu o mundo se tornou". Houve uma mudança maravilhosa. Por
termos sido adotados por Deus somos diferentes, não somos mais estranhos
ou pessoas sem cidadania, e sim concidadãos dos santos.
Esse novo relacionamento dá ao crente pelo menos dois vínculos com o Pai.
O primeiro é um privilégio, o de ter dentro de si um espírito apropriado aos
filhos de Deus. Esse espírito é um espírito livre porque é liberto do
sentimento de servidão e de culpa e da própria morte. Esse espírito é um
espírito de realeza. A Bíblia nos ensina que um crente é de "uma raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus" (IPe
2.9). Esse espírito é o espírito da glória, o que significa que o crente é
abençoado.
O segundo elo com o Pai é uma responsabilidade. A Bíblia ensina: "E estais
esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu,
não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por
ele és reprovado" (Hb 12.5). Como filhos de Deus, como filhos adotivos de
Deus, a Bíblia nos ensina que somos sujeitos a castigo quando fazemos o
que é errado aos olhos do nosso Pai Celeste. Esse elo é tão importante como
o elo mencionado acima, o elo do privilégio.
O relacionamento como filhos adotados de Deus deve ser aceito com toda a
seriedade. Devemos sempre ter em mente este relacionamento para que
possamos agir como crianças. Uma criança respeita seu pai. Um filho

cristão deve ter o maior respeito (temor está incluído aqui) pelo seu Pai
celestial. Uma criança deve obedecer a seu pai. Pois um filho pequeno
cristão deve viver na verdadeira atmosfera de obediência a seu Pai celeste.
Uma criança deve amar o pai e mostrar esse amor agradando o pai. Um
filho cristão deve adorar seu Pai celeste e empenhar-se por agradá-lo, seja
qual for a situação. Uma criança deve aceitar a disciplina. Um filho cristão
deve literalmente orar pela disciplina do Pai celeste (Ef 5.1).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 35. O que é santificação?
Resposta: Santificação é a obra da livre graça de Deus, pela qual somos
renovados em todo o nosso ser, segundo a imagem de Deus, habilitados a
morrer cada vez mais para o pecado e a viver para a retidão.
Referências Bíblicas: 2Ts 2.13; Ef 4.23-24; Rm 6.4,6,14; Rm 8.4.
Perguntas:
1. Como a santificação difere da justificação?
A justificação é completada imediatamente; a santificação é um processo
efetuado em etapas até chegar à perfeição na glória. A justificação altera a
posição ou a situação da pessoa diante de Deus; a santificação é uma
verdadeira mudança visto que muda o coração e a vida do homem. A
justificação é um ato de Deus à parte de nós; a santificação é a obra de Deus
que nos renova por dentro à medida que usamos os meios de graça.
2. O que significa a palavra "santificar" na Bíblia?
A palavra é usada na Bíblia de duas maneiras. (1) Separar de um uso
comum para um uso sagrado (Jo 10.36). (2) Tornar moralmente puro ou
santo (ICo 6.11).
3. Onde a santificação faz sua obra no crente?
A santificação faz sua obra no coração do crente, no novo homem. Deus faz
um trabalho de renovação em nós segundo sua imagem em conhecimento,
justiça e santidade.
4. Ao falarmos no "novo homem" o que queremos dizer?
Queremos dizer a nova natureza personificada como o eu regenerado do
crente, uma natureza "criada em justiça e santidade procedentes da verdade"

(Ef 4.24).
5. Quais são as duas partes da santificação?
As duas partes são: 1) Mortificação — na qual somos capacitados a morrer
cada vez mais para o pecado (Rm 6.11). 2) Vivificação — na qual nossa
natureza é vivificada pelo poder da graça para que vivamos para a justiça
(Rm 6.13).
6. Qual é a utilidade da santificação no crente?
A santificação é a prova de nossa justificação e fé e é necessária se é para
vivermos para a glória de Deus. É um aspecto necessário de nossa
preparação para nos encontrarmos com Deus, pois sem a santidade
nenhuma pessoa verá a Deus.
A SANTIFICAÇÃO— UMA GRAÇA E UM DEVER
Um aspecto muito importante da santificação foi apontado por A. A. Hodge
quando escreveu: "O Espírito Santo dá a graça, e a motiva e dirige no seu
exercício, e a alma então a pratica. Assim, ao mesmo tempo que a
santificação é uma graça, ela é também um dever; e a alma é tanto obrigada
como incentivada, na dependência do Espírito Santo, a usar todos os meios
para sua renovação espiritual, e formar aqueles hábitos de resistir ao mal e
agir direito do qual a santificação em tão grande parte consiste". (Confissão
de Fé, Cap. 13).
A Bíblia trata muitas vezes da responsabilidade do crente com respeito à
parte que ele tem no processo de santificação que está ocorrendo dentro
dele. Em Gálatas 5.24 encontramos:"... crucificaram a carne, com as suas
paixões e concupiscências". Até um verbo de ação, "crucificar", é usado.
Em Colossenses 3.5 encontramos: "Fazei, pois, morrer a vossa natureza
terrena". Novamente é um verbo de ação, a ação por parte do crente.
Lightfoot tem uma observação sobre essa passagem em que diz: "Ponha
em ação esse princípio da morte (mortificar), e mate tudo que é mundano e
carnal em seu ser".

Esse ensino sobre a santificação tem sido negligenciado muitas vezes pela
igreja. A Confissão Belga no Artigo 24 esclarece o assunto ao declarar:
"Portanto é impossível que essa fé santa seja sem frutos no homem; porque
não falamos de uma fé vã. O ensino segundo a Escritura é muito claro:
Somos justificados pela fé até antes de fazermos boas obras; então cremos
que essa fé verdadeira vai habilitar-nos a viver a vida nova, uma vida de
boas obras que procedem da boa raiz da fé".
A perguntajá foi feita muitas vezes: "Como isso pode ser feito pelo crente?"
Quatro boas sugestões, cada uma das quais precisa ser aplicada pelo
Espírito Santo, são: 1) Conservar fora da mente as coisas que contrariam a
Bíblia. 2) Vigiar—em Ef 6.18 a palavra "vigiando" vem de duas palavras:
"enxotar" e "sono". 3) Evitar ocasião para pecado. 4) Manter o corpo
"subordinado"; não mimá-lo, mas discipliná-lo! Note-se que todos esses são
verbos de ação por parte do crente, ação posta em funcionamento
pelo Espírito Santo à medida que o crente está "aperfeiçoando a santidade
no temor de Deus" (2 Co 7.1).
Essas quatro sugestões nunca serão postas em prática a não ser que o cristão
seja fiel no estudo da Bíblia, na oração e na freqüência regular ao culto.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 36. Quais são os benefícios que nesta vida acompanham a
justificação, a adoção e a santificação, ou que delas procedem?
Resposta: As bênçãos que nesta vida acompanham a justificação, adoção e
santificação, ou delas procedem, são: certeza do amor de Deus, paz de
consciência, gozo no Espírito Santo, aumento de graça e perseverança nela
até ao fim.
Referências Bíblicas: Rm 5.1,2,5; Rm 14.17; Cl 1.10-11; Pv 4.18; Jr
32.40;lJo 2.19, 27; Ap 14.12; 1 Pe 1.5.
Perguntas:
1. O que queremos dizer com "certeza do amor de Deus"?
Queremos dizer a certeza de que somos filhos de Deus e herdeiros da vida
eterna (Rm 5.5).
2. Todos os crentes experimentam essa certeza?
Segundo nossos Padrões, a pessoa pode ter fé suficiente para sua salvação,
e ainda "pode não ter suficiente fé ou frutos da fé para habilitá-lo a alcançar
essa certeza" (Whyte). Embora ter a certeza não seja essencial para a
salvação do indivíduo, é essencial ao bem-estar espiritual dele; e a Bíblia
ensina claramente que o crente deve buscar tal certeza. (2 Pe 1.10); (Hb
6.11).
3. O que queremos dizer com "paz de consciência"?
Queremos nos referir à calma quietude interior que é resultado de ter sido
justificado pela fé. Uma vez que temos a certeza de nossa reconciliação
com Deus, o que nos cabe é determinado pelo seu amor, e a paz é nossa
herança (Rm 5.1).
4. O que queremos dizer com "gozo no Espírito Santo"?

A alegria da salvação e a sensação do favor de Deus conferida pelo Espírito
Santo que habita os crentes como templo dele (IPe 1.8; Rm 14.17; G1 5.22).
5. O que queremos dizer com "aumento de graça"?
É o "crescimento em santidade e progresso na piedade" (James Harper).
Esta é a obra do Espírito Santo e é manifesta num aumento de fé, amor,
submissão, paciência, mansidão, etc. (G15.22, 23).
6. O que queremos dizer com "perseverança nela até ao fim"?
Queremos dizer a perseverança de Deus (não dos santos) para guardar o
crente até ao fim. Queremos dizer que o crente não pode cair da graça
totalmente nem finalmente. Isso se deve às promessas de Deus, à fidelidade
de Deus, ao fato de o Espírito Santo estar habitando no crente e à união dele
com Cristo (IPe 1.5).
VÓS DE CRISTO
"E vós de Cristo, e Cristo de Deus" (ICo 3.23). Acabamos de ver uma
pergunta de nosso catecismo que lista para nós muitas bênçãos. Na verdade,
poderíamos chamá-las de "Chuvas de Bênçãos!" Os cinco benefícios
listados na resposta a essa pergunta são bênção completa, são bem-
aventurança para o crente. Realmente, um crente não precisa de mais nada
para gozar a vida ao máximo. "Aleluia, que Salvador maravilhoso!"
Apesar de tudo que foi dito acima, a tendência dos crentes hoje é de
esquecer a quem pertencem. Alguns crentes vivem como se pertencessem a
si mesmos. Estão tentando "crescer" eles mesmos e portanto Cristo
"diminui" quando deveria ser o contrário. Finalmente chegam ao ponto em
que eles se entusiasmam com qualquer expectativa mais do que com a da
volta de Jesus.
Outros crentes pensam que pertencem ao mundo. Os amigos lhes são mais
importantes do que os direitos que Jesus Cristo tem sobre eles. Chegam a
negar a Cristo para conservar amizades, ganhar ou conservar prestígio, ter
certeza de que não serão vistos como impopulares. Esquecem-se de que as

bênçãos da pergunta só vêm para aqueles que buscam "primeiro o reino de
Deus e a sua justiça...."
Ainda outros crentes pensam que pertencem à igreja organizada. Os
caminhos do homem são mais importante para eles do que os caminhos de
Deus. Estão tão concentrados em preservar a paz da igreja que
negligenciam a pureza da igreja, o que resulta em desastre, como tem
acontecido em toda a história da igreja.
Os crentes precisam lembrar-se de que pertencem a Cristo! Charles Hodge
enumerou três obrigações de crentes: 1) "Que sempre atuemos de modo
digno desse relacionamento; lembremo-nos que não pertencemos nem a nós
mesmos nem ao mundo, mas unicamente ao Senhor". 2) "Contentamento.
Podemos vibrar de satisfação se somos de Cristo; pois se somos dele, todas
as coisas são nossas". 3) "Não mero contentamento, mas a antecipação
alegre da vinda e da glória de Cristo".
Concluindo, a Bíblia diz: "...não sois de vós mesmos. Porque fostes
comprados por preço; agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo" e no
vosso espírito, que são de Deus (ICo 6.19, 20).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 37. Quais são as bênçãos que os fiéis recebem de Cristo na hora
da morte?
Resposta: A alma do fiel, na hora da morte, é aperfeiçoada em santidade e
imediatamente entra na glória; e o corpo que continua unido a Cristo,
descansa na sepultura até a ressurreição.
Referências Bíblicas: Lc 23.43; Lc 16.23; Fp 1.23; 2Co 5.6-8; lTs 4.14;
Rm 8.23. Perguntas:
1. Quando os crentes morrem, que benefícios são recebidos?
O crente recebe um benefício com respeito a sua alma e com respeito a seu
corpo.
2. Que benefício é recebido pelo crente com respeito a sua alma?
Hb 12.23 ensina que a alma é tornada perfeita em santidade e passa
imediatamente à glória.
3. Como o cristão é beneficiado com respeito a seu corpo?
O corpo do crente no túmulo ainda estará unido a Cristo em união mística
(ICo 6.15). Na ressurreição o corpo do crente será unido com sua alma.
4. O que é essa "ressurreição" da qual se fala na pergunta anterior?
Essa ressurreição é a última e a geral, a ressurreição de todos os mortos no
dia final (lTs. 4.16).
5. Qual é a sorte da alma e do corpo dos que não crêem?
O corpo do incrédulo é fechado na prisão da sepultura (Dn 12.2) e sua alma
sofre o horror e tormento do inferno.

6. O crente ressurgirá com o mesmo corpo no dia final?
Sim, os mortos em Cristo serão erguidos com o mesmo corpo (Jó 19.26).
Haverá diferença na qualidade, não em substância e essência (Fp 3.20-21).
7. Como um crente pode ter certeza dessas bênçãos quando a morte se
aproxima?
Um crente pode estar seguro delas porque as promessas de Deus são certas
e verdadeiras, promessas feitas mesmo antes que o mundo começasse (2Tm
1.9). Não precisa haver dúvida nenhuma por parte do crente, pois "O que a
Bíblia diz, Deus diz, e isso encerra o assunto!"
A MORTE E O CRENTE
"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal
nenhum, porque tu estás comigo, o teu bordão e o teu cajado me consolam"
(SI 23.4). Neste maravilhoso versículo da Palavra de Deus temos o consolo
para o cristão que inclui tudo de que o homem precisa para enfrentar a
própria morte. Há a Presença — "porque Tu estás comigo". Há o Defensor
—"Tua vara e teu cajado me consolam". A vara era uma arma fortíssima de
defesa. Nosso Senhor nos defende de tudo. Há quem guie — "Tua vara
e teu cajado me consolam". O cajado é um guia no sentido de apontar o
caminho. Tudo isso em um versículo da Escritura, tudo isso e o Céu
também!
O poeta E. H. Hamilton colocou isso bem quando disse:
Medo? De Quê?
Sentir do espírito o êxodo feliz?
Passar da dor cruel para a perfeita paz?
Deixar parar a luta da vida, a tensão?
Medo?—disso?

Medo? De Quê?
Medo de ver a face de meu Salvador,
De ouvi-lo dar as boas-vindas com amor,
Ver seus ferimentos e a glória que reluz?
Medo? — disso?
Medo? De Quê?
Um lampejo — estrondo — ferido coração;
Um escuro — a luz — Que arte tem o céu!
Um ferimento, em réplica do Seu sofrer
Medo?—disso?
Medo? De Quê?
De fazer na morte mais que na vida aqui —
Batizar de sangue um simples lote nu
Até o florescer de almas bem ali?
Medo? — disso?
O crente deve notar que esta pergunta começa com "Quais são os
benefícios". Muitas vezes parece que o crente não reconhece que há
benefícios a receber na morte. Quando um crente morre haverá aqueles que
sentirão sua falta. É verdade que é difícil pensar em como a vida seria sem
aqueles que nos são mais próximos. É igualmente verdade, no entanto, que
a Bíblia diz: "Estar com Cristo é incomparavelmente melhor".
Faz muitos anos abri uma carta que me veio da mãe de um de meus
professores, um homem piedoso que tinha significado muito para mim

quando eu era um cristão jovem. Ela contava da morte repentina dele. Virei-
me e tirei um livro da prateleira, um livro que havia recebido dele poucos
meses antes. Em meio a minha tristeza, esta pergunta veio à lembrança de
repente e ardia em minha alma. Voltei novamente às referências bíblicas
e procurei-as. E pude, pela graça de Deus, louvá-lo por ter levado meu
irmão em Cristo para si!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 38. Quais são as bênçãos que os fiéis recebem de Cristo na
ressurreição?
Resposta: Na ressurreição, os fiéis, sendo ressuscitados em glória, serão
publicamente reconhecidos e absolvidos no dia do juízo, e tornados
perfeitamente felizes no pleno gozo de Deus por toda a eternidade.
Referências Bíblicas: ICo 15.43-44; Mt 25.33-34; Mt 10.32; SI 16.1; lTs
4.14; ICo 2.9. Perguntas:
1. Quais são os três benefícios dos crentes conforme contidos nesta
pergunta?
1) Os crentes serão ressuscitados em glória. 2) Os crentes serão
reconhecidos e absolvidos no dia do juízo. 3) Os crentes serão tornados
perfeitamente felizes no pleno gozo de Deus por toda a eternidade.
2. Qual é a glória a qual a questão se refere e qual será seu resultado?
A glória a qual a questão se refere é a glória da ressurreição, quando o
corpo será restaurado e não mais sujeito a morte e dissolução e será "igual
ao corpo glorioso de Cristo" (Fp 3.21).
3. O que significa os crentes serem reconhecidos e absolvidos?
Os crentes ouvirão as palavras do Salvador: "Vinde, benditos de meu Pai,
entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do
mundo" (Mt 25.34). Sua fé será vindicada; serão publicamente
reconhecidos como sendo os filhos redimidos de Deus (ICo 4.5), e será feita
a declaração de que todos os pecados deles estão perdoados.
4. Qual é a terceira bênção que virá aos crentes?
A terceira é a maior bênção de todas, o pleno gozo de Deus. Os crentes
estarão para sempre com o Senhor e receberão a herança que está preparada

para eles. Ali os crentes contemplarão seu Salvador e Senhor, Jesus Cristo,
e finalmente, poderão trilhar os caminhos pelos quais o Senhor os dirigiu e
salvou (IPe 1.6).
5. Qual será a sorte dos incrédulos na ressurreição?
Seus corpos serão tirados do túmulo e verão Cristo como seu juiz final.
Estarão postos em pé diante do trono do juízo dele e ouvirão a leitura de
seus pecados nos livros e serão lançados no inferno para sempre,
eternamente 2Ts 1.7-8; Ap 20.11-12.
BONS DESPENSEIROS DA GRAÇA DE DEUS
"Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus" (IPe 4.10). Bênção após bênção
foi mencionada nas últimas perguntas; mas com bênçãos vêm
responsabilidades. É ótimo ser lembrado das bênçãos que vêm ao crente
tanto nesta vida como na morte e na ressurreição. Mas é importante que o
crente reconheça que com esses benefícios o Senhor os está chamando para
ser bons despenseiros de sua graça.
O Arcebispo Leighton disse: "Pensas tu que tua riqueza, ou tua autoridade,
ou tua inteligência, é tua, para fazeres com ela o que quiseres, para absorver
para si ou esbanjar, conforme seus próprios caprichos te conduzem? Não!
Tudo te é dado como para um administrador da casa, para depositar e
dispensar sábia e fielmente, não só o estado exterior e os dons comuns da
mente, mas até a graça salvadora, que parece mais apropriada para teu bem
privado, e contudo não é inteiramente para isso. Mesmo tuas graças são
para o bem de teus irmãos".
Se os crentes devem viver para a glória de Deus (voltando à primeira
pergunta do catecismo), então eles precisam ser bons despenseiros da graça
de Deus. Os benefícios dados agora e aqueles a serem dados aos crentes na
ressurreição devem ser motivadores diários para se querer agradecer e
louvar a Deus por eles na forma de louvor que ele deseja—vivendo para sua
glória. O crente deve notar que os benefícios são dados com o fim de que
sejam exercitados; que o plano desses exercícios não é que sejam só para
o proveito do crente, e sim para o proveito também do corpo de Cristo em

geral. Além disso, quando um crente está exercendo um dom, um benefício,
ele deve considerar-se um despenseiro que precisa ser fiel, sendo bom
gerenciador da graça multiforme de Deus.
Em 1 Timóteo 6.17-18 temos o mesmo ensino: "Exorta aos ricos do
presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança
na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona
ricamente para nosso aprazimento; que prati-quern o bem, sejam ricos de
boas obras, generosos em dar e prontos a repartir".
Ser um bom despenseiro da multiforme graça de Deus é realmente um
modo de "remir o tempo" nestes dias maus. Que Deus nos ajude a fazer
isso, tudo para Sua glória.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 39. Qual é o dever que Deus exige do homem?
Resposta: O dever que Deus exige do homem é obediência à sua vontade
revelada. Referências Bíblicas: Dt 29.29; Mq 6.8; ISm 15.22.
Perguntas:
1. Por que os crentes têm deveres para com Deus?
1) Deus é o Criador e Preservador de todos os homens, mas os crentes lhe
pertencem também por direito de redenção e têm mais esta razão para a
obediência. 2) Deus esclareceu bem na sua Palavra que os deveres dos
crentes são as responsabilidades que acompanham os privilégios. Em nosso
catecismo estudamos os privilégios; agora chegamos às responsabilidades.
2. Qual é a vontade revelada de Deus?
A vontade revelada de Deus encontra-se na escritura do Antigo Testamento
e do Novo.
3. Será que o Espírito Santo não poderia levar um crente a agir à parte
das Escrituras?
Qualquer direção do Espírito Santo será consistente com a Palavra de Deus.
Um professor de Bíblia colocou assim essa verdade: Há três características
principais na direção do Espírito Santo: 1) Ela é controladora, não
constrangedora. 2) Ela é contínua, ela vai "até morrer". 3) Ela é mediadora,
sempre por meio da Palavra, e com ela, "para entrar na verdade".
4. Os crentes devem obedecer a Deus e não aos homens?
Existe a responsabilidade, da parte dos crentes, de se sujeitar: "Sujeitai-vos
a toda instituição humana por causa do Senhor" (IPe 2.13), mas se o dever
exigido de nós pelo homem nos faria desobedecer a Deus (segundo sua
vontade revelada) nós precisamos obedecer a Deus (Atos 5.29).

5. Deus requer do crente o que é impossível para o crente individual?
Não, Deus só requer o que ele estará dando ao crente — forças, sabedoria,
coragem e poder para realizar (Ez 36.27; ICo 10.13).
SANTIDADE E VERDADE
Como crentes, aprendemos nesta pergunta que nossa obrigação é a
obediência à vontade revelada de Deus. Isso ressalta o ensino que vezes
sem conta precisa nos ser trazido à memória: que simplesmente conhecer a
verdade não é o bastante—ela deve ser posta em prática em nossa vida
todos os dias. Este ensino é vital, porque o teste verdadeiro do discipulado é
permanecer em Cristo e na sua Palavra (Jo 8.31, 32).
Nos dias de hoje, em meios conservadores, há muito ensino sobre a
Verdade. É bom que seja assim, porque o campo de batalha hoje é sobre a
Verdade, se é ou não verbalmente inspirada, se é ou não autoridade para o
crente. Reconhecemos a importância da Palavra e estamos sempre prontos a
batalhar por ela. Mas será que estamos prontos, sempre prontos, a vivê-la
dia após dia? Possivelmente nossa dificuldade esteja em tornar o processo
muito difícil. Achamo-lo difícil demais e então acabamos fazendo pouco
ou nada. Não seria bom voltarmos aos princípios simples de obediência à
vontade revelada de Deus? Verifiquemos de novo alguns desses princípios,
tudo para a glória de Deus.
Primeiro, lembre-se de que somos filhos de Deus. Uma vez que fomos
nascidos para sua família, não devemos mais buscar fazer nossa própria
vontade, e sim a vontade dele. Se apenas resolvermos adotar agora mesmo,
de uma vez por todas, o princípio importante de que devemos fazer tudo
para a glória de Deus, vamos evitar muitas dificuldades. Lembre-se de que
fazer a vontade dele não depende de maneira nenhuma dos
seus sentimentos; é simplesmente uma questão de autodisciplina.
Segundo, seja um cristão firme e constante. Podemos fazer isso se
permanecermos sempre na videira. O Espírito de Cristo habita o crente
verdadeiro e está pronto em todos os momentos para dar sabedoria,
coragem, paciência e vitória sobre os pecados que vêm de dentro e de fora.
Ficar perto de Cristo vai ajudar-nos a ser firmes e constantes.

Terceiro, honre a Palavra de Deus. Seria melhor deixar de comer uma
refeição por dia do que ficar um dia sem ler a Bíblia. Sempre lembre-se de
voltar à Palavra oficial do soberano Deus, guardando bem que ela é nossa
autoridade objetiva e que por ela é que aprendemos a viver.
Quarto, ore sem cessar. A oração habilita acesso ao trono e põe em
movimento forças espirituais que extrapolam o entendimento humano. É
uma arma ofensiva.
Quinto, seja fiel nas pequenas coisas. A fidelidade é o maior teste do
discipulado verdadeiro. Aquele que é fiel no pouco será fiel também no
muito.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 40.0 que Deus revelou primeiramente ao homem para regra de
sua obediência?
Resposta: A regra que Deus revelou primeiramente ao homem, para sua
obediência, foi a lei moral.
Referências Bíblicas: Rm 2.14-15; Rm 10.5.
Perguntas:
1. Quantas leis Deus deu ao homem?
Deus deu a seu povo a lei moral, que ainda está em vigor hoje, e as leis
cerimoniais e judiciais. Essas duas últimas, conforme dadas aos judeus,
cessaram de ter força vigente sob a economia cristã.
2. A lei moral é regra de obediência tanto para o crente como para o não-
crente?
Sim, a lei moral é uma regra de obediência para ambos. Nossa Confissão
ensina: "A lei moral obriga a todos a prestar-lhe obediência para sempre,
tanto as pessoas justificadas quanto as demais" (Cap. 19, Seção 5).
3. Uma pessoa pode ser salva porque observa a lei moral?
Não, uma pessoa só é salva pela graça mediante a fé. Além disso, seria
impossível uma pessoa observar a lei moral com perfeição.
4. Se o homem não pode ser salvo pela lei moral, e mesmo assim é sujeito
a ela, para que serve a lei?
A lei moral serve de aio, "para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos
justificados por fé" (G1 3.24). A palavra "aio" ou "governante" tem a idéia
de educar e disciplinar no texto citado. Uma passagem relevante aqui é lTm
1.8.

5. Como a lei leva as pessoas a Cristo?
A lei leva as pessoas a Cristo convencendo-as do pecado e convencendo-as
das conseqüências se o pecado não for expiado e perdoado. Também é útil
para despertá-las para a necessidade que têm de um Salvador que os livre
desse pecado.
6. Depois que um homem é salvo, a lei tem alguma utilidade adicional?
A lei é um lembrete perpétuo da vontade de Deus para suas criaturas. Para o
crente foi proposta como regra de fé e prática que é absoluta e inalterável.
Ver Rm 7.6-12; Tt 2.11-12.
«\QUANTO AMO A TUA LEI!"
A declaração acima é um dos mais ricos frutos da graça que uma alma
poderia ter porque nela está a mais importante ligação entre o amor para
com o Criador e o ser obediente a esse Criador. Não existe nada de
incompatível entre o amor e a obediência, e a Lei de Deus é um
maravilhoso motivador para cada um dos dois.
Em nosso catecismo, ao começar agora um estudo das leis de Deus, é
importante que mantenhamos a perspectiva certa entre a lei de Deus e o fato
de que somos pecadores salvos pela graça. Já foi dito muitas vezes que
somos pecadores salvos pela graça mas que somos ainda pecadores! O
pecador, portanto, tem deficiências, e por isso tantas vezes ele toma a
estrada do pecado em lugar da estrada da obediência a Deus. E se não fosse
a lei de Deus, a estrada do pecado seria escolhida com maior freqüência
ainda do que é escolhida hoje. Pois a lei de Deus traz consigo umas
obrigações muito importantes, obrigações pelas quais devemos estar
orando.
Há a obrigação de instruir o crente. Existe um modo de vida que agrada a
Deus, e pela lei de Deus o crente é instruído nesse caminho da vida. Paulo
declara em ICo 9.21 que ele está "debaixo da lei de Cristo" e que se deleita
nessa lei segundo o homem interior. Ele se deleita nela lendo-a, sendo
instruído por ela e seguindo-a pela graça.

Há sua obrigação de deixar o crente humilde. A lei de Deus faz com que o
crente reconheça suas deficiências porque é uma medida contra a qual o
crente tantas vezes fica a dever. Quando o crente vê suas deficiências e se
lastima por elas, ele começa a se sentir pequeno sob o governo do Deus
onipotente e soberano, e por essa experiência ele entra num relacionamento
correto com seu Criador, mediante sua graça habilitadora.
Há também sua obrigação de fazer com que o crente procure o Senhor Jesus
Cristo para que lhe dê o tão necessário Espírito santificador. O poder da
vida vitoriosa vem do Senhor Jesus Cristo por meio da presença e do poder
do imanente Espírito Santo que habilita o crente cada vez mais a morrer
para o pecado e viver para a justiça.
Amamos a lei de Deus? Melhor ainda, nós amamos realmente o Doador da
Lei? Se o amamos, reconheceremos que não existe santidade onde não há
sujeição aos mandamentos do Senhor. E onde há sujeição aos
mandamentos, à lei, há prazer verdadeiro, "pois nela me comprazo" (SI
119.35).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 41. Onde está a lei moral resumidamente compreendida?
Resposta: A lei moral está resumidamente compreendida nos dez
mandamentos.
Referências Bíblicas: Mt 19.17-19; Dt 10.4; Rm 3.8; Dt4.8.
Perguntas:
1. O que queremos dizer com "resumidamente compreendida?
E que estão contidos aí nos dez mandamentos a soma e os principais tópicos
da lei. A lei moral é apresentada em maior detalhe nas escrituras do Antigo
e do Novo Testamentos.
2. Quando a lei moral foi publicada pela primeira vez?
A lei moral foi primeiro publicada quando Deus a escreveu no coração de
Adão.
3. Onde se encontram na Bíblia os dez mandamentos?
Os dez mandamentos se encontram no capítulo 20 de Êxodo e em forma
ligeiramente diferente no capítulo 5 de Deuteronômio. As diferenças,
entretanto, são mínimas e não incluem nada de essencial.
4. Como os mandamentos estão divididos?
Hoje, como se fez na Igreja Grega dos primeiros tempos, nós os dividimos
como "dez mandamentos". Há também a divisão de obrigações para com
Deus e obrigações para com nosso semelhante.
5. Será que podemos dizer que os dez mandamentos incluem toda a lei
moral? Podemos dizer que os dez mandamentos são um resumo
admiravelmente compreensivo da lei moral. Incluem tanto coisas exibidas

do homem intmat cama da m comportamento exterior. Encerrado neles há
um ensino admirável de que se um pecado é proibido, nas palavras de Deus
há como ordem uma obrigação.
6. Como podemos ter uma compreensão melhor dos dez mandamentos?
Nosso Catecismo Maior, em resposta à Pergunta 95 dá-nos certas regras
para um entendimento correto dos mandamentos. Seria bom cada um de nós
memorizar todas as oito regras dadas e os textos que os provam também.
Há pessoas demais entre nós que lamentavelmente ignoram essas oito
regras, regras que, bem aplicadas, realmente nos levarão a caminhar muito
mais perto de nosso Deus, tudo para sua glória.
OBEDIÊNCIA — E AMOR
"Mestre, qual é o grande mandamento na lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás
o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu
entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento" (Mt 22.36-38).
Assim nosso Senhor Jesus Cristo dá a primeira parte do resumo da lei, em
acordo perfeito com Dt 6.5. E assim ele faz a ligação do assunto da
obediência a ele—pois a obediência a seus mandamentos é a essência da
obediência a ele — com o assunto de nosso amor para com ele. As duas são
entrelaçadas em toda a Bíblia.
Uma pergunta excelente é a seguinte: Como sabemos que amamos Deus?
Sete ótimos sinais nos foram dados por Thomas Watson, muitos anos atrás.
Ele enumera: 1) Nosso desejo será segui-lo. 2) Não conseguimos encontrar
contentamento em nada sem ele. 3) Detestamos aquilo que poderia nos
separar de Deus, a saber, o pecado. 4) Sentimos compaixão uns pelos
outros. 5) Esforçamo-nos para fazer com que para os outros ele seja
atraente. 6) Choramos amargamente a sua ausência. 7) Estamos dispostos
a fazer e a sofrer por ele. Tudo isso tem que ver com a questão de nós
estarmos obedecendo a ele, pois se essas caraterísticas não estão em nós,
não o obedeceremos.
Uma pergunta que um estudante me fez certo dia foi a seguinte: "Por que
nós não obedecemos a ele como devemos?" A resposta que me veio à
mente foi só: "Não estamos ardendo em amor santo". A oração de Paulo

pelos cristãos em Éfeso foi "Habite Cristo no vosso coração pela fé, estando
vós arraigados e alicerçados em amor" (Ef 3.17). Seria bom, se é sério o
nosso propósito de obedecer ao Mestre, ocupar-nos muito em oração
sincera sobre nosso amor para com ele—orando para que o Espírito Santo
nos dê um amor como nunca antes tivemos, orando para que possamos
produzir verdadeiras obras de amor nos dias que virão; orando sinceramente
para que tenhamos um amor por ele que esteja sempre refulgindo; orando
sinceramente para que nunca se possa dizer de nós, "Abandonaste o teu
primeiro amor".
Certo pastor sábio disse um dia que o amor compreende deleitar-se num
objeto. É possível que nossa dificuldade esteja em não nos deleitarmos em
Deus o suficiente, não nos deleitarmos em sua Palavra, na oração, em falar
a outros a seu respeito! Quando foi a última vez que oramos: "Senhor, eu te
amo!" Quando foi a última vez que sentimos isso? Quando foi a última vez
que lhe dissemos que nós o amamos mais do que qualquer pessoa ou
qualquer coisa no mundo? Se isso faz algum tempo, talvez seja esta a
razão de nossa falta de obediência.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 42. Em que se resumem os dez mandamentos?
Resposta: Os dez mandamentos se resumem em amar ao Senhor nosso
Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de todas as nossas
forças e de todo o nosso entendimento; e ao nosso próximo como a nós
mesmos.
Referências Bíblicas: Mt 22.37-40; Mt 10.27; Tg 2.10; Rm 13.10.
Perguntas:
1. Como as obrigações dos mandamentos estão divididas nesta resposta?
As obrigações estão divididas do seguinte modo: nossas obrigações para
com Deus e nossas obrigações para com nosso próximo.
2. Em que sentido se usa a palavra "resumir" nesta pergunta?
O "resumo" aqui se refere à obrigação abrangente da lei que é o amor;
porque o amor é o cumprimento da lei.
3. Qual é o sentido de amar a Deus de todo o nosso coração?
Amar Deus de todo o coração significa amá-lo sem hipocrisia, ser sincero e
honesto em nosso amor.
4. Qual é o sentido de amar a Deus de toda nossa alma?
Amar a Deus de toda a alma significa exercer todas as faculdades que temos
no cumprimento dos deveres de nossa vida cristã à medida que nos
deleitamos tanto nele como em seguir a vontade dele.
5. Qual é o sentido de amar a Deus de todo nosso entendimento?

