Filosofia medieval e cristianismo

keilervasconcelos 3,793 views 65 slides May 08, 2017
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About This Presentation

Filosofia do Cristianismo


Slide Content

FILOSOFIA DO
CRISTIANISMO
A PATRÍSTICA E A
ESCOLÁSTICA
Aula 3
Keiler Chaves de Vasconcelos

"Quemnãoseiluminacomoesplendorde
todasascoisascriadas,écego.Quemnão
despertacomtantosclamores,ésurdo.
Quem,comtodasessascoisas,nãosepõe
alouvaraDeus,émudo.Quem,apartirde
indíciostãoevidentes,nãovoltaamente
paraoprimeiroprincípio,étolo"
(SãoBoaventura).

“Tende cuidado, para que ninguém vos
faça presa sua, por meio de filosofias e vãs
sutilezas, segundo a tradição dos homens,
segundo os rudimentos do mundo, e não
segundo Cristo.”
Colossenses 2:8

Recapitulando...

O ambiente helenista cria uma nova cultura,
linguagem, comportamento e ideal de homem e,
em virtude das novas circunstâncias socio-
políticas, com a conquista de Alexandria e o
poderio de Roma, domina o Ocidente. Até mesmo
Marco Aurélio pensa como romano, mas escreve
em grego! Dessa forma, o helenismo penetra a
cultura romana e vice-versa, e terá, no
cristianismo, sua mais contundente influência de
pensamento. Por sua vez, o cristianismo
transformará espiritualmente o mundo.

O helenismo fornece o pano de fundo
político e cultural que permite a
aproximação entre a cultura judaica e a
filosofia grega, o que propiciará mais
tarde o surgimento de uma filosofia cristã.
O período helenístico é o último período
da filosofia antiga, quando a polis grega
desapareceu como centro político,
deixando de ser a referência principal dos
filósofos, uma vez que a Grécia
encontrava-se sob o poderio do Império
Romano.

A religião cristã, embora originária do
judaísmo, surge e se desenvolve no
contexto do helenismo, e é precisamente
da síntese entre o judaísmo, o
cristianismo e a cultura grega que se
origina a tradição cultural ocidental da
qual somos herdeiros até hoje.

Fílonretoma o conceito grego de logos,
interpretando-o como um princípio divino
a partir do qual Deus opera no mundo.
Essa visão influenciará fortemente o
desenvolvimento da filosofia cristã e se
encontra na abertura do quarto evangelho
(de João), escrito ao final do séc.Iem
Éfeso, em que se lê: “No princípio era o
Verbo (logos)”.

O primeiro marco na constituição do
cristianismo como religião independente e
dotada de identidade própria é a pregação de
Paulo, outro judeu helenizado, funcionário do
Império Romano, que se converte e passa a
pregar e difundir a religião cristã em suas
viagens por alguns centros do Império
Romano. É em Paulo que encontramos a
concepção de uma religião universal, não só
a religião de um povo, mas de todo o Império,
de todo o mundo então conhecido.

Os escritos de Paulo sob os aspectos da sua forma
e conteúdo, apresentam, de forma clara, a
influência da formação judaica no pensamento do
mesmo, sobretudo sua utilização da Haggadána
explicação dos fatos históricos e da Halakhána
interpretação dos textos ligados à lei judaica.
Também evidenciamos alguns limites e tensões
provocados por essa influência judaica em relação
à contribuição da cultura helênica na teologia
paulina.

A doutrina farisaica teve uma profunda
influência no pensamento paulino, onde se
destacam os seguintes elementos: a
imortalidade da alma, a ressurreição
corporal no fim dos tempos, a existência de
anjos e espíritos, a intervenção de Deus no
destino do homem, mesmo não o privando
do livre-arbítrio.

Destaque-se que os fariseus pretendiam
que o cristianismo fosse pregado apenas
aos judeus, ao passo que Paulo defendia
a necessidade de pregar a todos, tendo
ficado por isso conhecido como o
“apóstolo dos gentios”. Conforme lemos
na Epístola aos Gálatas (3:28), “Não há
judeu, nem grego, nem escravo, nem
homem livre, nem homem, nem mulher:
todos sois um no Cristo Jesus”.

CRISTIANISMO
A verdade como revelação:
a verdade não é uma construção humana, mas
revelação divina àqueles que creem;
a condição para o conhecimento da verdade
está em Deus, o conhecimento racional deve
ser subordinado ao conhecimento revelado.

