FRUTO DO ESPÍRITO LONGANIMIDADE. Gálatas 5:22-24 “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.” Efesios 4:1-2 “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vo cação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor”
INTRODUÇÃO O que mais precisamos nesta vida é de longanimidade – paciência. Somos impacientes na infância, desejamos ficar adultos logos para podermos tomar as nossas próprias decisões. Somos impacientes quando chegamos a fase adulta, queremos casar-nos, ter filhos, bom emprego, casa própria e carro do ano. Somos impacientes em tudo. Temos pressa para tudo. O mundo pós-moderno prega o imediatismo e conquistas a curtos prazos. Porque, se demorar para acontecer, quando acontecer, já estará ultrapassado. Na vida cristã também tem acontecido assim. Temos pressa para receber as bênçãos do Senhor. Ficamos impacientes quando há demora para as portas se abrirem. Somos impacientes quando não chega logo a nossa vez de assumir o cargo tão esperado. Ficamos impacientes quando tudo parece demorar para acontecer.
O grande problema são os pecados que cometemos por não sermos longânimos. Pecamos com murmurações, pensamentos, competições e práticas vingativas quando, aparentemente, fomos prejudicados. A impaciência produz ira em nosso coração e, portanto, nos leva a práticas pecaminosas maiores contra o próximo e a nós mesmos. Por não saber esperar, tomamos decisões precipitadas que, mais tarde, resultarão em prejuízos, tristezas, desilusões, decepções e arrependimentos. Com isso, guardamos ressentimentos pecaminosos. Ficamos irados com a demora das coisas acontecerem e como aconteceram; e, até com as falhas dos neófitos na fé, rompemos amizades e deixamos de praticar o amor, a misericórdia e o bom testemunho de Cristo para nossos irmãos. A falta de longanimidade, expressa por meio da ira prolongada, é uma brecha que abrimos para a atuação do diabo em nossas vidas.
1. O QUE É LONGANIMIDADE? A palavra longanimidade vem do grego μα κροθυμι α makrothumia que significa paciência, tolerância, constância, firmeza e perseverança. Ser longânimo significa ser equilibrado em vez de ter pavio curto; ser demorado em irritar-se, ter boa vontade para com quem fere. No latim, longânimo é “ânimo longo”. O oposto da impaciência. A etimologia sugere. - firmeza da alma quando provocada à mudança.
- Caráter da pessoa que suporta as adversidades e que prossegue em seu empenho, apesar dos obstáculos. - Bondade que faz desprezar as ofensas. Mt 18.21-22 . Trecho em que Jesus ensina a Pedro sobre o perdão (Perdoar 70 x 7). Cristo o ensinava, em outras palavras, ser longânimo. Longanimidade é a capacidade gerada pelo Espírito Santo no espírito humano para que ele passa a suportar determinadas afrontas sem se irar.
2. A LONGANIMIDADE DE DEUS. A paciência é outra forma de Deus expressar a sua bondade para com os homens. Há várias passagens nas Escrituras que descrevem a paciência de Deus: Deus é longânimo ( Sl 103:8; Êx 34:6; 1Pe 3:20; 2Pe 3:15); Deus é tardio em irar-se (Ne 9:17; Sl 145:8; Jl 2:13).
Deus exerce sua paciência, levando-O a tolerar os ímpios e a Se demorar em castigá-los ( Rm 9.22-24). Se Deus despedaçasse imediatamente esses vasos reprovados, Sua grande misericórdia não apareceria tão eminentemente; tolerando a iniquidade deles e adiando o castigo por tanto tempo, a Sua paciência fica demonstrado gloriosamente.
Ou seja, a longanimidade que o apóstolo Paulo ensina aos gálatas é, de fato, uma obra do Espírito de Deus, pois somente Ele pode aplicar plenamente esse fruto em nós. Do contrário, sem o Espírito de Deus, agiríamos conforme as obras da carne. É exatamente por causa da oposição as obras da carne (inimizades, rixas, ciúmes, iras, discórdias, divisões e facções ), que são frutos de uma vida aprisionada pelas paixões, que o apóstolo Paulo apresenta o Fruto do Espírito como a solução para o mal que o homem sem Deus abriga dentro de si.
