1. Breve histórico de Jacob Levy Moreno
-1889:nasceunodia6demaio,em
Bucareste,naRomênia.
-1894:muda-separaViena.
-1907:adeptodohassidismo,criao
seinismo.Nestaépoca,cultivajogos
deimprovisosnapraçadeVienacom
crianças,comoobjetivodefavorecer-
lhesaespontaneidade.Desenvolveo
teatroinfantil.
-1912-1917:faculdadedeMedicina.Desenvolvetrabalhocom
prostitutasetrabalhosemcampoderefugiadostiroleses.
1. Breve histórico de Jacob Levy Moreno
-1920:concluiseulivro“As
PalavrasdoPai”.
-1921:publicaseu2ºlivro“O
TeatrodaEspontaneidade”.
-1925:saideVienaevaipara
osEUA.
-1928:primeirasexperiências
psicodramáticasnosEUA.
-1929:primeiropsicodrama
públiconosEUA,noCarnegie
Hall.
1. Breve histórico de Jacob Levy Moreno
-1937:emBeaconHouse,éconstruídoseuprimeiroteatro
terapêutico.LançaarevistaSociometriaeseincorporaà
UniversidadedeColúmbiaedeNovaYork.
-Décadade40:fundaaSociedadeAmericanadePsicodrama
ePsicoterapiadeGrupo(IAGP).
-1949:separa-sedeFlorenceesecasacomZerkaToeman.O
sociólogoecoordenadordoInstituoNacionaldoNegro,o
baianoGuerreiroRamos,realizaasprimeirasexperiênciase
pesquisaspsicodramáticasbrasileirasnoTeatrodoNegro,no
RiodeJaneiro.
-Décadade50-60:PierreWeilcomeçaaformar
psicodramatistasemBeloHorizonteeRecife.
-1952:temumafilhacomsuaesposaZerka.
1. Breve histórico de Jacob Levy Moreno
-1964:ocorreoprimeiroCongressoInternacionalde
Psicodrama,emParis.
-1970:acontece,emSP,oVCongressoInternacional.
-1974:Morenomorreaos85anos.“Aquijazquem
devolveualegriaàPsiquiatria”.
Zerka Toeman
Guerreiro Ramos
Pierre Weil
1.2. Obra de Jacob Levy Moreno
-Suasprincipaisobras:“Quemsobreviverá?Asbasesda
sociometria”,“Psicodrama”,“PsicoterapiadeGrupoe
Psicodrama”e“FundamentosdoPsicodrama”.
-Obradivididaem:
a)Religioso-filosófico:seinismo,teatroinfantil,trabalhocom
prostitutasecomrefugiadostiroleses.
b)Teatraleterapêutico:criaçãodoPsicodrama,emabrilde
1921,epublicaçãodolivro“OTeatrodaEspontaneidade”.
c)Sociológico-grupal:preocupaçãosocialecomgrupos.
d)Momentodaorganização-consolidação:consolidaateoria
daSocionomia.
A Espontaneidade-Criatividade e o Psicodrama
AorelacionarosdoiscomoPsicodrama,Morenopropõea
“revoluçãocriadora”paraarecuperaçãodaespontaneidade
atravésdopsicodrama,emsubstituiçãoàperdidanoambiente
social,necessitandodasduasinstânciasparacombateraomau
usodasconservasculturais.
3.2.) Conserva Cultural
-Temafunçãodepreservarosvaloresdeumadeterminada
cultura,podendoassumirtantoaformamaterial,comotambém
aformaderitual.
-Refere-seatodososcostumesque,porestarempresentesno
cotidiano,secristalizameimpedemaespontaneidade,cabendo
entãoaohumanolivrar-sedela,aflorandosuacriatividadeesua
espontaneidade.
Psicodrama e o Uso Grupal
-Ênfasenaaçãodramática,possibilitandoaexpressãodos
sentimentosverdadeiros.
-Enfraquecimentodasresistênciaseexposiçãodo
inconsciente
-Liberaçãodoespontâneo-criativoetransformaçãoda
existência.
-Oobjetivoé“tentarrecuperarcenicamenteomomento
emqueumpapel,cristalizadoeadoecido,aindanãoera
conservado,oinstanteemqueaindaestavasituadono
contextoqueoengendrou”,sem,noentanto,buscarcausas
paratal.
