Geografia - Geral e do Brasil - V1-2016.pdf

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About This Presentation

Livro didático


Slide Content

Geografia
Geral e do Brasil
João Carlos Moreira • Eustáquio de Sene
Espaço geográfico e globalização
Geografia - Ensino Médio1
Manual do
Professor
GGB_Geografia_V1_PNLD2018_Capa_AL_PR.indd 2 4/11/16 4:15 PM

Geografia - Ensino Médio
Geografia
Geral e do Brasil
João Carlos Moreira • Eustáquio de Sene
Espaço geográfico e globalização
1
João Carlos Moreira
Bacharel em Geografia pela Universidade de São Paulo
Mestre em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo
Professor de Geografia das redes pública e privada de ensino por quinze anos
Advogado (OAB/SP)
Eustáquio de Sene
Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo
Doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo
Professor de Geografia das redes pública e privada de Ensino Médio por quinze anos
Professor de Metodologia do Ensino de Geografia na Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo por cinco anos
3? edição
São Paulo • 2016
Manual do
Professor
GGB_v1_PNLD2018_001a002_iniciais.indd 1 5/20/16 8:45 AM

Diretoria editorial
Lidiane Vivaldini Olo
Gerência editorial
Luiz Tonolli
Editoria de Ciências Humanas
Heloisa Pimentel
Edição
Rosimar Alves do Rosário,
Lucas Abrami, Mariana Renó Faria (estag.)
Gerência de produção editorial
Ricardo de Gan Braga
Arte
Andréa Dellamagna (coord. de criação),
Erik TS (progr. visual de capa e miolo),
Claudio Faustino (coord.), Yong Lee Kim (edição),
Luiza Massucato (assist.) e Lima Estúdio Gráfico (diagram.)
Revisão
Hélia de Jesus Gonsaga (ger.),
Rosângela Muricy (coord.), Ana Curci, Heloísa Schiavo,
Paula Teixeira de Jesus, Patrícia Travanca,
Vanessa de Paula Santos,
Brenda Morais e Gabriela Miragaia (estagiárias)
Iconografia
Sílvio Kligin (super v.), Denise Durand Kremer (coord.),
Carlos Luvizari, Claudia Bertolazzi e Evelyn Torrecilla
(pesquisa), Cesar Wolf e Fernanda Crevin (tratamento de imagem)
Ilustrações
Allmaps, A. Robson, Cassiano Röda, Douglas Galindo,
Erika Onodera, José Rodrigues, Luis Moura, Luiz Iria,
Mario Kanno, Osni de Oliveira, Paulo Manzi e Paulo Nilson
Cartografia
Alexandre Bueno, Eric Fuzii, Julio Dian,
Loide Edelweiss Iizuka, Marcelo
Seiji Hirata e Portal de Mapas
Foto da capa: Caverna Ryusen-do, em Tohoku, Japão, 2013.
JTB Photo/Universal Images Group Editorial/Getty Images
Protótipos
Magali Prado
Direitos desta edição cedidos à Editora Scipione S.A.
Avenida das Nações Unidas, 7221, 1
o
andar, Setor D
Pinheiros – São Paulo – SP – CEP 05425-902
Tel.: 4003-3061
www.scipione.com.br / [email protected]
2016
ISBN 978 85 262 9913 9 (AL)
ISBN 978 85 262 9914 6 (PR)
Cód. da obra CL 713370
CAE 566 761 (AL) / 566 762 (PR)
3
a
edição
1
a
impressão
Impressão e acabamento
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Moreira, João Carlos
Geografia geral e do Brasil : espaço geográfico
e globalização : ensino médio / João Carlos
Moreira, Eustáquio de Sene. -- 3. ed. --
São Paulo : Scipione, 2016.
Obra em 3 v.
1. Geografia (Ensino médio) I. Sene, Eustáquio
de. II. Título.

16-02098 CDD-910.712
Índices para catálogo sistemático:
1. Geografia : Ensino médio 910.712
2
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O
s meios de comunica??o est?o cada vez mais presentes em nosso dia a dia. Com isso, rece-
bemos diariamente uma enorme quantidade de informa??es via internet, televis?o, r?dio,
jornais e revistas: crises pol?ticas e econ?micas, cat?strofes naturais, problemas socioam-
bientais, desigualdades sociais, guerras, migra??es, novas tecnologias, entre muitos outros temas.
O processo de globaliza??o tem seus alicerces ancorados na revolu??o t?cnico-cient?fica e na
moderniza??o dos sistemas de transportes e telecomunica??es, que ?encurtam? as dist?ncias e
tornam o tempo cada vez mais ?acelerado?. Dessa forma, as informa??es surgem e desaparecem de
repente. Quando come?amos a compreender determinado acontecimento, ele ? esquecido ? como
se deixasse de existir ?, e outro logo ganha destaque. Tal ? a instantaneidade dos eventos que pare-
ce n?o existir passado nem continuidade hist?rica. Por isso, muitas vezes, sentimo-nos impotentes
diante da dificuldade de compreender o que acontece no Brasil e no mundo.
Para ajud?-lo a encarar esse desafio, criamos esta cole??o. Ela foi elaborada com base no vo-
lume ?nico da obra, que j? est? no mercado desde 1998 e passou por diversas reformula??es e
atualiza??es.
O volume 1 apresenta um pouco de teoria e m?todo da Geografia, seus conceitos mais importan-
tes e um breve hist?rico da disciplina. Nele s?o abordados tamb?m os fundamentos da Cartografia,
imprescind?vel para ler e interpretar mapas, cartas, plantas e gr?ficos. S?o ainda estudados os temas
da Geografia f?sica, com destaque para a din?mica da natureza, sua rela??o com a sociedade e os
crescentes desequil?brios ecol?gicos. Esse volume ? conclu?do com o estudo da legisla??o ambiental
e das confer?ncias internacionais sobre meio ambiente.
No volume 2 s?o estudadas as diversas fases do capitalismo at? a atual etapa informacional,
marcada pela globaliza??o em suas v?rias dimens?es; as diferen?as entre os pa?ses quanto ao de-
senvolvimento humano; a ordem geopol?tica e econ?mica internacional, assim como a inser??o do
Brasil nela; e os principais conflitos armados da atualidade. S?o tamb?m abordados os processos de
industrializa??o dos pa?ses desenvolvidos e emergentes mais importantes; e, na ?ltima Unidade, o
com?rcio e os servi?os no mundo.
Fechando a cole??o, o volume 3 apresenta como principais temas o processo de industrializa??o,
a estrutura das atividades terci?rias e a evolu??o da pol?tica econ?mica no Brasil. S?o apresentadas
tamb?m a produ??o, a distribui??o e o consumo de energias renov?veis e n?o renov?veis no mundo
e no Brasil, associando-as ?s condi??es ambientais; as caracter?sticas, os movimentos migrat?rios
e a estrutura da popula??o mundial e brasileira. O volume ? conclu?do com a abordagem dos aspec-
tos mais importantes da urbaniza??o e da produ??o agropecu?ria no mundo e em nosso pa?s.
Esperamos ajud?-lo a compreender melhor o fren?tico mundo em que vivemos e auxili?-lo a
acompanhar as transforma??es que o moldam e o tornam diferente a cada dia, para que voc? possa
nele atuar como pessoa e cidad?o consciente.
Os Autores
APrESENTAçãO
3
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Sum?rio

Síntese histórica: Breve história do pensamento
geográfico ................................................ 10
1. Espaço geográfico e paisagem ......................... 12
2. Lugar ......................................................... 14
Pensando no Enem ...................................... 15
3. Território .................................................... 16
Introdução: Um pouco de teoria da Geografia
Unidade 1: Fundamentos de Cartografia
Unidade 2: Geografia física e meio ambiente
Capítulo 5: Estrutura geol?gica ............ 103
Infográfico: Teoria da formação e evolução
da Terra .................................................. 104
1. A formação da Terra .................................... 106
Pensando no Enem .................................... 108
Tipos de rocha, 109
2. Estrutura da Terra ...................................... 112
3. Deriva continental e tectônica de placas ......... 113
Infográfico: Tsunamis ................................ 120
4. As províncias geológicas .............................. 122
Atividades ................................................... 124
Capítulo 6: Estruturas e formas do relevo ... 125
1. Geomorfologia .......................................... 127
2. A classificação do relevo brasileiro ................. 130
Outras formas do relevo, 134
Pensando no Enem .................................... 136
3. O relevo submarino .................................... 137
4. Morfologia litorânea ................................... 139
Atividades ................................................... 142
Capítulo 1: Planeta Terra: coordenadas,
movimentos e fusos hor?rios ................ 27
1. Formas de orientação ................................... 29
2. Coordenadas ............................................... 31
Geogr?ficas, 31 • Alfanum?ricas, 33
3. Movimentos da Terra e estações do ano ........... 34
Infográfico: Insolação da Terra ...................... 36
4. Fusos horários ............................................ 38
Fusos hor?rios brasileiros, 41
Pensando no Enem ..................................... 43
5. Horário de verão ......................................... 44
Dialogando com as disciplinas: O horário de
verão e os relógios biológicos .......................... 46
Atividades .................................................... 48
Capítulo 2: representa??es cartogr?ficas,
escalas e proje??es ................................. 49
1. Representação cartográfica ............................ 51
Evolu??o tecnol?gica, 51 • Tipos de produtos
cartogr?ficos, 53
Pensando no Enem ..................................... 55
2. Escala e representação cartográfica ................ 56
3. Projeções cartográficas ................................ 60
Conformes, 60 • Equivalentes, 62 • Equidistantes, 63 •
Afil?ticas, 63
4. Diferentes visões do mundo .......................... 64
Atividades .................................................... 67
Capítulo 3: Mapas tem?ticos
e gr?ficos .................................................. 68
1. Cartografia temática ................................... 70
2. Gráficos .................................................... 76
Atividades .................................................... 78
Capítulo 4: Tecnologias modernas
utilizadas pela Cartografia ..................... 79
1. Sensoriamento remoto .................................. 81
Fotografia a?rea, 83 • Imagem de sat?lite, 84
2. Sistemas de posicionamento e navegação por
satélites .................................................... 86
3. Sistemas de informações geográficas .............. 88
Atividades ..................................................... 91
Vestibulares de Norte a Sul ................ 92
Caiu no Enem ...................................... 100
4. Região ....................................................... 17
5. Renovação metodológica ............................... 19
Atividades ..................................................... 21
Vestibulares de Norte a Sul ................ 22
Caiu no Enem ........................................ 25
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Capítulo 7: Solos .................................... 143
1. A forma??o do solo ..................................... 145
Fatores de forma??o dos solos, 146
2. Conserva??o dos solos ................................ 148
Fertilidade do solo, 150
Pensando no Enem ..................................... 151
Vo?orocas, 152 • Movimentos de massa, 152 • Conserva??o
dos solos em floresta, 153
Atividades ................................................... 154
Capítulo 8: Climas ................................... 155
1. Tempo e clima ........................................... 157
2. Fatores clim?ticos ...................................... 158
Latitude, 158 • Altitude, 159 • Albedo, 160 • Massas
de ar, 160 • Continentalidade e maritimidade, 161
Correntes mar?timas, 162 • Vegeta??o, 163 • Relevo, 164
3. Atributos ou elementos do clima ................... 165
Temperatura, 165 • Umidade, 165 • Press?o atmosf?rica, 168
Dialogando com as disciplinas: A F?sica por tr?s
das mudan?as clim?ticas .............................. 170
Pensando no Enem .................................... 173
4. Tipos de clima ........................................... 174
5. Climas no Brasil ......................................... 176
Atividades ................................................... 179
Capítulo 9: Os fenômenos climáticos
e a interferência humana ..................... 180
1. Interfer?ncias humanas no clima ................... 182
O efeito estufa e o aquecimento global, 182
Redu??o da camada de oz?nio, 183
Infográfico: Efeito estufa ............................ 184
Ilhas de calor, 186 • As chuvas ?cidas, 187
Pensando no Enem .................................... 189
2. Fen?menos naturais ................................... 190
Invers?o t?rmica, 190 • El Ni?o, 191
3. Principais acordos internacionais ................... 194
O Protocolo de Kyoto e o MDL, 194 • As Confer?ncias
das Partes, 196
Atividades ................................................... 197
Capítulo 10: Hidrografia ......................... 198
1. Pode faltar ?gua doce? ............................... 200
2. As ?guas subterr?neas ................................ 201
O po?o e a fossa, 203
Pensando no Enem ................................... 206
3. Redes de drenagem e bacias hidrogr?ficas ....... 207
Bacias hidrogr?ficas brasileiras, 211
Infográfico: O rompimento das barragens em
Minas Gerais ........................................... 214
Atividades ................................................... 216
Capítulo 11: Biomas e formações vegetais:
classificação e situação atual .............. 218
Infográfico: Cobertura vegetal original ......... 220
1. Principais caracter?sticas das
forma??es vegetais ......................................................... 222
Tundra, 223 • Floresta boreal (taiga), 223 • Floresta
subtropical e temperada, 223 • Floresta equatorial e tropical,
223 • Mediterr?nea, 224 • Pradarias, 224 • Estepes, 224
Deserto, 224 • Savana, 225 • Vegeta??o de altitude, 225
2. A vegeta??o e os impactos
do desmatamento ..................................... 226
3. Biomas e forma??es vegetais do Brasil ........... 230
As caracter?sticas das forma??es vegetais brasileiras, 231
Pensando no Enem ................................... 236
4. A legisla??o ambiental e as unidades de
conserva??o .............................................. 237
Hist?rico das leis ambientais brasileiras, 237 • O C?digo
Florestal, 240 • As unidades de conserva??o, 241
Pensando no Enem ................................... 243
Atividades .................................................. 244
Capítulo 12: As conferências em
defesa do meio ambiente ..................... 246
Infográfico: Evolu??o das t?cnicas de
transforma??o do espa?o geogr?fico ............. 248
1. Interfer?ncias humanas nos ecossistemas ...... 250
2. A import?ncia da quest?o ambiental .............. 251
3. A inviabilidade do modelo consumista de
desenvolvimento ....................................... 252
4. Estocolmo-72 ........................................... 254
5. O desenvolvimento sustent?vel .................... 255
Pensando no Enem .................................... 256
6. Rio-92 ...................................................... 257
7. Rio + 10 ................................................... 258
8. Rio + 20 .................................................... 259
Dialogando com as disciplinas: Terra e
propriedade .............................................. 260
Atividades .................................................. 262
Vestibulares de Norte a Sul ................. 263
Caiu no Enem .......................................... 277
Sugestões de leitura, filmes,
e sites .................................................................. 283
Bibliografia ..................................................... 287
5
GGB_v1_PNLD2018_003a005_iniciais.indd 5 5/4/16 9:44 AM

Como é fácil explicar este projeto! Lembro quando fui
ver o local. O mar, as montanhas do Rio, uma paisagem
magnífica que eu devia preservar. E subi com o edifício,
adotando a forma circular que, a meu ver, o espaço
requeria. O estudo estava pronto, e uma rampa
levando os visitantes ao museu completou
o meu projeto."
Oscar Niemeyer (1907-2012), arquiteto.
6
GGB_v1_PNLD2018_006a025_Intro.indd 6 5/4/16 9:46 AM

Elder Vieira Salles/Shutterstock/Glow Images
7
INTRODUÇÃO
Um pouco de teoria da Geografia
7
Museu de Arte Contempor?nea de Niter?i (RJ), em 2013.
O MAC de Niter?i, como ? conhecido, foi projetado por Oscar
Niemeyer e inaugurado em 1996. As impress?es do arquiteto
quando visitou o local onde o edif?cio seria erguido: ?O mar, as
montanhas do Rio, uma paisagem magn?fica que eu devia
preservar.? (leia novamente a frase completa na p?gina ao lado).
Na realidade, ele n?o preservou a paisagem que encontrou e sim
a modificou com sua obra.
GGB_v1_PNLD2018_006a025_Intro.indd 7 5/4/16 9:46 AM

A
o longo da História, o ser humano foi transformando gradativamente a na-
tureza com o objetivo de garantir a subsistência do grupo social a que per-
tencia e melhorar suas condições de vida. Com isso, o espaço geográfico foi
sendo produzido, ficando cada vez mais artificializado. Pela ação do trabalho huma-
no, novas técnicas foram desenvolvidas e gradativamente incorporadas ao território.
De um meio natural, as sociedades avançaram para um meio cada vez mais técnico,
principalmente a partir da primeira Revolução Industrial (século XVIII).
Um dos pensadores que abordam a relação, no capitalismo, entre ciência e
técnica é o filósofo alemão Jürgen Habermas. Ele mostra que, já no final do sécu-
lo XIX, no contexto da segunda Revolução Industrial, esse sistema econômico
começou a mobilizar a ciência para a criação de novas técnicas. No atual momen-
to do capitalismo, em que ocorre uma revolução técnico-científica, ou revolução
informacional, a ciência vem sendo ainda mais mobilizada para a criação de téc-
nicas de produção e de circulação cada vez mais eficientes. A incorporação dessas
técnicas ao território, com a intenção de aumentar a produtividade econômica e
acelerar a circulação por redes que abrangem o espaço nacional, regional e mundial,
produziu o que o geógrafo Milton Santos chamou de meio técnico-científico-in-
formacional. Esse conceito busca definir o meio geográfico que dá sustentação à
globalização, o atual período de expansão do capitalismo.
Oca na aldeia moikarak?, na
Terra Ind?gena Kayap?, no
munic?pio de S?o F?lix do
Xingu (PA), em 2015. Esta foto
mostra uma habita??o que,
embora constru?da com
materiais retirados
diretamente da natureza,
como troncos e palmeiras, ?
fruto do trabalho humano e
incorpora t?cnicas
construtivas pr?prias dessa
sociedade. Quando a
comparamos com pr?dios de
uma grande cidade, como
mostra a foto das p?ginas 16
e 17, percebemos que as
cidades tamb?m resultam da
transforma??o da natureza
pelo trabalho humano, por?m
com mais media??es e
incorpora??o de t?cnicas
modernas.
Renato Soares/Pulsar Imagens
Introdução8
GGB_v1_PNLD2018_006a025_Intro.indd 8 5/4/16 9:46 AM

Poucas ?reas da superf?cie terrestre ainda n?o sofreram transforma??es
antrópicas, e mesmo naquelas aparentemente intocadas, como muitas no interior
da floresta Amaz?nica ou do continente ant?rtico, o territ?rio est? delimitado e sujei-
to ? soberania nacional ou a acordos internacionais. Portanto, mesmo em um meio
natural, aparentemente intocado, existem rela??es pol?ticas e econ?micas que nem
sempre s?o vis?veis na paisagem. Al?m disso, no interior da floresta Amaz?nica (ou de
outras florestas tropicais) existem diversas sociedades ind?genas, algumas ainda iso-
ladas da sociedade moderna, que, embora vivam bastante integradas ao meio natural,
causam alguma transforma??o antr?pica, produzindo, dessa forma, seu espa?o.
Para compreender melhor as rela??es sociedade-sociedade e sociedade-natu-
reza materializadas no espa?o geogr?fico, ? importante estudar seus recortes con-
ceituais ? a paisagem, o lugar, o territ?rio e a regi?o ? e seus recortes anal?ticos ? as
escalas geogr?ficas (as escalas cartogr?ficas ser?o estudadas no Cap?tulo 2 deste
volume).
S?o esses conceitos-chave que d?o identidade ? Geografia como uma ci?ncia
humana e, ao mesmo tempo, permitem compreender o mundo sob a ?tica dessa
disciplina (veja o que diz sobre isso o ge?grafo Roberto Lobato Corrêa). ? por isso
que os par?metros curriculares do Minist?rio da Educa??o (MEC) e as propostas
curriculares das Secretarias Estaduais de Educa??o prop?em o estudo desses con-
ceitos na Geografia escolar.
Como toda ciência, a
Geografia possui
alguns conceitos-chave
capazes de sintetizar a
sua objetivação, isto é, o
ângulo específico por
meio do qual a
sociedade é analisada,
ângulo que confere à
Geografia a sua
identidade e a sua
autonomia relativa no
âmbito das ciências
sociais. Como ciência
social, a Geografia tem
como objeto de estudo a
sociedade, que, no
entanto, é objetivada via
cinco conceitos-chave
que guardam entre si
forte grau de
parentesco, pois todos
se referem à ação
humana modelando a
superfície terrestre:
paisagem, espaço,
região, lugar e
território.
Adaptado de: CORR?A,
Roberto Lobato. Espa?o, um
conceito-chave da Geografia.
In: CASTRO, In? Elias de;
GOMES, Paulo Cesar da
Costa; CORR?A, Roberto
Lobato (Org.). Geografia:
conceitos e temas.
Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 1995. p. 16.
Antrópico: do grego an-
thropos, ?homem?, como
esp?cie. ? nesse sentido
antropol?gico que utiliza-
remos o termo ?homem?
ao longo do livro. Assim,
uma transforma??o antr?-
pica na natureza ? provo-
cada pela esp?cie humana
vivendo em sociedade.
9
GGB_v1_PNLD2018_006a025_Intro.indd 9 5/4/16 9:46 AM

SÍNTESE HISTÓRICA
Breve hist?ria do pensamento geogr?fi co
D
esde a Antiguidade, muitos pensadores elabora-
ram estudos considerados geogr?ficos, embora o
conhecimento fosse disperso e desarticulado.
Passaram-se s?culos at? esse conhecimento ser organi-
zado como uma disciplina cient?fica, mas, diferentemen-
te do que muitos pensam, a Geografia escolar n?o ? de-
rivada da Geografia acad?mica. Ao contr?rio, foi a
presen?a da disciplina nos curr?culos dos sistemas de
ensino nascentes na Europa do s?culo XIX que exigiu a
cria??o de cursos universit?rios voltados para a forma-
??o de professores da escola b?sica. No Brasil, a Geogra-
fia tornou-se disciplina escolar a partir de 1837, com a
funda??o do Col?gio Pedro II, no Rio de Janeiro, e s? viria
a se tornar disciplina acad?mica quase cem anos depois,
com a cria??o da Faculdade de Filosofia, Ci?ncias e Letras
da Universidade de S?o Paulo, em 1934.
A primeira c?tedra de
Geografia foi criada na
Universidade de Berlim,
em 1825, e foi ocupada
por Karl Ritter. Em 1870
somente tr?s
universidades alem?s
ofereciam o curso de
Geografia ? Berlim,
Breslau e G?ttingen ?,
mas em 1890
praticamente todas as
universidades do pa?s
passaram a oferec?-lo.
• Fez diversas viagens
explorat?rias, entre as
quais uma para a
Am?rica do Sul e Am?rica
Central (1799-1804).

Na obra Cosmos,
composta de cinco
volumes publicados
entre 1845 e 1862 que
registram anos de
estudos geogr?ficos,
tentou fazer uma
s?ntese da parte
terrestre do Cosmos.
1769 - 1859 1779 - 1859
Alemanha Alemanha
Retrato de Alexander von
Humboldt feito por Henri Lehmann
(1814-1852), cole??o privada.
Karl Ritter, autoria
desconhecida, c. 1900.
Alexander von Humboldt Karl Ritter
• Analisaram a din?mica
dos fen?menos naturais.
• Elaboraram descri??es
de paisagens.
• Estudaram a rela??o
homem-natureza.
484 a.C. - 420 a.C.
Grécia Grécia Grécia
Busto de Her?doto no Museu
Arqueol?gico Nacional,
N?poles (It?lia).
Heródoto
63 a.C. - 24 d.C.
Ilustra??o de Estrab?o feita
em 1584 por Andre Thevet,
sacerdote e escritor franc?s.
Estrabão
275 a.C. - 194 a.C.
Busto de Erat?stenes,
em local desconhecido.
Eratóstenes
• Em sua obra Sintaxe
matemática e Geografia,
encontram-se
importantes registros
geogr?ficos, cartogr?ficos
e astron?micos. Seus
conhecimentos
ajudaram na produ??o
de mapas mais precisos,
fundamentais para a
expans?o mar?tima do
final do s?culo XV.
c. 100 - 180
Grécia
Retrato de Claudio Ptolomeu
feito por Antonio Maria Crespi
(1580-1630). Pinacoteca
Ambrosiana, Mil?o (It?lia).
Cláudio Ptolomeu
• Um dos primeiros
pensadores a se
preocupar com a
sistematiza??o do
conhecimento
geogr?fico.
• Desenvolveu reflex?es
sobre os conceitos de
espa?o e tempo.
1724 - 1804
Alemanha
Busto de Immanuel Kant feito em
m?rmore por Friedrich Hagemann
(1773-1806), Museu Hamburger
Kunsthalle, Hamburgo (Alemanha).
Immanuel Kant
The Bridgeman Art
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Veneranda Biblioteca
Ambrosiana/De Agostini/
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The Bridgeman Art
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bilwissedition/
akg-images/Latinstock
Fundadores da Geografia como ci?ncia, Humboldt e Ritter iniciaram
a sistematiza??o de seus fundamentos te?rico-metodol?gicos.
Introdu??o10
GGB_v1_PNLD2018_006a025_Intro.indd 10 5/4/16 9:46 AM

A institucionalização
da Geografia
acadêmica e escolar
Primeiro curso
acadêmico de
Geografia
A Geografia
no currículo
do Colégio Pedro II
• A Universidade de
Berlim foi criada em
1810 por Wilhelm von
Humboldt, irm?o de
Alexander von
Humboldt, e foi palco
de concorridas palestras
sobre sua obra Cosmos.
Em homenagem aos
dois, desde 1949
chama-se Universidade
Humboldt de Berlim, e o
perfil de seus rostos
aparece no s?mbolo da
institui??o.
Primeiro curso
universitário
de Geografia
em nosso país
?O Departamento de Geografia da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ci?ncias Humanas da USP tem sua
origem no ano de 3, na antiga subse??o de
Geografia e Hist?ria da Faculdade de Filosofia,
Ci?ncias e Letras. Naquele ano, o primeiro ensino
universit?rio de Geografia foi inaugurado com a
c?tedra de Geografia, sob a responsabilidade do
professor Pierre Deffontaines, que veio especialmente
da Fran?a para ocup?-la. Em 3, a c?tedra passou
para a responsabilidade do professor Pierre Monbeig.?
O Departamento de Geografia. Dispon?vel em:
<www.geografia.fflch.usp.br>. Acesso em: 3 jun. 2015.
1934
Brasil
• Um dos primeiros, no
Brasil, a defender a
renova??o cr?tica da
Geografia.
• Desenvolveu a reflex?o
te?rica da Geografia
brasileira e acabou
ganhando o pr?mio
Vautrin Lud (1994),
concedido anualmente
em reconhecimento ao
trabalho de um
eminente ge?grafo.

Sua obra A Geografia
– isso serve, em primeiro
lugar, para fazer a guerra
balan?ou as estruturas
da Geografia tradicional
ao denunci?-la como
instrumento ideol?gico
a servi?o de interesses
pol?ticos e econ?micos
dominantes. Ao mesmo
tempo, indicou
caminhos para a
renova??o cr?tica da
disciplina.
1926 - 2001 1929 -
Brasil França
Milton Santos durante
entrevista em S?o Paulo (SP),
em 2000.
Milton Santos Yves Lacoste
• Um dos principais
formuladores da Geografia.
• Definiu a Geografia como
ci?ncia humana, embora na
pr?tica a tenha tratado como
ci?ncia natural.
• Considerou a influ?ncia que
as condi??es naturais
exercem sobre a humanidade
como um objeto de estudo
da disciplina.
• Seus disc?pulos radicalizaram
suas ideias, dando origem ao
?determinismo geogr?fico?.
• Criticou o m?todo
descritivo e defendeu
que a Geografia se
preocupasse com a
rela??o homem-meio.1844 - 1904
1845 - 1918
Alemanha
França
Ratzel, autoria
desconhecida, c. 1900.
La Blache, autoria
desconhecida,
d?cada de 1910.
Friedrich Ratzel
Paul Vidal de
La Blache
Alemanha
Brasil
Europa
S?culo XIX
1825
1837
bilwissedition/
akg-images/Latinstock
Mônica Zarattini/
Agência Estado
Boyan Topaloff/Agência
France-Presse
Harlingue/Roger Viollet/
Agência France-Presse
Reprodução/Biblioteca
Nacional, Rio de Janeiro, RJ.
Kiev.Victor/Shutterstock/
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Cecilia Bastos/ Jornal da USP -
Serviço de Comunicação Social
O Imperial Col?gio Pedro II,
criado em 1837, passou a
funcionar no antigo
Semin?rio de S?o Joaquim,
no Rio de Janeiro (RJ).
Edif?cio da Universidade
Humboldt, em Berlim.
Foto de 2014.
Pr?dio do
Departamento de
Geografia da
FFLCH-USP, na Cidade
Universit?ria, em S?o
Paulo (SP), em 2015.
Um pouco de teoria da Geografia11
GGB_v1_PNLD2018_006a025_Intro.indd 11 5/4/16 9:46 AM

1 Espaço geográfico e paisagem
A paisagem ? a apar?ncia da realidade geogr?fica, aquilo que nossa percep??o
auditiva, olfativa, t?til e, principalmente, visual capta. Embora as paisagens materia-
lizem rela??es sociais, econ?micas e pol?ticas travadas entre os grupos humanos, elas
nem sempre s?o percebidas. Desvend?-las requer observa??o, percep??o e pesquisa,
sendo esse o caminho para que o espa?o produzido pelo homem seja apreendido em
sua ess?ncia. Podemos dizer, ent?o, que o espaço geográfico ? formado tanto pela
sociedade quanto pela paisagem permanentemente constru?da e reconstru?da por
ela. Reveja a foto que abre esta Introdu??o, na p?gina 7. Repare que, embora em nos-
so dia a dia a paisagem seja associada muitas vezes ? natureza, ela tamb?m expressa
a sociedade. Ou seja, a paisagem ? composta tanto de elementos culturais, constru?dos
pelo trabalho humano, quanto de elementos naturais, resultantes da a??o dos pro-
cessos da natureza. O espa?o geogr?fico materializa todos esses elementos mais as
rela??es humanas que se desenvolvem na vida em sociedade. Observe o mapa con-
ceitual na p?gina a seguir.
Para ilustrar essas rela??es e evidenciar a diferen?a entre paisagem e espa?o, Milton
Santos afirmou que, se eventualmente a humanidade fosse extinta, ter?amos o fim da
sociedade e, consequentemente, do espa?o geogr?fico, mas ainda assim a paisagem
constru?da permaneceria. Apesar de did?tica, h? um problema nessa ideia: se a huma-
nidade desaparecesse, quem chamaria a paisagem de paisagem? Perceba que o homem
desenvolve as t?cnicas, cria as coisas e tamb?m os conceitos que as definem. N?o ?
poss?vel dissociar o trabalho, o pensamento e a linguagem, que s?o caracter?sticas in-
trinsecamente humanas. Por isso, o psic?logo bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934)
afirmou em suas obras que a rela??o do homem com o mundo se d? mediada por fer-
ramentas (trabalho) e s?mbolos (linguagem). Al?m disso, caso a humanidade deixasse
de existir, com o passar do tempo as formas constru?das se degradariam pela a??o do
intemperismo e por falta de manuten??o. Ou seja, ao longo do tempo nem a paisagem
resistiria ao fim da sociedade.
Consulte o site de
Milton Santos e o do
projeto Gênesis, de
Sebastião Salgado. Veja
orientações na seção
Sugestões de leitura,
filmes e sites. Veja
também a indicação dos
filmes O mundo sem
ninguém, Eu sou a lenda
e Na natureza selvagem.
Durante a Guerra Fria,
os laborat?rios do
Pent?gono chegaram a
cogitar a produ??o de
um engenho, a bomba
de n?utrons, capaz de
aniquilar a vida
humana em uma dada
?rea, mas preservando
todas as constru??es.
O presidente Kennedy
afinal renunciou a
levar a cabo esse
projeto. Sen?o, o que
na v?spera seria ainda
o espa?o, ap?s a
temida explos?o seria
apenas paisagem. N?o
tenho melhor imagem
para mostrar a
diferen?a entre esses
dois conceitos.
Adaptado de: SANTOS, Milton.
A natureza do espaço. S?o
Paulo: Hucitec, 1996. p. 85.
Marcos Amend/Shutterstock/Glow Images
Vista a?rea de trechos da floresta
Amaz?nica e do rio Negro no Parque
Nacional de Anavilhanas (AM), 2014.
Esse parque foi criado para preservar o
arquip?lago fluvial de Anavilhanas, assim
como para permitir o estudo e a
preserva??o desse bioma. Observe que se
trata de uma paisagem natural
aparentemente intocada, mas sua pr?pria
preserva??o ? fruto da a??o humana.
12
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13
Conceitos-chave
da Geografia
paisagemsociedade
elementos
culturais da
paisagem
elementos
naturais da
paisagem
elementos
naturais
forças da
natureza
trabalho
humano
elementos
culturais
natureza
materializa-se
nos
composta
de
produzidos
pelas
produzidos
pelo
natural cultural
composto
de
em
rela??o ?
em
associa??o ?
pode ser
materializa-se
nos
composta
de
Cienpies Design/Shutterstock/Glow Images
Mapa conceitual organizado pelos autores com o software Cmap Tools,
desenvolvido pelo Institute for Human and
Machine Cognition (IHMC). Florida, Estados Unidos, 2015.
Dispon?vel em: <http://cmap.ihmc.us/>. Acesso em: 30 dez. 2015.
espaço geográfico
GGB_v1_PNLD2018_006a025_Intro.indd 13 5/4/16 9:46 AM

2 Lugar
As pessoas vivem no lugar, por isso esse conceito ? o ponto de partida para a
compreens?o do espa?o geogr?fico em escala nacional, regional ou mundial. ? no
lugar que as pessoas se relacionam, estabelecendo la?os afetivos com parentes,
amigos, colegas, vizinhos e tamb?m com a paisagem. ? no lugar que s?o constru?das
as rela??es de coopera??o, embora tamb?m as de conflito. ? nele, portanto, que
constru?mos nossa identidade cultural e socioespacial.
Para compreender o espa?o geogr?fico e os conceitos dele desdobrados, preci-
samos entender as rela??es sociais e as marcas deixadas pelos grupos humanos na
paisagem dos lugares. A rigor, precisamos entender as rela??es pr?prias da nature-
za, as rela??es pr?prias da sociedade e, de forma integrada, as rela??es entre a
sociedade e a natureza. ? a isso que a Geografia, como ci?ncia, se dedica, e ? por
isso que estudamos essa disciplina na escola.
? interessante perceber que a compreens?o do espa?o geogr?fico e de seus
recortes conceituais tamb?m implica trabalhar com os recortes anal?ticos, isto ?,
com a no??o de escala geográfica. Observe o mapa conceitual na p?gina 18 e per-
ceba que na compreens?o socioespacial h? uma correla??o entre os recortes
conceituais e os anal?ticos. Assim, as escalas geográficas podem ser:
• local: exige a operacionaliza??o do conceito de lugar, associado ao conceito de
paisagem;
• nacional: implica a operacionaliza??o do conceito de territ?rio controlado pelo
Estado-na??o, que pode ser trabalhado tamb?m nas esferas estadual ou provincial
e municipal;
• regional: demanda trabalhar com o conceito de regi?o em extens?es vari?veis em
termos de ?rea;
• mundial: abrange todo o globo terrestre; por isso, tamb?m ? chamada de esca-
la global, pois permite an?lises socioespaciais bastante panor?micas e integradas.
Festa do Bode Rei realizada em
Cabaceiras (PB), em 2013. Essa
cidade do Sert?o do Cariri foi
cen?rio de mais de trinta
filmes, miniss?ries e novelas
? entre os quais O Auto da
Compadecida ?, por isso ficou
conhecida como ?Roli?de
Nordestina? (veja mat?ria em:
<http://g1.globo.com/
jornal-nacional/
noticia/2013/12/roliude-
nordestina-atrai-diretores-de-
cinema-por-causa-do-clima.
html>. Acesso em: 4 set. 2015).
Cabaceiras ? um exemplo de
lugar que mescla elementos
locais, como a festa em
homenagem ao bode,
importante cria??o local, e
elementos globais, como a
refer?ncia a Hollywood,
Calif?rnia (Estados Unidos),
em virtude da voca??o
cinematogr?fica da cidade.
Taiguara Rangel/Globo Comunicação e Participações S.A.
Introdução14
GGB_v1_PNLD2018_006a025_Intro.indd 14 5/4/16 9:46 AM

Pensando no Enem
parentesco, amizade, trabalho, etc. ?, mas tamb?m pela
rela??o subjetiva que cada um constr?i com a paisagem
local. Essa rela??o das pessoas com o lugar e sua paisa-
gem, principalmente em momentos de festas e comemo-
ra??es, garante o sentimento de pertencimento a que se
refere o ge?grafo franc?s Paul Claval. Por isso, ? importan-
te pensar que a paisagem n?o ? apreendida apenas pela
vis?o, embora este seja o principal sentido a apreend?-la.
Quem, por exemplo, j? n?o criou alguma liga??o com a
paisagem de um lugar pela contempla??o de uma vista
que lhe agrada, pelo cheiro do perfume de alguma flor
desse lugar, pelo canto de um p?ssaro, pela sirene de uma
f?brica ou ainda pela emo??o de uma festa? Ou seja, a
paisagem, assim como o lugar do qual ela ? parte, possui
uma dimens?o concreta, feita pela natureza ou pelo tra-
balho humano, e uma dimens?o simb?lica, feita de per-
cep??o individual, de subjetividade. Assim, cada pessoa
percebe e vivencia a paisagem de um modo particular.
Portanto, a resposta correta ? a alternativa E.
Esta quest?o trabalha com a Compet?ncia de ?rea 1 ?
Compreender os elementos culturais que constituem as
identidades e, entre outras habilidades, com a de ?rea
H5 ? Identificar as manifesta??es ou representa??es da
diversidade do patrim?nio cultural e art?stico em dife-
rentes sociedades.
No texto é apresentada uma forma de integração da pai-
sagem geográfica com a vida social. Nesse sentido, a pai-
sagem, além de existir como forma concreta, apresenta
uma dimensão
a) política de apropriação efetiva do espaço.
b) econômica de uso de recursos do espaço.
c) privada de limitação sobre a utilização do espaço.
d) natural de composição por elementos físicos do espaço.
e) simbólica de relação subjetiva do indivíduo com o espaço.
Resolução
A quest?o exige a compreens?o de um conceito-chave da
Geografia ? a paisagem ?, assim como sua percep??o, sua
viv?ncia. Como vimos, o lugar, que ? um recorte do espa?o
geogr?fico, ? feito de suas rela??es sociais e sua paisa-
gem. Assim, o v?nculo das pessoas com um lugar ? cons-
tru?do n?o apenas pelas rela??es sociais estabelecidas ?
Thomaz Vita Neto/Pulsar Imagens
Cavalhadas de Piren?polis (GO), em 2012. Essa
festa de origem portuguesa ? uma encena??o
ao ar livre das batalhas entre mouros e
crist?os (saiba mais em:
<www.pirenopolis.tur.br/cultura/folclore/
festa-do-divino/cavalhadas/a-encenacao-das-
cavalhadas>. Acesso em: 4 set. 2015).
Este ? um bom exemplo da integra??o da
paisagem geogr?fica com a vida social e a
hist?ria, criando identidades e sentido de
pertencimento a um lugar, tema tratado pela
quest?o do Enem.
Thomaz Vita Neto/Pulsar Imagens
Cavalhadas de Piren?polis (GO), em 2012. Essa
festa de origem portuguesa ? uma encena??o
festa-do-divino/cavalhadas/a-encenacao-das-
pertencimento a um lugar, tema tratado pela
Portadora de memória, a paisagem ajuda a construir
os sentimentos de pertencimento; ela cria uma
atmosfera que convém aos momentos fortes da
vida, às festas, às comemorações.
CLAVAL, P. Terra dos homens: a Geografia.
S?o Paulo: Contexto, 2010 (adaptado).
15
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3 Territ—rio
A rela??o entre o Estado e o espaço ? central na obra Antropogeografia, a mais
importante de Friedrich Ratzel. Segundo ele, a partir do momento em que uma
sociedade se organiza para defender um territ?rio, transforma-se em Estado. Da? se
depreende que o território ? o recorte do espa?o geogr?fico sob o controle de um
poder institu?do ? o Estado nacional e suas esferas subnacionais. Por?m, h? situa??es
em que outros agentes podem controlar um territ?rio, por exemplo, um grupo ter-
rorista ou de narcotraficantes, muitas vezes, em disputa com um Estado legalmen-
te constitu?do.
Ao criticar o m?todo descritivo e defender que a Geografia se preocupasse com
a rela??o homem-meio, posicionando o ser humano como agente que sofre influ?ncia
da natureza e que tamb?m age sobre ela, transformando-a, Paul Vidal de La Blache
inaugurava uma corrente te?rica conhecida como ?possibilismo?, em contraposi??o
ao ?determinismo?. Ambas foram influenciadas pelo positivismo e posteriormente
rotuladas de ?Geografia tradicional?. A Geografia lablachiana, embora tenha avan-
?ado em rela??o ? vis?o naturalista de Ratzel, n?o rompeu totalmente com ela;
continuou sendo uma ci?ncia dos lugares, n?o dos homens, empenhada em descre-
ver os aspectos vis?veis da realidade.
Assim, at? meados do s?culo XX, a maioria dos ge?grafos limitava-se a descrever
as caracter?sticas f?sicas, humanas e econ?micas das diversas forma??es socioespaciais,
procurando estabelecer compara??es e diferencia??es entre elas; e era assim que a
Geografia aparecia nos materiais did?ticos. Nesse per?odo, desenvolveu-se a Geogra-
fia regional, fortemente influenciada pela escola francesa, e o conceito de regi?o ga-
nhou import?ncia na an?lise geogr?fica.
A sociedade que
consideramos, seja
grande ou pequena,
desejar? sempre
manter sobretudo a
posse do territ?rio
sobre o qual e gra?as
ao qual ela vive.
Quando esta
sociedade se organiza
com esse objetivo, ela
se transforma em
Estado.
RATZEL, Friedrich. Geografia
do homem (antropogeogra-
fia). In: MORAES, Antonio
Carlos R. Ratzel. S?o Paulo:
?tica, 1990. p. 76.
Pr?dios no bairro de Shinjuku, T?quio (Jap?o), em 2015.
Ao fundo, o monte Fuji, o mais alto do territ?rio japon?s.
Localizado a cerca de 100 km a sudoeste da capital, pode
ser visto em dias claros.
Observe que nesta paisagem aparecem elementos
culturais e naturais. Metr?poles, como T?quio, n?o s?o
propriamente um lugar, e sim um conjunto de lugares
nos quais a viv?ncia di?ria ? fragmentada.
Dialogando
com filosofia
Positivismo: corrente filo-
s?fica criada pelo franc?s
Auguste Comte (1798-
-1857). Valoriza apenas a
verdade positiva, isto ?,
concreta, objetiva. Na bus-
ca de leis que expliquem a
realidade, prop?em a ob-
serva??o e a pesquisa em-
p?rica. H? uma separa??o
entre sujeito e objeto.
16
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4 Região
Em Geografia, a região pode ser conceituada como uma de-
terminada área da superfície terrestre, com extensão variável,
que apresenta características próprias e particulares que a di-
ferenciam das demais. Desde então o conceito de região ficou
associado à categoria particularidade e pode ser definido por
diversos critérios. A região pode ser natural, quando o critério
de distinção é a paisagem natural, ou geográfica, se
a diferenciação for econômica, política, social ou
cultural. No passado as regiões eram relativa-
mente isoladas, e os estudos de Geografia re-
gional eram dominantes. Atualmente, com o
avanço da globalização e da sociedade informacional,
em um mundo organizado em redes, as regiões se moderniza-
ram e estabelecem cada vez mais relações entre si – as conexões
aumentaram significativamente –, o que tem reduzido o isola-
mento e a diferenciação entre elas.
Embora tenha um importante papel no desenvolvimento da ciência geográfica,
a Geografia tradicional nos legou um ensino escolar centrado na memorização.
Essa estrutura perdurou até a segunda metade do século XX, quando a descrição
das paisagens, com seus fenômenos naturais e sociais, passou a ser realizada de
forma mais eficiente e atraente pela televisão. A partir daí, os geógrafos foram
obrigados a buscar novos objetos de estudo que permitissem à Geografia sobrevi-
ver como disciplina escolar no ensino básico e como ramificação das ciências huma-
nas em nível universitário.
Região do Triângulo Mineiro (MG)
Uma região geográfica
tanto pode ser maior que
o território de um Estado
nacional, como a área
abrangida pelos territórios
dos países da América
Latina, como pode ser
menor que este, como
mostra o mapa.
Banco de imagens/Arquivo da editora
terminada área da superfície terrestre, com extensão variável,
ram e estabelecem cada vez mais relações entre si – as conexões
terminada área da superfície terrestre, com extensão variável,
que apresenta características próprias e particulares que a di-
ferenciam das demais. Desde então o conceito de região ficou
e pode ser definido por
, quando o critério
, se
avanço da globalização e da sociedade informacional,
em um mundo organizado em redes, as regiões se moderniza-
ram e estabelecem cada vez mais relações entre si – as conexões
terminada área da superfície terrestre, com extensão variável,
que apresenta características próprias e particulares que a di-
ferenciam das demais. Desde então o conceito de região ficou
e pode ser definido por
, quando o critério
, se
avanço da globalização e da sociedade informacional,
em um mundo organizado em redes, as regiões se moderniza-
ram e estabelecem cada vez mais relações entre si – as conexões
Organizado pelos autores.
jiratto/Shutterstock/Glow Images
Triângulo Mineiro
0 165 330
km
17
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meio geográfico
território
lugar região
Mapa conceitual organizado pelos autores com o software Cmap Tools, desenvolvido pelo Institute for Human and Machine
Cognition (IHMC). Fl?rida, Estados Unidos, 2015. Dispon?vel em: <http://cmap.ihmc.us>. Acesso em: 30 dez. 2015.
Conceitos-chave
da Geografia
espaço geográfico
escalas
geográficas
relações
sociais
paisagens
paisagem
natural
meio
natural
meio técnico-
-científico-
-informacional
paisagem
cultural
crit?rio
composto
de
natural geográfica
analisado/
vivenciado por
local regional
crit?rio
nacionalabriga pode ser
abriga
Estado
nacional
outros
agentes
sob o
poder do(s)
em disputa
com
meio
técnico
incorpora??o
de t?cnica
incorpora??o de
ci?ncia e t?cnica
18
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5 Renova•‹o metodol—gica
Como vimos, durante anos a Geografia foi influenciada pelo positivismo, mas
ap?s a Segunda Guerra Mundial come?ou uma renova??o te?rico-metodol?gica que
atingiu inicialmente a Geografia acad?mica e depois teve desdobramentos na
Geografia escolar. Uma vertente cr?tica da renova??o foi influenciada pelo marxis-
mo, e outra, conservadora, pelo neopositivismo.
A vertente marxista da renova??o teve como um dos pioneiros o ge?grafo fran-
c?s Yves Lacoste, que em 1976 publicou A Geografia: isso serve, em primeiro lugar,
para fazer a guerra. Nesse livro, ele denunciou a exist?ncia da ?Geografia dos Esta-
dos-maiores? ? a servi?o do Estado e do capital, ou seja, a Geopolítica ? e da ?Geo-
grafia dos professores? ? ensinada nas salas de aula de universidades e escolas b?-
sicas e materializada em trabalhos acad?micos e manuais did?ticos.
Segundo Lacoste, a Geografia dos professores acabava servindo para
mascarar o papel da Geopol?tica e seus v?nculos com os poderosos, com
os interesses dominantes. No Brasil, um dos pioneiros nesse processo de
renova??o cr?tica foi o ge?grafo Milton Santos, principalmente com uma
de suas primeiras obras: Por uma Geografia nova, lan?ada em 1978. Veja
imagem abaixo.
Enquanto a renova??o na Fran?a e no Brasil teve forte influ?ncia do
pensamento de esquerda, sobretudo do marxismo (na Alemanha a maior
influ?ncia veio de pensadores neomarxistas), nos Estados Unidos e no
Reino Unido a contraposi??o ? corrente tradicional foi a Geografia prag-
m?tica ou quantitativa. Essa vertente da renova??o, orientada metodo-
logicamente pelo neopositivismo, condenava o atraso tecnol?gico da
Geografia tradicional, passando a utilizar sistemas matem?ticos e com-
putacionais na interpreta??o do espa?o geogr?fico. Essa corrente tecni-
cista e utilitarista, que em geral mascarava os conflitos e as contradi??es
sociais denunciados pelos ge?grafos cr?ticos, era uma perspectiva con-
servadora, a servi?o da manuten??o do status quo (do latim, ?atual esta-
do das coisas?).
Obtenha mais
informações sobre o livro
A Geografia: isso serve, em
primeiro lugar, para fazer
a guerra na seção
Sugestões de leitura,
filmes e sites.
Marxismo: corrente filos?fica fundada
pelo alem?o Karl Marx (1818-1883).
Como m?todo de interpreta??o, tendo
se baseado sobretudo nas categorias
?materialismo hist?rico? e ?luta de clas-
ses?, por meio das quais enfatizava a
determina??o material da exist?ncia
humana e a necessidade da revolu??o
como via de transforma??o social, in-
fluenciou a Revolu??o Russa de 1917.
Com o tempo se constitu?ram correntes
neomarxistas que buscaram atualizar o
pensamento de Marx, como a teoria
cr?tica, fundada na d?cada de 1930 pelo
fil?sofo alem?o Max Horkheimer (1895-
-1973) e que ficou mais conhecida como
?Escola de Frankfurt?. O principal her-
deiro dessa corrente de pensamento ?
o fil?sofo J?rgen Habermas (1929-).
Neopositivismo: no in?cio do s?culo XX,
um grupo de fil?sofos austr?acos conhe-
cido como ?C?rculo de Viena?, sob a lide-
ran?a de Rudolf Carnap (1891-1970),
buscou ir al?m das propostas de Comte
e prop?s a verifica??o emp?rica e o for-
malismo l?gico como base da ci?ncia.
Na tentativa de unificar as ci?ncias na-
turais e humanas com base na lingua-
gem da F?sica, desenvolveu o empirismo
l?gico, m?todo tamb?m chamado de
positivismo l?gico ou neopositivismo.
Reprodução/Editora Edusp
Reprodução/Editora Papirus
Reprodução/Editora Edusp
Reprodução/Editora Papirus
Ao lado, dois livros de
autores que
contribu?ram para a
divulga??o de conceitos
relacionados ? Geografia
e seu ensino a partir da
d?cada de 1970.
Dialogando
com filosofia
Um pouco de teoria da Geografia19
GGB_v1_PNLD2018_006a025_Intro.indd 19 5/4/16 9:47 AM

O fim da Uni?o Sovi?tica e do socialismo real reduziu a influ?ncia do marxismo
nas ci?ncias humanas, abrindo caminho para a amplia??o da influ?ncia de outras
correntes filos?ficas na Geografia, como a fenomenologia, aumentando o leque
da renova??o te?rico-metodol?gica da disciplina.
Atualmente, consolida-se a certeza de que a Geografia ? uma disciplina funda-
mental para a compreens?o do mundo contempor?neo, de seu meio geogr?fico e
de seus problemas sociais, econ?micos e ambientais. Mais do que tudo, ? uma dis-
ciplina crucial para a forma??o de cidad?os conscientes e trabalhadores mais bem
preparados para a sociedade do conhecimento.
Como vimos, cabe ? Geografia ? acad?mica e escolar ? compreender as rela??es
pr?prias da natureza, as rela??es pr?prias da sociedade e, de forma mais abran-
gente e integrada, as rela??es entre a sociedade e a natureza e suas consequ?ncias
socioambientais. Isso se d?, como vimos, por meio de seus pr?prios conceitos e,
em uma perspectiva interdisciplinar, tamb?m de muitos conceitos emprestados
de outras disciplinas: Filosofia, Hist?ria, Sociologia, Economia, Ci?ncia Pol?tica,
Antropologia, Ecologia, F?sica, etc., como veremos ao longo deste livro.
Fenomenologia: corrente
filos?fica desenvolvida pelo
alem?o Edmund Husserl
(1859-1938). Esse m?todo
de interpreta??o valoriza o
sujeito e busca apreender
a ess?ncia dos fen?menos
por meio da consci?ncia e
da viv?ncia; contrapondo-
-se ao neopositivismo, va-
loriza a intui??o, a percep-
??o e a subjetividade. A
ado??o por muitos ge?-
grafos dessa corrente filo-
s?fica, junto de outras,
como o existencialismo,
caracterizou a chamada
Geografia humanista.
Dialogando
com filosofia
Orientados pela professora, estudantes exploram aparelho que simula os movimentos de transla??o e de rota??o da Terra,
fundamentais para compreender, respectivamente, a sucess?o das esta??es do ano e de dias e noites, como veremos no pr?ximo
cap?tulo. Escola Estadual Professora Leila Mara Avelino, em Sumar? (SP), em 2014.
João Prudente/Pulsar Imagens
Introdução20
GGB_v1_PNLD2018_006a025_Intro.indd 20 5/4/16 9:47 AM

