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Figura 2. Tipos de hifas: (A) cenocítica; (B) septada.
Os fungos, por serem aclorofilados, não podem
utilizar energia solar para sintetizar seu próprio
alimento. A substância de onde os fungos retiram
os nutrientes de que necessitam chama-se
substrato, o qual pode ser o húmus do solo, restos
de cultura, plantas vivas, etc. As hifas ramificam-
se em todas as direções no substrato, formando o
micélio.
As hifas ou micélio, quanto ao número de
núcleos, podem ser uninucleadas, binucleadas e
multinucleadas. A extremidade da hifa é a região
de crescimento. O protoplasma na extremidade da
hifa sintetiza um grande número de enzimas e
ácidos orgânicos que são difundidos no substrato.
As enzimas e ácidos quebram a celulose, amido,
açúcares, proteínas, gorduras e outros
constituintes do substrato, que são utilizados
como alimentos e energia para o crescimento do
fungo.
O crescimento do micélio de um fungo
parasita pode ser externo ou interno em relação
ao tecido hospedeiro. O micélio externo ocorre
como um denso emaranhado na superfície de
folhas, caules ou frutos, que não penetra na
epiderme dos órgãos e nutre-se através de
exsudatos (açúcares) da planta. O micélio interno
pode ser subepidérmico, quando desenvolve entre
a cutícula e as células epidermais; intercelular,
quando penetra no hospedeiro e localiza-se nos
espaços intercelulares, sem penetrar nas células,
sendo os nutrientes absorvidos através de órgãos
especiais chamados haustórios (estruturas
constituídas de células da hifa) ou diretamente por
difusão através da parede celular; ou intracelular,
quando penetra dentro da célula hospedeira,
absorvendo os nutrientes diretamente. Existem
espécies que tem capacidade de penetrar
diretamente pela superfície intacta do hospedeiro.
Estas espécies apresentam órgãos especiais,
chamados apressórios, que se fixam na superfície
do hospedeiro e no ponto de contato ocorre a
dissolução do tecido formando um pequeno orifício
(microscópico) (Fig. 3).
No processo de desenvolvimento os fungos
formam estruturas vegetativas que funcionam
como estruturas de resistência, tais como:
• Rizomorfas: estruturas macroscópicas formadas
por hifas entrelaçadas no sentido longitudinal, com
crescimento semelhante a uma raiz.
• Esclerócios: estruturas macroscópicas formados
pelo enovelamento de hifas com endurecimento do
córtex.
• Clamidosporos : estruturas microscópicas,
formadas pela diferenciação de células da hifa,
com a formação de uma parede espessa.
Todas essas estruturas permanecem em
repouso quando as condições são desfavoráveis,
entrando em atividade em condições favoráveis.
2.2. Fase Reprodutiva
Os esporos são as estruturas reprodutivas dos
fungos, constituindo a unidade propagativa da
espécie, cuja função é semelhante a de uma
semente, mas difere desta pois não contém um
embrião pré-formado.
Os esporos são produzidos em ramificações
especializadas ou tecidos do talo ou hifa chamados
esporóforos. Estes, por sua ve z, recebem
denominações de acordo com a classe do
organismo. Como exemplo temos: conidióforo nos
Deuteromicetos e esporangióforo nos Oomicetos.
O corpo de frutificação de um fungo, como
peritécios, apotécios e picnídios, dão proteção e
apoio às células esporógenas, as quais podem ser
agregadas em camadas dentro da cavidade do
corpo de frutificação ou em camadas na epiderme
do hospedeiro (Ex.: acérvulos). Nos Ascomicetos
as células esporógenas compreendem as ascas,
enquanto nos Basidiomicetos as basídias.
Os esporos são comumente unicelulares, mas
em muitas espécies podem ser divididos por
septos, formando células. Os esporos podem ser
móveis (zoosporos) ou imóveis, de paredes
espessas ou finas, hialinas ou coloridas, com
parede celular lisa ou ornamentada, as vezes com
apêndice filiforme simples ou ramificado. Em
muitas espécies de fungos, a coloração e o número
de septos dos esporos variam com a idade.
Alguns tipos de esporos e estruturas de
frutificação dos principais grupos de fungos
fitopatogênicos estão representados na Fig. 3.