Amar a Deus de todo o entendimento significa não amar nada ou ninguém
mais do que ele.
6. Quem é o próximo que devemos amar como nós mesmos?
Toda pessoa é nosso próximo, e assim devemos ter um afeto geral para com
todos.
7. O que é amar a nosso próximo como a nós mesmos?
Amar a nosso próximo como a nós mesmos é amá-lo com aquela mesma
verdade e constância de amor com que amamos nossa própria pessoa. Ef
5.29.
8. Se um padrão da Bíblia puder ser dado para esse amor de outras
pessoas, qual poderá ser?
Um bom padrão da palavra de Deus seria Mateus 7.12 — fazermos aos
outros o que queremos que eles nos façam, ou então João 15.12, onde Jesus
diz: "O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como
eu vos amei".
AGRADA-TE DO SENHOR
"Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração" (SI 37.4).
Quando uma pessoa é salva pela graça, um dos resultados é que ela vai
amar o Senhor, vai ter o desejo de deleitar-se nele. Haverá o desejo por
parte do cristão de amar o Senhor de todo coração. Isso nem sempre é
possível por causa do pecado, mas o desejo, o alvo está ali.
Uma oração de Lancelot Andrewes diz assim: "A ti mesmo, Ó meu Deus, a
ti mesmo por causa de ti mesmo, acima de todas as outras coisas, eu amo.
Desejo-te. Como meu alvo final anseio ter-te. Tu por amor a ti, e nada mais,
eu busco sempre e em todas as coisas, de todo o coração e entranhado afeto,
com ais e lágrimas, com labor ininterrupto e sentimento aflitivo". Já se disse
com verdade que o problema da igreja de hoje é que não temos número
suficiente de filhos de Deus com a oração fervorosa e zelosa de homens
como Andrewes.

Tantas vezes dizem: "Eu sei que amo Deus porque, afinal de contas,
convidei seu Filho a entrar em meu coração e eu freqüento a igreja, etc."
Como podemos ter certeza de que estamos nos deleitando no Senhor?
Como podemos ter certeza de que o amamos? Algumas das características
de um amor real de Deus são estas: 1) Não podemos achar contentamento
sem que seja nele, porque ele é a saúde de nosso semblante. 2) Detestamos
aquilo que nos separaria de Deus, a saber, o pecado. O salmista
disse: "Detesto todo caminho de falsidade" (Salmo 119.104). Isso é algo
sobre o qual nem sempre temos a vitória porque muitas vezes o caminho da
falsidade vence, mas quando isso acontece e o percebemos rogamos pelo
perdão dele. 3) Queremos contar a outras pessoas sobre ele. Dizer que
amamos a Deus, deleitamo-nos nele, e ao mesmo tempo silenciar sobre ele
seria uma total discrepância. 4) Estamos prontos a sofrer, e se preciso, a
morrer por ele. Paulo disse: "Estou pronto a ser oferecido". Estamos
sempre dispostos a passar por aquilo que ele desejar que passemos se for
para que seu nome seja glorificado.
Há de fato muitas outras características, mas as que eu enumerei acima
devem ser suficientes para se usar como padrão em nosso amor para com
ele. Seria bom pararmos aqui e orarmos: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o
meu coração". A chama do amor deve estar sempre ardendo luminosa em
nosso coração. Se não estiver, quem sabe é aquela negligência do dever, ou
amor demais pelo mundo, ou falta de oração e estudo da Bíblia que está
apagando a chama. A chama precisa ser sempre abanada e não impedida.
Se não estiver lá nunca haveremos de receber dele os desejos de nosso
coração.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 43. Qual é o prefácio dos dez mandamentos?
Resposta: O prefácio dos dez mandamentos é: "Eu sou o Senhor teu Deus,
que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão".
Pergunta 44. Que nos ensina o prefácio dos dez mandamentos?
Resposta: O prefácio dos dez mandamentos ensina-nos que temos a
obrigação de guardar todos os mandamentos de Deus, por ser ele o Senhor
nosso Deus e Redentor.
Referências Bíblicas: Êx 20.2; Lc 1.74; IPe 1.15-19.
Perguntas:
1. Quais as três coisas encontradas no prefácio que servem para motivar-
nos a viver uma vida santa?
Os três motivadores são: 1) Ele é nosso Senhor. 2) Ele é nosso Deus. 3) Ele
é nosso Redentor.
2. Por que devemos guardar seus mandamentos por ser ele nosso
Senhor?
Devemos guardar seus mandamentos por ser ele nosso Senhor uma vez que
ele é nosso Criador e nosso Soberano, e que como criaturas e súditos dele
nós lhe devemos isso (SI 100.2-3).
3. Por que devemos guardar seus mandamentos por ser ele nosso Deus?
Devemos guardar seus mandamentos porque ele é nosso Deus visto que ele
é nosso Deus Pactuai e nos tem levado a um relacionamento especial
consigo e assim nós temos a obrigação de servi-lo.

4. Por que devemos guardar seus mandamentos por ser ele nosso
Redentor?
Devemos guardar seus mandamentos por ser ele nosso Redentor uma vez
que ele nos comprou e libertou do pecado e isso nos deve incentivar a lhe
sermos obedientes.
5. Que lições maravilhosas podem ser aprendidas pela forma gramatical
usada nesta pergunta?
A lição de que ele é o Senhor nosso Deus no tempo presente, não no futuro;
a lição de que ele é o Senhor Deus de cada pecador individual; a lição de
que ele é o Senhor Deus de cada pecador que ele chama individualmente.
6. De que servidão somos libertados pelo Senhor nosso Deus?
Somos libertados da servidão de estar sob a ira de Deus e da culpa, do
poder e da poluição do pecado, do próprio inferno. Isso nos deve ensinar a
cumprir seus mandamentos por louvor a ele por aquilo que fez por nós; e
por sentirmos que isso é o mínimo que podemos fazer em retribuição (Fp
1.27).
DA CASA DA SERVIDÃO
O livramento de Israel da casa de servidão tipifica para o crente o
livramento espiritual do pecado, de Satanás e do inferno. Nosso livramento
espiritual é uma coisa maravilhosa, uma misericórdia pela qual deveríamos
estar louvando a Deus continuamente. A pergunta é relevante: Por que não
o louvamos mais por tal livramento? Por que nossa vida não é um hino
incessante de louvor a nosso Deus que nos libertou?
Esse livramento é algo que repetidas vezes o cristão aceita sem pensar. Não
parece existir o reconhecimento daquilo que ele fez por nós com respeito a
isso. Cantamos:
Bondosa e amorosamente Jesus chegou, Misericordiosamente me salvou,
E do abismo do pecado vergonhoso Pela graça ele me levantou.

Da areia insustentável ele ergueu-me, Bondosamente com a mão ergueu-
me,
De sombras noturnas a campos de luz. Louvai e exaltai-o, Ergueu-me Jesus!
Embora cantemos essas palavras, não percebemos tudo que está aí
compreendido. Dizemos que percebemos tudo, sabemos dar respostas certas
num teste de teologia, mas nossa maneira de vida muitas vezes demonstra
uma falta de apreciação por nosso livramento.
Pode nos ajudar nisso reconhecer mais uma vez do que é que fomos
libertos. Pensemos no pecador por um momento. É um indivíduo que está
preso ao pecado. Ele é escravo absoluto de sua própria vontade pecaminosa.
O pecado reina sobre ele e não há nada que possa fazer para se livrar. É um
indivíduo que está sob o comando de Satanás. Quem governa a mente do
pecador é Satanás, e o indivíduo não pode fazer nada a respeito, porque está
na ignorância. Satanás governa a vontade do pecador, e por isso o pecador
estará obedecendo ao Tentador em cada situação. Satanás lhe coloca
armadilhas, e cada passo tem no seu final uma mina satânica que não se
pode contornar e que sf mpre irá destruir. É uma pessoa que está a caminho
do inferno, do tormento eterno. Nao há maneira pior de descrever o
sofrimento, de retratá-lo, senão chamando-o pelo nome de inferno. A pior
dificuldade da vida é fácil comparada aos terríveis castigos do inferno.
Dessa servidão é que a pessoa redimida é liberta pela graça.
Como é possível nós não louvarmos nosso Senhor Deus por tal livramento?
Como deixarmos de fazer todo esforço para agradecer-lhe por essa graça
maravilhosa? Nada nos deverá deter de engrandecer o precioso nome de
Jesus dando-lhe a posição preemi-nente em tudo que fazemos, dizemos e
pensamos, tudo para a glória de Deus (SI 111.1).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 45. Qual é o primeiro mandamento?.
Resposta: O primeiro mandamento é: "Não terás outros deuses diante de
mim". Pergunta 46.0 que exige o primeiro mandamento?
Resposta: O primeiro mandamento exige de nós conhecer e reconhecer a
Deus como o único Deus verdadeiro e nosso Deus; e como tal adorá-lo.
Referência Bíblica: Êx 20.3; lCr 28.9; Dt 26.7; Mt 4.10; SI 95.6; SI 29.2.
Perguntas:
1. Quais são os três deveres exigidos acima de tudo no primeiro
mandamento?
Os três deveres são: 1) Conhecer Deus. 2) Reconhecer Deus. 3) Adorar e
glorificar a Deus.
2. O que é que devemos saber com respeito a Deus?
Devemos saber que Deus existe, ou que há um Deus. Além disso devemos
conhecer Deus reconhecendo-o como o único Deus verdadeiro conforme é
apresentado em sua Palavra.
3. Como devemos adorar a Deus?
Devemos adorar a Deus fazendo-o o objeto do nosso desejo e de nosso
deleite.
4. Como devemos glorificar a Deus?
Devemos glorificar a Deus, primeiro reconhecendo Cristo no coração como
nosso Salvador e Senhor e então vivendo de tal modo que todo ato seja
dirigido à promoção de sua glória e honra aqui na terra.

5. Quais são algumas maneiras práticas pelas quais nós adoramos e
glorificamos Deus ? Glorificamos Deus quando o colocamos em primeiro
lugar em nossos pensamentos, palavras e ações. Se amássemos alguma
coisa mais do que Deus, tal como o prazer, nosso corpo, ou nossos entes
queridos, não estaríamos glorificando a Deus.
6. Podemos glorificar a Deus tanto interior quanto exteriormente?
Podemos glorificar a Deus interiormente confiando, esperando, deleitando-
nos nele, pensando e meditando sobre ele, enchendo-nos de tristeza quando
pecamos contra ele. Podemos glorificar a Deus exteriormente mostrando
humildade e buscando fazer sua vontade conforme é expressa em sua
Palavra. A Bíblia diz: "Agrada-te do Senhor" (SI 37.4). "Confiai no Senhor
perpetuamente" (Is 26.4). "Isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha
voz: andai em todo o caminho que eu vos ordeno" (Jr 7.23).
O ÍDOLO MAIS QUERIDO QUE JÁ TIVE
Quando o cristão lê o primeiro mandamento e medita nele, um comentário
digno de nota é uma estrofe de um hino que tem o título "Ah, como quero
andar mais perto de Deus". Especificamente, é a estrofe que diz o seguinte:
O ídolo mais querido que já tive,
Qualquer que seja esse ídolo,
Ajude-me a arrancá-lo do teu trono,
E adorar só a ti.
Para que o cristão conheça, reconheça, adore e glorifique a Deus,
certamente é de primeiríssima importância que ele conheça Cristo como
Salvador. É na verdade a pedra fundamental. Mas sobre esse alicerce sólido
como a rocha precisam ser acrescentados o ouro, a prata e as pedras
preciosas das boas obras. Isso significa uma autodisciplina por parte do
cristão, o que tem muito que ver com o cristão não colocar outros
deuses adiante do Deus Onipotente e Soberano.

Paulo emprega uma abordagem interessante em 2Co 5.9. "É por isso que
também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos
agradáveis". Ou, "aceitos por ele" nas palavras de outro tradutor. Mas é tão
fácil pôr outras coisas antes desse viver somente para a glória de Deus,
mesmo coisas que em si parecem certas e respeitáveis. Por exemplo, ganhar
almas ou dirigir grandes avivamentos ou fundar uma igreja ou tantas outras
coisas que poderiam ser mencionadas. Mas nosso alvo na vida,
como crentes nascidos de novo, é fazer as coisas puramente para a glória de
Deus. Se fizermos o contrário podemos ser culpados de ter edificado
pequenos ídolos que se tornam outros deuses. E tais coisas violam o
primeiro mandamento.
Paulo aborda a mesma questão de outra maneira: "Mas esmurro o meu
corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha
eu mesmo a ser desqualificado" (ICo 9.27). Não que ele esteja em perigo de
perder sua salvação, mas que ele está em perigo de perder a aprovação de
Deus, de não viver para a glória de Deus. Isso quer dizer abordar nossa vida
do dia-a-dia com uma atitude de nos disciplinarmos em nossos
pensamentos, palavras, feitos. Significa que precisamos, a cada momento,
"mortificar" (fazer morrer) aquelas coisas da carne que não agradariam a
Deus. Isso significa que devemos morrer diariamente para essas coisas e
nunca deixar que se tornem ídolos para nós. Basta pouca coisa para eles
chegarem a esse estado. Satanás cuidará de tirar proveito disso se nós
relaxarmos nossa disciplina. Que Deus nos ajude a arrancar de nós tais
coisas para que não tenhamos outros deuses antes dele!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 4 7.0 que o primeiro mandamento proíbe?
Resposta: O primeiro mandamento proíbe negar, ou deixar de adorar ou
glorificar ao verdadeiro Deus, como Deus, e nosso Deus; e dar a qualquer
outro a adoração e a glória que só a ele são devidas.
Referências Bíblicas: SI 14.1; Rm 1.20-21; SI 81.11; Rm 1.25.
Perguntas:
1. Quais são os dois pecados proibidos no primeiro mandamento?
Os dois pecados proibidos são o ateísmo e a idolatria.
2. O que é ateísmo?
Em sua definição mais precisa, o ateísmo significa a negação da existência
de qualquer deus de qualquer tipo. Paulo usa essa palavra em Efésios 2.12
["sem Deus" = ateus] para se referir a pessoas que estão sem Deus antes de
sua conversão.
3. Existe alguém que seja um verdadeiro ateísta?
É difícil chegar a uma conclusão sobre isso. Parece difícil crer que tal
exista, já que se desejaria saber como qualquer pessoa poderia consistente e
persistentemente durante toda sua vida nunca ter o menor temor de Deus ou
dúvida quanto à existência de Deus.
4. Épossível a um cristão praticar o ateísmo?
Não é possível a um cristão praticar o ateísmo no sentido mais restrito, mas
há um tipo prático e um cristão é culpado do ateísmo prático quando ele
desconsidera ou negligencia Deus, mesmo quando conhece Deus por meio
de Cristo.

5. O que é idolatria?
Idolatria no sentido estrito é o culto religioso de ídolos, isto é, imagens ou
figuras. No sentido mais amplo, é todo culto religioso que não seja
oferecido ao Deus verdadeiro.
6. De quantas maneiras uma pessoa pode ser culpada de idolatria?
Uma pessoa pode ser culpada de idolatria: 1) De forma exterior, ao ter e
adorar outros deuses e não o único Deus verdadeiro, tal como quando adora
deuses pagãos, ou anjos ou santos, ou quando busca adorar a Deus por
representações visíveis. 2) De forma interior, ao dar a qualquer coisa do
mundo a honra e o respeito que só a Deus são devidos. Isso seria idolatria
do coração e estaria em oposição a Mt 16.24 — "Então, disse Jesus a seus
discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue".
NEGAR-SE E TOMAR SUA CRUZ
Sempre que consideramos o primeiro mandamento sendo já cristãos
nascidos de novo, devemos imediatamente reconhecer a ligação entre
guardar o primeiro mandamento e o ensino de nosso Senhor em Mt 16.24
— "Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si
mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me". Há uma ligação importante
entre o mandamento e essa ordem de nosso Senhor. E importante termos
diante de nós em todas as horas o ensino neotestamentário da cruz de
Cristo para o cristão.
É estranho e difícil entender como podemos nos levantar em nossa igreja e
cantar para Jesus:...
Quero estar ao pé da cruz,
Que tão rica fonte Corre franca, salutar,
De Sião no monte. (Tr. Júlio César Ribeiro, Novo Cântico 107).
...e não entender que estamos cantando como cristãos, e que há aí uma
mensagem para nós. Quando Paulo disse "Estou crucificado com Cristo"

(G12.19) ele não estava simplesmente dizendo um clichê que o tornaria
popular entre os cristãos. Estava afirmando um princípio vital, que nos
impediria de quebrar o primeiro mandamento e nos habilitaria a viver uma
vida de vitória. Estava tentando dizer-nos nessa passagem, e em muitas
outras semelhantes, que há uma doutrina da identificação do cristão com a
Cruz de Cristo. O sexto capítulo de Romanos está cheio dessa doutrina e
mesmo assim parece que repetidamente passamos por ela sem vê-la. Uns
passam ao largo porque não querem ser rotulados como estando envolvidos
com o movimento de "vida mais profunda". Uns passam ao largo porque
nunca a notaram. E outros passam ao largo porque sabem que isso vai
interferir com o que querem fazer, quando quiserem fazê-lo!
Barnhouse expressou isso muito bem: "Já vimos que Deus nos considera
como tendo morrido com Cristo, e esse fato torna possível o triunfo da vida
cristã". E novamente: "A crucificação verdadeira de nosso homem velho só
pode nos ser feita pelo próprio Senhor, e ele o fará se nos submetermos a
ele". A questão de nos negarmos a nós mesmos e tomarmos a nossa cruz
(submeter-nos em todas as áreas da vida) é um aspecto importante de
reivindicar a vitória que Cristo já ganhou por nós na Cruz do
Calvário. Entretanto, muitos dos filhos de Deus nunca percebem que a
vitória já foi ganha, nem sabem como podem reivindicá-la, e nem mesmo
sabem que podem reivindicá-la para si. Caem então na armadilha de
quebrar o primeiro mandamento por colocar o eu no trono e dar a outras
coisas a estima e afeição que só Deus deve possuir. (Lucas 14.26).
Possa Deus nos ajudar, tudo para sua glória, a estar dispostos a ser
crucificados com Cristo, para que o eu possa ser destronado em nossa vida
a cada momento.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 48. O que é nos ensinado, especialmente pelas palavras "além de
mim", no primeiro mandamento?
Resposta: As palavras "além de mim", no primeiro mandamento, ensinam-
nos que Deus, que vê todas as coisas, toma conhecimento do pecado de
haver outro deus em seu lugar e fica muito ofendido por isso.
Referências Bíblicas: lCr 28.9; SI 44.20-21.
Perguntas:
1. Como épossível que Deus veja todas as coisas?
É possível porque Deus está em toda parte e tem entendimento infinito. A
Bíblia diz: "Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o
veja? — diz o Senhor; porventura, não encho eu os céus e a terra? — diz o
Senhor?" (Jr 23.24). Ele é onisciente (sabe tudo) bem como onipresente
(está em toda parte ao mesmo tempo) — SI 139. Ele nos conhece
perfeitamente.
2. Como podem os cristãos cometer o pecado de ter outros deuses?
Os cristãos podem cometer esse pecado ao permitir que seu interesse e seus
afetos estejam colocados em outras coisas e ao permitir que essas coisas
tenham o primeiro lugar em seus pensamentos e atividades.
3. Por que Deus fica tão descontente com esse pecado?
Deus fica descontente com esse pecado porque ele é um Deus zeloso e
santo. A Bíblia ensina: "Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha
glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de
escultura" (Is 42.8).
4. Será que o fato de que ele é um Deus zeloso e santo não deveria
influenciar cada uma de nossas ações?

Sim, cada ação nossa deve ser influenciada por esse fato. Isso nos deve
impedir de pecar; deve dar-nos um ódio até de pensar em pecado; deve
despertar-nos a cada momento para fazer a oração que este hino afirma:
Quero um princípio dentro de mim, De piedoso temor,
Que o pecado eu sinta assim, E quando está perto haja dor —
Ó vem, Deus, me ajudar a saber, Logo ao primeiro sinal,
O que é orgulho, e que eu possa ver, O que é desejo do mal,
E vem, ó Senhor, apagar O fogo que está a começar. — Charles Wesley
O DEUS QUE REVELA SEGREDOS
Saber que Deus vê todas as coisas deve ser sempre reconhecido pelo crente.
Isso deve estar sempre diante dele como uma lâmpada ardente. Em Daniel
2.28 lemos: "Há um Deus no céu, o qual revela mistérios". Ora, os
mistérios, os segredos que ele revelou naquele caso específico foram para
sua glória. Muitas vezes ele age para sua glória também ao revelar os
segredos do nosso coração. Nós não podemos fugir dele, não podemos
esconder nada dele. Certamente há uma boa lição para o crente nas
palavras famosas de Francis Thompson:
Eu fugi dele, todas as noites e todos os dias;
Fugi dele, através dos arcos dos anos;
Fugi dele, pelos caminhos do labirinto De minha própria mente; e em meio
às lágrimas Escondi-me dele, e sob o riso que corria.
Mas toda essa fuga de nada adiantou. Deus continuou "no encalço
desapressado e com passo imperturbado". E Deus sempre continuará
pedindo-nos que sejamos honestos e abertos com ele, que nada escondamos
dele, que andemos até o fim com ele. Em tudp, há o conhecimento, deve
haver o conhecimento em nosso coração, de que ele está no céu e que ele
revela segredos!

Há ainda outro consolo no fato de que ele revela segredos. É o consolo de
que algum dia nós entenderemos os caminhos dele. Ele trará à luz as coisas
que estão escondidas nas trevas. Ele nos fará entender porque permitiu que
esta ou aquela infelicidade aparecesse em nosso caminho. Ele nos habilitará
a ver porque demorou tanto a vinda de seu Filho, nosso Salvador. Ele nos
mostrará porque foi necessário que a verdadeira igreja dele fosse
perseguida. Ó Dia abençoado quando os segredos forem revelados a nós!
A pergunta que temos à nossa frente é importante: Podemos estar satisfeitos
por viver nestes dias em que o conselho de sua vontade é secreto? Podemos
prosseguir dia após dia confiando nele mesmo quando não podemos trilhar
a rota? Podemos viver por um lado sabendo que ele conhece os segredos de
nosso coração e por outro lado sabendo que há muitas coisas que ele não
nos vai revelar? O segredo de aprender a estar contente, tudo para sua
glória, encontra-se em conseguir viver com essas duas coisas. A Bíblia diz:
"Grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento" (lTm 6.6).
Que possa Deus, o Deus que revela mistérios, dar-nos esse contentamento à
medida que decidimos viver diante dele com atos de santidade (2Pe 3.11).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 49. Qual é o segundo mandamento?
Resposta: O segundo mandamento é: "Não farás para ti imagens de
escultura, nem semelhança alguma de tudo o que há em cima nos céus, nem
embaixo na terra, nem as águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes
darás culto; porque eu sou o Senhor teu Deus, Deus zeloso, que visito a
iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que
me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam
e que guardam os meus mandamentos" (Ex. 20.4-6).
Pergunta 50.0 que exige o segundo mandamento?
Resposta: O segundo mandamento exige que recebamos, observemos e
guardemos puros e inteiros todo o culto e ordenanças religiosas que Deus
instituiu na sua Palavra.
Referências Bíblicas: Dt 12.32; Dt 32.46; Mt 28.20.
Perguntas:
1. Tanto o primeiro como o segundo mandamento se referem ao culto. De
que modo diferem?
O primeiro mandamento trata do objeto do culto, o Deus vivo e verdadeiro;
o segundo mandamento trata dos meios do culto, e da maneira como o
adoramos.
2. Quais são esses meios de culto?
Os meio de culto são as ordenanças que Deus apresentou em sua palavra.
3. Quais são essas ordenanças?
O Catecismo Maior cita-as como sendo "a oração e ações de graça em nome
de Cristo; a leitura, a pregação e o ouvir a Palavra, a administração e a

recepção dos sacramentos; o governo e a disciplina da igreja; o ministério e
sua manutenção; o jejum religioso; o jurar em nome de Deus, e o fazer
votos a ele". (P. 108).
4. Como nós cristãos devemos fazer para receber essas ordenanças?
Devemos recebê-las aprovando e abraçando-as; observá-las fazendo o que é
nelas exigido; sempre conservá-las puras e íntegras guardando-as de
corrupção.
5. Qual é o significado de não fazer qualquer imagem de escultura?
Significa que não devemos tentar representar Deus por meio de objetos
materiais e nem adorá-lo por meio de tais imagens.
O DEUS ZELOSO
"Porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos
pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem; e
faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os
meus mandamentos" (Êx 20.5-6). A palavra "zeloso" significava "zelo
justo". É o ensino de que só ele tem direito sobre o amor de seu povo.
Há dois sentidos nos quais essa descrição de Deus pode ser entendida. No
bom sentido ele é zeloso por seu povo. Ele os guardará, ele os protegerá, ele
os defenderá contra todos os inimigos. Seu povo, seu pela fé em Cristo
Jesus, é muito querido ao seu coração. Ao olhar do alto seu povo, ele os vê
em suas tentativas de andar com ele a cada dia, e fica enternecido. Ele quer
muito que acertem o passo ao dele, que nunca corram à frente nem fiquem
para trás, que dêem cada passo com pleno conhecimento, a cada momento,
de que estão guardados no seu amor. Qualquer coisa que aconteça com
seu povo acontece com ele. Ele a sente; tem verdadeira empatia com seus
filhos.
Há outro sentido no qual isso pode ser entendido. E nesse sentido Deus tem
ciúmes de seu povo. Ele tem ciúmes no sentido de não querer que prestem
culto a imagens gravadas ou esculpidas, nem que adorem deuses falsos, ou
corram atrás das coisas que os distanciam dele próprio. E como se não

suportasse ter um rival de maneira nenhuma. Ele não quer que seus filhos
sigam atrás de qualquer coisa — quer boa ou ruim — que impeça o culto a
ele. Nosso amor, nossa maior adoração precisa ser prestada a ele somente.
Devemos examinar-nos diariamente para ver se estamos ou não seguindo-o
bem de perto. Há muitas formas pelas quais nosso amor pode ser desviado.
É bom nós nos lembrarmos sempre de que ele é um Deus zeloso, cioso de
seus direitos, e que nós devemos nos preservar de complicações. Nunca
devemos dar motivo ao santo ciúme dele. Devemos orar a cada momento,
pedindo que ele nos conserve tão perto de si que sintamos no mesmo
segundo, quando nosso amor para com ele estiver sendo esfriado por coisas
contrárias à sua vontade em relação a nós. Se fizermos isso ele estará
zeloso a nosso favor, e não ciumento contra nós. E assim bênçãos fluirão
dele para nós, tudo para sua glória.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 51.0 que proíbe o segundo mandamento?
Resposta: O segundo mandamento proíbe adorar a Deus por meio de
imagens, ou de qualquer outra maneira não prescrita na sua Palavra.
Referências Bíblicas: Dt 4.15-16; At 17.29; Dt 12.30-32.
Perguntas:
1. Qual é o grande pecado proibido no segundo mandamento?
O grande pecado proibido no segundo mandamento é a idolatria.
2. No que difere a idolatriaspnrnbidM no segundo mandamento da
idolatria proibida no primeiro mandamento?
A idolatria proibida no primeiro mandamento tem que ver com um objeto,
quando o homem adora algo que não seja o Deus vivo e verdadeiro. A
idolatria proibida no segundo mandamento tem que ver com os meios de
culto, e nos proíbe de adorar a Deus de maneiras contrárias a sua vontade.
3. Como é possível a uma pessoa adorar imagens e assim cometer o
pecado da idolatria? Há várias maneiras em que isso pode acontecer.
Algumas são: 1) Cultuando deuses falsos, como aconteceu na idolatria pagã
da cultura grega. 2) Cultuando o verdadeiro Deus com o uso de uma
imagem ou representação dele. 3) Cultuando o verdadeiro Deus, criando na
mente uma falsa imagem dele.
4. Épermitido fazer-se qualquer imagem ou representação de Deus?
Não, é proibido porque ele é infinito, incompreensível (Is 40.18). Qualquer
tentativa de representar Deus necessariamente envolve limitações que o
representam incorretamente.
5. É lícito termos figuras de Jesus Cristo?

Não, não é legítimo fazermos isso. É verdade que ele foi tanto homem
como Deus, mas a Bíblia ensina que ele é mais belo do que os filhos dos
homens (SI 45.2). É impossível sabermos como ele era, e portanto, qualquer
representação dele seria adivinhação. Se ele tivesse desejado que
soubéssemos, ele o teria deixado claro na Bíblia.
6. O segundo mandamento proíbe a cerimônia em nosso culto?
Não, não proíbe a cerimônia em nosso culto, contanto que a cerimônia seja
a ensinada na Palavra de Deus. Portanto, a cerimônia teria de ser "decente e
em ordem", e só o que é determinado na Palavra de Deiís (Mt 15.9).
O CULTO SEGUNDO A BÍBLIA
A questão do culto na igreja hoje é de grave preocupação. Em igrejas que
têm o credo histórico, e afirmam os Padrões de Westminster, a questão do
culto deve sempre ser coerente com a Palavra de Deus. Se não for, há o
perigo de se transgredir o segundo mandamento, violando-o por não
procurar cultuar de acordo com o padrão da Palavra de Deus. Nessa área
devemos ser zelosos, recusando permitir qualquer coisa dentro do culto que
não seja coerente com a Palavra.
Há muitas áreas hoje em que a igreja se acha em perigo de desviar-se da
Palavra. Quanto à doutrina, a igreja está se afastando da posição histórica
da Fé Reformada com respeito à Bíblia ao permitir uma visão mais baixa de
inspiração do que a de que seja a infalível e verbalmente inspirada Palavra
de Deus. A igreja está se afastando por deixar de lado completamente a
doutrina bíblica da disciplina e por isso a pureza da igreja está caindo em
descrédito. Estas maneiras, e muitas outras que poderiam ser
mencionadas, são formas nas quáis a igreja está se desviando da fé em
matéria de doutrina.
Além disso, a igreja deverá sempre ser cuidadosa com respeito a seu culto.
Nada deverá ser permitido no culto que não seja ensinado na Escritura. O
culto da igreja existe para a glória de Deus, para o propósito de
desempenhar sua Grande Comissão, para a evangelização do mundo. A
igreja primitiva cuidava que nada fosse introduzido nela que impedisse sua
missão.

E o culto de sua igreja? Será que já têm sido acrescentadas coisas que não
encontram base na Bíblia? Sua igrej a está mais preocupada com o prédio
do que com a pregação da Palavra de Deus, consigo mesma em vez de com
a busca dos perdidos, com amizade em vez de com sua pureza? O segundo
mandamento está sendo infringido?

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 52. Quais são as razões anexas ao segundo mandamento?
Resposta: As razões anexas ao segundo mandamento são a soberania de
Deus sobre nós, a sua propriedade em nós, e o zelo que ele tem pelo seu
culto.
Referências Bíblicas: SI 95.2-3; SI 45.11; Êx 34.14.
Perguntas:
1. Quantas premissas estão compreendidas no segundo mandamento e de
que maneira são úteis a nós?
Há três premissas: 1) A soberania de Deus sobre nós. 2) O direito de posse
que Deus tem sobre nós. 3) O zelo que Deus tem com respeito a seu culto.
São de grande utilidade para nós porque todas as três podem influenciar
grandemente a maneira de obedecermos ao Senhor nosso Deus.
2. O que queremos dizer com soberania de Deus sobre nós?
O sentido é que pela sua soberania ele tem a autoridade única sobre nós e
tem o direito de estabelecer leis para o culto. Só ele tem o direito de decidir
o que é bom para nós. Nós temos a responsabilidade de cultuá-lo somente
da forma que ele designa para nós em sua Palavra.
3. Quando falamos em Deus ser nosso proprietário, o que queremos dizer
com isso? Com i§so queremos dizer que nós lhe pertencemos pelo direito
de redenção e que nós, portanto, devemos nos apegar a ele e ter o cuidado
de não seguir nenhum pecado que nos afastaria dele, especialmente a
idolatria e a superstição (SI 95.6-7; SI 106.19-21).
4. O que Deus disse sobre o zelo que ele tem de seu próprio culto?
Ele disse: "Eu sou Deus zeloso".

5. Que efeito isso deve ter sobre os crentes nascidos de novo?
Deve dar-nos muito medo de ofendê-lo de qualquer forma e especialmente
na área do culto falso. Devemos orar para que nunca o decepcionemos
como Nadabe e Abiú fizeram (Lv 10.1-4).
6. Se o cultuarmos de maneira falsa qual será nossa punição?
Não só cairá a punição sobre nós, como também ele visitará a iniqüidade
dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração.
7. Como pode Deus, que tem o atributo da justiça, fazer isso?
Se os filhos não seguirem os pecados de seus pais, ele não os castigará (Ez
18.14, 17). Se os filhos seguirem os pecados dos pais, merecerão o castigo.
PAIS PIEDOSOS E SEUS FILHOS
Esta pergunta do catecismo em particular, com sua ênfase em Deus ser
Deus zeloso, que visita a iniqüidade dos pais maus nos filhos, contém uma
lição oposta para os pais piedosos. Os filhos de pais piedosos poderão ser
recipientes da promessa: "[Serei] o teu Deus e da tua descendência" (Gn
17.7). Há muito pelo qual os filhos de pais piedosos devem agradecer a
Deus e há uma grande responsabilidade por parte de pais piedosos para que
seus filhos possam gozar os grandes benefícios compreendidos.
Sempre que aqueles que são leais à Fé Reformada mencionam as promessas
pactuais, contudo, há dois fatos importantes a lembrar. Se esses dois fatos
forem esquecidos sempre há o perigo de desagradar a Deus. Os dois fatos
são: 1) Deus não mostra misericórdia aos filhos simplesmente por serem
filhos de pais piedosos. 2) A promessa que Deus pronuncia é uma promessa
que depende de se guardar as promessas dos pais piedosos.
Deus não mostra misericórdia aos filhos simplesmente por serem filhos de
pais piedosos — ele mostra misericórdia aos filhos simplesmente porque
lhe agrada fazer isso (Rm 9.15). Nunca podemos tirar a misericórdia
mostrada aos filhos de pais piedosos do contexto de todo o conselho de
Deus e esquecer que ele é Aquele que é Onipotente e Soberano, que não

será manipulado nem forçado pelas promessas ou caminhos do homem. O
que ele faz é para sua glória e é coerente com seu caráter, o de ser soberano
em todas as coisas.
A promessa que Deus pronuncia é promessa que depende de se guardar as
promessas dos pais piedosos — a salvação, com todos seus benefícios, não
é coisa automática que acontece aos filhos de pais (ou pai) piedosos — (ICo
7.14; At 2.38,39). Aqui cabe bem a declaração de John Murray: "O
privilégio pactuai sempre acarreta responsabilidade pactuai". Há condições
que devem ser observadas pelos pais piedosos, promessas feitas no batismo
do infante e promessas a serem guardadas se os pais esperam que
Deus guarde suas promessas.
Quando os pais piedosos fazem sua parte há mesmo grandes benefícios —
os benefícios de uma educação cristã, orações e mesmo a expectativa de
que Deus irá efetuar a conversão dos filhos. Ser criado por pais cristãos
empenhados em cumprir suas promessas pactuais é uma bênção pela qual
todos os filhos devem agradecer a Deus.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 53. Qual é o terceiro mandamento?
Resposta: O terceiro mandamento é: "Não tomarás o nome do Senhor, teu
Deus, em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu
nome" (Êx 20.7). Pergunta 54. Que exige o terceiro mandamento?
Resposta: O terceiro mandamento exige o santo e reverente uso dos nomes,
títulos, a:ributos, ordenanças, palavras e obras de Deus.
deferências Bíblicas: SI 29.2; Mt 6.9; Ap 15.3-4; Ml 1.14; SI 138.2; SI
107.21-22. Perguntas:
1. O que queremos dizer com as palavras ”o nome do Senhor teu Deus”?
Queremos dizer com "o Senhor teu Deus" qualquer maneira em que Deus se
faz conhecer.
2. Como Deus se faz conhecer?
Ele se faz conhecer: por seus nomes, tais como Deus, Senhor, Eu Sou,
Jeová; por seus títulos, como Senhor dos Exércitos, o Santo de Israel, o Rei
dos Reis, Senhor dos Senhores, o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo e
outros; por seus atributos, que são suas perfeições e propriedades (ver
Pergunta 4); por suas ordenanças, que são a leitura, a pregação e o ouvir da
Palavra, a oração, as ações de graça, o louvor, a administração dos
sacramentos; por sua palavra, as Escrituras do Antigo e Novo Testamentos;
por suas obras, que são as obras da criação e da providência.
3. Qual é nossa responsabilidade para com esses meios gerais pelos
quais ele se faz conhecer?
Nossa responsabilidade é mostrar uma atitude reverente para com todos eles
em nossas palavras, nossos pensamentos e nossas práticas. Devemos
meditar sobre seus nomes e títulos. Devemos fazer uso santo das

ordenanças de Deus, buscando nelas Deus. Devemos ser obedientes em
todos os tempos à sua Palavra e reconhecer suas obras de criação e
providência, bendizendo-o e louvando-o por suas misericórdias
e sujeitando-nos a ele em todas as coisas.
4. Esta pergunta diz respeito em alguma coisa aos juramentos e votos
juramentados a Deus?
Visto que o nome de Deus é usado em juramentos e votos, há uma ligação.
Recomenda-se ao leitor considerar e orar sobre a seção da Confissão de Fé
intitulada: "Dos Juramentos e Votos Legais" (Cap. 22).
N
O DEUS DE ABRAÃO
Um dos títulos atribuídos a Deus como Deus da graça é "O Deus de
Abraão, Isaque e Jacó" (Ex 3.6). Mesmo ao ser ele o Deus da graça, mesmo
quando experimentamos isso dia após dia, devemos louvá-lo pelas suas
obras maravilhosas aos filhos dos homens. Nunca devemos deixar um dia
passar sem elevar nossa voz em louvor a esse Bendito Nome! O compositor
do hino disse:
Ao Deus de Abraão louvai!
Do vasto céu Senhor,
Eterno e poderoso Pai e Deus de amor!
Augusto Jeová, que terra e céu criou,
Minha alma o NOME exaltará do grande EU-SOU.
Ao Deus de Abrão louvai!
Eis por mandado seu
Minha alma deixa a terra e vai gozar no céu.