Compreendendo conteúdos
1. Observe o mapa conceitual da p?gina 13 e defina com suas palavras os conceitos de paisagem e espa?o geogr?fico
apontando suas diferen?as e converg?ncias.
2. Observe o mapa conceitual da p?gina 18 e defina com suas palavras os conceitos de lugar, territ?rio e regi?o. D? um
exemplo de cada.
3. Com base no que voc? estudou na Introdu??o, explique o significado de escala geogr?fica.
Desenvolvendo habilidades
4. Com a orienta??o do(a) professor(a), re?na-se em grupos para o desenvolvimento das duas atividades a seguir.
Primeiro, fa?am cada uma delas sozinhos e, depois, discutam com os colegas do grupo a fim de encontrar conver-
g?ncias ou diverg?ncias em suas respostas. Para finalizar, fa?am os ajustes que julgarem necess?rios.
Agora, observem a foto das p?ginas 16 e 17 e leiam, a seguir, o trecho extra?do do livro A natureza do espaço, de
Milton Santos. Aproveitem e releiam o trecho do mesmo livro na p?gina 12.
Atividades
atenção!
Não escreva no seu livro!
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
a) Como o autor distinguiu os conceitos de espa?o geogr?fico e paisagem?
b) A foto das p?ginas 16 e 17 retrata uma paisagem e tamb?m um espa?o geogr?fico. Que elementos indicam isso?
5. Leia, a seguir, um trecho do livro O lugar no/do mundo, de Ana Fani, professora do Departamento de Geografia da
FFLCH-USP. Observe a imagem abaixo e, em seguida, responda ?s quest?es.
Pessoas reunidas no
distrito de Vale V?neto,
munic?pio de S?o Jo?o
Pol?sine (RS), durante
a realiza??o da XXX
Semana Cultural
Italiana de Vale V?neto,
em 2015.
a) Com base na leitura do texto e na observa??o da imagem, como o conceito de lugar pode ser entendido?
b) Por que, segundo a autora, uma metr?pole n?o pode ser considerada um lugar?
c) Como ? o lugar onde voc?s vivem? O que est? bom e o que pode ser melhorado? Discutam atitudes coletivas
que podem melhorar a vida da comunidade do lugar.
Paisagem e espaço não são sinônimos. A paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que
representam as sucessivas relações localizadas entre homem e natureza. O espaço são essas formas mais a vida que as anima.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço. S?o Paulo: Hucitec, 1996. p. 83.
O lugar é a base da reprodução da vida e pode ser analisado pela tríade habitante-identidade-lugar. A cidade, por exemplo,
produz-se e revela-se no plano da vida e do indivíduo. Este plano é aquele do local. As relações que os indivíduos mantêm
com os espaços habitados se exprimem todos os dias nos modos do uso, nas condições mais banais, no secundário, no
acidental. É o espaço passível de ser sentido, pensado, apropriado e vivido através do corpo.
Como o homem percebe o mundo? É através de seu corpo, de seus sentidos que ele constrói e se apropria do espaço e do mundo.
O lugar e a porção do espaço apropriável para a vida – apropriada através do corpo, dos sentidos, dos passos de seus
moradores –, é o bairro, é a praça, é a rua, e nesse sentido poderíamos afirmar que não seria jamais a metrópole ou mesmo a
cidade lato sensu, a menos que seja a pequena vila ou cidade – vivida/conhecida/reconhecida em todos os cantos.
Adaptado de: CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. S?o Paulo: FFLCH, 2007. p. 17-18.
21
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1. NE (UFBA)
Testes
Introdução22
Vestibulares de Norte a Sul
Em rela??o ao estudo da Geografia ? considerando-se
suas peculiaridades conceituais e suas abordagens
direcionadas para os vetores sociedade-natureza ?,
pode-se afirmar:
(01) A Geografia ? uma ci?ncia peculiar, pois, ? luz do
presente, procura desvendar e reconstituir o pas-
sado das condi??es f?sicas originais de uma de-
terminada regi?o, estabelecendo, assim, diversas
analogias entre fatos e fen?menos estruturais
diferentes numa mesma localidade.
(02) O conceito de espa?o geogr?fico abrange, na reali-
dade, tudo que o homem imprime na natureza ao
longo do tempo, deixando marcas do seu trabalho
e da sua cultura, modifica??es permanentes que
v?o criando uma nova imagem das regi?es.
(04) A paisagem geogr?fica constitui a express?o do
jogo de rela??es entre os processos end?genos e
ex?genos, acrescidos dos culturais, ou seja, re?ne
uma s?rie de elementos naturais, humanizados
e artificiais, que se encontram em diferentes es-
t?gios de transforma??o.
(08) A localiza??o ? um dos princ?pios b?sicos da
Geografia, que permite deduzir que duas cida-
des posicionadas na mesma faixa zonal neces-
sariamente n?o se encontram em latitudes e
hemisf?rios semelhantes, podendo estar situa-
das, simultaneamente, em dom?nios naturais
opostos.
(16) O conceito de ?territ?rio?, sob o prisma geogr?fi-
co, est? ligado ?s rela??es de poder, ou seja, ?que-
les aspectos relacionados, entre outros, ? pol?tica,
enquanto o conceito de ?lugar? corresponde a
uma fra??o do espa?o, onde se vive o cotidiano e
se cria uma identidade.
(32) Os atuais avan?os tecnol?gicos alcan?ados pelas
novas geotecnologias ? entre as quais o monito-
ramento por imagens de sat?lites e o geoprocessa-
mento ? possibilitam aos pa?ses do hemisf?rio
norte prever e controlar a extens?o dos estragos
provocados pelas grandes cat?strofes naturais.
(64) A concep??o de ?natureza?, na abordagem geo-
gr?fica contempor?nea, assume uma posi??o
privilegiada, como agente determinante inexor?-
vel da vida, ou seja, todos os mecanismos gera-
dores do ambiente s?o respons?veis pela adap-
ta??o, ou n?o, do homem a uma regi?o.
2. SE (UFU-MG) A Geografia se expressou e se expressa
a partir de um conjunto de conceitos que, por vezes,
s?o considerados erroneamente como equivalentes,
a exemplo do uso do conceito de espa?o geogr?fico
como equivalente ao de paisagem, entre outros.
Considerando os conceitos de espa?o geogr?fico, pai-
sagem, territ?rio e lugar, assinale a alternativa incor-
reta.
a) A paisagem geogr?fica ? a parte vis?vel do espa?o
e pode ser descrita a partir dos elementos ou dos
objetos que a comp?em. A paisagem ? formada
apenas por elementos naturais; quando os ele-
mentos humanos e sociais passam a integrar a
paisagem, ela se torna sin?nimo de espa?o geo
-
gr?fico.
b) O espa?o geogr?fico ? (re)constru?do pelas socieda-
des humanas ao longo do tempo, atrav?s do traba-
lho. Para tanto, as sociedades utilizam t?cnicas de
que disp?em segundo o momento hist?rico que
vivem, suas cren?as e valores, normas e interesses
econ?micos. Assim, pode-se afirmar que o espa?o
geogr?fico ? um produto social e hist?rico.
c) O lugar ? concebido como uma forma de tratamen-
to geogr?fico do mundo vivido, pois ? a parte do
espa?o onde vivemos, ou seja, ? o espa?o onde mo-
ramos, trabalhamos e estudamos, onde estabele-
cemos v?nculos afetivos.
d) Historicamente, a concep??o de territ?rio associa-se
? ideia de natureza e sociedade configuradas por
um limite de extens?o do poder. A categoria terri-
t?rio possui uma rela??o estreita com a de paisa-
gem e pode ser considerada como um conjunto de
paisagens contido pelos limites pol?ticos e adminis-
trativos de uma cidade, estado ou pa?s.
Reprodução/Prova UFBA
atenção!
Não escreva no seu livro!
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Um pouco de teoria da Geografia23
3. S (UFRGS-RS) Leia a letra da can??o Ora bolas, de Pau-
lo Tatit e Edith Derdyk.
Oi, oi, oi,
Olha aquela bola,
A bola pula bem no pé,
No pé do menino.
Esse menino é meu vizinho.
Onde ele mora?
Mora lá naquela casa.
Onde está a casa?
A casa tá na rua.
Onde está a rua?
Tá dentro da cidade.
Onde está a cidade?
Tá do lado da floresta.
Onde é a floresta?
A floresta é no Brasil.
Onde está o Brasil?
Tá na América do Sul,
No continente Americano cercado de oceano
E das terras mais distantes,
De todo o planeta.
E como que é o planeta?
O planeta é uma bola,
Que rebola lá no céu.
Oi, oi, oi,
Olha aquela bola.
TATIT, Paulo. Ora bolas. Canções de brincar.
S?o Paulo: Palavra Cantada, 1996. 1 CD-ROM.
A can??o aborda uma tem?tica importante para com-
preender a produ??o do espa?o geogr?fico e essa te-
m?tica pode ser definida como
a) migra??o intraurbana.
b) diferentes n?veis de escala geogr?fica.
c) transforma??es na paisagem natural.
d) forma??o do espa?o urbano.
e) integra??o econ?mica no continente americano.
4. SE (UFSJ-MG)
A materialidade artificial pode ser datada, exatamente,
por intermédio das técnicas: técnicas da produção, do
transporte, da comunicação, do dinheiro, do controle, da
política e, também, técnicas da sociabilidade e da subjeti-
vidade. As técnicas são um fenômeno histórico. Por isso, é
possível identificar o momento de sua origem. Essa datação
é tanto possível à escala de um lugar quanto à escala do
mundo. Ela é também possível à escala de um país, ao con-
siderarmos o território nacional como um conjunto de
lugares.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço. S?o Paulo:
Hucitec, 1996. p. 46.
A partir do texto citado, ? correto afirmar que
a) a escala matem?tica permite a compreens?o dos
espa?os nas escalas do lugar, da regi?o, do territ?rio
nacional bem como estas se articulam.
b) o espa?o possui m?ltiplas dimens?es e a com-
preens?o dos fen?menos espaciais requer um estu-
do que considere as diferentes escalas geogr?ficas.
c) os fen?menos mundiais se sobrep?em e definem
a cultura do lugar, que, com a globaliza??o, perdeu
sua import?ncia.
d) as paisagens humanas que comp?em o territ?rio,
em uma sociedade globalizada, tendem a inviabili-
zar os fluxos de ideias, pessoas e mercadorias.
5. S (UEM-PR) Espa?o, lugar, territ?rio e paisagem cons-
tituem conceitos dos estudos geogr?ficos. Sobre o
significado desses termos para a Geografia, assinale
o que for correto.
01) O territ?rio constitui para a Geografia apenas o
dom?nio pol?tico de um Estado dentro de um de-
terminado espa?o geogr?fico. Territ?rio e espa?o,
portanto, t?m exatamente o mesmo significado.
02) O espa?o geogr?fico, ou simplesmente espa?o, ?
analisado levando em conta os lugares, as regi?es,
os territ?rios e as paisagens.
04) Tudo aquilo que vemos e que nossa vis?o alcan-
?a ? a paisagem. A dimens?o da paisagem ? a
dimens?o da percep??o, o que chega aos nossos
sentidos.
08) A paisagem ? o conjunto das formas constru?das
pelo homem moderno em fun??o de recursos
tecnol?gicos. O espa?o ? composto por essas
formas e pela vida que as anima. Portanto, pai-
sagem e espa?o s?o sin?nimos, t?m o mesmo
significado.
16) O lugar ? um espa?o produzido ao longo de um
determinado tempo. Apresenta singularidades, ?
carregado de simbolismo e agrega ideias e senti-
dos produzidos por aqueles que o habitam.
6. SE (Unimontes-MG) Considerando as rela??es de
afetividade e identidade que as pessoas passam
a estabelecer atrav?s de viv?ncias e v?nculos cria-
dos, os Par?metros Curriculares Nacionais (1998)
entendem que essa categoria geogr?fica permite
que ocorra a comunica??o entre o homem e o
mundo. O texto faz refer?ncia a qual categoria
geogr?fica?
a) Lugar.
b) Regi?o.
c) Territ?rio.
d) Espa?o.
GGB_v1_PNLD2018_006a025_Intro.indd 23 5/4/16 9:47 AM

7. NE (UEPB) A figura mostra o muro que separa o Mé-
xico dos Estados Unidos nas proximidades de Tijuana.
Assinale a alternativa que traz a categoria geográfica
que melhor explica a presença desse elemento de se-
paração entre os dois países.
a) Paisagem, por ser um elemento geográfico que es-
tá ao alcance visual da população desses países.
b) Espaço, pois explica as relações sociedade/natureza
e as contradições presentes na construção históri-
ca desses dois países.
c) Território, pois estabelece a linha divisória de apro-
priação e delimitação dos poderes entre duas na-
ções.
d) Lugar, pois representa o zelo e a necessidade de
preservação do povo americano pelo país ao qual
pertence, vive suas relações cotidianas e dedica o
sentimento patriótico.
e) Região, pois a cidade de Tijuana é o mais importan-
te centro metropolitano de influência na região de
fronteira entre o México e os Estados Unidos.
8. SE (Unesp-SP) Observe as figuras.
Questão
Adaptado de: GIOMETTI, Anal?cia et al. (Org.). Pedagogia cidadã: ensino de Geografia. 2006.
Passado Presente
Imagens: Reprodução/Unesp-SP, 2007.
Faça uma análise espaço-temporal da paisagem, identificando quatro transformações feitas pelo homem.
Foto dispon?vel em:
<http://dignidaderebelde.blogspot.
com/2009/03/o-muro-da-vergonha.html>.
Acesso em: 29 jul. 2014.
Reprodução/UEPB-PB, 2010.
atenção!
Não escreva no seu livro!
24Introdução
GGB_v1_PNLD2018_006a025_Intro.indd 24 5/4/16 9:47 AM

Caiu no Enem
1. No dia 1
o
de julho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro
tornou-se a primeira do mundo a receber o t?tulo da
Unesco de Patrim?nio Mundial como Paisagem Cultural.
A candidatura, apresentada pelo Instituto do Patrim?nio
Hist?rico e Art?stico Nacional (Iphan), foi aprovada duran-
te a 36
a
Sess?o do Comit? do Patrim?nio Mundial.
O presidente do Iphan explicou que ?a paisagem carioca
? a imagem mais expl?cita do que podemos chamar de civi-
liza??o brasileira, com sua originalidade, desafios, contradi-
??es e possibilidades?. A partir de agora, os locais da cidade
valorizados com o t?tulo da Unesco ser?o alvo de a??es in-
tegradas visando ? preserva??o da sua paisagem cultural.
Dispon?vel em: <www.cultura.gov.br>.
Acesso em: 7 mar. 2013. (Adaptado.)
O reconhecimento da paisagem em quest?o como
patrim?nio mundial deriva da
a) presen?a do corpo art?stico local.
b) imagem internacional da metr?pole.
c) heran?a de pr?dios da ex-capital do pa?s.
d) diversidade de culturas presente na cidade.
e) rela??o sociedade-natureza de car?ter singular.
2. Os ?ltimos s?culos marcam, para a atividade agr?cola, com a
humaniza??o e a mecaniza??o do espa?o geogr?fico, uma
consider?vel mudan?a em termos de produtividade: chegou-
-se, recentemente, ? constitui??o de um meio t?cnico-cient?-
fico-informacional, caracter?stico n?o apenas da vida urbana,
mas tamb?m do mundo rural, tanto nos pa?ses avan?ados
como nas regi?es mais desenvolvidas dos pa?ses pobres.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento ?nico
? consci?ncia universal. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado).
A moderniza??o da agricultura est? associada ao de-
senvolvimento cient?fico e tecnol?gico do processo
produtivo em diferentes pa?ses. Ao considerar as novas
rela??es tecnol?gicas no campo, verifica-se que a
a) introdu??o de tecnologia equilibrou o desenvolvi-
mento econ?mico entre o campo e a cidade, refle-
tindo diretamente na humaniza??o do espa?o
geogr?fico nos pa?ses mais pobres.
b) tecnifica??o do espa?o geogr?fico marca o mode-
lo produtivo dos pa?ses ricos, uma vez que preten-
dem transferir gradativamente as unidades indus-
triais para o espa?o rural.
c) constru??o de uma infraestrutura cient?fica e tec-
nol?gica promoveu um conjunto de rela??es que
geraram novas intera??es socioespaciais entre o
campo e a cidade.
d) aquisi??o de m?quinas e implementos industriais,
incorporados ao campo, proporcionou o aumento
da produtividade, libertando o campo da subordi-
na??o ? cidade.
e) incorpora??o de novos elementos produtivos
oriundos da atividade rural resultou em uma rela-
??o com a cadeia produtiva industrial, subordinan-
do a cidade ao campo.
3. Ningu?m vive sem ocupar espa?o, sem respirar, sem ali-
mentar-se, sem ter um teto para abrigar-se e, na Moderni-
dade, sem o que se incorporou na vida cotidiana: luz, tele-
fone, televis?o, r?dio, refrigera??o dos alimentos, etc.
A humanidade n?o vive sem ocupar espa?o, sem utilizar-se
cada vez mais intensamente das riquezas naturais que s?o
apropriadas privadamente.
RODRIGUES, A. M. Desenvolvimento sustent?vel: dos conflitos de
classes para os conflitos de gera??es. In: SILVA. J. B. et al. (Org.). Panorama
da Geografia brasileira. S?o Paulo: Annablume, 2006 (fragmento).
O texto defende que duas mudan?as provocadas pe-
la a??o humana na Modernidade s?o:
a) a altera??o no modo de vida das comunidades e a de-
limita??o dos problemas ambientais em escala local.
b) o surgimento de novas formas de apropria??o dos
territ?rios e a utiliza??o p?blica dos recursos naturais.
c) a incorpora??o de novas tecnologias no processo
produtivo e a acelera??o dos problemas ambientais.
d) o aumento do consumo de bens e mercadorias e a
utiliza??o de m?o de obra nas unidades produtivas.
e) o esgotamento das reservas naturais e a desacele-
ra??o da produ??o de bens de consumo humano.
4. Dubai ? uma cidade-estado planejada para estarrecer os vi-
sitantes. S?o tamanhos e formatos grandiosos, em hot?is e
centros comerciais reluzentes, numa colagem de estilos e
atra??es que parece testar diariamente os limites da arqui-
tetura voltada para o lazer. O maior shopping do t?rrido Orien-
te M?dio abriga uma pista de esqui, a orla do Golfo P?rsico
ganha milion?rias ilhas artificiais, o centro financeiro anun-
cia para breve a torre mais alta do mundo (a Burj Dubai) e
tem ainda o projeto de um campo de golfe coberto! Coberto
e refrigerado, para usar com sol e chuva, inverno e ver?o.
Dispon?vel em: <http://viagem.uol.com.br>.
Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).
No texto, s?o descritas algumas caracter?sticas da
paisagem de uma cidade do Oriente M?dio. Essas ca-
racter?sticas descritas s?o resultado do(a)
a) cria??o de territ?rios pol?ticos estrat?gicos.
b) preocupa??o ambiental pautada em decis?es go-
vernamentais.
c) utiliza??o de tecnologia para transforma??o do espa?o.
d) demanda advinda da extra??o local de combust?-
veis f?sseis.
e) emprego de recursos p?blicos na redu??o de desi-
gualdades sociais.
atenção!
Não escreva no seu livro!
Um pouco de teoria da Geografia25
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1UNIDADE
26
Fundamentos de
Cartografia
Você já utilizou um GPS ou um mapa digital? Sabia que esses
recursos tecnológicos contribuíram bastante para o aperfei-
çoamento e popularização da Cartografia, disciplina encarre-
gada de produzir mapas, plantas e outros produtos cartográfi-
cos que representam a superfície terrestre ou parte dela?
Muitas vezes não nos damos conta de como a Cartografia está
presente em nosso cotidiano: no celular, na internet, no jornal,
na televisão, no guia de ruas, na planta do metrô, etc.; pense
em algumas situações diárias em que você a utiliza.
Agora, vamos conhecê-la melhor? Como a Cartografia vai nos
ajudar muito no estudo de diversos temas da Geografia e nos
orientar em nossa viagem de descoberta dos conhecimentos
geográficos, vamos estudá-la logo no início.
26
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Constelação do Cruzeiro do Sul.
27
Luke Dodd/Science Photo Library/Latinstock
Planeta Terra:
coordenadas,
movimentos e
fusos hor‡riosCAPÍTULO1
Constelação do Cruzeiro do Sul.
27
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N
a tirinha, Calvin e Haroldo estão nos Estados Unidos e planejam ir a
Yukon, um território localizado no noroeste do Canadá. Para ir até lá,
saindo do estado de Washington, por exemplo, é necessário atravessar
toda a província canadense da Colúmbia Britânica, ou seja, cerca de 1 500 qui-
lômetros em linha reta, e bem mais que isso indo de carro. Eles consultaram
um globo terrestre para terem uma ideia da distância e do tempo de viagem.
Será que foi uma boa opção?
Situar-se no espaço geográfico sempre foi uma preocupação dos grupos
humanos. Nos primórdios, isso acontecia em virtude da necessidade de se
deslocar para encontrar abrigo e alimentos. Com o passar do tempo, as socie-
dades se tornaram mais complexas e surgiram muitas outras necessidades.
Isso explica a crescente importância da Cartografia.
Além das tradicionais representações cartográficas feitas em papel, já po-
demos utilizar sistemas de mapas digitais; para nos orientarmos na cidade ou
na estrada, é possível usar aparelhos GPS (Sistema de Posicionamento Global).
É importante também nos situarmos no tempo em relação às horas e às
estações do ano, o que suscita perguntas como: “Se aqui são 15 horas, que
horas serão em Londres? E em Nova York?”;
“Por que todo ano o governo implanta o
horário de verão?”. Para respon-
der a essas e a outras per-
guntas, precisamos estu-
dar os movimentos da
Terra, as estações do
ano, as coordenadas
geográficas, os fusos
horários. É o que fare-
mos a seguir.
©2010 Bill Watterson/Dist. by Atlantic Syndication/Universal Uclick
Cartografia: segundo a
Associa??o Cartogr?fica
Internacional, Cartografia
? a ?disciplina que trata da
concep??o, produ??o, dis-
semina??o e estudo de
mapas?. Para Fraser Taylor,
cart?grafo da Universida-
de Carleton (Canad?), ? a
?disciplina que trata da
organiza??o, apresenta-
??o, comunica??o e utili-
za??o da geoinforma??o
nas formas gr?ficas, digi-
tal ou t?til, incluindo todos
os processos, desde o tra-
tamento dos dados at? o
uso final na cria??o de
mapas e produtos relacio-
nados com a informa??o
espacial?.
WATTERSON, Bill. Calvin e Haroldo: Yukon ho! S?o Paulo: Conrad, 2008. p. 56.
Capítulo 128
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1 Formas de orientação
O ser humano sempre necessitou de refer?ncias para se orientar no
espa?o geogr?fico: um rio, um morro, uma igreja, um edif?cio, ? direita,
? esquerda, acima, abaixo, etc. Mas, para ter refer?ncias um pouco mais
precisas, inventou os pontos cardeais e colaterais, como mostra a figu-
ra ao lado.
A rosa dos ventos indica os pontos cardeais e colaterais e aparece
no mostrador da b?ssola, que tem uma agulha sempre apontando pa-
ra o norte magn?tico (veja a foto abaixo).
O uso da b?ssola associada ? rosa dos ventos permite encontrar
rumos em mapas, desde que ambos estejam com a dire??o norte apon-
tada corretamente. Assim, o usu?rio pode encontrar os outros pontos
cardeais e os colaterais, orientando-se no espa?o geogr?fico.
Atualmente, com o avan?o tecnol?gico, ? muito mais preciso se
orientar pelo GPS. Mas, se algu?m n?o disp?e de uma b?s-
sola nem de um aparelho GPS, ? poss?vel se orientar de
forma aproximada no espa?o geogr?fico? Sim, ?
poss?vel. Leia o texto a seguir para entender
como se faz isso.
A b?ssola foi inventada pelos chineses
provavelmente no s?culo I, por?m s? foi
utilizada no s?culo XIII em embarca??es
venezianas. A partir do s?culo XV, foi
fundamental para orientar os marinheiros
nas Grandes Navega??es.
A rosa dos ventos possibilita encontrar a
dire??o de qualquer ponto da linha do
horizonte (numa abrang?ncia de 360?).
O nome foi criado no s?culo XV por
navegadores do mar Mediterr?neo em
associa??o aos ventos que impulsionavam
suas embarca??es.
Orientação pelo Sol
Um dos aspectos mais importantes para a utilização eficaz
e satisfatória de um mapa diz respeito ao sistema de orien-
tação empregado por ele. O verbo orientar está relacionado
com a busca do oriente, palavra de origem latina que signi-
fica ‘nascente’. Assim, o “nascer” do sol, nessa posição, rela-
ciona-se à direção (ou sentido) leste, ou seja, ao oriente.
Possivelmente, o emprego dessa convenção está ligado a
um dos mais antigos métodos de orientação conhecidos. Esse
método se baseia em estendermos nossa mão direita [braço di-
reito] na direção do nascer do sol, apontando, assim, para a direção
leste ou oriental; o braço esquerdo esticado, consequentemente, se pro-
longará na direção oposta, oeste ou ocidental; e a nossa fronte estará
voltada para o norte, na direção setentrional ou boreal. Finalmente, as
costas indicarão a direção do sul, meridional, ou ainda, austral. A repre-
sentação dos pontos cardeais se faz por leste (E ou L); oeste (W ou O);
norte (N); e sul (S). A figura apresenta essa forma de orientação.
FITZ, Paulo Roberto. Cartografia básica. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2008. p. 34-35.
Outras leituras
esquerda
Norte
Oeste Leste
esquerda direita
Sul
O Sol nasce.
O Sol se põe.
Segundo Fitz, ?deve-se tomar
cuidado ao fazer uso dessa
maneira de representa??o, j? que,
dependendo da posi??o
latitudinal do observador, nem
sempre o Sol estar? exatamente
na dire??o leste?.
Pontos cardeais: N, E, S, W
Pontos colaterais: NE, SE, SW, NW
Organizado pelos autores.
Sul
Leste
Noroeste
(NW)
Oeste
Nordeste
(NE)
Sudeste
(SE)
Sudoeste
(SW)
Norte
N
W E
S
A b?ssola foi inventada pelos chineses
provavelmente no s?culo I, por?m s? foi
utilizada no s?culo XIII em embarca??es
venezianas. A partir do s?culo XV, foi
fundamental para orientar os marinheiros
nas Grandes Navega??es.
orientar pelo GPS. Mas, se algu?m n?o disp?e de uma b?s-
sola nem de um aparelho GPS, ? poss?vel se orientar de
forma aproximada no espa?o geogr?fico? Sim, ?
poss?vel. Leia o texto a seguir para entender
cardeais e os colaterais, orientando-se no espa?o geogr?fico.
Atualmente, com o avan?o tecnol?gico, ? muito mais preciso se
orientar pelo GPS. Mas, se algu?m n?o disp?e de uma b?s-
A b?ssola foi inventada pelos chineses
navegadores do mar Mediterr?neo em
associa??o aos ventos que impulsionavam
suas embarca??es.
orientar pelo GPS. Mas, se algu?m n?o disp?e de uma b?s-
sola nem de um aparelho GPS, ? poss?vel se orientar de
forma aproximada no espa?o geogr?fico? Sim, ?
A b?ssola foi inventada pelos chineses
provavelmente no s?culo I, por?m s? foi
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Planeta Terra: coordenadas, movimentos e fusos horários29
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Se oriente, rapaz
Pela constelação do Cruzeiro do Sul.”
Gilberto Gil (1942), cantor e compositor.
Voc? j? percebeu que, quando uma pessoa est?
perdida em algum lugar, costuma-se dizer que ela est?
?desnorteada? (perdeu o norte) ou ?desorientada?
1
(per-
deu o oriente)? Perceba que tanto o verbo ?orientar?
como o substantivo ?orienta??o? derivam da palavra
?oriente?.
Al?m da orienta??o pelo Sol, como mostra o tex-
to da p?gina anterior, ? poss?vel orientar-se tamb?m
pelas estrelas. Voc? sabia que o Cruzeiro do Sul,
mostrado na foto de abertura deste cap?tulo, ? utili-
zado como uma forma de orienta??o? A can??o
?Oriente?, de Gilberto Gil, sugere isso. Presente no
?lbum Expresso 2222, de 1972, os versos acima foram
compostos pelo artista na Espanha. A letra dessa m?-
sica simboliza a saudade que Gilberto Gil sentia do
Brasil. Nela, o Cruzeiro do Sul adquire uma conota??o
mais ampla: a da busca pela redescoberta de sua dis-
tante terra natal. Leia o texto a seguir.
Para saber mais
Orientação pelas estrelas
? noite, no hemisf?rio meridional, ? poss?vel en-
contrar a dire??o sul aproximada observando a cons-
tela??o do Cruzeiro do Sul. Para isso, ? necess?rio pro-
longar 4,5 vezes o tamanho do bra?o maior dessa
constela??o e, a partir deste ponto, tra?ar uma perpen-
dicular em dire??o ao horizonte, como se pode ver na
ilustra??o ao lado. Mas isso s? vale para o hemisf?rio
meridional, onde o Cruzeiro do Sul pode ser observado.
No hemisf?rio boreal, para encontrar a dire??o
norte aproximada, basta localizar a estrela Polaris (tam-
b?m chamada de Polar ou do Norte) e projet?-la no
horizonte: ?s costas do observador estar? o sul; ? di-
reita, o leste, e ? esquerda, o oeste. Essa estrela encon-
tra-se no firmamento num ponto sobre o polo norte,
como se fosse uma extens?o do eixo da Terra; por isso,
aos nossos olhos permanece fixa no c?u. A Polaris ? a
estrela mais brilhante da constela??o de Ursa Menor
e pode ser facilmente observada. Por s?culos, orientou
os navegantes no hemisf?rio norte (ela s? pode ser
vista da?), antes da inven??o de instrumentos que dis-
pensam a observa??o do c?u.
O Cruzeiro do Sul est? representado em bandeiras
nacionais de diversos pa?ses meridionais, como o Brasil,
a Austr?lia e Papua-Nova Guin?.
Consulte o site do Centro de Divulgação
da Astronomia da USP e o da Fundação
Planetário da Cidade do Rio de Janeiro. Veja
orienta??es na se??o Sugestões de leitura,
filmes e sites.
Paulo Manzi/Arquivo da editora. Elaborada pelos autores.
Leste
Oeste
Sul
horizonte
polo
celeste
sul
bra?o
maior
prolongando 4,5 vezes
Constelação do
Cruzeiro do Sul
ponto
cardeal
sul
Norte
1 Com o passar do tempo, essas express?es, al?m da conota??o geogr?fica, ganharam tamb?m um sentido figurado de cunho psicol?gico, como
sin?nimos de ?confus?o mental?, ?perplexidade?.
Capítulo 130
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 30 5/4/16 9:49 AM

2 Coordenadas
As coordenadas nos auxiliam na localiza??o preci-
sa de elementos no espa?o geogr?fico. Elas podem ser
geográficas ou alfanuméricas.
Geográficas
O globo terrestre, como podemos ver nas figuras
a seguir, pode ser dividido por uma rede de linhas ima-
ginárias que permitem localizar qualquer ponto em sua
superf?cie. Essas linhas determinam dois tipos de coor-
denadas: a latitude e a longitude, que em conjunto s?o
chamadas de coordenadas geográficas. Num plano
cartesiano, como voc? j? deve ter aprendido ao estudar
Matem?tica, a localiza??o de um ponto ? determinada
pelo cruzamento das coordenadas x e y; numa esfera,
o processo ? semelhante, mas as coordenadas s?o me-
didas em graus.
As coordenadas geogr?ficas funcionam como ?en-
dere?os? de qualquer localidade do planeta. O equador
corresponde ao c?rculo m?ximo da esfera, tra?ado num
plano perpendicular ao eixo terrestre, e determina a
divis?o do globo em dois hemisf?rios (do grego hemi,
?metade?, e sphaera, ?esfera?): o norte e o sul. A partir do
equador, podemos tra?ar c?rculos paralelos que, ? me-
dida que se afastam para o norte ou para o sul, dimi-
nuem de di?metro. A latitude ? a dist?ncia em graus
desses c?rculos, chamados paralelos, em rela??o ao
equador, e varia de 0? a 90? tanto para o norte (N) quan-
to para o sul (S).
O tr?pico de C?ncer e o tr?pico de Capric?rnio s?o
linhas imagin?rias situadas ? latitude aproximada de
23? N e de 23? S, respectivamente. Os c?rculos polares
tamb?m s?o linhas imagin?rias, situadas ? latitude apro-
ximada de 66? N e de 66? S.
Na figura, o c?rculo polar Ant?r-
tico n?o aparece por causa da
posi??o da representa??o
da Terra.
Conhecer apenas a latitude de um ponto, por?m,
n?o ? suficiente para localiz?-lo. Se procurarmos, por
exemplo, um ponto 20? ao sul do equador, encontrare-
mos n?o apenas um, mas infinitos pontos situados ao
longo do paralelo 20? S. Por isso, ? necess?ria uma se-
gunda coordenada que nos permita localizar um de-
terminado ponto.
Para determinar a segunda coordenada, a longi-
tude, foram tra?adas linhas que cruzam os paralelos
perpendicularmente. Essas linhas, que tamb?m cru-
zam o equador, s?o denominadas meridianos (do la-
tim meridiánus, ?de meio-dia, relativo ao meio-dia?).
Observe na figura a seguir que os meridianos s?o
semicircunfer?ncias que t?m o mesmo tamanho e
convergem para os polos.
Como refer?ncia, convencionou-se internacional-
mente adotar como meridiano 0? o que passa pelo
Observat?rio Real de Greenwich, nas proximidades
de Londres (Inglaterra), e o meridiano oposto, a 180?,
ser chamado de ?antimeridiano?. Esses meridianos
dividem a Terra em dois hemisf?rios: ocidental, a
oeste de Greenwich, e oriental, a leste. Assim, os de-
mais meridianos podem ser identificados por sua
dist?ncia, medida em graus, ao meridiano de
Greenwich. Essa dist?ncia ? a longitude, e varia de
0? a 180? tanto para leste (E) quanto para oeste (W).
Paralelos (latitudes)
Adaptado de: NATIONAL Geographic Student Atlas of the World.
3
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 ed. Washington, D.C.: National Geographic Society, 2009. p. 8.
Reprodu??o sem escala.
Meridianos (longitudes)
Banco de imagens/Arquivo da editora
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60° E
75° E
Na figura, o c?rculo polar Ant?r-
tico n?o aparece por causa da
posi??o da representa??o
Adaptado de: NATIONAL Geographic Student Atlas of the World.
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Planeta Terra: coordenadas, movimentos e fusos horários31
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Adaptado de: NATIONAL
Geographic Student Atlas of
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ed. Washington,
D.C.: National Geographic
Society, 2009. p. 8.
Reprodu??o sem escala.
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Se procurarmos, por exemplo, um ponto de coorde-
nadas 51? N e 0?, ser? f?cil encontr?-lo: estar? no cruza-
mento do paralelo 51? N com o meridiano 0?. Consultan-
do um mapa, verificaremos que esse ponto est? muito
pr?ximo do Observat?rio de Greenwich, na Inglaterra.
Danita Delimont/Gallo Images/Getty Images
Observat?rio Real de Greenwich, nas
proximidades de Londres (Reino Unido),
em foto de 2012. Os turistas costumam
tirar fotografias com um p? no
hemisf?rio ocidental e outro no
hemisf?rio oriental. No detalhe, a linha
do meridiano 0? tra?ada nas
depend?ncias desse observat?rio.
No ch?o, h? a identifica??o da longitude
de diversas cidades.
Para localizar com exatid?o um ponto no territ?rio,
indicam-se as medidas em graus (
o
), minutos (?) e se-
gundos (?). As coordenadas geogr?ficas do Observat?-
rio de Greenwich, por exemplo, s?o 51? 28? 38?? N e
0? 00? 00??. Perceba que sem a latitude, identificamos
o meridiano de Greenwich, mas n?o o obser-
vat?rio ingl?s que foi utilizado como refer?n-
cia para a defini??o do meridiano zero.
Oli Scarff/Getty Images
Grade de paralelos e meridianos
(coordenadas geográficas)
Adaptado de: NATIONAL
Geographic Student Atlas of Geographic Student Atlas of
ed. Washington,
D.C.: National Geographic
Society, 2009. p. 8.
Reprodu??o sem escala.
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45° E
60° E
75° E 90° E
60° N
75° N
45° S
45° N
Londres
30° N
15° N

15° S
30° S
Latitude 51º 30’ N
Longitude 0º
32
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Alfanuméricas
Tamb?m podemos utilizar as coordenadas alfanu-
m?ricas para localizar algo em um mapa ou em uma
planta. Elas n?o s?o t?o precisas como as coordenadas
geogr?ficas, mas auxiliam na localiza??o de elementos
da paisagem, como uma rua, uma pra?a, um teatro, uma
esta??o de trem ou de ?nibus, num guia de uma cidade.
Se um turista quiser localizar algum desses elemen-
tos, basta consultar a lista dos principais pontos de
interesse, que aparecem em guias tur?sticos acompa-
nhados de sua respectiva coordenada, e localiz?-los na
planta tur?stica da cidade. Imagine que voc? ? esse tu-
rista e quer visitar o Teatro Municipal, na pra?a Ramos
de Azevedo, em S?o Paulo, al?m de outras atra??es
interessantes pr?ximas dali. Veja suas coordenadas e
localize-o na planta urbana a seguir.
Adaptado de: S?O PAULO TURISMO S.A. (SPTURIS). Mapas:
principais atra??es, 2012. Dispon?vel em: <www.spturis.com/
download/arquivos/folder-mapas-v11.pdf>. Acesso em: 6 set. 2015.
Reprodução/SEMPLA, São Paulo, SP.
Trecho do centro hist?rico da cidade de S?o Paulo (SP),
em foto de 2012. Em primeiro plano aparece o viaduto
do Ch?, que cruza o vale do Anhangaba?; ao fundo, o
Teatro Municipal e, ? sua frente, a pra?a
Ramos de Azevedo.
0 150 m
Rubens Chaves/Acervo do fotógrafo
Planta turística do centro de São Paulo (SP)
PrinciPais atrações
1 Bas?lica e Mosteiro de S?o Bento C3
2 Biblioteca M?rio de Andrade B4
3 Bolsa de Mercadorias e Futuros BM&F C3
4 Bolsa de Valores de S?o Paulo
(Espa?o Bovespa) C3
5 Catedral Metropolitana da S? C4
6 Casa n
o
1 D4
7 Centro Cultural Banco do Brasil C4
8 CIT (Central de Informa??es Tur?sticas) Olido C3
9 Conjunto Cultural da Caixa D4
10 Edif?cio Altino Arantes (Torre do Banespa) C3
11 Edif?cio Copan B4
12 Edif?cio Caetano de Campos B3
13 Edif?cio It?lia (terra?o com vista panor?mica) B3
14 Edif?cio Martinelli C3
15 Esta??o e Jardim da Luz C1
16 Esta??o J?lio Prestes B1
17 Esta??o Pinacoteca C1
18 Faculdade de Direito da Universidade
de S?o Paulo (USP) ? Largo S?o Francisco C4
19 Monumento Fonte dos Desejos C3
20 Galeria do Rock B3
21 Galeria Olido C3
22 Monumento Glória Imortal aos Fundadores
de São Paulo D4
23 Liceu de Artes e Of?cios de S?o Paulo E1
24 Marco Zero ? Pra?a da S? D4
25 Mercado Municipal D2
26 Monumento Duque de Caxias B2
27 Mosteiro da Luz / Museu de Arte Sacra D1
28 Museu Anchieta D4
29 Museu da Cidade ? Solar da Marquesa D4
30 Museu da L?ngua Portuguesa C1
31 Museu do Teatro Municipal B3
32 N. Sra. da Consola??o (Igreja) A4
33 N. Sra. do Ros?rio dos Homens Pretos (Igreja) C3
34 O Beijo (est?tua instalada no largo
S?o Francisco) C4
35 Ordem Terceira de S?o Francisco (Igreja) C4
36 Ordem Terceira do Carmo (Igreja) D4
37 Pal?cio da Justi?a D4
38 Pal?cio das Ind?strias ? Catavento E3
39 Pal?cio do Anhangaba? (Ed. Matarazzo) ?
Prefeitura C4
40 Pateo do Collegio D4
41 Pinacoteca do Estado C1
42 Pir?mide dos Piques (Obelisco)
(instalada no largo da Mem?ria) B4
43 Sala S?o Paulo B1
44 Largo Santa Ifig?nia C2
45 Santo Ant?nio (Igreja) C4
46 Sebos (entre a rua 24 de maio e a av. S?o Jo?o) B3
47 Shopping Light C4
48 Teatro Municipal C3
49 Viaduto do Ch? C4
50 Viaduto Santa Ifig?nia C3
Planeta Terra: coordenadas, movimentos e fusos horários33
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 33 5/4/16 9:49 AM

3 Movimentos da Terra e estações do ano
N?o se sabe exatamente quando o ser humano
descobriu que a Terra ? esf?rica. Os antigos gregos,
observando a sombra da Terra sobre a Lua durante os
eclipses, j? tinham certeza da esfericidade de nosso
planeta. O desaparecimento progressivo das embarca-
??es que se distanciavam no horizonte do mar tamb?m
fornecia argumentos aos defensores dessa ideia.
Eratóstenes, astr?nomo e matem?tico grego, foi o
primeiro a calcular, h? mais de 2 mil anos, com precis?o,
a circunfer?ncia da Terra. A diferen?a entre a circunfe-
r?ncia calculada por Erat?stenes (40 000 quil?metros)
e a determinada hoje, com o aux?lio de m?todos muito
mais precisos (40 075 quil?metros, no equador), como
se v?, ? bem pequena.
A esfericidade do planeta ? respons?vel pela exis-
t?ncia das diferentes zonas climáticas (polares, tempe-
radas e tropicais), pois os raios solares atingem a Terra
com diferentes inclina??es e intensidades. Pr?ximo ao
equador, os raios solares incidem perpendicularmente
sobre a superf?cie, por?m, quanto mais nos afastamos
dessa linha, mais inclinada ? essa incid?ncia. Consequen-
temente, a mesma quantidade de energia se distribui
por uma ?rea cada vez maior, diminuindo, portanto, sua
intensidade. Esse fato torna as temperaturas progressi-
vamente mais baixas ? medida que nos aproximamos
dos polos (observe a incid?ncia de raios solares na Terra
no infogr?fico das p?ginas 36 e 37).
O eixo da Terra ? inclinado em rela??o ao plano de
sua ?rbita ao redor do Sol (movimento de transla??o).
Uma consequ?ncia desse fato ? a ocorr?ncia das esta-
ções do ano, conforme se pode ver no infogr?fico das
p?ginas 36 e 37.
Em 21 ou 22 de dezembro (a data e a hora de in?cio
das esta??es variam de um ano para outro, conforme
mostra a tabela na p?gina ao lado), o hemisf?rio sul
recebe os raios solares perpendicularmente ao tr?pico
de Capric?rnio; dizemos, ent?o, que est? ocorrendo o
solstício de verão. O solst?cio (do latim solstitium, ?Sol
estacion?rio?) define o momento do ano em que os
raios solares incidem perpendicularmente ao tr?pico
de Capric?rnio, dando in?cio ao ver?o no hemisf?rio sul.
Depois de incidir nessa posi??o, parecendo estacionar
por um momento, o Sol inicia seu movimento aparen-
te (visto da Terra parece que ? o Sol que se movimenta)
em dire??o ao norte. Esse mesmo instante marca o
solstício de inverno no hemisf?rio norte, onde os raios
est?o incidindo com inclina??o m?xima.
Seis meses mais tarde, em 20 ou 21 de junho, quan-
do metade do movimento de transla??o j? se comple-
tou, as posi??es se invertem: o tr?pico de C?ncer passa
a receber os raios solares perpendicularmente (solst?-
cio), dando in?cio ao ver?o no hemisf?rio norte e ao
inverno no hemisf?rio sul (observe a figura sobre a
varia??o da insola??o ao longo do ano no infogr?fico
das p?ginas 36 e 37).
Em 20 ou 21 de mar?o e em 22 ou 23 de setembro,
os raios solares incidem sobre a superf?cie terrestre
perpendicularmente ao equador. Dizemos ent?o que
est?o ocorrendo os equinócios (do latim aequinoctium,
?igualdade dos dias e das noites?), ou seja, os hemis-
f?rios est?o iluminados por igual. No m?s de mar?o
iniciam-se o outono no hemisf?rio sul e a primavera no
hemisf?rio norte; no m?s de setembro, o inverso (pri-
mavera no sul e outono no norte).
Fotos: Adam Brzuszek/Shutterstock/Glow Images
Primavera Verão Outono Inverno
?rvore em Moszna (Pol?nia), 2010 e 2011.
34
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 34 5/4/16 9:49 AM

O dia e a hora do in?cio dos solst?cios e dos equin?-
cios mudam de um ano para outro; consequentemen-
te, a dura??o de cada esta??o tamb?m varia. Consulte
na primeira tabela as datas e os hor?rios (hora de Bra-
s?lia) dos solst?cios e equin?cios no hemisf?rio sul para
os anos de 2017 a 2021.
Em virtude da inclina??o do eixo terrestre, os raios
solares s? incidem perpendicularmente em pontos lo-
calizados entre os tr?picos (a chamada zona tropical),
que, por isso, apresentam temperaturas mais elevadas.
Nas zonas temperadas (entre os tr?picos e os c?rculos
polares) e nas zonas polares, o Sol nunca fica a pino,
porque os raios sempre incidem obliquamente.
Outra consequ?ncia da inclina??o, associada ao mo-
vimento de rota??o da Terra, ? a dura??o desigual do
dia e da noite ao longo do ano. Nos dois dias de equin?-
cio, quando os raios solares incidem perpendicularmen-
te ao equador, o dia e a noite t?m 12 horas de dura??o
Esta??es do ano
Ano
Equin?cio de
outono
Solst?cio de
inverno
Equin?cio de
primavera
Solst?cio de
ver?o
Dia Hora Dia Hora Dia Hora Dia Hora
2017 20 mar. 07:29 21 jun. 01:24 22 set. 17:02 21 dez. 14:28
2018 20 mar. 13:15 21 jun. 07:07 22 set. 22:54 21 dez. 20:22
2019 20 mar. 18:58 21 jun. 12:54 23 set. 04:50 22 dez. 02:19
2020 20 mar. 00:50 20 jun. 18:43 22 set. 10:31 21 dez. 08:02
2021 20 mar. 06:37 21 jun. 00:32 22 set. 16:21 21 dez. 13:59
Adaptado de: INSTITUTO DE F?SICA DA UFRGS. Astronomia e Astrofísica. Dispon?vel em: <http://astro.if.ufrgs.br/sol/estacoes.htm>. Acesso em: 7 set. 2015.
em todo o planeta, com exce??o dos polos, que t?m 24
horas de crepúsculo. Quando ? dia de solst?cio de ver?o
em um hemisf?rio, ocorrem o dia mais longo e a noite
mais curta do ano nessa metade da Terra; no mesmo
momento, no outro hemisf?rio, sob o solst?cio de inver-
no, acontecem a noite mais longa e o dia mais curto.
Observe a ilustra??o no infogr?fico das p?ginas 36 e 37.
Como ? poss?vel observar no infogr?fico que mostra
a varia??o da insola??o ao longo do ano, no equador n?o
h? varia??o no fotoperíodo, mas ? medida que nos
afastamos dele, essa dife-
ren?a surge. Conforme au-
menta a latitude, tanto para
o norte como para o sul, os
dias ficam mais longos no
ver?o e mais curtos no inver-
no, como pode ser observa-
do na ?ltima tabela.
Crep?sculo: claridade no
c?u entre o fim da noite
e o nascer do sol ou entre
o p?r do sol e a chegada
da noite.
Fotoper?odo: per?odo em
que um ponto qualquer
da superf?cie terrestre
fica exposto ? incid?ncia
dos raios solares.
Dura??o do dia (em horas) nos solst?cios dos hemisf?rios norte e sul
Localidade Latitude
21 dez. 2014
• inverno (norte)
• verão (sul)
21 jun. 2015
• verão (norte)
• inverno (sul)
Tromso (Noruega) 69? 40? 00?? N 00 h 00 24 h 00
Londres (Reino Unido) 51? 30? 00?? N 07 h 50 16 h 38
T?quio (Jap?o) 35? 41? 06?? N 09 h 45 14 h 35
La Concordia (Equador) 0? 00? 00?? 12 h 07 12 h 07
Cidade do Cabo (?frica do Sul) 33? 55? 00?? S 14 h 25 09 h 54
Puerto Willians (Chile) 54? 55? 59?? S 17 h 22 07 h 11
Ant?rtida 67? 24′ 51″ S 24 h 00 00 h 00
Adaptado de: UNITARIUM. World Time Clock. Dispon?vel em: <http://time.unitarium.com>. Acesso em: 7 set. 2015.
Consulte o site do Observatório Astronômico Frei Rosário, da UFMG. Veja orientações na
seção Sugestões de leitura, filmes e sites. Veja também, nessa seção, a indicação do livro
O ABCD da Astronomia e Astrofísica, de Jorge Horvath, e do Atlas geográfico escolar, do IBGE.
Planeta Terra: coordenadas, movimentos e fusos horários35
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 35 5/4/16 9:49 AM

INFOGRÁFICO
Insolação da Terra
Variação da insolação
ao longo do ano
A inclinação do eixo da Terra em relação ao plano de sua órbita
em torno do Sol determina, de um lado, dias mais longos e maior
insolação no hemisfério em que está ocorrendo o verão e, de
outro, dias mais curtos e menor insolação no hemisfério em que
está ocorrendo o inverno.
Incidência da radiação
solar na Terra
Em razão da esfericidade do planeta, uma mesma quantidade de
energia solar incide sobre áreas de tamanhos diferentes nas
proximidades do equador e dos polos. À medida que aumenta a
latitude e, portanto, a inclinação dos raios solares em relação à
superfície terrestre, a área de incidência vai se ampliando. No
esquema abaixo, pode-se observar esse fenômeno.
A
insolação é a quantidade de energia emitida pelo
Sol (radiação eletromagnética) que incide sobre a
Terra, nos provendo de luz e calor. Atinge a super-
fície terrestre de forma desigual, por causa da esfericida-
de do planeta, da inclinação de seu eixo, do movimento
de rotação – alternância dia-noite – e do movimento de
translação – alternância das estações.
20 OU 21 DE JUNHO
SOLSTêCIO
noite polar
dia polar
Hemisfério norte
in?cio do ver?o
Hemisfério sul
in?cio do inverno
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23?30?
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oite longa dia curto
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rta dia longo
Incidência solar no
solstício de dezembro
Tr?pico de C?ncer
C?rculo Polar ?rtico
C?rculo Polar Ant?rtico
Tr?pico de Capric?rnio
Equador
As estações
Durante o movimento de translação há dois
solstícios e dois equinócios que permitem dividir o
ano em quatro estações com características
climáticas diferentes e bem definidas nas zonas
temperadas: primavera (primeiro verão), estação
amena que antecede o verão (período mais
quente), seguido pelo outono (período da colheita)
e depois inverno (período de hibernação),
associado ao frio.
Capítulo 136
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 36 5/4/16 9:49 AM

20 OU 21 DE MARÇO
EQUINÓCIO
noite polar
dia polar
Hemisfério norte
in?cio do inverno
Hemisfério norte
in?cio da primavera
Hemisfério norte
in?cio do outono
Hemisfério sul
in?cio do ver?o
Hemisfério sul
in?cio do outono
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23?30?
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Hemisfério sul
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23?30?
Adaptado de: OXFORD Atlas of the World. 2
nd
ed. New York: Oxford University Press, 2014. p. 72. Ilustra??o esquem?tica, sem escala.
N?o h? proporcionalidade nos tamanhos do Sol e da Terra nem na dist?ncia entre eles.
21 OU 22 DE DEZEMBR0
SOLSTÍCIO
22 OU 23 DE SETEMBRO
EQUINÓCIO
Ilustrações: Mario Kanno/Arquivo da editora
37Planeta Terra: coordenadas, movimentos e fusos horários
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 37 5/4/16 9:49 AM

4 Fusos hor‡rios
Em raz?o do movimento de rota??o da Terra, em
um mesmo momento, diferentes pontos longitudinais
da superf?cie do planeta t?m hor?rios diversos.
Desde que foi inventada uma forma de marcar o
tempo com o rel?gio de Sol, cada localidade passou a
adotar seu pr?prio hor?rio. Lugares muito pr?ximos
em termos de longitude chegavam a apresentar dife-
ren?as de minutos em seus hor?rios. No s?culo XIX,
com o desenvolvimento do transporte ferrovi?rio e o
consequente aumento da circula??o de pessoas e mer-
cadorias, isso come?ou a causar grandes transtornos.
Por isso, em um encontro da Sociedade Geod?sica
Internacional, realizado em 1883 em Roma (It?lia), foi
decidida a cria??o de um sistema internacional de
marca??o do tempo.
Para isso, foram definidos os fusos hor?rios. Divi-
dindo-se os 360 graus da esfera terrestre pelas 24 horas
de dura??o aproximada do movimento de rota??o
2
,
resultam 15 graus. Portanto, a cada 15 graus que a Ter-
ra gira, passa-se uma hora, e cada uma dessas 24 divi-
s?es recebe o nome de fuso hor?rio. Observe a figura
a seguir; ela mostra o movimento de rotação, as datas
e os fusos horários.
Em 1884, 25 pa?ses se reuniram na Confer?ncia
Internacional do Meridiano, realizada em Washington,
capital dos Estados Unidos. Nesse encontro ficou
decidido que as localidades situadas num mesmo
fuso adotariam um ?nico hor?rio. Foi tamb?m acor-
dado pela maioria dos delegados dos pa?ses partici-
pantes (a Rep?blica Dominicana votou contra, a
Fran?a e o Brasil se abstiveram) que o meridiano que
passa por Greenwich seria a linha de refer?ncia para
definir as longitudes e acertar os rel?gios em todo o
planeta.
Para estabelecer os fusos hor?rios, definiu-se o se-
guinte procedimento: o fuso de refer?ncia se estende
de 7? 30? para leste a 7? 30? para oeste do meridiano de
Greenwich, o que totaliza uma faixa de 15 graus. Por-
tanto, a longitude na qual termina o fuso seguinte a
leste ? 22? 30? E (e, para o fuso correspondente a oeste,
22? 30? W). Somando continuamente 15? a essas longi-
tudes, obteremos os limites teóricos dos demais fusos
do planeta.
As horas mudam, uma a uma, ? medida que pas-
samos de um fuso a outro. No entanto, como as linhas
que os delimitam atravessam v?rias unidades pol?ti-
co-administrativas, os pa?ses fizeram adapta??es es-
tabelecendo, assim, os limites práticos dos fusos.
Nesses casos, os limites dos fusos coincidem com os
limites pol?tico-administrativos, na tentativa de man-
ter, na medida do poss?vel, um hor?rio unificado num
determinado territ?rio, evitando transtornos provo-
cados pela diferen?a de horas em ?reas muito po-
voadas e/ou integradas economicamente. A China,
por exemplo, apesar de ser cortada por tr?s fusos
te?ricos, adotou apenas um
hor?rio (+8 h) para o pa?s intei-
ro. Alguns poucos pa?ses utili-
zam um hor?rio intermedi?rio,
como a ?ndia, que adota um fuso de +5 h 30min em
rela??o a Greenwich, e a Venezuela, que adotou em
2008 um fuso de ?4 h 30 min.
Adaptado de: NATIONAL Geographic
Student Atlas of the World. 3
rd
ed.
Washington, D.C.: National
Geographic Society, 2009. p. 13.
Ilustra??o esquem?tica sem escala.
Paulo Manzi/Arquivo da editora
e os fusos horários. que os delimitam atravessam v?rias unidades pol?ti-
co-administrativas, os pa?ses fizeram adapta??es es-
tabelecendo, assim, os
Nesses casos, os limites dos fusos coincidem com os
limites pol?tico-administrativos, na tentativa de man-
ter, na medida do poss?vel, um hor?rio unificado num
determinado territ?rio, evitando transtornos provo-
cados pela diferen?a de horas em ?reas muito po-
voadas e/ou integradas economicamente. A China,
por exemplo, apesar de ser cortada por tr?s fusos
como a ?ndia, que adota um fuso de +5 h 30min em
rela??o a Greenwich, e a Venezuela, que adotou em
2008 um fuso de ?4 h 30 min.
Adaptado de: NATIONAL Geographic
Student Atlas of the World. 3
rd
ed.
Paulo Manzi/Arquivo da editora
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Meridiano
de Greenwich
Linha
Internacional de
Mudança de Data
2 Uma volta completa da Terra em torno de seu eixo dura 23 horas, 56 minutos e 4 segundos.
Na imagem, são representados movimento de rotação,
datas e fusos horários da Terra. O planeta tem,
simultaneamente, duas datas, que mudam em dois pontos: no fuso em
que for meia-noite e no fuso oposto ao meridiano de Greenwich, por
onde passa a Linha Internacional de Mudança de Data.
Capítulo 138
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 38 5/4/16 9:49 AM

Fotos: sextoacto/Shutterstock/Glow Images
No caso dos fusos te?ricos, bastaria, para de-
terminar a diferen?a de hor?rio entre duas loca-
lidades, saber a dist?ncia leste-oeste entre elas,
em graus, e dividi-la por 15 (medida de cada fuso).
Por?m, com a ado??o dos limites pr?ticos, em al-
guns territ?rios os fusos podem medir mais ou me-
nos que os tradicionais 15?, como se pode verificar
no mapa a seguir.
O mapa-m?ndi de fusos mostra que as horas au-
mentam para leste e diminuem para oeste, a partir de
qualquer referencial adotado. Isso ocorre porque a Terra
gira do oeste para o leste. Como o Sol nasce a leste, ?
medida que nos deslocamos nessa dire??o, estamos
indo para um local onde o Sol nasce antes; portanto,
nesse lugar as horas est?o ?adiantadas? em rela??o ao
local de onde partimos. Quando nos deslocamos para
oeste, entretanto, estamos nos dirigindo a um local on-
de o Sol nasce mais tarde; logo, nesse lugar as horas
est?o ?atrasadas? em rela??o ao nosso ponto de partida.
Al?m da mudan?a das horas, tornou-se necess?rio
definir um meridiano para a mudan?a da data no mun-
do. Na Confer?ncia de 1884, ficou estabelecido que o
meridiano 180?, conhecido como antimeridiano porque
est? exatamente no extremo oposto a Greenwich, se-
ria a Linha Internacional de Mudan?a de Data (ou sim-
plesmente Linha de Data).
O fuso hor?rio que tem essa linha como meridiano
central tem uma ?nica hora, como todos os outros, entre-
tanto em dois dias diferentes. A metade situada a oeste
dessa linha estar? sempre um dia adiante em rela??o ?
metade a leste. Com isso, ao se atravessar a Linha de Da-
ta indo do leste para o oeste ? necess?rio aumentar um
dia.
Por exemplo, numa hipot?tica viagem de S?o Paulo
(Brasil) para T?quio (Jap?o) via Los Angeles (Estados Uni-
dos), um avi?o entrou no fuso hor?rio da Linha
de Data ?s 10 horas de um domingo; ime-
diatamente ap?s cruzar essa linha, ainda
no mesmo fuso, continuar?o sendo 10
horas, mas do dia seguinte, uma segun-
da-feira (identifique essa rota no mapa
acima). J? na viagem de volta ocorrer? o
contr?rio, pois essa ser? do oeste para o les-
te, e quando o avi?o cruzar a Linha de Da-
ta deve-se diminuir um dia. Esse exemplo
pode causar certa estranheza: estamos
acostumados a observar, no planisf?rio
centrado em Greenwich, o Jap?o situado
a leste, mas como o planeta ? esf?rico, po-
demos ir a esse pa?s voando para o oeste.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Mundo: fusos hor‡rios
Adaptado de: OXFORD Atlas of the World. 21
st
ed. New York: Oxford University Press, 2014. p. 73.
dos), um avi?o entrou no fuso hor?rio da Linha
de Data ?s 10 horas de um domingo; ime-
acima). J? na viagem de volta ocorrer? o
Fotos: sextoacto/Shutterstock/Glow Images
contr?rio, pois essa ser? do oeste para o les-
a leste, mas como o planeta ? esf?rico, po-
Fotos: sextoacto/Shutterstock/Glow Images
contr?rio, pois essa ser? do oeste para o les-
NOVA YORK
LONDRES
OCEANO
PACÍFICO
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
Círculo Polar Ártico
Equador
0º30º
30º
30º
60º
60º
30º60º 60º90º 90º120º 120º150º 150º 180º180º

Meridiano de Greenwich (GMT)
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO GLACIAL
ÁRTICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
0+1+2+3+4+5+6+7+8+9+10+11+12–12–1–2–3–4–5–6
Bogotá
Cidade do México
Londres
Nova York
Vancouver
Los Angeles
Lima
La Paz
Buenos Aires
São Paulo
Cidade
do Cabo
Melbourne
Sydney
Hong Kong
Manila
Dacar
Adis-
-Abeba
Moscou
Nova
Délhi
Teerã
Jacarta
Pequim
Seul
Tóquio
Berlim
Paris
Madri
Argel
Cairo
Nairóbi
–7–8–9–10–11–12+12
Linha Internacional de Muda
n
ç
a
d
e
D
a
ta
Linha Internacional de Mudança
d
e
D
a
t
a
DomingoSegunda-feira
Domingo
Segunda-feira
Horário fracionado
em meia hora
0 1
435
2
870
km
Planeta Terra: coordenadas, movimentos e fusos horários39
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 39 5/4/16 9:49 AM

Como observamos no mapa de fusos hor?rios, na
p?gina anterior, a partir do meridiano de Greenwich,
as horas v?o aumentando para o leste e diminuindo
para o oeste. Entretanto, diferentemente do que mui-
tas vezes se pensa, ao atravessar a Linha de Data indo
para o leste deve-se diminuir um dia e, ao contr?rio,
indo para o oeste, aumentar um dia.
Como se pode observar no mapa, assim como os
meridianos que definem os fusos hor?rios civis, a Li-
nha Internacional de Mudan?a de
Data tamb?m adota limites pr?-
ticos, caso contr?rio alguns
pa?ses-arquip?lago do Pac?fi-
co, como Kiribati, teriam dois
dias diferentes em seus ter-
rit?rios. Observe tamb?m
que na metade do fuso locali-
zada a leste da Linha Internacio-
nal de Mudan?a de Data ? domingo
e na metade a oeste, segunda-feira.
nha Internacional de Mudan?a de
Data tamb?m adota limites pr?-
zada a leste da Linha Internacio-
nal de Mudan?a de Data ? domingo
e na metade a oeste, segunda-feira.
Perceba que a refer?ncia aqui considerada foi a Linha
de Data, assim a metade do fuso situada a leste dela
est? a oeste em rela??o a Greenwich (portanto, no
hemisf?rio ocidental), e a outra metade, situada a oes-
te dela, est? a leste do meridiano principal (no hemis-
f?rio oriental). Lembre-se: a defini??o dos pontos car-
deais (e colaterais) depende sempre de um referencial.
Leia a seguir o trecho do livro A volta ao mundo em
80 dias, romance ficcional do escritor franc?s J?lio Ver-
ne lan?ado em 1873, e observe novamente o mapa de
fusos hor?rios da p?gina anterior. Phileas Fogg, prota-
gonista da hist?ria, apostou com seus amigos que faria
uma viagem ao redor do mundo em 80 dias e retorna-
ria a Londres em 21 de dezembro de 1872. Por?m, ele
chegou um dia antes. Por que isso ocorreu?
Capítulo XXXVII
Em que fica provado que Phileas Fogg nada ganhou
fazendo a volta ao mundo, a não ser a felicidade
[...]
Phileas Fogg tinha completado a volta ao mundo em oitenta dias!...
Phileas Fogg tinha ganhado sua aposta de vinte mil libras!
E agora, como ? que um homem t?o exato, t?o meticuloso, tinha podido cometer este erro de dia? Como
se acreditava no s?bado ? noite, 2 de dezembro, ao desembarcar em Londres, quando estava na sexta, 20
de dezembro, setenta e nove dias somente ap?s sua partida?
Eis a raz?o deste erro. Bem simples.
Phileas Fogg tinha, ?sem d?vida?, ganhado um dia sobre seu itiner?rio ? e isto unicamente porque tinha
feito a volta ao mundo indo para leste, e teria, pelo contr?rio, perdido este dia indo em sentido inverso, ou
seja, para oeste.
Com efeito, andando para o leste, Phileas Fogg ia ? frente do Sol, e, por conseguinte, os dias diminu?am
para ele tantas vezes quatro minutos quanto os graus que percorria naquela dire??o. Ora, temos trezentos
e sessenta graus na circunfer?ncia terrestre, e estes trezentos e sessenta graus, multiplicados por quatro
minutos, d?o precisamente vinte e quatro horas ? isto ?, o dia inconscientemente ganho. Em outros termos,
enquanto Phileas Fogg, andando para leste, viu o Sol passar oitenta vezes pelo meridiano, seus colegas que
tinham ficado em Londres s? o viram passar setenta e nove vezes.
VERNE, J?lio. A volta ao mundo em 80 dias. Dom?nio p?blico. p. 760-762.
Dispon?vel em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ph000439.pdf>
Acesso em: 3 jul. 2015.
Outras leituras
Consulte o site do Time
and Date. Veja orientações
na seção Sugestões de
leitura, filmes e sites.
Fotos:Balefire/
Shutterstock
Capítulo 140
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 40 5/4/16 9:49 AM

