Fundamentação da moral

MarcoCasquinha 12,951 views 28 slides Jul 01, 2013
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About This Presentation

matéria de filosofia do 10º ano


Slide Content

SUMÁRIO
A teoria deontológica - o dever como fundamento da
moralidade (Immanuel Kant)

A teoria consequencialista - a utilidade como fundamento
da moralidade (Stuart Mill)



1.3 A necessidade de fundamentação da moral
– duas perspectivas filosóficas
1.A dimensão ético-política
Ética

Problema

Qual o fundamento da moralidade?

Qual o critério para avaliar a moralidade das acções?

Dois tipos de teorias
1)Teorias deontológicas -
o critério para avaliar a
moralidade das acções é o
seu respeito pelos
princípios

2) Teorias consequencialistas
– o critério para avaliar
a moralidade das acções
são as suas consequências

Duas teorias
Deontológicas

Teorias que fazem depender
a moralidade de uma acção do
respeito por princípios

Devemos agir por obediência a
regras

Exemplo: para Kant mentir
é errado ainda que do acto
de mentir resultem benefícios

Kant pergunta: qual foi a intenção
da acção?
Consequencialistas

Teorias que fazem depender
a Moralidade de uma acção das
suas consequências

Devemos escolher a acção que
tem as melhores consequências
globais

Exemplo: para Stuart Mill
mentir não é errado por
princípio, mas em função das
consequências

S.Mill pergunta: quais as
consequências das acções?

Uma teoria deontológica:
a ética racional de Kant

Sumário
Legalidade e moralidade
O ideal moral: tornar a vontade boa
Dever e lei moral – imperativo categórico da
moralidade
Moralidade, autonomia e dignidade humana
Fundamento e critério de moralidade

Qual é o critério para
avaliar as acções?
O que torna as
acções boas ou más ?
Problema

Legalidade e moralidade

Kant caracteriza o domínio da moralidade e apresenta um
critério para avaliar a moralidade das acções (Fundamentação
da Metafísica dos Costumes)

 Em que circunstâncias uma acção é boa?

 Basta respeitar as regras?

 Se o depositário de um bem (dinheiro) o devolve por ter medo de ser
descoberto, a acção ainda é moralmente boa?

 Devolver o dinheiro será suficiente para se poder falar em moralidade?

Kant >>>


É na verdade conforme ao dever que o merceeiro não suba os preços ao
comprador inexperiente (...) Mantém um preço fixo geral para toda a gente,
de forma que uma criança pode comprar na sua mercearia tão bem como
qualquer outra pessoa. É-se, pois, servido honradamente; mas isso ainda
não é bastante para acreditar que o comerciante tenha assim procedido por
dever e princípios de honradez; o seu interesse assim o exigia. A acção não
foi, portanto, praticada (...) por dever, mas somente com intenção egoísta.
(...)

Pensar Azul, p. 111
>>>

Kant
>>>
Pelo contrário, conservar cada qual a sua vida é um dever, e é além disso
uma coisa para que toda a gente tem inclinação imediata. Mas por isso
mesmo é que o cuidado que a maioria dos Homens lhe dedicam não tem
nenhum valor intrínseco e a máxima que o exprime nenhum conteúdo
moral. Os Homens conservam, habitualmente, a sua vida, conforme ao
dever, sem dúvida, mas não por dever. Em contraposição, quando as
contrariedades e o desgosto sem esperança roubaram totalmente o gosto de
viver; quando o infeliz (…) deseja a morte e contudo conserva a vida sem a
amar, não por inclinação ou medo, mas por dever, então a sua máxima tem
conteúdo moral.

Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes

Kant apresenta três exemplos

1) Fixando um preço, o merceeiro respeita a regra moral, mas escolhe a
honestidade por interesse, não por dever

2) Temos o dever de conservar a vida e gostamos de viver. Se conservarmos
a vida por gostar de viver, fazemo-lo por inclinação e não por lhe atribuir
valor intrínseco: conservamos a vida por conformidade ao dever

3) Se perdermos a vontade de viver e desejarmos morrer mas conservarmos
a vida por dever, estamos a agir moralmente, pois a regra particular (Kant
chama-lhe máxima) que seguimos ao escolher o dever tem valor moral

Diz Kant:
Conservo a vida não por ter gosto de viver, mas porque é meu dever respeitar o princípio
universal não matarás.

A moralidade das acções resulta do cumprimento
do dever

Acção moral ou moralmente
boa (moralidade)

Acções legais ou boas
(legalidade)

A acção em conformidade com
a norma; opção do agente não
por inclinação mas por dever


Acções em conformidade
com a norma; opção do
agente por interesse (gostar
de viver), não por dever

Exemplo 3

Exemplos 1 e 2

Distinção legalidade versus moralidade

Legalidade

Carácter das acções
simplesmente boas, i.e.,
em conformidade com a
norma

Moralidade

Carácter das acções
realizadas não só em
conformidade com a
norma, mas também
por respeito ao dever

O ideal moral: tornar a vontade boa

 Quem opta é a razão; quem decide realizar a acção é vontade
(a “faculdade do querer”)

 Nós nem sempre escolhemos de acordo com a nossa
racionalidade. Porquê?

