FILOSOFIA DA CIÊNCIA I*
Hebert José Balieiro Teixeira
1
; Evandro Ghedin
2
Recebido em 10/12/2011; Aceito em 15/05/12
ANDLER, Daniel; FAGOT-LARGEAULT, Anne; SAINT-SERNIN, Bertrand. Filosofia da
Ciência I. [tradução: Paula Glenadel, Marcelo Jacques de Moraes, Bernardo Barros
Coelho de Oliveira]. Rio de Janeiro: Atlântica, ISBN: 858808015X (v. 1), 2005, 528 (1038)
p.
Palavras-Chave: Cosmologia. Filosofia da Ciência. Filosofias da natureza.
Este livro, escrito por três professores especialistas de renome nas áreas de
Filosofia, Matemática e Medicina, é resultado de dez anos de trabalho. Seu intuito é de
pensar a unidade da natureza e a pluralidade das ciências.
Na apresentação, os autores fazem um breve relato sobre a Filosofia da Ciência no
século XX, mostrando que a filosofia acompanhou o fantástico desenvolvimento das
ciências durante todo este século, segundo os autores “é uma época fecunda, marcada
pelas obras Bergson, Husserl, Mach, Durkheim, entre outros” (p. 2). Sendo que “a
Filosofia da Ciência, graças a filósofos tão diferentes [...], redescobriu a sua
dependência em relação a questões filosóficas fundamentais” (p. 8).
Incentivada pela evolução das ciências, a filosofia redescobriu seu papel de reflexão
e de articulação entre as diferentes disciplinas, entre a teoria e a ação, porém os
autores deram precedência às questões metafísicas e ontológicas em relação à
metodologia, pois muitos e bons livros dão ênfase a esta questão.
Esta obra é composta na sua totalidade por dois volumes, sendo este volume
dividido em duas partes. Na primeira parte, o livro aborda a Gnosiologia e na segunda
as Ordens da natureza, contendo sete capítulos ao todo, os quais se completam,
formando uma unidade temática. Apesar dos capítulos seguirem uma sequência, eles
podem ser estudados independentemente, pois cada um deles mantém uma
organização interna que permite a compreensão do conteúdo e assimilação das
argumentações defendidas pelos autores, pois eles se apresentam como ensaio, dos
quais cada um pode ser lido por si mesmo, sendo as notas do livro um instrumento
para um aprofundamento pessoal.
O livro não busca apresentar o que se deve saber em filosofia da ciência, o que ele
quer mostrar é “algumas das maneiras como se deve hoje trabalhar em filosofia da
ciência” (p. 16).
Na primeira parte em que trata da Gnosiologia, os autores dividem em três capítulos,
sendo o primeiro acerca das filosofias da natureza, o segundo sobre a construção
intersubjetiva da objetividade filosófica, e o terceiro, por sua vez, aborda os processos
cognitivos, tudo isso “tentando situar a filosofia da ciência como disciplina e como
corpus em um triplo horizonte, abordando sucessivamente o objeto, o sujeito e os
processos do conhecimento” (p. 19). Ficando por descobrir se, ainda hoje, há lugar
* Resenha publicada na ETHOS & EPHISTEME (Revista de Ciências Humanas e Sociais da Faculdade Salesiana Dom Bosco / FSDB –
ANO VIII, VOLUME XV – Janeiro/Junho 2012. ISSN: 1809-0400.
1
Mestrando do Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências na Amazônia – UEA.
[email protected]
2
Prof. Dr. em Educação. Prof. da Universidade Estadual de Roraima. Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa em Didática das Ciências
e seus Processos Cognitivos – GEPeDiC.
[email protected]