O mundo desprezei, seu lucro e seu louvor,
E Deus por meu quinhão tomei E Protetor. Meu guia Deus será!
Seu infinito amor, feliz em tudo me fará por onde eu for.
Tomou-me pela mão, nas trevas deu-me luz,
E dá-me eterna salvação por meu Jesus.
Meu Deus por si jurou,
Eu nele confiei!
E para o céu que preparou eu subirei.
Sua face eu hei de ver, confiado em seu amor,
E para sempre engrandecer, meu Redentor.
(Tr.D.B.Judah/ R.H.Moreton, Novo Cântico 21)
Abraão curvou-se no coração e na mente perante o Senhor mesmo depois
de ter sua fé duramente provada pela longa demora no cumprimento da
promessa. Abraão descansou na divina promessa, e na suficiência do poder
e da graça divina de seu Senhor. Devemos fazer o mesmo — reconhecer
quem ele é e então nos lembrar de dar louvor a seu santo nome.
No entanto, esse mandamento tem um outro lado. Como Calvino tão bem o
expressou: "A finalidade do mandamento é que Deus quer que consagremos
a majestade de seu nome. Em resumo, isso quer dizer que não devemos
profaná-lo, tratando-o com menosprezo e de modo irreverente". (Instituías,
tr. W. Luz, II, viii, 22). Devemos sempre nos lembrar que se não o
reverenciarmos devidamente, não bendizermos seu nome, nós podemos
quebrar esse mandamento.
Uma boa disciplina para nós seria prometer que vamos ler o Salmo 139 pelo
menos uma vez por semana para que possamos manter a visão certa e
termos a atitude reverente que se deve ter para com o Deus de Abraão.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 55. O que proíbe o terceiro mandamento?
Resposta: O terceiro mandamento proíbe toda profanação ou abuso das
coisas por meio das quais Deus se faz conhecer.
Referências Bíblicas: Ml 2.2; Is 5.12; SI 139.20; Tg 1.13; Mt 26.74.
Perguntas:
1. Quais são os modos pelos quais Deus se faz conhecer?
Conforme aprendemos no mandamento anterior, ele se faz conhecer por
seus nomes, títulos, atributos, ordenanças, palavra e obras..
2. De que maneiras esses modos podem ser profanados ou violados pelo
homem?
São violados por "blasfêmias, perjúrios, maldições, juramentos, votos e
sortes ímpios" (<CatecismoMaior, pergunta 113).
3. Como pode a pessoa profanar os nomes, títulos e atributos de Deus?
O homem pode profanar essas coisas quando pensa em ódio contra Deus;
quando fala irreverentemente dirigindo-se a Deus; quando jura pelo nome
de Deus de uma forma maldosa ou maledicente; quando blasfema o nome
de Deus; quando amaldiçoa a si próprio ou a outros no nome de Deus;
quando usa o nome do Senhor de formas supersticiosas.
4. Como pode a pessoa profanar suas ordenanças?
A pessoa pode profanar as ordenanças de Deus sendo irreverente ou
irregular em sua obediência a elas; atendendo-as não no espírito, mas
estando na carne, ao permitir que sua mente vagueie; ao ter feito uma
profissão de fé em Cristo falsa e insincera e ainda assim participar delas.

5. Como a pessoa pode profanar a Palavra de Deus?
A pessoa pode profanar a palavra de Deus negando partes da Palavra ou
deturpando-a; ensinando doutrina falsa com respeito à Palavra; aplicando a
Palavra de Deus erradamente.
6. Como a pessoa pode profanar as obras de Deus?
A pessoa pode profanar suas obras usando seu corpo de maneira errada;
esquecendo-se da misericórdia de Deus e das maravilhas que faz para os
filhos dos homens; e resmungando contra o Senhor em meio à adversidade.
ATENDENDO À PALAVRA
Uma das maiores responsabilidades — e privilégios — do crente nascido de
novo é o de atender à Palavra. Tiago nos diz: "Todo homem, pois, seja
pronto para ouvir...." (Tg 1.19). Esse terceiro mandamento,
especificamente, é relevante para nós ao irmos, no Dia do Senhor e ao culto
da noite do meio de semana, ouvir a pregação da Palavra de Deus.
Jeremy Taylor disse certa vez: "Quando a palavra de Deus é lida ou pregada
para você, cuide de estar de coração e mente disposta, livre de cuidados e
pensamentos mundanos, diligente em ouvir, cuidadoso em fixar, estudioso
para lembrar e desejoso de praticar tudo o que é ordenado, e viver de
acordo; não dê atenção a qualquer outra finalidade que não a de se tornar
melhor em sua vida e ser instruído em toda boa obra, e crescer no amor e
serviço de Deus". (The Rule and Exercises ofHoly Living, [Regra e Práticas
da Vida Santificada] p. 181).77
Muitas vezes o cristão deixa de receber o que o Senhor tem para ele no
culto porque vai despreparado. No mesmo capítulo primeiro de Tiago
sugere-se um esboço com respeito às obrigações do cristão quando vai
cultuar na casa de Deus. O versículo 21 lhe diz de suas obrigações antes do
sermão: despojar-se de qualquer poluição, de qualquer pecado. O mesmo
versículo 21 também lhe fala de suas obrigações durante o sermão:
de acolher com mansidão a palavra implantada. O versículo 22 diz de suas
obrigações após o sermão: de ser praticante da palavra e não somente
ouvinte. O povo de Deus receberá muito maior benefício da pregação da

palavra de Deus, e saberá aplicá-la mais eficazmente, se tiver preparado seu
coração de antemão para ouvir a palavra.
Como nos preparamos para ouvir a Palavra? Muitas vezes no Dia do Senhor
nossa preparação consiste em ler o jornal do domingo, em dormir tarde, em
negligenciar a oração e o estudo da Palavra. Seria bom imaginar qual
haveria de ser o resultado se no domingo a igreja se enchesse de cristãos
que se tivessem preparado ativamente para a pregação da Palavra. Cristãos
que tivessem ido com o coração disposto e obediente; com um desejo
profundo de ouvir a Palavra; com o coração afinado com o Deus Onipotente
e Soberano. De fato, o resultado seria a prática dos deveres apresentados na
Palavra, no poder do Espírito Santo, para a glória de Deus.

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Pergunta 56. Qual é a premissa anexa ao terceiro mandamento?
Resposta: A premissa anexa ao terceiro mandamento é que, embora os
transgressores deste mandamento escapem do castigo dos homens, o Senhor
nosso Deus não os poupará do seu justo juízo.
Referências Bíblicas: Dt 28.58-59; SI 139.20; SI 83.18; Zc 5.3.
Perguntas:
1. Por que é que infratores desse mandamento podem escapar da punição
da parte dos homens?
Quem quebra esse mandamento pode escapar da punição dos homens
porque muitas vezes aqueles que detêm a autoridade são tão culpados como
os infratores do mandamento. Trata-se muitas vezes de ser o caso de o
homem natural estar tratando com o homem natural, e as coisas de Deus são
desviadas.
2. Quem são esses que tomam o nome do Senhor em vão?
A Bíblia ensina que aqueles que tomam o nome de Deus em vão são seus
inimigos declarados (SI 139.20).
3. Qual deveria ser um dos maiores motivadores para nos impedir de
tomar em vão o nome de Deus?
Como crentes, simplesmente as palavras "o Senhor nosso Deus" nesta
Pergunta já nos deveriam motivar a reconhecer sua glória e isso nos deveria
encher de reverência e temor santo. Nosso coração deveria ficar carregado
de sentimento de culpa se quebrássemos esse mandamento.
4. Os que tomam o nome do Senhor em vão escapam de serem julgados?

Aqueles que quebram este mandamento não escaparão do julgamento,
porque Deus é justo e prometeu que serão punidos.
5. Essa promessa poderia ser chamada de uma ameaça?
Sim, poderia ser chamada de ameaça pelo fato de que a vingança divina
está dirigida contra a pessoa que quebra o mandamento.
6. Quando serão punidos os infratores desse mandamento?
Há duas ocasiões em que os infratores desse mandamento poderiam ser
punidos. Por vezes são punidos nesta vida, como se vê em Dt 28.58-59.
Outras vezes a punição só será dada no além. No entanto, o certo é que
serão punidos.
UM GUARDA AOS MEUS LÁBIOS
"Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios" (SI
141.3). Esse versículo é uma excelente oração, ao considerarmos este
mandamento específico do Senhor. Quando a Bíblia diz "O Senhor não terá
por inocente", com respeito a tomar seu nome em vão, devemos todos nós
atender e procurar honrar o Senhor com nossos lábios em todo o tempo.
A pergunta é: Será que nós tememos dizer qualquer coisa que possa
desonrar nosso Senhor? Com certeza a resposta deverá ser sim, porque as
palavras que pronunciamos podem poluir a glória de Deus, e como crentes
nossa responsabilidade aqui está clara. Num velho Livro Presbiteriano de
Orações encontra-se a seguinte prece:
Deus Todo-poderoso, nosso Pai Celeste, confessamos a Ti que em muitas
ocasiões e maneiras, por pensamento, palavra e ação, nós temos pecado
contra Ti; e não somos mais dignos de ser chamados Teus filhos. Mas nós
Te imploramos humildemente, ó santo e amoroso Pai, por Tua grande
misericórdia em Cristo Jesus nosso Senhor, que nos perdoes as nossas
ofensas, e daqui por diante nos conceda o verdadeiro arrependimento e
novidade de vida, para a honra e glória de Teu Nome. Amém.

Tornar esta uma oração diária faria bem a todos nós. Contudo, há um perigo
compreendido na fala do crente. A Bíblia explica este perigo muito bem:
"Este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me
honra, mas o seu coração está longe de mim" (Is 29.13). O perigo sempre
presente é que professemos uma boa religião, mas pelo fato de nosso
coração não estar certo diante do Senhor, negligenciemos seguir seus
caminhos. Ficamos ansiosos por ser ouvidos pelas outras pessoas que
amam o Senhor, mas por dentro estamos lhe dizendo "Não!" à medida que
ele trata do eu dentro de nosso coração. De fato, nossa oração deve ser que
ele ponha um guarda à nossa boca, e que o Espírito Santo ministre cada vez
mais ao nosso coração.
O terceiro mandamento esclarece que vamos pagar por desonrá-lo com
nossos lábios. O pagamento será nesta vida ou na outra. Sabemos muito
bem que o incrédulo vai ter de sofrer. Que Deus nos ajude para que nossas
palavras possam sempre glorificá-lo, palavras que ergam alto o Senhor
Jesus Cristo para uma geração má e perversa! (SI 19.14).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 57. Qual é o quarto mandamento?
Resposta: O quarto mandamento é: "Lembra-te do dia do sábado, para o
santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o
sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu
filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal,
nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o
Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia,
descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou"
(Êx 20.8-11).
Pergunta 5 8.0 que exige o quarto mandamento?
Resposta: O quarto mandamento exige que consagremos a Deus os tempos
determinados em sua Palavra, particularmente um dia inteiro em cada sete,
para que seja um dia de santo descanso dedicado a ele.
Referências Bíblicas: Lv. 19.30; Dt 5.12; Is 56.2-7.
Perguntas:
1. Como este mandamento se aplica ao culto?
Este mandamento fala da programação do culto e se segue naturalmente aos
três primeiros mandamentos. O primeiro falou do objeto de culto, o
segundo dos meios do culto, o terceiro da maneira do culto.
2. Como épossível decidir qual o tempo que deve ser reservado para o
culto público? O único tempo que deve ser reservado para o culto púbico é
aquele indicado na Palavra de Deus. Não é direito perante Deus acrescentar
outros tempos, ou dias santos, à sua Palavra.
3. Que significa a palavra "Sábado"?

A palavra "Sábado" é uma palavra hebraica e significa "descanso",
conforme ensinado em Hb 4.9.
5. Por que nossa pergunta o chama de "dia de santo descanso"?
E um sábado "santo" porque foi consagrado e separado por Deus.
6. Este mandamento específico faz parte da lei cerimonial ou da lei
moral?
Este mandamento em particular é parte da lei moral e deve ser guardado por
todas as nações e através de todas as gerações. Nunca foi anulado. O Senhor
Jesus Cristo deu testemunho dele. Ele é nosso Senhor e ele é também
"Senhor do Sábado" (Lucas 6.5).
UM COMPROMISSO DA IGREJA
A igreja de hoje faz muitas concessões. Em muitas denominações está se
tornando evidente que o ensino da Palavra de Deus é cada vez menos
reconhecido como única regra infalível de fé e prática. É vergonhoso para a
igreja que isso seja verdade. No entanto, há outra acomodação perigosa
ocorrendo na igreja. É a concessão que se faz na esfera da observância do
sábado, uma acomodação que está permitindo que o secularismo invada a
igrej a.
Parece que o mandamento, em sua aplicação prática, tem sido em efeito
reescrito, de maneira a ser lida por muitos: "Lembre-se de santificar uma
hora no domingo". Em muitas igrejas atuais foi reescrito novamente para
ser: "Lembre-se de santificar uma hora no início da manhã de domingo",
quando tem o culto matinal convenientemente no primeiro horário, o que
habilita uma pessoa a um desencargo de consciência por "guardar o
mandamento" para que possa se divertir no restante do dia com recreação e
lazer. Para esse tipo de pessoa, a Igreja significa muito pouco, e para a
igreja esse tipo de pessoa significa muito pouco.
A história da igreja tem uma importante lição a nos ensinar sobre esse
assunto. Os historiadores relataram repetidas vezes que há uma ligação
entre a não-observância do sábado e a falta de poder da igreja. É certo que

essa ligação deve existir. A principal razão pela qual o crente deve guardar
o Dia do Senhor são as bênçãos espirituais e os privilégios que decorrem
dessa prática. Eles acontecem porque os cristãos estão observando esse
mandamento do Senhor, um mandamento que continua em vigor nos dias
de hoje.
Os profetas da antigüidade clamavam contra Israel por seus pecados e
incluíam a "profanação do sábado" como um dos pecados que estava
trazendo o juízo divino sobre a nação. De fato, o mundo está precisando de
tais profetas hoje! Os cristãos estão olhando para o fim de semana cada vez
mais como um convite a atividades seculares, em lugar de um convite a
atividades espirituais. Louvor da boca para fora ao assistir ao culto não
basta. O Sábado Cristão é um baluarte espiritual para a pessoa e para a
nação. Assim foi ordenado por Deus.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 59. Qual dos sete dias Deus designou para esse descanso
semanal?
Resposta: Desde o princípio do mundo até a ressurreição de Cristo, o
sétimo dia da semana foi designado por Deus para o descanso semanal; e
desde então, o primeiro dia da semana para continuar sempre até ao fim do
mundo, que é o Sábado Cristão, ou Domingo.
Referências Bíblicas: Gn 2.3; Lc 23.56; At 20.7; ICo 16.1-2; Jo 20.19-26.
Perguntas:
1. Por que o sétimo dia foi indicado por Deus como o dia do Sábado?
O sétimo dia foi indicado como o dia de sábado porque foi o dia em que ele
descansou das obras da criação.
2. Quando Deus indicou esse dia como o sábado?
Ele indicou o sétimo dia como o sábado logo depois das obras da criação.
(Ver Gn 2.2).
3. Até quando deveria ser observado o sétimo dia como o sábado?
Deveria ser observado como o dia do sábado até que Cristo ressurgisse dos
mortos. (Ver Mt 28.1).
4. Que dia seria observado a partir daquela data, segundo a Palavra de
Deus?
O primeiro dia da semana seria observado e deve ser observado pelos
cristãos até o fim do mundo.
5. Como podemos ter certeza de que o primeiro dia é para ser observado
como o sábado?

Podemos ter certeza porque foi instituído por Jesus Cristo e tem sido
observado pelos cristãos desde então.
6. Há alguma correlação entre o sábado do Antigo Testamento e o sábado
instituído após a ressurreição de Cristo?
Sim, há uma correlação no fato de que Deus descansou no sétimo dia
depois de sua obra da criação e Cristo descansou no primeiro dia depois de
passar pelo sofrimento que realizou a redenção do homem (Hb 4.10).
7. Há outras provas bíblicas de que o primeiro dia da semana é o novo
sábado?
Sim, há outras provas como sejam: o Senhor colocar seu nome no primeiro
dia; Paulo falar de fazer-se a coleta no primeiro dia da semana; os
discípulos estarem reunidos no primeiro dia da semana. (Ap 1.10; ICo 16.1-
2; Jo 20.19; At 20.7).
"LEMBRA-TE"
"Lembra-te do dia do sábado..." É verdade que muitas pessoas hoje estão se
esqué-cendo deste mandamento. Os tempos mudaram, com certeza, desde
que o Imperador Constantino declarou as primeiras leis a respeito em 321
A.D. Ele exigiu que todos ok tribunais, cidades e lugares de trabalho
descansassem. Hoje a igreja tem um novo ritual. É o ritual do Domingo do
Absenteísta, o ritual da praia, da estrada, das diversões, dò exercício físico.
São relativamente poucos os que se lembram do sábado e se
preocupam com o quarto mandamento.
Há ainda outro sentido da palavra "Lembrar". É significativo que este seja o
único mandamento que começa com essa palavra. É como se Deus já
soubesse que esse era um que o homem teria a tendência de esquecer. Mas
além da maneira em que devemos passar o dia, a palavra deverá trazer à
mente as duas grandes obras: a criação e a redenção.
A obra da criação deve ser trazida à lembrança porque o sábado do Antigo
Testamento começou quando o Senhor Deus descansou no sétimo dia. A
cada domingo seria bom começar o dia meditando na criação. A definição

do nosso Breve Catecismo exprime isto muito bem: "A obra da criação é
aquela pela qual Deus fez todas as coisas do nada, no espaço de seis dias, e
tudo muito bem". Que maravilha pensar em seu poder e neste lindo mundo
que ele criou.
A obra da redenção deve ser trazida à memória tendo em vista que o Senhor
Jesus ressuscitou dos mortos no primeiro dia depois de passar pelo
sofrimento. Ele derramou seu sangue no Madeiro do Calvário por você e
por mim. De certo modo podemos dizer que a redenção excede a criação. A
criação foi um monumento do poder de Deus; a redenção foi um
monumento do amor de Deus. Pense mais uma vez: "Ele o fez pecado por
nós" (2Co 5.21). Morreu voluntariamente. Ele nos amou. Sua morte, sua
redenção é sempiterna. Essas coisas devem emocionar nosso coração,
causar lágrimas em nossos olhos, quando pensamos em quantas vezes nós o
negligenciamos e desonramos seu nome. A mediação de Cristo e seu amor
maravilhoso manifesto em ele nos redimir é algo em que nós podemos
pensar no Dia do Senhor.
"Lembra-te do dia do sábado..." É uma boa maneira de iniciar o Dia do
Senhor. É possível que se mais pessoas começassem o dia se lembrando das
obras da criação e redenção haveria menos violação do sábado!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 60. De que modo se deve santificar o Dia do Senhor?
Resposta: Deve-se santificar o Domingo com um santo repouso por todo
esse dia, mesmo das ocupações e recreações temporais que são permitidas
nos outros dias; deve-se empregar todo o tempo em exercícios públicos e
particulares de adoração a Deus, exceto o tempo preciso para as obras de
pura necessidade e misericórdia.
Referências Bíblicas: Lv 23.3; SI 92.1-2; Lc4.16; Mt 12.11-12; Jr
17.21.22.
Perguntas:
1. O que queremos dizer com santificar o Dia do Senhor?
O Sábado Cristão é santificado por Deus pelo fato de que ele o fez santo. O
Dia do Senhor deverá ser santificado pelo homem, que deverá conservá-lo
santo usando-o para propósitos diferentes de seus afazeres regulares.
2. Quais são as duas coisas que podemos fazer no Dia do Senhor?
Permissão nos é dada por Deus para fazer duas coisas: descanso santo e
culto santo.
3. Do que devemos descansar no Dia do Senhor?
Devemos descansar de todas as coisas que não são de necessidade e
misericórdia. Isso significa que devemos descansar mesmo das coisas que
não são pecaminosas que são permitidas nos outros dias, tais como
empregos e recreações.
4. Quando falamos do "culto sagrado " será que isso quer dizer que
precisamos passar o dia inteiro na igreja?

Não, não significa que o dia inteiro deva ser passado na igreja, e sim que
devemos passar nosso tempo ou em culto público ou particular. Deve ser
um tempo para nossa alma ser renovada por Deus enquanto o cultuamos em
oração, estudo bíblico e culto em família.
5. Você diria que está certo descansar o corpo no Dia do Senhor?
Sim, ficaria dentro da guarda do mandamento descansar o corpo. Essa é
uma das razões do sábado, porque Deus já sabia de início que o corpo
precisaria de um dia de descanso em sete.
6. Deve haver qualquer preparo para o dia do sábado?
Sim, deve haver preparo tanto físico como espiritual. Por exemplo, deve-se
fazer tudo o que é possível antes desse dia, no ambiente físico, para que o
dia possa ser dedicado a Deus. Nosso artigo devocional fala da preparação
espiritual.
PREPARAÇÃO PARA O DOMINGO
A família está reunida na igreja no domingo de manhã. O culto está para
começar. O pastor faz uma pergunta, antes mesmo da Invocação. Pergunta:
"Quantos de vocês tomaram tempo para preparar sua alma para esse dia, o
Dia do Senhor?" Como você responderia essa pergunta? E qual teria sido
nossa resposta no domingo passado?
Muito já foi dito sobre a guarda do sábado, e com razão. Na verdade, nosso
país tem culpa em estar sempre violando o mandamento, desrespeitando o
dia; e os cristãos nascidos de novo estão se juntando aos outros nisso. Mas
possivelmente alguma ênfase deva ser colocada na questão do preparo para
o dia. Parece que pouco é dito sobre éste aspecto importante. Poderia bem
existir mais guarda do domingo se houvesse mais preparação para esse fim!
Como podemos nos preparar para o domingo? Quais as coisas que seria
importante fazer para estarmos melhor preparados para passar o dia como o
Senhor quer que o passemos? A seguinte lista poderá auxiliar ao buscarmos
viver para ele nesta área:

1. Dedique de antemão o dia ao Senhor e regozije-se com a perspectiva de
ter o Sábado Cristão. Reconheça que é realmente o Dia do Senhor.
Devemos procurar, pela sua graça, fazer com que seja um dia especial de
bênção para nossa alma.
2. Use boa parte do tempo no sábado à noite para um retiro espiritual.
Recolha-se a um canto, com a Bíblia e com oração, enchendo sua alma das
coisas que são de Deus. Reconheça que seu coração precisa ser limpo das
coisas do mundo, coisas necessárias, possivelmente, mas coisas que
entraram para sufocar a Palavra.
3. Use algum tempo para a meditação. Em lugar de só ler a Palavra e orar,
pense nas coisas de Deus e nele próprio. Pense nas obras dele, na sua
santidade, no maravilhoso fato da redenção, na segunda vinda do Senhor
Jesus Cristo.
4. Ore pelo pastor, para que ele esteja preparado para a pregação da
Palavra, o meio de graça principal. Coloque-o perante o Trono da Graça;
ore para que ele seja um vaso apto para o uso do Mestre.
Já é tempo de o povo de Deus, dos seus salvos, se prepararem para o Dia do
Senhor e suas atividades. Assim como o povo de Israel tinha de lavar o
corpo antes que a lei lhes fosse apresentada, assim também os crentes em
Cristo devem preparar a alma para o
A
Dia do Senhor (Ex 19.10). Pense em como seria bom o resultado na sua
obra se seu povo fizesse retiros espirituais preparando-se para o dia dele!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 61. O que proíbe o quarto mandamento?
Resposta: O quarto mandamento proíbe a omissão ou a negligência no
cumprimente dos deveres exigidos, e a profanação desse dia por meio de
ociosidade, ou por fazei aquilo que é em si mesmo pecaminoso, ou por
desnecessários pensamentos, palavras oi obras acerca de nossos negócios e
recreações temporais.
Referências Bíblicas: Ez 22.26; Ml 1.13; Am 8.5; Is 58.13; Jr 17.24,27.
Perguntas:
1. Quais são os dois tipos de pecados proibidos neste quarto
mandamento?
Os dois tipos de pecados proibidos são o pecado de omissão e o pecado de
comissão.
2. Quais são os pecados de omissão mencionados nesta pergunta?
Os pecados de omissão mencionados são: 1) A omissão das obrigações do
sábado cristão. Essas obrigações seriam tais coisas como a negligência do
culto particular ou público, e a negligência de tarefas de amor e
misericórdia que deveriam ser realizadas no domingo.
3. Seria possível pecarmos mesmo no desempenho de tarefas de amor e
misericórdia no domingo?
Sim, seria possível pecarmos no desempenho desses deveres se os
executássemos da maneira errada. Poderíamos desempenhá-los mostrando
tédio, desejando não ter de fazê-los, deixando de perceber que no
desempenho desses deveres também podemos estar servindo ao nosso
Senhor (Mt 25.31-46).
4. Qual a melhor maneira de nos defender contra tais atitudes?

A melhor defesa é fixar nosso coração em Deus (SI 57.7), afirmando pela fé
nosso lugar "nas regiões celestes" no começo do dia, pedindo que Deus nos
conserve fiel em todas as coisas.
5. Quais são os pecados de comissão mencionados nesta pergunta?
Os pecados de comissão mencionados são os seguintes: 1) Profanar o Dia
do Senhor por ociosidade. 2) Profanar o dia fazendo coisas que são
pecaminosas aos olhos de Deus para seu dia. 3) Profanar o dia por
pensamentos, palavras e ações sobre assuntos mundanos, por prazeres e
recreação contrários a tudo que a Palavra ensina para desempenho
permitido no sábado cristão.
6. Por que é tão importante guardar esse dia como para o Senhor?
E importante porque Deus assim nos ordenou, e é importante porque é
impossível ser santo sem guardar seus mandamentos.
O DIA DO SENHOR E O SENHORIO DE CRIST O
A pergunta é feita por muitos crentes hoje: "Por que ficou tão comum
quebrar o Dia do Senhor?" Que é comum não se nega. É rara a igreja hoje
em que se faça qualquer tentativa de se guardar o Sábado Cristão santo para
o Senhor. Você já perguntou alguma vez a um pastor que nada fala sobre
isso em sua igreja, por que não fala? Você já o colocou contra a parede para
que ele lhe desse uma razão? Talvez você se surpreenda com sua resposta.
Muitos vão responder com palavras como estas: "Bem, não consigo ver
porque isso tem tanta importância na igreja de hoje. Afinal, era uma lei
cerimonial e as leis cerimoniais não servem mais de regra para o cristão.
Além disso, você não pode esperar muito do povo. Devemos ser
agradecidos se comparecem à igreja no Dia do Senhor".
Há dois erros gritantes em tal resposta. O primeiro erro é dizer que a guarda
do sábado era uma lei cerimonial. A observância do sábado foi instituída
muito tempo antes de Deus dar a seu povo as leis cerimoniais por meio de
seu servo Moisés. A guarda do sábado é uma das leis morais entregues por
Deus e é tão obrigatória quanto os outros nove mandamentos. Já notou que

em nosso Breve Catecismo há mais perguntas dedicadas à guarda do sábado
do que a qualquer outro dos mandamentos?
O segundo erro na resposta do pastor que imaginamos é o de não esperar
muito do povo. Atualmente é comum esse erro por parte dos pastores,
praticado por muitos deles em seu trabalho. Na área da guarda do Sábado
Cristão o pastor de hoje em geral simplesmente desistiu. Ele se cala; mas
ele é comissionado por Deus para pregar todo o conselho de Deus, e a
guarda do sábado deve ser submetida ao Senhorio de Cristo tanto quanto
qualquer outra coisa. Ele deve lembrar-se de que Cristo não eliminou a
guarda do sábado. Cristo simplesmente a colocou em sua devida posição.
Ele a confirmou. Ele a colocou sob o seu próprio Senhorio (Mt 12.7-8).
Como crente nascido de novo, o que faz você sobre o Sábado Cristão? Você
reconhece o Senhorio de Cristo nessa área de sua vida cristã? Você estará
disposto a submeter todas as partes de sua vida a este mandamento? Possa
Deus ajudar-nos todos a fazer isso, tudo para sua glória.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 62. Quais são as razões anexas ao quarto mandamento?
Resposta: As razões anexas ao quarto mandamento são: a permissão que
Deus nos concede para fazer uso dos seis dias da semana para nossos
interesses temporais; o fato de ele reclamar para si a propriedade especial
do sétimo dia, o seu próprio exemplo e a bênção que ele conferiu ao dia de
descanso.
Referências Bíblicas: Êx 31.15-16; Lv 23.3; Êx 31.17; Gn 2.3.
Perguntas:
1. Quantas razões há anexas a este mandamento?
Há quatro razões anexas a este mandamento e são mais do que para
qualquer outro mandamento. Deus sabia que os homens seriam inclinados a
quebrar este mandamento.
2. Qual é a primeira razão?
A primeira razão é que Deus, tendo-nos permitido seis dias para nossos
próprios empreendimentos, foi muito liberal conosco nesta área e nós por
certo devemos conceder um dia em sete para ele. Além disso, em nossos
dias poucas pessoas trabalham no sábado à tarde, que é outra razão para lhe
dar um dia.
3. Qual é a segunda razão?
A segunda razão é a exigência, por parte de Deus, de um direito especial
sobre o sétimo dia. E Deus reivindicando o dia como sendo seu. Ele não faz
isso sem nada nos conceder, pois à medida que usamos esse dia da maneira
certa ele nos estará dando a maior alegria da comunhão com ele.
4. Qual é a terceira razão?

A terceira razão é o exemplo de Deus em descansar ele próprio de seu
trabalho de criação no sétimo dia. Existe aqui uma bênção espiritual de
descansar um dia ao mando dele. Além disso, há a motivação física, porque
ele sabia que seria bom para nosso corpo descansar um dia. Seu exemplo
deve ser seguido, tudo para sua glória.
5. Qual é a quarta razão?
A quarta razão é a bênção de Deus sobre este dia. Nosso Senhor consagra o
dia dele ao seu serviço santo. O uso correto desse dia resultará em bênçãos
para nós, e "chuvas de bênçãos" estarão caindo sobre nós. O uso errado do
dia resultará em tristezas e aflições (Ne 13.18).
A NECESSIDADE QUE O HOMEM TEM DO SÁBADO
'• É difícil para nós hoje, em meio à profanação escancarada do Dia do
Senhor, manter-nos fiéis à autoridade de Deus e às ordens que encontramos
no Decálogo. Por todo lado vemos forte oposição. O dia começa com o
massudo jornal do domingo. Os eventos do esporte são a ordem do dia. As
forças armadas decidiram que o Dia do Senhor é um dia de treinamento.
Para onde quer que nos voltemos enfrentamos as pressões do mundo para
negar o que foi dito a muitos de nós desde a infância, que a calma santa da
manhã do Sábado Cristão deve ser mantida durante o dia todo.
Certamente, como crentes em Cristo, sabemos o que devemos fazer. Os
mandamentos da Escritura são claros. Seis perguntas de nosso Breve
Catecismo são dedicadas a essa questão importante do viver cristão. Mas
quando tentamos enfrentar nossos opositores com esses argumentos, isso
nada significa para eles. Não se importam com a Escritura Sagrada e não
vão escutar. Mas existem argumentos aos quais talvez dêem atenção, e estes
mesmos argumentos seriam bons para recebermos em nosso coração e neles
meditar, tudo para a glória de Deus. Na verdade Marcos 2.27 nos ensina:
"O sábado foi estabelecido por causa do homem". Nosso Senhor sabia que
precisamos desse Dia.
Precisamos dele por causa de nossa natureza física. Ele nos fez de tal
maneira que precisamos descansar um dia em cada sete. É interessante
notar que os deístas da França, muitos anos atrás, aqueles que haviam

deixado o catolicismo romano mas não se tornaram protestantes, admitiam
que não conseguiam passar sem o dia de descanso. Seu corpo ansiava por
esse dia.
Precisamos dele como um dia em que a família pode estar junta. Deus
colocou grande ênfase na família, e a Bíblia está cheia de recomendações a
serem seguidas pela família. Quando vão ser seguidas? Será que o Sábado
Cristão não pode ser usado nessa área importante? A oração, o ensino da
Palavra, a comunicação — são importantes todas estas coisas na unidade da
família.
Precisamos dele para o ensino que podemos obter na Casa de Deus. A
pregação da Palavra é o mais importante meio de Graça, e nós devemos nos
utilizar de toda oportunidade para encher nossa mente com aquelas coisas
que nos impedirão de pecar contra Deus. Ele sabia que um dia devia ser
separado para a instrução na justiça, e nós devemos fazer esse uso do dia.
Sejamos fiéis a Deus e a nós mesmos neste assunto. Voltemos novamente
ao Sábado Cristão "de antigamente" antes que seja tarde demais. Estamos
em perigo de perder o que temos em nossa liberdade religiosa de nos reunir
para o culto, a não ser que tenhamos algumas convicções a respeito.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 63. Qual é o quinto mandamento?
Resposta: O quinto mandamento é: "Honra teu pai e tua mãe, para que se
prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá".
Pergunta 64.0 que exige o quinto mandamento?
Resposta: O quinto mandamento exige a conservação da honra e o
desempenho dos deveres pertencentes a cada um em suas diferentes
condições e relações, como superiores, inferiores ou iguais.
Referências Bíblicas: Êx 20.12; Ef 5.21-22; 6.1, 5, 9; Rm 12.10; 13.1.
1. Que se quer dizer com "pai e mãe" neste mandamento?
Os termos "pai e mãe" querem dizer não só os pais naturais da pessoa, mas
também aqueles que estão em autoridade acima dela na idade e nos dons.
2. Isso significa que há superiores e inferiores e iguais à vista de Deus?
Sim, os termos "pai e mãe" indicam aqueles que são superiores em seus
dons vindos de Deus quer seja na idade ou na capacidade. O termo
"inferiores" indica que existem aqueles que devem se submeter à autoridade
de outros. O termo "iguais" indica que existem os irmãos que são iguais na
capacidade, idade, posição ou dignidade.
3. As coisas ensinadas neste mandamento se estendem a outras áreas?
Sim, isso não só significa pais e filhos como se estende a esposos e esposas,
mestres e servos, governantes e seus governados, pastores e congregações,
mais velhos e mais novos. Embora o mandamento fale de modo específico e
nossas respostas a seguir sejam antes de tudo sobre o relacionamento pai e
filho, as exigências são aplicáveis em outros relacionamentos também.
4. Quais são os deveres dos inferiores para com seus superiores?