Asmaissignificativascontribuições
filosóficasdamensagembíblicasão:
oconceitodemonoteísmoquesubstituio
politeísmogrego;
ocriacionismoapartirdonada,quefazo
serdependerdeumatodavontadede
Deus,equesecontrapõeàproibiçãode
Parmênidesdageraçãodoserapartirdo
nãoser;

uma concepção domundo fortemente
antropocêntricaquenãotemprecedentesna
filosofiahelênica,quefoimaiscosmocêntrica;
umainterpretaçãodaleimoraldiretamente
ligadaàvontadedeDeus:Deusseriaafonte
definitivadaleimoraleodeverdohomem
estariaemobedecerseusmandamentos.Parao
grego,aocontrário,aleiteriaoseufundamento
nanaturezaeaelatambémDeusestaria
vinculado;

umadesobediênciaàleiqueteria
causadoaquedadohomem;
oresgatedestasituaçãodependenão
dohomem,masdainiciativagratuitade
Deus,eparaosgregosemparticular
paraosórficoseparaosfilósofosque
nelesseinspiraramdependeria,ao
contrário,apenasdohomem;

aProvidênciadequefalaabíblia,
diversamentedagrega(emparticular
socráticaeestóica),dirige-seao
homemindividual;aelaestáligadaà
RedençãooperadaporDeusporamor
dahumanidade;

estaatençãodeDeuspelohomem
revolucionacompletamenteoconceito
doamor em váriossentidos:
primeiramente,porqueoamorcristão
(ágape)écaracterísticaeminentemente
divina,enquantoparaosgregosDeus
eraamadoenãoamante;emsegundo
lugarporqueadimensãodoeros
helênicoeraaquisitivaenquantoado
ágapecristãoédonativa;

talinversãonãodizrespeitoapenasaotema
doamor,masatodaasériedosvaloresdos
gregos,queocristianismoiluminasobrea
basedodiscursodasbem-aventuranças,em
queseprivilegiaadimensãodahumildadee
damansidão;
igualmenteimportanteéamudançade
perspectivanaescatologiaquenãoestá
maisancoradaapenasnodogmada
imortalidadedaalma,mastambémnoda
ressurreiçãodoscorpos;

ésignificativo,porfim,onovosentidoda
história,comoprogressoparaasalvaçãoe
paraarealizaçãodoReinodeDeus:o
desenvolvimentodahistóriasegundoos
gregostêmumandamentocircular(a
histórianãoteminícionemfim,mas
retornasempreidêntica),enquantoo
bíblico-cristãoacontecesegundo um
trajetoretilíneo,quetemumfimeuma
consumação(ojuízouniversal).

Embora o cristianismo não seja uma filosofia,
ele afeta de forma profunda o pensamento
filosófico da época, uma vez que o filósofo
cristão se depara com o problema da sua
realidade diante da realidade de Deus.
Problema principal: Conciliar FÉ(pensamento
cristão) e RAZÃO(pensamento grego)

RAZAÕ E FÉ NÃO SÃO OPOSTAS
A razão é vista como uma qualidade
inata, criada por Deus –um dom, uma
luz concedida ao homem para que ele
possa discernir o conhecimento do bem
e do mal.
O cristianismo (a fé) busca na razão
uma compreensão mais ampla e
elaborada dos mistérios da fé.

AS VERDADES DA FÉ NECESSITAM SER
DEMONSTRADAS PELA LÓGICA
Não basta crer . As verdades professadas
pela fé precisam ser demonstradas pela
filosofia –baseada em princípios lógicos
da razão.

A Idade Média inicia-se com a
desorganização da vida política,
econômica e social do Ocidente.
O cristianismo propagou-se por vários
povos. A diminuição das atividades
culturais transforma o homem comum
num ser dominado por crenças e
superstições.

Afilosofia patrística é antecedida pelas
Epístolas de Paulo e o Evangelho de João. Os
primeiros padres da igreja conciliaram a nova
religião –o cristianismo –com o pensamento
filosófico dos gregos e romanos, pois somente
com tal conciliação seria possível convencer
os pagãos da nova verdade e convertê-los a
ela. A filosofia patrística liga-se, portanto, à
tarefa religiosa da evangelização e à defesa da
religião cristã contra os ataques teóricos e
morais que recebia dos antigos.