Fusos horários brasileiros
No Brasil, at? 1913 as cidades tinham sua pr?pria
hora. Por exemplo, segundo o Observat?rio Nacional,
?quando na Capital Federal, atual cidade do Rio de Ja-
neiro, eram 12 horas, em Recife eram 12h33 e em Porto
Alegre eram 11h28?. Com o desenvolvimento dos trans-
portes isso come?ou a provocar muita confus?o, tor-
nando-se necess?ria a ado??o de fusos hor?rios. Em 18
de junho de 1913, o ent?o presidente Hermes da Fon-
seca sancionou um Decreto (n. 2 784) criando quatro
fusos hor?rios no pa?s, situa??o que perdurou at? 2008.
Apesar da ado??o do fuso hor?rio pr?tico, dois estados
brasileiros ? Par? e Amazonas ? permaneceram ?cor-
tados ao meio?.
Em 24 de abril de 2008, foi aprovada uma lei (n.
11 662) que eliminou o antigo fuso de ?5 horas em re-
la??o a Greenwich e reduziu a quantidade de fusos
hor?rios brasileiros para tr?s. O sudoeste do estado do
Amazonas e todo o estado do Acre, que antes estavam
no fuso ?5 horas, foram incorporados ao fuso ?4 horas.
O estado do Par? deixou de ter dois fusos hor?rios e
seu territ?rio ficou inteiramente no fuso ?3 horas em
rela??o a Greenwich.
No entanto, grande parte da popula??o do Acre n?o
ficou satisfeita com essa mudan?a, porque ela causava
transtornos em seu dia a dia. Por exemplo: de manh?,
muitos estudantes e trabalhadores sa?am de casa com
o c?u ainda escuro. Por isso, num plebiscito realizado em
31 de outubro de 2010, mesmo dia em que se votou para
presidente da Rep?blica, a maioria da popula??o decidiu
pela volta do antigo fuso. O eleitor acriano respondeu ?
seguinte pergunta: ?Voc? ? a favor da recente altera??o
do hor?rio legal promovida em seu estado??. Do total de
eleitores, 56,9% votaram pelo n?o, e com isso abriu-se a
possibilidade de tramita??o de uma nova lei no Congres-
so Nacional, regulamentando o desejo da maioria da
popula??o do Acre. Em 30 de outubro de 2013, foi apro-
vada a Lei n. 12 876, que revogou a legisla??o de 2008 e
reintroduziu o fuso ?5 horas (essa mudan?a entrou em
vigor em 10 de novembro de 2013).
Cartazes evidenciam o descontentamento
com a mudança no fuso horário do Acre.
Como se infere do cartaz à direita, os
fusos horários são estabelecidos tendo
como referência a natureza, isto é, o
movimento de rotação da Terra e a
alternância dia-noite.
Reprodução/http://www.oriobranco.net
41
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 41 5/4/16 9:49 AM

Observe o mapa abaixo. Nele, podemos ver que
o estado do Acre e o sudoeste do estado do Amazo-
nas voltaram a fazer parte do quarto fuso brasileiro
(?5 horas em rela??o a Greenwich e ?2 horas em re-
la??o ao hor?rio de Bras?lia, diferen?a que aumenta
para 3 horas quando o hor?rio de ver?o est? em vi-
gor). Perceba que n?o houve mudan?a com o estado
do Par?, que permanece inteiramente no segundo
fuso brasileiro (UTC* ?3 horas).
Agora, compare o mapa de fusos hor?rios com o
que mostra os estados brasileiros em que vigora o
hor?rio de ver?o (na p?gina 44) e perceba que, du-
rante sua vig?ncia, a hora oficial do pa?s se iguala ao
hor?rio do nosso primeiro fuso e que o hor?rio dos
estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que
est?o no terceiro fuso, iguala-se ao hor?rio do Par?
e dos estados da regi?o Nordeste, localizados no se-
gundo fuso.
Esse fato, al?m de exigir cuidados com o planeja-
mento de viagens e hor?rios diferenciados para o fun-
cionamento de bancos, correios e reparti??es p?blicas,
contribui para que, em muitos estados brasileiros, os
programas de televis?o transmitidos ao vivo do Sudes-
te sejam recebidos em diferentes hor?rios (mais cedo)
em outras regi?es. Por exemplo, um telejornal produ-
zido e exibido em S?o Paulo ou Rio de Janeiro ?s 20h
locais (Hora Oficial) ? visto na maior parte do Amazonas
?s 19h (no sudoeste deste estado e no Acre, ?s 18h).
Quando entra em vigor o hor?rio de ver?o no fuso de
Bras?lia, o programa passa a ser visto respectivamente
?s 18h e ?s 17h, quando a maioria das pessoas ainda
est? voltando do trabalho.
* Sigla em ingl?s para Tempo Universal Coordenado, que ? definido com base em rel?gios at?micos muito precisos. O fuso do meridiano de
Greenwich ? UTC 0.
Equador

RN
Arquipélago
de São Pedro
e São Paulo
Arquipélago
de Fernando
de Noronha
Ilhas de
Trindade e
Martim Vaz
Atol das
Rocas
PB
SE
BA
CE
PI
MA
TO
MG
ES
RJ
SP
PR
MS
SC
RS
MT
GO
DF
PA
AP
RR
AM
AC
RO
PE
AL
Trópico de Capricórnio
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
–5 horas –4 horas –3 horas –2 horas
0 500 1
000
km
Brasil: fusos hor‡rios Ð 2013
Adaptado de: OBSERVAT?RIO NACIONAL. Divis?o Servi?o da Hora. Fusos horários no Brasil.
Dispon?vel em: <http://pcdsh01.on.br>; IBGE. Fusos Horários.
Dispon?vel em: <http://7a12.ibge.gov.br/images/7a12/mapas/Brasil/brasil_fusos_horarios.pdf>.
Acesso em: 7 set. 2015.
Consulte mapas de fusos hor?rios e acerte o rel?gio de acordo
com a Hora Legal Brasileira no site do Observatório Nacional.
Veja orienta??es na se??o Sugestões de leitura, filmes e sites.
O fuso UTC ?2 horas (em rela??o a
Greenwich) ? exclusivo de ilhas
oce?nicas.
O fuso UTC ?3 horas corresponde
ao hor?rio de Bras?lia, a Hora
Oficial do Brasil.
O limite entre os fusos UTC ?4 e
?5 ? uma linha imagin?ria que se
alonga do munic?pio de Tabatinga,
no estado do Amazonas, at?
o munic?pio de Porto Acre,

no estado do Acre.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Capítulo 142
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 42 5/4/16 9:49 AM

O sistema de fusos hor?rios foi proposto na Confer?ncia
Internacional do Meridiano, realizada em Washington, em
1884. Cada fuso corresponde a uma faixa de 15? entre dois
meridianos. O meridiano de Greenwich foi escolhido para
ser a linha mediana do fuso zero. Passando-se um meri-
diano pela linha mediana de cada fuso, enumeram-se 12
fusos para leste e 12 fusos para oeste do fuso zero, obten-
do-se, assim, os 24 fusos e o sistema de zonas de horas.
Para cada fuso a leste do fuso zero, soma-se 1 hora, e,
para cada fuso a oeste do fuso zero, subtrai-se 1 hora.
A partir da Lei n. 11 662/2008, o Brasil, que fica a oeste de
Greenwich e tinha quatro fusos, passou a ter somente tr?s
fusos hor?rios.
Em rela??o ao fuso zero, o Brasil abrange os fusos 2, 3 e 4.
Por exemplo, Fernando de Noronha est? no fuso 2, o es-
tado do Amap? est? no fuso 3 e o Acre, no fuso 4.
A cidade de Pequim, que sediou os XXIX Jogos Ol?mpicos
de Ver?o, fica a leste de Greenwich, no fuso 8. Conside-
rando-se que a cerim?nia de abertura dos jogos tenha
ocorrido ?s 20h8min, no hor?rio de Pequim, do dia 8 de
agosto de 2008, a que horas os brasileiros que moram no
estado do Amap? devem ter ligado seus televisores para
assistir ao in?cio da cerim?nia de abertura?
a) 9h8min, do dia 8 de agosto.
b) 12h8min, do dia 8 de agosto.
c) 15h8min, do dia 8 de agosto.
d) 1h8min, do dia 9 de agosto.
e) 4h8min, do dia 9 de agosto.
Resolução
Considerando a Matriz de Refer?ncia do Enem, essa
quest?o contempla a Compet?ncia de ?rea 6 ? Com-
preender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas
intera??es no espa?o em diferentes contextos hist?ricos
e geogr?ficos, especialmente a habilidade H27 ? Anali-
sar de maneira cr?tica as intera??es da sociedade com o
meio f?sico, levando em considera??o aspectos hist?ri-
cos e/ou geogr?ficos.
Esta quest?o cobra, especificamente, a habilidade de se
situar no sistema internacional de fusos hor?rios e de
estabelecer correspond?ncias de horas em diferentes lu-
gares do globo terrestre. Como foi dito no enunciado e
pode ser observado no mapa da p?gina 42, o estado do
Amap? situa-se no fuso UTC ?3 (hora oficial do Brasil),
Pensando no Enem
isto ?, est? a menos tr?s horas em rela??o ao meridiano
de Greenwich (UTC 0). Como Pequim situa-se a oriente,
no fuso UTC +8, conclui-se que est? 11 horas adiantadas
em rela??o ? hora de Bras?lia (ou a capital brasileira est?
11 horas atrasadas em rela??o ao hor?rio vigente na ca-
pital chinesa, como prop?e o problema). Assim, se a
abertura dos Jogos Ol?mpicos de Pequim teve in?cio ?s
20h8min do dia 8 de agosto de 2008, os telespectadores
do Amap?, assim como todos os brasileiros que vivem
sob a hora do fuso UTC ?3, viram o in?cio dessa cerim?-
nia ?s 9h8min do mesmo dia. Portanto, a alternativa que
responde corretamente ao problema proposto ? a A. Ob-
serve o mapa de fusos hor?rios pr?ticos na p?gina 39 e
visualize o racioc?nio feito para a resolu??o dessa ques-
t?o do Enem. Perceba que a China, por sua extens?o les-
te-oeste, poderia ter quatro fusos hor?rios (assim como
o Brasil), mas, por raz?es pr?ticas, todo o pa?s adota a
hora vigente no fuso UTC +8 (hora de Pequim).
Perceba que, quando essa quest?o foi cobrada na prova
do Enem, ainda est?vamos sob a vig?ncia da Lei n.
11 662/2008: ?A partir da Lei n. 11 662/2008, o Brasil,
que fica a oeste de Greenwich e tinha quatro fusos, pas-
sa a ter somente tr?s fusos hor?rios.?. No entanto, como
vimos, com a aprova??o da Lei n. 12  876/2013, o pa?s
passou a ter novamente quatro fusos hor?rios, voltando
? situa??o que vigorou de 1913 a 2008.
Rogério Reis/Pulsar Imagens
O rel?gio da Igreja Nossa Senhora de F?tima marca
7h17min em Santana (AP), onde o dia est?
amanhecendo (foto de 2012). Nesse mesmo momento,
em Pequim (China), s?o 18h17min e est? escurecendo.
Planeta Terra: coordenadas, movimentos e fusos horários43
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 43 5/4/16 9:49 AM

Equador
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Capricórnio
AM
RR
AC
RO
PA
AP
MA
GO
DF
MT
MS
MG
BA
TO
PI
CE
RN
PB
PE
AL
SE
ES
RJSP
PR
SC
RS

50º O
Estados em que
vigora o horário
de verão
0 640 1
280
km
5 Horário de verão
A origem do hor?rio de ver?o data do in?cio do s?culo
XX. No Brasil, foi adotado pela primeira vez em 1931, no
governo Get?lio Vargas. Tinha como objetivo economizar
energia, mas n?o foi adotado permanentemente desde
ent?o. Somente a partir de 1985 ele passou a ser implanta-
do, todos os anos, em parte do territ?rio nacional. Com a
publica??o do Decreto n. 6 558, de 8 de setembro de 2008,
o hor?rio de ver?o passou a ter car?ter permanente nos
estados das regi?es Sul, Sudeste e Centro-Oeste, entre ze-
ro hora do terceiro domingo de outubro e zero hora do
terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte, exceto
quando este ?ltimo coincidir com o Carnaval (neste caso,
seu t?rmino ? postergado para o domingo seguinte). Nesse
per?odo, nos estados em que ? implantado o hor?rio de
ver?o, os rel?gios s?o adiantados em 1 hora em rela??o ?
Hora Legal Brasileira. Veja o mapa ao lado.
Como ? poss?vel observar no mapa, o hor?rio de
ver?o ? adotado apenas nos estados brasileiros mais
distantes da linha do equador, onde a diferen?a de fo-
toper?odo permite que essa medida proporcione eco-
nomia no consumo de energia el?trica.
Observe no gr?fico a seguir que nos meses finais
e iniciais do ano, o dia ? mais longo que a noite (so-
bretudo nos estados mais ao sul do pa?s), e isso signi-
fica que o sol ali nasce antes das 6h e se p?e depois
das 18h. Nas proximidades do tr?pico de Capric?rnio,
Banco de imagens/Arquivo da editora
Adaptado de: OBSERVAT?RIO NACIONAL. Divis?o Servi?o da Hora.
Hora Legal Brasileira. Mapa com o hor?rio de ver?o 2014/2015.
Dispon?vel em: <http://pcdsh01.on.br>. Acesso em: 14 set. 2015.
Brasil: horário de verão – 2014/2015
por exemplo, ao adiantarmos os rel?gios em uma ho-
ra, o sol passa a nascer aproximadamente entre 6h e
6h30min e a se p?r entre 19h30min e 20h.
Adaptado de: OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA EL?TRICO (ONS). Expectativa dos benef?cios com a implanta??o do
hor?rio de ver?o 2007-2008. Rio de Janeiro, 2008. p. 5. Dispon?vel em: <www.ons.org.br/analise_carga_demanda/
horario_verao.aspx>. Acesso em: 14 set. 2015.
Duração da luminosidade natural em algumas capitais brasileiras
15h07
14h52
14h38
14h24
14h09
13h55
13h40
13h26
13h12
12h57
12h43
12h28
12h14
12h00
1º set.21 set.11 out.31 out. 20 nov. 10 dez. 30 dez. 19 jan. 08 fev. 28 fev. 20 mar.Dias do ano
Duração da
luminosidade do
dia (em horas)
8
4
8
2
8
4
9
5
0
6
2
Porto Alegre
São Paulo
Rio de Janeiro
Brasília
Recife
Belémm
Belém
melém
5
4
7
3
O artigo 2? do Decreto 6 558/2008 chegou a sofrer duas
altera??es para justificar a ado??o do hor?rio de ver?o na
Bahia e em Tocantins em anos alternados, mas, com a
publica??o do Decreto 8 112/2013, apenas os estados
destacados no mapa continuam a adot?-lo.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Capítulo 144
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 44 5/4/16 9:49 AM

Assim, em sua maioria, as pessoas saem do tra-
balho ou da escola e chegam em casa antes de escu-
recer, quando ainda n?o h? necessidade de ilumina??o
artificial. A economia de energia nesse per?odo ? sig-
nificativa por ser este o hor?rio de pico do consumo,
pois, ao chegar em casa, as pessoas tamb?m ligam
chuveiros e aparelhos el?tricos. A economia de energia
el?trica total ? pequena, no entanto, representa mui-
to no hor?rio de pico, como se constata pelos n?meros
da tabela a seguir. Por exemplo, a redu??o da deman-
da de energia no hor?rio de pico no subsistema Su-
deste/Centro-Oeste equivaleu ao dobro do consumo
de Bras?lia nesse per?odo.
Nas proximidades do equador, a medida n?o ? ado-
tada porque a varia??o de fotoper?odo, quando existe,
? muito pequena. Caso se adotasse o hor?rio de ver?o
nessas regi?es, a energia economizada ? noite seria
gasta pela manh? quando as pessoas acordassem. Os
estados da regi?o Nordeste situados mais a leste tam-
b?m n?o se beneficiariam com a ado??o do hor?rio de
ver?o, como mostram as imagens de sat?lite a seguir.
O hor?rio de ver?o ? um recurso adotado em mui-
tos pa?ses para evitar sobrecarga no sistema de produ-
??o e distribui??o nos per?odos de pico do consumo,
uma vez que a energia el?trica em seu estado final n?o
pode ser armazenada, ou seja, ela precisa ser consumi-
da ? medida que ? gerada.
Redu??o de demanda durante o hor?rio de ver?o no Brasil ? 2014/2015
Subsistemas
abrangidos
Redu??o do
consumo total
(Megawatts m?dios
? MWmed)
Percentual
de economia
(%)
Redu??o do
consumo no hor?rio
de pico (18h-21h)
(Megawatts ? MW)
Percentual
de economia
(%)
Sudeste + Centro-Oeste 200 ? 2 035 ?
Sul 65 ? 645 ?
Sudeste + Centro-Oeste + Sul 265 0,5 2 680 4,5
Adaptado de: OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA EL?TRICO (ONS). In: Portal Brasil. Hor?rio de ver?o proporcionou economia de 265 MW m?dios. Bras?lia,
12 mar. 2015. Dispon?vel em: <www.brasil.gov.br/infraestrutura/2015/03/horario-de-verao-proporcionou-economia-de-265-mw-medios>. Acesso em: 4 jun. 2015.
Fotos: Reprodução/www.ons.org.br/analise_carga_demanda/horariodeverao.aspx
OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA EL?TRICO (ONS). T?rmino do hor?rio de ver?o 2012/2013. Rio de Janeiro, 2013. p. 7.
Dispon?vel em: <www.ons.org.br/analise_carga_demanda/horario_verao.aspx>. Acesso em: 4 jun. 2015.
Brasil, ?s 19 horas
de 21/10/2012, sem
hor?rio de ver?o.
Brasil, ?s 19 horas
de 21/10/2012, com
hor?rio de ver?o.
OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA EL?TRICO (ONS). Rio de Janeiro, 2013. p. 7.
Dispon?vel em: <www.ons.org.br/analise_carga_demanda/horario_verao.aspx>. Acesso em: 4 jun. 2015.
Segundo o relat?rio da ONS: ?No Nordeste, apenas pa
rte da Bahia, Maranh?o e parte do Cear? se
beneficiariam mais efetivamente, no in?cio do hor?rio de ver?o, uma vez que nos demais estados, na parte
mais a leste dessa regi?o, pr?xima ao litoral, j? seria noite com ou sem a implanta??o do hor?rio
de ver?o.
Isso acontece porque a por??o oriental da regi?o Nordeste est? no fuso hor?rio te?rico UTC ?2, embora por
raz?es pr?ticas tenha sido colocada no fuso UTC ?3 (hora de Bras?lia); portanto, a? escurece mais cedo?.
Planeta Terra: coordenadas, movimentos e fusos horários45
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 45 5/4/16 9:50 AM

Dialogando
com as disciplinas
Capítulo 146
V
oc? j? parou para pensar em como tudo est? relacionado em nosso cotidiano? Se
pensarmos nas disciplinas que aprendemos na escola, todas as coisas que acon-
tecem em nosso dia a dia carregam consigo um pouco de cada uma delas. A di-
vis?o do conhecimento por disciplina permite um estudo mais aprofundado e espec?fico
sobre cada assunto. Mas n?o podemos nos esquecer de que, na realidade, os conheci-
mentos n?o s?o isolados; pelo contr?rio, eles se complementam e se relacionam.
Ao realizar as atividades a seguir, observe como a Geografia interage com outras disci-
plinas. Quando essas rela??es s?o estabelecidas, o aprendizado fica ainda mais interes-
sante e significativo.
O horário de verão e os relógios biológicos
At? o in?cio do s?culo XVIII, acreditava-se que os mecanismos corporais ocorriam em
resposta a est?mulos ambientais. Pensava-se, por exemplo, que o sono seria estimulado
ao anoitecer, quando h? uma queda da incid?ncia solar. Algumas experi?ncias, no en-
tanto, come?aram a confrontar essas ideias. Observou-se, por exemplo, que as pessoas,
mesmo ficando por um longo per?odo dentro de uma caverna, na aus?ncia total de luz,
mantinham um ciclo de sono e vig?lia a cada per?odo de 25 horas. Fatos como esse de-
monstraram que os seres vivos possuem oscila??es c?clicas comportamentais e fisiol?-
gicas, reguladas por mecanismos internos, os chamados ?rel?gios biol?gicos?. Foi assim
que, a partir de meados do s?culo XX, nasceu a Cronobiologia, uma disciplina cient?fica
reconhecida internacionalmente, respons?vel por estudar os ciclos ou ritmos biol?gicos.
Leia o texto a seguir, que trata desse assunto:
Alguns territ?rios adotam o hor?rio de ver?o para garantir que no per?odo de maior
insola??o a luminosidade di?ria fique prolongada, contribuindo para a economia de
energia el?trica. Com base nos conhecimentos sobre ciclos biol?gicos apontados pela
Cronobiologia e no que voc? estudou neste cap?tulo, responda:
1. Quando viajamos para algum lugar que apresenta diferen?a de fuso hor?rio, ? comum
que os nossos estados de fome, sono e vig?lia fiquem alterados.
Os ritmos biol?gicos s?o classificados em tr?s grupos. Os circadianos (do latim circa, ?pr?ximo?; diem,
?dia?) s?o aqueles ritmos end?genos que expressam um per?odo de aproximadamente 24 horas [...]. Um
exemplo ? o nosso ritmo de atividade-repouso, diversos ritmos hormonais, o ritmo de temperatura corporal,
etc. Todos repetem o ciclo a cada 24 horas. Os ritmos infradianos s?o aqueles que ocorrem em per?odos
maiores que 28 horas. Um exemplo cl?ssico ? a reprodu??o estacional de alguns animais (com um per?odo
pr?ximo de um ano); o per?odo menstrual da mulher, de 28 dias; ritmos circalunares t?picos de esp?cies que
vivem pr?ximo a costas; etc. J? os ritmos ultradianos s?o aqueles que t?m dura??o menor que 20 horas. [...]
nosso n?vel de consci?ncia e aten??o mostra marcados ritmos ultradianos: durante o sono, temos altern?n-
cias regulares de diferentes fases [...], ao mesmo tempo que durante o dia temos picos de elevada aten??o,
alternando com per?odos de menor aten??o ou at? sonol?ncia (a dura??o dessas altern?ncias ? de aproxi-
madamente 90 minutos). [...]
Adaptado de: GOMES, Marcos. Cronobiologia: os ritmos da vida. Revista Educação.
Dispon?vel em: <http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/0/cronobiologia-os-ritmos-da-vida-241624-1.asp>.
Acesso em: 22 jul. 2015.
Nesta seção, a
Geografia dialoga
com a Biologia.
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 46 5/4/16 9:50 AM

Planeta Terra: coordenadas, movimentos e fusos horários47
a) Explique por que isso ocorre.
b) Essas altera??es tamb?m podem ser percebidas com o adiantamento do rel?gio
no hor?rio do ver?o? Cite exemplos.
2. Os ciclos circadianos s?o controlados por mecanismos corporais internos, ou seja,
s?o end?genos. Um dos ritmos corporais mais f?ceis de se demonstrar ? o da tem-
peratura corporal. A nossa temperatura central ? considerada constante, em torno
dos 36,5 ?C, e n?o varia muito mais do que 1 ?C em condi??es normais. Essas oscila??es
s?o c?clicas e podem ser previstas. Observe os gr?ficos.
• Com base nos resultados apresentados nos gr?ficos, ? poss?vel concluir que fato-
res comportamentais e ambientais interferem na regula??o dos ciclos end?genos?
Justifique sua resposta.
3. Me?a sua temperatura a cada quatro horas durante tr?s dias. Organize os dados em
uma tabela e construa gr?ficos similares aos da atividade anterior.
a) Compare o seu gr?fico com os de seus colegas e responda: varia??es internas,
como a temperatura, podem diferir de indiv?duo para indiv?duo?
b) De acordo com a varia??o de temperatura observada no gr?fico que voc? construiu,
procure classificar sua rotina di?ria em matutina (maior ritmo de atividade duran-
te a manh?) ou vespertina (maior ritmo de atividade ? tarde e ? noite). Seus cole-
gas possuem ciclos de maior atividade diferentes dos seus?
4. Considere uma pessoa ?vespertina? que costuma sair de casa ?s 7 horas da manh?.
a) A que hor?rio do ciclo natural ela passa a sair durante o hor?rio de ver?o?
b) Que implica??es isso poder? causar em sua rotina di?ria?
2422
38
37
36
35
34
33
201816
°C
tempo (horas)
14121086420
Temperatura central (24h)
Sono secund?rio Sono principal
vig’lia
2422
38
37
36
35
34
33
201816
tempo (horas)
14121086420
Temperatura central (24h)
Sono secundário Sono principal
Efeito “feijoada”
Efeito “exercício”
vigília
¡C
Dispon?vel em: <www.crono.icb.usp.br/fig1.htm>. Acesso em: 31 jul. 2014.Dispon?vel em: <www.crono.icb.usp.br/fig6.htm>. Acesso em: 31 jul. 2014.
Resultado de medidas da temperatura
central de um homem adulto jovem e
sadio ao longo de um dia
Variação da temperatura corporal após
a realização de exercício físico intenso
e alimentação calórica
Gráficos: Banco de imagens/Arquivo da editora
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Atividades
Compreendendo conteúdos
1. Explique as consequ?ncias da esfericidade do planeta, da inclina??o do eixo terrestre e do movimento de transla??o
para a insola??o e as esta??es do ano.
2. Explique a diferen?a entre os limites te?ricos e pr?ticos nos fusos hor?rios.
3. Aponte a finalidade da ado??o do hor?rio de ver?o. Por que o Brasil n?o o adota em todos os estados?
Desenvolvendo habilidades
4. Observe o mapa-m?ndi ao lado e responda:
a) Quais s?o as coordenadas geogr?ficas dos
pontos A, B e C?
b) Em que hemisf?rios est?o localizados es-
ses pontos?
c) Se na longitude 0? os rel?gios marcam 14h,
que horas s?o nos pontos A, B e C?
d) Que horas s?o no ponto A quando est? em
vigor o hor?rio de ver?o brasileiro?
5. Releia o trecho do livro A volta ao mundo em
80 dias na p?gina 40 e responda:
a) Por que Phileas Fogg, protagonista da fic??o
de J?lio Verne, fez sua viagem de volta ao
mundo em 79 dias, e n?o em 80 dias, como
est? no t?tulo do livro?
b) Por que o personagem s? se deu conta
disso quando retornou a Londres?
6. Fa?a as atividades propostas a seguir:
a) Imagine que voc? est? visitando S?o Paulo (SP) e pretende conhecer alguns pontos de
interesse cultural da cidade. Voc? comprou ingresso para assistir a uma apresenta??o
da Orquestra Sinf?nica do Estado de S?o Paulo (Osesp), na Sala S?o Paulo, e quer aproveitar para conhecer a
Esta??o J?lio Prestes, que fica ao lado. Antes, por?m, decide ver uma exposi??o de pinturas na Pinacoteca do
Estado e dar uma olhada no pr?dio da Esta??o da Luz, onde funcionava o Museu da L?ngua Portuguesa*. Consultando
a legenda das principais atra??es na planta tur?stica do centro de S?o Paulo (consulte-a na p?gina 33), voc?
descobre o n?mero de cada uma delas, assim como sua respectiva
coordenada alfanum?rica. Agora basta localiz?-las e explorar o que
elas t?m a oferecer.
b) Pesquise nos sites indicados a seguir para saber mais sobre a Sala
S?o Paulo, a Osesp e a Pinacoteca: <www.salasaopaulo.art.br>;
<http://osesp.art.br> e <www.pinacoteca.org.br/pinacoteca-pt/>.
Veja exposi??es do Museu da L?ngua Portuguesa e acompanhe sua
reconstru??o em: <www.museulp.org.br>. Acesso em: 18 abr. 2016.
Consulte o site da São Paulo
Turismo. Veja orienta??es na
se??o Sugestões de leitura,
filmes e sites.
A Sala S?o Paulo, sede da Osesp, ?
um local de concertos inaugurado
em 1999 numa ala do edif?cio que
abriga a esta??o ferrovi?ria J?lio
Prestes (foto de 2015).
0° 40°40° 80°80°120°160°
60°
60°
40°
40°
20°
20°

120° 160°
B
A
C
0 2
350
4
700
km
Banco de imagens/Arquivo da editora
Mapa-múndi de Mercator
Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Dir.) Atlas du 21
e
si?cle ?dition 2012.
Groningen: Wolters-Noordhoff; Paris: ?ditions Nathan, 2011. p. 8.
Marcos Bezerra/Futura Press
* Em 21 de dezembro de 2015, o museu foi destru?do em um inc?ndio. O governador do estado de S?o Paulo se comprometeu com sua
reconstru??o, mas n?o definiu a data de in?cio da obra.
Dialogando
com L?NGUA PortUGUesA,,
HistóriA e Arte
atenção!
Não escreva no seu livro!
Capítulo 148
GGB_v1_PNLD2018_026a048_U1C01.indd 48 5/4/16 9:50 AM

49
CAPÍTULO2
Representações
cartográficas,
escalas e projeções
Mapa do Saltério, presente no Livro
de Salmos, século XIII.
Reprodução/Biblioteca Britânica, Londres, Inglaterra.
49
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Sarah Morgan/Flickr Vision/Getty Images
P
ara localizarmos um determinado lugar, devemos utilizar a repre-
sentação mais adequada à nossa necessidade. Por exemplo, para
encontrar uma rota de viagem por terra, o ideal é utilizar um mapa
rodoviário, e não o mapa-múndi ou o globo, como fizeram Calvin e Harol-
do no quadrinho do capítulo anterior. Como o globo terrestre é feito numa
escala muito pequena, o lugar para onde pretendiam ir lhes pareceu per-
to (a escala é considerada pequena quando se reduzem muito os elemen-
tos representados). Imagine quantas vezes o planeta Terra (e os elemen-
tos sociais e naturais que o compõem) foi reduzido para caber num globo
como o que eles consultaram ou num planisfério do tamanho desta folha!
Como veremos, por meio de vários exemplos, o uso da escala adequada
é fundamental para a localização exata do local procurado.
O globo terrestre, embora mantenha as características do planeta
em termos de formas e distâncias, tem utilização prática reduzida: é di-
fícil transportá-lo em viagens ou fazer medidas em sua superfície. Por
isso, os cartógrafos inventaram projeções que permitem representar o
planeta esférico numa superfície plana. O problema é que qualquer pro-
jeção provoca algum tipo de distorção. Por que isso ocorre?
Em um planeta esférico em movimento no espaço sideral não existe
acima nem abaixo. No entanto, a maioria dos mapas impressos apresen-
tam o norte na parte de "cima".
Por que quase sempre vemos o hemisfério norte em destaque nos
mapas? Podemos, em vez disso, mostrar o hemisfério sul em destaque?
Ou mesmo o leste ou o oeste? Poderíamos representar o Brasil no centro
do mapa-múndi? Você acharia isso estranho? Essas são questões que
serão esclarecidas neste capítulo.
Turista consulta planta de Buenos Aires
em frente ? Casa Rosada, sede do Poder
Executivo da Argentina (foto de 2013).
Capítulo 250
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1 Representação cartográfica
A leitura do mundo precede a leitura da palavra.Ó
Paulo Freire (1921-1997), educador brasileiro mundialmente reconhecido.
Pessoas observam o
mapa pol?tico da
Fran?a, na cidade de
Lille, em 2014.
Philippe Huguen/Agência France-Presse
Evolu•‹o tecnol—gica
O mapa ? uma das mais antigas formas gr?ficas de
comunica??o, precedendo a pr?pria escrita. Na hist?ria
humana, parafraseando Paulo Freire, a leitura do mun-
do e sua representa??o gr?fica precederam a leitura
da palavra. Mesmo hoje, a leitura do mundo, em sen-
tido amplo, muitas vezes precede a leitura de textos
escritos sobre ele. Em Geografia, como vimos na Intro-
du??o, a observa??o da paisagem ? o primeiro proce-
dimento para a compreens?o do espa?o geogr?fico,
seguido do registro do que foi observado ? da? a im-
port?ncia do mapa.
Em um mapa, os elementos que comp?em o es-
pa?o geogr?fico s?o representados por pontos, linhas,
texturas, cores e textos, ou seja, s?o usados s?mbolos
pr?prios da Cartografia. Diante da complexidade do
espa?o geogr?fico, algumas informa??es s?o sempre
priorizadas em detrimento de outras. Seria imposs?vel
representar todos os elementos ? f?sicos, econ?micos,
humanos e pol?ticos ? num ?nico mapa. Seu objetivo
fundamental ? permitir o registro e a localiza??o dos
elementos cartografados e facilitar a orienta??o no
espa?o geogr?fico. Portanto, qualquer mapa ser?
sempre uma simplifica??o da realidade para atender
ao interesse do usu?rio. Observe a imagem.
Al?m das coordenadas geográficas ou alfanumé-
ricas (localiza??o) e da indicação dos pontos cardeais
(orienta??o) um mapa precisa ter:
• título ? informa os fen?menos representados;
• legenda ? mostra o significado dos s?mbolos utili-
zados;
• escala ? indica a propor??o entre a representa??o e
a realidade, e permite calcular as dist?ncias no terre-
no com base em medidas feitas no mapa.
Os primeiros mapas foram esculpidos em pedra
ou argila. Na p?gina seguinte, voc? ver? o mais antigo
mapa de que se tem registro: o mapa de Ga-Sur (1). Ele
foi encontrado em 1930 nas ru?nas dessa cidade,
situada a cerca de 300 quil?metros ao norte da antiga
Babil?nia. Ele ? um esbo?o r?stico esculpido num pe-
da?o de argila cozida de 8 cm ? 7 cm. Estima-se que
esse mapa tenha sido feito por volta de 2500 a.C. na
Mesopot?mia, pelos sum?rios. Observe, tamb?m na
p?gina seguinte, uma interpreta??o desse mapa (2).
Com o tempo, os mapas passaram a ser desenhados
em tecido, couro, pergaminho ou papiro. Com a inven??o
da imprensa, come?aram a ser gravados em originais de
pedra ou metal e, em seguida, impressos
em papel. Hoje, s?o processados em
computador e podem ser anali-
sados diretamente na tela.
51
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Al Mawsil
TURQUIA
SÍRIA
IRAQUE
IRÃ
Ibil
Kirkuk
A
B
Samarra
Bagdá
Al-Hillah
0 70 140
km
45º L
35º N
Observe, no mapa (4), a localiza??o das ru?nas de
Ga-Sur. Ele foi elaborado com base na imagem de sa-
t?lite (3) que o acompanha, um recurso tecnol?gico
atual bastante utilizado para a confec??o de mapas,
como estudaremos no Cap?tulo 4.
O aprimoramento dos sat?lites e dos computado-
res permitiu grandes avan?os nas t?cnicas de coleta,
processamento, armazenamento e representa??o de
informa??es da superf?cie terrestre, causando grande
impacto nos processos de elabora??o de mapas e nos
conceitos da Cartografia.
GOOGLE MAPS BRASIL. Dispon?vel em: <http://maps.google.com.br>. Acesso em: 5 jun. 2015.
Mapa de Ga-Sur, esculpido pelos sumérios em um pedaço de argila cozida, e uma interpretação dele.
A imagem de satélite e o mapa a que deu origem (ao
lado) mostram um trecho do Iraque no qual se pode
observar Bagdá e as indicações dos lugares onde
estão as ruínas de Ga-Sur (A), ao norte da capital
iraquiana, e as ruínas da antiga Babilônia (B), ao sul.
Reprodução/Arquivo do autor
Banco de imagens/Arquivo da editora
Reprodução/Museu de Bagdá, Iraque.
Mapa: Bagdá e ruínas de Ga-Sur
e Babilônia (Iraque)
Imagem de satélite: Bagdá e ruínas de
Ga-Sur e Babilônia (Iraque)
Consulte o site do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Veja orientações
na seção Sugestões de leitura, filmes e sites.
Adaptado de: GOOGLE MAPS BRASIL. Dispon?vel em:
<http://maps.google.com.br>. Acesso em: 16 set. 2015.
A: Nuzi (Ruínas
de Ga-Sur)
B: Ruínas da antiga
Babilônia
EstradasEstradas
SÍRIA
35º N35º N35º N
35º N
35º N35º N35º N
35º N
35º N
2
1
3 4
52
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Tipos de produtos cartográficos
Os mapas podem ser classificados em topográficos
(ou de base) e temáticos. Num mapa topogr?fico, re-
presenta-se a superf?cie terrestre o mais pr?ximo pos-
s?vel da realidade, dentro das limita??es impostas pela
escala pequena. Na carta topográfica, feita em escala
m?dia ou grande, h? mais precis?o entre a representa-
??o e a realidade. Observe abaixo um trecho de uma
folha da Carta Topográfica do Brasil. Trata-se da repro-
du??o de uma parte do munic?pio de Garuva, no esta-
do de Santa Catarina.
Na carta topogr?fica, as vari?veis da superf?cie da
Terra s?o representadas com maior grau de detalha-
mento e a localiza??o ? mais precisa. Isso torna poss?vel
identificar a posi??o planimétrica ? fen?menos geogr?-
ficos representados no plano, na horizontal ? e a altimé-
trica ? representa??o vertical, altitude do relevo ? de
alguns elementos vis?veis do espa?o. Mapas e cartas
topogr?ficas s?o resultantes de levantamentos sis-
temáticos feitos por ?rg?os governamentais ou em-
presas privadas. Os mapas topogr?ficos servem de
base para os mapas te-
m?ticos.
Um mapa temático
cont?m informa??es sele-
cionadas sobre determi-
nado fen?meno ou tema
do espa?o geogr?fico: na-
turais ? geologia, relevo,
Levantamento sistemático:
conjunto de medidas plani-
m?tricas e altim?tricas pre-
cisas de uma parte da super-
f?cie terrestre que atendem
a uma s?rie de regras fixas,
como a precis?o da escala,
do tra?ado das coordenadas
e das curvas de n?vel.
Reprodu??o/Arquivo da editora Reprodu??o/Arquivo da editora
Adaptado de: IBGE. Secretaria de Planejamento da Presid?ncia da Rep?blica. Garuva (SC). Folha SG-22-Z-B-II-1. Rio de Janeiro, 1981.
VIAS DE CIRCULAÇÃO
Estradas de rodagem
Estrada pavimentada
Estrada sem pavimenta??o
Caminho
Trilha
Prefi xo de estrada: Federal Estadual
OUTROS ELEMENTOS PLANIMÉTRICOS
Linha transmissora de energia
Igreja Escola
ELEMENTOS DE VEGETAÇÃO
Mata Floresta Cerrado
Escala 1: 50 000
Trecho da carta de Garuva (SC)
Representações cartográficas, escalas e projeções53
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vegeta??o, clima, etc. ? ou so-
ciais ? popula??o, agricultura,
ind?strias, urbaniza??o, etc.
Nesse tipo de mapa, a precis?o
planim?trica ou altim?trica tem
import?ncia menor; as repre-
senta??es quantitativa e quali-
tativa dos temas selecionados
s?o mais relevantes.
Observe ao lado um
exemplo de mapa tem?tico.
Ele mostra o percentual da
popula??o alfabetizada no
territ?rio brasileiro.
Macapá
AP
PAAM
RR
AC
RO
MT
TO
MA
PI
CE RN
PB
PE
AL
SE
BA
MS
GO
MG
ES
RJ
SP
PR
SC
RS
DF
Boa Vista
Belém
São Luís
Teresina
Fortaleza
Natal
Recife
João
Pessoa
Maceió
Aracaju
Salvador
Vitória
Rio de Janeiro
São Paulo
Florianópolis
Campo
Grande
Belo
Horizonte
Cuiabá
Goiânia
Curitiba
Brasília
Palmas
Porto Alegre
Manaus
Rio Branco
Porto Velho
T
r
ó
p
i
c
o
d
e
C
a
p
r
i c
ó
r
n
i o

OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Equador

50º O
0 410 820
km
até 60,0
Pessoas alfabetizadas de 5 anos
de idade ou mais (%)
60,1 até 70,0
70,1 até 80,0
80,1 até 90,0
mais de 90,1
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 120.
Brasil: alfabetização – 2010
Consulte o site do
Laboratório de
Cartografia Tátil e Escolar
(LABTATE), do
Departamento de
Geociências da
Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC).
Veja orientações na seção
Sugestões de leitura,
filmes e sites.
Para saber mais
Representação do relevo em carta topográfica
As curvas de nível (ou isoípsas) correspondem à inter-
secção entre o terreno e um conjunto de planos horizon-
tais imaginários, separados por altitudes iguais. São, por-
tanto, linhas que unem os pontos do relevo que têm a
mesma altitude. Traçadas na carta, permitem a visualiza-
ção da declividade (inclinação) do relevo. Veja a sua repre-
sentação ao lado.
Quanto maior a declividade, mais próximas as curvas
de nível aparecem representadas; quanto menor a decli-
vidade, maior o afastamento entre elas. Observe na Carta
Topográfica do Brasil (na página anterior) que a distribui-
ção das curvas de nível e a organização da rede de drena-
gem (os rios, representados por linhas azuis) indicam as
diferentes declividades das vertentes.
A maior ou menor declividade do relevo torna os solos
mais ou menos suscetíveis à erosão ou a escorregamentos;
facilita ou dificulta a construção de cidades, rodovias, ferro-
vias ou oleodutos; favorece ou não a instalação de fábricas
ou a mecanização agrícola. Como você pode perceber, a to-
pografia interfere na ocupação do espaço geográfico.
Adaptado de: ROBINSON, Arthur Howard et al. Elements of Cartography.
6
th
ed. New York: John Wiley & Sons, 1995. p. 509.
Cassiano Röda/Arquivo da editora Cassiano Röda/Arquivo da editora
120 m
10 0 m
80 m
60 m
40 m
20 m
0 m
representação
tridimensional
representação
plana
(visão vertical)
Banco de imagens/Arquivo da editora
Capítulo 254
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Pensando no Enem
Um determinado munic?pio, representado na planta abai-
xo, dividido em regi?es de A a I, com altitudes de terrenos
indicadas por curvas de n?vel, precisa decidir pela locali-
za??o das seguintes obras:
1. Instala??o de um parque industrial;
2. Instala??o de uma torre de transmiss?o e recep??o.
Allmaps/Arquivo da editora
interior de cidades onde há poucos terrenos disponíveis,
pois isso pode agravar a poluição e o trânsito. O ideal é que
ele seja instalado numa área fora da cidade (mas não mui-
to distante, porque necessita de mão de obra) e onde haja
um bom sistema de transportes que permita a chegada de
matérias-primas e o escoamento dos bens produzidos.
Considerando tudo isso e os elementos mostrados na
planta, o melhor local para a instalação de um parque in-
dustrial é a área I do município, ao lado da rodovia.
A instalação de uma torre de comunicação deve ficar nas
proximidades da cidade, mas num terreno de altitude
mais elevada para que seu funcionamento seja mais efi-
ciente; portanto, o melhor local para sua instalação é a
área E. Assim, a alternativa que responde corretamente
ao problema proposto é a C.
Considerando a Matriz de Referência do Enem, esta ques-
tão contempla a Compet?ncia de ?rea 2 ? Compreender as
transforma??es dos espa?os geogr?ficos como produto
das rela??es socioecon?micas e culturais de poder, espe-
cialmente a habilidade H6 – Interpretar diferentes repre-
senta??es gr?ficas e cartogr?ficas dos espa?os geogr?ficos.
Contempla também a Compet?ncia de ?rea 6 ? Compre-
ender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas inte-
ra??es no espa?o em diferentes contextos hist?ricos e
geogr?ficos, especialmente a habilidade H27 ? Analisar
de maneira cr?tica as intera??es da sociedade com o meio
f?sico, levando em considera??o aspectos hist?ricos e/ou
geogr?ficos. Cobra especificamente a habilidade de ler e
interpretar uma planta, principalmente no que tange a
leitura de curvas de nível, e de refletir sobre as possibilida-
des de ocupação do território, considerando o relevo e ou-
tras variáveis socioeconômicas e espaciais e as conse-
quências socioambientais dessa ocupação.
40 A
D
G
E
H
F
I
B
C
30
20
10
Cidade
Vegetação
Rio
1: 100 000
Rodovia
Considerando impacto ambiental e adequa??o, as regi?es
onde deveriam ser, de prefer?ncia, instaladas ind?strias e
torres, s?o, respectivamente:
a) E e G. c) I e E. e) E e F.
b) H e A. d) B e I.
Resolução
Um parque industrial deve ser preferencialmente instala-
do em um terreno com topografia plana para evitar gran-
des cortes ou aterros, que podem expor a área à erosão.
Não é adequada a instalação de um parque industrial no
Ale Ruaro/Pulsar Imagens
Vista a?rea de montadora de tratores,
caminh?es, ?nibus e utilit?rios em Caxias
do Sul (RS), 2013. Observe que essa f?brica
est? instalada em um terreno de
topografia baixa e relativamente plana,
situada em um parque industrial na borda
da ?rea urbana do munic?pio, ao lado do
acesso ? rodovia RS-453.
55
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Em um mapa feito nesta escala, mesmo as capitais dos estados ficam reduzidas a pontos, at? mesmo as duas maiores cidades do
pa?s: S?o Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), com 11,9 milh?es e 6,5 milh?es de habitantes, respectivamente (estimativa do IBGE de 2014).
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar.
6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 90.
2 Escala e representação cartográfica
Inicialmente ? importante fazer uma distin??o en-
tre escala geográfica e escala cartográfica. Como vimos
no cap?tulo introdut?rio, a primeira define a escala da
an?lise geogr?fica, o recorte espacial: local, regional,
nacional ou mundial. Como veremos agora, a segunda
define a escala de representa??o, ou seja, indica a re-
la??o entre o tamanho dos objetos representados na
planta, carta ou mapa e o tamanho deles na realidade
(veja indica??o de sites na se??o Sugestões de leitura,
filmes e sites, nos quais ? poss?vel observar represen-
ta??es em diversas escalas).
A seguir, ao estudarmos a escala cartogr?fica e suas
rela??es matem?ticas, vamos perceber sua permanente
rela??o com a escala geogr?fica. Por exemplo, a an?lise
Brasil: divisão política
Banco de imagens/Arquivo da editora
02_M003_1GGB18S:
reaproveitamento, com emendas, de
mapa que mostra a divis?o pol?tica
do Brasil do M?ltiplo Geografi a,
parte 1, volume ?nico, p. 50.
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar.
6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 90.
02_M003_1GGB18S:
reaproveitamento, com emendas, de
mapa que mostra a divis?o pol?tica
do Brasil do M?ltiplo Geografi a,
parte 1, volume ?nico, p. 50.
São Paulo
Rio de Janeiro
RIO DE JANEIRO
ESPÍRITO SANTO
Belém
Recife
Manaus
Salvador
Fortaleza
Porto Alegre
Maceió
Cuiabá
Aracaju
São Luís
João Pessoa
Campo Grande
Florianópolis
Curitiba
Macapá
Natal
Boa Vista
RORAIMA
RONDÔNIA
ACRE
AMAPÁ
PARÁ
MATO GROSSO
TOCANTINS
MARANHÃO
PIAUÍ
CEARÁ
PARAÍBA
PERNAMBUCO
ALAGOAS
SERGIPE
BAHIA
MINAS
GERAIS
GOIÁS
MATO GROSSO
DO SUL
SÃO PAULO
PARANÁ
RIO GRANDE
DO SUL
SANTA CATARINA
DF
RIO GRANDE
DO NORTE
AMAZONAS
Rio Branco
Belo Horizonte
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Equador
55º O

PalmasPorto Velho
Goiânia
Brasília
Vitória
Teresina
Trópico de Capricórn
i
o
0 340 680
km
de fen?menos locais necessita de plantas em escala gran-
de, j? a an?lise de fen?menos mundiais exige mapas em
escala pequena. Ou seja, quanto maior a escala de an?li-
se geogr?fica, menor a escala cartogr?fica, e vice-versa.
? imposs?vel encontrar uma rua de qualquer cidade
brasileira em um mapa-m?ndi ou no mapa pol?tico do
Brasil, como o que aparece abaixo. A escala utilizada
nessa representa??o ? 1 : 34 000 000 ? ? pequena, ne-
la 1 cm equivale a 340 quil?metros e at? mesmo uma
metr?pole se torna apenas um ponto.
Para representar uma rua, ? preciso usar uma es-
cala grande, na qual seja poss?vel visualizar os quartei-
r?es, como a de 1 : 10 000 (leia o texto ?Usando a esca-
la?, na p?gina ao lado, e depois observe a carta da
cidade do Rio de Janeiro, na p?gina 59). Perceba que,
dependendo da escala utilizada, um mesmo fen?meno
espacial, por exemplo, a cidade do Rio de Janeiro, pode
ser representado como ponto (no mapa desta p?gina)
ou como ?rea (na carta e na planta da p?gina 59).
Capítulo 256
GGB_v1_PNLD2018_049a067_U1C02.indd 56 5/4/16 9:51 AM

Para saber mais
Usando a escala
Vamos desenvolver um exemplo de como a escala
pode ser usada. Para acompanhar, observe novamente o
trecho da carta de Garuva (SC), apresentada na p?gina 53,
e considere as seguintes conven??es:
Escala = 1/N
N = denominador da escala.
D = dist?ncia na superf?cie terrestre.
d = dist?ncia no documento cartogr?fico.
Suponhamos o seguinte problema:
Um motorista, vindo pela BR-376, ap?s entrar na
BR-101, percorrer? que dist?ncia at? cruzar o oleoduto da
Petrobras? Na carta apresentada, essa dist?ncia mede
cerca de 8 cent?metros.
Temos:
Escala da carta = 1/50 000 (N = 50 000), pode-se ler
tamb?m 1 : 50 000 (um por cinquenta mil).
Logo, 1 cent?metro na carta equivale a 50 000 cent?-
metros ou 500 metros ou 0,5 quil?metro na superf?cie
terrestre.
Assim, temos o denominador da escala j? convertido
para quil?metro, a dist?ncia na carta e queremos saber a
dist?ncia na superf?cie terrestre.
N = 0,5 km d = 8 cm D = ?
Aplicando uma regra de tr?s simples:

1 cm ? 0,5 km D = 8 x 0,5
8 cm ? D D = 4 km
Portanto:
D = d x N
Resposta do problema: a dist?ncia a ser percorrida
pelo motorista ? de 4 quil?metros.
Agora vamos supor que temos a dist?ncia na super-
f?cie terrestre, o denominador da escala e queremos en-
contrar a dist?ncia na carta:
D = 4 km 1 cm ? 0,5 km
N = 0,5 km d ? 4 km
d = ? d x 0,5 = 1 x 4
d = 4/0,5
d = 8 cm
Portanto:
d = D/N
Finalmente, supondo que temos a dist?ncia na super-
f?cie terrestre e na carta e queremos saber o denominador
da escala:
D = 4 km
d = 8 cm
Escala = ?
1 cm ? N
8 cm ? 4 km
N x 8 = 1 x 4
N = 4/8
N = 0,5 km (que equivale a 50 000 cm)
Escala = 1 / N
Escala = 1 / 50 000 ou 1 : 50 000
Portanto:
N = D / d
Uma escala pode ser expressa de duas formas:
• num?rica:
1 : 50 000
• gr?fica:
500 m 500 m 1000 m 1500 m 2 000 m 2 500 m 0
Em alguns mapas, abaixo da escala (num?rica ou
gr?fica) ainda h? um lembrete, por exemplo: ?1 cm
no mapa corresponde a 0,5 quil?metro no terreno?.
Para medir em uma carta ou mapa a extens?o de li-
nhas sinuosas, como rodovias, ferrovias, rios, etc., utiliza-
-se um curv?metro, como aparece na foto.
N?o dispondo desse aparelho, um mo-
do pr?tico de fazer medidas, em-
bora n?o muito preciso, ? esten-
der um barbante sobre o tra?o
de, por exemplo, uma rodovia,
medi-lo com uma r?gua e,
considerando a escala, fazer
o c?lculo da dist?ncia; ou en-
t?o, se houver escala gr?fica,
estic?-lo diretamente sobre ela.
N?o dispondo desse aparelho, um mo-
do pr?tico de fazer medidas, em-
Dialogando
com MateMática
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Representações cartográficas, escalas e projeções57
GGB_v1_PNLD2018_049a067_U1C02.indd 57 5/4/16 9:51 AM

Conhe?a a defini??o do IBGE para diferentes tipos
de representa??o cartogr?fica.
Observe que o uso de planta, carta ou mapa est?
diretamente associado ? necessidade do usu?rio. Se uma
pessoa tem a inten??o de:
• procurar uma rua, como a S?o Clemente, no bairro de
Botafogo, a op??o ser? por uma planta da cidade do
Rio de Janeiro na escala grande ? 1 : 10 000;
• localizar os bairros do entorno, como o Leme, dever?
utilizar a carta da cidade do Rio de Janeiro na escala
m?dia ? 1 : 50 000;
• identificar as cidades vizinhas do Rio, como Niter?i,
dever? consultar um mapa do estado do Rio de Janei-
ro na escala pequena ? 1 : 1 000 000.
Note, nas imagens a seguir, que, conforme a esca-
la vai gradativamente ficando menor, ocorre um au-
mento da ?rea representada e uma diminui??o do grau
de detalhamento dos elementos cartografados. Ob-
serve que nessas representa??es cartogr?ficas n?o h?
legenda porque o objetivo ? apenas destacar as dife-
rentes escalas.
Outras leituras
Adaptado de: FERREIRA, Gra?a Maria Lemos. Moderno atlas geográfico.
5. ed. S?o Paulo: Moderna, 2013. p. 11.
Representação
cartográfica
Globo
Representação cartográfica sobre
uma superfície esférica, em escala
pequena, dos aspectos naturais e ar-
tificiais de uma figura planetária,
com finalidade cultural e ilustrativa.
Mapa (características):
• representação plana;
• geralmente em escala pequena;
• área delimitada por acidentes naturais (bacias,
planaltos, chapadas, etc.), [limites] político-ad-
ministrativos;
• destinado a fins temáticos, culturais ou ilustra-
tivos.
A partir dessas características pode-se gene-
ralizar o conceito:
“Mapa é a representação no plano, normal-
mente em escala pequena, dos aspectos geográfi-
cos, naturais, culturais e artificiais de uma área
tomada na superfície de uma figura planetária,
delimitada por elementos físicos, político-admi-
nistrativos, destinada aos mais variados usos te-
máticos, culturais e ilustrativos.”
Globo
leonello calv
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tti
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k
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Banco de imagens/Arquivo da editora
Mapa
Imagem sem escala.
A
DUQUE DE
CAXIAS
Barra de
Guaratiba
Restinga de
Marambaia
I. Rasa de
Guaratiba
I. Rasa
I. Cagarras
I. do Fundão
I. do Governador
I. Paquetá
Baía de
Guanabara
23º S
43º O
Pta. do
Arpoador
Pta. de Itaipu
Sete Pontes
Inoã
IpiíbaNeves
Monjolo
Itambi
Itaipu
Parq. Nac.
da Tijuca
Campo
Grande
Seropédica
Olinda
São Mateus
Queimados
Cava
Paracambi
Japeri
500
200
10 0
800
Campos
Elísios
Tinguá
Imbarié
Piabetá
Santo Aleixo
Araras
TERESÓPOLIS
PETRÓPOLIS
BELFORD
ROXO
NILÓPOLIS
NOVA IGUAÇU
SÃO GONÇALO
NITERÓI
RIO DE JANEIRO
Guapimirim
Cascatinha
Dedo de Deus
1695
Inhomirim
Magé
SuruíGuia de
Pacobaíba
Miguel
Pereira
Xerém
Eng. Paulo
de Frontin
Pão de
Açúcar
Lago de
Jacarepaguá
OCEANO ATLÂNTICO
Pontal de
Sernambetiba
Rio Gu
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F
C
B