Os deveres dos inferiores para com os superiores são: honrá-los, tanto no
seu interior como exteriormente; ouvir suas instruções; obedecer às suas
ordens; aceitar sua censura mansamente; amá-los; cuidar deles quando
preciso.
5. Quais são os deveres dos superiores para com os inferiores?
Os deveres dos superiores para com os inferiores são: amar e cuidar deles;
treiná-los no conhecimento das Escrituras; orar por eles; conservá-los em
submissão; incentivá-los com bondade e repreensão; prepará-los para o
futuro.
A RESPONSABILIDADE DA AUTORIDADE
Uma regra fundamental deve reger a sociedade: a autoridade envolve a
responsabilidade! Quanto maior a autoridade, maior a responsabilidade.
Não faz diferença se a autoridade é exercida na esfera da família, na esfera
da igreja ou na esfera do estado. A responsabilidade acompanha e pesa
bastante.
Deus, em sua sabedoria, e por razões que só ele conhece, distribui a certos
indivíduos o mandato de ser "superiores". Essas pessoas receberam de Deus
certas habilidades, certos dons que as colocam sobre seus semelhantes.
Com essas capacidades, esses dons, a autoridade vem naturalmente. E algo
que precisa existir em nossa sociedade, quer na família, na igreja ou no
estado. Com essa autoridade vem a responsabilidade sempre presente de
usar essas capacidades, esses dons, tudo para a glória de Deus.
Basta dizer aqui que há certas responsabilidades básicas. Uma
responsabilidade que o superior tem é a de possuir uma atitude de amor,
respaldada por oração constante, para com seus inferiores. Precisa haver um
interesse verdadeiro por eles. Nunca pode haver a atitude de indiferença.
Outra responsabilidade que sempre vem com a autoridade é a de treinar,
ensinar os subordinados. É preciso "instruir, aconselhar e admoestá-los" em
todo o tempo. Isso inclui avisá-los sobre o mal. Especialmente na igreja de
hoje isso se faz muito pouco. As pessoas estão sendo conduzidas por

estradas sinalizadas "Desastre à frente" e poucos parecem estar erguendo
um grito de alerta.
Uma terceira responsabilidade do superior é a de reconhecer o mérito
daquilo que está sendo bem executado pelas pessoas que prestam contas a
ele. Isso faz parte do item do encorajamento, um aspecto muito necessário
da habilidade para que uma pessoa vá em frente na vida.
Existe também a responsabilidade da correção, custe o que custar ao
superior em amizades, avanços econômicos, sucesso. O superior deve ser
justo ao corrigir, mas deve ser correto. Isso também está lamentavelmente
em falta em nossa terra.
Em 1 Samuel 12.23 Deus ensina aos que estão em autoridade quanto à
responsabilidade para com ele e para com aqueles com quem se relacionam.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 65. O que proíbe o quinto mandamento?
Resposta: O quinto mandamento proíbe negligenciarmos ou fazermos
alguma coisa contra a honra e o dever que pertencem a cada um em suas
diferentes condições e relações.
Referência Bíblica: Rm 13.7-8.
Perguntas:
1. Quais são os pecados dos superiores?
Os pecados dos superiores incluem os seguintes: a negligência dos que
estão sob sua autoridade; a busca de sua própria glória em meio à sua
responsabilidade; o incentivo dos subordinados a coisas erradas; o uso
impróprio de autoridade para com seus inferiores, assim provocando-os à
ira; a exposição dos subordinados ao mal ou à tentação para o mal; sujeitar
os subordinados a um mau exemplo pela conduta errada.
2. Quais são os pecados dos subalternos?
Os pecados dos subalternos incluem o seguinte: a negligência da obediência
a seus superiores; o pecado da inveja de seus superiores; o ato de rebelião
contra os que são seus superiores; o pecado de conduta errada contra quem
está no comando; mostrar desonra para com os superiores e o governo que
representam.
3. Quais são os pecados dos iguais?
Os pecados dos iguais incluem: a negligência do amor cristão de um para
com o outro; o desprezo por aqueles que são bons; o pecado da inveja por
um igual ter sido abençoado por Deus com dom maior do que o seu próprio;
deixar de alegrar-se com o sucesso de um igual; a usurpação da

preeminência sobre iguais quando tal preemi-nência não foi concedida por
Deus.
4. Esses pecados tem que ver com todos os relacionamentos da pessoa?
Sim, esses pecados são aplicáveis aos relacionamentos do homem, quer
sejam de pai e filho, esposo e esposa, mestre e servo, governante e
governado, pastor e assembléia, mais velhos e mais novos.
5. A que áreas de nossa vida atual este mandamento diz respeito?
Ele é relevante nos relacionamentos de família, de igreja, de emprego e na
área cívica. O pecado em qualquer das áreas é pecado aos olhos de Deus.
RESPEITO À AUTORIDADE
"Uma vez que você ache que está errada uma lei ou um regulamento, tudo
bem se você o desobedece" — tal é o raciocínio que está sendo usado hoje
pelas crianças em relação aos superiores, pelo cidadão em relação ao
Estado, pelo trabalhador em relação ao chefe, pelo povo da igreja em
relação ao homem chamado por Deus para pregar a Palavra. E uma filosofia
perigosa que está se tornando muito corrente em nosso país e que já se
espalhou até mesmo nas igrejas conservadoras. Vivemos numa época em
que cada pessoa sente que tem o direito de fazer suas próprias regras sem se
preocupar com o Livro de Regras que nos foi dado por Deus. Esse quinto
mandamento fala claramente à pessoa que segue essa filosofia falsa.
O Todo-Poderoso e Soberano Deus sempre soube que o respeito pela
autoridade era muito importante para que uma família, nação, economia, ou
igreja pudesse desempenhar seus deveres no mundo. Portanto, enfatizou
mais de uma vez em sua Palavra o respeito apropriado para com a
autoridade. Suas palavras "Obedecei a vosso senhor" (Ef 6.5) são repetidas
muitas e muitas vezes de forma diversa por diferentes escritores da Bíblia.
Ele sabia que uma sociedade sem lei torna-se uma multidão, e uma
multidão torna-se um grupo de pessoas sem freios.
Qual foi a causa da perda de respeito pela autoridade? Que motivo levou
essa nova filosofia a penetrar em nosso modo de pensar? Não há espaço

nesta breve devocional para dar à pergunta a resposta referente a todos os
aspectos da vida, mas é possível apresentar uma sugestão quanto à razão de
isso ter acontecido nas igrejas conservadoras. É simplesmente outra
indicação de um afastamento daquilo que Deus tem dito, um fechar de
nossos olhos a certas porções da Palavra porque as achamos muito
impopulares para aquela parte da sociedade na qual talvez nos encontremos.
Toda vez que um cristão ou uma igreja cristã quebra um princípio bíblico, o
resultado é sempre um desastre. O desastre nessa área não sobrevêm
somente à pessoa ou à igreja; atinge também os jovens confiados ao
cuidado da pessoa ou da igreja.
Por que os jovens de hoje mostram tanto desrespeito pela autoridade? Será
que não lhes falta um exemplo a seguir, pelo fato de verem tantas
discrepâncias ou contradições nas pessoas mais adultas? Onde está a
disciplina da igreja hoje? Onde está o amor cristão para com todas as
pessoas hoje? Onde está a posição incondicional contra o meio-termo
atualmente? Nossos filhos vêem algo em nós? Não seria bom nós lermos
novamente Tito 2-3.3?

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 66. Qual é a premissa anexa ao quinto mandamento?
Resposta: A premissa anexa ao quinto mandamento é uma promessa de
longa vida e prosperidade (desde que sirva para a glória de Deus e para o
bem do homem) a todos aqueles que guardam este mandamento.
Referências Bíblicas: Ef 6.2-3; IPe 3.10.
Perguntas:
7. De que tipo de "bem" fala este mandamento, do temporal ou espiritual?
Este mandamento está falando do bem temporal, com uma condição.
2. Qual é essa condição?
A condição é que deve ser para a glória de Deus. Para o crente em Cristo,
qualquer coisa que for boa deve ser usada para a glória de Deus.
3. Que espécie de bem temporal éprometido aqui?
O bem prometido aqui é vida longa e prosperidade.
4. O que é essa "vida longa"?
Não é simplesmente uma questão de viver muitos anos sobre a terra, e sim a
vida longa de viver por uma razão — a glória de Deus. É vida verdadeira,
viver com um propósito e uma bênção.
5. Que espécie de prosperidade éprometida?
A prosperidade prometida é uma prosperidade que deve ser vista dentro do
plano da glória de Deus. Por vezes será difícil ao crente entender como sua
porção pode ser chamada de prosperidade, mas se por meio dela Deus é
glorificado, é para o bem do próprio crente e um dia ele vai entender porque

Deus o fez passar por aquilo que o mundo nunca estaria rotulando de
"prosperidade".
6. Isso significa que todos os crentes em Cristo terão vida longa
eprosperidade?
Não, somente aqueles crentes que não quebram este quinto mandamento.
Poderão se encontrar na posição do superior, do inferior ou do igual. Mas
seja qual for sua posição, precisam desempenhá-la devidamente se querem
receber as recompensas mencionadas aqui.
7. Por que o quinto mandamento é o primeiro mandamento com
promessa?
E chamado assim por ser o primeiro mandamento da segunda lista, e o
único mandamento nela que tem uma promessa anexada.
PAZ E CONCÓRDIA
Estamos vivendo numa época em que os problemas parecem ser a norma.
Ouvimos falar em guerras, discussões, revoltas, males praticados contra o
próximo, e nos perguntamos: o que posso fazer como cristão? A resposta
precisa ser baseada em princípios. Precisamos agir mas devemos agir de
acordo com o ensino do Abençoado Livro. Em meio a nossa época, o que
diz a Palavra?
Nossa pergunta do catecismo tem muito a dizer com relação à época em que
vivemos. Contudo, estamos nos esquecendo desse ensinamento importante,
estamos nos esquecendo que há os superiores e inferiores e que ambos têm
responsabilidades. Estamos nos esquecendo que não podemos, que não
devemos ousar, fazer vista grossa aos ensinos da Bíblia em qualquer área.
Em 1 Pedro 2 e 3 encontramos muitas instruções sobre esse assunto de
honrar nosso pai e nossa mãe — ou, como foi expresso acima,
nossos relacionamentos com outros, quer sejamos superiores, inferiores ou
iguais — e nos faria bem atentarmos para aquilo que Pedro diz. Devemos
lembrar que Pedro é porta-voz de Deus e sendo assim, isso deveria encerrar
o assunto. Lembremo-nos de que as instruções dadas por Pedro são
relevantes para nós hoje a despeito de qualquer gosto ou aversão nossa.

Pedro conclui seu aconselhamento afirmando: "Finalmente, sede todos de
igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos...." (IPe 3.8). Ele nos
diz que devemos ser misericordiosos e corteses, que não devemos responder
a uma provocação de briga. Diz que devemos ter cuidado para que nossa
língua não fale mal. Diz que devemos procurar e seguir a paz. Por que nos
diz essas coisas? Por que é necessário que as saibamos? Isso vem até nós na
Palavra porque Pedro, sob a direção do Espírito Santo, estava
sendo consistente com as demais Escrituras. O Espírito Santo está sempre
procurando ensinar-nos que temos responsabilidades neste mundo, alguns
de nós como superiores e outros como subordinados. Mas nossas
responsabilidades interpessoais estão sempre presentes e nós nunca
podemos ignorá-las. Isso é verdade em relação àqueles que não são salvos
mas muito mais em relação àqueles que já clamaram por Cristo como
Salvador e Senhor de suas vidas.
Em meio aos dias difíceis, somos chamados por Deus à paz e à concórdia.
Precisamos nos dispor, por sua graça, a seguir o ensino da Palavra em todas
as áreas — isto é, se quisermos amar a vida e ver dias felizes (IPe 3.10).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 67. Qual é o sexto mandamento?
Resposta: O sexto mandamento é: "Não matarás".
Pergunta 68. O que exige o sexto mandamento?
Resposta: O sexto mandamento exige todos os esforços lícitos para
conservar a nossa vida e a dos nossos semelhantes.
Referências Bíblicas: Êx. 20.13; Mt 5.29; Mt 10.23; SI 82.3-4; Jó 29.13.
Perguntas:
1. Qual é o sentido da palavra "matar" nesta pergunta?
O sentido da palavra "matar" é cometer assassinato. A interpretação correta
do hebraico aqui é "Não cometerás assassinato", o que significa não tomar
uma vida injustamente.
2. O que requer o sexto mandamento com referência a nossa própria
vida?
Requer que empreguemos todos os esforços lícitos para preservá-la.
3. Quais são esses esforços lícitos?
O Catecismo Maior ensina que este mandamento exige a "justa defesa
contra a violência; — o uso sóbrio do alimento, da bebida, dos remédios, do
sono, do trabalho e da recreação". (P. 135)
4. O que exige o sexto mandamento com referência aos outros?
O Catecismo Maior ensina: "Resistir a todos os pensamentos e propósitos,
subjugar todas as paixões e evitar todas as ocasiões, tentações e práticas,
que tendem a tirar injustamente a vida de alguém" (P. 135).

5. O que quer dizer o mandamento quando diz "esforços lícitos" para com
nossa pessoa e a de outros?
Com "esforços lícitos" se quer dizer um uso "sóbrio" deles conforme
afirmado no Catecismo Maior. Precisamos de coisas como alimento,
bebida, recreação, trabalho — todas são parte importante da vida humana.
Precisamos ser igualmente cuidadosos em nossas ações para com outros.
Em todas as áreas temos de verificar que nossas obras sejam coerentes com
a Palavra de Deus. O amor, conforme apresentado na Bíblia, deve ser nossa
base de ação.
6. Este mandamento fala só do corpo?
Não, este mandamento fala também da alma. Deve haver, de nossa parte,
um cauteloso afastamento do pecado e um igualmente cuidadoso e diligente
uso dos meios de graça.
A VIDA SÓBRIA
Esta devocional sobre o sexto mandamento é uma que eu, como pastor
atarefado do Evangelho, devo tomar para mim mesmo, ainda enquanto
escrevo. E peço a Deus que você e eu possamos fazer isso, tudo para a
glória de Deus. A intemperança por parte dos salvos é um dos mais
flagrantes pecados. Parece que quanto mais dedicado o crente, mais está em
perigo de quebrar o sexto mandamento por cometer uma forma
evangélica de suicídio.
Deixe-me explicar bem o que quero dizer com a frase "uma forma
evangélica de suicídio". Há uma tentação terrível, de que Satanás faz uso
repetido, para o crente em Cristo se desgastar, queimar sua vida para o
Senhor de uma forma não condizente com o conselho completo de Deus. É
realmente uma forma de auto-assassinato.
O crente nascido de novo é uma pessoa que deve reconhecer em todos os
momentos que ele deve ser um bom despenseiro daquilo que Deus lhe tem
dado, reconhecendo que seu corpo é o templo do Espírito Santo. E coisa
estranha, mas o próprio crente que nunca pensaria em entregar-se às formas
crassas de intemperança, no entanto se entrega a uma paixão considerada

menos mal. Não bebe bebidas alcoólicas, mas esgota-se trabalhando em
excesso. Não vai a festas que terminam de madrugada, mas exagera
na comida ou tenta viver sem exercitar o corpo, sem conservá-lo em forma
com a energia para fazer o que Deus quer que ele faça quando Deus quer
que ele o faça. Nessas áreas ele não é coerente.
O Senhor trouxe à minha mente nestes últimos dias que talvez o erro aqui
esteja no fato de o crente dedicado olhar para a obra do Senhor como para
um ídolo; que aqui se tenha uma forma de idolatria. Esteja certo de que eu
não estou propondo a indolência ou a preguiça na obra do nosso Senhor.
Estou simplesmente querendo saber se às vezes não nos estamos
esquecendo do ensino de Tito 2.12, esquecendo-nos de que a
palavra "sensatamente" significa "uma rédea constante sobre as paixões".
Será que precisa ser dito que "paixões" inclui nosso desejo ardente de servi-
lo? Que Deus nos ajude a ter certeza de que estamos andando no Espírito e
que somos sóbrios e sensatos com respeito a como gastamos nosso tempo.
Em retrospecto, será que nós tiramos um dia dos sete?

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 69. O que é proibido no sexto mandamento?
Resposta: O sexto mandamento proíbe tirar nossa própria vida ou a vida de
nosso próximo injustamente, ou qualquer coisa tendente a isso.
Referências Bíblicas: At 16.28; Gn 9.6; Mt 5.22; lJo 3.15; G1 5.15; Pv
24.11-12; Êx 21.18-32.
Perguntas:
1. Epossível uma pessoa cometer suicídio e ser verdadeiramente salva?
Na realidade, esta é uma pergunta que só Deus pode responder. Digamos
que seria de fato raro uma pessoa salva tirar a própria vida. Ela poderia
estar tão confusa e desequilibrada pela tentação de Satanás ou tão
perturbada por um distúrbio mental ou emocional, que num momento de
loucura chegasse a se matar. No entanto, isso é algo que é melhor deixar nas
mãos de Deus. O mandamento está declarado e precisamos crer nele.
2. Há casos em que é lícito matar uma pessoa?
Um cristão estaria dentro dos limites da Palavra se executasse outra pessoa
[onde existir a pena de morte] sob e dentro da lei pública — um assassino,
por exemplo (Nm 35.30). Ele poderia matar numa guerra que fosse legítima
(em defesa de liberdades civis ou religiosas) depois que todos os outros
meios tivessem sido esgotados
A
(Ex 22.2; Jz 11.12-34). Ele poderia matar quando fosse uma questão de
autodefesa (Êx 22.2).
3. Além de atos de violência, há outras maneiras em que este
mandamento pode ser violado?

Sim, o mandamento será violado se cometermos qualquer ato prejudicial ou
que venha a abreviar nossa vida ou a vida de outros.
4. De que maneira isso poderia acontecer?
Esse mandamento pode ser quebrado quando se nega os meios para a
preservação da vida, tais como alimento, bebida, medicamento, recreação;
quando se vai a extremos em coisas que prejudicam o corpo e a mente (Lc
21.34); com palavras ou ações maldosas que indiquem a presença de
atitudes assassinas em nosso coração em relação a outras pessoas.
5. Este mandamento ensina que a pena capital é errada?
Não, não ensina que a pena capital seja errada. Uma comparação entre Gn
9.6 e Rm 13.4 confirmará que a pena capital não deve ser abolida.
A PENA CAPITAL
Em nossos dias, nesta época, é preciso dizer em alto e bom som, para todos
os que são crentes em Cristo: a Pena Capital foi ordenada por Deus no
Antigo Testamento e foi confirmada no Novo Testamento. Quando falamos
em pena capital, não estamos falando sobre uma prerrogativa humana, e sim
de uma ordem divina. Não foi algo estabelecido, inventado por um homem,
que o homem tem liberdade de mudar. Foi estabelecida por Deus e as regras
dele não mudam nem mudarão.
O que nos aconteceu que está nos levando a ver a pena capital ausente das
leis da > ... . nação? E a mesma velha história, a mesma coisa que aconteceu
repetidas vezes em
outros países e que nos influencia aqui. Aqueles que querem acabar com a
pena capital sempre começam no mesmo ponto: o enfraquecimento e depois
o desaparecimento da fé na Bíblia como sendo a verbalmente inspirada e
infalível Palavra de Deus. Esse 6 sempre o começo. O campo de batalha é
sempre em primeiro lugar a Bíblia. Se os críticos conseguem que os líderes
religiosos, e depois o povo, creiam que não é realmente a Palavra de Deus,
coisas como a pena capital caem inevitavelmente.

Mas a Bíblia é a Palavra de Deus, e como crentes, somos chamados a crer
em cada palavra dela. Poderá bem ser que, para algumas pessoas, a pena
capital seja repugnante, mas Deus estabeleceu a regra e só Deus pode anulá-
la. Ele não fez isso no Novo Testamento. Em toda a Bíblia a questão do
assassinato é um insulto contra Deus porque destrói a imagem de Deus no
homem. Por isso mesmo, bem no início, ele colocou a regra de que a
penalidade de morte para o assassinato fosse usada, e essa regra nunca
foi revogada.
Um crente me disse certa vez: "Mas é tão difícil explicar isso a um
descrente. Ele não consegue entender como um Deus de amor pode exigir
tal coisa e eu sinto que é uma pedra de tropeço no meu relacionamento com
ele". A resposta tem de ter duas partes: 1) A Bíblia contém a regra; foi Deus
que a fez. Nós não somos responsáveis pelas regras que Deus fez. Só somos
responsáveis por obedecê-las. Gn 9.6 e Rm 13.4 ainda fazem parte da
Bíblia. 2) Deus nunca nos prometeu que ele facilitaria as coisas para nós,
colocando suas regras de tal modo que os homens não tivessem dificuldade
em aceitá-las. É um mandamento divino e precisa ser observado quer as
pessoas o entendam e apreciem quer não.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 70. Qual é o sétimo mandamento?
Resposta: O sétimo mandamento é: "Não adulterarás".
Pergunta 71. O que exige o sétimo mandamento?
Resposta: O sétimo mandamento exige a conservação da nossa própria
castidade e da do nosso próximo, no coração, nas palavras e nos costumes.
Referências Bíblicas: Êx. 20.14; lTs 4.4-5; ICo 7.2; Mt 5.28; Ef 4.29.
Perguntas:
1. O que está compreendido na palavra "castidade"?
A palavra "castidade" significa um ódio a toda impureza, quer seja no
corpo, na mente e nos afetos (Jó 31.1).
2. Qual é o dever duplo compreendido no observar deste mandamento?
O dever duplo compreende tanto nossa própria pessoa como a de outros,
havendo aqui uma responsabilidade igual.
3. Como o sétimo mandamento pode ser violado?
Pode ser violado por um ato, mas também por pensamentos impuros; e
deve-se reconhecer que é do interior do coração de uma pessoa que vem o
pecado. Portanto a fonte verdadeira das violações deste mandamento é o
coração.
4. Como podemos preservar tanto nossa própria castidade como a de
nosso próximo ? O melhor para preservá-la é manter o relacionamento certo
com nosso Senhor. Se fizermos isso, então haverá certas características em
nossa pessoa tais como: amar de coração puro (IPe 1.22); falar de um modo
que somente edifique tanto a nós quanto ao nosso próximo (Ef 4.29);

iremos nos comportar sempre de maneira a ser uma testemunha em favor de
Jesus Cristo, nunca dando motivo a críticas nessa área (IPe 3.1-2).
5. Como melhor faremos para nos manter nesse relacionamento certo
com o Senhor a este respeito?
Devemos por um guarda sobre nosso coração e espírito, sobre nossos olhos
e ouvidos. Devemos ser diligentes em nosso andar com o Senhor,
lembrando que nunca podemos tirar nem "férias de um minuto" de nossa
vigilância. Devemos buscar a temperança em todas as coisas. Devemos ter
cuidado nas companhias que procuramos, no casamento que contraímos.
Devemos buscar a mente de Cristo com respeito a coisas pecaminosas e
sujas. Precisamos estudar a Palavra e orar diariamente.
6. Por que precisamos cuidar de observar esse mandamento?
Precisamos cuidar disso porque é uma ordem de Deus, a qual a sociedade
de hoje
tantas vezes ignora e transgride.
A LEI DA CASTIDADE
Nosso Senhor bem conhecia os perigos aos quais estaríamos sujeitos
quando fez com que seu servo orasse: "Cria em mim, ó Deus, um coração
puro e renova dentro em mim um espírito inabalável. Não me repulses da
tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito... lava-me... do meu
pecado" (SI 51.10, 11, 12). Ele sabia que nós não poderíamos viver senão
pela sua graça. Sabia que em nossa abordagem à vida não ousaríamos
deixar de incluir sua Palavra.
Quando perguntamos por que há tantos divórcios, lares destroçados,
corações partidos e todo tipo de vício e imoralidade no mundo de hoje,
devemos nos lembrar que a dificuldade está no fato de que se ignora, ou se
rebela contra a vontade de Deus. As pessoas desconhecem que o estado do
matrimônio aos olhos de Deus é santíssimo em sua origem, em sua essência
e em seu propósito. É santo na origem porque o próprio Deus o instituiu. É
santo na essência porque Deus pretendeu que fosse um pacto por toda a

vida entre um homem e uma mulher. É santo no propósito porque o fato de
duas pessoas viverem juntas é a instituição de Deus para a propagação da
raça humana, tudo para a glória de Deus.
Hoje devemos estar de sobreaviso, especialmente contra as idéias falsas
sobre o casamento, sobre a moralidade. A "Nova Moralidade" é uma das
piores mentiras de todos os tempos a ser espalhada no mundo por Satanás.
E pensar então que está sendo espalhada pela própria igreja! Realmente não
é novidade nenhuma. Nada mais é senão uma rejeição dos Dez
Mandamentos, e é com isso que a igreja verdadeira de Deus tem estado
convivendo há anos — a rejeição da Palavra de Deus. A diferença hoje é
que os proponentes da imoralidade estão cada vez mais ousados, porque
percebem agora que há poucos que ainda se levantam contra eles. Como é
deplorável pensar que os defensores da "nova moralidade" estão entregando
os pontos nas mãos dos revoltados políticos cuja primeira regra sempre foi:
"Vamos corromper os jovens!"
Como crentes devemos estar alerta de duas formas. Primeiro, que nem uma
dessas assim chamadas regras novas penetre desapercebida em nossa vida,
para começarmos a desculpar um comportamento errado com o velho tipo
de abordagem de "todo o mundo está fazendo assim". Segundo, que
possamos erguer bem alto o estandarte da Palavra contra essa "ótica
moderna". Precisamos declarar a Palavra de Deus contra toda falta
de castidade. Precisamos lembrar às pessoas repetidas vezes que nosso
Senhor pôs o dedo no ponto exato da dificuldade: "Pois do coração saem os
maus pensamentos..." (Mt 15.19 NIV). Precisamos pregar Jesus Cristo a um
mundo moribundo! Não há nenhum outro método de lidar com o problema.
A "Nova Moralidade" está ganhando força porque as pessoas não conhecem
Jesus Cristo como Salvador e Senhor. Essa deve ser nossa mensagem
constante!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 72.0 que proíbe o sétimo mandamento?
Resposta: O sétimo mandamento proíbe todos os pensamentos, palavras e
ações impuras. Referências Bíblicas: Mt 5.28; Ef 5.4; Ef 5.3.
Perguntas:
1. O que Deus proíbe neste mandamento sob o nome de "adultério "?
Deus proíbe toda sorte de falta de castidade e impureza. (Ef 5.3).
2. Onde essa falta de castidade e essa impureza ocorrem?
A falta de castidade e a impureza podem ocorrer nos pensamentos e desejos
do coração, conforme ensinado por nosso Senhor em Mt 5.28. Pode ocorrer
nas palavras que usamos, quer estejamos falando sério ou em tom de
brincadeira (Ef 5.4). Pode ocorrer em nossas ações; no próprio ato de se
cometer o adultério.
3. Há ações que tendem a nos levar a essas áreas proibidas?
Sim, em nossos tempos, especialmente, há muitas coisas contra as quais nos
devemos acautelar com todo o esmero. Para especificar algumas: 1) A
psicologia moderna com sua ênfase em "auto-expressão", propalando a
idéia de que não faz mal cometer adultério se você realmente ama a pessoa.
Devemos ter cuidado para não ficarmos expostos a uma lavagem cerebral
nessa área, o que tende a diminuir nossa resistência ao pecado. 2) Livros e
revistas impuras. 3) Peças teatrais e a televisão. Seria bom fazermos uma
"aliança com os olhos " (Jó 31.1). 4) A dança moderna ou, segundo o
Catecismo Maior, a "dança lasciva". (P. 139).
4. Por que é tão importante preservarmos nossa castidade e a de outras
pessoas? Devemos preservá-la porque fomos criados à imagem de Deus e
não somos animais que não estão sob lei nenhuma. Como cristãos, devemos

andar no temor do Senhor em todos os momentos. Visto que nosso corpo é
o templo do Espírito Santo, não somos de nós mesmos.
5. O que é divórcio sem justa causa segundo a Palavra de Deus, e quem o
obtém seria culpado de adultério no caso de casar-se de novo?
A Confissão de Fé tem para essa questão uma resposta clara no Capítulo 24,
6. E a pessoa que obtém divórcio sem base bíblica seria culpada de
adultério no caso de casar-se de novo.
6. Nesta área, a parte inocente está sob ordens da Palavra de Deus para
pedir ação de divórcio?
Não, isso é um privilégio da parte inocente, não algo que tenha de ser feito.
UMA ALMA PURA
"Abstende-vos de toda forma de mal". Tal é o ensino encontrado em lTs
5.22. Se nós, como crentes nascidos de novo, queremos ter certeza de não
estarmos violando o sétimo mandamento, nossa posição terá de ser essa.
Precisamos ser tão sensíveis ao pecado nesse respeito que estaremos
fugindo de qualquer coisa que se pareça com pecado. Seremos tão firmes
pelo Senhor em todos os nossos caminhos, em nossa conversação e mesmo
nossos pensamentos, que a santidade do Senhor estará resplandecendo em
nós e seremos luzes no mundo.
Na época em que vivemos, nos dias de hoje, somos bombardeados de todos
os lados pelos padrões enfraquecidos do mundo com respeito a isso. Quanto
ao casamento, ao relacionamento entre o homem e a mulher, tem tomado
conta do país a abordagem de Hollywood (no cinema) e da Broadway (no
teatro). Nas ações, na fala, no vestuário, o padrão não é mais a Bíblia, e sim
a maneira de viver da alta sociedade, dos nomes conhecidos. O sexo fora do
casamento, o adultério, o divórcio não-bíblico é o comum do dia-a-dia entre
muitos, e essas coisas já foram aceitas como sendo questão de preferência
pessoal, e como nada tendo que ver com a lei de Deus.
Um tempo atrás um cristão veio me dizer: "Pastor, hoje é tão difícil viver
como se deve! Todo livro e revista que se pega para ler, todo filme que se

vai assistir, todo programa de televisão é como mais outro pedacinho de
escuridão que lhe cerca. O que um cristão pode fazer? Como conseguir
viver no meio disso?" É verdade que as coisas nesta área parecem estar
piorando. As pessoas sucumbiram à nova mentalidade e o cristão se acha no
meio do mundo. Mas isso é nada mais nada menos do que Deus
nos prometeu. E ele também nos prometeu que não nos submeterá a
nenhuma tentação que não possamos suportar. Precisa haver um esforço
maior da nossa parte.
É preciso orar a ele por pureza de alma. "Cria em mim, ó Deus, um coração
puro" (SI 51.10) deve estar em nossos lábios constantemente. Precisamos
orar pedindo que o sangue de Cristo nos cubra a cada dia de nossa vida,
aonde quer que formos, qualquer que seja nossa atividade. A alma do
cristão é o "santo dos santos" e precisa ser consagrada a ele. O sétimo
mandamento vem do Senhor, e não pode ser violado. Se nós dependermos
apenas de nossas próprias forças, estaremos violando-o vezes sem
conta. Mas com a ajuda de Deus, orando por sua graça, 1 Pedro 1.16 pode
ser dito com verdade de cada um de nós.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 73. Qual é o oitavo mandamento?
Resposta: O oitavo mandamento é: "Não furtarás".
Pergunta 74.0 que exige o oitavo mandamento?
Resposta: O oitavo mandamento exige que procuremos licitamente
aumentar nossa riqueza e nossa condição exterior, bem como as do nosso
próximo.
Referências Bíblicas: Êx. 20.15; 2Ts 3.10-12; Rm 12.17; Pv 27.23; Pv 13.4;
20.4; Fp 2.4
Perguntas:
1. Qual é o principal assunto deste mandamento?
O principal assunto do mandamento é nossa riqueza e condição exterior
bem como de outras pessoas.
2. Podemos usar quaisquer meios para obter nossa riqueza e condição
exterior?
Não, nossos meios devem ser consistentes com a Palavra de Deus; nossos
meios devem ser lícitos aos olhos de Deus.
3. Quais os meios que consideraríamos coerentes com a Palavra de
Deus?
Os meios que seriam coerentes com a Palavra seriam o trabalho e a
diligência em alguma ocupação ou profissão honesta aos olhos de Deus (Ef
4.28).
4. Poderia enumerar alguns meios lícitos que seriam consistentes com a
Palavra de Deus?

Alguns meios lícitos seriam: 1) Pedir que Deus nos conduza a um trabalho
que seja de sua vontade para nós (ICo 7.20, 24); 2) Orar para que façamos
nossa tarefa de uma forma aprovada a seus olhos, de maneira honesta e
decente (Rm 12.17); 3) Esforçar-nos por viver de modo sensato diante do
Senhor, nada desperdiçando (Tito 2.12); 4) Ser sempre diligentes em nosso
trabalho (Pv 13.11); 5) Lembrar sempre que temos uma obrigação para com
os outros, o dever de possuir um espírito voltado para o bem público (ICo
10.24).
5. Que regra seria bom lembrar quando estamos tratando da riqueza e da
condição exterior de outrem?
Uma boa regra para lembrar encontra-se em Mt 7.12.
6. Qual é nosso dever para com os pobres neste mandamento?
Nosso dever para com os pobres é auxiliá-los sempre que possível, pois tal
é o método da caridade e é para a glória de Deus (Pv 19.17).
O CONTENTAMENTO
Sempre que consideramos o que é exigido no oitavo mandamento e oramos
pela capacidade de cumpri-lo para a glória de Deus, somos obrigados a
confrontar todo o conceito de contentamento. Para satisfazer a exigência
desse mandamento e evitar o pecado dele, o crente precisa aprender a
contentar-se com a condição que Deus lhe deu. A Bíblia nos diz em
Hebreus 13.5: "Contentai-vos com as coisas que tendes..." Trata-se de um
conselho realmente excelente para nós e nos ajudará a evitar a violação do
oitavo mandamento.
John Owen nos diz que esse "contentamento é uma estruturação ou
disposição mental cheia de graça, quieta, bem composta; sem 1)
Reclamações ou lamúrias contra o que a providência de Deus nos dispôs em
nossa condição exterior; 2) Qualquer inveja das condições mais prósperas
de outras pessoas; 3) Temores e ansiedades quanto a suprimentos futuros; e
4) Apetites e desígnios quanto àquelas coisas que uma condição
mais abastada do que a que temos nos supriria".

