ser natural ela, como também essas coisas, é em si e para si, ou é absoluta.
O terceiro momento da verdade do Iluminismo, enfim, é a relação da essência
singular para com a essência absoluta, a relação dos dois primeiros momentos. A
inteligência, como pura inteligência do igual e do ilimitado, ultrapassa também o
desigual, a saber, a efetividade finita, ou ultrapassa a si mesma como simples ser
Outro: tem o vazio como sendo o além desse ser Outro com o qual relaciona,
assim, a efetividade sensível. Na determinação dessa relação, os dois lados não
entram como conteúdo, pois um deles é o vazio, e assim um conteúdo só está
presente pelo outro lado, que é a efetividade sensível. Mas a forma dessa relação,
para cuja determinação contribui o lado do Em si, pode ser modelada à vontade,
pois a forma é o negativo em si, e por isso o oposto a si: é tanto ser, como nada;
tanto Em si como o contrário; ou, o que vem a dar no mesmo, a relação da
efetividade com o Em si, enquanto além, é tanto um negar quanto um pôr dessa
efetividade.
A efetividade finita portanto pode, a rigor, ser tomada como melhor convenha.
Assim, o sensível agora é referido positivamente ao absoluto como ao Em si, e a
efetividade sensível é, ela mesma, em si; o absoluto a faz, a sustém e cuida dela.
Por sua vez, a realidade sensível é referida ao absoluto como ao seu contrário,
como a seu não ser; segundo essa relação, ela não é em si, mas é somente para
Outro. Se na anterior figura da consciência os conceitos da oposição se
determinavam como bem e mal, agora, ao contrário, se tornam para a pura
inteligência as abstrações ainda mais puras, do ser em si e do ser para Outro.
Ora, os dois modos de considerar a relação do finito para com o Em si - tanto o
positivo quanto o negativo - de fato são igualmente necessários; e assim, tudo
tanto é em si, como é para Outro, ou seja: tudo é útil. Tudo se entrega a outros:
ora se deixa utilizar por outros e é para eles; ora se põe em guarda de novo, e, por
assim dizer, se torna arisco frente ao Outro: é para si, e por sua vez utiliza o
Outro.
Daí resulta para o homem, enquanto é a coisa consciente dessa relação, sua
essência e sua posição. O homem, tal como é imediatamente, como consciência
natural, é, em si, bom; como Singular é absoluto e o Outro é para ele. E na
verdade, já que os momentos têm a significação da universalidade para ele,
como o animal consciente de si - tudo é para o seu prazer e recreação; o homem,
tal como saiu das mãos de Deus, circula nesse mundo como em um jardim por
ele plantado. Deve também ter colhido os frutos da árvore do conhecimento do
bem e do mal. Possui assim uma utilidade que o distingue de todo o resto, pois,
por coincidência, sua natureza boa em si é também constituída de tal modo que o
excesso do deleite lhe faça mal, ou antes, sua singularidade tenha também seu