3.5) Co-Inconsciente e Co-Consciente
-Exclusivosdosgrupos,referem-seaoinconsciente.
-Co-inconsciente:Fantasiasedesejosvivenciadosem
conjunto,deformainconsciente.
-Co-consciente:Experimentaçãocomumdeidéias,de
formaconsciente.
•Psicodrama= Vivência in natura, in loco, “injeção de insanidade”;
Psicodrama≠ Encenação teatral
•Trabalhando com o imaginário, o protagonista imerge em um mundo
fora do seu normal de vida, do normal-cotidiano. Esse mundo é o que
Moreno denominou de Realidade Suplementar, mundo do como se.
•Realidade Suplementar: “realidade” do cinema, do surreal = “um
mundo que nunca pode ter sido e nunca pode vir a ser, mas que é
absolutamente real “.
•Zerka Moreno: duas formas de trabalhar a realidade suplementar:
(1) Técnica p/ atuar as fantasias e desejos (efeito integrador do ego);
(2) Técnica de desintegração, criando tensão e desconforto.
3.6. Realidade Suplementar
4. Filosofia do Momento
-Principalbasefilosófica
-ValorizaçãodoInstante,oaquieoagora
“Acivilizaçãodaconserva”.
•Matriz de Identidade =lugar ou meio social onde a criança se
insere e convive desde o nascimento, relacionando-se com pessoas e
objetos, dentro de um contexto (átomo social).
•Primeiras fases do desenvolvimento:
1º Universo:matriz de identidade indiferenciada, em que o
indivíduo se confunde com o meio; matriz de identidade diferenciada,
em que a criança começa a perceber a diferença do “eu” e o “fora”
(meio).
2º Universo:começa a diferenciação entre realidade e fantasia,
desenvolvendo-se dois tipos de papel: (1) o social: ligado à realidade;
(2) o psicodramático: ligado à fantasia e à interioridade.
5. Matriz de identidade ou Placenta Social
•Formação daMatriz de Identidade: 5 etapas
(1) Fase indiferenciadaou momento da “técnica do duplo”;
(2) Fase da relativa atenção ao outroou momento da “técnica do
espelho”;
(3) Fase da ênfase da atenção no eu: técnica do espelho;
(4) Fase da possibilidade de estar no papel do outroou
momento da “técnica da inversão de papéis”;
(5) Fase da possibilidade do outro estar no seu papel: “técnica
da inversão de papéis”.
Moreno:“É na matriz de identidade que surge o eu e suas ramificações, os
papéis. Os papéis são, então, precursores, anteriores ao surgimento do eu, e
não o contrário. A matriz de identidade começa com o universo do bebê e vai
se diferenciando em externo-interno, objetos-pessoas,... O desenvolvimento
dos papéis ocorre em momentos diversos do desenvolvimento da matriz de
identidade.”
•Matriz Identidade =matriz que, em Matemática, resulta da
multiplicação de qualquer matriz pela sua inversa, ou que multiplicada
por qualquer outra matriz, resulta em uma terceira, “melhor” do que a
primeira ou a segunda, ou seja, destaca a “essência” dos elementos.
•Matriz de Identidade =matriz que, segundo Moreno, resulta da
“multiplicação” ou da integração de matrizes individuais com o meio e
as pessoas de convívio, formando aos poucos a “essência” do
indivíduo. Se se “multiplica” elementos do eu por elementos do tu, por
exemplo, o resultado será sempre uma matriz “melhor” do que a
anterior.
MATRIZ IDENTIDADE versus MATRIZ DE IDENTIDADE
(uma ousada comparação)
MATRIZ IDENTIDADE versus MATRIZ DE IDENTIDADE
(uma ousada comparação)
A . A
-1
=
INTEGRAÇÃO DAS 10
FASES DO
DESENVOLVIMENTO
DOS PAPÉIS
INDIVÍDUO SADIO,
COM POTENCIAL PARA
O ENCONTRO PLENO
COM O OUTRO
Processo de
Socialização
6. Teoria Moreniana dos Papéis
•Conceito de papel:
“aformadefuncionamentoqueoindivíduoassumeno
momentoespecíficoquereageaumasituação
específica,naqualoutraspessoasouobjetosestão
envolvidos”(Moreno,1975)
6.1.Comotrabalharospapéis:
•Observaroprocessodopapelnoprópriocontextoda
vida;
•Estudá-loemcondiçõesexperimentais;
•Empregá-locomométodopsicoteraterapêutico;
•Examinaretreinarocomportamentono“aquieagora”
6.2. Concepções de Homem presentes na Teoria dos
Papéis
•Homemgênio(sedesenvolveapartirdaespontaneidade)
•Homemmembrodeumgrupo
Opontodeencontrodessasduasdimensõessedáatravésdo
conceitodepapéisepodeserentendidocomoumafusãode
elementosparticulares(própriosdosujeito)ecoletivos
(referentesaogruponoqualeleestáinserido).