50
50
Paty do Alferes
Governador Portela
Conrado
SÃO JOÃO DE
MERITI
Mesquita
Santa Cruz
1:1
000 000
Banco de imagens/Arquivo da editora
undão
vernador
I. Paquetáaquetáaquetáaquetá
Baía de
Guanabara
ete Pontes
ontesS
Sete P
SSete PS
S
SS
S
SSete Pontesete PontesSS
S
SSontesontesete Pontesete Pontesete PS
SS
SSete PontesSete P
ete P
ete PSete Pete Pete Pete Pontesontesontesontes
ontesIpiíba
Ipiíba
IpiíbaIpiíba
Ipiíba
IpiíbaIpiíba
IpiíbaIpiíbaIpiíba
Ipiíba
Ipiíba
Ipiíba
IpiíbaIpiíba
IpiíbaIpiíbaIpiíbaIpiíbaIpiíbaIpiíbaIpiíbaNevesNeves
Neves
NevesNeves
Monjolo
MonjoloMonjolo
Monjolo
MonjoloMonjoloMonjoloMonjolo
MonjoloMonjoloMonjolo
MonjoloMonjoloMonjoloMonjoloMonjolo
MonjoloMonjolo
MonjoloMonjoloMonjolo
Monjolo
MonjoloMonjoloMonjolo
MonjoloMonjoloMonjoloMonjoloMonjoloMonjoloMonjoloMonjolo
MonjoloMonjoloMonjoloMonjoloItambi
ItambiItambiItambi
Itambi
ItambiItambi
Itambi
Itambi
Itambi
TERESÓPOLISTERESÓPOLIS
TERESÓPOLIS
TERESÓPOLISTERESÓPOLISO GONÇAL
O GONÇAL
O GONÇAL
O GONÇALO GONÇAL
O GONÇALO GONÇALO GONÇALO GONÇAL
O GONÇALO GONÇALO GONÇAL
O GONÇALO GONÇALO GONÇAL
O GONÇALOOO GONÇALOO GONÇALOOO GONÇAL
O GONÇALO
O GONÇALO GONÇALO
Neves
SÃO GONÇALO
Neves
SÃO GONÇALO
Neves
SÃO GONÇALO
Neves
SÃO GONÇALO
Neves
SÃO GONÇALO
O GONÇALO GONÇALO GONÇALO GONÇAL
O GONÇAL
O GONÇALO GONÇALO GONÇALO GONÇAL
O GONÇALONITERÓINITERÓINITERÓINITERÓINITERÓI
Guapimirim
GuapimirimGuapimirimGuapimirimGuapimirim
Guapimirim
GuapimirimGuapimirimGuapimirimMagéMagé
Magé
MagéMagéMagéMagéMagé
Magé
Suruí
SuruíSuruíSuruí
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Capítulo 258
GGB_v1_PNLD2018_049a067_U1C02.indd 58 5/4/16 9:51 AM

Carta (características):
• representação plana;
• escala média ou grande;
• desdobramento em folhas articuladas de maneira
sistemática;
• limites das folhas constituídos por linhas conven-
cionais;
• destinada à avaliação precisa de direções e distân-
cias, e à localização de pontos, áreas e detalhes.
Da mesma forma que da conceituação de mapa,
pode-se generalizar:
“Carta é a representação no plano, em escala
média ou grande, dos aspectos artificiais e naturais
de uma área tomada de uma superfície planetária,
subdividida em folhas delimitadas por linhas con-
vencionais – paralelos e meridianos – com a finali-
dade de possibilitar a avaliação de pormenores, com
grau de precisão compatível com a escala.”
Veja a indicação do livro
Cartografia básica, de Paulo
Roberto Fitz, e o Atlas geográfico
escolar, do IBGE, na seção
Sugestões de leitura, filmes e sites.
Adaptado de: FERREIRA, Gra?a Maria Lemos. Moderno atlas geográfico.
5. ed. S?o Paulo: Moderna, 2013. p. 11.
Carta
Planta
Planta
A planta é um caso particular de carta. A re-
presentação se restringe a uma área muito limi-
tada e a escala é grande, consequentemente o
número de detalhes é bem maior.
“Carta que representa uma área de extensão
suficientemente restrita para que a sua curva-
tura não precise ser levada em consideração, e
que, em consequência, a escala possa ser consi-
derada constante.”
Adaptado de: FERREIRA, Gra?a Maria Lemos. Moderno atlas geográfico.
5. ed. S?o Paulo: Moderna, 2013. p. 11.
Adaptado de: FERREIRA, Gra?a Maria Lemoos. Moderno atlas geográf
5. ed. S?o Paulo: Moderna, 2013. p. 11.
Planta
A planta é um caso par
presentação se restringe a um
tada e a escala é gr
número de d
“Car
sufic
IBGE. Noções básicas de Cartografia. Rio de Janeiro, 1999. p. 21. (Manuais t?cnicos em Geoci?ncias; 8).
Morro
da Babilônia
Morro do
Pasmado
Morro de São
João Batista
Morro da
Saudade
Cemitério
São João
Batista
Hospital
Hospital
Mirante
Palácio
Guanabara
Est.
Flamengo
Prefeitura
Morro
Dona Marta
Morro
Novo Mundo
Morro
da Viúva
Est.
Botafogo
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Planta
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Botafogo
LARANJEIRAS
BOTAFOGO
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da Babilôniada Babilôniada Babilôniada Babilôniada Babilônia
da Babilôniada Babilôniada Babilôniada Babilôniada Babilônia
da Babilôniada Babilôniada Babilôniada Babilôniada Babilônia
da Babilôniada Babilôniada Babilôniada Babilôniada Babilôniada Babilôniaro de Sãoro de Sãoro de Sãoro de Sãoro de Sãooão Batistaoão Batistaoão Batistaoão Batistaoão Batistaoão Batistaoão Batistaoão Batista
Hospital
Hospital
Hospital
Hospital
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Hospital
Hospital
Hospital
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UFRJ
UFRJUFRJUFRJ
Planta
IME
Enseada
deBotafogo
LEME
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LEME
LEMELEME
LEMELEMELEMELEME10 010 0
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200
57
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5757575757575757
10 0
10 0
10 0
10 0
241241
241241
1: 40 000
Rua Visconde de Ouro Preto
Rua Marquês de
Olinda
Rua Prof.
Rua São
Rua Voluntários
Clemente
Praia
Rua
Muniz
Barreto
Bambina
METRÔ
Rua
Alfredo Gomes
Casa de
Rui Barbosa
ESTAÇÃO
BOTAFOGO
Praça
Pimentel
Duarte
Morro do
Pasmado
Enseada
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Botafogo
Túnel do Pasmado
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1: 12000
Banco de imagens/Arquivo da editora
Banco de imagens/Arquivo da editora
Representações cartográficas, escalas e projeções59
GGB_v1_PNLD2018_049a067_U1C02.indd 59 5/4/16 9:51 AM

3 Projeções cartográficas
Adaptado de: IBGE. Noções básicas de Cartografia. Rio de Janeiro,
1999. p. 13. (Manuais t?cnicos em Geoci?ncias; 8).
Cassiano Röda/Arquivo da editora
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 21.
Mapas: Allmaps/Arquivo da editora
Na projeção cônica, o globo parece
estar envolvido por um cone de
papel no qual s?o projetados os
paralelos e os meridianos.
Na projeção azimutal ou plana, a
Terra parece ser tangenciada em
qualquer ponto por um peda?o de
papel no qual s?o projetados os
paralelos e os meridianos. Quando
o globo ? tangenciado num dos
polos, dizemos que se trata de uma
proje??o polar.
Observe que na projeção cilíndrica
o globo terrestre parece estar
envolvido por um cilindro de papel
no qual s?o projetados os paralelos
e os meridianos.
Uma proje??o cartogr?fica ? o resultado de um con-
junto de opera??es que permite representar no plano,
tendo como refer?ncia paralelos e meridianos, os fen?-
menos que est?o dispostos na superf?cie esf?rica. Quan-
do vista do espa?o sideral, a Terra parece ser uma esfera
perfeita, mas nosso planeta apresenta uma superf?cie
irregular e ? levemente achatado nos polos. Por isso, os
cart?grafos, ge?grafos e outros profissionais que produ-
zem mapas fazem seus c?lculos utilizando uma elipse,
que ao girar em torno de seu eixo menor forma um volu-
me, o elipsoide de revolu??o. Segundo o IBGE, ?o elipsoide
? a superf?cie de refer?ncia utilizada nos c?lculos que
fornecem subs?dios para a elabora??o de uma represen-
ta??o cartogr?fica?. Observe a ilustra??o ao lado.
Ao fazerem a transfer?ncia de informa??es do elip-
soide para o plano, os cart?grafos se deparam com um
problema insol?vel: qualquer que seja a proje??o ado-
tada, sempre haver? algum tipo de distor??o nas ?reas,
nas formas ou nas dist?ncias da superf?cie terrestre
representadas. N?o h? distor??o percept?vel somente
em representa??es de escala suficientemente grande,
como ? o caso das plantas, nas quais n?o ? necess?rio
considerar a curvatura da Terra.
As proje??es podem ser classificadas em con-
formes, equivalentes, equidistantes ou afiláticas,
Conformes
Proje??o conforme ? aquela na qual os ?ngulos
s?o id?nticos aos do globo, seja em um mapa-m?ndi,
seja em um mapa regional. Nesse tipo de proje??o,
as formas terrestres s?o representadas sem distor-
??o, por?m com altera??o do tamanho de suas ?reas.
Apenas nas proximidades do centro de proje??o,
neste caso o equador, ? que se verifica distor??o m?-
nima. Quanto maior o distanciamento a partir dessa
linha imagin?ria, maior ? a distor??o. Por essa raz?o,
quando se utiliza esse tipo de proje??o, geralmente
s? s?o reproduzidos os territ?rios situados at? 80?
de latitude.
dependendo das propriedades geom?tricas presen-
tes na rela??o globo terrestre/mapa-m?ndi. Al?m
disso, podem ser agrupadas em tr?s categorias prin-
cipais, dependendo da figura geom?trica emprega-
da em sua constru??o: cil?ndricas (as mais comuns),
c?nicas, azimutais ou planas. Observe-as a seguir.
Adaptado de: IBGE.
Noções básicas de Cartografia.
Rio de Janeiro,
1999. p. 13. (Manuais t?cnicos em Geoci?ncias; 8).
superf?cie
terrestre
superf?cie
topogr?fica
terras
emersas
superf?cie
do elipsoide
elipsoide
a Di?metro equatorial: 12 756 km
b Di?metro polar: 12 713 km
a
b
O elipsoide de revolução ? uma superf?cie te?rica regular,
criada para fins cartogr?ficos, que evidencia o
achatamento nos polos terrestres. Na figura, que n?o
est? em escala, esse achatamento est? bastante
exagerado: na realidade a diferen?a entre o di?metro
equatorial e o polar ? de apenas 43 quil?metros.
Capítulo 260
GGB_v1_PNLD2018_049a067_U1C02.indd 60 5/4/16 9:52 AM

Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Dir.). Atlas du 21
e
si?cle ?dition 2012. Groningen: Wolters-Noordhoff;
Paris: ?ditions Nathan, 2011. p. 8.
Quando representada na
projeção de Mercator, a
Groenlândia parece ser maior
que o Brasil e até mesmo que a
América do Sul. O mapa
originalmente feito por
Mercator, como se pode ver
acima, não mostrava os
continentes de forma precisa
como este planisfério,
produzido de acordo com a
projeção por ele criada, mas
com as técnicas cartográficas
disponíveis atualmente.
0º 20 º20 º 40 º40 º 60 º60 º 80 º80 º 100 º100 º 120 º120 º 140 º140 º 160 º160 º 180 º180 º

20 º
20 º
40 º
40 º
60 º
80 º
60 º
N
S
W E
0 3
730
7
460
km
A mais conhecida proje??o conforme ? a de
Mercator, cart?grafo e matem?tico belga cujo nome
verdadeiro era Gerhard Kremer (1512-1594). Em 1569,
?poca em que os europeus comandavam a Expans?o
Mar?tima, Mercator abriu novas perspectivas para a
Cartografia, ao construir uma proje??o cil?ndrica con-
forme que imortalizou seu codinome (veja-a a seguir).
Essa representa??o foi elaborada para facilitar a nave-
ga??o, pois possibilitava representar com precis?o, no
mapa, a rede de coordenadas geogr?ficas e os ?ngulos
obtidos pela b?ssola.
De Agostini/Getty Images
WHITFIELD, Peter. The Image of the World: 20 Century of World Maps. London: The British Library, 1994. p. 66-67.
Projeção de Mercator original
Michael Rosskothen/
Shutterstock/Glow Images
Projeção de Mercator atual
O mapa-m?ndi de Mercator, no qual a Europa apa-
rece numa posi??o central, superior e, por se situar em
altas latitudes, proporcionalmente maior do que ? na
realidade, acabou se transformando no principal repre-
sentante da vis?o euroc?ntrica do mundo. Durante s?-
culos, foi uma das proje??es
mais usadas na elabora??o
de planisf?rios e, apesar do
surgimento posterior de
muitas outras, ainda
hoje ? bastante usada.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Representações cartográficas, escalas e projeções61
GGB_v1_PNLD2018_049a067_U1C02.indd 61 5/4/16 9:52 AM

Esse mapa-m?ndi ? uma
proje??o cil?ndrica equivalente,
semelhante ? de Peters, e foi
criado em 2002 para mostrar
uma vis?o alternativa do mundo.
Foi encomendado por Bob
Abramms e Howard Bronstein,
respectivamente, fundador e
presidente da empresa ODT Maps
(sediada em Amherst, Estados
Unidos), ao cart?grafo ingl?s
Mick Dyer. O nome da proje??o
resulta da jun??o das duas
s?labas iniciais dos nomes de
Howard e Bob com o sobrenome
de Mick. Est? centrada na ?frica e
mostra o sul em destaque.
Adaptado de: ODT MAPS. Hobo-Dyer Equal Area: the World Turned Upside Down.
Dispon?vel em: <http://odtmaps.com>. Acesso em: 16 set. 2015.
Equivalentes
Num mapa-m?ndi ou regional com proje??o equi-
valente, as ?reas mant?m-se proporcionalmente id?n-
ticas ?s do globo terrestre, embora as formas estejam
deformadas em compara??o com a realidade. Um exem-
plo desse tipo de proje??o ? o mapa-m?ndi de Peters,
elaborado pelo historiador e cart?grafo alem?o Arno
Peters (1916-2002) e publicado pela primeira vez em 1973.
Observe-a abaixo.
Embora essa proje??o n?o tenha rompido comple-
tamente com a vis?o euroc?ntrica, acabou dando des-
taque aos pa?ses de baixa latitude, o que atendeu aos
anseios dos Estados que se tornaram independentes
Projeção de Hobo-Dyer
Nessa proje??o parece que os
continentes e pa?ses foram
alongados nos sentidos
norte-sul. H? uma distor??o
em suas formas, mas todos
mant?m seu tamanho
proporcional. Por exemplo, a
Groenl?ndia, embora
irreconhec?vel, aparece bem
menor que o Brasil e a Am?rica
do Sul, como ? na realidade.
Consulte o site da Oxford Cartographers.
Veja orientações na seção Sugestões de
leitura, filmes e sites.
ap?s a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e que, nes-
sa ?poca, eram considerados subdesenvolvidos, situa-
dos em grande parte ao sul das regi?es mais desenvol-
vidas. Em alguns pa?ses, essa proje??o chegou a ser
impressa de forma invertida em rela??o ? conven??o
cartogr?fica dominante, mostrando o sul em destaque.
O mapa-m?ndi de Hobo-Dyer, outra proje??o equiva-
lente, tamb?m representa o mundo de forma ?inverti-
da?, como se pode ver no final da p?gina.
Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Dir.). Atlas du 21
e
si?cle ?dition 2012. Groningen: Wolters-Noordhoff;
Paris: ?ditions Nathan, 2011. p. 8.
Projeção de Peters
160 º 120 º 80 º 40 º 0º 40 º 80 º 120 º 160 º
60 º
40 º
20 º
0 º
20 º
40 º
60 º
0 3
730
7
460
km
N
S
W E
0°20º 20º 40º 60º 80º 100º 120º 140º 160º 180º40º60º80º10 0 º120º140º160º180º

30°
10 °
10 °
20°
20°
40°
50°
30°
40°
50°
60°
60°
N
S
WE
0 3
560
7
120
km
Mapas: Banco de imagens/Arquivo da editora
Capítulo 262
GGB_v1_PNLD2018_049a067_U1C02.indd 62 5/4/16 9:52 AM

Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Dir.). Atlas du 21
e
si?cle ?dition 2012.
Groningen: Wolters-Noordhoff; Paris: ?ditions Nathan, 2011. p. 9.
Mapas: Banco de imagens/Arquivo da editora
Essa proje??o foi desenvolvida em 1961 pelo ge?grafo e cart?grafo norte-americano Arthur H.
Robinson (1915-2004). Segundo o IBGE: ?? uma proje??o afil?tica (n?o ? conforme nem
equivalente nem equidistante) e pseudocil?ndrica (n?o possui nenhuma superf?cie de proje??o,
por?m apresenta caracter?sticas semelhantes ?s da proje??o cil?ndrica)?.
180º

150º
120º
90º
60º 60º
30º30º
150º
120º
90º
0 1
670
3
340
km
Projeção azimutal com centro no polo norte
Adaptado de: IBGE. Atlas geogr?fico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 24.
0º 30 º 60 º 90 º 120 º 150 º 180 º30 º60 º90 º120 º150 º180 º
0 3
190
6
380
km
Projeção de Robinson
Equidistantes
Nos mapas-m?ndi com proje??o azimutal ou plana
equidistante, a representa??o das dist?ncias entre as re-
gi?es ? precisa. Elaborada pelo astr?nomo e fil?sofo fran-
c?s Guillaume Postel (1510-1581) e publicada no ano de sua
morte, adota como centro da proje??o um ponto qualquer
do planeta para que seja poss?vel medir a dist?ncia en-
tre esse ponto e qualquer outro. Por isso, esse tipo de
proje??o ? utilizado especialmente para definir rotas
a?reas ou mar?timas.
A proje??o equidistante mais comum ? centra-
da em um dos polos, geralmente o polo norte, co-
mo podemos ver no mapa ao lado. No centro da
proje??o pode-se situar a capital de um pa?s, uma
base a?rea, a sede de uma empresa transnacional,
etc. Entretanto, ela apresenta enormes distor??es
nas ?reas e nas formas dos continentes, que aumentam
com o afastamento do ponto central.
Afiláticas
Atualmente ? comum a utiliza??o de proje??es com menores
?ndices de distor??o para o mapeamento da superf?cie terrestre,
como a de Robinson (observe o mapa abaixo). Essa proje??o afi-
l?tica n?o preserva nenhuma das propriedades de conformidade,
equival?ncia ou equidist?ncia, mas em compensa??o n?o distor-
ce o planeta de forma t?o acentuada como as proje??es que vimos
anteriormente; por isso, tem sido uma das mais utilizadas para
mostrar o mundo em atlas escolares e mapas de divulga??o.
Na proje??o azimutal equidistante, as
dist?ncias s? s?o precisas se tra?adas
radialmente do centro ? no caso dessa, o
polo norte ? at? um ponto qualquer do
mapa (na p?gina 66 veremos uma proje??o
plana centrada em Bras?lia-DF).
Representações cartográficas, escalas e projeções63
GGB_v1_PNLD2018_049a067_U1C02.indd 63 5/4/16 9:52 AM

WHITFIELD, Peter. The Image of the World: 20 Centuries of World Maps. London: The British Library, 1994. p. 50-51.
Reprodução/(c) National Maritime Museum, Greenwich, Reino Unido.
Antes das Grandes Navegações existiam um planeta ou um globo terrestre e vários “mundos”, considerando “mundo” como
o espaço geográfico conhecido por determinado povo; a partir daí, com as viagens transoceânicas, os diversos povos da Terra
foram aos poucos entrando em contato, e hoje se pode dizer que planeta, globo e mundo são sinônimos. Original sem escala.
4 Diferentes visões do mundo
Nosso planeta ? um s?, mas, como vimos, pode ser
representado de formas diferentes ou visto de pers-
pectivas diversas.
Como os mapas s?o feitos por profissionais que
vivem no territ?rio de um Estado e t?m diferentes va-
lores culturais, costumam expressar um ponto de vista
particular, al?m de interesses geopol?ticos e econ?mi-
cos; em contrapartida, tamb?m podem expressar um
questionamento desses interesses.
O mapa mostrado na abertura deste cap?tulo, por
exemplo, representa o mundo sob um ponto de vista
religioso. Produzido na Europa medieval, num momen-
to em que a Igreja cat?lica exercia grande poder sobre
a sociedade, esse mapa traz v?rios elementos da cren-
?a e dos valores crist?os, aplicados ao mundo que se
conhecia at? ent?o. A cidade de Jerusal?m est? no cen-
tro da representa??o, e o oriente, onde se encontraria
o para?so (no medalh?o est?o representados Ad?o e
Eva, separados pela ??rvore da ci?ncia do bem e do
mal?, plantada por Deus no Jardim do ?den, e uma pe-
quena ma??, seu fruto proibido), aparece em destaque,
na parte de "cima" do mapa. A parte de "cima" do mapa
foi reservada ? imagem de Cristo benzendo o mundo
ladeado por anjos, e a parte "debaixo", aos drag?es, que
podem ser associados ao dem?nio.
Um dos primeiros mapas-m?ndi foi elaborado em
1508 por um cart?grafo de Floren?a, chamado Francesco
Rosseli (observe-o abaixo). Esse mapa n?o tinha preci-
s?o nenhuma nem mostrava a Oceania, continente que
ainda n?o era conhecido dos europeus. Um pouco mais
tarde, em 1569, foi elaborado um dos mapas-m?ndi
mais importantes da Hist?ria, o mapa de Mercator,
cujas caracter?sticas vimos na p?gina 61.
Esses primeiros mapas-m?ndi, especialmente o de
Mercator, colocavam a Europa em destaque: no "centro"
do mapa e o hemisf?rio norte, onde est? localizada, na
parte de "cima". Os europeus estavam explorando o
mundo e fundando col?nias; portanto, era natural que
ao representar o planeta se vissem dessa forma.
Conforme você já viu, os mapas não têm parte de cima
ou de baixo. No entanto, para explicar a representação
dessas páginas temos de recorrer a estes termos para
ajudar a visualização. Por isso essas expressões serão
grafadas entre aspas.
Mapa-múndi de Rosseli
Capítulo 264
GGB_v1_PNLD2018_049a067_U1C02.indd 64 5/4/16 9:52 AM

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.
O eurocentrismo era
a materializa??o carto-
gr?fica do etnocentris-
mo europeu. Mas n?o
devemos nos esquecer
de que a Terra ? um planeta esf?rico, em movimento
no espa?o sideral; portanto, nele n?o existe nem acima
nem abaixo.
Antes das Grandes Navega??es, os cart?grafos ita-
lianos, influenciados pelos ?rabes, costumavam colocar
o sul na parte de ?cima?, como mostra o mapa abaixo,
feito em 1459 pelo monge veneziano Fra Mauro (mapas
com o sul em destaque voltaram a ser produzidos, como
ilustra a proje??o de Hobo-Dyer, vista na p?gina 62).
Os cart?grafos ?rabes costumavam representar o
mundo com o sul ?acima? e com o centro em Meca, a
principal cidade sagrada da religi?o isl?mica. Como
mostra a imagem da abertura, at? o leste ou oriente j?
chegou a ganhar destaque, como era comum nos ma-
pas elaborados na Idade M?dia, de onde surgiu o sen-
tido original da palavra orienta??o (?direcionar-se para
o oriente?), como vimos no cap?tulo anterior.
Assim, o fato de o norte aparecer na parte de ?cima?
dos mapas, com a Europa no ?centro?, ? apenas mais uma
conven??o. Entretanto, a vis?o euroc?ntrica do mundo
acabou se consolidando em 1884, ano em que se realizou
a Confer?ncia Internacional do Meridiano. Como estuda-
mos no cap?tulo anterior, nesse encontro foi acordado
que o meridiano principal, o zero da longitude, seria o
meridiano de Greenwich, portanto, o ?centro? do mundo.
Nada impede que o mundo seja visto de outras
perspectivas e, em cada pa?s, os atlas sejam produzidos
valorizando sua localiza??o no globo. Por exemplo, nos
Estados Unidos, gera??es de estudantes cresceram
vendo seu pa?s em destaque no mapa-m?ndi (proje??o
de Mercator). Como antes aconteceu com os europeus,
al?m de estar no ?centro? do mundo, o territ?rio norte-
-americano ainda aparecia ampliado. Tal representa??o
era uma met?fora da superioridade geopol?tica dos Es-
tados Unidos no per?odo p?s-Segunda Guerra.
Etnocentrismo: tend?ncia de
um indiv?duo ou povo a valo-
rizar sua cultura e a julgar as
outras negativamente por
serem diferentes da sua.
Observe que as terras em
torno do mar
Mediterrâneo, região mais
conhecida na época pelos
europeus, têm contornos mais
próximos da realidade (localize a
Itália e a península Ibérica);
entretanto, quanto mais distante da
Europa, maior a deformação. Original
sem escala.
WHITFIELD, Peter. The Image of the World: 20 Centuries of World Maps. London: The British Library, 1994. p. 33.
Mapa de Fra Mauro
Representações cartográficas, escalas e projeções65
GGB_v1_PNLD2018_049a067_U1C02.indd 65 5/4/16 9:52 AM

Adaptado de: OLIVEIRA, C?urio de. Curso de Cartografia
moderna. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1993. p. 63.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Projeção azimutal equidistante centrada
em Brasília
Os japoneses, que se recuperaram da derrota na
Segunda Guerra, tamb?m costumam representar o
planeta com seu pa?s situado no ?centro?. Como mos-
tra o mapa-m?ndi abaixo, publicado em um atlas
O Brasil no centro de uma proje??o cartogr?fica
azimutal apareceu em 1981 no livro Conjuntura políti-
ca nacional: o Poder Executivo & geopolítica do Brasil,
do general Golbery do Couto e Silva (1911-1987), um dos
expoentes do pensamento geopol?tico do regime mi-
litar (1964-1985). H? outro mapa com o Brasil repre-
sentado assim num livro do ge?grafo C?urio de
Oliveira, publicado em 1993 (observe-o ao lado).
Mais recentemente, mapas-m?ndi com o Bra-
sil em destaque podem ser encontrados no
Atlas geográfico escolar do IBGE. Entretanto,
uma vis?o brasileira do mundo nunca foi
muito difundida e acabamos nos habituando
a ver o planeta da perspectiva euroc?ntrica.
Com isso, podemos concluir que n?o h?
uma forma certa ou errada de representar o
mundo, mas cada uma delas expressa um pon-
to de vista de um Estado nacional ou de um
povo. A Cartografia expressa, em cada um de seus
produtos, um ponto de vista sobre o mundo, uma
vers?o da realidade geogr?fica.
Reprodução/(c) Mapa-múndi Atlas Japonês
A visão nipocêntrica do mundo
geogr?fico escolar, os japoneses fixaram como ?cen-
tro? da proje??o a longitude de T?quio (139?41'30" E) e
n?o a de Londres (0?00'00"), como aparece nos mapas
euroc?ntricos.
Este mapa-m?ndi consta
de um atlas geogr?fico
escolar japon?s de 1993.
Polo
Sul
OCEANIA
ÁFRICA
EUROPA
ÁSIA
AMÉRICA
DO
NORTE
Polo
Norte
Brasília
170º 80º
140º
120º
50º

50º
30º20º73º120ºE
q
u
ad
or
0 4
300
8
600
km
Escala n?o indicada no original.
Brasília
Latitude 15°47'03" S
Longitude 47°55'24" W* Na proje??o azimutal n?o ? necess?ria a rosa dos
ventos porque o norte est? indicado no pr?prio mapa.
*
Capítulo 266
GGB_v1_PNLD2018_049a067_U1C02.indd 66 5/4/16 9:52 AM

Atividades
Adaptado de: IBGE. Minist?rio do Planejamento e Or?amento. Macap? (AP). Folha NA-22-Y-D-VI. Rio de Janeiro, 1995.
Reprodução/Objetiva Digital
Compreendendo conteúdos
1. Aponte as diferen?as fundamentais entre mapa, carta e planta.
2. Explique para que serve a escala e como ela pode aparecer em uma representa??o cartogr?fica.
3. Aponte as distor??es verificadas nas seguintes proje??es: Mercator, Peters e azimutal.
4. Explique por que o mundo pode ser visto de diferentes perspectivas cartogr?ficas. D? exemplos.
Desenvolvendo habilidades
5. Observe as representa??es cartogr?ficas do Rio de Janeiro nas p?ginas 58 e 59. Imagine que voc? est? na esquina
das ruas Marqu?s de Olinda e Muniz Barreto e quer pegar o metr?.
a) Quantos metros aproximadamente voc? teria de caminhar at? a Esta??o Botafogo?
b) Qual das representa??es observadas permite responder a essa pergunta?
6. Retome a planta da p?gina 33 e continue sua viagem imagin?ria por S?o Paulo. Agora voc? est? na Esta??o da Luz
e decide conhecer o Teatro Municipal. Voc? poderia ir de metr?, mas resolveu ir a p?.
a) Qual ? o caminho mais r?pido entre esses dois pontos de interesse cultural?
b) Que dist?ncia aproximadamente voc? caminharia? ? poss?vel ir a p? ou ? necess?rio pegar o metr??
c) Caso decidisse ir de metr?, como faria?
7. Observe, abaixo, o trecho da folha de Macap? (AP) na Carta Topogr?fica do Brasil, compare-o com
o trecho da folha de Garuva (SC) na p?gina 53 e solucione os problemas apresentados a seguir.
a) Constate que em Macap? a dist?ncia reta entre o in?cio da rodovia 010 e a Col?nia Penal ? de 4 cent?metros. Na
realidade, essa dist?ncia ? de 4 quil?metros. Com esses dados, descubra em que escala essa carta foi constru?da.
b) Que diferen?a voc? observa ao comparar esse trecho da folha de Macap? com o trecho da folha de Garuva?
c) Na folha de Garuva, identifique a por??o do espa?o representado mais favor?vel ? pr?tica da agricultura meca-
nizada ou ? instala??o de ind?strias e explique o porqu? de sua op??o.
d) Uma pessoa que queira localizar um endere?o na cidade de Macap? pode utilizar essa carta? Caso considere que
n?o possa, qual seria a op??o? Para auxiliar na reflex?o, veja novamente as representa??es cartogr?ficas do Rio
de Janeiro.
Dialogando
com MateMática
atenção!
Não escreva no seu livro!
67Representações cartográficas, escalas e projeções
GGB_v1_PNLD2018_049a067_U1C02.indd 67 5/4/16 9:52 AM

Costa/Leemage/
Agência France-Presse
eemage/
68
CAPÍTULO3
Mapas temáticos
e gráficos
Gerhard Mercator em gravura
feita em 1574 por Frans Hogenberg.
e gráficose gráficosGGB_v1_PNLD2018_068a078_U1C03.indd 68 5/4/16 9:53 AM

V
ocê já se deu conta da quantidade de vezes que se deparou com diversos
tipos de mapas e gráficos? Se ainda não, fique atento e procure reparar
neles. Você vai perceber que os mapas, principalmente os temáticos,
assim como os gráficos, estão muito presentes em nosso dia a dia. Eles repre-
sentam com imagens e números os diversos fenômenos socioespaciais, como
a produção de energia, o consumo de bens duráveis (veja gráfico de colunas),
o crescimento populacional (veja gráfico de barras), as formas do relevo, os
tipos de clima, a previsão de tempo (veja mapa), entre muitos outros exemplos.
Gráficos e mapas são importantes para facilitar as ações planejadas por
governos e outros agentes sociais sobre os serviços públicos, a produção agrí-
cola, a organização de parques industriais e de siste-
mas de transportes, bem como de muitos outros
aspectos que estruturam o espaço geográfico. Se
ficar atento, perceberá que diariamente nos depara-
mos com variados tipos de mapas temáticos e gráfi-
cos nos noticiários televisivos, na internet e em livros,
jornais e revistas. Para entendê-los e extrair deles
todas as informações dos fenômenos representados,
é importante que nos familiarizemos com esse tipo
de linguagem, aprendendo a decodificar seus símbo-
los e convenções. É o que faremos a seguir.
Ano
1872
1900
1950
1960
1970
1980
1991
2000
2013
2020
2030
2042
2050
2060
População
EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
50 000 000 100 000 000 150 000 000 200 000 000 250 000 000
9930478
17438434
51944397
70191370
93139037
119002706
146825475
173448346
201032714
212077375*
223126917*
228350024*
226347688*
218173888*
Adaptado de: IBGE. PNAD resultados 2013. In:
GLOBO.COM. G1 Economia. Dispon?vel em:
<http://g1.globo.com/economia/
pnad-resultados-2013/index.html>.
Acesso em: 15 set. 2015.
Adaptado de: IBGE. In: EXAME.COM. 29 ago. 2013.
Dispon?vel em: <http://exame.abril.com.br/brasil/
noticias/o-passado-e-o-futuro-da-populacao-brasileira>.
Acesso em: 15 set. 2015. *Proje??o.
Adaptado de: INPE. Centro de previsão
de tempo e estudos climáticos.
Dispon?vel em: <www.cptec.inpe.br>.
Acesso em: 20 jan. 2015.
Adaptado de: INPE. Centro de previsão
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
50° O
Equador
T
r
ó
p
i c
o
d
e
C
a
p
r i c ó r n i
o

Nublado
com pancada
de chuva
Nublado com
possibilidade
de chuva
Nublado
Predomínio
de sol

MGMG
MSMS
ES
ES
ES
ES
ES
ES
SPSP
PRPR
SCSCSC
RS
PA
MA
PI
CE
RNRN
PB
PE
PE
ALALALAL
AL
ALALAL
MT
TO
BABA
BA
BA
BA
BA
GO
DF
SESE
RRRR
APAP
AMAM
AC
RORO
RJ
RJ
RJ
Alessandro Passos da Costa/Arquivo da editora
0 710 1420
km
N
S
LO
Brasil: previs‹o do tempo (20/1/2015)
km
Fogão
% de casas com o item em 2013
Televisão Rádio DVD
Máquina
de lavar
Somente
celular
Computador Carro Celular
e fixo
Motocicleta Somente
fixo
98,897,2
75,8
72,4
58,3
53,1
50,1
43,6
36,8
19,9
2,7
Bens duráveis nas casas dos brasileiros (2013)
Banco de Imagens/Arquivo da editora
Gráficos: Banco de Imagens/Arquivo da editora
Mapas temáticos e gráficos69
GGB_v1_PNLD2018_068a078_U1C03.indd 69 5/4/16 9:53 AM

0 5 10
km
Muito alta
Alta
Média
Baixa/nula
Rodovias
Limite municipal
OCEANO
ATLÂNTICO
45° 25’ O
23° 36’ S
1 Cartografia temática
Mapas codificam o milagre
da existência.”
Nicholas Crane (1954-), ge?grafo brit?nico, autor de
Mercator: o homem que mapeou o planeta.
Todo mapa ?responde? a certas perguntas sobre os
elementos nele representados. A primeira pergunta
que geralmente fazemos ao observar um mapa ?: on-
de se localiza determinado fen?meno? Como vimos no
in?cio da Unidade, para respond?-la, o mapa apresenta
uma rede de coordenadas. A segunda pergunta ?: qual
? o tamanho do fen?meno representado? Como tam-
b?m j? vimos, para isso toda representa??o cartogr?-
fica tem uma escala.
Os mapas podem, entretanto, mostrar mais do que
a localiza??o dos fen?menos e sua propor??o. Podem
mostrar diversos aspectos da exist?ncia humana em
sua vida em sociedade, assim como variados aspectos
da natureza. Podem representar, em diferentes escalas
geogr?ficas, os fen?menos sociais e naturais em sua
diversidade:
• qualitativa: responde ? pergunta ?o qu??? e repre-
senta os diferentes elementos cartografados ? cida-
des, rios, ind?strias, climas, cultivos, etc. ? em diver-
sos tipos de mapas;
• quantitativa: elucida a d?vida sobre
?quanto?? e indica, por exemplo, a po-
pula??o urbana e o tamanho das cida-
des, o total da produ??o industrial, en-
tre outros aspectos, permitindo a
compara??o entre territ?rios diferentes;
• de classificação: registra a ordena??o
e a hierarquiza??o de um fen?meno
num determinado territ?rio, por
exemplo, a ordem das cidades no ma-
pa da hierarquia urbana brasileira ou
a ordem de altitudes no mapa hipso-
m?trico;
• dinâmica: mostra a varia??o de um fe-
n?meno ao longo do tempo e sua mo-
vimenta??o no espa?o geogr?fico: o
fluxo de popula??o no territ?rio brasilei-
ro, o fluxo de mercadorias no com?rcio
internacional, entre outros.
Áreas suscetíveis a escorregamento no
município de Caraguatatuba (SP)
Adaptado de: MARCELINO, Emerson Vieira. Mapeamento de áreas susceptíveis a escorregamento no
município de Caraguatatuba (SP) usando técnicas de sensoriamento remoto. Disserta??o de Mestrado do
Curso de P?s-Gradua??o em Sensoriamento Remoto. S?o Jos? dos Campos: INPE, 2004. p. 178. Dispon?vel em:
<www.obt.inpe.br/pgsere/Marcelino-E-V-2003/publicacao.pdf>. Acesso em: 15 set. 2015.
Para representar esses fen?menos, podemos utili-
zar pontos, linhas ou ?reas, dependendo da forma como
se manifestam no espa?o geogr?fico. Eles podem ser
cartografados em mapas diferentes ou juntos, num
mesmo mapa. (Leia o texto em Outras leituras, na p?-
gina seguinte, para saber mais sobre os m?todos de
representa??o.)
A Cartografia tem?tica facilita o planejamento de
interven??es realizadas pelo poder p?blico e por em-
presas privadas, porque auxilia a compreender a orga-
niza??o dos fen?menos socioespaciais. Por exemplo, o
planejamento em uma cidade ? mais efetivo a partir
do registro da ocupa??o de seu solo em cartas tem?ti-
cas, nas quais h? a distribui??o de sua popula??o, as
?reas sujeitas a alagamento ou escorregamento, entre
outros fen?menos.
? importante lembrar que os fen?menos socioes-
paciais est?o interligados; logo, a interven??o num
aspecto da realidade interfere em outros. Por exemplo:
a ocupa??o de encostas ?ngremes ? perigosa, como se
observa no mapa, que mostra ?reas suscet?veis a es-
corregamentos em Caraguatatuba. Esse munic?pio do
litoral do estado de S?o Paulo tem parte de seu terri-
t?rio na plan?cie litor?nea e parte na encosta da serra
do Mar, onde est?o as ?reas com maior risco de escor-
regamento e que, por isso, n?o devem ser ocupadas.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Capítulo 370
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Os métodos de representação da Cartografia temática
Representações qualitativas
As representações qualitativas em mapas são em-
pregadas para mostrar a presença, a localização e a
extensão das ocorrências dos fenômenos que se dife-
renciam pela sua natureza e tipo, podendo ser classifi-
cados por critérios estabelecidos pelas ciências que
estudam tais fenômenos.
Conforme os fenômenos se manifestam em pon-
tos, linhas ou áreas no mapa, utilizamos respectiva-
mente pontos, linhas e áreas, que terão uma variação
visual com propriedade de perspectiva compatível com
a diversidade: a seletividade visual.
Na manifestação pontual usamos preferencial-
mente a variação de forma ou de orientação.
Forma:
Orientação:
Para facilitar a memorização dos signos [símbolos],
principalmente nos mapas para crianças, podemos ex-
plorar a analogia entre sua forma e o que eles represen-
tam. São os “símbolos” evocativos ou icônicos:
Algodão Trigo UvaMilho
Na manifestação linear convém usar basicamente
a variação de forma:
Forma:
Na manifestação zonal, a cor tem maior eficácia. Na
impossibilidade de poder contar com a cor, devemos em-
pregar texturas diferenciadas compostas de elementos
pontuais ou lineares, do mesmo valor visual (uma textura
não pode ficar mais escura que a outra).
[...]
Texturas com elementos pontuais:
Violeta Azul Verde Amarelo Laranja Vermelho
Texturas com elementos lineares:
Cores:
Representações ordenadas
As representações ordenadas em mapas são indi-
cadas quando os fenômenos admitem uma classificação
segundo uma ordem, com categorias deduzidas de in-
terpretações qualitativas, quantitativas ou de datações.
Conforme os fenômenos se manifestam em pon-
tos, linhas ou áreas no mapa, utilizamos respectiva-
mente pontos, linhas e áreas, que terão uma variação
visual com propriedade perceptiva compatível com a
ordenação: a ordem visual. [...]
a) Texturas de pontos:
Variação de valor em áreas:
b) Texturas de linhas:
Cores:
Amarelo Laranja Vermelho Marrom
Variação de valor em linhas:Variação de valor em pontos:
Representações quantitativas
As representações quantitativas em mapas são em-
pregadas para evidenciar a relação de proporcionalidade
entre objetos (B é quatro vezes maior que A). Essa relação
deve ser transcrita por uma relação visual de mesma
natureza. A única variação visual que transcreve corre-
tamente esta noção é a de tamanho.
Conforme os fenômenos se manifestem em pontos,
linhas ou áreas no mapa, utilizamos respectivamente
pontos, linhas e áreas que terão uma variação com pro-
priedade perceptiva compatível com a proporcionalida-
de: a proporcionalidade visual.
Na manifestação pontual, modulamos o tamanho do
local de ocorrência. Essa solução é ideal para a representa-
ção de fenômenos localizados com efetivos elevados, como
é o caso da população urbana. O tamanho de uma forma
escolhida – o círculo, por exemplo – é proporcional à in-
tensidade da ocorrência em valores absolutos. Para resol-
ver essa representação, aplicamos o Método das Figuras
Geométricas Proporcionais. As áreas das figuras serão
proporcionais às quantidades a serem representadas.
Na manifestação linear, variamos a espessura da
linha proporcionalmente à intensidade do fenômeno.
Dessa maneira, podemos representar a intensidade de
fluxo entre dois pontos.
MARTINELLI, Marcello. Cartografia temática: cadernos de mapas.
S?o Paulo: Edusp, 2003. p. 27, 28, 36, 54 e 55.
Outras leituras
Ilustrações: Cassiano Röda/Arquivo da editora
Veja a indicação do livro Mapas da geografia e Cartografia temática,
de Marcello Martinelli, na seção Sugestões de leitura, filmes e sites.
Mapas temáticos e gráficos71
GGB_v1_PNLD2018_068a078_U1C03.indd 71 5/4/16 9:53 AM

Lima
Santiago
Valparaíso
Buenos Aires
Rosário
La Paz
Paramaribo
Belém
Carajás
Recife
Salvador
Rio de
Janeiro
São Paulo
Porto Alegre
Belo
Horizonte
Caracas
Bogotá
Quito
Antofagasta
0 705 1
410
km
50º O
Equador

Trópico de
Capricórnio
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Carvão
Petróleo
Chumbo e zinco
Prata
Gás natural
Ferro
Manganês
Cobre
Estanho
Ouro
Bauxita
Nitrato
Indústria de
alta tecnologia
Principais
regiões
industriais
PARIS
Bordeaux
OCEANO
ATLÂNTICO
Mar Mediterrâneo
Brest
Quimper
Vannes
Rennes
Caen
Le Havre
Nantes
AngersLe Mans
Tours
Chartres
Orléans
Rouen
Amiens
Cherbourg
Poitiers
AngoulêmeLimoges
Vierzon
Nevers
Troyes
Agen
Tarbes
Dax Rodez
Valence
Montauban
Nîmes
Montpellier
Narbone
Perpignan
Foix
Toulouse
Nice
Bastia
Ajaccio
Marselha
La Rochelle
Clermont-
-Ferrand
Avignon
Gap
Grenoble
Briançon
Modane
Lyon
Annecy
Dijon
Besançon
Belfort
Langres
Mulhouse
Nancy
Metz
Reims
Lille
Calais
St-Étienne
Canal da Mancha
Dunkerque
Estrasburgo

50º N
Meridiano de Greenwich
201 ou mais
101 – 200
51 – 100
25 – 50
Linhas de alta velocidade
200 ou mais
100 – 200
50 – 100
25 – 50
Menos de 25
Outras linhas
Tr‡fego de trens
(número médio de
trens por dia)
0 135 270
km
Vejamos agora alguns exemplos de
mapas tem?ticos.
Constru?do sobre uma base cartogr?-
fica que mostra os limites pol?ticos da
Am?rica do Sul, o mapa ao lado evidencia
os recursos minerais e energ?ticos dos
pa?ses sul-americanos, indicando sua di-
versidade, distribui??o e tamanho relativo
das reservas. Para representar fen?menos
pontuais como esses, o mais adequado ?
utilizar s?mbolos com formas, cores e ta-
manhos diferentes. Cidades, ind?strias,
portos, aeroportos, hidrel?tricas, etc. s?o
outros exemplos de fenômenos pontuais.
Vale relembrar, entretanto, que, depen-
dendo da escala, um fen?meno pontual
poder virar zonal. Por exemplo, num mapa
de escala pequena como este, uma cidade
? um ponto; mas numa planta de escala
grande, a mesma cidade ser? representa-
da como uma ?rea.
América do Sul: mineração e indústria
França: rede de tráfego ferroviário – 2010
Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Dir.). Atlas du 21
e
si?cle ?dition 2012.
Groningen: Wolters-Noordhoff; Paris: ?ditions Nathan, 2011. p. 154.
Observe que no mapa também estão
cartografadas as principais regiões industriais
da América do Sul, um fenômeno zonal.
Observe que nesse mapa também
estão cartografados fenômenos
pontuais proporcionais: Paris,
maior entroncamento ferroviário
do país, Lyon, Bordeaux e outras
cidades francesas.
Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Dir.). Atlas du 21
e
si?cle ?dition 2012.
Groningen: Wolters-Noordhoff; Paris: ?ditions Nathan, 2011. p. 24.
Para cartografar fenômenos lineares
como tipos diferentes de ferrovias, mos-
tradas no mapa da Fran?a ao lado, foram
utilizadas linhas diferenciadas por cores.
Mas como o mapa mostra esse tema de
forma proporcional, essas linhas t?m lar-
guras e tonalidades diferentes, expres-
sando maior ou menor volume de passa-
geiros e mercadorias transportados por
dia. Rodovias, hidrovias, oleodutos, redes
de alta-tens?o, etc. s?o outros exemplos
de fen?menos lineares.
Mapas: Banco de imagens/Arquivo da editora
Capítulo 372
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50º O

Equador
Trópico de Capricórnio
Belém
Fortaleza
Recife
Salvador
Belo Horizonte
Brasília
Rio de Janeiro
São Paulo
Curitiba
Porto Alegre
Buenos Aires
Montevidéu
Goiânia
Assunção
Córdoba
Rosário
Santiago
Lima
Quito
Cali
Manaus
Bogotá
Barquisimeto
Guayaquil
Medellín
Caracas
MaracaiboBarranquilla
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
0 555 1
110
km
Menos de 1
1 – 10
Habitantes por km
2
10 – 50
50 – 100
100 ou mais
Aglomerações com mais de
5 milhões de habitantes
Aglomerações com 1 a 5 milhões
de habitantes
Cidades com 500 mil a 1 milhão
de habitantes
O mapa abaixo registra a densidade demogr?fica
da Am?rica do Sul, um fenômeno zonal que foi orde-
nado pelas diferentes quantidades de pessoas por
km
2
, cuja distribui??o foi destacada com o uso de co-
res ? as ?reas s?o pintadas de modo que se estabele-
?a uma hierarquia entre as cores (da mais clara para
a mais escura, ? medida que aumenta a densidade;
veja outro exemplo de fen?meno zonal ordenado no
mapa-m?ndi hipsom?trico da p?gina 127). Forma??es
vegetais, tipos clim?ticos, compartimenta??o do re-
levo, cultivos agr?colas, reservas ind?genas, etc. s?o
outros exemplos de fen?menos zonais.
América do Sul: densidade demográfica e
principais aglomerações urbanas
Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Dir.). Atlas du 21
e
si?cle ?dition 2012. Groningen: Wolters-Noordhoff;
Paris: ?ditions Nathan, 2011. p. 155.
Veja que esse mapa também
registra um fenômeno pontual
proporcional: as maiores
aglomerações urbanas da
América do Sul.
H? outros fen?menos zonais que tamb?m apare-
cem registrados em mapas por meio de cores; no en-
tanto, sem que haja hierarquia entre elas. Veja alguns
exemplos nos quais as cores s?o diferenciadas somen-
te para distinguir as classifica??es dos fen?menos: tipos
de clima na zona tropical (ver p?gina 158); tipos clim?-
ticos do Brasil (p?gina 177); compartimenta??o do re-
levo brasileiro (p?ginas 131 e 132); forma??es vegetais
do mundo (p?ginas 220 e 221).
As cidades ou regi?es metropolitanas podem ser
representadas por pontos simples (fen?meno qualita-
tivo), se o que se pretende ? apenas localiz?-las no es-
pa?o geogr?fico. Tamb?m podemos destacar o tama-
nho de suas popula??es (fen?meno quantitativo), como
foi feito no mapa ao lado, que
mostra a densidade demogr?-
fica e as principais aglomera-
??es urbanas da Am?rica do
Sul, ou enfatizar a rela??o hie-
r?rquica entre elas (fen?meno
ordenado). A rela??o hier?rqui-
ca entre as cidades pode ser
estabelecida com base em di-
versos crit?rios: tamanho da
popula??o, infraestrutura de
com?rcio e servi?os, influ?ncia
na rede urbana nacional ou
mundial, etc. Observe o mapa
da p?gina seguinte. Ele mostra
a hierarquia urbana brasileira.
Banco de imagens/Arquivo da editora
atenção!
Não escreva no seu livro!
Mapas temáticos e gráficos73
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Metrópole global
Hierarquia urbana
Metrópole nacional
Metrópole regional
Centro regional
São Paulo
Rio de Janeiro
Belém
Recife
Manaus
Salvador
Fortaleza
Porto Alegre
Maceió
Cuiabá
MT
AM
AC
RO
RR
AP
MA
PI
CE
RN
PB
PE
AL
SE
BA
MG
ES
RJ
TO
GO
SP
PR
SC
RS
DF
PA
MS
Aracaju
São Luís
João Pessoa
Campo
Grande
Ribeirão
Preto
Londrina
Campinas
Santos
São José dos Campos
Florianópolis
Curitiba
Macapá
Natal
Boa Vista
Rio Branco
Belo
Horizonte
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Equador
55º O

Palmas
Porto Velho
Goiânia
Brasília
Vitória
Teresina
Trópico de Capricórnio
0 500 1
000
km
CHINA
ORIENTE
MÉDIO
OCEANIA
AMÉRICA
DO SUL
AMÉRICA
CENTRAL
CARIBE
OESTE DA
ÁFRICA
SUL DA
ÁFRICA
ALASCA
NORTE
DA ÁFRICA
LESTE DA
ÁFRICA
RÚSSIA


60º L40º L20º L


20° S
120º O
140º O 160º O
180º
40° S
60° S
60° S
40° S
40° S
40° S
100° L 120° L
80° O 40° O
20° S
20° S
20° S
20° S20° S



OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
Sydney
Tóquio
Madri
Paris
Zurique
Frankfurt
Amsterdã
Londres
Cingapura
Bangcoc
Hong
Kong
Pequim
Fukuoka
Osaka
Sapporo
Los Angeles
São Francisco
Las Vegas
Cidade do México
Phoenix
Honolulu
Denver
Houston
Dallas
Atlanta
Miami
Orlando
Nova YorkBoston
Toronto
Detroit
Chicago
Minneapolis
St. Louís
Salt
Lake
City
Newark
Londres Londres
Londres Londres
Nova York
Nova York
Nova York
Nova York
BostonBostonBoston
BostonBostonBoston
BostonBostonBostonBoston
BostonBoston
BostonBoston
Boston
BostonBoston
BostonBostonBostonBostonBostonBoston
BostonBoston
Toronto
TorontoToronto
Toronto
Toronto
TorontoTorontoToronto
Toronto
TorontoToronto
Toronto
Detroit
Detroit
DetroitDetroitDetroitToronto
Toronto
Toronto
TorontoToronto
SUL
DA ÁSIA
CANADÁ
Seattle
Roma
Seul
JAPÃO E
COREIA DO SUL
SUDESTE
DA ÁSIA
Washington
EUROPA
Mais de 25 milhões
15 – 25 milhões
10 – 15 milhões
Maiores aeroportos
Número de passageiros
(internacional e doméstico)
por ano
Principais rotas aéreas
Número de voos internacionais
por ano
Mais de 50 milhões
10 – 50 milhões
5 – 10 milhões
Brasil: hierarquia urbana
Principais rotas aéreas internacionais e maiores aeroportos
Tamb?m ? poss?vel representar car-
tograficamente fenômenos dinâmicos
no espa?o e no tempo. Por exemplo, po-
de-se mostrar o grau de destrui??o da
mata Atl?ntica desde o come?o da ocu-
pa??o do territ?rio brasileiro ou a movi-
menta??o da popula??o desde o in?cio
do processo de industrializa??o do pa?s.
Os mais conhecidos exemplos de
mapas que representam fen?menos di-
n?micos s?o aqueles que mostram fluxos
de pessoas ou mercadorias em diversas
escalas geogr?ficas. Como vimos ante-
riormente, al?m das dire??es, podem ser
registradas as quantidades proporcionais
desses fluxos, utilizando para isso dife-
rentes larguras de linhas ou setas. Obser-
ve, no mapa abaixo, as principais rotas
a?reas internacionais.
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 152.
Adaptado de: ATLAS of the World. 18
th
ed. New York: Oxford University Press, 2011. p. 107. Mapa sem escala.
Observe que esse mapa
registra os maiores
aeroportos do mundo em
n?mero de passageiros,
em 2009, e o n?mero de
voos internacionais por
ano. Nele, observamos
elementos lineares
proporcionais.
Mapas: Banco de imagens/Arquivo da editora
Capítulo 374
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H? um tipo particular de mapa tem?tico, em que as
?reas dos pa?ses s?o mostradas em tamanhos propor-
cionais ? import?ncia de sua participa??o no fen?meno
representado. Esse tipo de ?mapa? ? de fato, um carto-
grama ? ? chamado de anamorfose geográfica. Veja um
exemplo a seguir.
Consulte os mapas temáticos disponíveis nos portais do
IBGE, da Seção Cartográfica da ONU, da Biblioteca
Perry-Castañeda da Universidade do Texas (Estados
Unidos) e do Worldmapper da Universidade de Sheffield
(Reino Unido). Veja orientações na seção Sugestões de
leitura, filmes e sites.
A dinâmica da população mundial: estimativa para 2030
Adaptado de: INSTITUT FRAN?AIS DES RELATIONS INTERNATIONALES. Rapport annuel mondial
sur le syst?me ?conomique et les estrat?gies Ramses 2011. Paris: Ifri/Dunod, 2010. p. 299.
Numa anamorfose, os elementos representados n?o aparecem em escala cartogr?fica e n?o h?
fidelidade nas formas territoriais. Em contrapartida, ? mais f?cil perceber o peso da participa??o
de cada pa?s no fen?meno representado (a popula??o mundial em 2030, neste caso), pois essa
participa??o ? proporcional ao tamanho mostrado.
NICARÁGUA
MÉXICO
GUATEMALA
HONDURAS
ESTADOS
UNIDOS
CANADÁ
EL SALVADOR
COSTA RICA
PANAMÁ
COLÔMBIA VENEZUELA
EQUADOR
PERU
BOLÍVIA
BRASIL
CHILE
ARGENTINA
PARAGUAI
URUGUAI
IRLANDA
HAITI
REP. DOMINICANA
FRANÇA
PORTUGAL
ESPANHA
PORTO RICO
CUBA
JAMAICA
BÉLGICA
PAÍSES
BAIXOS
ALEMANHA
SUÍÇA
ITÁLIA
DINAMARCA
POLÔNIA
FINLÂNDIA
MARROCOS
ARGÉLIA
EGITO
SUDÃO ***
REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA
DO CONGO
SOMÁLIA
SUÉCIA ESTÔNIA
LETÔNIA
CHINA
NEPAL
ÍNDIA
PAQUISTÃO
IRÃ
AFEGANISTÃO
SÍRIA
ISRAEL
JORDÂNIA
IRAQUE
ARÁBIA
SAUDITA
MALINÍGER CHADE
TURQUIA
CHIPRE