Afilosofiamedievalpodeserdividida
emquatromomentosprincipais:
Odospadresapostólicos,doiníciodo
cristianismo(séculosIeII),entreosquais
seincluemosapóstolos,quedisseminavam
apalavradeCristo,sobretudoemrelaçãoa
temasmorais.Entreestessedestacaa
figuradePaulopelovolumeevalorliterário
desuasepístolas(cartasescritaspelos
apóstolos);

Odospadresapologistas(séculosIIIeIV),
quefaziamaapologiadocristianismocontraa
filosofiapagã.Entreosapologistasdestacam-
seOrígenes,JustinoeTertuliano(omais
intransigentenadefesadafécontraafilosofia
grega);
OdaPatrística(demeadosdoséculoIVao
séculoVIII),noqualsebuscaumaconciliação
entrearazãoeaféesedestacamafigurade
Agostinhoeainfluênciadafilosofiaplatônica;

Odaescolástica(doséculoIXaXVI)no
qualsebuscouumasistematizaçãoda
filosofiacristã,sobretudoapartirda
interpretaçãodafilosofiadeAristóteles,e
sedestacaafiguradeTomásdeAquino.
Acaracterísticafundamentaldessafilosofia
medievaléaênfasenasquestões
teológicas,destacando-setemascomo:o
dogmadatrindade,aencarnaçãodeDeus-
filho,aliberdadeeasalvação,arelação
entreféerazão.

A filosofia clássica sobrevive, confinada
nos mosteiros religiosos.
Sob a influência da Igreja, as especulações
se concentram em questões filosófico-
teológicas, tentando conciliar fé e razão.
E é nesse esforço que Agostinho e Tomás
de Aquino trazem à luz reflexões
fundamentais para a história do
pensamento cristão.

Os conflitos e a conciliação entre fé
e saber
Nesse contexto medieval, a Igreja teve
importante papel. Desempenhou, por
exemplo, a função de órgão
supranacional, conciliador das elites
dominantes, contornando o problema da
fragmentação política.
A Igreja exerceu amplo domínio –a FÉ
CRISTÃ era o pressuposto fundamental
de toda a sabedoria humana.

Em que consistia a fé?
Na crença irrestrita ou na adesão
incondicional às verdades reveladaspor
Deus aos homens.
Verdades expressas nas Sagradas
Escrituras (Bíblia) e devidamente
interpretadas segundo a autoridade da
Igreja.

FilosofiaMedieval
32
conciliar fé com razão.
São Justino (165 d.C.)
Tertuliano(nasc. 155 d.C.)
Santo Agostinho (354-430)
Santo Anselmo (1033-1109)
NaIdadeMédianãoexistiaumaFilosofia,mascorrentesde
opiniões,doutrinaseteorias,denominadasdeEscolástica.Santo
TomásdeAquinoeSantoAgostinhosãoseusprincipais
representantes.Buscava-seconciliarfécomrazão.Ométodo
utilizadoéodadisputa:baseando-senosilogismoaristotélico,
partiamdeumaintuiçãoprimáriae,atravésdacontrovérsia,
caminhavamatéàsúltimasconseqüênciasdotemaproposto.A
finalidadeeraodesenvolvimentodoraciocíniológico.
Essência
Resumo
Pedro Abelardo (1079-1142)
Santo Tomás de Aquino (1221-1274)
John Duns Scot(1270-1308)
Guilherme Ockham(1229-1350)

Toda verdadedita por quem que seja, é do
Espírito Santo. Agostinho de Hipona
A fé representava a fonte mais elevada
das verdades reveladas.
Assim, toda investigação filosófica ou
científica não poderia, de modo algum,
contrariar as verdades estabelecidas pela
fé católica.

Os filósofos não precisavam se dedicar à
busca da verdade: ela já havia sido
revelada por Deus aos homens. Restava-
lhes, apenas demonstrar racionalmente
as verdades da fé.
Surgiram pensadores cristãos que
defendiam o conhecimento da filosofia
grega, na medida que poderiam utilizá-la
como instrumento à serviço do
cristianismo.

A principal argumentação era a de que,
conciliado com a fé cristã, o estudo da
filosofia grega permitiria à Igreja enfrentar
os descrentes e demolir os hereges com
as armas racionais da argumentação
lógica.

PATRÍSTICA
A fé em busca de argumentos racionais a partir de uma
matriz platônica
Mesmo com o estabelecimento e a
consolidação da doutrina cristã, a Igreja
católica sabia que seus preceitos não
podiam ser impostos pela força.
Tinham que ser apresentados de
maneira convincente, mediante um
trabalho de conquista espiritual.