A paciência , como fruto do Espírito Santo, significa por um lado, a habilidade de aguentar por muito tempo os sofrimentos e oposições que possam surgir ao longo de nossa caminhada cristã. Por outro lado, significa a habilidade de tolerar os pontos fracos dos outros, inclusive de nossos irmãos em Cristo, pois agindo assim, expressaremos a verdadeira obra do Espírito Santo e testemunharemos do verdadeiro evangelho aos perdidos.
3. A LONGANIMIDADE EM NOSSAS VIDAS. A. Precisamos ser pacientes connosco mesmos. Nosso desenvolvimento físico, mental e espiritual toma tempo e envolve sacrifício vivo. Até Jesus teve de crescer "em estatura, sabedoria e graça” ( Lc 2.52). Às vezes, queremos chegar ao fim quase antes mesmo de havermos começado.
B. Precisamos ser pacientes com os outros. Paulo uma vez externou sua convicção de que "aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo" ( Fl 1:6). E escreveu : "Exortamos-vos, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos, e sejais longânimos para com todos" (I Ts 5.14). Os pais precisam ser pacientes com os filhos (Cl 3.21). os que evangelizam precisam ser pacientes com os que relutam em crer na mensagem do evangelho. Leva tempo para a semente do evangelho germinar e crescer nos corações dos homens ( Gl 4.19).
C . Precisamos ser pacientes com este mundo ímpio. Como vimos, "o Senhor é longânimo […], não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” Pe 3:9. Nós, que já estamos salvos pela fé em Cristo, corretamente anelamos por sua volta, e oramos: "Maranata!“ 1Co 16.22 (Ora, Vem Senhor!). Todavia, devemos esperar pacientemente, sem perder o ânimo, e evangelizar, para que, por todos os meios, alguns mais sejam salvos.
LEITURA BÍBLICA. Tiago 1:19-20; Salmos 86:15; Colossenses 3:12-13; Tiago 5:7-11; Lamentações 3:22-23 Números 14:18. O cristão deverá exercê-la com alegria (Cl 1:11-12). Assim, terá sinais de sabedoria ( Pv 14:29). Será chamado de apaziguador ( Pv 15:18) e será precioso ( Pv 16:32). O evangelho deve ser levado e pregado com longanimidade. 2Tm 4:2
Compreendendo a maneira de expressarmos a verdadeira longanimidade que vem do Espírito de Deus, aprendemos algumas lições importantes: A. Reconheçamos que fomos salvos por causa da longanimidade do Senhor – do contrário, ainda estaríamos sob a ira de Deus e condenados ao inferno. B. Estejamos convictos que em nós a longanimidade é fruto do Espírito – do contrário, ainda estaríamos vivendo em discórdias, iras, ciúmes, divisões e inimizades.
C. Assumamos que devemos ser instrumentos de longanimidade, até como instrumento para salvação de outros – do contrário, seríamos como pedra de tropeço para os que estão sendo alcançados pelo testemunho fiel das Escrituras em nossas vidas. D. Busquemos o fruto do Espírito, pois só assim seremos cristãos melhores, para a glória de Deus – do contrário, sem o Espírito de Deus, prevalecerá as obras da carne e não glorificaremos Aquele que nos resgatou das trevas e nos aproximou de si para a comunhão, o louvor e sua glória.
CONCLUSÃO Somos chamados a exercer esse dom do Espírito porque também desfrutamos dele em nossa salvação e sustento da parte do Senhor Jesus. É unicamente por causa de sua plena paciência que Deus não nos pune como merecíamos, mas nos ensina a exercer o perdão e a tolerância com aqueles que tropeçam em suas paixões carnais. Essa ‘tolerância’ não é sinónimo de concordância, mas de compreensão das limitações e em reconhecimento de que também estamos sujeitos aos erros. Com isso em mente, ao invés de apontarmos o dedo, estendemos as mãos para ajudar aqueles que estão perdidos em suas inclinações pecaminosas.