Como crentes deveremos fazer um estudo verdadeiro do contentamento. E
quando pensamos em contentamento, devemos nos lembrar de que tudo o
que nos é mesmo necessário é justamente o que Deus nos dá para
chegarmos ao céu no tempo determinado por ele. Isso não quer dizer que
não devamos mostrar esforço para desempenhar nossas responsabilidades
aqui na terra. Deus nos deu seis dias em sete para fazer isso e devemos
fazer bom uso de todo nosso tempo. A dificuldade com muitos crentes é
que querem demais. Querem ir além do que é bom para eles. Há um
versículo admirável, que é lTm 6.8 — "tendo sustento e com que nos vestir,
estejamos contentes". E o Apóstolo prossegue apontando os perigos que
enfrentam os ricos, aqueles que são cativos do amor ao dinheiro. O crente é
orientado a fugir de tais coisas e seguir o caminho da justiça.
Fez-se a seguinte pergunta a um grupo de médicos e pastores: "Na sua
opinião, qual seria a causa de grande parte do abatimento e depressão que
existe?" A resposta deles foi que muito disso vinha da paixão por coisas
materiais que nem fazem bem à pessoa. De fato, isso não é para o crente, o
que está muito claro na Palavra de Deus. O segredo do contentamento de
Paulo é bastante óbvio em Filipenses 4.11.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 75. O que é proibido no oitavo mandamento?
Resposta: O oitavo mandamento proíbe tudo o que impede ou possa
impedir injustamente o aumento da riqueza ou do bem-estar, tanto nosso
como do nosso próximo.
Referências Bíblicas: 1 Tm 5.8; Ef 4.28; Pv 21.6; 2Ts 3.7-10.
Perguntas:
1. O que este mandamento ensina ao crente com respeito ao seu
comportamento?
O mandamento ensina que o crente está proibido de participar de qualquer
forma na área de roubo, seja dele próprio ou de outros.
2. Como um crente poderia roubar de si mesmo?
Um crente poderia roubar de si ficando ocioso quando deveria estar no
trabalho; ac não fazer uso das bênçãos que Deus lhe deu; ao desperdiçar as
coisas materiais que Deus lhe tem dado.
3. Qual é o ensino mais direto deste mandamento?
O ensino mais direto é sobre o crente roubar de outros.
4. O que quer dizer o ensino contido neste mandamento com respeito a
roubar de outros?
Roubar de outros poderia ser na área de defraudar outros na compra ou
venda; na área de roubar dinheiro, nome e reputação de uma pessoa, e do
próprio Deus, quando não lhe é dado o que por justiça lhe pertence; na área
da extorsão e toda opressão (especialmente dos pobres e afligidos).
5. O roubo pode ser cometido contra a igreja?

Sim, pode ser cometido contra a igreja, seja por simonia ou sacrilégio.
6. O que é simonia?
Esta é uma referência a Simão, o mágico, em Atos 8.18, 19 que tentou
comprar poder espiritual com dinheiro. Isso poderia ser feito hoje, por
exemplo, no caso de alguém que comprasse ou vendesse referindo-se a uma
igreja e tirando lucro disso.
7. O que é sacrilégio?
Sacrilégio é apropriar-se de qualquer coisa que já foi consagrada a um uso
santo (Pv 20.25; Ml 3.8).
ROUBARÁ UM HOMEM A DEUS ?
Geralmente quando esta pergunta é feita, a mente imediatamente enfoca a
responsabilidade que a pessoa tem de dar a Deus seus dízimos e ofertas.
Certamente tem que ver com essa parte da responsabilidade do homem. Ele,
o crente em Jesus Cristo, pode roubar a Deus assim, e muitos o roubam não
sendo fiéis nos hábitos para com a igreja de Jesus Cristo. Contudo, a pessoa
poderá roubar a Deus de muitas outras formas, mesmo enquanto é muito
fiel em dar dinheiro, em desincumbir-se de suas
responsabilidades financeiras para com Deus.
De que outro modo um homem pode roubar a Deus? Ele pode roubar a
Deus esquecendo-se da admoestação bíblica de guardar o Sábado Cristão.
Pode roubar a Deus nisso quando dá apenas uma parte do dia a Deus,
parabenizando-se por assistir a um dos trabalhos na igreja, e depois usando
o restante do dia para si. Isso rouba de Deus o que lhe é devido e a pessoa
mostra ser pior do que muitos pagãos que dão um dia inteiro por semana a
seus deuses falsos.
Um crente pode roubar a Deus pelo mau uso de seu corpo. Pode forçar o
corpo além dos limites de resistência, sendo negligente no cuidado do
corpo. Um crente pode roubar a Deus no serviço que deveria estar
prestando. Deus convoca seus filhos para tarefas que precisam ser feitas.
Mas freqüentemente, por causa de uso errado do tempo e da energia em

outros empreendimentos, o crente não está fisicamente pronto quando
chega a ocasião do teste.
Um crente pode roubar a Deus ao não permitir que a graça de Deus opere
nele como o Senhor desejaria. Deus deseja muito que nos utilizemos da
graça, do poder do Espírito Santo. Mas muitas vezes nós o bloqueamos com
nosso pecado, nossa preocupação com nosso ego. E nessa hora estamos, em
efeito, roubando a Deus.
Quando um crente rouba a Deus, ele está prejudicando seu próprio "estado
exterior", pois está roubando dele mesmo aquilo que Deus lhe daria na vida,
tudo para a glória de Deus. Ele não está fazendo pleno uso das providências
de Deus em sua vida. Deus tem muito para todos seus filhos. Quando nós o
roubamos estamos na realidade roubando a nós mesmos, e nosso
relacionamento para com Deus não está sendo como deveria
ser. Precisamos aprender a viver Mt 6.33 para que jamais o roubemos.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 76. Qual é o nono mandamento?
Resposta: O nono mandamento é: "Não dirás falso testemunho contra o teu
próximo". Pergunta 77.0 que exige o nono mandamento?
Resposta: O nono mandamento exige a conservação e promoção da verdade
entre os homens e a manutenção da nossa boa reputação e a do nosso
próximo, especialmente quando somos chamados a dar testemunho.
Referências Bíblicas: Zc 8.16; IPe 3.16; At 25.10; 3Jo 12; Pv 14.5, 25; Ef
4.25. Perguntas:
1. Como podemos manter e promover a verdade entre uma pessoa e
outra?
Devemos falar um para o outro a verdade, a verdade absoluta, se quisermos
promover a verdade entre nós. Além disso, precisamos falar a verdade cada
um a respeito do outro em todas as situações.
2. O que este mandamento requer quanto ao nosso próprio bom nome?
Este mandamento requer, quanto ao nosso próprio bom nome, que atuemos
em todas as ocasiões de tal maneira que mereçamos nosso bom nome. E
mais, devemos sempre defender nosso bom nome.
3. Como podemos merecer um bom nome diante dos homens?
Podemos merecer um bom nome atuando sempre segundo a Palavra de
Deus. Devemos viver uma vida santa, mostrando os frutos do Espírito em
nossas ações, palavras e pensamentos.
4. Como podemos defender nosso bom nome diante dos homens?
Podemos defender nosso bom nome inocentando-nos de toda falsa
acusação. Esta é uma responsabilidade perante Deus de acordo com o

ensino de sua Palavra (At 24.1013). Também podemos defender nosso bom
nome dando a Deus a glória por qualquer coisa que tenhamos feito que for
digna de louvor à vista de Deus (ICo 15.10).
5. Como podemos manter e promover o bom nome de nosso próximo?
Podemos cooperar para o bom nome de nosso próximo: 1) Reconhecendo
suas qualidades; 2) Alegrando-nos com ele quanto a seus atos de bondade;
3) Recusando dar ouvidos àqueles que procuram difamá-lo e falar mal dele;
4) Dando-lhe a honra devida sempre que lhe caiba; 5) Criticando-o na
frente de outras pessoas somente quando for necessário e logo depois
mostrando misericórdia para com ele.
UM BOM NOME
"Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus" (Mt 5.16).
Na Palavra de Deus é apresentada ao crente a responsabilidade de manter
diante de todos um bom nome. No entanto, existe uma abordagem falsa no
mundo de hoje que já se introduziu no meio dos crentes em Cristo. Essa
abordagem falsa é a ênfase mundana de ser aceito pelos homens, e de
esquecer que só temos um "bom nome" quando nossas ações são
consistentes com os princípios da Palavra de Deus.
Criou-se uma confusão entre os crentes quanto a isso. Parecem achar
importante conservar o nome livre de qualquer condenação, mesmo que
para isso tenham de ficar quietos quando deveriam falar; eles fazem
concessões quando não deveriam; negociam quando deveriam estar na
ofensiva. Muitas vezes os crentes em Cristo são ouvidos a dizer: "Não vou
me expor e deixar uma crítica constar contra meu nome e acabar
sendo desconsiderado diante das pessoas".
Que nome devemos ter, como salvos pela graça? O conceito que nos deve
preocupar é aquele que temos diante de Deus quanto a estarmos ou não
desonrando a causa da religião cristã ante os homens. Diante de Deus, não
merecemos ter um bom nome de qualquer outra natureza. Fomos salvos
pela graça e reconhecemos que assim como somos, chegamos a essa
posição pela graça de Deus. Mas há uma área na qual temos o dever de ter

um bom nome, que é em nossa posição aos olhos de Deus, tudo para
sua glória.
Devemos ter o bom nome de sermos conhecidos como posicionados a favor
da verdade. Nada nos deve calar quando devemos falar pela verdade.
Devemos defender a fé em todo o tempo, mesmo quando isso significa ficar
de pé quando o levantar-se e falar a verdade significa incorrer em descrédito
e desonra aos olhos do mundo.
Devemos ter um bom nome com respeito à posição que assumimos, tendo o
cuidado de que o meio-termo nunca caracterize nossas ações. Não podemos
comprometer a Verdade em nenhum momento, mesmo se isso significar que
para o mundo estaremos ajuntando brasas de fogo sobre a nossa cabeça.
Devemos ter um bom nome quanto a assumir nossa posição tendo a certeza
de nunca desejar transigir apenas para apresentar um "bom nome" segundo
os conceitos do mundo. Um bom plano de vida para o crente nesta área de
ter um bom nome encontra-se em - Filipenses 2.12-16. Quando isso é
seguido, Deus nos abençoará, tudo para sua glória, e nosso nome será
aprovado diante dele.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 78. O que proíbe o nono mandamento?
Resposta: O nono mandamento proíbe tudo o que é prejudicial à verdade,
ou injurioso, tanto à nossa reputação como à do nosso próximo.
Referências Bíblicas: Pv 19.5; Lc 3.14; SI 15.3; Pv 6.16-19; Tg 3.14.
Perguntas:
1. No geral, o que este mandamento proíbe?
O mandamento proíbe toda mentira, de qualquer tipo. Tiago 3.14 ensina
este mandamento: "Nem mintais contra a verdade".
2. Por mentira, que a Bíblia quer dizer?
Uma mentira, segundo a Bíblia, seria falar ou expressar aquilo que sabemos
ser falso.
3. Especifique algumas maneiras em que podemos mentir e violar a Lei
de Deus. Segundo a Bíblia, há muitas maneiras de mentir. Podemos acusar
falsamente outras pessoas. Podemos mentir para beneficiar nossos próprios
fins. Podemos inventar coisas que não são verdadeiras. Podemos mentir
para nos desculpar de coisas que não fizemos. Podemos mentir para tentar
encobrir nossas faltas. Podemos mentir em nossas brincadeiras (conversas
grosseiras e tolas).
4. Quem é o autor epai da mentira?
O autor e pai das mentiras é o diabo (Jo 8.44).
5. Como podemos prejudicar nosso próprio bom nome?
Podemos prejudicar nosso próprio bom nome ao fazer algo que seria
ofensivo aos olhos do mundo, tal como o adultério, o roubo ou qualquer

espécie de baixeza e mal. Podemos prejudicá-lo ao nos gabar falsamente.
Podemos prejudicá-lo ao nos acusar quando não somos culpados perante
Deus, ou então ao não usar os dons que Deus nos tem dado.
6. Como podemos prejudicar o bom nome de nosso próximo?
Podemos prejudicá-lo por acusá-lo falsamente ou por levantar testemunho
falso contra ele; ao julgá-lo ou criticá-lo por coisas pequenas, pouco
importantes ou duvidosas; ao falar sobre ele de maneira a diminuir seu bom
nome; por dar ouvidos a más conversações sobre ele que sejam falsas.
7. O que devemos guardar em mente quanto à violação deste
mandamento?
Devemos nos lembrar que no Dia final teremos de responder por nossas
palavras e ações (Mt 12.36-37).
CALUNIAR OU TESTEMUNHAR
O nono mandamento esclarece bem que não devemos caluniar nosso
próximo de nenhum modo. Este pecado predomina hoje mesmo dentro da
igreja de Cristo. Repetidas vezes ouvimos contar de homens e mulheres de
Deus que são caluniados, às vezes até por aqueles que são crentes
professos. De fato, esse mandamento ressalta que fazer isso é usar a língua
como instrumento de iniqüidade. Thomas Watson disse certa vez que o
Senhor pôs duas cercas para a língua, os dentes e os lábios, e esse
mandamento, então, é a terceira cerca!
No entanto, esse mandamento tem nele subentendido um lado positivo, de
que devemos cuidar. O lado positivo é que precisamos defender aqueles que
estão sendo caluniados! E verdade que não devemos tomar parte em
calúnias. Mas há ocasiões em que estaremos participando de uma calúnia se
nos recusarmos a testemunhar da verdade quando aparece uma difamação.
A Bíblia é bem clara sobre isso em vários textos. Por exemplo, em Atos
2.15, Pedro levantou a voz quando os apóstolos estavam sendo acusados de
estarem embriagados. Ele sabia que não podia se arriscar a ficar quieto, que
tinha de ser testemunha da verdade, e a verdade era que eles estavam cheios

do Espírito! Jonatas falou a favor de Davi quando este estava sendo
caluniado por Saul. Os homens da Bíblia entendiam muito bem que chega o
momento em que um cristão precisa defender outro e recusar toda
e qualquer participação numa difamação.
Esse ensino, em particular, é muito relevante para os dias de hoje. O método
de silenciar, de não querer se envolver, é aquele pelo qual o mundo vive
hoje. Isso vem rapidamente se tornando uma parte importante de nossa
cultura. As pessoas se esquecem depressa da Regra Áurea e não têm dúvida
em permitir que outros sejam tratados de uma forma que lhes aflija.
Certamente existem argumentos humanos em favor de não se envolver. Por
vezes entra-se em dificuldades, por vezes a lei não apóia a pessoa que está
tentando ajudar. Mas esses são argumentos humanos e nós como cristãos
não fomos ordenados a viver segundo tal padrão. Nosso padrão é a Palavra
de Deus e essa Palavra nos diz que temos a responsabilidade de abrir a boca
quando nossos irmãos são caluniados e seus nomes são enxovalhados por
falsa acusação.
As conhecidas palavras, "Quem cala consente" são aplicáveis ao caso.
Podemos quebrar o nono mandamento pelo nosso silêncio, além de quebrá-
lo pela nossa difamação. Em vez de difamação, nosso lema deve ser
"Testemunhe" a favor de seus irmãos e diga a verdade sobre eles em todo o
tempo. Assim Deus se agradará de nós à medida que desempenhamos essa
responsabilidade perante ele.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 79. Qual é o décimo mandamento?
Resposta: O décimo mandamento é: "Não cobiçarás a casa do teu próximo;
não cobi-çarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva,
nem o seu boi, nem o seu jumento, nem cousa alguma que pertença ao teu
próximo".
Pergunta 80.0 que exige o décimo mandamento?
Resposta: O décimo mandamento exige pleno contentamento com a nossa
condição, bem como disposição para com o nosso próximo e tudo o que lhe
pertence.
Referências Bíblicas: Êx. 20.17; Hb 13.5; Rm 12.15; Fp 2.4; ICo 13.4-6.
Perguntas:
1. Falando em geral, o que é exigido no décimo mandamento?
O décimo mandamento requer que o crente observe os outros nove
mandamentos. Se ele é capaz disso pela graça de Deus, este mandamento
será cumprido.
2. O que se quer dizer com a palavra "cobiçar" neste mandamento?
A palavra "cobiçar" neste mandamento incluiria os dois aspectos das
palavras gregas conforme se encontram no Novo Testamento. O sentido
seria "um desejo insaciável de conseguir o mundo" e também incluiria um
"amor desmedido do mundo". Significaria uma pessoa inteiramente
envolvida e preocupada com o mundo; coloca seu coração nas coisas do
mundo, e às vezes não tem suficiente cuidado com sua maneira de obter o
que deseja.
3. O que requer o mandamento com relação a nós mesmos?

Este mandamento requer que estejamos contentes com o que temos e esta é
a melhor defesa possível contra a cobiça.
4. O que significa estar contente com aquilo que temos e como podemos
alcançar isso? Significa estar satisfeito com aquilo que Deus já nos deu, no
seu tratamento providencial conosco, e reconhecer que isso é o melhor para
nós. Só podemos alcançar esse estado por sua graça. A estrada para se
chegar a isso é o caminho da "piedade cristã" em nossa vida. Precisamos
cobiçar coisas espirituais mais do que coisas mundanas.
5. O que este mandamento requer quanto ao nosso próximo?
Requer-se de nós que tenhamos um espírito correto e caridoso para com
tudo que pertence ao nosso próximo. Devemos promover o bem-estar de
nosso próximo, bem como regozijar-nos com isso, sempre esforçando-nos
para ajudá-lo, mostrando-lhe um modelo de boas obras a seu favor.
FIQUE OLHANDO PARA O ALTO !
"O Senhor é a porção da minha herança e o meu cálice; tu és o arrimo da
minha sorte" (SI 16.5). O escritor dessas palavras havia descoberto uma
característica muito importante do viver piedoso. Sabia muito bem que sua
herança estava no Senhor, que existia uma herança aguardando-o um dia.
Portanto ficava olhando na direção certa: Para cima!
Um médico me disse certa vez que achava extraordinário encontrar no ser
humano um quinto músculo do olho que não é encontrado nos animais. Ele
me disse que achava que isso poderia existir com o propósito de a pessoa
manter os olhos em Deus! Não tenho certeza do motivo do músculo a mais
no olho, mas estou certo de que o crente pode sempre ganhar muito com
fixar os olhos em Deus em vez de no mundo à sua volta ou em si mesmo. O
melhor remédio possível para a cobiça seria tirar os olhos das coisas dos
outros, e tirar os olhos de nós mesmos, porque somos sempre levados a ver
coisas que não temos mas desejaríamos possuir. O crente deve chegar a
reconhecer que "Tudo é vaidade" e que a satisfação só se encontra no andar
bem próximo de Deus.

Com certeza é verdade que outras pessoas poderão possuir mais do que nós
possuímos. Mas Deus sabe o que é bom para nós. Só eíe sabe quanto
pocíemos suportar. Mas certamente é verdade também que possuímos mais
do que muitos outros e deveríamos estar agradecendo isso a Deus em lugar
de ficarmos descontentes, abrindo a porta ao diabo e sua tentação para a
cobiça. O poeta entendia como era preciso olhar para o Senhor quando
escreveu os seguintes versos:
Um dia era a bênção que eu buscava, agora é o Senhor;
Um dia era sentir que eu procurava, agora é sua Palavra;
Um dia eram seus presentes que eu queria, agora é o próprio Doador;
Um dia era a cura que eu pedia, agora é ele só.
Tudo por tudo, para sempre, Jesus eu cantarei;
Tudo em Jesus, e Jesus em tudo".
Será que você está sentindo que Deus deu a seu irmão crente mais do que
lhe deu? Olhe para o alto e conte as suas bênçãos! Você sente que deveria
ter mais dos bens deste mundo? Olhe para cima e ele lhe ensinará que ele é
suficiente! Precisamos lembrar diariamente que cobiçar é pecar perante o
Senhor. Temos uma herança formosa e podemos viver contentes no Senhor.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 81.0 que proíbe o décimo mandamento?
Resposta: O décimo mandamento proíbe todo descontentamento com a
nossa condição, todo movimento de inveja ou pesar à vista da prosperidade
do nosso próximo e todas as tendências ou afeições desordenadas a alguma
coisa que pertence a ele.
Referências Bíblicas: ICo 10.10; G1 5.26; Cl 3.5.
Perguntas:
1. Como mostramos falta de contentamento com nossa condição?
Mostramos falta de contentamento com nossa condição ao não estarmos
contentes com o lugar e as posses que o Senhor nos tem dado; murmurando
contra o Senhor por causa de nossa condição; achando que merecemos
muito mais do que o Senhor nos deu.
2. O que é inveja?
É o desejo de ter aquelas circunstâncias melhores que nosso próximo
possui, ou quaisquer de seus privilégios superiores. É o desejo de ter o que
Deus não nos quer dar, seja na área física, mental ou material.
3. Por que devemos nos abster da inveja?
Devemos nos abster de invejar porque isso é pecado diante de Deus. É um
pecado que muito nos afeta e que conduz a muitas más ações (Tg 3.16).
4. Qual é o sentido de "tendências e afetos desordenados" neste
mandamento?
São os propósitos, intenções e desejos ilícitos que surgem no coração.
Trata-se especialmente dos atos ilícitos que podem afetar nosso próximo.

5. Onde essas "tendências e afetos desordenados" se encontram na
pessoa?
Surgem da alma, e são as primeiras agitações da corrupção que nos levam
ao consentimento da vontade.
6. O que isso nos deve ensinar como crentes em Jesus Cristo?
Deve ensinar-nos que é só pela graça dele que somos salvos e só pela graça
dele que podemos nos firmar contra o mal que surge dentro de nós.
Devemos ter o cuidado constante de nos conservar naquele relacionamento
com ele que nos leve aos caminhos dajustiça.
SEJA DILIGENTE NA MORTIFICAÇÃO
O crente está proibido por esse mandamento de invejar, de desejar
apaixonadamente algo que pertença a seu próximo. Trata-se de um alto
padrão que é difícil manter. É especialmente difícil quando se vive num
mundo em que o exato oposto é o padrão de vida. O crente precisa trabalhar
para ser diferente nessa área.
Em Colossenses 3.5, Paulo deixa bem clara essa questão dos desejos
errados. Começa o versículo dizendo "Mortificai!" (RC), "Fazei morrer!"
(RA). Está dizendo ao crente que ele deve fazer morrer esses desejos
errados que aparecem com respeito ao seu próximo ou com respeito a
qualquer outra coisa. E aqui que o crente não corresponde ao padrão,
simplesmente falha, mostra falta de diligência. Para falar claramente,
talvez se possa dizer que ele seja preguiçoso, espiritualmente preguiçoso.
Não há uma maneira fácil de guardar os mandamentos de Deus. Só dizer
"Estou salvo" e contar com isso como habilitando-o no esforço para agradá-
lo não bastará. É tão estranho não enxergarmos isso. Sabemos muito bem
que na vida do mundo não ousamos ser preguiçosos se queremos ser bem-
sucedidos. Seja nos negócios, em competição esportiva ou em ser
conhecido como quem zela do lar, sabemos que se exige trabalho esforçado.
Por que então haveremos de pensar que ser bem-sucedido aos olhos do
Senhor virá sem diligência? O escritor do hino havia aprendido esta lição
quando escreveu:

Será que em leito florido exijo voar,
Conduzido aos céus com todo o vagar,
Enquanto que outros lutaram pelo prêmio final Passando por mares
sangrentos do mal?
É por falta de diligência que os mandamentos não são observados. O crente
precisa cuidar de estar disciplinando sua vida a cada momento, porque caso
contrário descobrirá que se sente descontente com sua condição pessoal e se
volta para o caminho da inveja e do desejo errado com respeito às coisas de
seu próximo. O caminho é duro mas é viável à medida que damos a Deus o
primeiro lugar em nossa vida. Nós somos muito inclinados a pecar nessas
áreas a não ser que fiquemos bem perto da Palavra de Deus.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 82. Será alguém capaz de guardar perfeitamente os mandamentos
de Deus?
Resposta: Nenhum mero homem, desde a queda de Adão, é capaz, nesta
vida, de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus, mas diariamente
os quebranta por pensamentos, palavras e obras.
Referências Bíblicas: lRs 8.46; lJo 1.8-2.6; Gn 8.21; Tg 3.8.
Perguntas:
1. O que significa "guardar perfeitamente os mandamentos de Deus"?
Significaria que uma pessoa teria de viver uma vida de perfeição, não
errando em nem uma palavra, um pensamento ou ação.
2. Alguém já foi capaz de guardar os mandamentos de Deus?
Adão foi capaz de guardá-los antes da queda, mas desde a queda nenhum
mero homem foi capaz de guardá-los.
3. Por que o homem, o homem salvo, não pode observar perfeitamente os
mandamentos de Deus?
O hoiriem não pode guardar os mandamentos porque a Bíblia ensina que
"Todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm 3.23) e os crentes ainda
têm neles o remanescente da corrupção enquanto estão neste mundo.
4. A Bíblia diz em algum lugar que a perfeição é impossível para o
cristão?
Sim, a Bíblia ensina isso em Tiago 3.2 onde afirma: "Porque todos
tropeçamos em muitas coisas". Paulo também ensina isso em Fp 3.12.
5. Será que a Bíblia não ensina em 1 João 3.9 que o cristão não peca?

O sentido deste versículo é que o crente não se deleita no pecado nem o
pratica continuamente, pois mostra evidência da graça salvadora de Deus
em sua alma.
6. Na violação da lei de Deus, estão incluídos os pensamentos
pecaminosos?
Sim, pois assim a Bíblia ensina, como em Mt 5.28 e Mt 15.19.
7. Como crentes em Cristo, o que podemos aprender com esta Pergunta?
Podemos aprender a depender sempre da graça de Deus, reconhecendo que
em nós mesmos nada somos; saber que a perfeição é impossível; mortificar
sempre o pecado pelo auxílio do Espírito Santo; e evitar ocasiões de
pecado.
CONSOLO EM NOSSOS FRACASSOS
Sempre que leio esta pergunta do catecismo, primeiro me vem à mente que
o padrão de Deus é tão alto e meus fracassos tão aparentes que há pouca
esperança. Mas então quando me volto à Palavra de Deus — para onde
todos nos devemos voltar em meio ao desespero — mais uma vez encontro
consolo em meio aos meus fracassos, porque leio: "Se confessarmos os
nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar
de toda injustiça" (lJo 1.9). Então sou lembrado mais uma vez do fato de
que não estou vivendo sob o Pacto das Obras, e sim sob o Pacto da Graça. E
que nesse Pacto minha Bíblia me ensina que Deus aceitará meu esforço
contra o pecado, minha luta diária com ele, mesmo que por vezes eu caia.
No entanto, há um perigo escondido aqui para os crentes. Em meio ao
consolo o crente poderia cometer dois erros: 1) Cair na antiga falsa doutrina
de pecar para que a graça seja mais abundante — Paulo tem uma resposta
muito clara em Romanos 6 — e assim racionalizar a ponto de se desculpar.
2) Esquecer que, embora seja impossível a perfeição, ela significa cem por
cento e qualquer fração disso não é perfeição!
A própria Bíblia que nos diz que a perfeição é uma impossibilidade também
nos manda lutar diariamente, combater o bom combate da fé, resistir ao

diabo, ser vencedores. Tudo isso significa que devemos prosseguir na
batalha contra o pecado com tudo que está em nós, dependendo do auxílio
da graça de Deus. Deus, na Palavra, não nos dá nenhum motivo para
relaxarmos na guerra simplesmente por nos ter dito que não podemos ser
perfeitos. Como me disse um cristão certa vez: "Você precisa cuidar de
que esteja erguendo seu estandarte a cada dia um pouquinho mais alto do
que no dia anterior, se quer que Deus fique contente com você".
Como crentes em Jesus Cristo temos consolo em meio a nossos fracassos,
pois ele prometeu perdoar-nos se confessarmos. Mas na estrutura desse
consolo está incluso o ensino da Palavra de Deus, de que como crentes
vamos nos esforçar até o padrão mais alto possível dentro de nós. Sabemos
que não somos capazes de alcançar a perfeição, mas às vezes limitamos
nossa altura pela falta de esforço. Nosso Senhor aguarda que nos
esforcemos para avançar em direção ao alvo da soberana vocação de Deus
em Cristo Jesus. Quando ele nos vê fazendo isso, ele se dispõe a perdoar-
nos os pecados que somos propensos a cometer.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 83. São igualmente odiosas todas as transgressões da lei?
Resposta: Alguns pecados, em si mesmos, e em razão de circunstâncias
agravantes, são mais odiosos à vista de Deus do que outros.
Referências Bíblicas: SI 19.13; Jo 19.11.
Perguntas:
1. O que se quer dizer com a palavra "odioso " nesta pergunta?
A palavra quer dizer que pecados são abomináveis, odiosos para Deus.
2. Quais pecados são mais odiosos do que outros aos olhos de Deus?
Basicamente, há dois tipos de pecados mais odiosos do que os demais aos
olhos de Deus. Primeiro estariam os pecados que são cometidos sem que se
tenha apresentado uma ocasião. Quanto menor a ocasião para o pecado,
maior é o pecado em si. Segundo, seriam os pecados que são cometidos
atrevidamente, com presunção. Devemos nos lembrar de que sob a lei não
havia sacrifício por pecados cometidos atrevidamente (Nm 15.30).
3. Na vida moderna de hoje, você poderia dar alguns exemplos de
pecados que são mais odiosos do que outros?
Sim, por exemplo, os pecados contra o Evangelho são mais odiosos do que
os pecados contra a lei (Mt 11.20-24). O adultério é mais odioso do que o
roubo (Pv 6.32-35).
4. Há qualquer diferença aos olhos de Deus quanto à idade da pessoa
que está pecando?
Sim, a Bíblia distingue uma diferença. Se faz mais anos que as pessoas
estão no Senhor, seus pecados são mais graves do que se forem cometidos
por crianças ou inexperientes (Jó 32.7).

5. Entra a questão do tempo quando se avalia a natureza odiosa do
pecado?
Sim, entra o tempo. Por exemplo, pecados cometidos no sábado cristão são
mais odiosos do que o mesmo pecado cometido em outro dia da semana,
porque o sábado do Senhor é especialmente destacado pelo Senhor.
6. A ignorância faria diferença quanto à avaliação da natureza odiosa do
pecado?
Sim, os pecados contra o que se conhece são mais odiosos do que pecados
cometidos por ignorância.
7. O que está compreendido em se pecar propositadamente?
Compreendido no pecar proposital há uma atitude de desafio a Deus, uma
mostra de um ódio verdadeiro contra ele que seria evidência de dureza de
coração.
PROVOCAR OUTROS A PECAR
Com certeza um dos pecados mais odiosos à vista de Deus é aquele em que
o próprio indivíduo peca e ao mesmo tempo provoca outros a pecar. O
capítulo 18 de Mateus, dentre muitos outros textos, torna isso bem claro. O
crente deve sempre ter muito cuidado para não ser culpado de conduzir
outros por estrada bem assinalada como sendo "Pecado". Perante Deus, ele
tem a responsabilidade assombrosa de ser uma testemunha de Jesus Cristo
em todas as horas e especialmente na responsabilidade que tem
pelos irmãos mais fracos.
Há muitos diferentes modos de levar outras pessoas a pecar. Um é ensinar
erros que são erros por causa do ensino da Palavra de Deus. Hoje, na época
da igreja cristã em que apareceu um novo "-ismo", o Neo-Evangelicalismo,
existe esse grande perigo de levar outros ao pecado. Alguém já disse que a
diferença atual dentro da igreja evangélica é a diferença entre aqueles que
"jogam na defensiva" e aqueles que "jogam na ofensiva" no seu viver
diário. Aqueles que jogam na defensiva estão simplesmente mantendo-se
posicionados, sempre na defesa e nunca marcando ponto contra a

igreja apóstata da qual fazem parte. Uma pessoa que joga na ofensiva está
sempre levando a batalha para o lado do inimigo. Ele é chamado de
"fanático" ou de "fundamentalista militante" mas está sempre pregando a
Verdade, não tendo de lutar contra os liberais no território deles usando as
regras de jogo deles. Aqueles que simplesmente se mantêm em seu próprio
campo são bem populares hoje nos meios evangélicos, mas — será que não
há perigo de levarem muitos ao pecado, por tomarem parte nas
obras infrutíferas das trevas?
Outra maneira de provocar os outros ao pecado é viver um mau exemplo. O
crente é vigiado constantemente. Hoje, poucas horas atrás, eu estava
caminhando pelo saguão do hotel em que estou hospedado, para estudar e
escrever. Quando virava o corredor, ouvi um funcionário dizer a outro:
"Aquele homem estava carregando uma Bíblia!" Tinha razão. Eu acabara de
buscar no carro minha Bíblia "de pregação". O outro funcionário falou:
"Será que alguém já o viu fazendo alguma coisa que mostra que ele
não acredita nela?" Minha oração subiu ao Senhor mais uma vez: "Ó
Senhor! Conceda que teu servo seja uma testemunha durante esses poucos
dias aqui. Ajuda-me para que eu não conduza outros a pecar e sim que os
conduza a ti".
Muitos pecados são mais odiosos do que outros e conduzir outras pessoas
pela estrada errada é certamente um deles. Que sejamos sempre
testemunhas a todos que encontramos, tudo para sua glória.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 84.0 que merece cada pecado?
Resposta: Cada pecado merece a ira e a maldição de Deus, tanto nesta vida
como na vindoura.
Referências Bíblicas: G1 3.10; Mt 25.41; Ed 9.6; 2Co 5.21.
Perguntas:
1. Que se quer dizer com "a ira e a maldição de Deus"?
A ira e a maldição de Deus é o castigo que Deus ameaçou infligir sobre
todos os pecadores pelos pecados que cometem.
2. Qual é esse castigo que Deus há de infligir sobre os pecadores?
O castigo é todas as aflições desta vida, a própria morte e as dores do
inferno para sempre (ver Pergunta 19, Breve Catecismo).
"i.Toàopecaào gue cometemos merece esstxvra e mditàçao àeY>eusl
Sim, todo pecado que cometemos a merece. Todo pecado cometido é contra
o Deus Santo e Justo que odeia todo pecado. Ele é o Deus reto e ele deseja e
exige satisfação pelos pecados cometidos.
4. Por que o pecado é tão odioso para Deus?
O pecado é odioso para Deus porque é o exato oposto da natureza santa de
Deus e de sua lei santa. Portanto, o pecado é exposto à ira e maldição de
Deus.
5. Os pecados de crentes merecem esse mesmo castigo?
Os pecados do crente o merecem mas sua pessoa nunca pode ser exposta ou
sujeita à ira de Deus nem nesta vida nem na vida futura.