RÚSSIA
LITUÂNIA
MONGÓLIA
KUWAIT
BAHREIN
C ATA R
IÊMEN
ETIÓPIA
MADAGASCAR
BURUNDI
RUANDA
MAURÍCIO
MOÇAMBIQUE
SUAZILÂNDIA
TANZÂNIA
LESOTO
ÁFRICA
DO SUL
ANGOLA
UGANDA
QUÊNIA
GABÃO CONGO
TOGO
GANA
NIGÉRIA
TANZÂNIA
GUINÉ
SENEGAL
GÂMBIA
GUINÉ-
-BISSAU
CAMARÕES
MAURITÂNIA
RCA**
LÍBIA
TUNÍSIA
ZÂMBIA
ZIMBÁBUE
MALAUÍ
NAMÍBIA
BOTSUANA
BURKINA
FASSOCOSTA
DO
MARFIM
SERRA LEOA
NORUEGA
ROMÊNIA
BULGÁRIA
GRÉCIA
UCRÂNIA
BANGLADESH
MALÁSIA
CINGAPURA
VIETNÃ
FILIPINAS
TAILÂNDIAMIANMAR
LAOS
HONG
KONG
CAMBOJA
TAIWAN
J A PÃ O
COREIA
DO
SUL
COREIA
DO
NORTE
INDONÉSIA
TIMOR-LESTE
AUSTRÁLIA
N OVA
ZELÂNDIA
SRI LANKA
PAPUA-NOVA GUINÉ
BELARUS
ESLOVÊNIA
CROÁCIA
SÉRVIA
MACEDÔNIA
ALBÂNIA
LÍBANO
BENIN
TRINIDAD E
TOBAGO
DJIBUTI
ERITREIA
TURCOMENISTÃO
TAJIQUISTÃO
USBEQUISTÃO
QUIRGUISTÃO
CASAQUISTÃO
EAU *
2
3
45
67
8
9
10
11
REINO
UNIDO
LIBÉRIA
OMÃ
1
Mais de 2
1,51 – 2
1 – 1,50
0 – 0,99
Menos de 0
Taxa de crescimento demogr?&#6684777;co
anual no per?odo 2000-2030 (%)
Estimativa da popula??o em 2030
(em milhões de habitantes)
10 0
50
10
1
1. Guiné Equatorial
2. Cisjordânia e Gaza
3. Bósnia-Herzegovina
4. Áustria
5. Hungria
6. República Tcheca
7. Eslováquia
8. Moldávia
9. Geórgia
10. Armênia
11. Azerbaijão
* Emirados Árabes Unidos
** República Centro-Africana
*** O Sudão do Sul
separou-se do Sudão em 2011.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Mapas temáticos e gráficos75
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2 Gráficos
Um gr?fico estabelece rela??o entre as informa??es
da realidade que podem ser expressas numericamente.
H? diversos tipos de gr?ficos, e eles s?o utilizados para
expressar dados estat?sticos de forma mais simples, r?-
pida e clara do que as tabelas.
No sistema de coordenadas cartesianas, desenvolvi-
do pelo fil?sofo e matem?tico franc?s Ren? Descartes
(1596-1650), s?o utilizadas duas vari?veis: uma marcada
sobre o eixo x (abscissa) e outra sobre o eixo y (ordenada),
a partir da origem o. Observe que nos gr?ficos cada par
dessas vari?veis x e y define um ponto p.
Observe no gr?fico de linha abaixo que indicamos no
eixo x os meses do ano (tempo), e no y, os ?ndices de in-
fla??o (valores), conforme os dados da tabela (ao lado
do gr?fico). Cada m?s corresponde a um ?ndice, defi-
nindo os diversos pontos p. Qual visualiza??o dos ?ndi-
ces mensais de infla??o ao longo do ano de 2014 ? mais
simples e r?pida: a do gr?fico ou a da tabela?
Brasil: infla??o em 2014 ? IPCA
(Índices mensais e anual)
M?s Porcentagem
Janeiro 0,55
Fevereiro 0,69
Mar?o 0,92
Abril 0,67
Maio 0,46
Junho 0,40
Julho 0,01
Agosto 0,25
Setembro 0,57
Outubro 0,42
Novembro 0,51
Dezembro 0,78
Ano 6,41
Para a elabora??o de gr?ficos cartesianos, al?m de
linhas, podemos utilizar barras ou colunas. O climogra-
ma, por exemplo, combina essas duas possibilidades ao
utilizar colunas para expressar o ?ndice pluviom?trico, e
linhas, para a varia??o da temperatura ao longo do ano.
Observe o climograma de Cuiab?, em Mato Grosso.
Adaptado de: IBGE. Sistema Nacional de Índices de Preços ao
Consumidor. S?rie hist?rica do IPCA. Dispon?vel em: <www.
ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/
inpc_ipca/defaultinpc.shtm>. Acesso em: 10 jun. 2015.
Gráficos de linhas são indicados para representar séries estatísticas cronológicas,
como a taxa de inflação ao longo de um ano ou de décadas. Perceba que no
gráfico a visualização da variação mensal da inflação é simples e rápida.
0,55
0,69
0,92
0,67
0,46
0,40
0,01
0,25
0,57
0,42
0,51
0,78
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
janeiro
fevereiro
março
abrilmaiojunhojulho
agosto
setembro
outubro
novembrodezembro
IPCA (%)
Brasil: inflação em 2014 (IPCA – percentual no mês)
A. Robson/Arquivo da editora
IBGE. Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. S?rie hist?rica do IPCA.
Dispon?vel em: <www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/
inpc_ipca/defaultinpc.shtm>. Acesso em: 10 jun. 2015.
300 30
20
10
0
200
Precipitação (em mm)
Temperatura (°C)
100
0
J JJFM MA A SOND
40400
Climograma de Cuiabá (MT)
Adaptado de: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas.
34. ed. S?o Paulo: ?tica, 2013. p. 118.
Dialogando
com MateMática
IPCA: O ?ndice Nacional de Pre?os ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo
IBGE e utilizado pelo Banco Central para a fixa??o das metas de infla??o no
Brasil, mede a varia??o mensal de pre?os ao consumidor para as fam?lias com
rendimento entre um e quarenta sal?rios m?nimos, independentemente da
fonte de renda. A pesquisa de pre?os abrange nove regi?es metropolitanas ?
Porto Alegre, Curitiba, S?o Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife,
Fortaleza e Bel?m ?, al?m de Bras?lia e do munic?pio de Goi?nia. Com base na
m?dia desses ?ndices regionais, o IBGE obt?m o IPCA-Brasil.
Nesse climograma, as colunas expressam a
quantidade de chuva de cada mês, mensurada em
milímetros (valores à esquerda do gráfico). A linha
mostra a variação da temperatura média (em grau Celsius),
mês a mês ao longo do ano (valores à direita).
Banco de imagens/Arquivo da editora
Capítulo 376
GGB_v1_PNLD2018_068a078_U1C03.indd 76 5/4/16 9:54 AM

Os ?ndices de infla??o no Brasil em 2014 tamb?m foram expressos por meio de gr?ficos de colunas e de barras.
* O percentual total passa um pouco de 100% porque h? matr?culas
simult?neas no Ensino M?dio e na Educa??o Profissional, e a maioria
dos alunos de Educa??o Especial est? matriculada em classes comuns.
** Educa??o de Jovens e Adultos.
Brasil: inflação em 2014 (IPCA – percentual no mês)
Brasil: matrículas na Educação Básica por
etapas e modalidades de ensino – 2014
Brasil: inflação em 2014 (IPCA – percentual no mês)
No gr?fico de setores, popularmente conhecido co-
mo ?gr?fico de pizza?, os diferentes valores s?o repre-
sentados por ?fatias? de um c?rculo e proporcionais ao
total do fen?meno representado. ? indicado para ressal-
tar as partes em que se divide determinado fen?meno
(veja exemplo ao lado). Para tra?ar cada uma dessas
partes, adota-se como ponto de origem o centro do c?r-
culo. A soma de todos os valores representados (100%)
corresponde ao c?rculo inteiro (360?). Pode-se descobrir
o valor de cada setor aplicando uma regra de tr?s simples
e depois construir o gr?fico usando um transferidor:
Al?m dos gr?ficos citados, que s?o os mais utilizados,
h? outros, como o polar, baseado na representa??o polar
ou trigonom?trica dos pontos num plano. ? ideal para
mostrar s?ries que apresentam determinada periodicida-
de: o consumo de energia el?trica no m?s ou no ano, por
exemplo. Observe novamente os ?ndices da infla??o bra-
sileira em 2014, agora num gr?fico polar, ao lado.
Total de alunos matriculados: 49 771 371*
Ensino
Fundamental
57,1%
Ensino M?dio 16,6%
educa??o infantil 15,7%
EJA** Ensino M?dio 2,6%
EJA** Ensino Fundamental 4,5%
educa??o especial 1,7%
educa??o profissional 2,7%
janeiro
0,55%
fevereiro
0,69%
março
0,92%
abril
0,67%
maio
0,46%
junho
0,40%julho
0,01%
agosto
0,25%
setembro
0,57%
outubro
0,42%
novembro
0,51%
dezembro
0,78%
Infla??o no ano: 6,41%
Adaptado de: IBGE. Sistema Nacional de ?ndices de Pre?os ao Consumidor. S?rie hist?rica do IPCA.
Dispon?vel em: <www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/defaultinpc.shtm>. Acesso em: 10 jun. 2015.
Gráficos de colunas (à esquerda) ou de barras (à direita) podem ser usados para representar qualquer série estatística.
Adaptado de: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS
EDUCACIONAIS AN?SIO TEIXEIRA (INEP). Sinopse Estat?stica da Educa??o
B?sica 2014. Dispon?vel em: <http://portal.inep.gov.br/basica-censo-
escolar-sinopse-sinopse>. Acesso em: 10 jun. 2015.
Gráficos: Banco de imagens/Arquivo da editora
Consulte o livro Gráficos e mapas: construa-os você
mesmo, de Marcello Martinelli, e crie gr?ficos no site
Create a Graph, mantido pelo Departamento de
Educa??o dos Estados Unidos. Veja orienta??es na se??o
Sugestões de leitura, filmes e sites.
IBGE. Sistema Nacional de ?ndices de Pre?os ao Consumidor. S?rie hist?rica do
IPCA. Dispon?vel em: <www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/
precos/inpc_ipca/defaultinpc.shtm>. Acesso em: 10 jun. 2015.
IPCA (%)
0,55
0,69
0,92
0,67
0,46
0,40
0,01
0,25
0,57
0,42
0,51
0,78
Infla??o no ano: 6,41%
janeiro
fevereiro
março
abril
maio
junho
julho
agosto
setembro
outubro
novembro
dezembro
0,000,100,20 0,30 0,400,50 0,600,700,800,901,00
1,00
0,90
0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
IPCA (%)
0,55
janeiro
fevereiro
março
abrilmaiojunhojulho
agosto
setembro
outubro
novembrodezembro
0,69
0,92
0,67
0,46
0,40
0,01
0,25
0,57
0,42
0,51
0,78
Infla??o no ano: 6,41%
Neste gráfico polar, os valores de cada mês
foram ligados com uma linha, e a figura que
surgiu foi colorida para facilitar a visualização.
total ? 360
o
setor ? x
o
Mapas temáticos e gráficos77
GGB_v1_PNLD2018_068a078_U1C03.indd 77 5/4/16 9:54 AM

Atividades
Compreendendo conteúdos
1. Defina mapa tem?tico e explique qual ? a relev?ncia da Cartografia tem?tica.
2. Aponte quais s?o os m?todos de representa??o da Cartografia tem?tica.
3. O que ? anamorfose geogr?fica? D? um exemplo.
Desenvolvendo habilidades
4. Com base no que foi estudado no cap?tulo e na leitura do texto a seguir, extra?do do livro Narraciones, do escritor
argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), responda ?s quest?es propostas.
Do rigor na ciência
Naquele imp?rio, a arte da cartografia alcan?ou tal perfei??o que o mapa de uma s? prov?ncia ocupava toda uma
cidade, e o mapa do imp?rio, toda uma prov?ncia. Com o tempo, esses mapas desmedidos n?o satisfaziam e os col?gios
de cart?grafos levantaram um mapa do imp?rio, que tinha o tamanho do imp?rio e coincidia ponto por ponto com ele.
Menos apegadas ao estudo da cartografia, as gera??es seguintes entenderam que esse extenso mapa era in?til e n?o
sem impiedade o entregaram ?s inclem?ncias do Sol e dos invernos. [...]
Adaptado de: BORGES, Jorge Luis. Narraciones. 16. ed. Madrid: C?tedra, 2005. p. 133. Traduzido pelos autores.
a) Por que um mapa que quisesse representar tudo o que existe num determinado territ?rio ? seus aspectos pol?-
ticos, f?sicos, humanos e econ?micos ?, al?m de invi?vel, seria in?til?
b) Por que, em um produto cartogr?fico (mapa, carta ou planta), os elementos do espa?o geogr?fico necessaria-
mente devem aparecer reduzidos? Como se garante a propor??o entre o fen?meno real e sua representa??o?
5. Observe novamente cada um dos quatro gr?ficos que mostram os ?ndices mensais da infla??o
brasileira de 2014, compare-os e responda:
Qual deles ? mais f?cil de ler e expressa mais claramente os ?ndices de infla??o? Justifique sua resposta.
6. Que gr?ficos s?o mais indicados para representar as informa??es da tabela abaixo? Construa, em um papel milime-
trado, dois gr?ficos: um para o total em milh?es de toneladas e outro para o percentual sobre o consumo mundial.
Os dez maiores consumidores de energia ? 2012
Pa?ses
Total
(em milhões de toneladas métricas equivalentes de petróleo)
Percentual
(% sobre o consumo mundial)
China 2 894 22,3
Estados Unidos 2 141 16,5
?ndia 788 6,1
R?ssia 757 5,8
Jap?o 452 3,5
Alemanha 313 2,4
Brasil 282 2,2
Coreia do Sul 263 2,0
Fran?a 252 1,9
Canad? 251 1,9
Outros pa?ses 4 598 35,4
Mundo 12 991 100,0
Adaptado de: THE WORLD BANK. World Development Indicators 2015. Washington, D. C.: The World Bank, 2015.
Dispon?vel em: <http://wdi.worldbank.org>. Acesso em: 15 set. 2015.
atenção!
N?o escreva no seu livro!
Dialogando
com MateMática
Capítulo 378
GGB_v1_PNLD2018_068a078_U1C03.indd 78 5/4/16 9:54 AM

Utah Images/Nasa/Alamy/Glow Images
Satélite do GPS em órbita
da Terra. Imagem da Nasa
(sem data no original).
79
CAPÍTULO4
Tecnologias
modernas utilizadas
pela Cartografia
GGB_v1_PNLD2018_079a101_U1C04.indd 79 5/4/16 9:55 AM

A
s tecnologias de informação e co-
municação criadas nas últimas dé-
cadas (satélites, computadores,
câmeras digitais e internet, por exemplo)
têm possibilitado a utilização de novas
técnicas de coleta e processamento de
dados do espaço geográfico. Novos hori-
zontes se abriram para a Cartografia, e os
mapas estão cada vez mais precisos. Di-
versas operações, que no passado eram caras e demoradas, hoje são feitas
com muita rapidez e a um custo cada vez menor.
Equipamentos fotogramétricos, imagens captadas por satélites, mapas
digitais, sistema de posicionamento global (GPS) e sistemas de informações
geográficas (SIG) são recursos tecnológicos que têm contribuído para a popu-
larização da Cartografia.
Neste capítulo, vamos estudar as características básicas do sensoriamento
remoto, do GPS e dos SIG.
A possibilidade de utilizar uma combinação de mapas digitais e informações
georreferenciadas para localização de endereços, como faz o Google Maps (um
tipo de SIG), e de observar a superfície da Terra por meio de programas de voo
virtual, como faz o Google Earth, demonstra um grande avanço tecnológico.
Esses programas permitem observar a superfície da Terra desde escalas pe-
quenas (pouco detalhadas) até escalas grandes (ricas em detalhes) com um
simples ajuste do zoom.
Fernando Gonsales/Acervo do cartunista
Google Earth/DigitalGlobe
Consulte os sites
do Google Earth e
do Google Maps. Veja
orienta??es na se??o
Sugestões de leitura,
filmes e sites.
One World
Trade Center
National September 11
Memorial & Museum
Imagem do Google Earth mostrando o centro financeiro de Nova York
(Estados Unidos), em 2015. Nela ? poss?vel observar detalhes como o
tra?ado de ruas e a forma das constru??es. Observe o edif?cio One
World Trade Center e o National September 11 Memorial & Museum,
constru?do em homenagem ?s v?timas do atentado terrorista de 2001.
Duas fontes de ?gua ocupam o lugar das antigas torres g?meas.
Jornal Hoje em Dia, 2007.
Capítulo 480
GGB_v1_PNLD2018_079a101_U1C04.indd 80 5/6/16 3:06 PM

radia??o n?o ionizante radiação ionizante
frequ?ncia
extremamente
baixa
ondas de r?dio
micro-ondas
radia??o
ultravioleta
10 10
10
10
20
raios gama
10
4
10
14
10
24
kHz
10
8
10
18
frequ?ncia muito
baixa
radia??o
infravermelha
luz vis?vel
raios X
10
2
10
12
10
22
frequ?ncia
10
6
10
16
10
26
MHz GHz
Paulo Manzi/Arquivo da editora
Adaptado de: SAUSEN, Tania Maria. Desastres naturais e geotecnologias: sensoriamento remoto. S?o Jos? dos Campos: INPE, 2008. p. 13. (Cadernos did?ticos n. 2);
HSW International. Como tudo funciona. Dispon?vel em: <http://informatica.hsw.uol.com.br/radiacao-dos-telefones-celulares1.htm>. Acesso em: 11 jun. 2015.
1 Sensoriamento remoto
Sensoriamento remoto ? o conjunto de t?cnicas de
capta??o e registro de imagens a dist?ncia, sem conta-
to direto com o elemento registrado, por meio de dife-
rentes tipos de sensor. O olho humano ? um tipo de
sensor e serviu de refer?ncia para a constru??o de sen-
sores eletr?nicos que equipam sat?lites, por exemplo.
Em qualquer tipo de sensor, as imagens s?o cap-
tadas por meio da radia??o eletromagn?tica que se
situa entre o espectro vis?vel e o de micro-ondas. Se-
gundo o Instituto de F?sica da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (IF-UFRGS), ?o espectro eletro-
magn?tico ? a distribui??o da intensidade da radia??o
eletromagn?tica com rela??o ao seu comprimento de
onda ou frequ?ncia?. Como se observa no esquema
abaixo, entre todas as ondas do espectro da radia??o
eletromagn?tica, os raios gama s?o os que apresen-
tam a maior frequ?ncia e o menor comprimento.
Os sensores podem ser passivos ou ativos. Um sen-
sor ? considerado passivo quando s? recebe radia??o,
como as m?quinas fotogr?ficas e imageadores que
equipam a maioria dos sat?lites; e ? considerado ativo
quando emite ondas e as recebe de volta, como o radar.
Hz (Hertz): unidade de medida de frequ?ncia. Quilo-hertz
(kHz), mega-hertz (MHz) e giga-hertz (GHz) s?o m?ltiplos
do hertz (Hz).
Radiação ionizante: radia??o que possui energia sufi-
ciente para arrancar el?trons de ?tomos (ioniza??o) e
modificar as mol?culas. Em altas doses, pode danificar
as c?lulas humanas e de outros seres vivos, causando
muta??es gen?ticas e doen?as, como o c?ncer, poden-
do at? levar ? morte.
Dialogando
com FÍSICA
Tecnologias modernas utilizadas pela Cartografia81
GGB_v1_PNLD2018_079a101_U1C04.indd 81 5/4/16 9:55 AM

A energia solar ? refletida pela superf?cie da Terra
como ondas de calor, que podem ser captadas por sen-
sores de sat?lites, e como ondas vis?veis em cores, que
podem ser fotografadas por c?meras acopladas a ae-
ronaves, registrando assim seus elementos naturais e
sociais. Observe o esquema abaixo.
Esquema de sensoriamento remoto ativo
Esquema de sensoriamento remoto passivo
fonte de
radia??o
(energia)
objeto
sensor remoto
a bordo do sat?lite
(registra a radia??o)
antena de
recep??o
radia??o refletida
radia??o incidente
transmiss?o do sinal
Adaptado de: SAUSEN, Tania Maria. Desastres naturais e geotecnologias: sensoriamento remoto. S?o Jos? dos Campos: INPE, 2008. p. 9. (Cadernos did?ticos n. 2).
Adaptado de: FITZ, Paulo Roberto.
Geoprocessamento sem complicação.
S?o Paulo: Oficina de Texto, 2008. p. 112.
Paulo Nilson/Arquivo da editora
Paulo Nilson/Arquivo da editora
faixa de imageamento
vertical ao terreno
emissão de ondas
reflexão de ondas
Existe ainda outra possibilidade de sen-
soriamento remoto: um radar acoplado a um
avi?o ou sat?lite emite micro-ondas, que s?o
refletidas de volta pela Terra, permitindo o
registro de sua superf?cie pelo mesmo equi-
pamento, como ilustra o esquema ao lado.
As micro-ondas sofrem menos interfer?ncia das
nuvens do que as ondas do espectro vis?vel e infraver-
melho, possibilitando fazer imagens de radar mesmo
em dias nublados ou ? noite, algo imposs?vel para sen-
sores passivos.
As aerofotos e as imagens de sat?lite e de radar
s?o fundamentais para a produ??o de mapas, cartas
e plantas, pois revelam muitos detalhes dos aspectos
f?sicos e humanos da superf?cie terrestre, tais como:
• relevo, rios, florestas, desmatamento e inc?ndios
florestais;
• ?reas de cultivo, sistemas de transporte, cidades e
ind?strias;
• din?mica da atmosfera, como massas de ar, furac?es
e tornados.
Capítulo 482
GGB_v1_PNLD2018_079a101_U1C04.indd 82 5/4/16 9:56 AM

Fotografia aérea
Embora as primeiras imagens a?reas da superf?cie
da Terra tenham sido tiradas de bal?es, ainda no s?cu-
lo XIX, o sensoriamento remoto s? se desenvolveu a
partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), com a
utiliza??o de avi?es. Nessa ?poca, os interesses milita-
res propiciaram um grande avan?o na aerofotograme-
tria, que consiste em captar imagens da superf?cie
terrestre com equipamentos fotogr?ficos especiais
acoplados ao piso de um avi?o. Observe a seguir a ilus-
tra??o, que mostra esse processo de obten??o de fo-
tografias a?reas.
Arquivo/Aeroimagem
Consulte o site da empresa Base
Aerofotogrametria. Veja
orientações na seção Sugestões de
leitura, filmes e sites.
Paulo Manzi/Arquivo da editora
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 27.
linha de voo
plano de
fotografias
altura do voo
superposição
longitudinal
(aprox. 60%)
foto 1 foto 2
Enquanto o avi?o sobrevoa linhas paralelas, cha-
madas linhas de voo, previamente estabelecidas, a uma
velocidade constante e orientado pelo GPS, a c?mera
fotogr?fica acoplada a seu piso vai tirando, na vertical,
fotografias do terreno. Essas fotos a?reas registram as
coordenadas geogr?ficas da ?rea tomada e s?o parcial-
mente sobrepostas, em intervalos regulares. Al?m de
uma sobreposi??o longitudinal de 60%, como mostra
a ilustra??o, h? outra lateral, de 30%. Essas sobreposi-
??es s?o necess?rias para obter uma imagem com me-
lhor qualidade na etapa seguinte. Nessa fase do pro-
cesso de produ??o de imagens a?reas, as fotos passam
por restituidores, que s?o aparelhos que restituem as
informa??es contidas nas fotografas, corrigindo even-
tuais imperfei??es.
Atualmente, as fotos a?reas s?o feitas com c?meras
digitais, e os equipamentos de restitui??o e produ??o
de imagens s?o computadorizados, o que contribui
para deixar o processo mais r?pido e mais preciso, al?m
de mais barato. A maioria dos mapas topogr?ficos ain-
da ? produzida por meio da aerofotogrametria, porque
ela ? bastante precisa e detalhada. Entretanto, novos
avan?os no sensoriamento remoto advieram do uso de
sat?lites e computadores.
Aerofoto na escala de
1 : 10.000,
obtida
por
levantamento
aerofotogram?trico
em 2013, mostra trecho
do munic?pio de Rio
Branco (AC).
Tecnologias modernas utilizadas pela Cartografia83
GGB_v1_PNLD2018_079a101_U1C04.indd 83 5/4/16 9:56 AM

Imagem de satélite
A Terra é azul!"
Yuri Gagarin (1934-1968),
cosmonauta russo.
O primeiro sat?lite artificial, o Sputnik 1 (?Sat?lite 1?,
em russo), foi lan?ado em 1957 pelos sovi?ticos, mas s?
emitia um sinal sonoro. Esse sat?lite foi o precursor dos
sat?lites de telecomunica??o.
Em 1961, o programa espacial sovi?tico lan?ou ao es-
pa?o a Vostok 1 (?Oriente 1?, em russo), a primei-
ra miss?o espacial tripulada. A espa?o-
nave levava a bordo Yuri Gagarin,
cosmonauta russo, que foi o
primeiro ser humano a ob-
servar a Terra do espa?o
sideral, numa viagem
orbital de 1 h 48 min.
Esta imagem, feita em 2007 pelo
sat?lite CBERS 2-B, mostra trecho
do munic?pio de Pimenta Bueno
(RO), na conflu?ncia de dois rios
(vista na parte superior da
imagem), pr?ximo ao munic?pio de
Ji-Paran? (RO). O territ?rio de
Pimenta Bueno sofreu um
acelerado processo de ocupa??o
agr?cola ao longo das tr?s ?ltimas
d?cadas. Na imagem, as ?reas em
verde s?o remanescentes de
cerrados, florestas ou ?reas em
regenera??o, e as ?reas em rosa
s?o solos expostos.
Adaptado de: INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). Satélite Sino-Brasileiro de
Recursos Terrestres (CBERS). Censor CCD/CBERS 2-B. Rond?nia. 26/9/2007. Dispon?vel em: <www.
cbers.inpe.br/galeria_imagens/imagens_cbers2.php>. Acesso em: 11 jun. 2015. (Imagem sem escala).
CBERS/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Em 1961, o programa espacial sovi?tico lan?ou ao es-
pa?o a Vostok 1 (?Oriente 1?, em russo), a primei-ra miss?o espacial tripulada. A espa?o-nave levava a bordo Yuri Gagarin, cosmonauta russo, que foi o primeiro ser humano a ob-servar a Terra do espa?o sideral, numa viagem orbital de 1 h 48 min.
Esta imagem, feita em 2007 pelo
sat?lite CBERS 2-B, mostra trecho
pa?o a Vostok 1 (?Oriente 1?, em russo), a primei-
ra miss?o espacial tripulada. A espa?o-
nave levava a bordo Yuri Gagarin,
cosmonauta russo, que foi o
primeiro ser humano a ob-servar a Terra do espa?o
sideral, numa viagem
orbital de 1 h 48 min.
Onze anos mais tarde, em 1972, a Nasa lan?ou o
primeiro sat?lite de observa??o terrestre, da s?rie
Landsat. A partir de ent?o, ?rg?os governamentais,
como o United States Geological Survey (USGS), dos
Estados Unidos, o Institut National de L?Information
G?ographique et Foresti?re (IGN), da Fran?a, e o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Brasil,
passaram a ter imagens de todo o planeta ? disposi??o.
O s?timo sat?lite da s?rie Landsat foi lan?ado em
1999 e em 2015 ainda funcionava; juntando-se a ele, o
Landsat 8, mais moderno, foi lan?ado em fevereiro de
2013 e est? em opera??o desde maio daquele ano.
Al?m do Landsat, h? sat?lites de diversos pa?ses
na ?rbita da Terra rastreando permanentemente sua
superf?cie, como os da s?rie francesa Spot (Sistema
Probat?rio de Observa??o da Terra), da Ag?ncia Espa-
cial Europeia (ESA), Envisat, tamb?m da ESA, Radarsat,
da Ag?ncia Espacial Canadense (os dois ?ltimos s?o
equipados com sensores ativos) e CBERS (sigla em in-
gl?s para Sat?lite Sino-Brasileiro de Recursos Terres-
tres). Observe, a seguir, uma imagem feita por um
desses sat?lites.
M
a
r
c
e
l C
le
m
e
n
s
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e
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s
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I
m
a
g
e
s
Capítulo 484
GGB_v1_PNLD2018_079a101_U1C04.indd 84 5/4/16 9:56 AM

O projeto CBERS ? resultado de um acordo tecno-
l?gico entre o Brasil e a China. Foi desenvolvido por
meio da coopera??o entre o INPE e a CAST (sigla em
ingl?s para Academia Chinesa de Tecnologia Espacial),
que resultou no lan?amento de cinco sat?lites desde
1999: CBERS 1, 2, 2-B, 3 e 4. No in?cio de 2016, apenas
o CBERS 4 estava em opera??o.
Foguete Longa Marcha 4B com o CBERS 4 a bordo decola
do Centro de Lan?amento de Sat?lites de Taiyuan, situado
a 760 quil?metros a sudoeste de Pequim (China), em 7 de
dezembro de 2014.
Imagens do sat?lite GOES 13, operado pela National Oceanic
and Atmospheric Administration (NOAA), dos Estados Unidos,
mostra o deslocamento de massas de ar na Am?rica do Sul.
Ambas as imagens foram feitas no dia 10/1/2016: a primeira, ?s
8h, e a segunda, ?s 16h. Observe o quanto a massa de ar se
deslocou em algumas horas. (Imagens sem escala).
Imaginechina/AP Images/Glow Images
DSA/INPE
DSA/INPE
Consulte sites do INPE – páginas do Satélite
Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS) e do Centro
de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) –, da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e
da Agência Espacial Europeia (ESA). Veja orientações na
seção Sugestões de leitura, filmes e sites.
As imagens feitas por sat?lites s?o convertidas em
dados num?ricos e enviadas a uma esta??o terrestre,
onde s?o processadas por computadores. Com essas
informa??es, podem ser produzidas, com grande rapi-
dez, diversas imagens digitais da superf?cie do planeta,
incluindo os mapas. Usualmente, confeccionam-se
mapas tem?ticos, de escala pequena, nos quais o que
mais interessa s?o os temas representados; os topo-
gr?ficos, de escala grande, como as cartas, em que se
exige mais precis?o, continuam sendo feitos principal-
mente com base em fotos a?reas.
A utiliza??o de sat?lites para sensoriamento remo-
to apresenta outra grande vantagem: a de registrar a
sequ?ncia de eventos ao longo do tempo. Imagens de
uma mesma ?rea podem ser registradas em intervalos
regulares, o que permite acompanhar a ocorr?ncia de
muitos fen?menos.
Um dos exemplos mais conhecidos da utiliza??o
de imagens de sat?lites ? a previsão do tempo. Sat?li-
tes meteorol?gicos captam imagens das massas de ar,
vis?veis por meio das forma??es de nuvens, em inter-
valos regulares de tempo. Com essas imagens s?o feitas
anima??es que auxiliam os meteorologistas a prever
chuvas, per?odos de seca ou passagem de furac?es
(fundamental para a atua??o da Defesa Civil). Alguns
dados obtidos em esta??es e bal?es meteorol?gicos
tamb?m ajudam os especialistas nessa tarefa. Observe
a seguir duas imagens de sat?lite utilizadas na previs?o
do tempo.
Tecnologias modernas utilizadas pela Cartografia85
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2 Sistemas de posicionamento
e navegação por satélites
Adaptado de: GPS.GOV. Official U.S. Government
Information About the Global Positioning System
(GPS). Space Segments. Satellite Orbits. Dispon?vel em:
<www.gps.gov/systems/gps/space>.
Acesso em: 13 jun. 2015. (Ilustra??o sem escala).
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Consulte o site oficial do GPS e
leia a entrevista com o presidente
do Glonass na Gazeta Russa. Veja
orientações na seção Sugestões de
leitura, filmes e sites.
Maksim Blinov/Sputnik
Aparelho port?til de posicionamento e
navega??o com base no Glonass
apresentado na 9
a
Exposi??o de Transporte
da R?ssia, realizada em Moscou,
capital do pa?s, em 2015.
Um sistema global de posicionamento e navega-
ção ? composto de tr?s segmentos:
• espacial: constela??o de sat?lites em ?rbita da Terra;
• controle terrestre: esta??es de monitoramento e
antenas de recep??o na superf?cie;
• usuários: aparelhos receptores m?veis ou acoplados
a ve?culos terrestres, a?reos ou aqu?ticos.
Esse complexo sistema serve para localizar com
precis?o um objeto ou pessoa, assim como fornecer
sua velocidade (caso esteja em movimento) na super-
f?cie terrestre ou num ponto qualquer pr?ximo a ela.
Inicialmente, foi projetado para uso militar, mas atual-
mente apresenta diversos usos civis.
Em 2015 havia dois desses sistemas em opera??o
plena: um norte-americano, o Navstar/GPS (Naviga-
tion Satellite with Time and Ranging/Global Posi-
tioning System), e um russo, o Glonass (Global Navi-
gation Satellite System). Ambos come?aram a ser
desenvolvidos no contexto da Guerra Fria, ?poca da
corrida armamentista entre os Estados Unidos e a ex-
tinta Uni?o Sovi?tica.
O GPS come?ou a ser desenvolvido em 1973 pelo
Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Em 1978
foi lan?ado um primeiro sat?lite experimental; no en-
tanto, somente em 1995, dois anos ap?s o lan?amento
do 24
o
sat?lite, o sistema atingiu a capacidade opera-
cional plena. Em junho de 2015 o GPS dispunha de 31
sat?lites girando em torno da Terra (h? no m?nimo
24 sat?lites em opera??o e o restante de reserva, acio-
nados para substituir algum que esteja em manuten-
??o). Esses sat?lites ? um deles pode ser visto na ima-
gem de abertura deste cap?tulo ? orbitam o
planeta em seis planos distintos (s?o
quatro por plano) a 20 200 quil?me-
tros de altitude, como se pode
observar no esquema ao lado,
que mostra a constelação de
satélites do GPS.
O Glonass come?ou a ser desenvolvido em 1976, ain-
da na ?poca da Uni?o Sovi?tica, e o primeiro sat?lite do
sistema foi lan?ado em 1982. Com o fim da antiga super-
pot?ncia em 1991 e a profunda crise pela qual passou a
R?ssia ao longo daquela d?cada, o programa ficou para-
lisado e tornou-se obsoleto. No in?cio dos anos 2000, a
Ag?ncia Espacial da R?ssia (Federal Space Agency) reto-
mou os investimentos no programa: novos sat?lites fo-
ram desenvolvidos e gradativamente lan?ados ao espa-
?o. Em 2011 o sistema tornou-se plenamente operacional
e passou a cobrir todo o planeta. Em junho de 2015, con-
tava com 28 sat?lites orbitando a Terra (24 em opera??o
e o restante de reserva) a 19 100 quil?metros de altitude.
Os sat?lites do GPS e do Glonass cumprem ?rbitas
fixas e est?o dispostos de modo que, de qualquer pon-
to da superf?cie terrestre ou pr?ximo a ela, seja poss?vel
receber ondas de r?dio de pelo menos quatro deles. Os
receptores fixos ou m?veis captam essas ondas e cal-
culam as coordenadas geogr?ficas do local em graus,
minutos e segundos. Al?m da latitude e da longitude,
obt?m-se a altitude do ponto de leitura, o que facilita
a confec??o e atualiza??o de mapas topogr?ficos, e a
hora local com exatid?o.
Capítulo 486
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Sistemas globais de posicionamento e navega??o
semelhantes ao GPS e ao Glonass est?o sendo desen-
volvidos tanto pela China, o BeiDou Navigation Satellite
System, como pela Uni?o Europeia, o Galileo Navigation.
O BeiDou (?Ursa Maior?, em chin?s) ? um sistema de
sat?lites controlado pela CNSA (China National Space
Administration). Esse sistema come?ou a funcionar em
2000 e desde ent?o oferece servi?os de posicionamento e
navega??o para o territ?rio chin?s. A partir de 2012, passou
a oferecer esses servi?os tamb?m a todo o continente
asi?tico. A previs?o ? de que at? 2020 a constela??o de 30
sat?lites esteja completa, quando cobrir? todo o planeta.
O Galileo ? desenvolvido e operado pela ESA (Euro-
pean Space Agency) e at? 2015 tinha lan?ado seis sat?lites
(os dois primeiros em 2011). A previs?o ? que esse sistema
de posicionamento e navega??o entre em opera??o em
2016 e que at? 2020 esteja com todos os 30 sat?lites
programados em ?rbita, funcionando plenamente.
O potencial estrat?gico-militar dos sistemas de po-
sicionamento e navega??o ficou demonstrado na Guer-
ra do Golfo (1991), em guerras mais recentes, como no
Afeganist?o (2001-2014), e em ataques ao Estado Isl?mi-
co (2015). Nessas ocasi?es, os alvos a serem atingidos
pelas for?as armadas norte-americanas, fixos ou m?veis,
puderam ser localizados com grande precis?o. Da mes-
ma forma, os m?sseis teleguiados, lan?ados de avi?es ou
embarca??es de guerra, eram ?orientados? pelo GPS.
Outros usos civis do GPS e do Glonass s?o obser-
vados na agricultura de precisão, nos autom?veis e
em aplicativos de navega??o e geolocaliza??o para
celulares, tablets, etc.
A agricultura de precis?o tem utilizado uma com-
bina??o de GPS com SIG. Por exemplo, com mapas di-
gitais que cont?m informa??es sobre a fertilidade do
solo e utilizando o GPS, um agricultor pode distribuir a
quantidade ideal de adubo em cada peda?o da ?rea
cultivada, o que proporciona efic?cia e economia. H?
tratores que j? v?m equipados de f?brica com compu-
tador de bordo com SIG instalado e conectado ao GPS.
Entretanto, o alto custo dessa tecnologia ainda limita
sua maior dissemina??o na agricultura, principalmente
nos pa?ses pobres.
Sérgio Dotta Jr/Acervo do fotógrafo
O GPS tamb?m est? dispon?vel em alguns autom?-
veis mais caros fabricados no Brasil e no exterior. Os
ve?culos saem de f?brica equipados com computador
de bordo conectado ao GPS e com mapas rodovi?rios e
guias de cidades armazenados em sua mem?ria, o que
permite ao motorista uma orienta??o cont?nua por
meio dos sat?lites do sistema. Locadoras de autom?veis,
taxistas e muitas pessoas disp?em de ve?culos equipa-
dos com GPS, o que facilita a circula??o, especialmente
na intrincada rede de ruas e avenidas das grandes cida-
des. Essa tecnologia tamb?m j? ? encontrada em apli-
cativos para celular, como o Waze. Al?m da orienta??o
por GPS, esse programa de uso comunit?rio fornece
informa??es ? alimenta-
das em tempo real pelos
pr?prios usu?rios ? sobre
as condi??es do tr?nsito.
?rg?os governamentais brasileiros v?m utilizando
imagens de sat?lites e o GPS para:
• identificar com exatid?o os limites de fazendas impro-
dutivas a serem desapropriadas para reforma agr?ria;
• controlar queimadas em florestas e desmatamentos;
• demarcar limites fronteiri?os, entre outras finalidades.
Outras aplica??es pr?ticas do sistema GPS s?o o
planejamento de rotas e o rastreamento de ve?culos
terrestres, principalmente carretas que transportam
cargas valiosas (em caso de roubo, ? poss?vel localiz?-las
com precis?o, o que possibilita uma a??o mais r?pida
e eficaz da pol?cia). O sistema pode ser utilizado tam-
b?m para o rastreamento de ve?culos mar?timos e a?-
reos. O programa FlightAware, por exemplo, permite o
rastreamento de avi?es em tempo real.
Agricultura de precisão: pr?tica agr?-
cola que utiliza tecnologias de georre-
ferenciamento, como GPS, SIG, senso-
riamento remoto, para fazer o manejo
do solo com mais rigor, buscando au-
mentar a produtividade e a rentabili-
dade da propriedade rural.
Consulte o site do Waze e o
da FlightAware. Veja
orientações na seção Sugestões
de leitura, filmes e sites.
O GPS tem sido utilizado para rastrear ve?culos de carga e at?
mesmo autom?veis de passeio. Caminh?o em empresa de
log?stica em S?o Paulo (SP) exibe adesivo alertando que ?
monitorado por sat?lite. Foto de 2016.
Os nomes de empresas e/ou marcas que aparecem nesta página e na seguinte foram utilizados com finalidade didática,
sem intenção de recomendar produtos ou induzir seu consumo. Eles estão contextualizados e sua omissão pode comprometer
o entendimento do tema abordado.
Tecnologias modernas utilizadas pela Cartografia87
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Florestas protegidas na Amazônia brasileira
BARROSO, Mario; SOARES, Mariana; SHAPIRO, Aur?lie. Protected Forest in the Amazon. World Wide Fund for
Nature. In: Esri Map Book Volume 29. Redlands, California: Esri Press, 2014. p. 17. (Mapa sem escala no original).
Os componentes de um SIG
Adaptado de: LONGLEY, Paul A. et al. Sistemas e ci?ncia da
informa??o geogr?fica. 3. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2013. p. 25.
Legenda traduzida:
?rea de Prote??o Ambiental (APA);
Outras ?reas protegidas; Florestas (2000);
Outras forma??es vegetais (2000);
?reas desmatadas (at? 2010).
3 Sistemas de informações geográficas
Um sistema de informações geográficas (SIG) ?
composto de uma rede de equipamentos (hardware) e
de programas (software) que processam dados geor-
referenciados, isto ?, situados no territ?rio, localizados
por coordenadas geogr?ficas e identificados por GPS.
Observe a ilustra??o abaixo. Entretanto, o mais impor-
tante nesse sistema s?o as pessoas: os t?cnicos que
alimentam o banco de dados, processando-os e produ-
zindo informa??es a partir deles, assim como os usu?-
rios finais que utilizam essas informa??es para tomada
de decis?es.
H? diversos SIG no mundo. O mais utilizado ? o
ArcGIS, do Environmental System Research Institute (Es-
ri), com sede na Calif?rnia (Estados Unidos). No Brasil,
al?m dos programas estrangeiros, a maioria pagos, como
o ArcGIS, os usu?rios t?m ? disposi??o, gratuitamente,
o Sistema de Processamento de Informa??es Georrefe-
renciadas (Spring) e o TerraView, criados pelo INPE.
Reprodução/Programa de Áreas Protegidas da Amazônia/
World Wide Fund for Nature
A. Robson/Arquivo da editora
Adaptado de: NATIONAL Geographic Education. Geographic Information
System (GIS). Dispon?vel em: <http://education.nationalgeographic.com/
education/photo/new-gis/?a_a=1>. Acesso em: 19 jun. 2015.
dados de
ruas
Fonte de dados
Camadas de dados
dados de
construções
dados de
vegetação
dados
integrados
Paulo Manzi/Arquivo da editora
Representação das camadas de um SIG
Os SIG permitem coletar, armazenar, processar, recu-
perar, correlacionar e analisar diversos dados espaciais, a
partir dos quais s?o produzidas informa??es geogr?ficas
expressas em mapas, gr?ficos, tabelas, etc. Observe a re-
produ??o do mapa no fim da p?gina, feito com o ArcGis 10.1.
Os dados espaciais s?o coletados separadamente e
sobrepostos em camadas (layers), o que possibilita sua
integra??o/correla??o para produzir as informa??es
geogr?ficas para o usu?rio (veja a figura abaixo). Trata-se
de poderoso instrumento de apoio ao planejamento
territorial, servindo para diversos fins, como organizar a
ocupa??o e o uso do solo urbano e rural, ou para a pro-
te??o de florestas, como vimos no mapa abaixo.
Rede
pessoas
hardware
procedimentos
software
dados
Capítulo 488
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sobreposi??o manual de informa??es espaciais para
auxiliar na tomada de decis?es.
Consulte o portal do Sistema de Processamento de
Informações Georreferenciadas (Spring). Veja
orientações na seção Sugestões de leitura, filmes e sites.
O uso dos SIG evidencia as diversas possibilidades
de coleta e processamento de dados espaciais com a
utiliza??o da inform?tica. Entretanto, como mostra o
texto a seguir, antes mesmo do desenvolvimento de
computadores e mapas digitais, j? era poss?vel a
SIG
Uma das fun??es mais amplamente utilizadas dos sistemas de informa??o geogr?fica ? a sobreposi??o
de informa??o, que permite realizar uma an?lise integrada dos dados. Os primeiros registros que se t?m
da sobreposi??o de mapas em forma manual s?o: a sobreposi??o de mapas para mostrar os movimentos
das tropas na Batalha de Yorktown () da revolu??o americana; o Atlas da Estrada de Ferro da Irlanda,
que mostrava em um mesmo mapa-base a popula??o, o fluxo de tr?fego, a geologia e a topografia das
?reas onde passava a estrada de ferro (); e, talvez o exemplo mais conhecido, o do Dr. Snow, que em
4 correlacionou a distribui??o dos po?os de ?gua da cidade de Londres e os registros de casos de c?lera,
e verificou que a maioria dos casos estavam concentrados em torno de um ?nico po?o, confirmando a hi-
p?tese de que a ?gua ? o agente transmissor da doen?a.
No in?cio, os sistemas de informa??o geogr?fica estavam restritos a um pequeno n?mero de pesquisa-
dores e de aplica??es, devido ?s limita??es de hardware e software. Hoje, esta tecnologia tem crescido rapi-
damente e tem aplica??es para diversas ?reas, tais como manejo de recursos naturais, an?lise ambiental,
sa?de p?blica, planifica??o urbana e regional, mapeamento de desastres naturais, dentre outros. O cresci-
mento acelerado do uso dos sistemas de informa??o geogr?fica est? relacionado com o aumento da de-
manda de informa??o e os desenvolvimentos da tecnologia da computa??o.
Adaptado de: LACRUZ, Maria Silvia Pardi; SOUZA FILHO, Manoel de Ara?jo de. Desastres naturais e geotecnologias:
sistemas de informa??o geogr?fica. S?o Jos? dos Campos: INPE, 2009. p. 5-6.
Outras leituras
Veja a indicação do livro Geoprocessamento
sem complicação, de Paulo Roberto Fitz, na
seção Sugestões de leitura, filmes e sites.
Reprodução/<www.inpe.br>
O monitoramento de queimadas
e inc?ndios na Am?rica do Sul ?
feito pelo INPE com o software
TerraView e imagens do sat?lite
Aqua (aqui, feitas entre a 0h de
2/3/2016 e 9h21min de 3/3/2016).
Este SIG permite sobrepor
diversas informa??es, como
limites pol?ticos, focos
de queimadas, ?reas com
risco de fogo (como se
v? na imagem),
vegeta??o, etc.
Tecnologias modernas utilizadas pela Cartografia89
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O primeiro SIG foi o Canadian Geographic Informa-
tion System, criado nos anos 1960 pelo governo canaden-
se para processar os dados espaciais coletados pelo In-
vent?rio de Terras daquele pa?s. Mas foi a partir dos anos
1980/1990, com o desenvolvimento dos computadores,
das imagens de sat?lites e do GPS, que essa tecnologia
teve grande impulso. No Brasil, em 2008, o governo criou
a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE), co-
ordenada pela Comiss?o Nacional de Cartografia (Con-
car), para integrar as informa??es georreferenciadas es-
palhadas pelos diversos
?rg?os e institui??es do
Estado brasileiro, facili-
tando a distribui??o e o
acesso a elas.
Os SIG podem ser utilizados para:
• planejar investimentos em obras p?blicas, como a
canaliza??o de um c?rrego, um novo viaduto, um
hospital, entre outras, e avaliar seus resultados;
• planejar a distribui??o dos servi?os prestados pelo
poder p?blico no territ?rio municipal, como a coleta
e a destina??o do lixo, assim como avaliar seus pos-
s?veis impactos ? sociais e ambientais ? e os custos;
• facilitar o levantamento de im?veis no munic?pio
para o controle da arrecada??o de taxas e impostos,
como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e
o Imposto Territorial Rural (ITR);
• planejar o sistema de transportes coletivos, buscan-
do melhorar sua oferta e qualidade, e organizar o
tr?fego urbano;
• cadastrar propriedades, empresas e moradores, com
grande n?mero de informa??es, tornando mais r?pi-
dos e eficientes os programas de atendimento;
• mapear ?reas de prote??o ambiental e monitorar
desmatamentos e queimadas.
Os SIG tamb?m t?m sido muito utilizados para as
pessoas se situarem e se locomoverem nas grandes
cidades. Com ele, ? poss?vel descobrir a dist?ncia entre
dois pontos, identificar rotas de circula??o e itiner?rios
de ?nibus, localizar endere?os, etc. Como vimos ante-
riormente, combinados com aparelhos GPS, os SIG t?m
sido cada vez mais utilizados em navegadores de bordo
de autom?veis e at? mesmo em aparelhos celulares.
As empresas que trabalham com pesquisas de
opini?o, de comportamento, de inten??o de voto, etc.
conseguem resultados muito mais r?pidos e precisos
com a utiliza??o de um SIG. As informa??es coletadas
s?o rapidamente apresentadas em tabelas, gr?ficos
e mapas integrados, servindo de base para as decis?es
a serem tomadas. Os SIG t?m sido utilizados no turis-
mo, tanto no planejamento das atividades de lazer
quanto na localiza??o de atra??es tur?sticas em plan-
tas digitais que servem para orientar os viajantes. T?m
sido empregados ainda para orientar usu?rios de
transporte coletivo em grandes cidades, como ilustra
a imagem abaixo.
Reprodução/<www.sptrans.com.br>
Para descobrir trajetos na cidade de São
Paulo (SP), consulte o sistema da SPTrans, e
para manipular mapas interativos, acesse o SIG
IBGE. Veja orientações na seção Sugestões de
leitura, filmes e sites.
Consulte o portal da
Infraestrutura Nacional de
Dados Espaciais (INDE). Veja
orientações na seção Sugestões
de leitura, filmes e sites.
Qual é a opção de transporte

público para quem desembarca

no terminal rodoviário do Tietê,

em São Paulo, com a intenção

de ir à Universidade de São

Paulo – campus Butantã? Basta

digitar o local de partida e o de

chegada no site da SPTrans que

o sistema mostra o trajeto de

metrô e ônibus
, assim como

o tempo estimado de
viagem e o gasto com
as passagens.
Capítulo 490
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Atividades
Compreendendo conteúdos
1. Observe o espectro de radia??o eletromagn?tica e os esquemas de sensoriamento remoto nas p?ginas 81 e 82.
Depois, responda:
a) O que voc? entende por sensoriamento remoto?b) Explique seu funcionamento e d? exemplos.
2. Explique o que ?, como funciona e qual ? a utilidade:
a) do GPS e do Glonass; b) dos SIG.
Desenvolvendo habilidades
3. Leia novamente o quadrinho da abertura do cap?tulo e responda:
• Com as coordenadas geogr?ficas dispon?veis, na realidade, as crian?as n?o conseguiriam encontrar o que
procuram. Por qu??
4. Observe o mapa-m?ndi abaixo e responda ?s perguntas a seguir.
Craig Mayhew e Robert Simmon/Nasa
NASA Earth Observatory. Earth at night 2012. Dispon?vel em: <http://earthobservatory.nasa.gov/Features/NightLights/>.
Acesso em: 27 abr. 2016. (Imagem sem escala no original).
Esse mapa ? uma montagem de imagens do sat?lite Suomi-NPP, da Nasa, feitas em 2012 durante 312 ?rbitas terrestres.
a) De que forma essas imagens foram captadas para compor
o mosaico que formou o mapa-m?ndi?
b) Observe a tabela da p?gina 78 e correlacione-a com o
mapa-m?ndi acima, localizando os pa?ses listados (se achar
necess?rio, para facilitar a localiza??o, utilize como refe-
r?ncia um mapa-m?ndi pol?tico). Que correla??es voc?
encontrou entre as informa??es da tabela e as do mapa?
c) A imagem acima n?o ? totalmente condizente com a
realidade. Por qu??
5. Observe a imagem de um trecho do munic?pio de Aripuan?,
feita pelo sat?lite CBERS 2-B, e responda ?s quest?es. Esse mu-
nic?pio fica no noroeste do Mato Grosso, pr?ximo ? divisa com
os estados do Amazonas e de Rond?nia, na regi?o Amaz?nica.
a) O que representam, na imagem, as cores verde e rosa?
b) Tendo em vista o que foi observado na imagem, descreva um
importante uso que se pode fazer das imagens de sat?lites.
CBERS/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
CBERS/INPE. Censor CCD/CBERS 2-B. Mato Grosso, 26 set. 2007.
Dispon?vel em: <www.cbers.inpe.br/galeria_imagens/imagens_cbers2.
php>. Acesso em: 19 jun. 2015. (Imagem sem escala).
atenção!
Não escreva no seu livro!
Planeta Terra ˆ noite
91Tecnologias modernas utilizadas pela Cartografia
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Vestibulares de Norte a Sul
Mapa-múndi de Mercator
1. CO (UnB-DF) A necessidade de orienta??o no espa?o
terrestre esteve presente na humanidade desde as
sociedades primitivas. A observa??o de corpos celes-
tes foi a base para a elabora??o de t?cnicas simples
de localiza??o, muito usadas desde a Antiguidade.
Embora tais t?cnicas n?o tenham sido totalmente
abandonadas, atualmente disp?e-se de sofisticada
tecnologia, sendo poss?vel a uma pessoa, com um
instrumento do tamanho de um telefone celular, ob-
ter quase que instantaneamente a latitude e a lon-
gitude do ponto onde se encontra. Com refer?ncia
aos recursos utilizados pelo homem para se localizar
no espa?o terrestre e ao seu conhecimento acerca da
posi??o e da movimenta??o da Terra no Sistema So-
lar, julgue os itens abaixo.
O Sol nasce sempre no mesmo ponto
do horizonte, o qual convencionou-se
chamar de leste.
Ao contr?rio do que ocorre com a utili-
za??o de outros meios, o uso da b?sso-
la ? uma forma precisa de orienta??o.
A Lua, assim como o Sol, nasce a leste
e p?e-se a oeste, permitindo o estabe-
lecimento dos pontos cardeais, de for-
ma aproximada.
O uso da constela??o do Cruzeiro do Sul
como forma de localiza??o s? ? poss?vel
no hemisf?rio sul.
2. NE (UFPB) Observe o mapa abaixo:
Testes
O ponto A est? localizado a 40? latitude norte e a
100? longitude oeste, praticamente, no centro dos
Estados Unidos da Am?rica.
O ponto B est? localizado a 10? longitude sul e a 40?
latitude oeste, na regi?o Nordeste do Brasil.
O ponto C est? localizado na linha do equador e a
20? longitude leste, no continente africano.
O ponto D est? localizado a 60? latitude norte e a
100? longitude leste, no continente asi?tico.
O ponto E est? localizado a 20? longitude sul e a
130? latitude leste, na Austr?lia.
3. SE (UFU-MG) A Terra ? inclinada em rela??o ao plano
da sua ?rbita ao redor do Sol e no seu pr?prio eixo.
Essa inclina??o, somada ao movimento de transla??o,
? respons?vel pela forma??o das esta??es do ano, co-
mo demonstra a figura abaixo.
S
LO
N
0 5
150 10 300
km
180°
W E
E
A
B
C
D
180°160° 160°140° 140°120° 120°10 0 ° 10 0 °80° 80°60° 60°40° 40°20° 20°0°
N 80°
60°
S 60°
30°
30°

Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Dir.). Atlas du 21
e
si?cle. Paris:
?ditions Nathan/VUEF, 2002. p. 170.
A an?lise da figura indica que, entre os dias
a) 21 e 22 de dezembro, como o hemisf?rio sul est?
recebendo os raios solares perpendicularmente ao
tr?pico de Capric?rnio, e o centro do hemisf?rio
est? voltado para o Sol, a esta??o do ano que ocor-
re no hemisf?rio sul ? o inverno.
b) 21 e 22 de junho, ocorre o solst?cio de ver?o no he-
misf?rio sul e, no hemisf?rio norte, o solst?cio de
inverno.
c) 21 e 22 de mar?o, os raios solares incidem sobre a
superf?cie da Terra perpendicularmente ao equador,
quando se inicia a primavera ou o outono, ou seja,
ocorre concomitantemente o equin?cio no hemis-
f?rio norte e sul.
d) 22 e 23 de setembro, ocorre o equin?cio de prima-
vera no hemisf?rio norte e, no hemisf?rio sul, o
equin?cio de outono.
Adaptado de: PEREIRA, A. R. et al. Agrometeorologia: fundamentos
e aplica??es pr?ticas. Gua?ba: Agropecu?ria, 2002.
Allmaps/Arquivo da editora
Equinócio
22-23 de setembro
Sol vertical no equador
Sol
Equinócio
21-22 de março
Sol vertical no equador
Círculo Ártico
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Equador
Solstício
21-22 de
dezembro
Sol vertical
na Latitude
23,5° S
Solstício
21-22 de junho
Sol vertical na
Latitude 23,5° N
23,5°
Considerando a localiza??o dos pontos A, B, C, D e E,
julgue os itens a seguir:
Banco de imagens/Arquivo da editora
atenção!
Não escreva no seu livro!
Unidade 192
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4. S (UFSM-RS) Observe a figura:
Considerando uma estaca fixada verticalmente no
ch?o, ao meio-dia, no in?cio do ver?o do hemisf?rio sul,
em diferentes cidades do Brasil, analise as afirmativas:
I. Na cidade de Bel?m, a sombra projeta-se na dire??o
norte, porque a luz do sol percorre o tr?pico de Ca-
pric?rnio.
II. Em Goi?nia, a sombra projeta-se na dire??o sul, pois,
no solst?cio de ver?o do hemisf?rio Sul, os raios so-
lares percorrem o tr?pico de C?ncer.
III. Em Porto Alegre, a sombra projeta-se na dire??o
sul, fazendo com que os c?modos das resid?ncias
situadas na face norte recebam insola??o, enquan-
to as voltadas para a face sul ficam ? sombra.
Est?(?o) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas I e III.
d) apenas II e III.
e) I, II e III.
Raio tangente
Polo Norte
Polo Sul
Raio tangente
Raio oblíquo
Raio verticalSOL
Raio oblíquo
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
Trópico de Câncer
VERÃO
INVERNO
Trópico de Capricórnio
Equador
Allmaps/Arquivo da editora
LUCCI, E. A.; MENDON?A, C.; BRANCO, A. L. Geografia geral e do Brasil ?
ensino m?dio. 3. ed. S?o Paulo: Saraiva, 2005. p. 366.
Adaptado de: DE AGOSTINI, 2011.
0° 30°30° 60°60° 90°90° 120°120° 150°150° 180°180°
L
I
N
H
A
D
E
M
U
D
A
N
Ç
A
D
E
D
A
T
A

LIN
H
A
D
E
M
U
D
A
N
Ç
A
D
E
D
A
T
A

MANAUS
PEQUIM
0 4
440
8
880
km
Banco de imagens/Arquivo da editora
Fusos hor‡rios
5. SE (Fuvest-SP) Leia o texto e observe o mapa.
Em 1884, durante um congresso internacional, em
Washington, EUA, estabeleceu-se um padr?o mundial
de tempo. A partir de ent?o, ficou convencionado que
o tempo padr?o te?rico, nos diversos pa?ses do mundo,
seria definido por meridianos espa?ados a cada 15?,
tendo como origem o meridiano de Greenwich, Ingla-
terra (Reino Unido).
Com base no mapa e nas informa??es acima, conside-
re a seguinte situa??o: Jo?o, que vive na cidade de
Pequim, China, recebe uma liga??o telef?nica, ?s 9h
da manh? de uma segunda-feira, de Maria, que vive
na cidade de Manaus, Brasil. A que horas e em que dia
da semana Maria telefonou?
a) 21h do domingo.
b) 17h do domingo.
c) 21h da segunda-feira.
d) 17h da ter?a-feira.
e) 21h da ter?a-feira.
WATTERSON, Bill.
Calvin e Haroldo:
Yukon ho!
S?o Paulo: Conrad, 2008.
6. SE (Uerj)
Fundamentos de Cartografia93
GGB_v1_PNLD2018_079a101_U1C04.indd 93 5/4/16 9:56 AM