Ainterpretaçãodepapéiséumrequisitonecessárioparaa
vidaemcoletividade.
6.3. Desenvolvimento dos papéis
•Ospapéisseriamramificaçõesdo“eu”eambostêmsua
origemnaMatrizdeidentidade.
•Osurgimentodospapéisconstituiabaseparaoprimeiro
aprendizadoemocionaldacriança.
•Odesempenhodepapéiséanterioraosurgimentodo“eu”.
•Aincapacidadededesempenhartodosospapéisgera
angústiaeansiedade.
•Ospapéispodemsereferiraumapessoaimaginária,aum
modeloparaaexistênciaouaumarealidadesocial.
6.4. Tipos de papéis
a)Fisiológicos ou psicossomáticos
b)Psicológicos ou psicodramáticos
c)Sociais
6.5. Os papéis no desenvolvimento da identidade
da criança
•Identidadedoeucomtupapéispsicossomáticos
•Identidadedoeu“adoçãoinfantildepapéis”
•Identidadedotuinversãodepapéis(papéissociaisX
papéispsicodramáticos)
É o vínculo entre os diferentes tipos de papéis que
possibilita a identificação do “eu”.
O desenvolvimento dos primeiros papéis é anterior à
linguagem.
6.6. Esquemas Básicos de Papéis
•Passivo (relacionado com o papel da mãe e aspectos
femininos)
•Ativo (relacionado ao papel do pai e aspectos masculinos)
•Interativo (relacionado ao papel de irmão e/ou amigo)
Ospapéisfuncionamcomouma“ponte”entrearealidade
eafantasia.
Muitosautorespropõemoutrascategoriasdepapéis,
baseadasnadimensãoimagináriadoindivíduo.
9.Principais etapas e técnicas do
Psicodrama
Astécnicassãodistribuídasapartirdastrês
etapasbásicasdoprocessopsicodramático:
oEtapa do aquecimento
oEtapa da dramatização
oEtapa do compartilhar
9.4.) As Técnicas Históricas –o Teatro da
Improvisação e o Jornal Dramatizado
•Moreno tinha uma proposta de teatro com a participação
do auditório, eliminação dos expectadores e onde todos
eram participantes e atores. Tudo seria improvisado.
•O cenário é aberto, diferenciando-se dos antigos
cenários.
Teatro da Improvisação ou da Espontaneidade ou
Espontâneo: Necessita de aquecimento para encontrar
o tema a ser dramatizado.
Jornal Dramatizado ou Vivo: Tema a ser dramatizado é
encontrado pelo grupo em jornais.
•Teatro da Espontaneidade Dá origem ao Psicodrama.
•Jornal VivoDá origem ao Sociodrama.
Novas modalidades desenvolvidas atualmente decorrentes
do Teatro Espontâneo:
a)Role Playing;
b)Teatro do Oprimido
c)Teatro da Criação
d)Playback Theater
e)Multiplicação Dramática
•Fases de desenvolvimento do Teatro Espontâneo e do
Jornal Vivo (assim como no Psicodrama):
1.Aquecimento
2.Dramatização
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4.Comentários
•No modelo básico original de Moreno, um dos
membros da platéia sobe ao palco (emergente grupal)
e desempenha o papel principal (protagonista).
•Outros membros da platéia são chamados quando
necessários, para ajudar na estruturação da história
(texto, encenação, etc.)
Características do Teatro Espontâneo:
•Sensibilização do espectador, utilizando, para isso, a
improvisação.
•Improvisa-se o espaço físico, os recursos auxiliares
(música, iluminação, figurino, postura da equipe técnica,
etc).