6. O que podemos aprender com esta pergunta do catecismo?
Podemos aprender mais uma vez a olhar para Deus e agradecer a ele e
louvá-lo por nos ter salvo, mesmo quando não éramos dignos disso.
Devemos elevar os olhos para ele e agradecer sua misericórdia, a
misericórdia perdoadora, sabendo que somos tão grandes pecadores.
Devemos repetir diariamente as palavras de Esdras 9.6: "Meu Deus! Estou
confuso e envergonhado, para levantar a ti a face, meu Deus, porque as
nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa
culpa cresceu até aos céus".
LIVRE DA IRA VINDOURA
Minha oração é que o leitor tenha uma bem-fundada esperança em Cristo
Jesus, para que seja verdadeiramente salvo, pois então será livrado da ira de
Deus. A Bíblia diz: "... Jesus, que nos livra da ira vindoura" (lTs 1.10). Se
uma pessoa é nascida de novo ela estará provando isso a cada dia. Viverá de
tal maneira que dará prova de que toda sua vida é governada e controlada
pelo Livro Sagrado. D. Martyn Lloyd Jones diz que essa pessoa, essa
pessoa salva, foi aceita pelo Cristianismo; não é que ela simplesmente
tenha aceitado o Cristianismo. Essa é a pessoa que foi livrada.
Se o crente tem essa esperança bem-fundada, se está presente aquela
capacidade vinda do alto de saber o que ele é, onde ele se encontra, e para
onde ele está indo, então ele deve ser muito agradecido a Deus pelo
livramento. Saberá que Jesus sofreu, derramou seu sangue e morreu por ele.
Saberá que Jesus morreu com derramamento de sangue e tomou sobre si a
maldição para que o crente não tenha de sofrer a ira de Deus. Nunca um dia
deve passar sem que o crente olhe para cima e mais uma vez agradeça a ele.
Ora, o crente deve entender que embora seja livrado da ira que virá, isso
não significa que Deus não lhe há de infligir algo nesta vida. Aflições virão
e o crente precisa estar pronto a submeter-se a elas de bom grado. Conheci
um querido irmão no Senhor que vivia com problemas. Parecia que cada dia
dele era repleto de aflição. Tinha aflições físicas e aflições materiais. Certa
noite em sua sala de estudo perguntei-lhe como mantinha tão boa atitude em
meio a tanta dificuldade. Sua resposta foi mais ou menos assim: "E certo

que minha tribulação é pesada, mas não é nada comparada àquilo que
mereço sofrer eternamente no inferno". Ele havia encontrado a ótica
certa — sabia que sua presente condição era muito melhor do que ele
merecia. E por esse fato ele louvava a Deus, vivendo dia após dia na
consciência de que era cercado pela maravilhosa graça de Deus.
O livramento que Jesus comprou por nós é livramento da ira de Deus. Foi
uma perfeita redenção. Nenhuma aflição, nenhuma tribulação, nenhuma
tristeza, nenhum problema nesta terra pode tirá-la de nós. Louve Deus
porque "aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para
que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus" (2Co 5.21).

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 85.0 que exige Deus de nós para que possamos escapar de sua ira
e maldição que merecemos por causa do pecado?
Resposta: Para escaparmos da ira e maldição de Deus, que merecemos por
causa do pecado, Deus exige de nós fé em Jesus Cristo e arrependimento
para a vida, com o uso diligente de todos os meios exteriores pelos quais
Cristo nos comunica as bênçãos da redenção.
Referências Bíblicas: At 20.21; Mc 1.15; Jo 3.18.
Perguntas:
A
1. E possível escaparmos da ira de Deus por meio de alguma coisa que
possamos fazer por nós mesmos?
Não, é impossível, pois a Bíblia diz: São "todas as nossas justiças, como
trapo da imundícia" (Is 64.6).
2. Como podemos dizer então que Deus requer certas coisas de nós?
Podemos dizer isso porque embora Deus indique que esses deveres são
necessários, ele por sua vez capacita-nos a realizá-los. Isto é, é Deus quem
trabalha em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade
(Fp 2.12, 13).
3. Por que Deus requer do pecador "fé em Jesus Cristo " ?
Ele requer fé em Jesus Cristo porque não há outro caminho para a salvação.
Essa lição nos é ensinada muito claramente em Atos 4.12.
4. Por que Deus requer do pecador "arrependimento para a vida"?
Ele requer arrependimento para a vida porque isso é o fruto de se crer nele.

5. Por que Deus requer do pecador "o uso diligente de todos os meios
exteriores pelos quais Cristo nos comunica as bênçãos da redenção"?
Ele requer o uso diligente desses meios exteriores porque negligenciar esses
meios seria, em essência, prova de não existir fé nem ter ocorrido o
arrependimento em nós. São esses os modos pelos quais os benefícios da
redenção nos são comunicados.
6. Você está dizendo então que essas três coisas que Deus requer de nós
são partes importantes da salvação?
Sim, são partes importantes da salvação e evidências dela (2Ts 2.13).
O CARÁTER DECISIVO DO EVANGELHO
"Você realmente crê que uma pessoa pode ser salva à parte de Jesus
Cristo?", foi a pergunta feita a um candidato para o santo ministério. A
resposta dada era teologicamente certa, que ninguém poderá ser salvo à
parte de Jesus Cristo. "Bem, então", disse o velho ministro do Evangelho.
"Cuide de nunca se esquecer disso e pregue como quem crê isso!" Mais
tarde ouvi o pastor veterano dizer ao jovem pastor que ele sentia que tantas
pessoas não acreditavam verdadeiramente no caráter decisivo do
Evangelho. O que ele quis dizer é que se as pessoas realmente cressem
nisso, elas estariam mais engajadas nos negócios do Mestre em testemunhar
em favor de Jesus Cristo.
Estamos muito ocupados, ou devemos estar muito ocupados, em pregar a
única mensagem que — quando acreditada — pode capacitar o homem a
escapar da ira e maldição de Deus. A Bíblia ensina, como tão bem mostrou
Charles Hodge em 1855, que: 1) "Nada nesta terra é suficiente para salvar o
homem à parte de Cristo; 2) A fé em Jesus Cristo é necessária; 3) Deus
mandou que o Evangelho fosse pregado a todas as nações como sendo o
meio de salvar as pessoas". E mesmo assim, tantas, tantas pessoas passam
os dias sem dizer às pessoas com quem se encontram que Jesus Salva!
Essa crença no Evangelho como tendo um caráter decisivo para a
eternidade parece estar faltando hoje em muitos círculos da igreja. Parece
haver maior preocupação pelas coisas deste mundo do que preocupação

pelas almas dos homens. Todos nós precisamos parar e pensar de novo no
ensino da Bíblia sobre o caminho da salvação. Precisamos ser comovidos
mais uma vez como os homens se comoveram num dia no passado ao
cantarem:
Onde passarás a eternidade —
Aqueles anos que não têm fim?
Será com os anjos cantando?
Será com o Rei Glorioso reinando?
Que coisa sublime e solene!
Solene pra mim!
Não há outro modo de ser salvo! Teologicamente falando sabemos que isso
é verdade. Sabemos que a Bíblia diz: "A não ser que sejais convertidos..."
uma pessoa não entra no Reino de Deus. É a palavra final. Não há outro
caminho. Cremos mesmo nisso? Se cremos, o tempo está fugindo célere!
Precisamos nos levantar e nos ocupar com o trabalho de nosso Mestre!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 86. O que é fé em Jesus Cristo?
Resposta: Fé em Jesus Cristo é uma graça salvadora, pela qual o recebemos
e confiamos só nele para a salvação, como ele nos é oferecido no
Evangelho.
Referências Bíblicas: Hb 10.39; Jo 1.12; Fp 3.9; Jo 6.40.
Perguntas:
1. Por que a fé em Jesus Cristo é chamada de "graça salvadora” ?
E chamada de "graça salvadora" porque é uma dádiva de Deus e é dada ao
pecador sem que seja por causa de qualquer mérito ou valor que o pecador
tenha (ICo 4.7).
2. Por que essa fé é chamada de fé em Jesus Cristo?
É chamada assim porque Cristo é o principal objeto da fé salvadora
conforme At 16.31.
3. Por que a palavra "recebemos" está nesta Pergunta?
A palavra "recebemos" é usada porque Cristo é oferecido na Bíblia como
dádiva. Ele é dado àqueles que estão sem esperança em si próprios, nada
tendo e nada sendo.
4. Por que a Pergunta menciona confiar só nele para a salvação?
A pessoa que vai a Cristo precisa confiar só nele porque a Bíblia o revela
como o único fundamento em que se pode descansar, depositando nele
confiança total.
5. O que é esta salvação que é recebida pela pessoa que se chega a ele?

Esta salvação inclui três coisas: 1) O livramento da maldição da lei. 2) O
livramento do domínio do pecado. 3) A bênção feliz do céu.
6. Quem nos oferece Cristo?
Deus nos oferece Cristo, Deus o Pai que nos colocou a oferta em João 3.16.
7. Todos os crentes têm a mesma medida de fé salvadora?
Não, nem todos os crentes. Alguns têm pouquinha fé e outros têm uma fé
forte (Observe a comparação de Mt 14.31 com Rm 4.20). Mas mesmo os
que têm uma fé pequena têm o suficiente para chegar à glória se for uma fé
salvadora.
A PREGAÇÃO DA FÉ SALVADORA
D. Martyn Lloyd Jones, em seu admirável livro, Spiritual Depression: Its
Causes and Cure (Depressão Espiritual: Suas Causas e Cura), declara: "Os
cristãos assimétricos, de exageros ou insuficiências em diferentes pontos,
geralmente são produzidos por pregadores ou evangelistas a cuj a doutrina
falta equilíbrio, totalidade ou salubridade. Cada vez mais, à medida que
prosseguimos em nossos estudos, veremos como são de vital importância as
circunstâncias do novo nascimento do cristão".
Pregar Jesus Cristo, testemunhar, ter fé salvadora é uma responsabilidade
tremenda do crente. Vezes demais acontece de nada disso ser realizado.
Vezes demais, quando acontece, é que seja realizado com métodos que
estão longe de incluir tudo, teologicamente falando. Há simplesmente uma
abordagem de "passaporte para o céu" ou o oferecimento do perdão de
pecados sem que qualquer outra coisa seja mencionada.
A mensagem completa da salvação deverá ser pregada ou testemunhada
pelo crente.
. . . . .
>
.
Em geral o livramento da maldição da lei (da ira de Deus) é esclarecido. E
oferecido

pela pessoa que fala. O indivíduo que ouve simplesmente passa então a
pensar em termos de seu livramento e possivelmente no fato de que um dia
alcançará o céu. Entretanto, como fica o tempo entre uma e outra coisa, os
meses e anos antes que a pessoa vá ao encontro de seu Senhor? A doutrina
do livramento do domínio do pecado não será parte da fé salvadora?
Certa vez ouvi um evangelista fazer o convite de um modo bem claro e
bíblico. Ele certamente enfatizou que "Se você crer no Senhor Jesus Cristo
seus pecados serão perdoados", mas ele também esclareceu bem que uma
parte da fé salvadora — se é verdadeiramente realizada na alma — é o fato
de que a regeneração ocorreu na alma, e que agora haverá um novo
princípio de vida e essa nova vida produzirá frutos de viver em santidade.
Significa que a nova vida geralmente quer viver uma vida santa. A
vida nova terá poder para — e um desejo forte de — vencer o pecado e
obedecer a Deus fazendo com que a vontade dele seja a regra de vida nos
dias à frente.
É verdade que essa fé começará pequena porque é uma vida nova. Mas vai
crescer, desejará crescer. Então, por que isso não pode ser deixado bem
claro àqueles que vão a Cristo, por que não se pode deixá-los ver no início
que a vida cristã não é simplesmente um passaporte para o céu, mas que é
também uma vida de detestar o pecado e fugir dele? Paulo sabia disso e
escreveu 2Co 5.17 para que todos nós o vejamos e creiamos.
157

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 87. O que é arrependimento para a vida?
Resposta: Arrependimento para a vida é uma graça salvadora pela qual o
pecador, por ter um verdadeiro sentimento do seu pecado e percepção da
misericórdia de Deus, em Cristo, se enche de tristeza e de horror pelos seus
pecados, abandona-os e volta-se para Deus, inteiramente resolvido a
prestar-lhe nova obediência.
Referências Bíblicas: At 11.18; At 2.37; J1 2.13; 2Co 7.11; Jr 31.18-19; At
26.18; SI 119.59.
Perguntas:
1. Por que o arrependimento é chamado de uma "graça salvadora”?
É chamado de graça salvadora porque faz parte inseparável da salvação e é
trabalhado no coração do pecador pelo Espírito Santo por meio da
instrumentalidade da Palavra de Deus.
2. Quem é o sujeito do arrependimento?
O pecador é o sujeito do arrependimento, porque a pessoa que já está salva
não necessita de arrependimento segundo o ensino de Lucas 15.7.
3. O que significa nesta Pergunta a frase "verdadeiro sentimento do seu
pecado"?
Um verdadeiro sentimento do pecado é o reconhecimento por parte de um
pecador do perigo de sua posição juntamente com a imundície de seu
pecado. Ele entende que está em perigo porque sabe que sua condição
pecaminosa contraria a santidade de Deus e é ofensiva para Deus.
4. Por que a misericórdia de Deus está ligada a Cristo?

A misericórdia de Deus está ligada a Cristo porque a misericórdia de Deus
se estende ao pecador por Cristo ter sido obediente e ter satisfeito a justiça
completamente em sua morte sobre a Cruz.
5. É possível o arrependimento ser separado da fé?
Não, é impossível separar as duas coisas. As duas existem pela graça de
Deus e podem, portanto, ser distinguidas, mas não separadas.
6. O que é esse horror ao pecado mencionado aqui?
E um ódio, uma aversão tanto ao pecado como a nós mesmos por causa
desse pecado (Is 6.5).
7. O que é essa nova obediência à qual a pessoa arrependida se volta?
É a obediência conforme se encontra no Evangelho e que procede da nova
natureza no homem. O novo homem reconhece que precisa ter um novo
propósito, uma nova maneira de andar. Ele não será perfeito mas será
diligente em seus esforços de caminhar retamente.
VOLTANDO-SE DO PECADO PARA DEUS
O verdadeiro arrependimento provoca uma mudança na pessoa. O
verdadeiro arrependimento é um fruto da regeneração e é uma dádiva do
Espírito. Quando a expressão "Arrependei-vos!" é usada, muitas vezes a
mudança do coração é negligenciada. Mas a Bíblia ensina repetidas vezes
que o arrependimento genuíno consiste não só na humilhação da pessoa por
seus pecados mas também na mudança da pessoa inteira.
O arrependimento faz com que o homem mude de idéia sobre uma porção
de coisas. Antes de o indivíduo ser salvo, ele tem uma visão mundana das
coisas, o velho homem é tudo que está presente dentro dele. Depois que a
pessoa está salva ela quer agradar a Deus, dar a Jesus Cristo o primeiro
lugar na sua vida. E mais, isso faz com que sua atitude para com o pecado
mude. O pecado não é mais um prazer para ela como era antes que
conhecesse a Cristo. O pecado torna-se algo pelo qual ela sente tristeza.
Ela ora diariamente: "Senhor, ensina-me a odiar o pecado na minha vida

cada vez mais". Além disso, o arrependimento faz com que o coração da
pessoa mude e isso se estende a toda sua vida. Observe a mudança que
ocorreu em Paulo. Sua conversão não foi simplesmente que seus pecados
foram perdoados, mas significou que sua vida se alterou completamente.
Ele deu meia-volta em sua maneira de viver. Paulo sabia muito bem que ele
precisava desistir do pecado e voltar-se para o Senhor. Ele sabia que ele
nunca mais seria o mesmo.
"Coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus", declara o
salmista no Salmo 51.17. Mas o salmista também afirma "Detesto todo
caminho de falsidade" no Salmo 119.104. Nesses dois versículos as duas
partes do arrependimento são vistas. O coração é quebrantado diante de
Deus e o coração começa a detestar o pecado. Um divórcio da vida do
mundo ocorre e continuará ao longo de toda a vida. Nas palavras do hinário
maravilhoso compilado por Ira D. Sankey encontramos estas palavras que
contam a história do arrependimento verdadeiro:
Ouve, meu Senhor, agora quero te falar;
Não mais, Jesus, me satisfaz de ti tão longe estar.
Não espero minha vida parecer contigo;
Venho hoje — reconheço que eu pequei, te digo.
Ajuda-me, que amando-te, de mim eu me esqueça,
E que meu coração reflita a ti, e o reconheça.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 88. Quais são os meios exteriores e ordinários pelos quais Cristo
nos comunica as bênçãos da redenção?
Resposta: Os meios exteriores e ordinários pelos quais Cristo nos
comunica as bênçãos da redenção são as suas ordenanças, especialmente a
Palavra, os sacramentos e a oração, todos os quais se tornam eficazes aos
eleitos para a salvação.
Referências Bíblicas: Mt 28.19-20; At 2.41-42.
Perguntas:
1. Quem comunica esses benefícios aos crentes e quais são esses
benefícios?
Cristo comunica esses benefícios pois essa é sua responsabilidade. São
todos benefícios que Cristo comprou para os eleitos tanto aqui como para
sempre.
2. Como esses benefícios são comunicados aos crentes?
Esses benefícios são comunicados aos crentes pela mediação de Cristo que
trabalha por meio das ordenanças.
3. Por que chamamos os benefícios da redenção de "suas ordenanças " ?
Esses benefícios são chamados ordenanças dele porque ele as instituiu na
sua Palavra e ele é o Cabeça da Igreja.
4. Por que esta Pergunta afirma "especialmente a Palavra, os
sacramentos e a oração...." ? Estes três meios são citados porque são os
principais meios exteriores na comunicação dos benefícios da redenção.
Isso é ensinado em At 2.42. Não significa que os outros meios não sejam
importantes. Simplesmente quer dizer que estes são mais importantes.

5. Por que esses são chamados de "meios exteriores"?
São chamados de meios exteriores para distingui-los dos meios interiores
tais como fé e arrependimento, que são os meios interiores poderosos do
Espírito Santo.
6. O que se entende por "salvação " nesta Pergunta?
Por salvação, nesta Pergunta, entende-se a doutrina completa da salvação.
Significa o começo do livramento do pecado; a posse da nova vida e a
felicidade que resulta dessa vida; o viver para Deus dia após dia; a bem-
aventurança que virá quando o crente chegar à glória.
OS MEIOS DE GRAÇA
Quando ouvimos essas palavras, devemos pensar imediatamente na Palavra,
nos sacramentos e na oração. Não pensamos nelas como faz a Igreja
Católica Romana, como ritos que têm o poder de conferir graça. Ao
contrário, a Fé Reformada sempre pensou nelas como sendo aqueles meios
indicados por Deus para o propósito de transmitir graça. A maneira de
transmitir a graça vem mediante o poder do Espírito Santo.
A dificuldade para o crente sempre vem quando ele não faz o uso
apropriado dos meios de graça. Quer seja por mau uso ou por falta de uso, o
efeito resultante será uma vida que não agrada ao Senhor. É especialmente
verdade, na igreja da época atual, que é preciso fazer um uso apropriado dos
meios de graça. Pedro escreve: "Que vos recordeis das palavras que,
anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento
do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos, tendo em conta,
antes de tudo, que nos últimos dias virão escarnecedores com os seus
escárnios, andando segundo as próprias paixões" (2 Pe 3. 2, 3). Chegou o
tempo em que os crentes precisam fazer o uso apropriado dos meios de
graça nesses dias de apostasia na igreja.
Qual é a melhor maneira de fazer uso dos meios de graça? Primeiro,
precisamos estar convencidos de que é importante que os conheçamos e que
façamos uso deles. Devemos reconhecer que vêm de Deus, que sua eficácia

depende somente de Deus, não do homem nem da igreja. Esse é um dos
maiores perigos diante de nós hoje, o da falsa visão dos meios de graça.
Segundo, devemos preparar-nos para que sejam usados em nós. Não
podemos esperar que Deus opere em corações despreparados, corações que
estão abrigando pecado. Devemos nos preparar para usá-los dizendo com
Paulo, "Educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões
mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente"
(Tito 2.12).
Terceiro, devemos fazer uso dos meios de graça. Fazer uso deles é usá-los!
Devemos estudar sempre a Palavra, cuidando que cada dia nos veja dando
tempo a isso. Nunca devemos perder uma oportunidade de participar da
Ceia do Senhor e devemos sempre observar os votos pactuais que fizemos
no batismo. Devemos orar sem cessar, sabendo muito bem que uma vida
vazia de oração será uma vida infrutífera.
Que Deus nos ajude a reconhecer os meios de graça como sendo essenciais
ao nosso bem-estar espiritual!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 89. Como a Palavra se toma eficaz para a salvação?
Resposta: O Espírito de Deus torna a leitura e, especialmente, a pregação
da Palavra, meios eficazes para os pecadores, para os edificar em santidade
e conforto, por meio da fé para a salvação.
Referências Bíblicas: SI 19.7; SI 119.130; lTs 1.6; Rm 1.16; Rm 16.25; At
20.32. Perguntas:
1. A que se refere a "palavra " nesta pergunta e como ela se torna eficaz?
A "palavra" são as Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos, essa
revelação de Deus. Torna-se eficaz quando é pregada, mas também ao ser
lida.
2. Como deve ser lida a palavra de Deus?
A Pergunta 157 do Catecismo Maior nos diz o seguinte: "As Santas
Escrituras devem ser lidas com um alto e reverente respeito; com firme
persuasão de serem elas a própria Palavra de Deus; e de que somente ele
pode habilitar-nos a entendê-las".
3. Quem tem o direito de pregar a Palavra de Deus?
Aqueles que são chamados por Deus para pregar a Palavra (lT m 4.14) e
que receberam dons de Deus (Ml 2.7).
4. Como a Palavra de Deus deve ser pregada?
Novamente nosso Catecismo Maior nos diz na Pergunta 159 que é para,"...
pregar a sã doutrina, diligentemente, em tempo e fora de tempo, claramente,
não em palavras persuasivas de humana sabedoria... fielmente,...
sabiamente,... zelosamente,... since-ramente....".

5. Por que a Palavra de Deus é chamada de "Primeiro Meio de Graça
"pela Fé Reformada?
E chamada assim porque a Bíblia declara isso. Quando a Palavra é pregada,
almas são salvas e edificadas na fé, segundo a Bíblia.
6. De que maneira os pecadores são convertidos e edificados na fé pela
pregação da Palavra?
Os pecadores são convertidos e edificados na fé pelo Espírito à medida que
a Palavra é pregada. O Espírito abre seus olhos, faz com que se voltem das
trevas para a luz, e então começa neles a obra da santificação.
A PALAVRA EFICAZ — PARA SER OUVIDA!
O homem que é chamado para pregar a Palavra de Deus tem pelo menos
um consolo em meio a uma vida difícil e penosa: a Palavra, a pregação
dela, é eficaz! Deus assim prometeu na Bíblia. Paulo fala em 1
Tessalonicenses 2.13 sobre "... a palavra de Deus, a qual, com efeito, está
operando eficazmente em vós, os que credes". A Palavra de Deus é também
eficaz na condenação dos homens. Ou levará as pessoas a Cristo ou as
levará à condenação se se recusarem crer. Um dos puritanos na América
costumava dizer: "Terrível é a situação daqueles que vão carregados de
sermões para o inferno". A palavra de Deus é "viva e eficaz e mais cortante
do que qualquer espada de dois gumes" e podemos louvá-lo por isso.
Anda por aí no mundo de hoje uma crença falsa. Esta crença, que parece ser
propalada mais por homens do que por mulheres, é que alguém pode ser um
bom cristão mesmo que não freqüente a igreja. Repetidas vezes ouvimos
essa declaração ser feita por aqueles que professam ser cristãos.
Argumenta-se que realmente não é necessário estar na igreja toda vez que a
Palavra é pregada. Na verdade essa é uma das mentiras mais sutis do diabo!
"Como ouvirão, se não há quem pregue?" ainda está na Bíblia e é tão certo
e importante quanto qualquer outro versículo. A exortação para não
deixarmos de nos congregar ainda está na Bíblia. E mesmo assim os
homens persistem em pensar que podem viver a vida de um bom cristão à
parte da pregação e do ensino da Palavra.

Além daquilo que a Bíblia afirma com respeito ao assunto, há mais outra
prova claríssima. Qualquer pastor do Evangelho lhe dirá quais de seus
membros, com poucas exceções, são os que têm as seguintes características:
1) Trabalhadores dispostos da vinha do Senhor; 2) Sempre prontos a instruir
e testemunhar; 3) Capazes de lidar com os problemas que aparecem em sua
vida. Os membros com essas características são aqueles que são fiéis em
cuidar do ensino e pregação da Palavra. São os fiéis de Deus, aqueles a
quem ele convoca repetidas vezes para fazer sua obra. São as famílias,
com poucas exceções, cujos filhos são verdadeiramente criados no
nutrimento e disciplina do Senhor.
A Palavra é eficaz e todos nós temos a responsabilidade assombrosa de
cuidar disso, de sempre estar presente quando ela é ensinada ou pregada.
Deus fará grande e poderosa obra em nós e por nosso intermédio quando
formos fiéis a esse respeito.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 90. Como se deve ler e ouvir a Palavra a fim de que ela se torne
eficaz para a salvação?
Resposta: Para que a Palavra se torne eficaz para a salvação, devemos
ouvi-la com diligência, preparação e oração; recebê-la com fé e amor,
guardá-la em nosso coração e praticá-la em nossa vida.
Referências Bíblicas: Pv 8.34; IPe 2.1; SI 119.18; Hb 4.2; Lc 8.15; Tg
1.25. Perguntas:
1. Como devemos nos preparar para ler e ouvir a Palavra?
Ao ler e ouvir a Palavra, precisamos nos lembrar que ela tem o respaldo da
autoridade de Deus e que ele nos fala por meio desta Palavra.
2. Que mais precisa ser feito para se estar adequadamente preparado
para ler e ouvir a Palavra?
Precisamos preparar nosso coração separando-nos do mal para a santidade.
Precisamos fugir das coisas que estão nos impedindo de caminhar com o
Senhor e seguir os caminhos da justiça. E mais, precisamos preparar nosso
coração pela oração, orando para que o Senhor abençoe a Palavra de Deus
ao nosso coração e a torne eficaz em nossa vida.
3. Comovamos "ouvi-la com diligência" ?
Precisamos ser diligentes em prestar muita atenção à pregação, ao ensino e
à leitura da Bíblia. Precisamos afastar de nossa mente, pela graça de Deus,
todas as coisas que poderiam nos servir de impedimento (Pv 2.1,2, 5).
4. Como devemos receber a Palavra?
Devemos recebê-la com fé e amor. A fé mencionada aqui é, no geral, um
consentimento por parte do ouvinte de que a Bíblia é, de fato, a Palavra de
Deus; e uma aceitação de seu ensino em todas as partes da vida. O amor

mencionado aqui é uma atitude de alta estima pela Palavra de Deus, um
prazer muito grande nela e um desejo sincero de torná-la parte de nossa
vida.
5. Qual é a prova de nossa preparação correta e uso certo da Palavra de
Deus?
A prova se encontra em continuamente armazená-la no coração e dispor-se
a obedecê-la a cada dia, no desejo de tê-la como regra de nossa vida.
O TESTEMUNHO DE APOLO
No capítulo 18 de Atos aparece o relato sobre "um judeu chamado Apolo",
contando que ele era poderoso nas Escrituras e que foi usado pelo Senhor
com grande poder. Muitas vezes perguntamos por que Deus não nos usa
mais. Talvez nossa resposta esteja no relato de Apolo. Quem sabe nossa
dificuldade seja que não sejamos "poderosos nas Escrituras", e
conseqüentemente, não nos mostremos fervorosos no caminho do Senhor.
Por certo poderiam existir muitas razões de não sermos "poderosos nas
Escrituras" e faltaria tempo para mencioná-las todas aqui. Às vezes,
contudo, só podemos pensar se nossa falta não se encontra em não estarmos
persuadidos do seguinte fato: As Escrituras são mesmo poderosas! Charles
Hodge gostava de dizer a seus alunos do Seminário de Princeton que "as
Escrituras são como o oceano, ilimitadas e insondáveis. Nenhuma pessoa
jamais pode esgotar as reservas de conhecimentos entesouradas no
oceano". Repetidas vezes o Senhor nos prova isso. Encontramos em nossa
leitura da Palavra de Deus tesouro após tesouro. Encontramos a Palavra de
Deus cheia de princípios que irão abençoar nossa alma à medida que nos
dispomos a escondê-las em nosso coração. Vejamos se podemos enumerar
alguns dos tesouros armazenados e oremos para que possamos usá-los nos
dias que temos pela frente.
.... As Escrituras são eternas — João 1.1, 2; Hb 13.8.
.... As Escrituras são verbalmente inspiradas, infalíveis — ICo 2.13; 2Tm
3.16; lTs 2.13.

.... As Escrituras contêm o único caminho da salvação — Jo 5.24; At 4.12.
.... As Escrituras nos capacitam a viver uma vida abundante — Jo 8.31 -32;
Atos 20.32.
.... As Escrituras são cheias de sabedoria — 2Tm 3.15; Pv 1.7.
.... As Escrituras têm toda a autoridade — Is 8.20; Ap 22.18.
.... As Escrituras têm um propósito — 2Tm 3.16-17.
Alguém disse certa vez que a Bíblia satisfaz todas as necessidades do ser
humano. Fornece redenção, direção e um futuro garantido! Ao alcance de
nossa mão temos este depósito cheio. Será que nosso testemunho será
igualado ao de Apolo, será que dirão que somos poderosos nas Escrituras?

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 91. Como os sacramentos se tornam meios eficazes para a
salvação?
Resposta: Os sacramentos tornam-se meios eficazes para a salvação, não
por alguma virtude que eles ou aqueles que os ministram tenham, mas
somente pela bênção de Cristo e pela obra do seu Espírito naqueles que pela
fé os recebem.
Referências Bíblicas: IPe 3.21; Mt 3.11; ICo 3.6-7; ICo 12.13.
Perguntas:
1. Nesta Pergunta, o que se compreende por "meios eficazes para a
salvação”?
Os "meios eficazes para a salvação" são os decretos de Deus pelos quais ele
executa o fim que ele tem em vista, o de salvar nossa alma (Rm 1.16).
2. Qual é o sentido das palavras "não por alguma virtude que eles
tenham ” nesta Pergunta?
As palavras "não por alguma virtude que eles tenham" significam apenas
que os sacramentos não têm poder em si, conforme expressam as palavras
do Catecismo Maior. Os sacramentos são simplesmente os meios de graça
exteriores e ordinários e não têm eficácia em si para conferir salvação.
3. Por que é tão importante fazer essa distinção?
É importante fazer essa distinção por causa da posição assumida pela Igreja
Católica Romana. Eles mantêm que os sacramentos do Novo Testamento
são causas verdadeiras, apropriadas e imediatas de graça. Insistem em que o
poder deles flui da ação sacramental de receber o elemento exterior.
4. O que se quer dizer aqui com "a bênção de Cristo”?

A "bênção de Cristo" é seu divino poder e vida. Calvino declara: "Os
sacramentos executam sua função só quando acompanhados pelo Espírito, o
Mestre interior, cuja energia é a única que penetra o coração, agita as
afeições e obtém acesso para os sacramentos penetrarem em nossa alma. Se
ele falta, os sacramentos nada mais são do que o sol que brilha nos olhos de
um cego, ou sons que são pronunciados nos ouvidos de um surdo".
5. Como recebemos os sacramentos pela fé?
Nós os recebemos pela fé pela oração para que o Espírito Santo faça sua
obra em nosso coração, dando-nos a graça de crer em Cristo e aplicar a
Palavra dele à nossa vida.
CRISTO E OS SACRAMENTOS
Muitas vezes a igreja de Jesus Cristo tem sido desviada da rota por aqueles
que insistem em que eles têm algum poder a transmitir na administração
dos sacramentos. Isso tem ocorrido principalmente na Igreja Católica
Romana que insiste que a eficácia dos sacramentos depende da "intenção do
sacerdote" oficiante. Quem segue a linha da Fé Reformada certamente se
opõe a tal ensino. Mas muitas vezes aqueles que aprovam os Padrões
de Westminster não estão bem certos sobre qual deveria ser o ensino
correto.
Ao pensar nos sacramentos, devemos reconhecer que a presença de Cristo
realmente é a presença do Espírito Santo. A Fé Reformada nunca ensinou
que é a presença de Cristo conforme ele era no seu ministério aqui na terra.
A Fé Reformada sempre ensinou que Cristo vem nesse contexto pelo
Espírito Santo que ele enviou. É a bênção de Cristo por meio da obra do
Espírito Santo. Portanto, nenhum dos dois pode ser separado dos
sacramentos.
O Espírito Santo é mediador da presença de Cristo de duas maneiras nos
sacramentos. Primeiro, o Espírito Santo apresenta-nos Cristo. Faz com que
Cristo esteja presente para nós naquele dia, naquele momento em que
estamos participando. Cristo não é uma pessoa distante que é antiquado
demais, desatualizado demais para nós hoje. O Espírito Santo torna Cristo
nosso contemporâneo.

Em segundo lugar, o Espírito Santo é mediador da presença de Cristo
quando nos habilita, em termos espirituais, a sermos transportados de
nossos pesares, nossas dificuldades e nossas aflições à presença de Cristo.
Podemos ver este ensino em Colossenses
3. Somos habilitados a colocar nosso afeto nas coisas de cima e não nas
coisas aqui da terra.
Tudo isso acontece pela bênção de Cristo somente. Não acontece em
virtude da igreja específica à qual pertencemos. Não acontece por causa do
maravilhoso pastor (a nossos olhos) que está administrando o sacramento.
Não acontece porque conseguimos por esforço próprio nos colocar numa
certa disposição de espírito para participar. E por Deus, em Deus, por meio
de Deus — pois ele é que "dá o aumento, o crescimento". Quando
chegamos em fé há de fato uma bênção para nós e isso nos eleva, tirando-
nos do mundo perturbado. Louvado seja Deus por Cristo e sua obra no
sacramento!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 92. O que é um sacramento?
Resposta: Um sacramento é uma santa ordenança, instituída por Cristo, na
qual, por sinais sensíveis, Cristo e as bênçãos do novo pacto são
representados, selados e aplicados aos crentes.
Referências Bíblicas: Gn 17.7-10; Êx 12; ICo 11.23-26.
Perguntas:
1. De onde obtivemos a palavra "sacramento"?
A palavra "sacramento" é uma palavra teológica, e não uma palavra bíblica.
A palavra vem do latim e foi usada pelos romanos para designar seu
juramento militar. Os soldados prometiam, ao prestar esse juramento, que
não abandonariam o estandarte de seu líder.
2. Como a palavra "sacramento" é usada pela igreja atualmente?
Corretamente usada, significa algo sagrado. É um compromisso solene de
ser do Senhor.
3. Por que chamamos o sacramento de uma "ordenança sagrada " ?
É chamada de "ordenança sagrada" porque foi instituída por razões sacras.
4. E necessário que um sacramento seja "instituído por Cristo"?
Nosso Catecismo Maior emprega as palavras "uma santa ordenança...
instituída por Cristo em sua Igrej a" e nossa Confissão declara
"imediatamente instituído por Deus". Paulo expressa essa necessidade com
suas palavras em 1 Coríntios 11:23 - "Porque eu recebi do Senhor...."
5. Quais são as duas partes de um sacramento?