Na tirinha, Calvin e o tigre Haroldo usam um globo ter-
restre para orientar sua viagem da Calif?rnia, Estados
Unidos, para o territ?rio do Yukon, no extremo norte
do Canad?. Considerando as ?reas de origem e destino
da viagem pretendida, nota-se que o tigre comete um
erro de interpreta??o no ?ltimo quadrinho.
Esse erro mostra que Haroldo n?o sabe que o globo
terrestre ? elaborado com base no seguinte elemento
da linguagem cartogr?fica:
a) escala pequena.
b) proje??o azimutal.
c) t?cnica de anamorfose.
d) conven??o equidistante.
7. S (UFRGS-RS) Considere as afirma??es abaixo sobre
escala cartogr?fica.
I. Em um mapa, a menor dist?ncia entre duas cidades
? representada por 5 cm. Sabendo-se que a dist?n-
cia real entre ambas ? de 250 km, em linha reta, o
mapa foi elaborado na escala 1 : 5 000 000.
II. Sabendo-se que duas cidades distam uma da outra
150 km em linha reta, em um mapa de escala
1 : 1 000 000, a dist?ncia gr?fica entre as duas cida-
des ? de 10 cm.
III. Foram elaborados dois mapas do munic?pio de Por-
to Alegre; um na escala 1 : 100 000 e outro na esca-
la 1 : 25 000. O mapa na escala 1 : 25 000 apresenta
maior grau de detalhamento no tra?ado dos ele-
mentos representados.
Quais est?o corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
8. NE (UFRN) As figuras a seguir foram constru?das uti-
lizando a proje??o do tipo azimutal equidistante.
SENE, E. de; MOREIRA, J. C. Geografia geral e do Brasil: espa?o geogr?fico e
globaliza??o. S?o Paulo: Scipione, 2003. p. 446.
ÁFRICA
ÁFRICA
EUROPA
EUROPA
ÁSIA
ÁSIA
Equador
Equador
AMÉRICA
AMÉRICA
1
2
1 - Pearl Harbor 2 - Délhi
OCEANIA
OCEANIA
Projeção azimutal equidistante
Sobre esse tipo de proje??o, podemos afirmar que
a) representa as ?reas de latitudes m?dias e a conser-
va??o das formas e dos ?ngulos continentais.
b) mostra um mundo igual para as pessoas e as na-
??es, apresentando, pois, um conte?do pol?tico e
social.
c) conserva as formas das massas e a proporcionali-
dade dos diversos continentes.
d) representa dist?ncias e dire??es exatas a partir de
um centro, revelando, dessa forma, um conte?do
geopol?tico.
9. N (UFT-TO) A estrutura fundi?ria no Brasil est? concen-
trada nas m?os de uma pequena parcela da popula??o,
criando assim os conflitos por terra. Diante deste pro-
blema, o mapa abaixo mostra a distribui??o territorial
mais conflitante em 2009 no territ?rio brasileiro. Assi-
nale a alternativa correta.
Adaptado de: FERREIRA, Gra?a M. Lemos. Moderno atlas geográfico.
2. ed. S?o Paulo: Moderna, 1993. p. 1.
Brasil: conflitos por terra
33
N?mero de conflitos
14
2
1
0 590 1
180
1
770
Quil™metros
Banco de imagens/Arquivo da editora
Banco de imagens/Arquivo da editora
A regi?o no Brasil com maior n?mero de conflitos por
terra ? a:
a) regi?o Norte.
b) regi?o Nordeste.
c) regi?o Centro-Oeste.
d) regi?o Sudeste.
e) regi?o Sul.
atenção!
Não escreva no seu livro!
Unidade 194
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10. NE (UFC-CE) A tabela a seguir apresenta o n?mero de ha-
bitantes das capitais estaduais da regi?o Norte do Brasil.
Capital estadual Número de habitantes
Bel?m 1 408 847
Boa Vista 249 853
Macap? 344 153
Manaus 1 646 602
Palmas 178 836
Porto Velho 369 345
Rio Branco 290 639
IBGE. Contagem da popula??o 2007. Dispon?vel em:
<www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php>. Acesso em: 29 jul. 2014.
Os dados da tabela podem ser representados em um
mapa tem?tico, instrumento utilizado em estudos
comparativos para representar fen?menos que dife-
rem em quantidade. A legenda desse mapa necessita
de uma representa??o pontual por formas geom?tri-
cas. Assinale a alternativa que indica a representa??o
gr?fica correta dos dados da tabela.
a) Formas geom?tricas diferentes, de tamanhos dife-
rentes para cada capital.
b) Formas geom?tricas diferentes, de tamanhos iguais
para todas as capitais.
c) Formas geom?tricas iguais para capitais com mais de
1 000 000 de habitantes e diferentes para as demais.
d) Formas geom?tricas iguais, de tamanhos diferentes,
a de maior tamanho representando Bel?m e a de
menor, Palmas.
e) Formas geom?tricas iguais, de tamanhos diferentes,
a de maior tamanho representando Manaus e a de
menor, Palmas.
11. SE (Uerj)
A amplia??o da oferta de alimentos ? um dos maiores
desafios da humanidade para as pr?ximas d?cadas.
300
250
milhões de hectares
150
50
0
200
100
Estados
Unidos
BrasilÍndiaChina União
Europeia
Austrália Tailândia
Utilizada Disponível
Adaptado de: <dailyreckoning.com>. Acesso em: 14 set. 2015.
Estoque de terra arável
Com base na disponibilidade do recurso natural repre-
sentada no gr?fico, o pa?s com maior potencial para
expans?o do seu setor agropecu?rio ?:
a) ?ndia
b) China
c) Brasil
d) Estados Unidos
12. CO (UEG-GO) Suponha que o seguinte gr?fico repre-
senta a evolu??o populacional de uma determinada
regi?o do globo.
Gráficos: Allmaps/Arquivo da editora
Evolução populacional
1950
Pop. (milhões)
140
120
100
80
60
40
20
0
1960 1970 1980 1990 2000 2010
Com base no gr?fico, ? correto afirmar:
a) o maior crescimento percentual foi no per?odo de
1980 a 1990 e o menor foi entre 1950 e 1960.
b) no per?odo de 1960 a 1970 houve um crescimento
absoluto maior que no per?odo de 1980 a 2010.
c) a queda da popula??o entre os anos 1960 e 1980 foi
superior ?quela registrada entre 1970 e 1980.
d) o crescimento percentual no per?odo de 1950 a
2010 foi de 50%, enquanto entre 1990 e 2000 foi
de 4%.
13.
NE
(UFPI) O sensoriamento remoto ? uma t?cnica
utilizada pela Cartografia para analisar e interpretar
o espa?o geogr?fico. Marque a alternativa que indica
corretamente o material utilizado por essa t?cnica.
a) Telesc?pio, b?ssola e clin?metro.
b) Astrol?bio, sat?lites e alt?metro.
c) Fotos a?reas, imagens de radar e de sat?lites.
d) Cartas mar?timas, cartas n?uticas e radares.
e) Term?grafos, b?ssolas e curv?metros.
14. SE (Fuvest-SP) Considere os exemplos das figuras e
analise as frases a seguir, relativas ?s imagens de sa-
t?lites e ?s fotografias a?reas.
Fundamentos de Cartografia95
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I
II
III
A
M
É
R
I
C
A
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
80° 80°
60° 60°
60° 60°
80° 80°
40° 40°
40° 40°
20° 20°
20° 20°
0° 0°
0° 20°20° 40°40° 60°60° 80°80° 100°100°120°140°160° 120° 140° 160° 180°
0° 20°20° 40°40° 60°60° 80°80° 100°100°120°140°160° 120° 140° 160° 180°
0 4
775
9
550
km
Equador
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
M
e
r
i
d
i
a
n
o

d
e

G
r
e
e
n
w
i
c
h
Círculo Polar Ártico
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Registro de queimadas
Nenhum registro
Média concentração
Alta concentração
0 705 1
410
km
Banco de imagens/Arquivo da editora
Banco de imagens/Arquivo da editora
I. Um dos usos das imagens de sat?lites refere-se ?
confec??o de mapas tem?ticos de escala pequena,
enquanto as fotografias a?reas servem de base ?
confec??o de cartas topogr?ficas de escala grande.
II. Embora os produtos de sensoriamento remoto es-
tejam, hoje, disseminados pelo mundo, nem todos
eles s?o disponibilizados para uso civil.
III. Pelo fato de poderem ser obtidas com intervalos
regulares de tempo, dentre outras caracter?sticas,
as imagens de sat?lites constituem-se em ferra-
mentas de monitoramento ambiental e instrumen-
tal geopol?tico valioso.
Est? correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
15. NE (UFBA) Cada ponto do espa?o geogr?fico possui uma
localiza??o que pode ser rigorosamente determinada.
Com base na afirma??o, na an?lise do mapa e nos
conhecimentos sobre a localiza??o geogr?fica dos lu-
gares e suas rela??es espaciais, pode-se afirmar:
(01) I e II situam-se em hemisf?rios contr?rios, em fun??o
de suas respectivas posi??es longitudinais, por?m
apresentam ambientes clim?ticos semelhantes.
(02) III apresenta, pela sua posi??o geogr?fica, menor
grau de latitude em rela??o a I e maior grau de
longitude em rela??o a II.
(04) A intersec??o entre as coordenadas geogr?ficas ?
latitude e longitude ?, medidas em graus, permite a
localiza??o de qualquer lugar na superf?cie terrestre.
(08) O Sistema de Posicionamento Global (GPS) calcu-
la a posi??o dos sat?lites por meio de sinais e
determina, com exatid?o, a localiza??o de qual-
quer ponto na superf?cie da Terra, fornecendo a
altitude do lugar e as coordenadas geogr?ficas.
(16) As rela??es entre os diversos lugares do espa?o
geogr?fico ocorrem por meio de fluxos e/ou de
redes, que se espalham por todo o planeta, em
escalas hier?rquicas e densidades diferenciadas.
(32) O controle do continente asi?tico pelo imperialis-
mo europeu, no s?culo XIX, foi dificultado devido
ao desconhecimento, por parte dos exploradores,
das t?cnicas e dos equipamentos necess?rios ?
orienta??o geogr?fica.
16. N (UFT-TO) As queimadas no Brasil s?o problemas ambien-
tais oriundos, sobretudo, das pr?ticas da agricultura que
causam preju?zos ao meio ambiente e ? sa?de da popu-
la??o. Com base no mapa a seguir, que mostra as queima-
das no Brasil num determinado per?odo de 2010, segundo
o INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial), assinale
a alternativa correta que indica quais os biomas mais afe-
tados na ?rea de alta concentra??o das queimadas.
Fotografia aérea
Base Aerofotogrametria.
Imagem de satélite
INPE/LANDSAT/CBERS-2.
atenção!
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Unidade 196
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Luís Moura/Arquivo da editora
13 km
13 km
300 km
3 500 km
FURLAN, S. A. T?cnicas de Biogeografia. In: VENTURI, L. A. B. (Org.).
Praticando geografia: t?cnicas de campo e laborat?rio em geografia e
an?lise ambiental. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2005. p. 99-130.
a) Caatinga, Campos, Floresta Amaz?nica.
b) Cerrado, Floresta Amaz?nica, Caatinga.
c) Cerrado, Mata de Arauc?ria, Vegeta??o Litor?nea.
d) Floresta Amaz?nica, Campos, Mata de Arauc?ria.
e) Vegeta??o do Pantanal, Mata Atl?ntica, Caatinga.
17. S (UEL-PR) Observe a figura a seguir:
Posições do sol ao meio-dia
A figura expressa uma t?cnica de an?lise espacial
vital para o estabelecimento da an?lise geogr?fica
e diz respeito a:
a) Diferentes topografias de um mapa.
b) Diferentes estratigrafias paisag?sticas.
c) Diferentes quilometragens rodadas.
d) Diferentes escalas espaciais.
e) Diferentes perfis longitudinais.
18. NE (UFBA)
Questões
Fundamentado na ilustra??o, nos conhecimentos re-
lativos ? quest?o da orienta??o sobre o espa?o geo-
gr?fico e na observa??o das diferentes posi??es do Sol
na linha do horizonte, em diferentes per?odos do ano,
sobre uma cidade localizada em latitudes m?dias,
a) identifique em que hemisf?rio se localiza a cidade
mostrada na ilustra??o, explicando o motivo pelo
qual o Sol, ao meio-dia, em 21 de junho, encontra-se
posicionado no ponto mais alto da linha do hori-
zonte.
b) identifique, na cidade apresentada na figura, as
estações do ano e os períodos de solst?cio ou
equin?cio em
21 de mar?o 23 de setembro
Per?odo Per?odo
c) cite duas consequências geogr?ficas ligadas ? tra-
jet?ria da luz do Sol, na linha do horizonte, ao se
deslocar no sentido de I para II.
19. CO (UFG-GO) Analise a figura e o texto apresentados
a seguir.
Adaptado de: AG?NCIA ESPACIAL EUROPEIA.
Dispon?vel em: <www.ambiente.gov.ar/archivos/web/geoinformacion/
File/como_funciona_GPS_750.jpg>. Acesso em: 7 out. 2011.
Como funciona o Sistema de Posicionamento
Global (GPS)
Sat?lite 3
Satélite 1
Satélite 2
Satélite 4
Receptor
Satélite 3
Atualmente existem três categorias de equipamen-
tos GPS em uso: o recreacional (ou navegador), o topo-
gráfico e o geodésico. Para os dois últimos, é necessário
processar as informações antes de usá-las.
Dispon?vel em: <www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/
noticia_visualia.php?id_noticia=1343&id_pagina=1>.
Acesso em: 4 nov. 2011. (Adaptado).
Considerando-se o exposto a respeito desse recur-
so tecnol?gico:
a) caracterize o funcionamento do sistema GPS
(Global Positioning System);
b) indique duas informa??es que podem ser obti-
das por meio de um aparelho GPS.
Allmaps/Arquivo da editora
Fundamentos de Cartografia97
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Adaptado de: FERREIRA, Gra?a M. Lemos. Moderno atlas geográfico. 2. ed.
S?o Paulo: Moderna, 1993. p. 1.
Figura C
20. Tomando o centro da Pra?a da S? como refer?ncia (figu-
ra A), quais s?o as dire??es cardeais e/ou colaterais a
serem seguidas por uma pessoa que tenha que se des-
locar (em linha reta) at? os seguintes locais?
a) Largo de S?o Francisco;
b) Catedral Metropolitana;
c) Corpo de Bombeiros;
d) Rua Conde Sarzedas.
21. Para representar a realidade num mapa ? necess?rio
estabelecer uma correspond?ncia entre as dimen-
s?es do terreno e as do papel. Isso ? feito por meio
da escala que expressa o quanto a realidade foi ?re-
duzida? para caber no mapa. Tendo como refer?ncia
as figuras A, B e C, constru?das em escalas 1 : 10 000,
1 : 250 000 e 1 : 1 000 000, respectivamente, respon-
da ao que se pede.
a) Classifique as figuras em escala grande, m?dia e
pequena.
b) Explique o que ocorre ? medida que a escala do
mapa diminui. Em sua resposta, leve em considera-
??o a correla??o entre o tamanho da escala, a ?rea
pass?vel de representa??o e a possibilidade de de-
talhamento ou a necessidade de generaliza??o da
informa??o representada.
Figura B
CO (UEG-GO)
Para responder ?s quest?es 20 e 21 utilize as figuras
a seguir.
Figura A
Mapas: Banco de imagens/Arquivo da editora
Rua Direita
Rua Riachuelo
Rua Conde de Sarzedas
Rua Quintino Bocaiuva
Viaduto Dona Paulina
Rua José Bonifácio
Largo de
São Francisco
Faculdade de Direito
São Francisco
Catedral
Metropolitana
de São Paulo
Praça Dr.
João Mendes
Fórum
João Mendes Jr.
Corpo de
Bombeiros
Palácio da
Justiça
Praça da

MARCO
ZERO
Praça Clóvis
Beviláqua
Largo Nossa
Senhora do Carmo
Caixa Econômica
Federal
Igreja do Pátio
do Colégio
Rua da Glória
Avenida Liberdade
Metrô Sé
A
v
e
n
i
d
a

2
3

d
e

M
a
i
o
0 100 200
1 cm – 100 metros
ESCALA 1 : 10 000
300 m
Jaraguá
Pirituba
Casa Verde
Campo de Marte
Consolação
Perdizes
Pinheiros
Butantã
Parque
Ibirapuera
Vila
Mariana
Aeroporto de
Congonhas
SÃO CAETANO
DO SUL
GUARULHOS
SÃO PAULO
Alto da
Mooca
Ipiranga
Estação
Roosevelt
Praça
da Sé
Estação
da Luz
Vila Maria
Vila Guilherme
0 2,5 5
1 cm – 2,5 quilômetros
ESCALA 1 : 250 000
7,5 km
JundiaínJu
Várzea
Paulista
EFSJ
EFCB
EFSJ
Francisco
Morato
Mairiporã
Serra do Bananal
Serra do Itaberá
Serra do
Quilombo
Caieiras
Cajamar
Santana do
Parnaíba
Osasco
Praça
da Sé
Guarulhos
São Miguel
Paulista
Arujá
Santa
Isabel
Poá
Suzano
Itaquera
Guaianazes
Itaquaquecetuba
Barueri
Jandira
Cotia
Embu
Itapecerica
da Serra
Embu-Guaçu
Diadema
Mauá
Ribeirão Pires
Rio Grande
da Serra
Cubatão
São Caetano do Sul
SÃO
PAULO
Ferraz de
Vasconcelos
Santo
André
São Bernardo
do Campo
Itapevi
Carapicuíba
0 10 20
1 cm – 10 quilômetros
ESCALA 1 : 1 000 000
30 km
Franco
da Rocha
atenção!
Não escreva no seu livro!
Unidade 198
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Adaptado de: AG?NCIA ESPACIAL EUROPEIA. Dispon?vel em: <www.
ambiente.gov.ar/archivos/web/geoinformacion/File/como_funciona_
GPS_750.jpg>. Acesso em: 7 out. 2011.
Cassiano Röda/Arquivo da editora
Dispon?vel em: <www.worldmapper.org>. Acesso em: 29 jul. 2014.
Mortalidade infantil
Explique essa representação cartográfica e mencione dois exemplos de regiões geográficas mundiais com maiores
e dois com menores taxas de mortalidade infantil.
22. SE (Vunesp-SP)
Analise o mapa anamórfico.
Allmaps/Arquivo da editora
23. SE (Unicamp-SP)
As cartas e as fotografias tomadas de avião ou de satélites
[...] representam porções muito desiguais da superfície
terrestre. Algumas cartas topográficas representam, me-
diante deformações calculadas e escolhidas, toda a super-
fície do globo, outras, a extensão de um continente, outras
ainda, a de um Estado, de uma aglomeração urbana; algu-
mas cartas representam espaços de bem menor enverga-
dura; uma pequena cidade, uma aldeia. Há planos de bair-
ros e mesmo de habitação. [grifo nosso]
Adaptado de: LACOSTE, Yves. Os objetos geogr?ficos. In: Seleção de textos,
n. 18, S?o Paulo: AGB, 1988. p. 9.
a) Quais os principais elementos cartográficos que
ocasionam as “deformações calculadas e escolhi-
das” mencionadas pelo autor?
b) Seguindo a sequência de raciocínio do autor na delimi-
tação geográfica, que vai da superfície do globo à ha-
bitação, indique quais as escalas cartográficas mais
apropriadas aos estudos geográficos nesses dois casos.
24. SE (Unicamp-SP) A ilustração a seguir representa a
constelação de satélites do Sistema de Posicionamen-
to Global (GPS) que orbitam em volta da Terra.
a) Qual a finalidade do GPS? Como esses satélites em
órbita transmitem os dados para os aparelhos re-
ceptores localizados na superfície terrestre?
b) O que são “latitude” e “longitude”?
Fundamentos de Cartografia99
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Caiu no Enem
1. Quando ? meio-dia nos Estados Unidos, o Sol, todo mundo
sabe, est? se deitando na Fran?a. Bastaria ir ? Fran?a num
minuto para assistir ao p?r do sol.
SAINT-EXUP?RY, A. O pequeno príncipe.
Rio de Janeiro: Agir, 1996.
A diferença espacial citada é causada por qual carac-
terística física da Terra?
a) Achatamento de suas regiões polares.
b) Movimento em torno de seu próprio eixo.
c) Arredondamento de sua forma geométrica.
d) Variação periódica de sua distância do Sol.
e) Inclinação em relação ao seu plano de órbita.
2. Pensando nas correntes e prestes a entrar no bra?o que
deriva da Corrente do Golfo para o norte, lembrei-me de
um vidro de caf? sol?vel vazio. Coloquei no vidro uma no-
ta cheia de zeros, uma bola cor rosa-choque. Anotei a po-
si??o e data: latitude 49?49? N, longitude 23?49? W.
Tampei e joguei na ?gua. Nunca imaginei que receberia
uma carta com a foto de um menino noruegu?s, seguran-
do a bolinha e a estranha nota.
KLINK, A. Parati: entre dois polos. S?o Paulo:
Companhia das Letras, 1998. (Adaptado.)
No texto, o autor anota sua coordenada geográfica,
que é
a) a relação que se estabelece entre as distâncias re-
presentadas no mapa e as distâncias reais da su-
perfície cartografada.
b) o registro de que os paralelos são verticais e con-
vergem para os polos, e os meridianos são círculos
imaginários, horizontais e equidistantes.
c) a informação de um conjunto de linhas imaginárias
que permitem localizar um ponto ou acidente geo-
gráfico na superfície terrestre.
d) a latitude como distância em graus entre um pon-
to e o meridiano de Greenwich, e a longitude como
a distância em graus entre um ponto e o equador.
e) a forma de projeção cartográfica, usada para nave-
gação, onde os meridianos e paralelos distorcem a
superfície do planeta.
3. ?Em casa que n?o entra Sol entra m?dico.?
Esse antigo ditado reforça a importância de, ao cons-
truirmos casas, darmos orientações adequadas aos
dormitórios, de forma a garantir o máximo conforto
térmico e salubridade.
Assim, confrontando casas construídas em Lisboa (ao
norte do trópico de Câncer) e em Curitiba (ao sul do
trópico de Capricórnio), para garantir a necessária luz
do Sol, as janelas dos quartos não devem estar volta-
das, respectivamente, para os pontos cardeais:
a) norte / sul.
b) sul / norte.
c) leste / oeste.
d) oeste / leste.
e) oeste / oeste.
4. Um leitor encontra o seguinte anúncio entre os clas-
sificados de um jornal:
VILA DAS FLORES
Vende-se terreno plano medindo
200 m
2
. Frente voltada para o
Sol no período da manhã.
Fácil acesso.
(443) 0677-0032
Interessado no terreno, o leitor vai ao endereço indi-
cado e, lá chegando, observa um painel com a planta
a seguir, onde estavam destacados os terrenos ainda
não vendidos, numerados de I a V:
Rua dos Cravos
I II
III
IV
V
N
Rua das Rosas
Rua das Margaridas
Rua dos Jasmins
Rua das Hortências
0 10 20 m
Formato Comunicação/Arquivo da editora
Considerando as informações do jornal, é possível afir-
mar que o terreno anunciado é o:
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.
5. O projeto Nova Cartografia Social da Amaz?nia ensina
ind?genas, quilombolas e outros grupos tradicionais a em-
pregar o GPS e t?cnicas modernas de georreferenciamen-
to para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos,
de suas pr?prias terras.
LOPES, R. J. O novo mapa da floresta. Folha de S. Paulo,
7 maio 2011 (adaptado).
A existência de um projeto como o apresentado no
texto indica a importância da Cartografia como ele-
mento promotor da
a) expansão da fronteira agrícola.
b) remoção de populações nativas.
c) superação da condição de pobreza.
d) valorização de identidades coletivas.
e) implantação de modernos projetos agroindustriais.
atenção!
Não escreva no seu livro!
100Unidade 1
GGB_v1_PNLD2018_079a101_U1C04.indd 100 5/4/16 9:56 AM

a)
Mercator
Peters
Mapas: Allmaps/Arquivo da editora
OL
O L
OL
O L
O
L
b)
c)
d)
e)
6. Existem diferentes formas de representa??o plana da
superf?cie da Terra (planisf?rio). Os planisf?rios de Mer-
cator e de Peters s?o atualmente os mais utilizados.
Apesar de usarem proje??es, respectivamente, con-
forme e equivalente, ambas utilizam como base da
proje??o o modelo:
7. As figuras representam a dist?ncia real (D) entre du-
as resid?ncias e a dist?ncia proporcional (d) em uma
representa??o cartogr?fica, as quais permitem esta-
belecer rela??es espaciais entre o mapa e o terreno.
Para a ilustra??o apresentada, a escala num?rica
correta ?
a) revelar aspectos da estrutura demogr?fica de um povo.
b) sinalizar a dissemina??o global de mitos e preceitos
pol?ticos.
c) utilizar t?cnicas para demonstrar a centralidade de
algumas regi?es.
d) mostrar o territ?rio para melhor administra??o dos
recursos naturais.
e) refletir a din?mica sociocultural associada ? vis?o
de mundo euroc?ntrica.
QUEIROZ FILHO, A. P.; BIASI, M. T?cnicas de cartografia.
In: VENTURI, L. A. B. (Org.) Geografia: pr?ticas de campo,
laborat?rio e sala de aula. S?o Paulo: Sarandi, 2011 (adaptado).
a) 1/50
b) 1/5 000
c) 1/50 000
d) 1/80 000
e) 1/80 000 000
8. As diferentes representa??es cartogr?ficas trazem
consigo as ideologias de uma ?poca. A representa??o
destacada se insere no contexto das Cruzadas por
Duarte, P. A. Fundamentos de cartografia. Florian?polis: UFSC, 2002.
Reprodução/ENEM 2015
Reprodução/ENEM 2015
101Fundamentos de Cartografia
GGB_v1_PNLD2018_079a101_U1C04.indd 101 5/4/16 9:56 AM

Aguardar crédito

Geografia física e
meio ambiente
No município onde você mora o relevo é plano ou há elevações
que dificultam, por exemplo, um passeio de bicicleta ou skate?
Você mora perto de praia ou de floresta, ou mora em um municí-
pio onde quase não se vê mais vegetação? Chove bastante onde
você mora ou é seco na maior parte do ano?
Você sabia que todos esses elementos da natureza, entre outros,
são trabalhados na Geografia física? Durante o estudo desta
Unidade, procure relacionar os aspectos descritos em cada capí-
tulo às características do município onde mora, para que você
possa conhecê-lo melhor. Repare como o ser humano interage
constantemente com a natureza, tanto transformando-a con-
forme suas necessidades quanto adaptando-se àquilo que não
há como mudar nela.
2UNIDADE
102
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Giovanni Isolino/Agência France-Presse
CAPÍTULO5
Estrutura geológica
Fluxos de lava escorrendo do
vulc?o Etna, na Sic?lia (It?lia).
Foto de 2013.
103
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INfOgráfICO
Teoria da formação e evolução da Terra
432
1
H? cerca de 4,6 bilh?es
de anos, uma densa
nuvem de g?s e poeira
se contraiu e formou o
Sol. Outras partes dessa
nuvem formaram
part?culas s?lidas de
gelo e rocha, que se
uniram e deram origem
aos planetas.
A radioatividade das
rochas fez com que a
Terra rec?m-consolidada
derretesse. O ferro e o
n?quel se fundiram,
formando o n?cleo da
Terra, enquanto na
superf?cie flutuavam
oceanos de rochas
incandescentes.
H? aproximadamente
4 bilh?es de anos, a
crosta terrestre
come?ou a adquirir
forma. No princ?pio,
havia grande n?mero
de pequenas plaquetas
s?lidas, que flutuavam
na rocha fundida.
Com o passar de milh?es
de anos, a crosta terrestre
se tornou mais espessa, e
os vulc?es entraram em
erup??o e come?aram a
emitir gases, que
formaram a atmosfera.
O vapor de ?gua se
condensou, constituindo
os oceanos. As rochas
mais antigas da Terra
datam dessa ?poca.
Milhões de anos atrás
4 560 4 000 3 000
2 000
Este infográfico nos d? uma ideia da evolu??o do planeta
Terra, desde sua origem, h? aproximadamente 4,6 bilh?es de anos,
at? os dias atuais. Ao longo deste cap?tulo voc? vai perceber que
para o estudo desse tema a no??o de tempo que temos ? dias,
meses, anos, s?culos ? n?o ? suficiente; ? preciso pensar em termos
de eras geol?gicas, o que envolve milh?es de anos.
Adaptado de: THE DORLING Kindersley Illustrated Factopedia. London: Dorling Kindersley, 1995. p. 38-39.
1
2 3 4
Capítulo 5104
GGB_v1_PNLD2018_102a124_U2C05.indd 104 5/6/16 3:55 PM

5
6
H? aproximadamente
3,5 bilh?es de anos, a
maior parte da crosta
terrestre j? estava
formada, mas a
configura??o dos
continentes era muito
diferente da atual.
A Terra continua em
transforma??o.
A crosta est? dividida em
enormes placas, cujas
bordas se modificam
constantemente.
Os continentes est?o
sempre em movimento,
como resultado das for?as
do interior da Terra.
1 000
542
251
65
Pr?-Cambriana
Paleozoica
Mesozoica
Cenozoica
Eras geológicas
Atualmente
Ilustrações: Mario Kanno/Arquivo da editora
Observe a dura??o de
cada Era e compare este gr?fico com
o texto do quadro das p?ginas 106
e 107, intitulado ?O ?ano-Terra??.
Quaternário
Holoceno
(ou Recente)
?on Era
Per?odo
?poca
Pleistoceno
Plioceno
Neógeno
Fanerozoico
Proterozoico
Arqueano
Hadeano
Mesozoica
Cenozoica
Terciário
Paleozoica
Paleógeno
Cretáceo
Jurássico
Triássico
Permiano
Carbonífero
Devoniano
Siluriano
Ordoviciano
Cambriano
Mioceno
Oligoceno
Eoceno
Paleoceno
0,01
1,8
5,3
23,0
33,3
55,8
65
146
200
MILH?ES DE ANOS
251
299
359
416
444
488
542
2 500
3 850
4 566
Adaptado de: TEIXEIRA, Wilson et al.
(Org.). Decifrando a Terra. 2. ed. S?o
Paulo: Oficina de Textos, 2009. p. 292.
Ilustra??o esquem?tica sem escala.
5
6
Escala geológica do tempo
Estrutura geológica105
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1 A formação da Terra
Na natureza nada se cria,
nada se perde, tudo se transforma.Ó
Antoine Lavoisier (1743-1794), qu?mico franc?s.
O planeta Terra est? em constante transforma??o, tanto em seu interior quanto
na superf?cie. Durante sua forma??o, como se pode ver nas ilustra??es do infogr?fico
da p?gina anterior, a configura??o da crosta terrestre era completamente diferente
da que observamos hoje. Essas transforma??es continuam acontecendo porque o
planeta possui muita energia em seu interior e a superf?cie da crosta terrestre sofre
a a??o permanente de for?as externas, como chuva, vento e o pr?prio ser humano,
que constr?i cidades, desmata, refloresta, extrai min?rios, faz aterros e represas,
desvia rios, etc.
Tempo hist?rico
M?s Dia Eventos
Janeiro 1
o
Forma??o da Terra.
Mar?o 2 Mais antigas evid?ncias de vida.
Junho 14
Consolida??o dos primeiros continentes.
Termina o Arqueano e inicia o Proterozoico.
Julho 24
Primeiros organismos eucariontes
(c?lulas mais complexas, com n?cleo).
Outubro 12 Eucariontes come?am a se diversificar.
Novembro 18
In?cio da Era Paleozoica.
Os grandes continentes (como Gonduana) se formam.
Dezembro 3 Primeiros r?pteis.
12 In?cio da Era Mesozoica e da deriva continental.
20 In?cio da separa??o entre Am?rica e ?frica.
26
A extin??o dos dinossauros e outros organismos marca o fim
da Era Mesozoica e in?cio da Cenozoica.
31
?s 19h12min: surgimento dos primeiros membros de nosso
g?nero (Homo), na ?frica.
?s 23h59min57s: Cabral chega ao Brasil.
?s 23h59min59s: inicia o s?culo XX.
Adaptado de: TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). Decifrando a Terra. 2. ed. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2009. p. 621-623.
O “ano-Terra”
Ilustrações: Banco de imagens/Arquivo da editora
Capítulo 5106
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Algumas mudan?as de origem natural s?o facilmente percebidas. Por exemplo,
terremotos e erup??es vulc?nicas s?o fen?menos que podem provocar altera??es
imediatas na paisagem. Outras mudan?as, como o afastamento dos continentes ou o
processo de forma??o das grandes cadeias montanhosas, denominado orogênese,
ocorrem em um intervalo de tempo t?o longo que n?o conseguimos perceb?-las em
nosso curto per?odo de vida. Por isso, falamos em tempo geol?gico, que ? medido em
milh?es de anos (reveja a escala da p?gina 105).
Para entendermos melhor os 4,6 bilh?es de anos de idade da Terra, observe o es-
quema ao lado, em que o tempo geol?gico ? comparado, proporcionalmente, ao tem-
po hist?rico, medido em meses, anos, d?cadas, s?culos ou mil?nios.
Embora os seres humanos tenham surgido h? muito pouco tempo quando pen-
samos na escala geol?gica, alguns cientistas consideram que as transforma??es
provocadas na superf?cie do planeta, principalmente ap?s a Revolu??o Industrial,
justificariam a cria??o de uma nova ?poca, denominada Antropoceno.
A cria??o dessa nova ?poca e sua in-
ser??o na escala do tempo geol?gico
depende da IUGS (sigla em ingl?s da
Uni?o Internacional de Ci?ncias Geol?-
gicas), na qual uma comiss?o estuda es-
sa possibilidade desde 2008.
Idade
(em milh?es de anos)
4 560
3 800
2 500
2 000
1 000
450
350
248
140
65
2
500 anos
100 anos
Tempo geol?gico
A coluna do tempo geol—gico
A coluna do tempo geológico é dividida em éons,
eras, períodos e épocas. Essa divisão não é arbitrária,
ela reflete grandes acontecimentos que ocorreram nas
histórias geológica e biológica da Terra. Assim, os éons
Arqueano e Proterozoico correspondem a grupos de
rochas ígneas e metamórficas que formam grande
volume da crosta continental, com um registro fóssil
escasso, composto somente de seres microscópicos.
No final do Proterozoico é que começaram a aparecer
os primeiros seres multicelulares. Já o éon Fanerozoico
significa ‘vida visível’, refletindo a fase em que a vida
se tornou abundante no planeta.
Cada uma das três eras do éon Fanerozoico – Pa-
leozoica, Mesozoica e Cenozoica – ilustra um momento
especial da história da Terra e o limite entre as eras é
pautado por eventos de extinção em massa. Dentro da
era Paleozoica (‘vida antiga’) estão vários períodos.
O nome Cambriano vem de Cambria, que é o nome
latino para Gales, onde suas rochas foram primeira-
mente estudadas. Ordoviciano vem de Ordovices, que
é o nome de uma antiga tribo celta. Siluriano homena-
geia a tribo dos Silures, que habitava uma região de
Gales. Devoniano é uma homenagem a Devonshire, na
Inglaterra, onde estão ex-
postas rochas dessa ida-
de. O nome Carbonífero
refere-se aos depósitos de
carvão que se encontram
acima das rochas devo-
nianas. O nome Permiano foi dado porque as rochas
desta idade situavam-se próximas à província de Perm,
na Rússia. A Era Paleozoica termina com o maior even-
to de extinção em massa de todos os tempos.
A Era Mesozoica (‘vida do meio’) inclui os períodos
Triássico, Jurássico e Cretáceo. O nome Triássico tem a
ver com a divisão em três camadas das rochas dessa
idade na Alemanha, que se sobrepunham às rochas
paleozoicas. Jurássico faz referência às montanhas Jura,
na Suíça; já Cretáceo vem do termo latim Creta, que
significa ‘giz’, relativo às rochas da França e Inglaterra.
A Era Cenozoica significa ‘vida recente’. Ela inicia
depois da grande extinção que marcou o final do Pe-
ríodo Cretáceo.
Adaptado de: SOARES, Marina Bento. Tempo geológico. Departamento de
Paleontologia e Estratigrafia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Dispon?vel em: <www.ufrgs.br/paleodigital/Tempo_geologico1.html>.
Acesso em: 2 jul. 2015.
Outras leituras
Orog?nese: do grego oros, que signifi-
ca ?montanha?, e genesis, ?origem?. Cor-
responde a processos tect?nicos que
deformam e elevam a crosta terrestre,
dando origem a grandes cadeias mon-
tanhosas.
F?ssil: vest?gio de seres org?-
nicos (vegetais ou animais)
encontrados nas rochas. Nas
estruturas sedimentares, as
camadas superiores e os
f?sseis s?o mais recentes,
enquanto nas camadas in
-
feriores s?o mais antigos. O
estudo dos f?sseis permite
identificar a idade de um
terreno e inferir sua posi??o
na coluna geol?gica.
Estrutura geológica107
GGB_v1_PNLD2018_102a124_U2C05.indd 107 5/4/16 9:59 AM

Pensando no Enem
1. Para o registro de processos naturais e sociais, devem
ser utilizadas diferentes escalas de tempo. Por exem-
plo, para a datação do Sistema Solar, é necessária uma
escala de bilhões de anos, enquanto para a história do
Brasil basta uma escala de centenas de anos.
Assim, para os estudos relativos ao surgimento da
vida no planeta e para os estudos relativos ao
surgimento da escrita, seria adequado utilizar,
respectivamente, escalas de:
a) milhares de anos; centenas de anos.
b) milhões de anos; centenas de anos.
c) milhões de anos; milhares de anos.
d) bilhões de anos; milhões de anos.
e) bilhões de anos; milhares de anos.
Resolução
A alternativa correta ? a E. Para analisar os processos da
natureza, temos de considerar basicamente tr?s escalas
de tempo: biol?gico, que pode ser associado ao tempo
de vida dos seres humanos; hist?rico, medido em deze-
nas, centenas e milhares de anos; e geol?gico, que en-
volve toda a hist?ria geol?gica do planeta Terra, com
aproximadamente 4,6 bilh?es de anos.
H? altera??es nos processos naturais vis?veis no tempo
biol?gico, como a eros?o e os terremotos; outros s?o im-
percept?veis para os seres humanos, como o afastamen-
to dos continentes.
2. No mapa, é apresentada a distribuição geográfica de
aves de grande porte e que não voam.
Ema Avestruz
Emu
Banco de imagens/Arquivo da editora
Há evidências mostrando que essas aves, que podem
ser originárias de um mesmo ancestral, sejam, portan-
to, parentes. Considerando que, de fato, tal parentes-
co ocorra, uma explicação possível para a separação
geográfica dessas aves, como mostrada no mapa,
poderia ser:
a) a grande atividade vulcânica, ocorrida há milhões
de anos, eliminou essas aves do hemisfério norte.
b) na origem da vida, essas aves eram capazes de voar,
o que permitiu que atravessassem as águas oceâni-
cas, ocupando vários continentes.
c) o ser humano, em seus deslocamentos, transportou
essas aves, assim que elas surgiram na Terra, distri-
buindo-as pelos diferentes continentes.
d) o afastamento das massas continentais, formadas
pela ruptura de um continente único, dispersou es-
sas aves que habitavam ambientes adjacentes.
e) a existência de períodos glaciais muito rigorosos, no
hemisfério norte, provocou um gradativo desloca-
mento dessas aves para o sul, mais quente.
Resolução
O afastamento dos continentes iniciou-se h? aproxima-
damente 225 milh?es de anos, ?poca da hist?ria geol?-
gica em que o planeta j? possu?a variados tipos de for-
ma??es vegetais e formas de vida animal. Com a deriva
continental, muitos animais e vegetais que se desenvol-
veram em determinada situa??o foram separados e pas-
saram por processos evolutivos bastante diversos, o que
promoveu grande diferencia??o entre esp?cies com a
mesma origem ancestral. Portanto, a alternativa correta
? a D.
Considerando a Matriz de Refer?ncia do Enem, essas ques-
t?es trabalham a Compet?ncia de ?rea 6 ? Compreender a
sociedade e a natureza, reconhecendo suas intera??es no
espa?o em diferentes contextos hist?ricos e geogr?ficos,
principalmente a habilidade H30 ? Avaliar as rela??es en-
tre preserva??o e degrada??o da vida no planeta nas dife-
rentes escalas.
? Mauricio de Sousa/Mauricio de
Sousa Produ•›es Ltda.
Horácio. Dispon?vel em: <http://turmadamonica.uol.com.br/>. Acesso em: 24 abr. 2016.
Capítulo 5108
GGB_v1_PNLD2018_102a124_U2C05.indd 108 5/4/16 9:59 AM

Tipos de rocha
As rochas s?o agregados s?lidos naturais compos-
tos de um ou mais minerais e podem ser classificadas,
segundo sua forma??o, em magmáticas (ou ?gneas),
metamórficas e sedimentares.
H? aproximadamente 3,8 bilh?es de anos, a mat?-
ria incandescente da qual era formada a Terra come?ou
a esfriar e a se solidificar, formando a crosta terrestre.
Consolidaram-se, assim, as primeiras rochas, chamadas
magmáticas ou ígneas.
O termo magm?tica vem de magma, massa na-
tural fluida com temperatura elevada, encontrada no
interior da Terra. O termo ?gnea vem da palavra lati-
na ignis, ?fogo?. Existem v?rios tipos de rocha mag-
m?tica, dependendo da constitui??o qu?mica do
magma e de como ele se consolidou. Observe, a se-
guir, o esquema que mostra o processo de forma??o
desse tipo de rocha.
Cassiano Röda/Arquivo da editora
Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra.
4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 106. Ilustra??o esquem?tica sem escala.
O magma esfria lentamente e se
solidifica dentro da crosta terrestre.
Nessas rochas, os
minerais se agrupam e
formam cristais
visíveis a olho nu, como
na maioria dos granitos
utilizados na
construção civil, nos
quais conseguimos ver
três componentes:
quartzo, feldspato e
cristais de mica.
Fabio Colombini/Museu de Ciências
Naturais, Caxias do Sul, RS.
O magma atinge a superfície
terrestre em forma de lava
pela erupção de um vulcão e
se esfria rapidamente.
Sempre que isso ocorre,
não conseguimos
distinguir, a olho nu, os
minerais componentes
de uma rocha. Esse é o
caso do basalto.
Extrusão (lava)
Litosfera
(placa continental)
Manto
Rocha metamórfica
Rocha
sedimentar
Intrusão
Naturais, Caxias do Sul, RS.
pela erupção de um vulcão e
Naturais, Caxias do Sul, RS.
pela erupção de um vulcão e
basalto
minerais se agrupam e
visíveis a olho nu, como
na maioria dos granitos
quais conseguimos ver
minerais se agrupam e
visíveis a olho nu, como
na maioria dos granitos
quais conseguimos ver
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
granito
Rochas
extrusivas
Rochas
intrusivas
Cristal: corpo que apre-
senta formas geom?tricas,
constitu?do por faces pla-
nas e arestas retil?neas.
Calvin e Haroldo by Bill Watterson
© Bill Watterson/Dist. By Atlantic
Syndication/Universal Uclick
O melhor de Calvin. Bill Watterson. Dispon?vel em: <http://deposito-de-tirinhas.tumblr.com/post/36880830702/por-bill-waterson-via-estadao>. Acesso em: 24 abr. 2016.
Estrutura geológica109
GGB_v1_PNLD2018_102a124_U2C05.indd 109 5/4/16 9:59 AM

As rochas metamórficas, assim como as magm?ticas, formam-se no interior
da crosta terrestre. A press?o e a temperatura muito elevadas, os fortes atritos, ou
a combina??o qu?mica de dois ou mais minerais transformam a estrutura das rochas
j? formadas, o que d? origem ?s rochas metamórficas, como o m?rmore, a ar-
d?sia, o quartzito e o gnaisse. Esse processo n?o deve ser confundido com a
fus?o de rochas, que s? ocorre no manto, camada abaixo da crosta onde as
temperaturas s?o mais elevadas.
Nos prim?rdios da hist?ria geol?gica do planeta, a crosta terrestre era
formada por rochas magm?ticas e metam?rficas. Os minerais que as comp?em,
no processo de consolida??o, formaram cristais. Por isso, essas rochas tamb?m
s?o, em conjunto, chamadas cristalinas.
? preciso lembrar que esse processo de forma??o de rochas est? sempre acon-
tecendo, pois faz parte da din?mica da Terra. No entanto, n?o podemos observ?-lo,
pois ? um processo lento que ocorre no interior da crosta, diferentemente das
erup??es vulc?nicas, em que a solidifica??o da lava ocorre na superf?cie.
O terceiro tipo de rocha presente na crosta terrestre s?o as sedimentares,
constitu?das de sedimentos. Conforme a superf?cie da Terra se resfriava, gases
como nitrog?nio, oxig?nio, hidrog?nio e outros foram liberados e formaram a
atmosfera. A partir de ent?o come?aram a ocorrer as chuvas, e com elas iniciou-se
o processo de intemperismo químico, importante agente no processo de
forma??o das rochas sedimentares. Observe o esquema abaixo, que mostra
o processo de forma??o desse tipo de rocha.
da crosta terrestre. A press?o e a temperatura muito elevadas, os fortes atritos, ou
a combina??o qu?mica de dois ou mais minerais transformam a estrutura das rochas
da crosta terrestre. A press?o e a temperatura muito elevadas, os fortes atritos, ou
a combina??o qu?mica de dois ou mais minerais transformam a estrutura das rochas
Leonardo Carneiro/
Arquivo da editora
Igor Terekhov/Shutterstock/Glow Images
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Na foto 1, exemplo de gnaisse, que se origina do metamorfismo (transformação)
do granito, rocha magmática. Na foto 2, pia de mármore. O mármore se origina
da transformação do calcário, rocha sedimentar que aparece na foto 3.
Esse metamorfismo altera cor, textura e dureza das rochas, entre outras
transformações. As rochas metamórficas são muito utilizadas na construção
civil como material de acabamento, como pisos e revestimentos.
Rocha magm?tica
Rocha
sedimentar
Rocha
metam?rfica
1 O intemperismo decomp?e e desagrega
part?culas de rocha, o que propicia a
forma??o dos solos, conforme
estudaremos no Cap?tulo 7.
2 Ao longo de milh?es de anos,
as part?culas de rocha foram
transportadas pela a??o do
vento e das ?guas.
Esse processo que envolve
intemperismo, transporte e
sedimenta??o, chamado
eros?o, ocorre continuamente.
3 As part?culas de rocha s?o
depositadas como camadas
de sedimento no solo e na
?gua.
4 Ao longo do tempo, camadas paralelas de
sedimentos se formaram, originando
grandes dep?sitos sedimentares. Muitos
desses dep?sitos soterraram antigos
ambientes aqu?ticos, como lagos e oceanos.
5 A compacta??o f?sica e
a transforma??o
qu?mica das part?culas
dos sedimentos deram
origem ?s rochas
sedimentares, como o
arenito e o calc?rio.
Grande parte dos
f?sseis ? encontrada
aprisionada nas
rochas sedimentares.
Luis Moura/Arquivo da editora
Adaptado de: GROTZINGER, John; JORDAN, Tom. Para entender a Terra. 6. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2013. p. 121. Ilustra??o esquem?tica sem escala.
1
2
3
1
2
3
5
4
Capítulo 5110
GGB_v1_PNLD2018_102a124_U2C05.indd 110 5/4/16 9:59 AM

Paleontologia = Arqueologia?
Ciências-irmãs com enfoques diferentes
A Paleontologia ? uma especialidade interdisciplinar que faz
uso de qualquer evid?ncia, direta ou indireta, de organismos ex-
tintos em rochas sedimentares, para compreender a hist?ria
geol?gica da vida e da Terra. Ainda contribui, de maneira funda-
mental, para nosso entendimento dos ambientes, arranjos geogr?-
ficos, biodiversidade e ecossistemas do passado e permite ordenar
e correlacionar temporalmente rochas estratificadas no mundo in-
teiro. ?s vezes, o leigo confunde a Arqueologia com a Paleontologia, duas
ci?ncias-irm?s, que utilizam as mesmas t?cnicas de investiga??o, mas que
diferem nos objetos que estudam. Os paleont?logos concentram-se no registro
f?ssil de organismos extintos, geralmente do passado remoto, enquanto os ar-
que?logos investigam evid?ncias das culturas humanas, bem mais recentes,
principalmente dos ?ltimos 10 mil anos.
O limite de 10 mil anos adotado para distinguir entre objetos arqueol?gicos
e paleontol?gicos ? uma escolha de conveni?ncia, pois existem exce??es tanto
na Arqueologia ? as belas pinturas em cavernas da Europa ? como na Paleonto-
logia ? ossadas de animais extintos em cavernas e cacimbas [po?os] no Brasil.
Mesmo assim, esta data reveste-se de grande signific?ncia temporal porque
coincide, aproximadamente, com o advento do Holoceno, a mais recente ?poca
geol?gica, que se iniciou no t?rmino da ?ltima fase glacial do Pleistoceno. A
melhora no clima global do Holoceno favoreceu a expans?o demogr?fica que
desencadeou grandes transforma??es culturais, culminando na civiliza??o glo-
balizada do presente [...]. O registro arqueol?gico da grande jornada humana, ao
contr?rio do registro paleontol?gico, compreende, comumente, artefatos e ossos
humanos associados a restos de animais e plantas comuns at? hoje preservados
em materiais pouco consolidados (solos, sedimentos, escombros, etc.). Essa asso-
cia??o frequente facilita a reconstitui??o n?o somente das rela??es entre os
homens da ?poca, mas entre o homem e a natureza tamb?m.
FAIRCHILD, Thomas. R.; TEIXEIRA, Wilson; BABINSKI, Marly. Geologia e a descoberta da magnitude do tempo.
In: TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). Decifrando a Terra. 2. ed. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2009. p. 291.
Outras leituras
As rochas sedimentares
podem apresentar-se
estratificadas, ou seja, em
camadas com idade e
composi??o diferentes.
Pesquisando essas
estratifica??es, os ge?logos
conseguem identificar as
varia??es clim?ticas que se
processaram no decorrer
da hist?ria geol?gica de
determinada regi?o. Na
foto de 2013, a antiga
pedreira no Parque do
Varvito, em Itu (SP). Essa
rocha sedimentar ? um
testemunho de que essa
regi?o do planeta passou
por um per?odo de
glacia??o entre os Per?odos
Carbon?fero e Permiano.
ficos, biodiversidade e ecossistemas do passado e permite ordenar
e correlacionar temporalmente rochas estratificadas no mundo in-
teiro. ?s vezes, o leigo confunde a Arqueologia com a Paleontologia, duas
ci?ncias-irm?s, que utilizam as mesmas t?cnicas de investiga??o, mas que
diferem nos objetos que estudam. Os paleont?logos concentram-se no registro
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
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F?ssil marinho
encontrado no deserto
do Saara, a sudoeste
do Cairo (Egito, 2016).
Entre outras, ? uma
prova de que essa
regi?o j? esteve no
fundo do mar.
111
GGB_v1_PNLD2018_102a124_U2C05.indd 111 5/4/16 9:59 AM

2 Estrutura da Terra
Vimos os tipos de rocha que formam a crosta terrestre, que ? apenas uma pequena parte do planeta.
Na figura a seguir, podemos observar sua estrutura completa.
Didaticamente, o planeta Terra pode ser comparado
a um ovo, n?o em termos de forma, mas de propor??o de
suas estruturas: sua casca, extremamente fina, seria a
crosta terrestre; a clara seria o manto; e a gema, o núcleo.
A crosta terrestre possui espessura m?dia de 25 km
(por volta de 6 km em algumas partes do assoalho oce?-
nico e de 70 km nas regi?es de cadeias montanhosas).
O manto, com 2 900 km de espessura m?dia, ? for-
mado por magma pastoso e denso, em estado de fus?o.
O núcleo ? formado predominantemente por n?quel
e ferro. ? subdividido em duas partes: o núcleo externo,
em estado de fus?o, e o núcleo interno (a parte mais
densa do planeta, tamb?m chamado de nife). Este, ape-
sar das elevadas temperaturas, encontra-se em estado
s?lido, em raz?o da alta press?o no centro da Terra.
Vamos imaginar agora que o ?ovo? de nossa com-
para??o foi cozido e acabamos de retir?-lo do fogo.
Onda sísmica: onda de choque que se
irradia em c?rculos conc?ntricos a partir do
foco de um abalo s?smico, o epicentro.
Cassiano Röda/Arquivo da editora
Adaptado de: ENCICLOP?DIA do estudante: ci?ncias da Terra e do Universo. S?o Paulo:
Moderna, 2008. p. 23. Ilustra??o esquem?tica sem escala.
Modelo baseado na composição
química das camadas
Modelo baseado no comportamento
mecânico dos materiais
Crosta
oceânica (6-12 km)
Crosta
continental (25-70 km)
Manto superior
Zona de transição
Manto
inferior
Núcleo
externo
Núcleo
externo
Zona de
transição
Zona de
transição
Núcleo
interno
Núcleo
interno
Mesosfera
Astenosfera
Litosfera
75-100 km
670 km
2 900 km
5 120 km
6 378 km
Endosfera
Nas figuras, você pode
observar cortes
esquemáticos mostrando as
camadas do interior do
planeta, de acordo com dois
modelos: o primeiro baseado
na composição química das
camadas e o outro, no
comportamento mecânico
dos materiais, como sua
resistência e dureza. A
descoberta das variações da
composição e das
características físicas dos
materiais que constituem o
interior da Terra foi possível
por meio do estudo da
velocidade de propagação de
ondas sísmicas e a sua
forma de transmissão,
liberadas nos terremotos ou
em explosões controladas.
N?s o batemos, muito quente e cheio de energia em
seu interior, numa mesa. A casca fica totalmente ra-
chada, mas continua presa ? clara. Assim ? a crosta
terrestre. Ela n?o ? inteiri?a como a casca de um ovo
cru, mas rachada como a de um ovo cozido batido
numa mesa. Os v?rios peda?os de casca rachada se-
riam as placas tectônicas. Seus limites disformes, as
rachaduras, seriam as falhas geol?gicas ? rupturas nas
camadas rochosas da crosta ? que delimitam as pla-
cas, detalhadas na p?gina 116.
A litosfera (do grego lithos, que significa ?pedra?,
?rocha?) compreende as rochas da esfera terrestre, da
crosta (continental e oce?nica), e ? formada por placas
r?gidas e m?veis, as placas tect?nicas. Logo abaixo
dela, encontramos a astenosfera (do grego sthenos,
?sem for?a?, ?fraco?), que ? constitu?da por rochas par-
cialmente fundidas. Ao contr?rio da litosfera, ? uma
camada menos r?gida e com temperaturas mais ele-
vadas. S?o essas caracter?sticas que d?o mobilidade
?s placas tect?nicas.
Capítulo 5112
GGB_v1_PNLD2018_102a124_U2C05.indd 112 5/4/16 9:59 AM

Consulte o
site do IBGE e
do Instituto
Astron?mico e
Geof?sico ? USP.
Veja orientações
na seção
Sugest?es de
leitura, filmes
e sites.
3 Deriva continental e tect™nica de placas
Adaptado de: CHARLIER, Jacques
(Dir.). Atlas du 21
e
si?cle ?dition 2012.
Groningen: Wolters-Noordhoff;
Paris: ?ditions Nathan, 2011. p. 179.
Ilustra??o esquem?tica sem escala.
Há 225 milh?es de anos
(fim do Período Permiano).
H? 135 milh?es de anos
(in?cio do Per?odo Cret?ceo).
Atualmente
H? 180 milh?es de anos
(in?cio do Per?odo Jur?ssico).
H? 65 milh?es de anos
(in?cio do Per?odo Terci?rio).
Há 225 milh?es de anos
Mar deMar de
TétisTétis
OCEANOOCEANO
PANTALASSAPANTALASSA
H? 135 milh?es de anos
Adaptado de: CHARLIER, Jacques
(Dir.). Atlas du 21
Groningen: Wolters-Noordhoff;
Paris: ?ditions Nathan, 2011. p. 179.
Atualmente
H? 65 milh?es
(in?cio do Per?odo Terci?rio).
H? 180 milh?es de anos
Mar deMar de
TétisTétis
65 milh?es de anosH? 65 milh?es
No s?culo XVI, quando foram confeccionados os primeiros
mapas-m?ndi com relativa precis?o, observou-se a coin-
cid?ncia entre os contornos da costa leste sul-americana
e da costa oeste africana. Surgiram, ent?o, hip?teses de
que os continentes n?o estiveram sempre em suas atuais
posi??es. Entretanto, somente em 1915 o deslocamento
dos continentes foi apresentado como tese cient?fica (a
teoria da deriva continental) por um meteorologista alem?o
chamado Alfred Wegener (1880-1930). Ele prop?s que h? cerca
de 200 milh?es de anos teria existido apenas um continente,
a Pangeia (?toda a terra?), que em determinado momento
come?ou a se fragmentar.
Alexander du Toit (1878-1948), ge?logo que lecionou
na Universidade de Johannesburgo, na ?frica do Sul, foi
um dos maiores defensores da teoria de Wegener.
Ele considerava que a Pangeia se dividiu primeiramen-
te em dois grandes continentes, a Laur?sia, no hemis-
f?rio norte, e Gonduana, no hemisf?rio sul, que con-
tinuaram a se fragmentar, originando os continentes
atuais. Observe as ilustra??es ao lado, que mostram
essa sequ?ncia.
Al?m de se basear na coincid?ncia entre os contornos
das costas atl?nticas sul-americana e africana, Wegener tinha
outro argumento para defender sua teoria: as semelhan?as
entre os tipos de rocha e de f?sseis de plantas e animais encon-
trados nos dois continentes, separados pelo oceano Atl?ntico,
ou seja, por milhares de quil?metros. A presen?a de f?sseis
id?nticos ao longo dessas costas era a prova que faltava
para demonstrar que, no passado, ?frica e Am?rica do Sul
formaram um ?nico continente. A descoberta de f?sseis
de plantas tropicais na Ant?rtida tamb?m indicava que
essa ?rea, atualmente coberta de gelo, j? esteve bem mais
pr?xima do Equador.
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Estrutura geológica113
GGB_v1_PNLD2018_102a124_U2C05.indd 113 5/4/16 9:59 AM