 Porque na deliberação e na decisão somos influenciados pelo
que Kant chamou as três disposições do ser humano

As três disposições do ser humano

para a
personalidade

ser racional capaz de
responsabilidade:
tornar-se pessoa

exigências auto
impostas pela razão -
desprendimento e
autonomia

para a
humanidade

ser vivo e ser
racional

influências da
sociedade e da
comunidade de
interesses

para a
animalidade

ser vivo


a natureza em
nós: inclinações
e necessidades
sensíveis
Disposição racional Disposição
sensível
Disposição
sensível

Como alcançar a vontade boa?

 O corpo e a razão não têm as mesmas
inclinações

 A vontade fica sujeita a conflitos entre disposições

 A vontade fica dividida entre o dever (motivações racionais) e
o prazer (inclinações sensíveis)

 A vontade pode escolher (é o livre-arbítrio)

 Nem sempre escolhe o dever (a moralidade)

Vontade boa

Devido aos conflitos entre as disposições a vida ética
é uma luta

Kant propõe como ideal moral o esforço para transformar a
vontade dividida e imperfeita numa vontade boa, isto é,
numa vontade que se determine a agir por dever

Só a escolha do dever por dever permite transformar a
vontade numa vontade boa

Dever e lei moral – imperativo categórico da
moralidade

O que é agir por dever?

É orientar-se pela disposição para a personalidade, e
consiste na elaboração de leis racionais a que a própria
Razão se submete (autonomia)

O dever é o respeito pela lei moral

Duas coisas enchem o meu coração de admiração: o céu
estrelado por cima de mim e a lei moral em mim.
Kant, Crítica da Razão Prática
Vincente van Gog (1853-1890), Noite estrelada
Heitor Villa Lobos,
Noite estrelada

As leis da razão e as leis da natureza
valem universalmente

As leis naturais são descritivas
– dizem como a natureza funciona


As leis morais são prescritivas (normativas)
– prescrevem um comportamento
– são incondicionais e absolutas
– são um imperativo categórico (uma ordem incondicional)

Enunciado do Imperativo Categórico

Age apenas segundo uma máxima
tal que possas, ao mesmo tempo,
querer que ela se torne lei
universal


 É uma ordem incondicional

 Impõe a acção como necessária, fim
em si mesma

Imperativo categórico

Significa que

 A regra particular (máxima) que seguimos deve poder ser
aceite por todos os seres racionais – universalização

 A universalização da máxima garante a imparcialidade e a
independência do agente em relação aos seus interesses
particulares

 A universalização da máxima torna-a acção boa (moral)

Moralidade, autonomia e dignidade
humana >>>

A opção pela moralidade permite ao indivíduo tornar-se ser
moral ou pessoa, conferindo-lhe dignidade e valor absoluto.

Diz Kant


A moralidade é a única condição que pode fazer de um ser racional um fim
em si mesmo; a moralidade, e a humanidade, enquanto capaz de moralidade,
são as únicas coisas que têm dignidade. Podemos agora explicar-nos
facilmente (pois) sucede que possamos achar simultaneamente uma certa
sublimidade e dignidade na pessoa que cumpre todos os seus deveres.
Pensar Azul, p. 114

Moralidade, autonomia e dignidade humana

Pois enquanto ela está submetida à lei moral não há nela sublimidade
alguma; mas há-a sim na medida em que ela é ao mesmo tempo
legisladora em relação a essa lei moral e só por isso lhe está subordinada.
Não é nem o medo nem a inclinação mas tão somente o respeito à lei, que
constitui o móbil [motivo] que pode dar à acção um valor moral. Só esta
vontade que nos é possível [representar] na ideia é o objecto próprio do
respeito, e a dignidade da humanidade consiste precisamente nesta
capacidade de ser legislador universal, se bem que com a condição de
estar ao mesmo tempo submetido a essa mesma legislação.
Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes

Tese defendida no texto

A vontade é digna de respeito quando se subordinar a «uma
legislação universal» que ela própria elaborou, pois:

é legisladora universal

só tem de obedecer à razão
(à lei que impõe a si mesma)

não está dependente das inclinações sensíveis
(as disposições para a animalidade e para a humanidade)

Autonomia


Kant chama autonomia à propriedade da vontade de se
constituir como a sua própria lei;

A autonomia da vontade é o princípio supremo da moralidade
e o fundamento da dignidade e do respeito devido ao ser moral
ou pessoa

Fundamento e critério de moralidade >>>

Perguntas

 qual o
fundamento da
moralidade das
acções?

 qual o critério
para avaliar a
moralidade das
acções?

Segundo Kant

O fundamento da moralidade é a
racionalidade, i.e. , a autonomia da
vontade

Isso implica:

 cumprimento do dever por dever

 independência face às disposições
sensíveis

 opção pela personalidade

Fundamento e critério de moralidade


O critério para identificar uma acção como boa é o
carácter incondicional e universalizável da máxima que
determina a escolha, ou seja, o carácter racional da lei
moral

Organograma conceptual
Ser Humano (pessoa)
fim em si mesmo
vontade boa
autonomia acção por interesse, não por dever
acção moral (por dever)
o móbil são as inclinações sensíveis
dever cumpre a lei
lei moral racional
imperativo categórico
acção legal

Disposição para a
◄ personalidade

Disposição para a
◄ humanidade ►
Disposição para a
animalidade ►

Ser Humano

Uma teoria deontológica
a ética racional de KANT
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