As duas partes de um sacramento são: 1) Os sinais exteriores ou sensíveis;
2) A graça interior, a parte espiritual.
6. Como podemos reunir essas duas partes?
Podemos reuni-las ao reconhecer que as graças interiores são representadas
pelos sinais exteriores.
7. Por que os benefícios só se aplicam aos crentes?
Eles se aplicam aos crentes porque são só os crentes que têm a verdadeira fé
que lhes permite discernir e aplicar a graça espiritual envolvida. É só o
crente que tem de Cristo uma verdadeira e efetiva aplicação do sacramento.
A QUEBRA DO PACTO
Como já estudamos mais profundamente a questão dos sacramentos, somos
agora mais responsáveis do que antes de nosso estudo. Aprendemos como
os sacramentos são eficazes na salvação e aprendemos o que um
sacramento é e quais são suas duas partes. Aprenderemos mais ao
prosseguir em nosso estudo de cada sacramento. A pergunta que se nos
apresenta agora é: Ousamos deixar de participar nos sacramentos?
Podemos negligenciar isso?
À essa pergunta, a maioria dos membros de igreja certamente teria a
resposta certa. O problema é que para muitos membros de igreja a resposta
será puramente acadêmica. É acadêmica e eles provam isso pelas suas
ações. Em suma, são violadores do pacto!
É freqüente demais deixarmos de perceber que negligenciar os sacramentos
do Batismo e Ceia do Senhor nos torna violadores do pacto. No Antigo
Testamento fica muito claro que a negligência dos sinais e selos da aliança
era chamada de violação pactuai pelo Deus Onipotente e Soberano. No
entanto, muitas vezes deixamos de reconhecer que os equivalentes do Novo
Testamento devem ser chamados de violação pactuai pelo mesmo Deus.
Repetidas vezes os pastores enfrentam o problema de pais que, sendo
membros de uma igreja que ensina e pratica o batismo infantil, são

negligentes nessa importante área de apresentar seus filhos para o batismo.
O maior problema, contudo, é o membro de igreja que se ausenta da Ceia
do Senhor seguidamente. Não parece haver nenhuma atitude de obrigação
por parte do crente a esse respeito.
Charles Hodge, em seu livro The Way ofLife (O Caminho da Vida), afirmou
que "a confissão pública de Cristo é uma condição indispensável do
discipulado; que essa confissão deve ser feita atendendo-se às ordenanças
que ele instituiu; que essas ordenanças não apenas são os sinais e selos de
bênçãos espirituais, como se tornam, pela atuação do Espírito Santo, meios
efetivos de graça para o crente; que sua prática é, portanto, uma obrigação
indispensável..." Que Deus nos conserve fiéis nesse respeito. Que
possamos nunca ser considerados violadores do pacto perante ele!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 93. Quais são os sacramentos do Novo Testamento?
Resposta: Os sacramentos do Novo Testamento são o batismo e a ceia do
Senhor. Referências Bíblicas: Mt 28.19; Mt 26.26-28; Gn 17.24-27; Êx
12.22-27.
Perguntas:
1. Quais eram os sacramentos do Antigo Testamento?
Havia dois sacramentos sob o Antigo Testamento: a circuncisão e a páscoa.
2. Quando foi a circuncisão instituída pela primeira vez e qual o sentido
espiritual? Foi instituída no 99° ano da vida de Abraão. Naquela ocasião
ele, e todos os homens de sua casa foram circuncidados. O sentido
espiritual da circuncisão é que significava a impureza e corrupção da
natureza, a necessidade da regeneração; e o de ser implantado em Cristo a
fim de participar dos benefícios de sua mediação, juntamente com uma
promessa solene de pertencer ao Senhor.
3. O que foi a páscoa e quando foi instituída?
A páscoa foi instituída na saída do Egito dos filhos de Israel. Foi chamada
de páscoa em referência ao fato de o anjo ter "passado por cima" das casas
dos israelitas em que o sangue do cordeiro pascoal tinha sido colocado na
verga horizontal e nos umbrais das portas.
4. Quais são os sacramentos do Novo Testamento?
Os sacramentos do Novo Testamento são: o batismo e a Ceia do Senhor.
5. De que forma os sacramentos do Novo Testamento substituem os do
Antigo Testamento?
O Batismo substitui a circuncisão e a Santa Ceia substitui a Páscoa.

6. Quais são os sacramentos segundo a Igreja Católica Romana?
A Igreja Católica Romana declara que há sete sacramentos. Além do
batismo e da ceia do Senhor eles acrescentam a confirmação, a penitência, a
ordenação, o casamento e a extrema-unção.
INSÍGNIAS DE MEMBRO
Há muitos membros na igreja de hoje que não conseguem entender porque
certos crentes insistem em dar ênfase ao Batismo e à Santa Ceia. Pode-se
ouvir o clamor dos críticos repetidas vezes. "Não gostamos de ouvir o
termo 'sacramento' porque soa muito como se fosse a igreja católica
romana". Ou então: "Não sentimos que devemos dar qualquer importância
aos sacramentos porque quem é importante é Cristo!" Nem é preciso que se
diga que esses críticos dos sacramentos não estão bem versados nos Padrões
de Westminster, porque os Padrões enfatizam bem os sacramentos.
A Igreja verdadeira, que foi formada por Deus em comunidades exteriores
visíveis, deve ter certas insígnias divinamente instituídas para identificar
quem pertence a ela. Essas insígnias são os sacramentos. São insígnias que
servem para marcar, para distinguir a verdadeira igreja. Essa é uma razão
pela qual devemos enfatizar os sacramentos.
A segunda razão é, de diversas maneiras, mais importante do que a que
acabamos de ver. Somos ensinados nos Padrões de Westminster que a Igreja
e o reino de Deus se baseiam num pacto (Confissão, Capítulo 7).
Aprendemos que um pacto é simplesmente um entendimento ou acordo
mútuo, e que o pacto imposto por um superior sobre um inferior é
simplesmente uma promessa condicional. É, então, o modo de Deus tratar
com seu povo. Ele lhes ordena, ele lhes promete e ele os ameaça. Tudo isso
é realizado no pacto. Os sacramentos desempenham um papel importante
nisso, visto que os sacramentos são os selos visíveis pelos quais o pacto é
ratificado e seus benefícios simbolizados para todos os que aceitam os
termos dele.
O que tudo isso significa para o crente? Significa que ele deve ser fiel em
seu uso desses sacramentos. Deve reconhecer que são ordenados por Deus
para que sejam meios de graça — não os únicos meios — mas meios

divinamente constituídos. Ele deve saber que o uso que ele faz desses meios
é uma obrigação que Deus lhe impõe. Deve perceber que os sacramentos
são testemunhas eficazes das verdades centrais do Evangelho.
Que Deus nos ajude a fazer uso destas "Insígnias de Membro" e a usá-las de
maneira fiel, tudo para a glória de Deus.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 94.0 que é batismo?
Resposta: O Batismo é o sacramento no qual o lavar com água em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo, significa e sela a nossa união com Cristo,
a participação das bênçãos do pacto da graça, e nosso compromisso de
pertencermos ao Senhor.
Referências Bíblicas: Rm 6.4; G1 3.27; Ef 5.25-26; Mt 28.29.
Perguntas:
1. Quais são os pontos essenciais na definição de batismo conforme se
encontra em nossos Padrões?
Os pontos essenciais das definições são: 1) É o lavar com água; 2) É o lavar
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; 3) É realizado com o
objetivo demostrar que fomos selados e somos participantes.
2. O que é essencial ao batismo?
O batismo é essencialmente um lavar com água. Nenhuma modalidade
específica de lavagem é essencial, porque não há uma forma especificada
na ordem dada. A água é ordenada porque é um símbolo natural de
purificação moral e foi assim estabelecida no ritual de Moisés. E um
símbolo do sangue de Cristo que foi derramado por nós e do fato de o nosso
coração ter sido aspergido de uma consciência má.
3. Quem é o autor do batismo?
O Senhor Jesus Cristo é o autor do batismo e ele o instituiu logo antes de
sua ascensão ao céu (Mt 28.19).
4. Em nome de quem somos batizados e o que significa isso?

Somos batizados no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e isso
significa nosso batismo na autoridade do Pai, do Filho e do Espírito Santo e
nossa fé na Trindade, a quem confessamos e obedecemos.
5. O que se quer dizer com nossa união em Cristo?
Quando somos enxertados ou implantados em Cristo, somos separados de
nossa velha natureza e somos unidos a Cristo e portanto podemos crescer
nele e produzir fruto para ele. A justiça dele nos é imputada (G1 3.27).
6. Quais são os benefícios do pacto da graça que nós recebemos?
Somos admitidos à igreja visível, nossos pecados são remidos, somos
regenerados e adotados e ressurretos para a vida eterna.
UM SACRAMENTO CORRETAMENTE USADO
É freqüente demais, em igrejas que subscrevem a doutrina reformada, o
sacramento do batismo não ser levado devidamente à sério. Muitos pais são
culpados da atitude de considerar que sua tarefa está cumprida quando
mandam batizar seu filho. Muitas igrejas se congratulam piamente quando
mais uma criança é batizada, e sentem que sua tarefa foi completada. O
sacramento do batismo muitas vezes é usado erroneamente.
Faz bem, de quando em vez, rever nossas crenças sobre uma doutrina em
particular. Com respeito ao batismo, precisamos ser lembrados, muitas
vezes, que sem ele uma pessoa pode ser salva e com ele uma pessoa pode se
perder! Nós não cremos na necessidade do batismo para a salvação.
Cremos, isto sim, que é pecado negligenciá-lo: "... [é um] grande pecado
menosprezar ou negligenciar essa ordenança". E novamente: "A eficácia do
batismo não se limita ao momento em que é administrado; contudo,
pelo devido uso dessa ordenança, a graça prometida é não somente
oferecida, mas realmente manifestada e conferida pelo Espírito Santo..."
(Confissão de Fé, 28. 5, 6).
Lembro-me de certa vez ter ouvido um pastor celebrar uma "renovação dos
votos do batismo" em sua igreja. Tinha diante dele um grupo de uns vinte
ou trinta pais. Perguntou-lhes: "Têm vocês, como pais, estado gravando em

seus filhos o fato de que não precisam ter medo de morrer porque se eles
amam o Senhor Jesus e crêem que Jesus derramou seu sangue por eles e se
eles confiam nele para lavar seus pecados, eles serão salvos?" Foi uma
ocasião séria e foi uma pergunta séria. Certamente foi um uso correto desse
sacramento.
Uma das dificuldades atuais, nas igrejas comprometidas com a fé
Reformada, é que esquecemos nossa responsabilidade de ensinar nossos
filhos (como parte de nossos votos de batismo) que Deus não mostra
nenhuma brandura à parte da oferta de seu Filho. A Bíblia diz que "não
existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que
sejamos salvos". Precisamos lembrar que há duas coisas que devemos
conservar diante de nossos filhos batizados na infância antes que possam
ser salvos: 1) A guarda das promessas pactuais pelos pais; 2) A pública
profissão da criança em Jesus Cristo. E esta última deve ser seguida de
frutos na vida.
John Murray expressou isso bem quando disse: "Supor que se possa manter
qualquer confiança com respeito à graça pactuai significativa e selada pelo
nosso batismo, se não temos temor de Deus, se violamos o pacto de Deus e
andamos contrário a seus mandamentos, será uma contradição". Que Deus
nos ajude a usar esse sacramento corretamente!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 95. A quem deve ser ministrado o Batismo?
Resposta: O Batismo não deve ser ministrado àqueles que estão fora da
Igreja Visível, enquanto não professarem sua fé em Cristo e obediência a
ele; mas os filhos daqueles que são membros da Igreja Visível devem ser
batizados.
Referências Bíblicas: At 8.36; At 2.38-39; ICo 7.14; Ef 2.12. (Ver
versículos abaixo) Perguntas:
1. É bíblico administrar o batismo a todas as pessoas?
Não. Somente os que são membros da igreja visível, que fazem parte do
pacto, são habilitados para o batismo.
2. Como podem os infantes ser batizados, um infante que não pode
arrepender-se e crer e assim tornar-se membro da igreja visível?
Nosso Catecismo Maior ensina-nos que a igreja visível é constituída de
"todos que professam a verdadeira religião e de seus filhos".
3. Será que se pode explicar, em forma de esboço, a prova de que infantes
devem ser batizados?
Os seguintes passos são compreendidos, e deve-se lembrar que esses passos
visam simplesmente motivar seu próprio estudo sobre essa doutrina
importante:
1) Quando você considera o batismo infantil, estará baseando sua crença
naquilo que chamamos de "Teologia Pactuai" pois a prática do batismo
infantil é vitalmente relacionada com o pacto da graça.
2) O infante deve ser filho de um pai (ou pais) crentes para ser
considerado parte do pacto (ICo 7.14; At 2.38, 39).

3) Deus estabeleceu um pacto da graça com Abraão e esse pacto incluía
crianças (Gn 17.7; 11, 12).
4) O pacto do Antigo Testamento e o pacto do Novo Testamento são
substancialmente o mesmo, e Deus prometeu que seria um pacto perpétuo
(Gn 17.7; G1 3.1314; Rm 4.3).
5) O rito da circuncisão simbolizou a salvação no Antigo Testamento e foi
sinal do relacionamento pactuai entre Deus e seu povo. O batismo no Novo
Testamento simbolizou o mesmo (Gn 17; Dt 10; Rm 4; Cl 2.11-12).
6) O povo de Deus, por causa dos ensinos que acabamos de ver, recebeu a
ordem de colocar o sinal do pacto sobre si e seus filhos.
UM FILHO DA ALIANÇA
A expressão usada no título aqui é uma herança negligenciada. No dia de
hoje raramente é usada nas igrejas presbiterianas. O próprio fato de não ser
enfatizada certamente indica a terrível acusação a ser colocada aos pés de
pais crentes, a de serem infiéis às promessas que fizeram a Deus!
Em dias passados havia uma ênfase na doutrina da aliança, do pacto,
sobretudo em referência aos filhos de crentes. A Bíblia ensina que Deus
promete a pais crentes que sua graça será ativa na parte de seus filhos. No
entanto esta graça depende de os pais desempenharem fielmente seus votos
batismais. A Bíblia ensina que o filho do pacto tem uma herança a receber.
Que esperança maravilhosa e gloriosa!
É verdade que há um grave perigo no mau uso dessa doutrina. No passado
houve aqueles que ensinavam erradamente que a herança compreendida era
a da salvação. Tal ensino contraria a Palavra de Deus pois nunca o
indivíduo herda a salvação. Os filhos pactuais simplesmente herdam as
promessas de Deus. Não é uma promessa automática, e sim uma promessa
condicional. Deus cumprirá suas promessas se o pai crente cumprir (ou os
pais crentes cumprirem) o que foi prometido.
O filho da aliança herda a certeza de que o favor de Deus lhe é dirigido
porque ele é filho de um pai crente (ou pais crentes). O filho do pacto herda

os privilégios da igreja e é recipiente dos meios de graça. O filho do pacto é
uma criança privilegiada e com certeza é uma criança que Deus deseja
salvar.
A dificuldade nessa área é que muitos filhos da aliança são motivados por
pais infiéis a desejarem os privilégios sem cumprirem as responsabilidades.
O verdadeiro filho da aliança é aquele que é criado na instrução e
admoestação do Senhor, que chega à fé salvadora e que dá provas de ter em
sua vida aquela fé salvadora com os frutos do Espírito.
Será que você é um filho da aliança? Se é, que Deus o ajude a buscá-lo de
todo o coração e alma e mente!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 9 6.0 que é a Ceia do Senhor?
Resposta: A Ceia do Senhor é o sacramento no qual, dando-se e recebendo-
se pão e vinho, conforme a instituição de Cristo, se anuncia a sua morte, e
aqueles que participam dignamente tornam-se, não de uma maneira
corporal e carnal, mas pela fé, participantes do seu corpo e do seu sangue,
com todas as suas bênçãos para o seu alimento espiritual e crescimento em
graça.
Referências Bíblicas: Mt 26.26-27; ICo 11.26; ICo 10.16; Ef 3.17.
Perguntas:
1. Quando nosso Senhor instituiu este Sacramento?
Ele o instituiu na noite em que foi traído (ICo 11.23).
2. Quais são os elementos exteriores da Ceia do Senhor e o que
significam?
Os elementos exteriores são o pão que simboliza o corpo de Cristo, e o
vinho que simboliza o sangue de Cristo.
3. Quem deve ministrar este sacramento?
Assim como Cristo o ministrou primeiro, assim deve ser ministrado
atualmente por pastores que foram vocacionados para esse santo ofício.
4. Quando Cristo disse "Isto é o meu corpo" na instituição deste
sacramento, ele falava de seu corpo verdadeiro?
Não. Ele não quis que tomássemos suas palavras mais literalmente do que
tomamos literalmente as palavras "Aquela rocha foi Cristo". Além disso,
observe que Paulo afirmou que era "este pão" que comemos (ICo 11.26), e
não o corpo de Cristo.

5. Como o pão e vinho representam o corpo e sangue de Cristo?
Há nisso uma representação, sendo que assim como o próprio alimento
nutriria e fortaleceria o corpo, do mesmo modo, espiritualmente falando nós
temos nossa alma nutrida e fortalecida ao participarmos em obediência.
6. Quais são as três principais óticas com respeito à ceia do Senhor?
A visão católico-romana (transubstanciação) declara que há uma
transformação do pão e vinho em corpo e sangue verdadeiros de Cristo. A
visão luterana (consubstanciação) concebe da presença de Cristo num
sentido físico embora os elementos continuem a ter a aparência e o gosto de
pão e vinho. A visão reformada é a presença espiritual de Cristo na Ceia do
Senhor. É um selo e penhor daquilo que Deus faz pelos crentes.
ATOS SACRAMENTAIS
Nossos Pais Reformados nos ensinaram que há seis atos sacramentais
compreendidos na Ceia do Senhor. Muitas vezes essas coisas são ignoradas
em nosso esforço maldirecionado para escapar de sermos associados com a
palavra "sacramento", visto haver entre tantos protestantes a teoria de que a
palavra é estritamente católico-romana. No entanto, a palavra cabe bem
entre os adeptos da Fé Reformada. Estes seis atos sacramentais —
entendidos juntos em seu sentido verdadeiro — retratam ou dramatizam a
expiação de Cristo e o pecador recebendo-o pela fé. Quatro dos atos
sacramentais foram realizados pelo Senhor Jesus e dois deles pelos seus
discípulos. Que Deus nos ajude a discernir uma nova visão da Ceia do
Senhor ao passá-los em revista.
Primeiro, ele tomou o pão e o copo da mesa onde a refeição pascal tinha
sido feita e isso significou ele ter tomado uma natureza humana (corpo e
alma) para si quando nasceu neste mundo em Belém.
Segundo, ele impôs as mãos e abençoou, o pão e vinho — ou agradeceu por
eles —, separando-os dos usos ordinários para um propósito especial,
religioso. Esse ato significou nosso Salvador ter sido separado para sua obra
especial como Redentor dos eleitos.

Terceiro, ele partiu o pão, um ato que significava o partir de seu próprio
corpo ao ser pregado na cruz e traspassado no seu lado após sua morte pela
lança do soldado romano. Esse ato sacramental nos lembra que não somos
salvos pelos ensinos de Jesus ou pela sua vida somente, mas antes de tudo
por sua morte na Cruz.
Quarto, ele deu pão e vinho aos discípulos, significando a dádiva de Cristo
a homens pecadores pela infinita graça de Deus.
Quinto, seus discípulos tomaram (e nós tomamos) o pão e o vinho,
significando que tomamos Jesus como Salvador ao crer nele.
Sexto, seus discípulos comeram o pão e beberam o vinho, significando sua
dependência de Cristo para a vida espiritual e crescimento.
Veja como podemos ser lembrados pelos atos sacramentais de quanto nós
lhe devemos e de quanto dependemos dele continuamente para nosso
crescimento em graça!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 97.0 que se exige para participar dignamente da Ceia do Senhor?
Resposta: Exige-se daqueles que desejam participar dignamente da Ceia do
Senhor que se examinem sobre o seu conhecimento em discernir o corpo do
Senhor, sobre a sua fé para se alimentarem dele, sobre o seu
arrependimento, amor e nova obediência; para não suceder que, vindo
indignamente, comam e bebam para si a condenação.
Referências Bíblicas: ICo 11.28-29; Jo 6.53-56; Zc 12.10; lJo 4.19; Rm
6.4; ICo 11.27.
Perguntas:
1. Qual é a melhor preparação que podemos fazer para receber a Ceia do
Senhor? Primeiro, a melhor preparação para recebê-la é reconhecer que em
nós mesmos não somos merecedores. Não chegamos à mesa do Senhor por
qualquer mérito próprio. Segundo, o melhor que fazemos para nos preparar
é chegar à mesa com um relacionamento certo com nosso Senhor. Isso
compreenderia desfazer-nos de coisas que são pecaminosas de acordo com
a Palavra de Deus.
2. Como podemos examinar-nos a nós mesmos quando nos preparamos
para participar? Podemos nos examinar mediante um autojulgamento do
seguinte: nosso verdadeiro sentimento de arrependimento; nosso verdadeiro
pesar piedoso pelos pecados; nosso amor para com Cristo e uns pelos
outros; nosso desejo sincero de caminhar em obediência à Palavra de Deus.
3. Qual o modo melhor de nos prepararmos quanto a nossa atitude para
com Deus? Podemos nos preparar verificando bem se nos dedicamos
devidamente à oração e meditação. Da nossa parte, deverá haver muita
oração a ele, para que ele possa suscitar de nós toda a adoração possível a
ele.
4. De que maneira podemos comer e beber juízo para nós mesmos?

Podemos participar indignamente ao negligenciar nossa preparação pessoal
e chegarmos à mesa do Senhor com pecado conhecido e não confessado em
nosso coração.
5. Como seria possível Deus nos punir pela nossa participação indigna?
Ele poderia nos punir enviando sobre nós aflições físicas, mentais e
espirituais. Quando chegamos despreparados estamos insultando Deus pois
trata-se da Mesa dele à qual nós somos os convidados.
6. Deve-se permitir a todos que participem?
Só devem ser permitidos participar aqueles que são crentes e que não
estejam
vivendo de nenhuma forma escandalosa diante de Deus. (Observe o
Catecismo
Maior, P. 172 e P. 173).
CHEGAR-SE DE MODO DIGNO
Chegar-se de maneira digna para adorar a Deus sempre constitui um
problema para todos nós. Foi de grande proveito para muitos de nossos pais
presbiterianos o uso do "Culto Preparatório" nas igrejas. Em muitas igrejas
nossas faziam-se dois ou três cultos antes da Ceia para que o povo de Deus
pudesse encontrar ajuda para se preparar devidamente. Talvez nossas igrejas
atuais devessem observar tal costume.
Qual é a forma melhor de nos prepararmos para participar dignamente?
Podemos ir reconhecendo que devemos estar em quietude dentro de nossa
alma. Não deve existir nada de trivial em nosso coração. Devemos chegar
olhando para a Cruz de Cristo, sabendo que foi lá que ele morreu por nós.
Devemos chegar com o sincero desejo de confessar todo pecado percebido
em nosso coração.
Devemos estar com nosso coração erguido a ele para receber a cura que já
nos concedeu. Ao nos aproximarmos, devemos nos concentrar nos pecados

terríveis de nosso coração que foram cancelados por causa de sua morte.
Devemos ir entoando-lhe nossos louvores por aquilo que ele fez por nós!
Lembre-se das palavras do Peregrino quando viu a Cruz, na alegoria de
John Bunyan.
Até aqui vim carregado de meu pecado;
Nada aliviava a tristeza que senti
Enquanto não cheguei aqui;
Que lugar tremendo!
E precisa ser este lugar o início de minha alegria?
Ser aqui que de minhas costas rola o fardo?
Aqui que as cordas que o amarravam se arrebentam?
Abençoada cruz!
Abençoado túmulo!
Mais abençoado o Homem ultrajado por mim ali.
Devemos chegar lembrando-nos do que ele fez por nós e ir com um
sentimento de dedicação a ele em nossa vida nos dias a seguir. Bruce disse
certa vez: "Olhe bem em que condição seu coração está para com Deus e
em que condição sua consciência está para com seu próximo". Devemos ir
com a atitude de Oséias quando disse: "Vinde, e tornemos para o Senhor,
porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará". (Os 6.1).
Que Deus nos ajude a sempre chegar à Mesa de maneira digna, tudo para
sua glória.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 98. O que é a Oração?
Resposta: A Oração é um santo oferecimento dos nossos desejos a Deus,
por coisas conformes com a sua vontade, em nome de Cristo, com a
confissão dos nossos pecados, e um agradecido reconhecimento das suas
misericórdias.
Referências Bíblicas: SI 62.8; lJo 5.14; Mt 26.39; Jo 16.23; Dn 9.4; Fp 4.6.
Perguntas:
1. Alguns sentem que orar é simplesmente fazer pedidos a Deus. Será que
essa é a única parte da oração?
Não. As petições não são, certamente, a única parte da oração, embora
sejam básicas à oração ao oferecermos a ele nossos desejos.
2. Que outros tipos de oração são legítimos?
Podemos confessar em oração e podemos oferecer nossas ações de graça a
Deus. No entanto, os assuntos de nossas súplicas a Deus são importantes
aos olhos dele.
3. Quando dizemos que devemos oferecer nossos desejos a Deus nós
estamos falando simplesmente no Pai?
E claro que não estamos querendo dizer com isso que seja simplesmente o
Pai, embora a maioria das orações seja oferecida assim, em o nome de Jesus
Cristo. No entanto, quando oramos a Deus entende-se que estamos nos
dirigindo a todos os membros da Trindade.
4. Poderia enumerar algumas das coisas que seriam agradáveis à
vontade dele em nossas orações?

Ao orarmos podemos pedir-lhe graça e força espiritual para cada dia,
livramento de tentações, perdão de nossos pecados, a visão daquele dia
maravilhoso em que estaremos com ele e bênçãos para nossos irmãos no
Senhor.
5. Por que é necessário orarmos em o nome de Jesus Cristo?
Devemos orar no nome de Cristo porque nossa pecaminosidade é tão
grande que nós não temos a capacidade de alcançar Deus sem o Mediador
que nos foi fornecido.
6. Por que é necessário confessar nossos pecados em nossas orações?
É necessário confessarmos nossos pecados porque ele não nos ouvirá se
houver iniqüidade em nossos corações (SI 66.18).
7. Quais são as misericórdias pelas quais devemos ser agradecidos?
Estas misericórdias são suas livres dádivas a nós, tanto espirituais como
temporais. Sua misericórdia é grande e graciosa, e sem ela não poderíamos
viver.
A ORAÇÃO É VITAL
No ano de 1898 dois membros do Presbitério de Nova York voltaram a seu
trabalho depois de um congresso bíblico. O Presbitério se reuniu. Um
membro fez uma pergunta com respeito à vida de oração dos irmãos:
"Irmãos, façamos hoje confissão perante Deus e uns aos outros. Isso nos
fará bem. Cada pessoa que gasta meia hora por dia com Deus em oração
queira levantar a mão". Ninguém se manifestou. "Quinze
minutos?" Nenhuma mão se ergueu. E o pastor disse então: "Oração, a força
motriz da Igreja de Cristo, e ninguém gasta quinze minutos por dia!"
Todos sabemos que a leitura bíblica e o estudo da Bíblia é importante para
nós. Mas nossa oração diária, sincera, regular é de suprema importância. Há
um paralelo aqui entre o espiritual e o físico. Para o corpo precisamos de ar
para respirar. O ar espiritual que temos de respirar é nossa vida de oração.

Quando a oração começa a diminuir, a vida espiritual definha até tornar-se
ineficaz.
E. M. Bounds, um grande guerreiro na oração, disse certa vez: "A oração é
um privilégio, um privilégio sagrado e principesco. A oração é um dever,
uma obrigação premente, imperativa, que deve nos prender. Mas a oração é
mais do que um privilégio, mais do que um dever. É um meio, um
instrumento, uma condição. Não orar é perder muito mais do que uma
derrota no exercício e gozo de um alto ou doce privilégio. Não orar é falhar
em questões muito mais importantes do que até mesmo a violação de
uma obrigação".
Já foi provado repetidamente na história da Igreja de Cristo que a prática da
oração particular diária é de suprema importância. Deus tem usado aqueles
que fazem uso desse privilégio junto dele. Não queremos sugerir que o
estudo bíblico não seja importante. Mas quanto mais um crente conhece da
Palavra de Deus, mais ele conhece a importância de sua vida de oração. J.
Sidlow Baxter disse uma vez que o trabalho cristão era o "Pátio Externo" do
Tabernáculo. O estudo bíblico era o "Lugar Santo" do Tabernáculo. Mas a
oração era o "Santo dos Santos" e precisava ser mantida sem cessar.
Quanto tempo passamos em oração? Será que já desenvolvemos o hábito
sagrado da oração diária? Que leiamos Apocalipse 5.8 e peçamos a Deus
que não nos dê paz enquanto não formos consistentes em nossa vida de
oração!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 99. Qual é a regra que Deus nos deu para nos orientar em oração?
Resposta: Toda a Palavra de Deus é útil para nos orientar em oração, mas a
regra especial de direção é aquela forma de oração que Cristo ensinou aos
seus discípulos, e que geralmente é chamada de Oração Dominical.
Referências Bíblicas: 2Tm 3.16-17; lJo 5.14; Mt 6.9.
Perguntas:
7. Como pode toda a Palavra de Deus ser usada para nos dirigir na
oração?
Toda a Palavra de Deus pode nos ser útil na oração ao instruir-nos em
nossas obrigações com respeito a nosso relacionamento com Deus. Se não
tivéssemos princípios gerais da Palavra de Deus em nossa mente seria
impossível orarmos acertadamente (Rm 10.14).
2. Você poderia dar um exemplo de como um princípio da doutrina nos
ajuda em nossa vida de oração?
Sim, um bom exemplo seriam as funções de Jesus Cristo. Saber que ele é
nosso Profeta ajuda-nos a ter dele a sabedoria de que necessitamos; saber
que ele é nosso Sacerdote faz com que possamos ter um intercessor para
nossas orações; saber que ele é nosso Rei ensina-nos que devemos viver em
submissão a ele, e isso certamente inclui nós nos disciplinarmos em oração.
3. Por que precisamos de direção em nossa oração?
Precisamos de direção na oração porque, ainda que a disposição de nossas
almas tenha se tornado em santidade pelo Espírito Santo, somos ainda
pecadores e não estaríamos buscando Deus se deixados para operar por
conta própria.

4. Por que esta oração tem o nome de ”A Oração do Senhor” em nossas
doutrinas? Tem o nome de "A Oração do Senhor" por ter sido a resposta do
rogo dos discípulos: "Senhor, ensina-nos a orar".
5. Esta oração contém todas as partes necessárias da oração?
Não, ela não tem a confissão de nossos pecados e a gratidão pelas
misericórdias de Deus.
6. É esta a forma de oração que nosso Senhor quer que usemos?
Não, esta oração é simplesmente um modelo de oração, uma instrução em
como devemos orar.
A ORAÇÃO FUNDAMENTAL
Uma das dificuldades da vida de oração por parte de muitas pessoas é que
elas tentam alguns dos modelos mais avançados de oração antes de serem
bem versadas na oração fundamental. O que é oração no nível fundamental?
É o simples procedimento de se fazer pedidos e dar graças.
Existem modelos mais avançados de oração. Há coisas tais como adoração,
comunhão, luta espiritual, intercessão e contemplação. Mas muitas vezes o
crente novo — e muitas vezes o crente de muitos anos — tenta usar alguns
padrões mais avançados, fica desanimado e a vida de oração continua a
sofrer. Como podemos nos treinar para chegar a padrões mais altos algum
dia?
Um dos métodos simples é usar um "Cartão de Oração" no bolso ou na
Bíblia ou em sua bolsa, e manter uma lista ordenada de coisas pelas quais
você pode orar. A medida que lhe aparecem coisas pelas quais pode orar, vá
acrescentando-as, e ficará surpreso em ver como a lista cresce. Também
ficará admirado em ver como aumentará de sua parte a urgência para orar.
Essa urgência para orar é uma das coisas de que mais necessitamos. Muitas
vezes parece que sentimos que só podemos orar quando estamos num
estado de ânimo apropriado. Devemos nos lembrar que nosso Deus
Soberano conhece bem nossos estados de ânimo, e nos dará a graça, quando

nos lançamos sobre ele, de superar nossas baixas de ânimo e ser regulares e
urgentes em nossa vida de oração.
O dr. J. Wilbur Chapman conta sobre quando John Nelson Hyde (O "Hyde
da Oração") chegou a seu quarto para orar. "Ele subiu a meu quarto, deu a
volta na chave da porta, ajoelhou-se e esperou cinco minutos sem que saísse
de seus lábios uma só sílaba. Eu podia ouvir meu próprio coração pulsando
e o dele batendo. Eu soube que estava com Deus. Então, com o rosto
voltado para o alto as lágrimas rolando, ele exclamou 'O Deus!' Por cinco
minutos silenciou novamente. Quando ele soube que estava falando com
Deus, vieram das profundezas de seu coração tais petições como nunca
antes eu ouvira. Levantei-me de minha posição de joelhos sabendo o que é
a oração verdadeira!".
Precisamos de mais "Hydes da Oração" no dia de hoje. Você aceita orar um
pouco comigo a oração fundamental (Lucas 18.1)?

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 100.0 que nos ensina o prefácio da Oração Dominical?
Resposta: O prefácio da Oração Dominical, que é: "Pai nosso que estás no
Céu", ensina-nos que nos devemos aproximar de Deus com toda santa
reverência e confiança, como filhos a um pai poderoso e disposto a nos
ajudar, e também nos ensina a orar com os outros e por eles.
Referências Bíblicas: Is 64.9; Lc 11.13; Rm 8.15; Ef. 6.18; At 12.5; Zc
8.21. Perguntas:
1. Quando dizemos "Pai Nosso" na oração estamos falando só de Deus o
Pai?
Não. Estamos falando do Deus Triúno. O Pai é mencionado mas o Filho e o
Espírito estão incluídos porque são o mesmo na essência.
2. Todas as pessoas podem fazer esta oração?
Não. É uma oração que somente aqueles que são crentes em Cristo podem
orar. Só os que têm o Espírito Santo habitando neles por causa de seu
relacionamento com Jesus Cristo podem clamar "Pai Nosso" e sentir isso
com sinceridade.
3. O que podem nos ensinar as palavras "Pai nosso" na oração?
Podem nos ensinar que é possível nós nos dirigirmos ao nosso Senhor com
uma atitude semelhante (embora seja mais profunda) à da criança quando se
dirige ao pai terreno. É uma atitude de amor, adoração e contentamento.
4. Por que é importante sabermos que Deus está no céu?
É importante para nós porque assim podemos lhe dirigir nossas orações
para longe dos cuidados deste mundo e esperar que nossas bênçãos nos
venham do alto. Também deve nos ensinar a termos cuidado com nossa

atitude para com Deus, para que seja uma atitude santa e cuidadosa quanto
às palavras que lhe dirigimos (Ec 5.2).
5. Será que não é bom lembrar, quando oramos, que o prefácio contém a
palavra "nosso" ?
Sim. Devemos nos lembrar disso constantemente. Isso nos deve ensinar que
somos "um em Cristo Jesus" e que não estamos sozinhos, seja qual for
nosso problema ou dificuldade aqui na terra.
ACESSO AO PAI!
A Palavra de Deus nos diz: "E esta é a confiança que temos para com ele:
que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve" (1 Jo
5.14). Um maravilhoso segredo de nossa confiança é a capacidade que
temos de ser ouvidos pelo Pai Celeste. Temos acesso ao Pai. É uma
promessa das Escrituras Sagradas. Toda oração que fazemos dentro da
vontade de Deus, oração ditada pelo Espírito Santo — sendo consistente
com a Palavra de Deus — chega ao ouvido de Deus.
Nosso Mediador, Jesus Cristo, senta-se à direita de Deus, fazendo
intercessão por nós. É importante fonte de nossa confiança ao viver a vida
cristã a cada dia. Nunca precisamos nos preocupar em saber se ele está nos
ouvindo. Nunca precisamos pensar que estamos sozinhos. Nunca
precisamos pensar que ele não nos irá entender por causa de nossa
incapacidade de expressar as coisas em palavras. Podemos apontar com o
dedo da fé para este versículo e SABER que ele nos ouve. Que privilégio
maravilhoso!
No entanto, devemos lembrar que nosso acesso a Deus, esta maravilhosa
capacidade de nos comunicar com ele, acarreta uma responsabilidade de
nossa parte. É a responsabilidade de nos comportarmos como filhos de
Deus! Muitas vezes parece que confiarmos em nossa posição teológica, e
não em nossa atitude, nosso relacionamento com nosso Pai por meio de
Jesus Cristo. Se somos salvos de fato pelo sangue do Cordeiro precisamos
lembrar que nossas responsabilidades são maiores.