Os primeiros Padres da Igreja se
empenharam na elaboração de inúmeros
textos sobre a fé e a revelação cristãs
O conjunto desses textos ficou conhecido
como Patrística.

Uma das principais correntes da filosofia
patrística, inspirada na filosofia greco-
romana, tentou munir a fé de argumentos
racionais. Esse projeto de conciliação
entre o cristianismo e o pensamento
pagão teve como principal expoente o
Padre Agostinho.

Agostinho:
A certeza da razão por meio da fé.
“Compreender para crer, crer para compreender”
Nasceu em Tagaste, província romana
situada na África.
Até completar 32 anos, não era cristão.
Foi professor de retórica em escolas
romanas.
Em sua trajetória intelectual, Agostinho
sentiu-se despertado para a filosofia pela
leitura de Cícero.

Agostinho defendeu a superioridade da
alma humana, a supremacia do espírito
sobre o corpo (a matéria).
A alma foi criada por Deus para reinar
sobre o corpo, para dirigi-lo à prática do
bem.
O homem, utilizando-se do livre-arbítrio,
costuma inverter essa relação, fazendo o
corpo assumir o governo da alma.

Provoca com isso a submissão do
espírito à matéria, equivalente à
subordinação do eterno ao transitório, da
essência à aparência.
A verdadeira liberdade está na harmonia
das ações humanas com a vontade de
Deus.

Segundo o filósofo, o homem que trilha a
via do pecado só consegue retornar aos
caminhos de Deus e da salvação
mediante combinação de seu esforço
pessoal de vontade e a concessão,
imprescindível, da graça divina.
Nem todas as pessoas são dignas de
receber essa graça, mas somente os
eleitos, predestinadosà salvação.

Agostinho reconheceu a diferença existente
entre fé cristã e razão na medida em que a
fé nos faz crer em coisas que nem sempre
entendemos pela razão.
Afirmava ser necessário crer para
compreender, pois a fé ilumina os caminhos
da razão, posteriormente a compreensão
nos confirma a crença.

Escolástica
“Os caminhos da inspiração aristotélica até Deus”.
No século VIII, Carlos Magno resolveu
organizar o ensino por todo o seu império
e fundar escolas ligadas às instituições
católicas.
A cultura greco-romana, guardada nos
mosteiros, voltou a ser divulgada. Era a
Renascença Carolígea.

Tendo a educação romana como modelo,
começaram a ser ensinadas as seguintes,
matérias:
gramática, retórica e dialética (o trivium);
geometria, aritmética, astronomia e
música ( o quatrivium).
Todas submetidas à teologia.

A fundação dessas escolas e das primeiras
universidades no século XI fez surgir uma
produção filosófico-teológica denominada
escolástica (de escola).
A partir do século XII, o aristotelismo
penetrou de forma profunda no
pensamento escolástico. Isso se deveu à
descoberta de muitas obras de Aristóteles.

A busca de harmonização entre a fé cristã
e a razão manteve-se, no entanto, como
problema básico de especulação
filosófica.
Nesse sentido, o período escolástico
pode ser dividido em três fases:

Primeira fase(do século IX ao fim do século
XII): caracterizada pela confiança na perfeita
harmonia entre fé e razão.
Segunda fase(do século XIII ao princípio do
século XIV): caracterizada pela elaboração de
grandes sistemas filosóficos, merecendo
destaque as obras de Tomás de Aquino. Nesta
fase considera-se que a harmonia entre fé e
razão pode ser parcialmente obtida.

Terceira fase(do século XIV até o século
XVI): decadência da escolástica,
caracterizada pela afirmação das
diferenças fundamentais entre fé e razão.

Anselmo de Cantuária
É conhecido também como Anselmo de
Aostapor conta de sua cidade natal e
Anselmo de Becpor causa da
localização de seu mosteiro. Foi um
monge beneditino, filósofo e prelado ...

Anselmo é considerado o pai da escolástica.
Ele faz uma série de levantamentos de
questões e afirmações que têm por objetivo,
defender e, de certa forma, provar a existência
de Deus. O pensador de forma muito singular
diz que: “Deus é o ser do qual não se pode
pensar nada maior.”

Na filosofia de Anselmo aparecem fortes
traços de suas especulações teológicas,
seguindo em alguns casos os caminhos
traçados por Platão e Agostinho de Hipona;
busca a convergência entre a fé e a razão.
Para ele a razão é um recurso essencial que
pode ser usado para se chegar a conclusões
teológicas. Mas a fé antecede a razão.