Apesar das evid?ncias, a teoria proposta por We-
gener n?o foi bem recebida pela comunidade cient?fica
da ?poca. Isso ocorreu principalmente porque ele n?o
conseguiu explicar a for?a que fraturou a litosfera e
impulsionou os continentes. Havia um clima de inten-
so debate sobre a quest?o na ?poca, e os f?sicos con-
venceram a maioria dos ge?logos de que as camadas
da Terra eram muito r?gidas para que a deriva conti-
nental ocorresse.
Somente na d?cada de 1960, mais de trinta anos
depois da morte de Wegener, o tema voltou a ser abor-
dado. O desenvolvimento de novas tecnologias permi-
tiu o mapeamento do fundo do oceano por meio de
expedi??es submarinas. Tal mapeamento levou ? des-
coberta de evid?ncias que comprovaram a deriva con-
tinental e ao desenvolvimento da teoria da tectônica
de placas. Leia, a seguir, em Outras leituras, um texto
que retrata esse processo.
Expansão do assoalho oceânico
A evid?ncia geol?gica [da deriva continental] n?o convenceu os c?ticos, os quais mantiveram que a
deriva continental era fisicamente imposs?vel. Ningu?m havia proposto, ainda, uma for?a motora plaus?vel
que pudesse ter fragmentado a Pangeia e separado os continentes. Wegener, por exemplo, pensava que os
continentes flutuavam como barcos sobre a crosta oce?nica s?lida, arrastados pelas for?as das mar?s, do
Sol e da Lua. Por?m, sua hip?tese foi rapidamente rejeitada porque pode ser demonstrado que as for?as da
mar? s?o fracas demais para mover continentes.
A mudan?a revolucion?ria ocorreu quando os cientistas deram-se conta de que a convec??o do manto
da Terra poderia empurrar e puxar os continentes ? parte, formando uma nova crosta oce?nica, por meio
do processo de expansão do assoalho oceânico. [...]
Essas evid?ncias emergiram como um resultado da intensa explora??o do fundo oce?nico ocorrida ap?s
a Segunda Guerra Mundial. O ge?logo marinho Maurice ?Doc? Ewing demonstrou que o fundo oce?nico do
Atl?ntico ? composto de basalto novo, e n?o de granito antigo, como alguns ge?logos haviam pensado. Al?m
disso, o mapeamento de uma cadeia submarina de montanhas chamada Dorsal Mesoatl?ntica levou ? des-
coberta de um vale profundo na forma de fenda, ou rifte, estendendo-se ao longo de seu centro. Dois dos
ge?logos que mapearam essa fei??o foram Bruce Heezen e Marie Tharp, colegas de Doc Ewing na Universi-
dade de Col?mbia. ?Achei que poderia ser um vale em rifte?, Tharp disse anos mais tarde. A princ?pio, Heezen
descartou a ideia [...], mas logo descobriram que quase todos os terremotos no oceano Atl?ntico ocorreram
pr?ximos ao rifte, confirmando o palpite de Tharp. Uma vez que a maioria dos terremotos ? gerada por falha-
mento tect?nico, esses resultados indicaram que o rifte era uma fei??o tectonicamente ativa. Outras dorsais
mesoce?nicas com formas e atividades s?smicas similares foram encontradas nos oceanos Pac?fico e ?ndico.
No in?cio da d?cada de 1960, Harry Hess, da Universidade de Princeton, e Robert Dietz, da Institui??o
Scripps de Oceanografia, propuseram que a crosta separa-se ao longo de riftes nas dorsais mesoce?nicas e
que o novo fundo oce?nico forma-se pela ascens?o de uma nova crosta quente nessas fraturas. O novo
assoalho oce?nico ? na verdade, o topo da nova litosfera criada ? expande-se lateralmente a partir do rifte
e ? substitu?do por uma crosta ainda mais nova, num processo cont?nuo de forma??o de placa.
GROTZINGER, John; JORDAN, Tom. Para entender a Terra. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. p. 28-29.
Outras leituras
Como vimos no texto acima, Hess e Dietz defen-
deram que a movimenta??o do manto carrega consigo
as grandes placas tect?nicas que comp?em a crosta
terrestre. Essas placas se deslocam sobre a astenosfera
e provocam a deriva dos continentes.
Na d?cada de 1960, a explora??o de petr?leo em alto-
-mar ajudou a confirmar a expans?o do assoalho oce?nico,
corroborando a teoria da deriva continental e da tect?nica
de placas. Ao se determinar a idade de algumas rochas
retiradas do fundo do mar, obteve-se a evid?ncia que
faltava para comprovar as duas teorias. ? medida
que aumentava a dist?ncia entre o local onde as amos-
tras foram retiradas e a Dorsal Atl?ntica (cadeia de monta-
nhas submersa no meio do oceano Atl?ntico), tanto para
leste quanto para oeste, aumentava tamb?m a idade das
rochas, como se pode observar no mapa a seguir.
Capítulo 5114
GGB_v1_PNLD2018_102a124_U2C05.indd 114 5/4/16 9:59 AM

Essa descoberta prova que h? uma falha no assoalho oce?nico, dividindo-o em duas enormes placas que se
afastam uma da outra, provocando o alargamento do fundo do mar, a amplia??o do oceano Atl?ntico e um dis-
tanciamento maior entre os continentes localizados em seus dois extremos.
As idades geocronológicas do oceano Atlântico
Agora, observe o esquema abaixo. Ele representa o movimento do manto terrestre.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Adaptado de: TASSINARI, Colombo C. G. Tect?nica global. In: TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.).
Decifrando a Terra. 2. ed. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2009. p. 84.
Distribuição das idades
geocronológicas do fundo
oceânico num trecho entre a
América do Norte e a África.
Note que, quanto mais
próximas da Dorsal Atlântica,
menor é a idade das rochas
(em milhões de anos).
Adaptado de:
PRESS, Frank et
al. Para entender
a Terra. 4. ed.
Porto Alegre:
Bookman, 2006.
p. 39. Ilustra??o
esquem?tica sem
escala.
corrente de convecção
placa
placa
Próximo da superfície se
resfria, levando as placas
a se formar (por meio do
endurecimento da
litosfera) e divergir.
Quando há
convergência de
placas, uma placa
resfriada é
arrastada sob a
placa vizinha.
Em seguida, ela afunda na
astenosfera e arrasta material
de volta para o manto, dando
início a um novo processo.
O material quente
do manto ascende.
Luís Moura/Arquivo da editora
O material magm?tico do manto movimenta-se
lentamente, formando correntes de convec??o, respon-
s?veis pelo deslocamento das placas tect?nicas. Ao se
mover, as placas podem se chocar (placas convergen-
tes), se afastar (placas divergentes) ou simplesmente
deslizar lateralmente entre si (placas conservativas).
Para entender como esses processos ocorrem, observe
as ilustra??es a seguir. Elas representam de maneira
esquem?tica o que ocorre com as bordas das placas
tect?nicas conforme o tipo de contato entre elas.
AMÉRICA
DO SUL
0 680 1
360
km
180
155
155
135
135
155
180
135
81
63
53
38
9 9
38
53
63
81
Bermudas
Açores
AMÉRICA
DO NORTE
CUBA
PORTO RICO
Placa
Norte-
-Americana
Eixo da Dorsal Atlântica
Placa
Africana
ÁFRICA
40° O
Sentido do movimento
das placas tectônicas
180 Idade em milhões de anos
Trópico de Câncer
(em milhões de anos).
DO NOR
DO NOR
CUBA
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
D
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l A
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n
t
i
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EUROPA
AMÉRICA
DO NORTE
AMÉRICA
DO SUL
ÁFRICA
Trópico de Câncer
Equador
Trópico de Capricórnio
40° O
02
375 km
Estrutura geológica115
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Adaptado de: SALGADO-LABOURIAU, Maria Lea. História ecológica da Terra. S?o Paulo: Edgard Bl?cher, 2005. p. 78. Ilustra??es esquem?ticas sem escala.
Ilustrações: Mario Kanno/Arquivo da editora
Crista
Fossa
Fossa
Bordas convergentes
Zona de metamorfismo
Placas continentais
Placas oceânicas
Placas oceânicas
Duas placas
continentais ou
oceânicas
Placas oceânica e
continental
Bordas
divergentes
Bordas
conservativas
O magma é expelido para a
superfície (no caso, o fundo
do oceano) e transformado
em rocha, constituindo
novas bordas, uma de cada
lado, que formam as
dorsais oceânicas.
A placa se desloca em relação à outra, em decorrência de movimentos
tectônicos, ao longo de uma falha; nesses casos, as bordas se mantêm.
A placa oceânica
sobrepõe-se a outra
(movimento de
subducção) e se
forma uma fossa.
A placa oceânica, que é
mais densa, mergulha sob
a continental, formando
uma zona de subducção no
assoalho marinho e uma
fossa marinha; na placa
continental ocorre o
levantamento de
montanhas.
A placa continental
penetra sob outra,
também continental,
resultando em
metamorfismo,
terremotos e
dobramentos.
Zona de subducção
Zona de subducção
Zona de expansão
Capítulo 5116
GGB_v1_PNLD2018_102a124_U2C05.indd 116 5/4/16 10:00 AM

Atualmente, a crosta terrestre ? constitu?da por sete
grandes placas tect?nicas e outras menores. H? milh?es
de anos, no in?cio de sua movimenta??o, ? prov?vel que
as placas fossem em menor n?mero, conforme vimos na
p?gina 113. Observe no mapa a seguir a distribui??o geo-
gr?fica das placas tect?nicas hoje conhecidas.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Placas tect™nicas
Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Dir.). Atlas du 21
e

si?cle ?dition 2012. Groningen: Wolters-Noordhoff;
Paris: ?ditions Nathan, 2011. p. 178.
Como vimos nas ilustra??es da p?gina ao lado, na
faixa de contato entre placas convergentes, por exemplo,
as placas Sul-Americana e de Nazca, a placa oce?nica,
mais densa, mergulha sob a continental. Esse fen?meno,
conhecido como subducção, d? origem ?s fossas mari-
nhas, como a de Atacama, no oceano Pac?fico.
Ao mergulhar em dire??o ao manto, a placa oce?ni-
ca ? destru?da, porque se funde novamente. J? a placa
continental, em raz?o da press?o da placa que mergu-
lhou, soergue-se, dobra-se ou enruga-se. ? justamente
nessas por??es menos r?gidas da crosta que ocorrem,
desde pelo menos a Era Mesozoica, os movimentos oro-
gen?ticos. Foi assim que se originaram as grandes ca-
deias montanhosas do planeta, formadas pelo enruga-
mento ou pelo soerguimento de extensas por??es da
crosta. No caso das placas Sul-Americana e de Nazca, por
exemplo, o encontro entre elas deu origem ? cordilheira
dos Andes. Quando localizadas no oceano, as placas tec-
t?nicas podem formar cadeias montanhosas submersas
ao se encontrarem.
Observe que as regi?es de atividade s?smica intensa est?o sobre limites de placas. O mesmo ocorre com a quase totalidade dos
vulc?es ativos, como o que voc? viu na abertura deste cap?tulo. Isso acontece porque, nas zonas de encontro dessas placas, a
crosta ? mais fr?gil, permitindo o escape de magma, que d? origem aos vulc?es. Al?m disso, em raz?o do movimento das placas,
a crosta fica sujeita a abalos s?smicos.
Jeff Schmaltz, LANCE/EOSDIS MODIS/GSFC/NASA
Os topos das cadeias oce?nicas podem formar arcos de ilhas
vulc?nicas, como ocorre com o arquip?lago do Hava? (Estados
Unidos). Foto de 2014.
0 2
480
4
960
km
Círculo Polar Ártico
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Equador
Meridiano de Greenwich


Placa
do Pac?fico
Placa do
Caribe
Placa
de Cocos
ANDES
HIMALAIA
ALPES
MONTANHAS
ROCHOSAS
Placa
Norte-Americana
Placa
Sul-Americana
Placa Africana
Placa Ant?rtica
Placa Euro-Asi?tica
Placa Indo-Australiana
Placa
do Pac?fico
Placa
das
Filipinas
Placa
do Ir?
Placa da Gr?cia
e Turquia
Placa
da
Ar?bia
Placa
de Nazca
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
Regi?es de atividade s?smica intensa
Regi?es sujeitas a tremores de terra
Vulc?es em atividade
Principais locais de terremotos ap?s 1900
Sentido do movimento das placas
Limites das placas tect?nicas
Estrutura geológica117
GGB_v1_PNLD2018_102a124_U2C05.indd 117 5/4/16 10:00 AM

Nos limites convergentes h? ainda outro tipo de
evento geol?gico envolvendo duas placas cujos limites
s?o continentais. Nesse caso, ao se encontrarem, a mais
densa penetra sob a menos densa, por?m as placas n?o
v?o em dire??o ao manto, elas se dobram e d?o origem
a cadeias montanhosas. ? o caso do Himalaia, entre as
placas Euro-Asi?tica e Indo-Australiana, regi?o de fortes
abalos s?smicos e metamorfismo.
Na zona de encontro entre duas placas divergentes,
o magma aflora lentamente, formando ao longo de
milhares de anos uma cadeia montanhosa chamada
dorsal. ? o caso das placas Norte-Americana e Africa-
na, cujo contato se d? no meio do oceano Atl?ntico,
formando a Dorsal Atl?ntica, mostrada no mapa da
p?gina 115.
Quando as placas deslizam lateralmente entre si,
como fazem a placa Norte-Americana e a do Pac?fico,
n?o ocorre destrui??o nem forma??o de crosta. Trata-
-se de placas conservativas, que, como o pr?prio nome
sugere, n?o produzem grandes altera??es de relevo,
embora provoquem falhas e terremotos, como mos-
tram as fotos.
O deslizamento das placas
Norte-Americana e do
Pac?fico provoca terremotos
e grandes preju?zos nas
cidades atingidas, como
Oakland (Calif?rnia),
mostrada nesta foto
de 1989.
Lloyd Cluff/Corbis/Latinstock
Kevin Schafer/Minden Pictures/Biosphoto/Agência France-PresseKevin Schafer/Minden Pictures/Biosphoto/Agência France-Presse
Falha de San Andreas, na Calif?rnia (Estados Unidos), em
2014. As setas indicam descolamento conservativo das placas.
Esta falha ? a zona de contato entre a placa Norte-Americana e
a do Pac?fico.
118
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O vulcanismo e os abalos s?smicos, que tamb?m s?o
respons?veis por altera??es do relevo, est?o associados
? tect?nica de placas. A ascens?o do magma ? superf?cie
d? origem aos vulc?es, montanhas com formato de cone
e alturas variadas. O vulc?o Etna, no sul da It?lia, por exem-
plo, tem 3 280 m de altura, dos quais 3 070 m s?o consti-
tu?dos de material oriundo de suas pr?prias erup??es.
O Mauna Loa, no Hava?, atinge aproximadamente 9 000 m
de altura total, e sua base est? a cerca de 5 000 m abaixo
do n?vel do mar, no oceano Pac?fico.
Os vulc?es e terremotos t?m um grande poder
destrutivo (veja no infogr?fico das p?ginas 120 e 121
como se formam os tsunamis). No entanto, o avan?o
das t?cnicas de detec??o, o treinamento da popula??o
que vive em ?reas de risco e sua r?pida retirada pelo
governo em caso de erup??es vulc?nicas e tsunamis,
bem como o desenvolvimento de novas tecnologias de
constru??o criadas para amenizar o impacto de abalos
s?smicos, evitaram a morte de milhares de pessoas nas
?ltimas d?cadas, em diversos pa?ses.
Giovanni Isolino/Agência France-Presse
Vulc?o Etna em Catania
(It?lia), em 2015.
Erup??o e emiss?o de cinzas na cratera
sudeste do Etna em Catania (It?lia), em 2015.
Consulte o site do Global
Volcanism Program e do
Incorporated Research Institutions
of Seismology (Iris). Veja
orientações na seção Sugestões de
leitura, filmes e sites.
Marco Restivo
/D
e
m
o
tix
/C
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a
tin
s
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c
k
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A ocorr?ncia de terremotos ou erup??es vulc?nicas sob
os oceanos pode ocasionar a forma??o de ondas gigantescas,
chamadas tsunamis (palavra em japon?s que significa ?onda
de porto?) ou maremotos.
Menor do que 1: detectado
apenas pelo sism?grafo.
ESCALA RICHTER
A magnitude (grandeza) de um sismo
pode ser medida por um instrumento
chamado sism?grafo, utilizando-se a
Escala Richter, que mede a for?a de um
terremoto em termos de energia liberada.
Essa escala ? logar?tmica, ou seja, de um
grau para o grau seguinte a diferen?a na
amplitude das vibra??es ? de dez vezes.
Apesar de n?o indicar os n?veis de
estragos causados, ? poss?vel estabelecer
uma rela??o entre os graus e seus efeitos
sobre objetos e constru??es.
A ocorr?ncia de terremotos ou erup??es vulc?nicas sob
os oceanos pode ocasionar a forma??o de ondas gigantescas,
chamadas tsunamis (palavra em japon?s que significa ?onda
de porto?) ou maremotos.
ESCALA RICHTER
2
De 2 a 3: pequeno tremor
percebido pelas pessoas.
GRANDE PROFUNDIDADE
DO OCEANO
A propaga??o de ondas
s?smicas liberadas por um
terremoto provoca
primeiramente um
deslocamento vertical de
grande volume de ?gua.
A partir da?, s?o formadas
ondas que, em alto-mar,
t?m grande comprimento
(at? 160 km), alta
velocidade (at? 800 km/h)
e baixa altura (at? 0,5 m).
Essas ondas podem
atravessar o oceano em
poucas horas.
deslocamento de grande
volume de água
As ondas são geradas em
todas as direções
Roger Ressmeyer/Corbis/Latinstock
movimento da
placa tectônica A
movimento da
placa tectônica B
epicentro
ondas s?smicas
hipocentro
falha
A fonte da qual partem as ondas s?smicas ?
denominada hipocentro ou foco, e o ponto
da superf?cie localizado diretamente sobre o
foco ? o epicentro.
2
: pequeno tremor
percebido pelas pessoas.
INFOGRÁFICO
Tsunamis
1 2 3
Adaptado de: Superinteressante. Dispon?vel em:
<http://super.abril.com.br/ondas-atingem-mais-de-30-me-
tros-de-altura>. Acesso em: 25 abr. 2016.
Capítulo 5120
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Ilustração esquemática, sem escala.
Adaptado de: ASSUMP??O, M.; DIAS NETO, C. H. Sismicidade e estrutura interna da Terra. In: TEIXEIRA, W. et. al. Decifrando a Terra. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2000. p. 52.
Orla mar?tima em condi??es normais, com uma estreita faixa
de areia utilizada pelos banhistas.
Momentos antes de elevar-se e atingir a costa, o tsunami, em
raz?o do grande comprimento de onda, pode provocar um
rebaixamento do n?vel do mar, que recua significativamente: a
diminui??o da velocidade na base da onda ? mais pronunciada
e o topo tende a tomar a dianteira em rela??o ? base.
As ondas gigantes avan?am sobre o continente.
Dependendo da magnitude do terremoto e da localiza??o do
epicentro, as consequ?ncias podem ser sentidas na outra
extremidade do oceano. Nesse mapa, vemos uma simula??o que
mostra o momento em que a onda chega ? Nova Zel?ndia, cerca de
13 horas ap?s a sua forma??o. Os tsunamis atingem at? 800 km/h
e, por isso, percorrem grandes dist?ncias em pouco tempo.
O epicentro do terremoto que provocou esse tsunami estava
pr?ximo ? costa do Chile, na outra extremidade do oceano Pac?fico.
Acima de 7: grande
poder de destrui??o.
De 5 a 7: perigoso,
sobretudo em ?reas
populosas.
De 3 a 5: moderado,
podendo causar alguns
danos em constru??es.
PEQUENA PROFUNDIDADE DO OCEANO
? medida que se aproximam do continente e o mar
fica mais raso, as ondas v?o desacelerando por causa
do atrito com o fundo, diminuindo de comprimento e
aumentando de altura (como longe da costa a
velocidade das ondas continua alta, as ondas se
juntam e a massa de ?gua se acumula).
comprimento da onda
altura da onda
Quando chegam ao litoral, as
ondas podem atingir mais de 10 m
de altura, com imenso volume de
?gua. A partir de ent?o, a ?gua
invade o continente e avan?a por
terra, destruindo quase tudo
por onde passa.
Fotos: DigitalGlobe/Nasa
Reprodução/NOAA
Ilustrações: Erika Onodera/Arquivo da editora
OCEANO
PAC?FICO
AUSTR?LIA
NOVA
ZEL?NDIA
AM?RICA
DO NORTE
Ilustrações: Erika Onodera/Arquivo da editora
A sequ?ncia de imagens
1, 2 e 3 mostra um trecho
da orla mar?tima de
Kalutara, no Sri Lanka, em
26 de dezembro de 2004,
quando o efeito de um
terremoto de magnitude
9.0, com epicentro na costa
oeste de Sumatra,
propagou-se por milhares
de quil?metros.
1
2
3
4 5 6 7
Estrutura geológica121
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4 As províncias geológicas
Brasil: estrutura geológica
Banco de imagens/Arquivo da editora
Ed Viggiani/Pulsar Imagens
Adaptado de: VASCONCELOS, Regina; ALVES FILHO, Ailton P.
Atlas geográfico ilustrado e comentado. S?o Paulo: FTD, 1999. p. 30.
Serra do Mar e praia
de Prumirim, em
Ubatuba (SP), 2014.
Os processos tect?nicos estudados con-
dicionam estruturas na superf?cie das terras
emersas do planeta. Elas podem ser classifi-
cadas em tr?s grandes províncias geológicas,
ou seja, ?reas com a mesma origem e forma-
??o geol?gica: escudos cristalinos, dobra-
mentos modernos e bacias sedimentares.
Os escudos cristalinos s?o encontrados
nas ?reas de consolida??o da crosta terres-
tre e comp?em sua forma??o mais antiga.
S?o constitu?dos por minerais n?o met?li-
cos (granito, ard?sia, quartzo,
argilas, etc.) e met?licos (ferro,
mangan?s, ouro, cobre, etc.), en-
contrados nos escudos datados
do Proterozoico e in?cio da Era
Paleozoica.
O Brasil, por exemplo, possui
36% da superf?cie de seu territ?rio
em estruturas de escudo cristalino.
Nos estados de Minas Gerais e do
Par? encontra-se grande concentra-
??o de recursos minerais met?licos. Observe o mapa
OCEANO
ATLÂNTICO
Equador ESCUDO DAS
GUIANAS
ESCUDO
DO BRASIL
CENTRAL
ESCUDO
ATLÂNTICO
BACIA
SEDIMENTAR
DO PARANÁ
BACIA
SEDIMENTAR
AMAZÔNICA
BACIA
SEDIMENTAR
DO MARANHÃO
DOBRAMENTOS-
-NORDESTE
DOBRAMENTOS-
-ATLÂNTICO
DOBRAMENTOS-
-BRASÍLIA
Predomínio de rochas
sedimentares
Cenozoico
(Quaternárias)
Paleozoico, Mesozoico
e Cenozoico (Terciárias)
Faixas de dobramentos
e coberturas de
plataforma
Embasamento em
estruturas complexas
Predomínio de rochas
cristalinas
Fanerozoico
Pré-Cambriano
Milhões
de
anos
1,63
570
700
+

4500
Trópico de Capricórnio
Equador

60º O
0 525 1
050
km
acima e note que os dobramentos fazem parte de es-
truturas cristalinas antigas. Apenas as formas do relevo
s?o recentes porque resultam de movimentos associa-
dos ? tect?nica de placas que se iniciou na Era Mesozoi-
ca. Esse movimento da crosta ocorreu associado aos
movimentos orogen?ticos da por??o oeste de nosso
continente, que soergueram as rochas, formando a cor-
dilheira dos Andes, e originaram v?rias falhas geol?gicas,
com consequente surgimento de escarpas de falhas, das
quais uma das mais evidentes ? a serra do Mar.
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Como vimos, em consequ?ncia da movimenta??o
das placas, a forma??o de grandes cadeias orog?nicas
ocorreu no in?cio do Per?odo Terci?rio (final da Era Me-
sozoica e in?cio da Cenozoica). Em rela??o ? hist?ria
geol?gica do planeta, essas ocorr?ncias s?o relativa-
mente recentes; por isso, convencionou-se denomin?-
-las dobramentos modernos ou dobramentos terciá-
rios. Tais cadeias, como a cordilheira dos Andes, a do
Himalaia, a dos Alpes e as montanhas Rochosas, apre-
sentam elevadas altitudes e forte instabilidade tect?-
nica e podem conter v?rios tipos de minerais met?licos
e n?o met?licos. O Brasil, por se localizar no meio da
placa tect?nica Sul-Americana, n?o possui dobramen-
tos modernos nem vulc?es ativos, e os abalos s?smicos
de maior intensidade s?o pouco frequentes no pa?s.
As bacias sedimentares s?o depress?es do relevo
preenchidas por fragmentos minerais de rochas erodidas
e por sedimentos org?nicos; estes ?ltimos, ao longo do
tempo geol?gico, podem transformar-se em combust?-
veis f?sseis. No caso de soterramentos ocorridos em
antigos mares e lagos, ambientes aqu?ticos ricos em
pl?ncton e algas, ? poss?vel encontrar petr?leo ? a pla-
taforma continental brasileira possui grandes dep?sitos
desse combust?vel. J? no caso do soterramento de anti-
gos p?ntanos e florestas, ricos em celulose, h? a possi-
bilidade de ocorr?ncia de carv?o mineral. No Brasil, esses
dep?sitos s?o pequenos e ocorrem principalmente na
regi?o Sul. A estrutura geol?gica das terras emersas bra-
sileiras ? constitu?da predominantemente por bacias
sedimentares, que recobrem 64% de sua superf?cie, on-
de podem ser encontrados petr?leo e carv?o mineral.
As principais reservas petrol?feras e carbon?feras
do planeta datam, respectivamente, das Eras Mesozoi-
ca (Per?odo Cret?ceo) e Paleozoica (Per?odo Carbon?fe-
ro). Nas bacias sedimentares ainda pode-se encontrar
o xisto betuminoso (rocha sedimentar que possui be-
tume em sua composi??o e da qual se extrai ?leo com-
bust?vel), al?m de v?rios recursos minerais n?o met?-
licos amplamente utilizados na constru??o civil, como
argila, areia e calc?rio.
Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens
Consulte o site da Sociedade Brasileira
de Geologia. Veja orientações na seção
Sugestões de leitura, filmes e sites.
Extra??o de petr?leo em po?o terrestre em Canto do Amaro, Mossor? (RN), 2012.
Estrutura geológica123
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Atividades
Compreendendo conteúdos
1. Descreva como se formam as rochas magm?ticas, metam?rficas e sedimentares.
2. Explique a teoria de Wegener sobre a deriva continental.
3. Explique a tect?nica de placas e relacione-a com a hip?tese da deriva continental.
4. Quais s?o as prov?ncias geol?gicas do planeta? Como elas se formaram?
5. Destaque a import?ncia econ?mica das diferentes prov?ncias geol?gicas para a obten??o de recursos minerais.
6. Caracterize a estrutura geol?gica do territ?rio brasileiro.
Desenvolvendo habilidades
7. Observe novamente o esquema que mostra o ?ano-Terra?, nas p?ginas 106 e 107, e responda: existe a possibilidade
de os seres humanos terem convivido com os dinossauros ao longo da hist?ria geol?gica do planeta, como aparece
em filmes de fic??o cient?fica? Justifique.
8. Releia a frase de Lavoisier, na p?gina 106. Quais exemplos de transforma??es geol?gicas em nosso planeta voc?
poderia citar para comprovar essa afirma??o?
9. Suponha que um determinado munic?pio esteja localizado em uma forma??o geol?gica de escudos cristalinos antigos.
O poder p?blico pretende estimular a pesquisa e o aproveitamento econ?mico dessa ?rea e montar um parque industrial.
a) Quais recursos minerais poderiam ser encontrados nesse tipo de forma??o geol?gica?
b) Quais ind?strias poderiam ser implantadas na hip?tese de se confirmar a exist?ncia de min?rios?
10. Compare esta fotografia
com a da abertura deste
cap?tulo e descreva as prin-
cipais diferen?as dos im-
pactos que podem ser cau-
sados nas duas situa??es.
Vulc?o submarino em erup??o
forma uma nova ilha na costa
de Nishinoshima, uma
pequena ilha desabitada, na
cadeia de ilhas Ogasawara, mil
quil?metros ao sul de T?quio,
no Jap?o. Foto de 2013.
Kyodo/Reuters/Latinstock
atenção!
Não escreva no seu livro!
124Capítulo 5
GGB_v1_PNLD2018_102a124_U2C05.indd 124 5/4/16 10:00 AM

Filipe Frazao/Shutterstock
Vista parcial de Ouro Preto (MG),
2015, onde ? f?cil perceber a
influ?ncia do relevo sobre a
organiza??o do munic?pio.
CAPÍTULO6
Estruturas
e formas do relevo
125
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V
ocê já pensou sobre como o relevo influencia as atividades agrícolas,
os sistemas de transporte e a malha urbana? E como ele influencia seu
dia a dia?
Na página anterior, vimos um
exemplo de cidade que se formou em
relevos íngremes; observe mais dois
exemplos dessa influência do relevo
na vida das pessoas. Todos eles evi-
denciam a interação entre a sociedade
e a natureza e a transformação do
meio ambiente pelo ser humano, e
também demonstram como o conhe-
cimento das características do relevo
é indispensável ao planejamento das
atividades rurais e urbanas.
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Cultivo de alimentos em terra?os
seguindo as curvas de n?vel, feitas
em Bali (Indon?sia), 2013.
Sioen Gerard/Alamy/Latinstock
Centro hist?rico de
Iguape (SP), 2014.
Capítulo 6126
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1 Geomorfologia
O relevo da superf?cie terrestre apresenta eleva??es
e depress?es de diversas formas e altitudes. ? constitu?do
por rochas e solos de diferentes origens, e in?meros pro-
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Cáucaso
Montes
Maoke
(5 030 m)
Jaya
ALPES
ATLAS
Montes Ellsworth
Montes Urais
ANTÁRTIDA
Trópico de Capricórnio


Trópico de Câncer
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
Círculo Polar Antártico
Círculo Polar Ártico
Equador
D
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DOS
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O
S
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IM
A
LAI
A
(5 892 m)
Quilimanjaro
(5 633 m)
Elbrus
(8 848 m)
Everest
(6 962 m)
Aconcágua
( 5 140 m)
Vinson
4 800 m
3 000 m
1 800 m
1 200 m
600 m
300 m
150 m
0 m
Altitudes Profundidades
–1 000 m
0 m
–2 000 m
–3 000 m
–4 000 m
–5 000 m
–6 000 m
–7 000 m
–8 000 m
Picos
0 2
280
4
560
km
Meridiano de Greenwich
cessos o modificam ao longo do tempo. A disciplina que
estuda a din?mica das formas do relevo terrestre ? a
geomorfologia. Observe o planisf?rio e as imagens a seguir.
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 33.
Os mapas que indicam altitude de relevo s?o
chamados mapas hipsom?tricos ? a hipsometria
? a t?cnica que representa as diferentes altitudes
da superf?cie por meio de uma varia??o de cores.
Em alguns mapas, o relevo submarino tamb?m ?
representado em diferentes tonalidades de azul.
Planisfério físico
G. Evangelista/Opção Brasil Imagens
Banco de imagens/Arquivo da editora
A fisionomia da paisagem terrestre ? extremamente variada,
como se pode observar nas fotos desta p?gina. Acima, o
cânion do rio São Francisco, na divisa entre os estados de
Sergipe, Alagoas e Bahia, em 2015; à direita, uma região
montanhosa na Patagônia (Argentina), em 2015. Esses s?o dois
exemplos de forma??es de relevo da superf?cie da Terra.
Mario Tama/Getty Images
Estruturas e formas do relevo127
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• Agentes externos, tamb?m chamados exógenos, atuam na mo-
delagem da crosta terrestre, transformando as rochas, erodindo
os solos e dando ao relevo o aspecto que apresenta atualmente.
Os principais agentes externos s?o naturais ? a temperatura, o
vento, as chuvas, os rios e oceanos, as geleiras, os microrganismos,
a cobertura vegetal ?, mas h? tamb?m a a??o crescente dos seres
humanos, como sugere o verso de Drummond ao tratar do pico
do Cau?, localizado em Itabira (MG), cidade natal do poeta.
W. Buss/DeAgostini/Getty Images
Monte Osorno (Chile), originado pelo
vulcanismo, um dos agentes internos que
alteram a paisagem terrestre. Foto de 2014.
Cada um de nós tem seu pedaço no pico do Cauê”
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), escritor brasileiro.
O relevo resulta da atua??o de agentes in-
ternos e externos na crosta terrestre.
• Agentes internos, tamb?m chamados endó-
genos, s?o aqueles impulsionados pela ener-
gia contida no interior do planeta. Como vi-
mos no cap?tulo anterior, esses fen?menos
deram origem ?s grandes forma??es geol?gi-
cas existentes na superf?cie terrestre e conti-
nuam a atuar em sua transforma??o.
Reprodução/Arquivo Público Mineiro, Belo Horizonte, MG.
Entre os agentes externos, destaca-se o ser humano. Minera??o,
aterramento, desmatamento, terraplenagem, canaliza??o e represamento
s?o exemplos de a??es humanas que alteram diretamente as formas do
relevo, como o que ocorreu com o pico do Cau? em Itabira, em decorr?ncia
de intensa minera??o. Veja na foto menor como era o pico na d?cada de
1970, e na maior, o local transformado em cratera, em 2014.
João Prudente/Pulsar Imagens
128
GGB_v1_PNLD2018_125a142_U2C06.indd 128 5/4/16 10:14 AM

As for?as externas naturais s?o, portanto, mode-
ladoras e atuam de forma cont?nua ao longo do tempo
geol?gico. Ao agirem na superf?cie da crosta, provocam
a eros?o e alteram o relevo por meio de suas tr?s fases:
intemperismo, transporte e sedimenta??o.
• Intemperismo: ? o processo de desagrega??o (intem-
perismo f?sico) e decomposi??o (intemperismo qu?mi-
co) sofrido pelas rochas. O principal fator de intempe-
rismo f?sico ? a varia??o de temperatura (dia e noite;
ver?o e inverno), que provoca dilata??o e contra??o
das rochas, fragmentando-as em formas e tamanhos
variados. J? o intemperismo qu?mico resulta, sobretu-
do, da a??o da ?gua sobre as rochas, provocando, com
o passar do tempo, uma lenta modifica??o na compo-
si??o qu?mica dos minerais. O intemperismo f?sico e o
intemperismo qu?mico atuam ao mesmo tempo, mas
dependendo das caracter?sticas clim?ticas um pode
atuar de maneira mais intensa que o outro.
• Transporte e sedimentação: o material intemperizado
? os fragmentos de rocha decomposta e o solo que
dela se origina (processo que veremos no Cap?tulo 7)
? est? sujeito ? erosão. Nesse processo, as ?guas e o
vento desgastam a camada superficial de solos e rochas,
removendo subst?ncias que s?o transportadas para
outro local, onde se depositam ou se sedimentam. O
material removido provoca altera??es nas formas do
relevo. O material que se deposita tamb?m modifica o
relevo, formando ambientes de sedimenta??o: fluvial
(rios), glaci?rio (gelo e neve), e?lico (vento), marinho
(mares e oceanos) e lacustre (lagos), entre outros.
A atua??o do intemperismo ? acentuada ou atenua-
da conforme caracter?sticas do clima, da topografia, da
biosfera, do tipo de material que comp?e as rochas ? os
minerais ? e do tempo de exposi??o delas ?s intemp?ries.
Os diferentes minerais apresentam maior ou menor re-
sist?ncia ? a??o do intemperismo e da eros?o. Em am-
bientes mais quentes e ?midos, o intemperismo
qu?mico ? mais intenso, enquanto em ambientes
mais secos predomina o intemperismo f?sico.
As rochas que comp?em os escudos cristalinos,
por serem de idades geol?gicas remotas, sofreram
por mais tempo a a??o do intemperismo e da eros?o,
o que se reflete em suas formas. As altitudes mo-
destas e as formas arredondadas, como nos montes
Apalaches (Estados Unidos), nos alpes Escandinavos
(Su?cia e Noruega), na serra do Espinha?o (Brasil) e
nos montes Urais (R?ssia), mostram a a??o desses
processos modeladores nas formas do relevo.
A exposi??o ao sol aquece as rochas
provocando sua dilata??o. Com a chuva e a
a??o das mar?s, h? queda brusca de
temperatura, o que provoca contra??o e
desagrega??o mec?nica de part?culas. Foto
de cost?o rochoso na ilha do Farol, em
Arraial do Cabo (RJ), em 2015.
A eros?o ? resultado da a??o de algum
agente, como chuva, vento, geleira, rio
ou oceano, que provoca o transporte de
material s?lido. Na foto de 2014, dunas
nos Len??is Maranhenses, em
Barreirinhas (MA), um exemplo da a??o
do vento (eros?o e?lica).
Vitor Marigo/Opção Brasil Imagens
Luca Atalla/Pulsar Imagens
Estruturas e formas do relevo129
GGB_v1_PNLD2018_125a142_U2C06.indd 129 5/4/16 10:14 AM

2 A classificação do relevo brasileiro
O territ?rio brasileiro possui uma grande diversi-
dade de formas e estruturas de relevo, como serras,
escarpas, planaltos, plan?cies, depress?es, chapadas,
tabuleiros, cuestas e muitas outras. Para entender a
diferen?a entre estrutura e forma de relevo, leia o tex-
to a seguir em Outras leituras.
Apesar de tentativas anteriores, somente na d?cada
de 1940 foi criada uma classifica??o dos compartimentos
do relevo brasileiro considerada mais coerente com a
geomorfologia do nosso territ?rio. Ela foi elaborada por
um dos primeiros professores do Departamento de
Geografia da Universidade de S?o Paulo (USP), o ge?gra-
fo e geomorf?logo Aroldo de Azevedo (1910-1974), que,
considerando as cotas altimétricas, definiu planaltos
como terrenos levemente acidentados, com mais de 200
metros de altitude, e plan?cies como superf?cies planas,
com altitudes inferiores a 200 metros. Essa classifica??o
divide o Brasil em sete unidades de relevo, com os planaltos
ocupando 59% do territ?rio e as plan?cies, os 41% restantes
? como se pode observar
na tabela ao lado, que apre-
senta os dados hipsom?tri-
cos de acordo com os inter-
valos de altitude.
Cota altim?trica: n?mero
que exprime a altitude de
um ponto em rela??o ao
n?vel do mar ou a outra
superf?cie de refer?ncia.
Consulte o site da Embrapa.
Veja orientações na seção
Sugestões de leitura, filmes e sites.
Outras leituras
Thiago Leite/Shutterstock
As estruturas e as formas do relevo brasileiro
O território brasileiro é formado por estruturas
geológicas antigas. Com exceção das bacias de sedi-
mentação recente, como a do Pantanal Mato-Grossen-
se, parte ocidental da bacia Amazônica e trechos do
litoral nordeste e sul, que são do Terciário e do Quater-
nário (Cenozoico), o restante das áreas tem idades geo-
lógicas que vão do Paleozoico ao Mesozoico, para as
grandes bacias sedimentares, e ao Pré-Cambriano
(Arqueozoico-Proterozoico), para os terrenos cristalinos.
No território brasileiro, as estruturas e as formações
litológicas são antigas, mas as formas do relevo são re-
centes. Estas foram produzidas pelos desgastes erosivos
que sempre ocorreram e continuam ocorrendo e, com
isso, estão permanentemente sendo reafeiçoadas [mu-
dando de forma]. Desse modo, as formas grandes e pe-
quenas do relevo brasileiro têm como mecanismo ge-
nético, de um lado, as formações litológicas e os arranjos
estruturais antigos, de outro, os processos mais recentes
associados à movimentação das placas tectônicas e ao
desgaste erosivo de climas anteriores e atuais. Grande
parte das rochas e estruturas que sustentam as formas
do relevo brasileiro é anterior à atual configuração do
continente sul-americano, que passou a ter o seu for-
mato depois da orogênese andina e da abertura do
oceano Atlântico, a partir do Mesozoico.
ROSS, Jurandyr L. S. Os fundamentos da geografia da natureza. In: ______
(Org.). Geografia do Brasil. 6. ed. S?o Paulo: Edusp, 2011. p. 45. (Did?tica 3).
Brasil: cotas altim?tricas (em metros)
Terras baixas 41,00%
0 a 100 24,09%
101 a 200 16,91%
Terras altas 58,46%
201 a 500 37,03%
501 a 800 14,68%
801 a 1 200 6,75%
?reas culminantes 0,54%
1 201 a 1 800 0,52%
Acima de 1 800 0,02%
Adaptado de: IBGE. Anuário estatístico do Brasil, 2006. Rio de Janeiro. p. 1-9.
Vista da chapada Diamantina
em Len??is (BA), 2014.
Capítulo 6130
GGB_v1_PNLD2018_125a142_U2C06.indd 130 5/4/16 10:14 AM

Em 1958, Aziz Ab’Sáber (1924-2012), tamb?m pro-
fessor e pesquisador do Departamento de Geografia
da USP, publicou um trabalho propondo altera??es nos
crit?rios de defini??o dos compartimentos do relevo.
A partir de ent?o, foram consideradas as seguintes de-
fini??es:
• Planalto: ?rea em que os processos de eros?o supe-
ram os de sedimenta??o.
• Planície: ?rea mais ou menos plana em que os pro-
cessos de sedimenta??o superam os de eros?o, inde-
pendentemente das cotas altim?tricas.
Adotando-se essa classifica??o geomorfol?gica, o
Brasil passa a apresentar dez compartimentos de rele-
vo e n?o sete (como havia sido proposto por Aroldo de
Azevedo). Na classifica??o de Ab?S?ber, os planaltos
correspondem a 75% da superf?cie do territ?rio e as
plan?cies, a 25%. Observe os mapas abaixo.
Note que em ambas as classifica??es o Brasil
apresenta dois grupos de planaltos. O maior deles foi
subdividido de acordo com as diferencia??es de
estrutura geol?gica e de formas de relevo encontradas
em seu interior. A plan?cie do Pantanal se mant?m
nas duas classifica??es. J? a chamada plan?cie Costeira
Mapas: Banco de imagens/Arquivo da editora
Adaptado de: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. 34. ed.
S?o Paulo: ?tica, 2013. p. 115.
pela classifica??o de Azevedo ? denominada plan?cies
e terras baixas Costeiras pela de Ab?S?ber. O mesmo
acontece com a plan?cie Amaz?nica, que passa a ser
denominada plan?cies e terras baixas Amaz?nicas (o
termo plan?cies se refere ?s v?rzeas dos rios, onde a
sedimenta??o ? intensa, e a express?o terras baixas,
aos baixos planaltos ou plat?s de estrutura geol?gi-
ca sedimentar).
Em 1989, Jurandyr Ross, outro professor e pesqui-
sador do Departamento de Geografia da USP, divulgou
uma nova classifica??o do relevo brasileiro, com base
nos estudos de Aziz Ab?S?ber e na an?lise de imagens
de radar obtidas no per?odo de 1970 a 1985 pelo Pro-
jeto Radambrasil.
Esse projeto consistiu em um mapeamento com-
pleto e minucioso do pa?s, no qual se desvendaram as
potencialidades naturais do territ?rio, como min?rios,
madeiras, solos f?rteis e recursos h?dricos. Observe no
mapa da p?gina 132 que, al?m dos planaltos e das pla-
n?cies, foi detalhado mais um tipo de compartimento:
a depress?o.
• Depressão: relevo aplainado, rebaixado em rela??o ao
seu entorno; nele predominam processos erosivos.
Adaptado de: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. 34. ed.
S?o Paulo: ?tica, 2013. p. 115.
Note que o planalto Central, o planalto
Atlântico e o planalto Meridional na
classificação de Azevedo correspondem ao
planalto Brasileiro na classificação de Ab’Sáber.
Classificação de Aroldo de Azevedo
OCEANO
ATLÂNTICO
Equador
0 680 1
360
km
OCEANO
PACÍFICO
Trópico de Capr
i
c
ó
r
n
i o
55º O

PLANALTO
DAS GUIANAS
PLANALTO
CENTRAL
PLANALTO
MERIDIONAL
PLANÍCIE DO
PANTANAL
PLANÍCIE
AMAZÔNICA
P
L
A
N
A
L
T
O

A
T
L
Â
N
T
I
C
O

P
L
A
N
Í
C
I
E

C
O
S
T
E
I
R
A

Planícies
Planaltos
Classificação de Aziz Ab’Sáber
OCEANO
ATLÂNTICO
Equador
OCEANO
PACÍFICO
Trópico de Capric
ó
r
n
i o
0 680 1
360
km
PLANALTO
DAS GUIANAS
PLANALTO
CENTRAL
PLANALTO BRASILEIRO
PLANALTO
NORDESTINO
PLANALTO DO
MARANHÃO-
-PIAUÍ
PLANALTO
URUGUAIO SUL-
-RIO-GRANDENSE
PLANÍCIE DO
PANTANAL
SERRAS E
PLANALTOS
DO LESTE E
SUDESTE
PLANÍCIES E TERRAS
BAIXAS AMAZÔNICAS
Planícies e
Terras Baixas
Planaltos
P
L
A
N
ÍC
IES
E
T
E
R
R
A
S

B
A
I
X
A
S
C
O
S
T
E
I
R
A
S

55º O

PLANALTO
MERIDIONAL
Estruturas e formas do relevo131
GGB_v1_PNLD2018_125a142_U2C06.indd 131 5/4/16 10:14 AM

OCEANO
ATLÂNTICO
Equador
OCEANO
PACÍFICO
Trópico de Capric
ó
r
n
i o
A
C DB
E F
1 -
2 -
3 -
4 -
5 -
6 -
7 -
8 -
9 -
10 -
11 -
12 -
13 -
14 -
15 -
16 -
17 -
18 -
19 -
20 -
21 -
22 -
23 -
24 -
25 -
26 -
27 -
28 -
Planície do rio Amazonas
Depressão da Amazônia Ocidental
Depressão Marginal Norte-Amazônica
Depressão Marginal Sul-Amazônica
Depressão do Araguaia
Depressão Cuiabana
Depressão do Alto Paraguai-Guaporé
Depressão do Miranda
Depressão Sertaneja e do São Francisco
Depressão do Tocantins
Depressão Periférica da Borda Leste
da Bacia do Paraná
Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense
Planalto da Amazônia Oriental
Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba
Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná
Planaltos e Chapadas dos Parecis
Planaltos Residuais Norte-Amazônicos
Planaltos Residuais Sul-Amazônicos
Planaltos e Serras do Atlântico-Leste-Sudeste
Planaltos e Serras de Goiás-Minas
Serras Residuais do Alto Paraguai
Planalto da Borborema
Planalto Sul-Rio-Grandense
Planície do rio Araguaia
Planície e pantanal do rio Guaporé
Planície e pantanal Mato-Grossense
Planície da lagoa dos Patos e Mirim
Planície e tabuleiros litorâneos
Planaltos
Bacias
sedimentares
Estruturas
cristalinas
e dobradas
antigas
Depressões
Planícies
0 490 980
km
55º O

Banco de imagens/Arquivo da editora
Classificação de Jurandyr L. S. Ross
Adaptado de: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.). Geografia do Brasil. S?o Paulo: Edusp, 2011. p. 54, 55 e 63. (Did?tica 3).
Os cortes esquemáticos
referentes às linhas AB, CD e
EF, indicadas aqui no mapa,
são apresentados nos perfis
topográficos abaixo.
PLANALTOS RESIDUAIS
NORTE-AMAZÔNICOS PLANALTOS RESIDUAIS
SUL- AMAZÔNICOS
PLANALTO DA AMAZÔNIA ORIENTAL
PLANÍCIE DO RIO AMAZONAS
Depressão Marginal
Norte-Amazônica
Depressão Marginal
Sul-Amazônica
Altitude (m)
3 000
2 000
1 000
0
Altitude (m)
3 000
2 000
1 000
0
PLANALTOS E CHAPADAS DA
BACIA DO PARNAÍBA PLANALTO DA BORBOREMA
Depressão Sertaneja
Tabuleiros
Litorâneos
Rio Parnaíba OCEANO
ATLÂNTICO
PLANALTOS E CHAPADAS DA
BACIA DO PARANÁ
PLANALTOS E SERRAS DO
ATLÂNTICO LESTE-SUDESTE
PLANÍCIE E PANTANAL
MATO-GROSSENSE
Depressão
Periférica
Rio Paraná
OCEANO
ATLÂNTICO
Altitude (m)
3 000
2 000
0
Perfis topográficos
Adaptado de: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.). Geografia do Brasil. S?o Paulo: Edusp, 2011. p. 54, 55 e 63. (Did?tica 3). Ilustra??es sem escala.
Ilustrações: Cassiano Röda/Arquivo da editora
Perfil norte-sul da Amazônia (AB)
Terrenos cristalinos
Terrenos sedimentares
Perfil oeste-leste da região Nordeste (CD)
Perfil oeste-leste das regiões Centro-Oeste e Sudeste (EF)
Capítulo 6132
GGB_v1_PNLD2018_125a142_U2C06.indd 132 5/4/16 10:14 AM

É importante destacar que cada nova classificação
não substitui completamente a anterior. Note,
comparando os mapas, que os limites dos comparti-
mentos não são muito diferentes entre si. Nessas três
classificações do relevo brasileiro, as áreas de
sedimentação situadas em maiores altitudes, ou seja, as
planícies encaixadas em compartimentos de planalto,
não aparecem. Isso ocorre porque a escala utilizada para
retratar o país inteiro em um único mapa é muito pe-
quena e, portanto, não permite um detalhamento que
mostre planícies pouco extensas. Por isso, o Vale do
Paraíba, uma bacia sedimentar localizada entre as ser-
ras do Mar e da Mantiqueira, não aparece nessas clas-
sificações, tratando-se, assim, de uma planície encaixada
no planalto Atlântico (Azevedo), nas serras e nos
planaltos do leste e sudeste (Ab’Sáber) ou nos planaltos
e nas serras do Atlântico Leste-Sudeste (Ross). O mesmo
ocorre com algumas outras formas de relevo, como as
escarpas e as cuestas, que estudaremos mais adiante
neste capítulo.
Agora, leia em Para saber mais a diferença entre
bacia sedimentar e planície.
Para saber mais
Bacia sedimentar 3 plan’cie
Não devemos confundir bacia sedimentar, denomi
-
nação que se refere à estrutura geológica, com planície,
que se refere à forma do relevo. A estrutura sedimentar
indica a origem, a formação e a composição de parte da
crosta, ocorrida ao longo do tempo geológico. Durante
sua formação, enquanto a sedimentação supera os pro-
cessos erosivos, a bacia sedimentar é sempre uma planície.
Trecho do Pantanal, em Mato Grosso do Sul, durante o per?odo das cheias, em 2014. Este ? um exemplo t?pico de plan?cie
em forma??o, uma vez que durante as inunda??es anuais ocorre intensa sedimenta??o.
Edson Sato/Pulsar imagens
No entanto, uma bacia sedimentar que no passado foi
uma planície pode estar atualmente sofrendo um proces-
so de erosão, de desgaste, e, portanto, corresponder a um
planalto ou a uma depressão, como as da Amazônia. Em
contrapartida, bacias sedimentares que hoje ainda estão
em processo de formação correspondem a planícies. Um
exemplo: a planície do Pantanal.
Estruturas e formas do relevo133
GGB_v1_PNLD2018_125a142_U2C06.indd 133 5/4/16 10:15 AM

Outras formas do relevo
Ao estudarmos as formas do relevo brasileiro, en-
contramos ainda outras categorias:
Escarpa: declive acentuado que aparece em bor-
das de planalto. Pode ser gerada por um movimen-
to tect?nico, que forma escarpas de falha, ou ser
modelada pelos agentes externos, que geram escar-
pas de eros?o.
Cuesta: forma de relevo que possui um lado com
escarpa abrupta e outro com declive suave. Essa dife-
ren?a de inclina??o ocorre porque os agentes externos
atuaram sobre rochas com resist?ncias diferentes.
Chapada: tipo de planalto cujo topo ? aplainado e
as encostas s?o escarpadas. Tamb?m ? conhecido como
planalto tabular.
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Andre Dib/Pulsar Imagens
Os estados da regi?o Centro-Oeste e a por??o oriental da
regi?o Nordeste possuem v?rias chapadas, como a chapada
Diamantina, na Bahia. Foto de 2015.
Paisagem de ?mar de morros?, em Extrema (MG), 2014, na
serra da Mantiqueira. As formas arredondadas indicam
predom?nio de eros?o pluvial.
Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens
Morro: em sua acep??o mais comum ? uma peque-
na eleva??o de terreno, uma colina. Em sua classifica??o
dos dom?nios morfoclim?ticos, Ab?S?ber destacou os
?mares de morros? (veja o mapa da p?gina 235).
Escarpa da cuesta de Botucatu (SP), em 2013.
Capítulo 6134
GGB_v1_PNLD2018_125a142_U2C06.indd 134 5/4/16 10:15 AM

Montanha: vimos no Cap?tulo 5 como os movi-
mentos orogen?ticos (enrugamento, dobra e soergui-
mento da crosta devido ? a??o das for?as end?genas)
deram origem ?s grandes cadeias montanhosas do
planeta. Os dobramentos modernos do Cenozoico s?o
o exemplo mais lembrado, pois s?o as maiores mon-
tanhas existentes, como os Andes e o Himalaia. No
Brasil n?o ocorreram dobramentos modernos, mas
sim dobramentos mais antigos que ao longo do tem-
po geol?gico foram modelados pelos processos ex?-
genos, dando origem a formas rebaixadas e desgas-
tadas (montanhas antigas), como o Monte Roraima e
as eleva??es dos planaltos e serras do Atl?ntico.
The Visual Explorer/Shutterstock
Monte Roraima, no Parque Nacional Canaima
(Venezuela), pr?ximo ? fronteira com o Brasil. Foto de
2015. Trata-se de um planalto que se originou do
desgaste de montanhas antigas.
Serra: esse nome ? utilizado para
designar um conjunto de formas varia-
das de relevo, como dobramentos anti-
gos e recentes, escarpas de planalto e
cuestas. Sua defini??o e uso n?o s?o
r?gidos, sofrendo varia??o de uma re-
gi?o para outra do pa?s.
Andre Dib/Pulsar Imagens
Andre Dib/Pulsar Imagens
Pedra do Ba?, na serra da Mantiqueira,
em S?o Bento do Sapuca? (SP), em 2015.
As serras da Mantiqueira e do Mar t?m
origem tect?nica e foram bastante
moldadas pelos agentes erosivos. Suas
escarpas originaram-se de falhas
geol?gicas, e nos planaltos, acima de
seus topos e abaixo das escarpas, ?
poss?vel encontrar os mares de morros.
Inselberg em Bu?que (PE), em 2014.
Algumas vezes, o topo dos
inselbergs ? recoberto por rochas
sedimentares, constituindo um
testemunho de que havia terrenos
mais elevados em seu entorno.
Inselberg (?monte ilha?, em
alem?o): sali?ncia no relevo en-
contrada em regi?es de clima
?rido e semi?rido. Sua estrutura
rochosa foi mais resistente ?
eros?o do que o material que
estava em seu entorno.
Estruturas e formas do relevo135
GGB_v1_PNLD2018_125a142_U2C06.indd 135 5/4/16 10:15 AM

Pensando no Enem
1.
As ?reas do planalto do cerrado ? como a
chapada dos Guimar?es, a serra de Tapirapu?
e a serra dos Parecis, no Mato Grosso, com
altitudes que variam de 400 m a 800 m ? s?o
importantes para a plan?cie pantaneira ma-
to-grossense (com altitude m?dia inferior a
200 m), no que se refere ? manuten??o do
n?vel de ?gua, sobretudo durante a estiagem.
Nas cheias, a inunda??o ocorre em fun??o
da alta pluviosidade nas cabeceiras dos rios,
do afloramento de len??is fre?ticos e da bai-
xa declividade do relevo, entre outros fatores.
Durante a estiagem, a grande biodiversidade
? assegurada pelas ?guas da calha dos prin-
cipais rios, cujo volume tem diminu?do, prin-
cipalmente nas cabeceiras.
CABECEIRAS amea?adas. Ciência Hoje.
Rio de Janeiro: SBPC. v. 42, jun. 2008 (adaptado).
A medida mais eficaz a ser tomada, visando à con-
servação da planície pantaneira e à preservação de
sua grande biodiversidade, é a conscientização da
sociedade e a organização de movimentos sociais
que exijam:
a) a criação de parques ecológicos na área do pantanal
mato-grossense.
b) a proibição da pesca e da caça, que tanto ameaçam
a biodiversidade.
c) o aumento das pastagens na área da planície, para
que a cobertura vegetal, composta de gramíneas,
evite a erosão do solo.
d) o controle do desmatamento e da erosão, principal
-
mente nas nascentes dos rios responsáveis pelo
nível das águas durante o período de cheias.
e) a construção de barragens, para que o nível das
águas dos rios seja mantido, sobretudo na estia-
gem, sem prejudicar os ecossistemas.
Resolução
Esse exerc?cio explica a forma como as diferen?as de al-
titude entre a plan?cie do Pantanal e as serras e planal-
tos que o circundam o tornam uma ?rea inund?vel. Trata
tamb?m de seu papel na manuten??o do n?vel das
?guas, tanto no per?odo chuvoso quanto no de estia-
gem. As agress?es ambientais que acontecem no entor-
no do Pantanal causam impacto direto em seu interior,
destacando-se a redu??o no volume de ?gua dispon?vel
e o assoreamento. Portanto, a alternativa correta ? a D.
2.
Nível d’água
Sulcos ou ravinas
Boçoroca
Zona temporariamente encharcada
TEIXEIRA, W. et al. (Org.). Decifrando a Terra.
S?o Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.
Muitos processos erosivos se concentram nas encos-
tas, principalmente aqueles motivados pela água e
pelo vento. No entanto, os reflexos também são sen-
tidos nas áreas de baixada, onde geralmente há ocu-
pação urbana.
Um exemplo desses reflexos na vida cotidiana de mui-
tas cidades brasileiras é:
a) a maior ocorrência de enchentes, já que os rios as-
soreados comportam menos água em seus leitos.
b) a contaminação da população pelos sedimentos
trazidos pelo rio e carregados de matéria orgânica.
c) o desgaste do solo nas áreas urbanas, causado pela
redução do escoamento superficial pluvial na encosta.
d) a maior facilidade de captação de água potável pa-
ra o abastecimento público, já que é maior o efeito
do escoamento sobre a infiltração.
e) o aumento da incidência de doenças como a ame-
bíase na população urbana, em decorrência do es-
coamento de água poluída do topo das encostas.
Resolução
A eros?o ? um processo constitu?do por tr?s etapas: in-
temperismo, transporte e sedimenta??o. As part?culas
das rochas s?o transportadas pelos agentes erosivos
(?gua das chuvas, rios, ventos e outros) para as partes
mais baixas do relevo e, quando o material sedimenta
nos rios, provocam assoreamento e maior ocorr?ncia de
enchentes. Portanto, a alternativa correta ? a A.
Considerando a Matriz de Refer?ncia do Enem, estas ques-
t?es trabalham a Compet?ncia de ?rea 6 ? Compreender a
sociedade e a natureza, reconhecendo suas intera??es
no espa?o em diferentes contextos hist?ricos e geogr?-
ficos, especialmente a habilidade H29 ? Reconhecer a
fun??o dos recursos naturais na produ??o do espa?o geo-
gr?fico, relacionando-os com as mudan?as provocadas
pelas a??es humanas.
Capítulo 6136
GGB_v1_PNLD2018_125a142_U2C06.indd 136 5/4/16 10:15 AM