Da próxima vez que orarmos as palavras "Pai Nosso", seria bom nos
perguntarmos: Com que espírito estou orando? Será que estou orando com
um espírito corrigido, com o reconhecimento de que em minha carne não
habita nada de bom? Estou me aproximando dele em oração tendo por
senha a palavra obediência? Estou disposto a me submeter a qualquer
caminho a que ele me dirija em resposta a minha oração? São palavras
difíceis e duras para todos nós. Somos muito mais inclinados a ser
orgulhosos, sentir que estamos seguros em nossos movimentos teológicos, e
dizer logo impensada-mente "Pai Nosso", para depois procurarmos saber
por que não temos o acesso a ele que pensávamos ser automático.
Que Deus nos ajude a orar as palavras da próxima vez com o pleno
reconhecimento do que significam e de nossa verdadeira condição diante
dele!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 101. Pelo que oramos na primeira petição?
Resposta: Na primeira petição, que é: "Santificado seja o teu nome",
pedimos que Deus nos habilite, a nós e aos outros, a glorificá-lo em tudo
aquilo em que se dá a conhecer; e que disponha tudo para a sua glória.
Referências Bíblicas: SI 67.1-3; 2Ts 3.1; Is 64.1-2; Rm 11.36; Is 11.9.
Perguntas:
1. Que se quer dizer com "petição", e quantas há na Oração Dominical?
A palavra "petição" significa simplesmente desejar ou pedir qualquer coisa.
Há seis na Oração Dominical e nós estamos considerando a primeira.
2. Como santificamos o nome de Deus?
Significaria, em palavras simples, glorificar seu nome. Por exemplo, Is 8.13
declara: "Ao Senhor dos Exércitos, a ele santificai; seja ele o vosso temor, e
seja ele o vosso espanto". Nós devemos glorificar (santificar) o Senhor de
todos os modos ao andarmos neste mundo para que o mundo o veja em nós
o mais possível.
3. Como podemos estar certos de que faremos isso?
Podemos estar tão certos quanto possível procurando ser diligentes quanto
aos atributos, ordenanças, palavra e obras de Deus. Seria muito bom
recordarmos outra vez nestes estudos as coisas a que nos obrigam essas
maneiras em que Deus se faz conhecido a nós, e examinarmos nossa própria
pessoa com respeito a elas.
4. Quando oramos a petição, "Santificado seja o Teu nome ", qual é o
sentido de nossa oração?

Estamos na verdade orando por duas coisas: 1. Que Deus santifique
(glorifique) a si mesmo neste mundo; 2. Que Deus, operando por nosso
intermédio, nos habilite a glorificar seu nome no mundo. A primeira parte
desta petição se realiza quando Deus se engrandece à medida que executa
todas as coisas segundo sua vontade, mesmo aquelas coisas que nos
parecem ser o contrário. A segunda parte deste pedido foi discutida na
Pergunta 3.
5. Quais são as coisas que ele executa segundo sua vontade que são o
contrário daquilo que haveríamos de esperar?
Algumas que poderíamos mencionar são as perseguições, as provações
pelas quais ele nos faz passar e as ocasiões em que nós pecamos e ele
revoga o pecado.
GLORIFICAR DEUS NA ORAÇÃO
No resumo das instruções de Richard Baxter sobre a maneira de orar,
extraído de seu Diretório Cristão, publicado em 1673, encontramos estas
palavras: "Quando você estiver pronto para orar, evoque em sua alma a fé
mais sincera naquelas coisas não vistas às quais suas orações se referem; e
ore como se a estivesse vendo o tempo todo — Deus em sua glória, o céu, o
inferno, e Jesus Cristo seu Mediador nos céus".
Há pouco tempo li uma oração de Richard Alleine, um dos puritanos, na
qual disse: "Ó Senhor, nosso Deus, Tu que és altíssimo e excelso, que
habitas a eternidade, sabemos que disseste que habitas com aquele que é
contrito e abatido de espírito, que tu vivificas o coração dos contritos".
Essas duas citações, então, nos levam ao estudo do que diz a Palavra de
Deus com respeito à oração intercessória. Nossa pergunta, depois de estudar
a primeira petição da Oração Dominical, deve ser: como nos preparamos
para a oração verdadeira ao começarmos com a glorificação de seu nome?
O que a Bíblia diz sobre os métodos que poderiam ser usados para glorificar
seu nome? Vamos verificar alguns dos versículos e ver o que podemos
encontrar neles. Vamos ver se conseguimos encontrar alguns princípios
sobre a maneira em que nós, em oração, poderemos santificar seu nome.

1. Nossa oração poderá começar com Ef 1.17 ao orarmos para que Deus
nos dê um espírito de sabedoria e de revelação no conhecimento dele.
2. Nossa oração poderá continuar com Ef 1.18 ao orarmos para que sejam
iluminados os olhos de nosso coração.
3. Daqui poderemos prosseguir com uma continuação de Ef 1.18, ao
orarmos para que possamos saber qual é a esperança de seu chamamento.
4. A oração poderá continuar com Ef 1.19 ao buscarmos entender e
abranger a suprema grandeza do seu poder.
5. Poderemos terminar esse breve estudo de como glorificá-lo em oração
voltando-nos a Ef 3.19 e pedir que sejamos enchidos com toda a plenitude
de Deus.
Por certo há muitos outros princípios. Poderíamos procurar ainda Ef 3.18;
Fp 1.9; Cl 1.9-10 e tantos outros. O importante é que não fomos deixados
sem instrução na Palavra de Deus quanto à maneira de melhor glorificá-lo
em nossas orações. Ao iniciarmos a Oração Dominical com essas palavras,
"Santificado seja o teu nome", certamente podemos reconhecer que nossa
atitude poderá ser condicionada por alguns dos princípios acima.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 102. Pelo que oramos na segunda petição?
Resposta: Na segunda petição, que é: "Venha o teu reino", pedimos que o
reino de Satanás seja destruído e que o Reino da graça seja adiantado; que
nós e outros a ele sejamos guiados e nele guardados, e que cedo venha o
Reino da glória.
Referências Bíblicas: SI 68.1; 2Ts 3.1; SI 51.18; SI 67.1-3; Rm 10.1.
Perguntas:
1. O que se quer dizer com "Teu reino" nesta pergunta?
A palavra "reino" nesta pergunta tem um sentido duplo: 1) O reino da graça
no qual ele exerce sua obra no coração de seu povo. 2) O reino da glória de
Deus no outro mundo. O primeiro é o início do segundo.
2. O que nossa petição compreende quando oramos ao nosso Senhor:
"Venha o teu reino "?
Primeiro, estamos orando para que o reino da graça de Deus tenha livre
curso neste mundo e que Deus seja glorificado. Além disso, estamos orando
para que o reino de Satanás na terra seja destruído. E mais, estamos orando
para que o reino da graça faça com que aqueles de nós que somos crentes
sejamos os que são fortalecidos e estabelecidos aqui na terra. Segundo,
estamos orando para que a segunda vinda e aparecimento de nosso Senhor
seja apressado. Devemos orar seriamente para que isso aconteça no tempo
de Deus e que nós estejamos prontos para essa vinda.
3. O que é o "reino de Satanás" ao qual a resposta acima se refere?
O "reino de Satanás" é tudo no universo inteiro que é contrário à vontade de
Deus. Satanás tem o trono de seu reino no coração de todos os homens e
mulheres, por natureza.

4. Como pode ser destruído o reino de Satanás?
Só pode ser destruído pela obra de Cristo, o Filho de Deus, que veio para
destruí-lo (1 João 3.8). E destruído parcialmente quando o Espírito Santo
opera nos corações dos pecadores mediante a Palavra de Deus, e a
conversão se realiza. E finalmente será destruído quando Jesus Cristo voltar
novamente.
5. Qual seria uma boa prova de que é sincera nossa oração, "Venha o teu
reino"? Seria quando nós nos agradamos em fazer a vontade de Deus (SI
40.8).
"ORA, VEM, SENHOR JESUS !"
Um dos puritanos costumava dizer que essas palavras estão "presas como
distintivo na manga da roupa de cada crente verdadeiro". De fato, tal deve
ser nosso distintivo e nossa oração diária a ele. Toda vez que oramos essa
porção da Oração Dominical ("Venha o teu reino") deveremos estar
pensando, em parte, nesse Dia maravilhoso. O poeta o declara:
E hoje, que estou esperando? — Jesus meu Senhor,
A Santa Palavra me diz que ele vem me buscar Para morar com ele nas
mansões celestiais,
E lá gozarei para sempre de seu rico amor.
Como podemos ter certeza de que nossa vida é compatível com esta
maravilhosa oração que é o distintivo que usamos, por sua graça? Como
podemos nos preparar para a volta de Cristo Jesus?
Primeiro, podemos ter uma expectativa de sua volta que nos habilite, que
nos motive, a fugir do pecado na nossa vida e a odiá-lo. F alando do retorno
de Cristo, Paulo nos diz: "Vigiemos e sejamos sóbrios" (lTs 5.6). Devemos
estar alertas em cada situação quanto ao lugar aonde vamos, o que fazemos
e como agimos. Em cada situação em que entramos, em cada conversa,
nossa abordagem deverá estar de acordo com a oração sincera: "Vem,
Senhor Jesus".

Segundo, podemos fazer cada momento contar para Deus. Devemos estar
"remindo o tempo, porque os dias são maus" (Ef 5.16). Devemos (como a
palavra "redimir" significa aqui), estar "comprando o tempo". Devemos
estar convencidos por ele que cada momento é importante para testemunhar
de Jesus Cristo em nossa vida. Enquanto estivermos ocupados com a obra
do Senhor, na verdade estaremos orando com nossa vida, "Vem, Senhor
Jesus!"
Terceiro, podemos demonstrar nosso relacionamento com ele pelo nosso
interesse pelas outras pessoas. Aqui encontramos uma das maiores faltas do
crente médio. Ele é alguém que certamente está muito interessado em sua
própria salvação, mas não tanto com aqueles ao seu redor. Mateus 25.34-46,
são palavras que devemos aplicar ao nosso coração e, à medida que
efetivamente as vivermos, estaremos implorando com palavras que se
mostram em ações, "Vem, Senhor Jesus".
Há muitíssimos outros métodos que poderíamos mencionar. A pergunta nos
vem: Queremos mesmo que ele venha? Outra pergunta é feita em conjunto
com essa: Nosso desejo de que ele venha está tão firmemente implantado
como distintivo em nossas mangas que estamos sempre prontos para ele?
Que possa ser assim, tudo para sua glória.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 103. Pelo que oramos na terceira petição?
Resposta: Na terceira petição, que é: "Faça-se a tua vontade, assim na terra
como no céu", pedimos que Deus, pela sua graça, nos torne capazes e
desejosos de conhecer a sua vontade, de obedecê-la e submeter-nos a ela em
tudo, como fazem os anjos no Céu.
Referências Bíblicas: Mt 6.10; SI 67; Mt 26.39; SI 119.36; 2Sm 15.25; Jó
1.21; SI 103.20-21.
Perguntas:
1. O que queremos dizer com as palavras "a vontade do Senhor"?
Quando oramos "Seja feita a tua vontade", com 'a sua vontade' queremos
dizer duas coisas: 1) Sua vontade na Providência, na qual ele determina o
que fará por nós e conosco. Essa é sua vontade secreta, a vontade de seus
decretos (Is 46.10); 2) Sua vontade que é revelada a nós na Escritura, aquela
pela qual devemos orar constantemente (At 21.12-14).
2. Quando oramos para que sua vontade providencial seja feita, o que
está compreendido em nossa oração?
Estamos orando para que ele nos faça dispostos a aceitar sua vontade em
nossa vida. Um bom exemplo disso encontra-se em 1 Sm 3.18 onde está
declarado: "É o Senhor; faça o que bem lhe aprouver". Estamos dispostos a
ver Deus nos caminhos pelos quais ele nos leva, embora às vezes nosso
"ver" seja pela fé.
3. Que está envolvido em nossa oração quando oramos para que sua
vontade revelada seja feita?
Estamos orando para que possamos entender, por meio de sua Palavra e o
auxílio do Espírito Santo, os caminhos para os quais ele nos quer dirigir.

Estamos orando: "Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu é o meu Deus;
guie-me o teu bom Espírito" (SI 143.10).
4. Como podemos ser tornados dispostos afazer sua vontade?
Devemos reconhecer que ele é nosso Deus Soberano e estarmos prontos a
deixar o Espírito Santo nos dirigir nesse âmbito. Devemos reconhecer que
sua vontade está mais livre para operar em nós à medida que nosso coração
está livre do amor do mundo. Devemos reconhecer que o caminho dele é o
melhor para nós e que algum dia nós iremos compreender isso.
5. Que tipo de obediência os anjos nos céus têm para com a vontade do
Senhor? Nosso Catecismo Maior nos conta que é uma obediência de
"humildade, alegria, fidelidade, diligência, zelo, sinceridade e constância"
(O Catecismo Maior Q. 192).
O DESEJO DE CONHECER A VONTADE DE DEUS
"Não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de
Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus" (Ef 6.6). "Agrada-me fazer
a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração está a tua lei" (SI 40.8).
Dois versículos da Palavra de Deus e os dois falando-nos a respeito da
vontade de Deus. O primeiro nos diz que temos uma obrigação, um
privilégio — de fazer a vontade de Deus como servos de Cristo. O segundo
nos informa que devemos agradar-nos, ter prazer, alegria em fazer essa
vontade. Temos nós o desejo de fazer a vontade de Deus? Isso é algo real
para nós, a cada dia?
Sempre que penso em descobrir a vontade de Deus para minha vida,
imediatamente me volto na lembrança aos versículos de minha vida:
"Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio
entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as
tuas veredas" (Pv 3.5,6). Muitos anos atrás comecei a ver que conhecer a
vontade de Deus tinha mais que ver com identificação do que
com instrução. Quanto mais perto dele eu ando mais fácil me é entender sua
vontade.

Tudo isso está dizendo que um conhecimento da vontade de Deus anda
sempre paralelo a um desejo de fazer a vontade de Deus. E o desejo de
fazer a vontade de Deus vem com uma atitude de compromisso com o
nosso Senhor. Aqui neste hino unem-se de maneira muito linda o desejo de
conhecer a vontade de Deus e o de negar o eu;
Tua vontade, ó Senhor, não a minha,
Ensina-me a dizer;
Não à minha vontade, Senhor — sim, à tua Eu quero obedecer;
Então conhecerei a alegria,
E teu nome engrandecerei,
Quando eu, sobre a terra, cada dia,
Tentar te seguir, ó meu Rei.
Se esperamos conhecer a vontade dele para nossa vida, se esperamos ser
chamados por ele para fazer e conhecer — Isso é obra dele, precisamos
aceitar o compromisso com ele como pré-requisito. O coração que se dispõe
e aceita entregar-se a ele negando-se a si mesmo é o coração que será
dirigido pelo Espírito de Deus. Vezes demais ficamos na expectativa de
conhecer sua vontade sem querer pagar o preço de dizermos "Não!" ao eu.
NOSSOS caminhos, nosso entendimento, nossos desejos precisam
ser entregues a ele e então poderemos orar as palavras: "Ensina-me a fazer a
tua vontade, pois tu és o meu Deus..." (SI 143.10). E ele então responderá
conduzindo-nos com sua
mão suave.

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 104. Pelo que oramos na quarta petição?
Resposta: Na quarta petição, que é: "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje",
pedimos que da livre dádiva de Deus recebamos uma porção suficiente das
coisas boas desta vida, e gozemos com elas das suas bênçãos.
Referências Bíblicas: Mt 6.11; Pv 30.8-9; Gn 28.20; lTm 4.4-5.
Perguntas:
1. Qual a melhor interpretação que podemos dar àpalavra "pão" nesta
pergunta?
A palavra "pão" pode ser interpretada como sendo todas as coisas
necessárias que Deus nos dá nesta vida. Um excelente versículo sobre isso é
Pv 30.8 - "Não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me
for necessário".
2. Por que devemos dar atenção àpalavra "dar" nesta pergunta?
O Senhor teve uma boa razão em usar a palavra "dar" aqui. É para nos fazer
lembrar que essas coisas são dádivas do alto. Muitas vezes aceitamos como
normal seu suprimento de necessidades nossas. Devemos lembrar que ele se
deleita em dar e nós, então, precisamos ser agradecidos!
3. Será que o Senhor está falando aqui em bênçãos espirituais bem como
nas coisas boas desta vida aqui?
Parece que o Senhor aqui está se referindo simplesmente às coisas boas
desta vida. A Oração Dominical é completa e esta é a porção que tem que
ver com as coisas temporais enquanto as coisas espirituais estão
compreendidas em outras petições.
4. É necessário orarmos diariamente por essas coisas boas?

Sim, é necessário porque ele nos ensinou assim. Além disso, ele nos
ensinou a viver um dia de cada vez (Mt 6.34).
5. O que podemos aprender com as palavras "pão nosso" nesta pergunta?
Podemos aprender que é nosso só por nós termos trabalhado por ele, tudo
para a glória de Deus. Se obtivemos "nosso pão" por meios falsos não é
verdadeiramente nosso aos olhos de Deus.
6. Poderia comentar a palavra "nos" nesta pergunta?
É interessante notar que a palavra "nos" é usada. Aqui temos a oportunidade
de tornar conhecidos ao Senhor os nossos desejos para incluir nossos
semelhantes em nossa oração. A Palavra de Deus nos insta a orar
constantemente por nossos semelhantes e a amá-los.
APRENDER A VIVER CONTENTE
"Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação" (Fp 4.11). Quando
oramos "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje" estamos orando para que ele
nos ensine a viver contente com aquilo que temos, uma porção diária das
chuvas de bênçãos. Estamos orando para que ele nos discipline a viver um
dia de cada vez em lugar de fazermos a oração que está cheia de ganância e
que clama: "Mais, Mais!"
William Hendriksen observa aqui: "A satisfação de uma necessidade
material não deverá ser interpretada como sendo nem o motivo verdadeiro
nem a medida de minha alegria. Pelo contrário, quaisquer que fossem as
circunstâncias exteriores, eu ainda estaria satisfeito. A experiência que tive
na minha conversão, e também as provações subseqüentes por amor a
Cristo e seu evangelho, uma lição me ensinaram. O caminho que viajei
levou-me cada vez mais perto de Cristo, de seu amor, de seu poder, sim,
perto de Cristo e do contentamento nele. O próprio contentamento assim é
riqueza para mim". (Um Comentário sobre a Epístola aos Filipenses). É um
bom comentário sobre Fp 4.11 e também sobre a quarta petição da Oração
Dominical.

Que Deus nos ajude a aprender a orar pelo "pão nosso de cada dia" e sentir
com a oração que estamos contentes com o que temos. Vamos nos lembrar
sempre que temos muito mais do que merecemos e que Deus é
perfeitamente capaz de nos dar muito menos do que temos! Devemos estar
bendizendo a Deus pelo nosso pão diário, reconhecendo que ele sabe o que
é melhor para nós. E uma lição que temos de aprender, tudo para sua glória.
Faz alguns anos, Deus me deu o privilégio de observar uma menina de 8
anos de idade mostrando o quarto para outra menina que o estaria
compartilhando. Era uma escola para crianças de lares desfeitos onde eu
estava servindo ao Senhor. Os olhos da menina passaram pelo quarto,
incluíram a cama, os lençóis limpos, a cômoda de três gavetas, seu próprio
espaço no armário embutido. Ela virou-se para mim e disse: "Tudo para
mim? Uau! Isso é como o céu!" Pode ser difícil algumas pessoas entender
seu entusiasmo, mas deve ser notado que de onde ela vinha essas coisas não
eram comuns para ela. Sua vida havia se passado sem essas maravilhas.
Uns três meses mais tarde ela chegou perto de mim, pegou-me pela mão, e
disse: "Obrigado de novo por todas as coisas que eu tenho!" Ela estava
contente, e parte de seu contentamento foi motivado por reconhecimento de
que: 1) Ela não merecia o que tinha; 2) Ela estava muito melhor do que
estivera. Possamos nós aplicar sua posição material e reconhecimento a
nossa posição espiritual! Que nossa oração seja feita numa atitude de
contentamento: "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje".

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 105. Pelo que oramos na quinta petição?
Resposta: Na quinta petição, que é: "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim
como nós temos perdoado aos nossos devedores", pedimos que Deus, por
amor de Cristo, nos perdoe gratuitamente os nossos pecados, o que somos
animados a pedir, porque, pela sua graça, somos habilitados a perdoar de
coração ao nosso próximo.
Referências Bíblicas: Mt 6.12; SI 51.1, 2, 7, 9; Dn 9.17-19; Lc 11.4; Mt
18.35.
Perguntas:
L Por que a palavra "e" aparece nesta petição?
A palavra "e" é usada para ligá-la à petição anterior. Devemos reconhecer
que nossas necessidades não serão supridas a não ser que sejamos fiéis para
fazer algo com respeito à confissão de nossos pecados.
2. Por que a palavra é "dívidas" e não "pecados" na oração. Qual é a
diferença?? Aqui não há diferença entre as duas palavras. As "dívidas" de
que se fala são os nossos pecados, quer seja o pecado original, pecados
reais, ou pecados de comissão e omissão.
3. Épossível que todos os nossos pecados sejam perdoados?
Sim, a Palavra de Deus nos ensina: "Se observares, Senhor, iniqüidades,
quem Senhor, subsistirá? Contigo, porém, está o perdão, para que te
temam" (SI 130.3-4). Todos os pecados podem ser perdoados exceto o
pecado contra o Espírito Santo.
4. Seria possível qualquer homem perdoar pecado, ou o homem ser digno
de ter seu pecado perdoado?

Nenhuma das duas coisas é possível, pois só Deus pode perdoar pecado
(Mc 2.7) e nós não temos mérito próprio (Ver Catecismo Maior P. 194).
5. Podemos ver a base de nosso perdão nessa petição?
Sim, há uma base do nosso perdão e é um estímulo. A base é que pela graça
dele seremos habilitados a perdoar os outros e portanto nós seremos
perdoados.
6. Como podemos saber que nossos pecados são perdoados?
Podemos saber disso com base nas promessas da Bíblia (Mq 7.18,19).
PERDOAR OS OUTROS
É uma verdade bíblica que só Deus pode perdoar quando pecamos contra
ele. Também é verdade da Bíblia que temos a responsabilidade de perdoar
outras pessoas. Alexander Pope disse:
Ensina-me a sentir a tristeza de um outro,
A esconder a falta que vejo assim;
Que eu mostre a compaixão a outros Que outros possam demonstrar a mim.
A capacidade que mostramos de perdoar os outros é uma prova de que Deus
está nos perdoando. Contudo, muitas vezes em nossa vida ouvimos que "o
perdão" é uma linda idéia contanto que seja "o outro" que tenha de perdoar.
Algumas pessoas irão nos apresentar todo tipo de argumento contra o
perdão. Um dirá: "Você perdoaria a Gestapo se tivesse sido um judeu
durante a Segunda Grande Guerra?" Pode bem ser que C.S. Lewis tenha
acertado a resposta quando disse: "Não estou tentando dizer a você o que
eu poderia fazer — estou dizendo-lhe o que o cristianismo é. Eu não o
inventei. E ali, bem no meio dele, eu encontro 'perdão'. O cristianismo diz:
'Perdoa-nos as nossas dívidas assim como nós temos perdoado aos nossos
devedores"'.

Agostinho disse: "Somos bem lembrados, ainda, de que o temperamento
não perdoador, à parte de qualquer erro exterior, em si constitui o pecado do
servo incompassivo". Talvez seja preciso que nos lembremos do que Paulo
disse para que sejamos ajudados na compreensão desse assunto do perdão.
Ele disse: "Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso
alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos
perdoou, assim também perdoai vós" (Cl 3.13).
Precisamos ter em mente o princípio fundamental de que não podemos
perdoar a não ser que tenhamos sido perdoados, e nosso perdão para com os
outros deve estar em conformidade com o modo como fomos perdoados por
Deus! O perdão que dele recebemos não foi baseado em nada bom que ele
visse em nós. O perdão dele foi caracterizado por graça, por compaixão. Ele
foi misericordioso para conosco e seu amor por nós foi longânimo,
bondoso, paciente. Tal deve ser nossa atitude para com nossos semelhantes.
Nosso método, no entanto, costuma ser: "Veja a coragem de Fulano! Se ele
pensa que vou me esquecer disso, está enganado! Dou o troco, pode
deixar!" Mas tal atitude é muito contrária à Palavra de Deus. Se fomos
prejudicado por alguém, devemos nos lembrar que merecemos muito pior.
Não éramos nada e prejudicamos o nome de Deus, mas em sua misericórdia
ele nos perdoou. Em matéria de perdão, é só lembrar o que ele fez por nós,
e quanto a outras pessoas, é só esquecer, ter memória curta!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 106. Pelo que oramos na sexta petição?
Resposta: Na sexta petição, que é: "E não nos deixes cair em tentação",
pedimos que Deus nos guarde de sermos tentados a pecar, ou nos preserve e
livre, quando formos tentados.
Referências Bíblicas: Mt 26.41; ICo 10.13; SI 51.10-12; Mt4.3.
Perguntas:
1. O que queremos dizer quando falamos em ser tentados a pecar?
Queremos dizer que somos fortemente atraídos ao mal do pecado.
2. De onde vêm essas tentações?
Elas vêm de dentro e de fora de nós. De dentro vêm porque o coração é
inclinado ao mal. De fora vêm de Satanás que é chamado o tentador na
Bíblia (Mt 4.3).
3. É possível os cristãos serem tentados e arrastados para o pecado?
Sim, é possível os cristãos andarem na carne, não estarem alertas aos
artifícios do diabo e não reconhecerem a imundície de seu coração.
4. Somos capazes de resistir às tentações ao pecado por nós mesmos?
Não. Somos incapazes de resistir a elas pelas nossas próprias forças. E
preciso confiarmos no poder do Senhor e pedir-lhe graça para resistir ao
diabo em nossa vida.
5. As tentações de Satanás são irresistíveis para os crentes?
Não, suas tentações não são irresistíveis. A Palavra de Deus nos diz que
podemos resistir a elas e há exemplos na Bíblia de crentes que foram

capacitados, pela graça de Deus, a resistir às tentações de Satanás.
6. Qual é o significado quando pedimos que Deus nos guarde de sermos
tentados a pecar e nos livre do mal?
Estamos pedindo que ele nos guarde de cair na tentação, se for da sua
vontade. Entretanto, se cairmos na tentação estamos pedindo que ele nos
recupere dela e que ele domine em nossa vida e faça com que nossa queda
resulte em algo para sua glória.
SANTANÁS O TENTADOR!
Em 1 Tessalonicenses 2.18 Paulo declara: "Por isso, quisemos ir até vós
(pelo menos eu, Paulo...); contudo Satanás nos barrou o caminho". Paulo foi
um homem que estava sempre em luta contra Satanás. E Paulo foi um
cristão salvo pela graça. Contudo, muitos cristãos parecem ter a idéia de
que não existe tal coisa como o Diabo, nenhuma pessoa indo e vindo neste
mundo como Satanás. Esses crentes até cantam:
Se nos quisessem devorar Demônios não contados,
Não nos iriam derrotar Nem ver-nos assustados.
O príncipe do mal Com seu plano infernal Já condenado está!
Vencido cairá
Por uma só palavra. (Lutero, tr.Von Hafe, Novo Cântico, 155)
Entretanto, mesmo enquanto cantam esse hino maravilhoso (Castelo Forte
ÉNosso Deus) com força total, muitos crentes se recusam a reconhecer que
existe um "Tentador" e que ele, dia após dia, está ativamente empenhado na
tentativa de derrotar o cristianismo vitorioso.
A Palavra de Deus está cheia de conselhos para os filhos de Deus com
respeito a Satanás. Descreve-o como adversário (Ap 12.10; IPe 5.8).
Descreve-o como procurando peneirar os crentes como trigo (Lc 22.31).
Descreve-o como tentador dos cristãos (Mt 4.3-11). Thomás à Kempis diz
ao crente: "Saiba que o antigo inimigo luta por todos os meios para impedir

seu desejo de ser bom e para o fazer evitar todos os exercícios religiosos.
Ele lhe sugere muitos pensamentos maus, para que possa lhe causar tédio
e horror e fazê-lo abandonar a oração e a leitura bíblica".
É tão importante o crente reconhecer que Satanás existe! Quão freqüente é
ele ganhar as batalhas, simplesmente por convencer os crentes de que não
existe nada do tipo de um diabo pessoal — e isso o deixa livre para
estabelecer suas fortalezas para o ataque. Além do mais, é tão importante o
crente saber que o poder de Satanás não é supremo! O poder dele é
limitado. Foi assim no caso de Jó. É assim hoje no caso de cada crente.
Quando somos tentados para o mal devemos reconhecer quem é nosso
inimigo e enfrentar a batalha com a armadura de Deus. Somos soldados,
estamos em guerra, e nossa força está na armadura de Deus. Que Deus nos
ajude, da próxima vez que formos tentados, a nos voltar à "espada" que
possuímos, a Palavra de Deus, e a usá-la. Que possamos abrir a Bíblia no
capítulo 6 de Efésios, inventariar nosso armamento e pedir que Deus
conceda sua graça para o empregarmos contra o diabo!

Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 107.0 que nos ensina a conclusão da Oração Dominical?
Resposta: A conclusão da Oração Dominical, que é: "Porque teu é o reino,
o poder e a glória, para sempre. Amém", ensina-nos que na Oração
devemos confiar somente em Deus, e louvá-lo em nossas orações,
atribuindo-lhe reino, poder e glória. E em testemunho do nosso desejo e
certeza de sermos ouvidos, dizemos: "Amém".
Referências Bíblicas: Dn 9.18-19; lCr 29.11-13; Ap 22.20-21; ICo 14.16.
Perguntas:
1. O que podemos aprender com a palavra "porque" ou "pois" nesta
pergunta? Podemos aprender com isso que estamos concluindo nossa
oração com uma base forte. Temos grandes e poderosos argumentos da
Palavra de Deus para todas as nossas petições. Estamos simplesmente
dizendo: "Senhor, por causa de quem tu és, por causa da soberania do teu
poder, concede nossas petições!"
2. O que queremos dizer nessa oração com "o reino, e o poder, e a glória
" ?
Nosso Catecismo Maior (P. 196) nos diz que o significado para nós é "a
soberania eterna, onipotência e gloriosa excelência" de Deus unicamente.
3. O que é seu "reino" conforme mencionado nesta pergunta?
Aqui estamos nos referindo a Deus como Criador e como Redentor. O
primeiro diz respeito ao reino da natureza e o segundo ao reino da graça.
4. Por que acrescentamos a palavra "poder" a esta parte da oração?
Acrescentamos "poder" aqui porque desejamos que Deus realize a vontade
dele para nós. Reivindicamos pela fé o poder de ele de fazer isso (Rm 4.21).

5. Ao acrescentarmos a palavra "glória ", o que estamos querendo dizer?
Aqui queremos dizer que devemos louvá-lo continuamente pelas suas
maravilhosas obras aos filhos dos homens. Deus deve ser louvado sem
cessar por nós porque ele é glorioso!
6. Qual é o significado do uso da palavra "Amém" para finalizar nossa
oração?
Ela é usada com o significado de "Assim seja" da nossa parte. É nossa
sinceridade de fé e intensidade de desejo.
AMÉM
É muito apropriado terminar nossos estudos do catecismo com "Amém", da
mesma forma que sempre completamos nossas orações com esta palavra
grandiosa que vem da Palavra de Deus. Como tão bem observa a pergunta
do catecismo, o Deus com quem nos relacionamos pode nos ajudar. Ele é o
Todo-Poderoso e Soberano Deus. Ele é o reino e o poder e a glória. De fato
fazemos bem em terminar uma afirmação dessa natureza com "Amém",
querendo com isso oferecer uma demonstração sincera de nossa fé no fato
de que ele é totalmente capaz de fazer muito além do que pedimos
ou pensamos!
A palavra "Amém" é uma indicação de reverência, é uma forma de dizer:
"Que seja assim em verdade!" Vem de uma palavra hebraica que significa
"fiel" e é usada no Novo Testamento grego cinqüenta vezes como a palavra
"Amém" e mais cem vezes como a palavra "verdadeiramente" ou "na
verdade" com o mesmo sentido.
A palavra vem sendo usada de três maneiras pela igreja de Jesus Cristo.
Tem sido usada em uníssono pela congregação no final da Oração
Dominical. Muitos não têm idéia nenhuma do que estão dizendo e
certamente será preciso que alguém lhes ensine o sentido da palavra. Tem
sido usada pela congregação em muitas igrejas litúrgicas no final da oração
feita pela pessoa que está orando. Nesse caso a intenção não é simplesmente
indicar que a oração terminou, mas que aqueles que estão prestando culto
ali estão respondendo sinceramente à oração que foi pronunciada.

Há uma terceira forma em que tem sido usada na igreja. É como um
"Amém" durante o sermão, da parte dos que estão prestando culto, à medida
que respondem à pregação da Palavra de Deus. De fato, isso poderá até ser
usado quando não cabe, tomando-se um hábito em vez de uma resposta
sentida no coração. No entanto, será que não está faltando algo na pregação,
ou na reação, ou em ambas, quando anos se passam sem que um "Amém!"
escape de vez em quando?
E uma boa conclusão para nossos estudos do catecismo. O Breve Catecismo
deve ser muito valorizado por nós. Contém as convicções confessionais nas
quais se encontra nosso sistema de doutrina, conforme ensinado nas
Sagradas Escrituras. Contém o zelo evangelístico que precisa constituir
parte de nós se queremos salvaguardar a fé que nos foi entregue. Que Deus
nos ajude a continuar a estudar esse catecismo, tudo para a glória de Deus.
Amém.
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