A seguir alguns comentários meus sobre os Anunnaki
Em Gênesis 1:26, Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.”
Pelo tempo verbal empregado na passagem bíblica acima, “façamos” e “nossa”, é certo que esse Deus não
estava falando sozinho, a menos que fosse desconhecedor de gramática básica! Entretanto, a Bíblia, como a
“palavra de Deus”, como querem alguns, em Gênesis 11:5-8, insiste na concordância verbal incorreta:
Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam; e disse: Eis que o
povo é um e todos têm uma só língua; e isto é o que começam a fazer; agora não haverá restrição para tudo
o que eles intentarem fazer. Eia, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem, para que não entenda um a
língua do outro. Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a
cidade.
Estaria Deus, ou o Senhor, quando fala “desçamos” e “confundamos”, novamente falando sozinho? Se não,
quem seriam seus companheiros?
O livro de Gênesis da bíblia foi escrito pelos judeus quando no cativeiro babilônico tomaram contato com a
babilônica/assíria Epopéia da Criação, herdada da suméria, intitulada Enûma Elish (Quando no Alto).
Curiosamente, este épico – que fora publicado por George Smith, do Museu Britânico, sob o título The
Chaldean Account of Gênesis (O Registro do Gênesis Caldeu), e que não afirma que a Terra fora criada em
seis dias com o sétimo para descanso
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–, não menciona Deus, e sim, Deuses, como podemos comprovar em
seu texto inicial abaixo:
e-nu-ma e-liš la na-bu-ú šá-ma-mu
šap-liš am-ma-tum šu-ma la zak-rat
ZU.AB-ma reš-tu-ú za-ru-šu-un
mu-um-mu ti-amat mu-al-li-da-at gim-ri-šú-un
A.MEŠ-šú-nu iš-te-niš i-ḫi-qu-ú-šú-un
gi-pa-ra la ki-is-su-ru su-sa-a la she-'u-ú
e-nu-ma dingir dingir la šu-pu-u ma-na-ma
Quando no alto não se nomeava o céu, e em baixo
a terra não tinha nome, do oceano primordial
(Apsu), seu pai; e da tumultuosa Tiamat, a mãe de
todos, suas águas se fundiam numa, e nenhum
campo estava formado, nem pântanos eram vistos;
quando nenhum dos deuses tinha sido chamado a
existência.
Para entender a introdução do Enûma Elish acima citado, o texto esquer do é o texto transliterado da
original escrita cuneiforme suméria, ou seja, após a transformação dos símbolos cuneiformes para os
símbolos do alfabeto latino. O da direita é a tradução para o português da transliteração.
A escrita cuneiforme é uma escrita formada por cunhas, daí o nome cuneiforme, assim, como podemos
ver na tabela abaixo do dicionário sumério da Universidade da Pensilvânia, o símbolo cuneiforme para
a palavra deus é uma estrela formada por quatro cunhas cruzadas formando uma estrela de 8 pontas.
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A idéia fantástica dos seis dias da criação nada mais fora que uma corrupção introduzida pelos
escribas hebreus aproveitando-se do fato de que o épico babilônico/assírio estava descrito em 6
partes, cada uma delas em um tablete de barro, com o sétimo pedaço devotado a reverência e
celebração pelo feito da criação.