Trilhando o sólido caminho de Agostinho,
Anselmo seguia também o seu credo ut
intelligam, ou "creio para entender". Essa
postura, que permeia toda a fase inicial da
Escolástica, afirma que o homem só é capaz
de apreender as coisas quando assistido pela
fé. Nenhum problema nessa época tem sentido
sem, antes, partir da fé, do conhecimento
superior, do divino, que é o que dá segurança
às investigações filosóficas.

O lema de Anselmo é "a fé que procura
entender"(fides quaerensintellectum).
Como místico que também era, afirmava que
o amor é um dos valores mais altos do
conhecimento, pois é o amor que dá sentido
à fé. A fé sem o amor é uma fé morta (otiosa
fides). Sem o amor, a inteligência não tende
para dentro do objeto do conhecimento.

Seu pensamento é todo direcionado para as
especulações em torno dos conceitos de
Deus e os temas a ele ligado. O tema Deus é
a base de todas as suas investigações. O
filósofo distingue a existência de Deus e a
natureza de Deus, pois no primeiro caso a
investigação filosófica é em torno de se algo
existe e no segundo caso, a investigação
direciona-se para saber o que é esse algo
sobre o qual se investigou a existência.

Uma das maiores dificuldades dos
pensadores escolásticos era fazer uma
ligação entre um Deus misericordioso e justo
em uma mesma pessoa. Era quase impossível
pensar em um Deus que fosse misericordioso
e ao mesmo tempo justo. Dessa forma, Ele
deixaria de praticar a misericórdia para
praticar a justiça e sendo justo deixaria de
lado a misericórdia para praticar a justiça.

Deus é o princípio e o fim de todas as coisas, Ele
existe antes, durante e depois de todas as coisas,
pois Ele criou tudo, mantêm tudo e permanecerá
eterno e imutável depois que todas as coisas
tiverem seu fim. Em tudo se pode notar Deus pois
em cada criatura está uma inscrição de seu
Criador. Ele criou todas as coisas existentes a
nossas realidades sensíveis a também aquelas
que nossa limitação sensitiva não é capaz de
perceber, somente sofrer suas consequências.

Tomás de Aquino
Nasceu em Nápoles. É considerado o
maior filósofo da escolástica medieval.
A filosofia de Tomás de Aquino (o
tomismo) já nasceu com objetivos claros:
não contrariar a fé.
A finalidade era organizar um conjunto de
argumentos para demonstrar e defender
as revelações do cristianismo.

Tomás de Aquino reviveu em grande parte
o pensamento aristotélico com a
finalidade de nele buscar os elementos
racionais que explicassem os principais
aspectos da fé cristã.
Fez da filosofia de Aristóteles um
instrumento a serviço da religião católica.

As provas da existência de Deus
Em um de seus mais famosos livros, a Suma
Teológica, Tomás de Aquino propõe cinco
provas da existência de Deus:
1º -O primeiro motor –tudo aquilo que se move
é movido por outro ser. Por sua vez, este outro
ser, para que se mova, necessita que seja por
outro ser. E assim, sucessivamente. Se não
houvesse um primeiro ser movente, cairiamos
num processo indefinido. O primeiro ser
moventeé Deus.

2º -A causa eficiente–todas as coisas
existentes não possuem a causa eficiente.
Devem ser consideradas efeitos de alguma
coisa. A causa primeiraeficiente,
responsável pela sucessão de efeitos é
Deus.

3º -Ser necessário e ser contingente–é
variante do segundo. Todo ser contingente
existe e pode deixar de existir, assim pode
ser que nunca existiu. Èpreciso admitir que
há um ser que sempre existiu. Esse ser
necessárioé Deus.

4º -Os graus de perfeição–há graus de
perfeição. Assim, afirmamos que tal coisa é
melhor que outra, ou mais bela, ou mais
poderosa, ou mais verdadeira...Devemos
admitir que existe um ser com o máximo das
qualidades. Esse ser máximo e plenoé
Deus.

5º -A finalidade do ser–todas as coisas
brutas, que não possuem uma inteligência
própria, existem na natureza cumprindo uma
função, um objetivo, uma finalidade.
Devemos admitir que existe, então, um ser
inteligenteque dirige todas as coisas da
natureza para que cumpram seu objetivo.
Esse ser é Deus.

Muito obrigado!