Santo Agostinho, foi um importante bispo, teólogo e filósofo, reconhecido pelos
católicos como Doutor da Igreja. Ele nasceu na cidade de Tagaste, na Numídia, no dia
13 de novembro de 354, e cresceu no norte da África, região colonizada pelos romanos.
Ele era membro da burguesia, filho de Patrício, pagão convertido no momento da morte,
e da devotada cristã Mônica, de quem herdou preciosos ensinamentos religiosos. No
ano de 386 ele abandonou de vez a pedagogia, ao completar trinta e dois anos, por
motivos de saúde e também por seus dilemas espirituais. Neste momento ele abandona a
filosofia maniqueísta e descobre o neoplatonismo, através do qual começa a
compreender a verdadeira espiritualidade. Aos poucos ele deixa de lado a luxúria e
inicia sua conversão ao Cristianismo. Um ano depois ele foi batizado durante a Páscoa,
e então voltou para sua terra natal, instituindo aí um monastério. Santo Agostinho sofreu
grande influência de Santo Ambrósio, grande teórico patristico, que era bispo da cidade
de Milão, onde Agostinho viveu, foi por meio de sua mãe e desde célebre bispo que
Agostinho se converteu e foi batizado. Agostinho foi ordenado padre em 391,
consagrado como bispo em 395, liderando a Igreja de Hipona até sua morte. Seus
sermões tornaram-se célebres – atualmente preserva-se pelo menos 350 destes
discursos, considerados todos autênticos. Durante sua permanência à frente desta
instituição cristã, Santo Agostinho incentivou a repressão dos Donatistas – grupo cristão
considerado herético pelo Catolicismo – por meio do uso da força. Agostinho morreu
em 430, no dia 28 de agosto, aos setenta e cinco anos, vítima da invasão de Hipona
pelos vândalos. O santo tem lugar de destaque na história da Igreja Católica,
reconhecido por sua profunda percepção e pelo seu temperamento compreensivo, bem
como por sua junção da natureza teórica da patrística.
Por Patrística entende-se o período do pensamento cristão que se seguiu à época
do novo testamento e chega até ao começo da Escolástica, isto é, os séculos II até VIII.
Este período da cultura cristã é designado com o nome de Patrística, e representa o
pensamento dos Padres da Igreja, que são os construtores da Teologia Católica, guias e
mestres da doutrina cristã.
A patristica foi iniciada com as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São
João e terminada no século VIII, quando teve início a Filosofia medieval e a escolástica.
A patrística resultou do esforço feito pelos dois apóstolos intelectuais (João e Paulo) e
pelos primeiros Padres da Igreja para conciliar a nova religião - o Cristianismo - com o
pensamento filosófico dos gregos e romanos, pois somente com tal conciliação seria
possível convencer os pagãos da nova verdade e convertê-los a ela. A Filosofia
patrística liga-se, portanto, à tarefa religiosa da evangelização e à defesa da religião
cristã contra os ataques teóricos e morais que recebia das antigas filosofias.
A Patrística pode ser dividida em três períodos: antes de Agostinho, tempo de
Agostinho e depois de Agostinho. Esse último período, foi sistematizado a filosofia
patrística. No período antes de Agostinho, os padres defendiam o cristianismo contra o
paganismo, os padres começam a defender a fé e deixar de lado a razão grega como
mostrava a filosofia helênica. Antes de Agostinho, temos três correntes filosóficas:
platonismo judaico, platonismo cristão e o platonismo pagão. O platonismo cristão
defendia a fé como ponto essencial e fundamental para a vivência da pessoa, sendo a
base essencial da patrística. Enquanto o platonismo judaico defendia a fé na realidade
dos antepassados e a razão na realidade em que viviam e o platonismo pagão, defendia
somente a razão. Os princiais teóricos patrísticos foram: Justino, Tertuliano,