•Invenção e experimentação, novas alternativas e
caminhos a fim de desenvolver a espontaneidade.
•No campo clínico, tem função de fazer o paciente
superar a queixa apresentada, em busca do saudável e
do espontâneo-criativo.
•Propõe criar e buscar, em comum, soluções para
problemas comuns.
9.5) O Role-Playing(ou Jogo de Papéis)
•Técnica mais destacada da sociodinâmicamoreniana.
A socionomiase divide em sociometria, sociodinâmicae
sociatria.
•Propõe o treinamento de papéis específicos de situações
vividas ou imaginadas, pois, ao representá-las, o
treinando poderá vislumbrar com maior clareza as
situações futuras.
•É utilizado nas situações de supervisão por profissionais
da área psicodramática.
9.6) O Axiodrama
•É um método sociátrico em que o diretor lida com valores
éticos, religiosos e culturais dos participantes.
•Tem como finalidade fazer com que os participantes
revelem e confrontem seus valores antigos e novos,
mudando algo.
•O tema do axiodramaé pesquisado, em geral, na fase
introdutória da sessão, e o público presente contribui,
contando, de preferência, pequenas histórias. A escolha pode
ser feita também por consenso.
•Pode ser aplicado individualmente ou em grupo.
•Difere do etnodrama, pois este lida apenas com pesquisas
de problemas étnicos (negros e brancos, árabes e judeus,
etc).
9.7) O Playback Theather
•Propõe ao público que relate histórias para serem
encenadas pelo elenco fixo que integra a equipe técnica.
•Não existe, inicialmente, narrador da história, como no
teatro matricial.
•Os atores devem estar preparados para atuar
espontaneamente, buscando a melhor forma estética de
interpretar, a fim de alcançar a melhor comunicação, tanto
com o narrador como com a platéia.
•A etapa do compartilhamento, quando utilizada, ocorre
apenas no fim da sessão. O diretor e os atores podem ficar a
cargo da estruturação da cena.
9.8) A Multiplicação Dramática
•Após a dramatização, pode-se pedir aos participantes
(exceto ao protagonista), que subam ao palco e imaginem
uma cena, deixando-se levar pelas emoções do ambiente
cênico.
•Cada um conta a cena que lhe ocorreu e o protagonista
poderá escolher a seqüência de dramatização das cenas.
•Depois disso é que, na etapa da dramatização, passa-se ao
compartilhamento, agora com uma amplitude maior de
ângulos e olhares dos conflitos.
9.9) A Técnica da Projeção para o Futuro
•O paciente relata e mostra como imagina seu futuro
através de fantasias, sentimentos, esperanças e desejos.
•Além dos desejos, também a representação de planos
realizáveis–aquilo que realmente poderá ocorrer no seu
futuro.
•A finalidade é que o paciente reflita sobre o presente e
assuma o papel de fazedor do próprio destino.
•Utilizado também para trabalhar a alta da terapia e alta
hospitalar, verificando quais os projetos futuros do paciente,
suas ansiedades, etc.
9.10) A Apresentação do Átomo Social
•É um tipo específico de auto-apresentação.
•Para Moreno, envolve “as relações afetivas de um indivíduo
e qual sua situação no grupo” e é o núcleo de todos os
indivíduos com quem uma pessoa está relacionada
emocionalmente, ou que ao mesmo tempo estão inter-
relacionadas com ele.
•Baseia-se na apresentação dramática das pessoas
emocionalmente significativas ao paciente.
•A função diagnóstica desta técnica está na observação da
capacidade de espontaneidade-criatividadedo paciente no
desempenho dos papéis.
9.11) A Técnica do Esquema de Papéis
•Derivada da Teoria dos Papéis, é também chamada de
Técnica de Tirar Roupas(CUKIER, 1992).
•Pede-se ao paciente que defina quais os papéis que
desempenha em sua vida (filho, irmão, etc.), no chão da
sala, com o auxílio de almofadas.
•Pede-se que o paciente atue no “como se”, o papel que
julgue ser o seu principal.
•Segue-se o jogo até que o paciente experimente todos os
papéis que desempenha em sua vida.
•Esta técnica pode ser utilizada tanto no começo do
tratamento (para conhecer melhor o paciente) como no
decorrer do mesmo, na modalidade de psicodrama bipessoal
ou grupal.