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Olhe à sua volta!
Ao observar as coisas ao seu redor, você já reparou que a maior parte do tempo, segue uma
ordem? Por exemplo, depois de um dia, vem a noite seguida de um novo dia. As estações do ano e as
fases da lua se repetem, sempre na mesma sequência.
Cometas passam pela Terra sempre respeitando o mesmo intervalo de tempo, seres vivos
nascem, crescem, envelhecem e morrem – e jamais acontece o contrário, ou seja, ninguém é velho ante
de ser criança. Podemos afirmar que essa ordem é natural, pois não depende da ação do homem para
existir.
Quebrar a ordem natural é um divertido exercício de imaginação. Suponha que o homem
conseguisse alterá-la completamente, você consegue imaginar as conseqüências disso para ele?
Desde que surgiu na Terra, o homem observa a natureza ao seu redor e com ela aprende muito
do que precisa para viver bem. Nesse aprendizado, a ordem natural é uma lição importante, que o ajuda
a organizar sua vida e até inspira a criação de leis para regular as sociedades humanas.
Ao perceber a existência da ordem natural, a humanidade começou sua caminhada para a
filosofia que, acredita-se, surgiu ma Grécia do século VI a. C., quando alguns pensadores preferiram
investigar a natureza por meio do raciocínio, em vez de aceitar os mitos como respostas definitiva para
questões.
Afinal, as navegações, iniciadas pelos gregos no século anterior, haviam desmentido algumas
explicações dos mitos, mostrando, por exemplo, que regiões onde se pensava viviam deuses e seres
fantásticos eram apenas lugares habitados por povos de origens e culturas diferentes.
Intrigados com a natureza e as mudanças que ela sofre, os primeiros filósofos desejaram saber por que as
coisas são do jeito que são. Isso os levou a investigar as leis naturais para depois relacioná-la com os
modos de ser do homem.
Os mitos também falavam sobre tudo isso. Muito antes de a filosofia iniciar sua longa reflexão
sobre a ordem natural, poetas percorriam as cidades contando, em versos, antigas histórias sobre a
origem do mundo, de todos os seres, inclusive do homem. Eles narravam acontecimentos, mas também
falavam de influência de deuses, semideuses e heróis fantásticos sobre a natureza e o destino humano.
Explicações míticas e filosóficas
Alguns pensadores dizem que o homem criou mitos porque precisava organizar todas as coisas que via
para compreendê-las. Talvez por isso o próprio mito da origem do universo fale exatamente sobre a
ordem das coisas.
A diferença entre mito e a filosofia é que esta foi mais o fundo na busca dos porquês de tudo. Os
filósofos acreditavam, que a ordem da natureza era sempre a mesma e, no entanto, as explicações dos
mitos para cada lei natural variavam muito. Isso os levou a buscarem novas maneiras de explicarem o
que viam. Tinhas como maior objetivo compreender a realidade à sua volta; para isso, usavam a
observação e o raciocínio.
Em muitos casos, até incluíram mitos em suas obras, mas com objetivo de ilustrar idéias, assim
como as fábulas ilustram lições de morais. Além disso, tomavam o cuidado de evitar narrativas em que a
fantasia contrariasse a ordem natural das coisas. Esse tipo de fantasia passou a ocupar apenas o mundo
da arte e dos sonhos.
Agora que você sabe tudo isso, é hora de refletir sobre a ordem natural que os filósofos tanto admiraram.