3 O relevo submarino
Assim como a superf?cie dos continentes, o fundo
do mar possui formas variadas, resultantes da a??o de
agentes internos e do intenso intemperismo qu?mico.
Como as terras submersas n?o sofrem a a??o dos agen-
tes atmosf?ricos, o ?nico agente externo que atua na
modelagem do relevo submarino ? o movimento das
?guas ? a a??o humana, embora existente, ? muito li-
mitada, como no caso da explora??o de petr?leo. Esse
movimento ocorre por uma associa??o de diversos
fatores, como ventos, a??o do Sol, da Lua, da tempera-
tura e da salinidade.
Os principais componentes do relevo submarino
s?o:
• Plataforma continental: ? a continua??o da estrutura
geol?gica do continente abaixo do n?vel do mar. Com-
posta predominantemente de rochas sedimentares, ?
relativamente plana. Por ter profundidade m?dia de
200 metros, recebe luz solar, o que propicia o desenvol-
vimento de vegeta??o marinha e muitas esp?cies ani-
mais. As plataformas continentais s?o ?reas favor?veis
? explora??o de petr?leo e g?s natural. Suas ilhas s?o
chamadas de costeiras e podem ser de origem vulc?ni-
ca, sedimentar ou biol?gica (como ? o caso dos at?is).
• Talude: ? a borda da plataforma continental, mar-
cada por um desn?vel abrupto de at? 2 mil metros,
na base do qual se encontram a crosta continental
e a oce?nica.
Quando o talude se localiza em ?rea de encontro
de placas convergentes, ocorre a forma??o de fossas
marinhas, como podemos observar na figura abaixo, ?
esquerda, que mostra a margem continental ocidental
sul-americana.
• Região pelágica (ou abissal): corresponde ? crosta
oce?nica propriamente dita, que ? mais densa e
geo-logicamente distinta da crosta continental.
Nessa regi?o h? diversas formas de relevo, como
depress?es (chamadas bacias), dorsais, montanhas
tect?nicas, planaltos e fossas ma-
rinhas. As ilhas a? existentes
s?o chamadas ilhas oce?-
nicas, como Fernando
de Noronha, de ori-
gem vulc?nica, e
o atol das Rocas,
de origem bio-
l?gica.
Margem continental oriental
sul-americana, no oceano Atlântico.
Na costa leste da América do Sul, as crostas
continental e oceânica pertencem à mesma
placa tectônica, chamada Sul-Americana.
Margem continental ocidental sul-americana, no oceano
Pacífico. Na costa oeste da América do Sul, o encontro das
crostas oceânica e continental coincide com o encontro
das placas Sul-Americana e de Nazca.
CORDILHEIRA DOS ANDES
Ilustrações: Luís Moura/Arquivo da editora
Adaptado de: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.). Geografia do
Brasil. S?o Paulo: Edusp, 2011. p. 31. (Did?tica 3).
Adaptado de: BRASIL. Marinha do Brasil. Secretaria da Comiss?o
Interministerial para os Recursos do Mar. Dispon?vel em: <www.secirm.
mar.mil.br/inindex.htm>. Acesso em: 10 mar. 2015.
crosta oceânica
ilustração esquemática ilustração esquemática
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
plataforma
continental
talude
continental
fossa submarina
crosta
continental
crosta oceânica
plataforma
continental
elevação
talude
continental
região pelágica
manto
crosta
continental
J
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CORDILHEIRA DOS ANDES
Estruturas e formas do relevo137
GGB_v1_PNLD2018_125a142_U2C06.indd 137 5/4/16 10:15 AM

Amazônia Azul – o patrimônio brasileiro no mar
O Direito do Mar
[...] O desenvolvimento da tecno-
logia marinha permitiu a descoberta
nas ?guas, no solo e no subsolo mari-
nhos de recursos naturais de impor-
t?ncia capital para a humanidade. A
descoberta de tais recursos fez au-
mentar a necessidade de delimitar os
espa?os mar?timos em rela??o aos
quais os Estados costeiros exercem
soberania e jurisdi??o.
[...]
A Conven??o das Na??es Unidas
sobre o Direito do Mar (CNUDM) est?
em vigor desde novembro de 4 e
constitui-se, segundo analistas internacionais, no maior empreendimento normativo no ?mbito das Na??es
Unidas, legislando sobre todos os espa?os mar?timos e oce?nicos, com o correspondente estabelecimento
de direitos e deveres dos Estados que t?m o mar como fronteira.
Trata-se de uma imensa regi?o, com cerca de , milh?es de km
2
. Ap?s serem aceitas as recomenda??es
da CLPC [Comiss?o de Limites da Plataforma Continental], os espa?os mar?timos brasileiros poder?o atingir
cerca de 4, milh?es de km
2
, equivalentes a mais de 0% da extens?o territorial do Brasil.
Por seus incomensur?veis recursos naturais e grandes dimens?es, essa ?rea ? chamada de Amaz?nia Azul.
Conceitos importantes
No que concerne aos espa?os mar?timos, todo Estado costeiro tem o direito de estabelecer um Mar Terri-
torial de at? 2 milhas n?uticas (cerca de 22 km), uma Zona Econ?mica Exclusiva (ZEE) e uma Plataforma
Continental (PC) estendida, cujos limites exteriores s?o determinados pela aplica??o de crit?rios espec?ficos.
Outras leituras
A PC ? o prolongamento natural
da massa terrestre de um Estado cos-
teiro. Em alguns casos, ela ultrapassa
a dist?ncia de 200 milhas da ZEE. Pela
Conven??o sobre o Direito do Mar, o
Estado costeiro pode pleitear a exten-
s?o da sua Plataforma Continental at?
o limite de 0 milhas n?uticas
(48 km), observando-se alguns par?-
metros t?cnicos. ? o caso do Brasil, que
apresentou ?s Na??es Unidas, em se-
tembro de 2004, o seu pleito de exten-
s?o da PC brasileira.
Adaptado de: BRASIL. Marinha do Brasil.
Dispon?vel em: <www.mar.mil.br/en/REVISTA_
VILLEGAGNON_2010_Suplemento_Ano_V.pdf>.
Acesso em: 3 jul. 2015.
Adaptado de: BRASIL. Marinha do Brasil. Secretaria da Comiss?o Interministerial
para os Recursos do Mar. Dispon?vel em: <www.mar.mil.br/en/REVISTA_
VILLEGAGNON_2010_Suplemento_Ano_V.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2015.
Luís Moura/Arquivo da editora
*1 milha n?utica equivale a 1 852 km.
mar territorial
(12 milhas)*
Zona Econômica
Exclusiva (ZEE)
(200 milhas) plataforma
continental
plataforma
planície
abissal
talude
continental
elevação
crosta
continental
Crosta oceânica
OCEANO
ATLÂNTICO
Limites do mar
Amazônia Azul
Banco de imagens/Arquivo da editora
Arquipélago
de São Pedro
e São Paulo
Arquipélago
de Fernando
de Noronha
Ilha de
Trindade e
Arquipélago
Martim
Va z
Equador
Trópico de Capricórnio
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
0 650 1
300
km

55º O
Brasil Área/distância
Território
Mar territorial
8500000 km
2
12 milhas
Zona Econômica
Exclusiva (ZEE)
3500000 km
2
Extensão da plataforma
continental
911000 km
2
Amazônia Azul
(ZEE + Extensão da
plataforma continental)
4 411 000 km
2
Capítulo 6138
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4 Morfologia litor‰nea
Na faixa de contato do continente com o ocea-
no – o litoral –, o movimento constante da água do
mar exerce forte ação construtiva ou destrutiva nas
formas de relevo. Atuando no intemperismo, trans-
porte e sedimentação de partículas orgânicas e
minerais, a dinâmica das correntes marinhas, das
ondas e das marés é responsável pela formação de
praias, mangues e cordões arenosos chamados
restingas.
A mais notável ação erosiva do movimento das águas
oceânicas no litoral é a que origina as falésias, paredões
resultantes do impacto das ondas diretamente contra
formações rochosas cristalinas ou sedimentares (conhe-
cidas como barreiras), comuns no nordeste brasileiro.
Da morfologia litorânea, podemos destacar:
• Barra: saída de um rio, canal ou de uma lagoa para o
mar aberto, onde ocorrem intensa sedimentação e
formação de bancos de areia ou de outros detritos.
ondas e das marés é responsável pela formação de
Barra: saída de um rio, canal ou de uma lagoa para o
ondas e das marés é responsável pela formação de
praias, mangues e cordões arenosos chamados
restingas.
• Barra: saída de um rio, canal ou de uma lagoa para o
mar aberto, onde ocorrem intensa sedimentação e
formação de bancos de areia ou de outros detritos.
Barra da Lagoa, em
Florian?polis (SC), em 2014.
Este canal faz a liga??o da
lagoa da Concei??o com o
oceano. Note que foram
colocadas pedras na margem
esquerda da barra para evitar
a sedimenta??o de areia e
facilitar a entrada e a sa?da
de embarca??es.
Fal?sias em Jequi? da
Praia (AL), 2015.
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Cadu Rolim/FotoarenaCadu Rolim/Fotoarena
139
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Vitor Marigo/Tyba
A lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro (RJ),
? uma lagoa costeira formada por uma restinga,
sobre a qual tamb?m se formaram as praias e
se desenvolveram os bairros do Leblon e de
Ipanema (ao fundo). Foto de 2015.
• Saco, baía e golfo: assemelham-se a um arco quase
fechado que se comunica com o oceano. O que mu-
da ? o tamanho: o saco ? o menor (medido em me-
tros) e a ba?a tem tamanho intermedi?rio, como a
famosa ba?a da Guanabara, no Rio de Janeiro. O
golfo, como ? o maior (medido em quil?metros; ve-
ja o mapa ao lado), pode conter sacos e ba?as em
seu interior. Ao longo do tempo, a comunica??o de
sacos e ba?as com o oceano pode ser diminu?da por
causa da constitui??o de uma restinga. Se essa res-
tinga continuar a aumentar, pode ocorrer fecha-
mento do arco, formando-se uma lagoa costeira.
MÉXICO
AMÉRICA
CENTRAL
Golfo do
México
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Mar do Caribe
Península da
Flórida
Península
de Iucatã
ESTADOS UNIDOS
0 465 930
km
Trópico de Câncer
90º O
Banco de imagens/Arquivo da editora
Golfo do México e penínsulas
de lucatã e da Flórida
O golfo do M?xico ? delimitado por duas
pen?nsulas: a de Iucat? e a da Fl?rida.
• Ponta, cabo e península: s?o for-
mas de relevo que avan?am do
continente para o oceano. A di-
feren?a entre elas ? a dimens?o:
pontas s?o menores que cabos
(foto ao lado), que, por sua vez,
s?o menores que pen?nsulas
(mostradas no mapa acima).
John Meek/The Art Archive/Agência France-Presse
Cabo da Boa Esperan?a
(?frica do Sul), em 2014.
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 36.
Capítulo 6140
GGB_v1_PNLD2018_125a142_U2C06.indd 140 5/4/16 10:15 AM

• Enseada: praia com formato de arco.
Por possuir configuração aberta, dife-
rencia-se do saco, cuja configuração é
bem mais fechada.
Palê Zuppani/Pulsar Imagens
Alguns fiordes avan?am cerca de 30 km para o
interior dos continentes. Seu leito tem forma de ?U?,
assim como os vales glaciais, que resultam da eros?o
glacial. Na foto, fiorde na Noruega, em 2015.
Enseada da praia do P?ntano do
Sul, em Florian?polis (SC), 2014.
Hans Von Manteuffel/Pulsar Imagens
mihaiulia/Shutterstock
• Recife: barreira próxima à praia que diminui
ou bloqueia o movimento das ondas. Pode
ser de origem biológica, quando constituída
por carapaças de animais marinhos, ou
arenosa, quando formada por uma restinga
que se consolida em rocha sedimentar.
Observe a foto ao lado.
• Fiordes: profundos corredores que foram
cavados pela erosão glacial e posterior-
mente rebaixados, o que provocou a in-
vasão das águas do mar. Formaram-se em
regiões litorâneas de latitudes elevadas
que ficaram recobertas por gelo durante
as glaciações, como as costas da Noruega
e do sul do Chile, entre outras.
Praia de Boa Viagem, em Recife (PE), em 2014. Na foto, podemos
observar os recifes de arenito que originaram o nome da capital de
Pernambuco.
141
GGB_v1_PNLD2018_125a142_U2C06.indd 141 5/4/16 10:15 AM

Compreendendo conteúdos
1. Explique o que s?o e como se originam as formas do relevo.
2. Qual ? a diferen?a entre estrutura e forma de relevo?
3. Defina planalto, plan?cie e depress?o.
4. O que ? plataforma continental? Qual ? a sua import?ncia econ?mica?
Desenvolvendo habilidades
5. Leia novamente as p?ginas 125 e 126, observe as fotografias e responda no caderno:
a) Como o relevo pode influenciar a organiza??o e a distribui??o de diversas atividades humanas? D? exemplos.
b) Com base no que voc? estudou neste cap?tulo e em seus conhecimentos, elabore uma hip?tese para explicar de
que forma o relevo condiciona o tra?ado e o custo de constru??o de rodovias e ferrovias.
6. Observe abaixo a fotografia de Maric? (RJ) e escreva, em seu caderno, o nome das formas de relevo que est?o pre-
sentes na imagem.
Atividades
Ricardo Azoury/Pulsar Imagens
Maric?, no Rio de Janeiro (RJ),
em 2015.
ATENÇÃO!
Não escreva no seu livro!
142
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Rogerio Reis/Tyba
Solo exposto ap?s deslizamento
de encosta no munic?pio de Nova
Igua?u (RJ), em 2014.
143
Solos
CAPÍTULO7
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A mais alta das torres começa no solo.”
Provérbio chinês
A
V
ocê já pensou na importância do solo para a humanidade e outros seres
vivos? É nele que:
• a maioria das plantas fixa suas raízes e obtém a água, o ar e os nutrientes
utilizados no processo de fotossíntese;
• a água é armazenada, originando as nascentes formadoras dos rios e lagos
que abastecem as cidades;
• fazemos o alicerce de nossas construções, como nos lembra o provérbio
chinês citado acima.
O solo é, portanto, um importante recurso natural, que apresenta várias
possibilidades de exploração econômica, o que torna sua preservação muito
importante para a manutenção do equilíbrio socioambiental.
Mario Friedlander/Pulsar Imagens
Garimpo em Pocon? (MT), em
2014, um tipo de explora??o
do solo que causa grandes
agress?es ambientais.
Capítulo 7144
GGB_v1_PNLD2018_143a154_U2C07.indd 144 5/4/16 10:59 AM

1 A forma•‹o do solo
Os diferentes conceitos de solo est?o relacionados
?s atividades humanas que nele se desenvolvem e ?s
ci?ncias que o estudam. Para a mineração, solo ? um
detrito que deve ser removido e separado dos minerais
explorados. Para algumas ci?ncias, como a Ecologia,
? um sistema vivo, composto de part?culas minerais
e org?nicas, que possibilita o desenvolvimento de di-
versos ecossistemas. Para a Geografia, em particular
a Pedologia, o solo cor-
responde ? parte natural
e integrada ? paisagem
que d? suporte ?s plantas
que nele se desenvolvem.
Finalmente, a Agronomia define solo como um meio
natural no qual o ser humano cultiva plantas, interes-
sando-se pelas caracter?sticas ligadas ? produ??o
agr?cola.
O solo ? formado, num processo cont?nuo, pela
desagrega??o f?sica e decomposi??o qu?mica das ro-
chas. Quando expostas ? atmosfera, as rochas sofrem
a a??o direta do calor do Sol e da ?gua da chuva, entre
outros fatores, que modificam os aspectos f?sicos delas
e a composi??o qu?mica dos minerais que as comp?em.
Em outras palavras, as rochas sofrem a a??o dos intem-
perismos f?sico e qu?mico, j? tratados no Cap?tulo 6. Em
regi?es tropicais ?midas, s?o necess?rios, em m?dia,
cem anos para a forma??o de uma camada de apenas
1 cent?metro de solo. Em ?reas de clima frio e seco, es-
se per?odo ? ainda maior.
O solo se organiza em camadas com caracter?sticas
diferentes, denominadas horizontes, como se pode
perceber ao observar a figura ao lado.
Essa figura representa, de forma bastante esque-
m?tica, um perfil de solo bem desenvolvido, ou seja,
a vis?o que se obt?m das diferentes camadas por meio
de um corte vertical no terreno. Observe que os hori-
zontes s?o identificados por letras e v?o se diferencian
-
do cada vez mais da rocha-m?e (camada R) ? medida
que aumenta sua dist?ncia em rela??o a ela.
Ao processo que origina os solos e seus horizontes
d?-se o nome de pedogênese (do grego pedon, ?solo?, e
genesis, ?origem?).
Os horizontes O, A, E e B s?o os mais importantes
para a agricultura dada a sua fertilidade: quanto
mais equilibrada for a disponibilidade de certos ele-
mentos qu?micos, como o pot?ssio, o nitrog?nio, o
Pedologia: ci?ncia que
estuda a forma??o, o de-
senvolvimento e a com-
posi??o dos solos.
O
Horizonte orgânico
(em decomposição)
A
Horizonte mineral
com acúmulo de
húmus
E
Horizonte claro de
máxima remoção
de argila e/ou
óxidos
de ferro
B
Horizonte de
máxima expressão
de cor e agregação
ou de concentração
de materiais
removidos
de A e E
C
Material
inconsolidado de
rocha alterada,
em processo de
intemperismo
R
Rocha não alterada
Adaptado de: LEPSCH, Igo F. Solos: forma??o e conserva??o. 2. ed.
S?o Paulo: Oficina de Textos, 2010. p. 31.
Cassiano Röda/Arquivo da editora
s?dio, o ferro e o magn?sio, maior ? sua fertilidade
e seu potencial de produtividade agr?cola. Esses ho-
rizontes tamb?m s?o importantes para o ecossiste-
ma, por causa da densidade e variedade de vida em
seu interior (por exemplo, minhocas, formigas e mi-
crorganismos).
Solos145
GGB_v1_PNLD2018_143a154_U2C07.indd 145 5/4/16 10:59 AM

O processo de formação dos solos, assim como a
erosão, é modelador do relevo, como vimos no capítulo
anterior. Ao longo do tempo geológico, as rochas que
sofreram intemperismo vão se transformando em solo
e a sua porosidade permite a penetração de ar e água,
criando condições favoráveis para o desenvolvimento
de organismos vegetais e animais, bem como de micror-
ganismos. Com o tempo, esses organismos aceleram a
ação de reações químicas, que também provocam in-
temperismo, e vão fornecendo a matéria orgânica que
participa da composição do solo, aumentando cada vez
mais sua fertilidade. O solo é, portanto, constituído de:
• Partículas minerais: apresentam composição e tama-
nhos diferentes, dependendo da rocha que lhe deu ori-
gem. Quanto ao tamanho, as partículas podem ser clas-
sificadas em frações: argila, silte, areia fina, areia grossa
e cascalho (variando do menor ao maior tamanho).
• Matéria orgânica: formada por restos vegetais e ani-
mais não decompostos e pelo produto desses restos
depois de decompostos por microrganismos. O pro-
duto resultante dessa decomposição é o húmus.
• Água: fica retida por tempo determinado nos poros do
solo. Sua reposição é feita, principalmente, pela chuva
ou pela irrigação. A água do solo contém sais minerais,
oxigênio e gás carbônico, constituindo um importante
meio para fornecer nutrientes aos vegetais.
• Ar: ocupa os poros do solo não preenchidos pela
água. É essencial para as plantas, que absorvem oxi-
gênio pelas raízes; além disso, em abundância, favo-
rece a produção de húmus.
Fatores de formação dos solos
O tipo de rocha matriz, o clima, o relevo, os orga-
nismos e a ação do tempo são os fatores determinan-
tes para a origem e evolução dos solos.
• Rocha matriz: sob as mesmas condições climáticas,
cada tipo de rocha exposta ao intemperismo dá ori-
gem a um tipo de solo diferente, dependendo de sua
constituição mineralógica. Assim, os solos podem se
desenvolver de rochas ígneas ou metamórficas cla-
ras, como os granitos e os quartzitos; de rochas íg-
neas escuras, como o basalto; de sedimentos conso-
lidados, como os arenitos e as rochas calcárias; e de
sedimentos não consolidados, como as dunas de
areia e cinzas vulcânicas. Se a rocha matriz for o are-
nito, por exemplo, podem surgir solos arenosos; se o
arenito tiver pouca concentração de calcário, o solo
será quimicamente pobre.
Solo conhecido como terra roxa, formado pelo intemperismo de basalto, em Santa Cruz
do Rio Pardo (SP), em 2015. A palavra ?roxa? deriva do italiano rossa, que significa
?vermelha?. ?Terra rossa? era como os imigrantes denominavam esse solo avermelhado.
Marcos Amend/Pulsar Imagens
Porosidade: porcentagem de espaços vazios nos solos, em
relação ao seu volume total.
Húmus: matéria orgânica resultante da decomposição de
plantas e animais. É encontrado na parte superficial do solo
e lhe confere uma cor escura. Pela sua riqueza em nutrientes,
garante fertilidade aos solos que o contêm, sendo funda-
mental para o crescimento das plantas.
146
GGB_v1_PNLD2018_143a154_U2C07.indd 146 5/4/16 10:59 AM

• Clima: a temperatura e a umidade regulam a veloci-
dade, a intensidade, o tipo de intemperismo das ro-
chas, a distribui??o e o deslocamento de materiais
ao longo do perfil do solo. Quanto mais quente e
?mido for o clima, mais r?pida e intensa ser? a de-
composi??o das rochas, pois o aumento da tempera-
tura e da umidade acelera a velocidade das rea??es
qu?micas. Solos de climas tropicais s?o mais profun-
dos que de climas temperados (menos quentes) e
?ridos (menos ?midos).
• Relevo: com suas diferentes formas, proporciona
desigual distribui??o de ?gua da chuva, de luz e de
calor, al?m de favorecer ou n?o os processos de
eros?o. As diferen?as topogr?ficas facilitam, por
exemplo, o ac?mulo de ?gua das chuvas em ?reas
mais baixas e c?ncavas e aceleram a velocidade de
escoamento dela em vertentes ?ngremes. As ver-
tentes mais expostas ? insola??o tornam-se mais
quentes e secas do que outras faces menos ilumi-
nadas, que, no hemisf?rio sul, est?o voltadas pre-
dominantemente para a dire??o sul. Observe a
ilustra??o abaixo.
Nas ?reas de declividade acentuada, os solos s?o
mais rasos porque a alta velocidade de escoamento
Luís Moura/Arquivo da editora
Adaptado de: TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). Decifrando a Terra. 2. ed. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2009. p. 225.
Influência da topografia na intensidade do intemperismo
das ?guas diminui a infiltra??o; assim, a ?gua fica
pouco tempo em contato com as rochas, diminuindo
a intensidade do intemperismo. Al?m disso, o material
decomposto ou desagregado ? rapidamente transpor-
tado para as baixadas ? por isso, no pico de serras e
de montanhas, a rocha costuma ficar exposta, sem
nenhum recobrimento.
• Organismos: compreendem os microrganismos
(bact?rias, algas e fungos), que s?o decompositores,
e os vegetais e animais. Todos s?o agentes de con-
serva??o do solo. J? o ser humano, por exemplo,
pode degradar ou conservar o solo, dependendo do
uso que faz dele.
• Tempo: per?odo de exposi??o da rocha matriz ?s con-
di??es da atmosfera. Solos jovens s?o geralmente
mais rasos que os velhos.
Boa infiltração e boa
drenagem favorecem o
intemperismo químico.
Boa infiltração e má
drenagem desfavorecem o
intemperismo químico.
Má infiltração e má
drenagem desfavorecem o
intemperismo químico e
favorecem a erosão.
Solos147
GGB_v1_PNLD2018_143a154_U2C07.indd 147 5/4/16 10:59 AM

2 Conservação dos solos
A perda anual de milhares de toneladas de solos
agricult?veis, sobretudo em consequ?ncia da eros?o, ?
um dos mais graves problemas ambientais, que abrange
as maiores ?reas na superf?cie terrestre. A principal cau-
sa da eros?o, notadamente em pa?ses de clima tropical,
? a retirada total da vegeta??o (muitas vezes feita por
meio de queimadas) para implanta??o de culturas agr?-
colas e pastagens. Por?m, a quantidade de solo que se
perde com a eros?o varia de acordo com o uso da terra.
Observe o esquema a seguir.
Douglas Galindo/Arquivo da editora
Solo erodido
Mata
Pastagem
Cafezal
Algodoal
4 kg/ha/ano
700 kg/ha/ano
1 100 kg/ha/ano
38 000 kg/ha/ano
Perdas de solo
Adaptado de: LEPSCH, Igo F. Solos: forma??o e conserva??o. 2. ed.
S?o Paulo: Oficina de Textos, 2010. p. 198.
Agricultura em terra?os em Ha Giang (Vietn?), 2015.
Phuong-Thao/Shutterstock
Caso predomine a eros?o h?drica, quanto maiores
a velocidade de escoamento e o volume de ?gua, maior
a capacidade de transportar material em suspens?o;
quanto menor a velocidade, mais intensa a sedimen-
ta??o e menor a intensidade da eros?o. Por sua vez, a
velocidade e o volume do escoamento dependem da
declividade do relevo, da quantidade e intensidade das
chuvas, da densidade da cobertura vegetal e do tipo de
solo ? fatores que podem facilitar ou dificultar a infil-
tra??o, conforme visto anteriormente.
Toda atividade agr?cola provoca a degrada??o dos
solos ao longo do tempo, mas a intensidade varia, de-
pendendo do tipo de cultura e das t?cnicas utilizadas
(uso de agroqu?micos, espa?amento entre fileiras, co-
bertura do solo, pr?tica de queimadas, entre outras).
Algumas pr?ticas possibilitam a quebra da veloci-
dade de escoamento das ?guas das chuvas e conse-
quentemente diminuem a eros?o. S?o elas:
• Terraceamento: consiste em fazer cortes nas super-
f?cies ?ngremes para formar degraus ? terra?os. Esse
procedimento possibilita a expans?o das ?reas agr?-
colas em regi?es montanhosas e populosas; por isso,
? muito comum em pa?ses asi?ticos, como China,
Jap?o, Tail?ndia e Filipinas, entre outros, como se po-
de observar na imagem abaixo.
Capítulo 7148
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• Curvas de nível: pr?tica que consiste em arar o solo
e depois seme?-lo seguindo as cotas altim?tricas do
relevo (curvas de n?vel ou iso?psas, que estudamos
na Unidade 1), o que por si s? j? reduz a velocidade
de escoamento superficial da ?gua da chuva. Para
reduzi-la ainda mais, ? comum a constru??o de obs-
t?culos no terreno, esp?cie de lombadas, com terra
retirada dos pr?prios sulcos resultantes da ara??o.
Com esse m?todo simples, a perda de solo agricult?-
vel ? sensivelmente reduzida.
• Cultivo de árvores: em regi?es onde os ventos s?o
fortes e a eros?o e?lica ? intensa, podem-se plantar
?rvores em linha para formar uma barreira que quebre
sua velocidade e, consequentemente, reduza sua ca-
pacidade erosiva.
• Associação de culturas: em cultivos que deixam boa
parte do solo exposta ? eros?o (como algod?o e caf?),
? comum plantar, entre uma fileira e outra, esp?cies
leguminosas (feij?o, por exemplo), que recobrem bem
o terreno. Al?m de reduzir
a eros?o, essa pr?tica fa-
vorece o equil?brio org?ni-
co do solo. Observe a foto-
grafia no final da p?gina.
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Cultivo de caf? seguindo
as curvas de n?vel, em Alto
Capara? (MG), em 2015.
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
Planta??o de
mandioca, milho e
leguminosas em
Cunha Por? (SC), 2015.
Consulte o site da Embrapa,
onde você encontra a
Unidade de Pesquisa Embrapa
Solos. Veja orientações na
seção Sugestões de leitura,
filmes e sites.
Solos149
GGB_v1_PNLD2018_143a154_U2C07.indd 149 5/4/16 11:00 AM

Thomaz Vita Neto/Pulsar Imagens
Trator sulcando a terra e fazendo
aduba??o para o plantio de cana
em S?o Sim?o (GO), em 2014.
Fertilidade do solo
Alguns cuidados podem manter ou até mesmo me-
lhorar a fertilidade do solo, o que contribui para sua
conservação. Dentre os mais importantes, destacam-se:
• adequar as culturas aos tipos de solo, respeitando
seu limite, sua possibilidade de uso;
• adubar o solo, tanto para corrigir uma deficiência de
nutrientes como para repor o que o cultivo retira dele;
• revezar culturas, já que cada uma delas tem exigên-
cias diferentes em relação aos nutrientes do solo.
Organizado pelos autores. Luís Moura/Arquivo da editora
Para saber mais
Erosão e equilíbrio ambiental
Segundo o Novo dicionário geológico-geomorfoló-
gico, o termo erosão significa, sob o ponto de vista da
Geologia e da Geografia, ?a realização de um conjunto
de ações que modelam uma paisagem?.
O pedólogo e o agrônomo, porém, consideram esse ter-
mo apenas do ponto de vista da destruição dos solos. Em
outras palavras, a erosão é um importante fator de modela-
gem das formas de relevo, de desgaste dos solos agricultáveis
e, quando resulta de ação humana sobre a natureza, pode
comprometer o equilíbrio ambiental.
Os fragmentos da rocha que sofreram intemperis-
mo ficam livres para serem transportados pela água
que escorre na superfície (erosão hídrica) ou pelo ven-
to (erosão eólica). No Brasil, o escoamento superficial
da água é o principal agente erosivo. Como os horizon-
tes O e A são os primeiros a serem desgastados, a ero-
são prejudica o ecossistema e a fertilidade natural do
solo. Observe a seguir o esquema explicativo de erosão
pluvial, causada pelas águas das chuvas.
Área com floresta Área sem floresta
evaporação
grande
infiltração
pequena
infiltração
rocha não
alterada
rocha não
alterada
rocha alterada (solo)
rocha alterada (solo)
escoamento
superficial
limitado
escoamento
superficial
acelerado
solo perdido
por erosão
águas
limpas
águas
barrentas
alimentação
das fontes
assoreamento
do rio
escoamento
superficial
acelerado
absorção
de grande
quantidade
de água
Capítulo 7150
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Pensando no Enem
1. Um agricultor adquiriu alguns alqueires de terra para cultivar e residir no local. O desenho a seguir representa
parte de suas terras.
Pensando em construir sua moradia no lado I do rio e
plantar no lado II, o agricultor consultou seus vizinhos
e escutou as frases a seguir. Assinale a frase do vizinho
que deu a sugestão mais correta.
a) “O terreno só se presta ao plantio revolvendo o
solo com arado.”
b) “Não plante neste local, porque é impossível evitar
a erosão.”
c) “Pode ser utilizado, desde que se plante em curvas
de nível.”
d) “Você perderá sua plantação quando as chuvas
provocarem inundação.”
e) “Plante forragem para pasto.”
Cassiano Röda/Arquivo da editora
Resolução
A alternativa correta ? a C. O cultivo respeitando as cur-
vas de n?vel reduz a velocidade de escoamento das ?guas
pluviais e a intensidade da eros?o, que, embora n?o pos-
sa ser totalmente evitada, pode ter sua a??o bastante
diminu?da com a utiliza??o de t?cnicas que evitem da-
nos maiores nas ?reas de agricultura e pecu?ria. As
inunda??es acontecem nas superf?cies planas dos fun-
dos de vale e as encostas com declividade acentuada
n?o s?o apropriadas para a cria??o de gado.
Um dos principais objetivos de se dar continuidade às pesquisas em erosão dos solos é o de procurar
resolver os problemas oriundos desse processo, que, em última análise, geram uma série de impactos
ambientais. Além disso, para a adoção de técnicas de conservação dos solos, é preciso conhecer como
a água executa seu trabalho de remoção, transporte e deposição de sedimentos. A erosão causa, qua-
se sempre, uma série de problemas ambientais, em nível local ou até mesmo em grandes áreas.
Adaptado de: GUERRA, A. J. T. Processos erosivos nas encostas. In: GUERRA, A. J. T.;
CUNHA, S. B. Geomorfologia: uma atualiza??o de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
2.
A preservação do solo, principalmente em áreas de en-
costas, pode ser uma solução para evitar catástrofes em
função da intensidade de fluxo hídrico. A prática huma-
na que segue no caminho contrário a essa solução é:
a) a aração.
b) o terraceamento.
c) o pousio.
d) a drenagem.
e) o desmatamento.
Resolução
A alternativa correta ? a E. Com o desmatamento os so-
los ficam expostos ? a??o dos agentes erosivos e h?
grande aumento na velocidade de escoamento das
?guas pluviais, o que aumenta sua capacidade de trans-
portar sedimentos em suspens?o.
Considerando a Matriz de Refer?ncia do Enem, estas
quest?es trabalham a Compet?ncia de ?rea 6 ?
Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo
suas intera??es no espa?o em diferentes contextos
hist?ricos e geogr?ficos ? especialmente as habilidades
H29 ? Reconhecer a fun??o dos recursos naturais na
produ??o do espa?o geogr?fico, relacionando-os com as
mudan?as provocadas pelas a??es humanas ? e H30 ?
Avaliar as rela??es entre preserva??o e degrada??o da
vida no planeta nas diferentes escalas.
atenção!
N?o escreva no seu livro!
Solos151
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Voçorocas
As chuvas fortes tamb?m podem originar sulcos no
terreno. Se n?o forem controlados, eles podem se apro-
fundar a cada nova chuva e, com o escoamento que
ocorre no subsolo, resultar em sulcos de enormes di-
mens?es, chamados voçorocas (ou boçorocas). Em al-
guns casos as vo?orocas chegam a atingir dezenas de
metros de largura e profundidade, al?m de centenas de
metros de comprimento, impossibilitando o uso do so-
lo para atividades tanto agr?colas como urbanas.
Para impedir a forma??o das vo?orocas, a primeira
a??o deve ser o desvio do fluxo de ?gua. Se a topografia
do relevo n?o permitir esse desvio, deve-se controlar
a velocidade e o volume da ?gua que escoa sobre o
sulco. Isso pode ser feito com o plantio de grama (se a
declividade das paredes do sulco n?o for muito acen-
tuada) ou com a constru??o de taludes ? degraus res-
pons?veis pela diminui??o da velocidade de escoamen-
to da ?gua ?, recurso usado em rodovias brasileiras.
Outra solu??o bastante utilizada e difundida ? a
constru??o de uma barragem e o consequente repre-
samento da ?gua que escoa tanto pela superf?cie quan-
to pelo subsolo. Esse represamento faz com que a vo-
?oroca fique submersa e receba sedimentos trazidos
pela ?gua, que com o tempo a estabilizam.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
Vo?oroca em Cacequi (RS), em 2015.
Movimentos de massa
Em encostas que apresentam declividade acen-
tuada, os movimentos de massa s?o fen?menos natu-
rais, ou seja, fazem parte da din?mica externa da crosta
terrestre e s?o agentes que participam da modelagem
do relevo ao longo do tempo.
Os movimentos de massa devem ser analisados
considerando-se basicamente dois fatores: a natureza
do material movimentado (solo, detritos ou rocha) e a
velocidade do movimento (desde alguns cent?metros
por ano at? mais de 5 km/hora). Nos extremos, podem
ocorrer quedas ou rolamentos de grandes blocos de ro-
cha montanha abaixo ou escoamento lento de solo em
vertentes de baixa declividade, mas os movimentos mais
frequentes e que mais causam impactos sociais e am-
bientais s?o os escorregamentos de solo em encostas.
Deslizamento de terra em Santa Maria (RS), 2015.
O desmatamento e a ocupa??o das encostas criam
condi??es favor?veis aos movimentos de massa,
principalmente nos per?odos chuvosos.
Capítulo 7152
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No Brasil, onde existem muitas regiões serranas
sujeitas a elevados índices pluviométricos, os escorre-
gamentos de solos nas encostas são muito frequentes,
principalmente no verão, quando as chuvas são abun-
dantes e tornam o solo mais saturado e pesado. Esse
fenômeno faz parte da dinâmica da natureza e acon-
tece independentemente da intervenção humana.
Há, entretanto, um grande número de movimentos
de massa provocados pela ação antrópica. Geralmente,
estão associados ao desmatamento; ao peso acumu-
lado sobre o solo (tanto em áreas urbanas quanto agrí-
colas), como pedreiras e depósitos de lixo; e à ocupação
irregular de encostas, sobretudo em grandes cidades e
regiões metropolitanas.
Para tentar evitar esse problema, é necessário ado-
tar uma série de medidas de caráter preventivo, por
exemplo: fazer campanhas de esclarecimento para
impedir novas ocupações em áreas de encosta e acionar
a Defesa Civil em dias de elevado índice pluviométrico.
Conservação dos solos
em floresta
Em uma floresta, as árvores servem de anteparo pa-
ra as gotas de chuva que escorrem pelos seus troncos,
infiltrando-se no subsolo. Além de diminuir a velocidade
de escoamento superficial, as árvores evitam o impacto
direto da chuva no solo. Como vimos, a retirada da cober-
tura vegetal prejudica o solo, expondo-o aos fatores de
intemperismo e erosão, cujas consequências são graves.
Veja alguns exemplos:
• aumento do processo erosivo e empobrecimento
do solo;
• assoreamento de rios e lagos, resultante do aumento
no volume de sedimentos, o que provoca desequilíbrio
nos ecossistemas aquáticos, enchentes e, muitas ve-
zes, prejudica a navegação;
• extinção de nascentes: o rebaixamento do lençol
freático, resultante da menor infiltração da água das
chuvas no subsolo, pode provocar problemas de abas-
tecimento de água nas cidades e na agricultura;
• possível diminuição dos índices pluviométricos e da
evapotranspiração. Estima-se que metade das chuvas
caídas sobre as florestas tropicais seja resultante da
evapotranspiração, ou seja, troca de água da floresta
com a atmosfera;
• elevação das temperaturas locais e regionais, como
consequência da maior irradiação de calor para a at-
mosfera por causa do solo exposto. A floresta absor-
ve boa parte da energia solar pelos processos de fo-
tossíntese e de transpiração. Sem a floresta, quase
toda essa energia é devolvida para a atmosfera em
forma de calor, elevando as temperaturas médias;
• agravamento dos processos de desertificação e are-
nização (foto abaixo) devido à combinação dos fenô-
menos até agora descritos: diminuição das chuvas,
elevação das temperaturas, empobrecimento dos
solos e acentuada diminuição da biodiversidade;
• redução ou fim das atividades extrativas vegetais e
inviabilização do turismo ecológico. É importante
destacar que, nas esferas ambiental e socioeconômi-
ca, pode ser mais vantajoso conservar uma floresta:
a exploração sustentável pode garantir empregos,
gerar lucro e preservar o bioma;
• proliferação de pragas e doenças em razão de dese-
quilíbrios nas cadeias alimentares. Algumas espécies,
antes sem nenhuma nocividade, passam a proliferar
com a eliminação de seus predadores, podendo cau-
sar graves prejuízos econômicos e ambientais.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
Solo em processo avan?ado de
areniza??o em Manoel Viana (RS),
em 2014.
153
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Atividades
Adaptado de: UNIVERSIDADE DE S?O PAULO (USP). Centro de Divulga??o Cient?fica e Cultural (CDCC).
S?o Carlos (SP). Dispon?vel em: <http://educar.sc.usp.br>. Acesso em: 2 set. 2012.
Luís Moura/Arquivo da editora
rocha
camada
rica em
húmus
rocha
solos jovens solo maduro
Compreendendo conteúdos
1. Explique sucintamente como os solos s?o formados, destacando a a??o do clima.
2. Identifique as etapas do desgaste de solos provocado pelo processo erosivo e explique como combat?-lo.
3. Como se formam as vo?orocas? Quais s?o seus impactos no meio ambiente?
4. Por que ocorrem movimentos de massa em encostas? Aponte de que forma a a??o humana agrava esse processo
e quais s?o as consequ?ncias dele para a sociedade.
Desenvolvendo habilidades
5. Vimos que o processo de forma??o dos solos ocorre lentamente e est? associado a alguns fatores, principalmente
os relacionados ao clima e ?s condi??es de relevo. Em m?dia, cada cent?metro de solo leva cerca de 100 anos para
se formar.
Observe a foto de abertura deste cap?tulo e a ilustra??o abaixo, que mostra as camadas
do solo. Depois, escreva um texto destacando a import?ncia da conserva??o dos solos
para a agricultura e para o meio ambiente, na busca do
desenvolvimento sustent?vel.
atenção!
Não escreva no seu livro!
Capítulo 7154
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Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
CAPÍTULO8
Climas
Campos cobertos de neve em
S?o Jos? dos Ausentes, na Serra
Ga?cha (RS), em julho de 2013.
155
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Leo Caldas/Pulsar Imagens
Praia dos Carneiros, em
Tamandar? (PE), 2013.
V
ocê sabia que em áreas de maior altitude geralmente faz mais frio que
nas áreas próximas ao nível do mar? Sabia que a latitude interfere no
clima? Que as localidades situadas no interior dos continentes têm clima
diferente das litorâneas?
Neste capítulo, estudaremos a influência desses e de outros fatores no
sistema climático do planeta, o que nos permitirá, por exemplo, entender por
que a paisagem mostrada na imagem da página anterior ocorre no Brasil, em-
bora estejamos acostumados a associar a nosso país paisagens como a mos-
trada na foto abaixo.
© 2010 Bill Watterson/Dist. by Atlantic Syndication/Universal Uclick
O melhor de Calvin. Dispon?vel em: <http://deposito-de-tirinhas.tumblr.com/post/36880830702/por-bill-watterson-via-estadao>. Acesso em: 25 abr. 2016.
Capítulo 8156
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1 Tempo e clima
Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é.”
Fernando Pessoa (1888-1935), poeta e escritor portugu?s.
associado a tempo aberto, ensolarado. Por?m, como
nos lembra Fernando Pessoa, cada um tem sua beleza
e ambos s?o importantes para a reprodu??o dos seres
vivos e o desenvolvimento das atividades econ?micas,
principalmente as agr?colas.
Sabe-se que cada lugar ou regi?o apresenta um
clima pr?prio. Por exemplo, o clima da cidade do Rio de
Janeiro ? diferente do de Moscou, capital da R?ssia,
porque cada um desses lugares apresenta um conjun-
to distinto de fatores climáticos, ou seja, caracter?sticas
que determinam o clima: latitude, altitude, massas de
ar, continentalidade, maritimidade, correntes mar?ti-
mas, relevo, vegeta??o e urbaniza??o. A conjuga??o
desses fatores ? respons?vel pelo comportamento da
temperatura, da umidade e da press?o atmosf?rica,
que s?o os atributos ou elementos climáticos do local.
? importante salientar que, mesmo dentro do
comportamento esperado do clima de um lugar, existe
uma varia??o consider?vel de ano para ano. ? o caso, por
exemplo, de ver?es mais chuvosos ou menos chuvosos,
invernos rigorosos ou com temperaturas mais amenas.
A sequ?ncia de fotos mostra os efeitos na paisagem que resultam das diferen?as de comportamento do tempo no clima
temperado, ao longo das quatro esta??es do ano, no Central Park, em Nova York (EUA), 2015 e 2016.
Primavera Verão
Outono Inverno
Para entender o significado de clima, ? impor-
tante distingui-lo de tempo atmosf?rico. O tempo
corresponde a um estado moment?neo da atmosfe-
ra numa determinada ?rea da superf?cie da Terra,
com rela??o ? combina??o de fen?menos como tem-
peratura, umidade, press?o do ar, ventos e nebulo-
sidade ? ele pode mudar em poucas horas ou at?
mesmo de um instante para o outro. J? o clima cor-
responde ao comportamento do tempo em uma de-
terminada ?rea durante um per?odo longo, de pelo
menos 30 anos. O clima ? o padr?o da sucess?o dos
diferentes tipos de tempo que resultam do movi-
mento constante da atmosfera.
Quando afirmamos ?hoje o dia est? quente e ?mi-
do?, estamos nos referindo ao tempo, ao comporta-
mento dos elementos da atmosfera nesse instante. Em
contrapartida, se ouvimos algu?m nos dizer que no
noroeste da Amaz?nia ?? quente e ?mido o ano inteiro?,
a pessoa est? se referindo ao clima da regi?o.
? comum fazermos julgamentos sobre o tempo e
o clima. Por exemplo, ?hoje o tempo est? feio?, associado
a tempo fechado, chuvoso; ?hoje o tempo est? bonito?,
alexpro9500/Shutterstock
Blaine Harrington III/Corbis/Latinstock
Lee Snider Photo Images/Shutterstock
Rafael Xavier/Shutterstock
Climas157
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2 Fatores climáticos
Veja a seguir os principais fatores que deter-
minam o clima de um lugar ou de uma regi?o.
Latitude
Como vimos no Cap?tulo 1, por ser esf?rica, a
superf?cie terrestre ? iluminada de diferentes for-
mas pelos raios solares, porque eles a atingem
com inclina??es distintas. Essa diferen?a na in-
tensidade de luz incidente sobre a superf?cie faz
com que a temperatura m?dia tenda a ser maior
quanto mais pr?ximo ao equador e menor quan-
to mais pr?ximo aos polos. Observe a ilustra??o
ao lado.
Assim, a variação latitudinal ? o principal
fator de diferencia??o das zonas clim?ticas ?
polar, temperada e tropical. Por?m, em cada uma
dessas zonas encontramos variados tipos de
clima, explicados pelas diferentes associa??es
entre os demais fatores clim?ticos. Veja o exemplo
no mapa abaixo.
Superúmido (mais de 2 500 mm)
Úmido (2 500-1 500 mm)
Subúmido (1 500-750 mm)
Semiárido (750-250 mm)
Árido (250-100 mm)
Hiperárido (menos de 100 mm)
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Equador
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
18 °C
18
°C
18
° C
18 °C
18
°C


Trópico de Câncer
M
e
r
i
d
i
a
n
o

d
e

G
r
e
e
n
w
i
c
h
Círculo Polar ÁrticoCírculo Polar Ártico
M
e
r
i
d
i
a
n
o

d
e

G
r
e
e
n
w
i
c
h
0 2
130
4
260
km
Neste mapa, a Zona tropical ? delimitada pela isoterma de 18 ?C e n?o pelos
tr?picos de C?ncer e de Capric?rnio.
Luís Moura/Arquivo da editora
Organizado pelos autores. Ilustra??o
esquem?tica sem escala.
raios solares
Equador
Incidência oblíqua
(inclinada)
área maior área menor
Incidência
perpendicular
Incidência dos raios solares
Observe, nas linhas que representam os raios solares, que a
?rea atingida por um mesmo feixe de raios solares ? maior
quanto mais nos aproximamos dos polos.
Tipos de clima na Zona tropical
Banco de imagens/Arquivo da editora
Isoterma: linha que, numa representa??o carto-
gr?fica, une pontos da superf?cie terrestre com a
mesma temperatura (m?dia anual ou absoluta).
Adaptado de: CONTI, Jos? Bueno. Clima e meio ambiente. S?o
Paulo: Atual, 2011. p. 20-21. (Meio ambiente).
Capítulo 8158
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OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
0 630 1
260
km
Belém
(26,3 ºC)
Salvador
(25,6 ºC)
Vitória (24,7 ºC)
Porto Alegre
(19,8 ºC)
Equador
Trópico de Capri
c
ó
r
n
i o
55º O

A grande extens?o latitudinal do territ?rio bra-
sileiro ? um importante fator de diferencia??o cli-
m?tica. Observe, no mapa e no gr?fico a seguir, a
varia??o das temperaturas m?dias em cidades situ-
adas ao n?vel do mar, mas em diferentes latitudes.
Altitude
Quanto maior for a altitude, menor ser? a
temperatura m?dia do ar. Isso porque quanto
maior a altitude, menor a press?o atmosf?rica,
o que torna o ar mais rarefeito, ou seja, h? uma
menor concentra??o de gases, umidade e mate-
riais particulados. Como h? menor densidade de
gases e part?culas de vapor de ?gua e poeira,
diminui a reten??o de calor nas camadas mais
elevadas da atmosfera e, em consequ?ncia, a
temperatura ? menor. Al?m disso, nas maiores
altitudes, a ?rea de superf?cie que recebe e irra-
dia calor ? menor, como podemos perceber ob-
servando a ilustra??o ao lado.
Luís Moura/Arquivo da editora
Brasil: influência da latitude na
temperatura (média anual, 1961 a 1990)
Banco de imagens/Arquivo da editora
Adaptado de: IBGE. Anu?rio Estat?stico do Brasil, 2012.
Rio de Janeiro, p. 15. Dispon?vel em: <www.ibge.gov.br>.
Acesso em: 2 dez. 2015; INSTITUTO NACIONAL DE
METEOROLOGIA. Dispon?vel em: <www.inmet.gov.br>.
Acesso em: 2 dez. 2015.
Note que ? medida que aumenta a latitude dimi-
nuem as temperaturas m?dias e aumenta a ampli-
tude t?rmica anual, que ? a diferen?a entre a maior
e a menor temperatura m?dia mensal ao longo
do ano.
Outros fatores contribuem para a
diferenciação climática do território
brasileiro, entretanto o fato de essas cidades
estarem ao nível do mar permite uma
comparação sem a influência da altitude.
maior coluna de ar menor coluna de ar
menor pressão
atmosférica
São Paulo
(750 m de
altitude)
Santos
(no nível
do mar)
maior pressão
atmosférica
o
C
28
26
24
22
20
18
16
14
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Cassiano Röda/Arquivo da editora
Temperaturas médias – 1961-1990
Adaptado de: INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLO-
GIA. Dispon?vel em: <www.inmet.gov.br>.
Acesso em: 2 dez. 2015.
Belém
Salvador
Vitória
Porto Alegre
Organizado pelos autores.
Ilustra??o esquem?tica sem escala.
159
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Massas de ar
S?o grandes por??es da atmosfera que possuem
caracter?sticas comuns de temperatura, umidade e
press?o e podem se estender por milhares de quil?me-
tros. Formam-se quando o ar permanece est?vel por
um tempo sobre uma superf?cie homog?nea (o oceano,
as calotas polares ou uma floresta) e se deslocam por
diferen?a de press?o, levando consigo as condi??es de
temperatura e umidade da regi?o em que se origina-
ram. ? medida que se deslocam, v?o se transformando
pela intera??o com outras massas, com as quais trocam
calor e/ou umidade. De maneira geral, podemos dis-
tinguir as massas de ar da seguinte forma:
• Oceânicas: s?o massas de ar ?midas.
• Continentais: s?o massas de ar secas, embora haja
tamb?m continentais ?midas, como as que se for-
mam sobre grandes florestas.
• Tropicais e equatoriais: s?o massas de ar quentes.
• Temperadas e polares: s?o massas de ar frias.
Adaptado de: FARNDON, John. Dicionário escolar da Terra. Londres: Butler & Ianner, 1996. p. 141.
Albedo
O tipo de superf?cie atingida pelos raios solares tamb?m exerce influ?ncia na diferen?a de temperatura at-
mosf?rica, porque o aquecimento do ar ? feito por meio da reflex?o dos raios solares que incidem nessa super-
f?cie, como se pode observar no esquema abaixo.
Asfalto
5%
8%
45%
20%
30%
90%
Deserto de areia
Campo verde
Terra
marrom
Montanha
coberta de neve
Campo de
trigo seco
Campo verde
Campo de Campo de
Asfalto
Deserto de areia
Montanha Montanha
Terra
Jacek/kino.com.br
Roberto Loffel/
Arquivo da editora
Haroldo Palo Jr./kino.com.br
Zig Koch/Natureza Brasileira
Fabio Colombini/
Acervo do fotógrafo
Cris Berger/Arquivo da editora
Diferentes tipos de
superfície refletem
diferentes
porcentagens da luz
solar incidente.
Os raios solares que penetram na atmosfera e
s?o por ela refletidos, sem incidir na superf?cie,
retornam ao espa?o sideral e n?o alteram a
temperatura do planeta, j? que n?o h?
reten??o de energia. O ?ndice de refle-
x?o de uma superf?cie ? o albedo ?
varia de acordo com sua cor. A cor,
por sua vez, depende de sua
composi??o qu?mica e de seu
estado f?sico. A neve, por ser
branca, reflete at? 90% dos
raios solares incidentes, en-
quanto a floresta Amaz?ni-
ca, por ser verde-escura,
reflete apenas cerca de
15%. Quanto menor o albe-
do, maior a absor??o de
raios solares, maior o aque-
cimento e, consequente-
mente, a irradia??o de calor.
Capítulo 8160
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Continentalidade e maritimidade
influ?ncia da maritimidade (proximidade de oceanos
e mares). Isso ocorre porque a ?gua ret?m calor por
mais tempo, demora mais para irradiar a energia ab-
sorvida. Os continentes, por sua vez, esfriam com
maior rapidez quando a incid?ncia de luz solar dimi-
nui ou cessa. Em consequ?ncia, os oceanos demoram
mais para se aquecer e para se resfriar do que os
continentes.
A maior ou menor proximidade de grandes cor-
pos de ?gua, como oceanos e mares, exerce forte
influ?ncia n?o s? sobre a umidade relativa do ar, mas
tamb?m sobre a temperatura. Em ?reas que sofrem
influ?ncia da continentalidade (localiza??o no inte-
rior do continente, distante do litoral), a amplitude
t?rmica di?ria ? maior do que em ?reas que sofrem
Mapas: Banco de imagens/Arquivo da editora
Temperaturas mŽdias no planeta
Adaptados de: SUTTON, Christopher J. Student Atlas of World Geography. 8
th
ed. [s.I.]: McGraw-Hill/Duskin, 2014. p. 10.
A área continental do hemisfério norte é maior que a do sul, o que faz com que, de maneira geral, as oscilações térmicas naquele
hemisfério sejam maiores do que as deste último (observe que o hemisfério norte apresenta verões mais quentes e invernos mais
frios que os do sul).
Meridiano de Greenwich
Meridiano de Greenwich
Temperaturas (°C)
35
30
25
20
15
10
5
0
–5
–10
–15
–20
–25
–30
–35
– 40
0 2
415
4
830
km
0 2
415
4
830
km

–5°

10°
–10°
–15°
–20°
–30°
25°
–25°
–35°
25°
20°
20°
15°
15°
10°


–5°


10°
15°
20°
25°
25°
20°
15°
–15°
10°
–10°


–5°
Equador
Equador
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Janeiro
Julho
–15°
–10°
–40°
–20°
–25°
–30°
–35°
Círculo Polar AntárticoCírculo Polar Antártico
Círculo Polar AntárticoCírculo Polar Antártico
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Ártico
Climas161
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 161 5/4/16 11:22 AM

Correntes marítimas
S?o grandes volumes de ?gua que se deslocam
pelo oceano, quase sempre nas mesmas dire??es, co-
mo se fossem largu?ssimos ?rios? dentro do mar. As
correntes mar?timas s?o movimentadas pela a??o dos
ventos e pela influ?ncia da rota??o da Terra, que as
desloca para oeste ? no hemisf?rio norte as correntes
circulam no sentido hor?rio, e no hemisf?rio sul,
Trópico de Câncer
Círculo Polar Ártico
Meridiano de Greenwich

OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Mar Negro
Moscou
BÉLGICA
RÚSSIA
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Bruxelas
0 920 1
840
km
Banco de imagens/Arquivo da editora
Bruxelas e Moscou: temperaturas médias e precipitações
Adaptado de: CHARLIER, Jacques (Dir.). Atlas du 21
e
si?cle ?dition 2012. Groningen: Wolters-Noordhoff; Paris: ?ditions Nathan, 2011. p. 182.
Os climogramas mostram os índices médios mensais de precipitação (barras) e temperatura
(linha) de duas cidades europeias: Bruxelas – que sofre forte infuência da maritimidade –
e Moscou – fortemente influenciada pela continentalidade. Observe que na capital da Rússia
a amplitude térmica anual é bem maior que na capital da Bélgica.
anti-hor?rio. Diferenciam-se em temperatura, salini-
dade e dire??o das ?guas do entorno dos continentes.
Causam forte influ?ncia no clima, principalmente
porque alteram a temperatura atmosf?rica, e s?o im-
portantes para a atividade pesqueira: em ?reas de
encontro de correntes quentes e frias, aumenta a dis-
ponibilidade de pl?ncton, que atrai cardumes porque
lhes serve de alimento.
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Círculo Polar Ártico
Trópico de Câncer
Equador


Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ÍNDICO
Sertão
nordestino
DESERTO
DE
ATACAMA
DESERTO
DA
CALIFÓRNIA
DESERTO DO
SAARA
DESERTO
DA
ARÁBIA
GRANDE
DESERTO
VITÓRIA
DESERTO DE TAKLA MAKAN
DESERTO
DE
KALAHARI
DESERTO
DA
PATAGÔNIA
Regiões áridas ou semiáridas
Correntes frias
Correntes quentes
0 2
250
4
500
km
Correntes marítimas e principais regiões áridas e semiáridas
Adaptado de: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.). Geografia do Brasil. 6. ed. S?o Paulo: Edusp, 2011. p. 96. (Did?tica 3).
Observe que a localização das áreas áridas e semiáridas está condicionada principalmente pela presença de alguma corrente fria. É comum
essas correntes provocarem nevoeiros e chuvas no oceano, fazendo com que as massas de ar cheguem ao continente sem umidade.
Banco de imagens/Arquivo da editora
J FMAMJ J A SOND
Moscou
(Rússia)
(mm)
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0
10
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40
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70
80(°C)
25
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35
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0
JFMAMJJASOND
Bruxelas
(Bélgica)
(mm)
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30
40
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80(°C)
25
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-5
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0
Capítulo 8162
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A corrente do Golfo, por ser quente, impede o con-
gelamento do mar do Norte e ameniza os rigores cli-
m?ticos do inverno em toda a faixa ocidental da Eu-
ropa. A corrente de Humboldt, no hemisf?rio sul, e a
da Calif?rnia, no hemisf?rio norte, ambas frias, cau-
sam queda da temperatura nas ?reas litor?neas, res-
pectivamente, do norte do Chile e do sudoeste dos
Estados Unidos. Isso provoca condensa??o do ar e
chuvas no oceano, fazendo as massas de ar perderem
umidade. Ao atingirem o continente, as massas de ar
est?o secas e originam, assim, desertos, como o de
Atacama (Chile) e o da Calif?rnia (Estados Unidos).
Veja na ilustra??o a seguir os efeitos da corrente de
Humboldt.
J? as correntes quentes do Brasil (no leste da Am?-
rica do Sul), das Agulhas (no sudeste da ?frica) e a Les-
te-Australiana (passa pela costa leste da Austr?lia e da
Nova Zel?ndia) est?o associadas a massas de ar quen-
te e ?mido, que aumentam a pluviosidade e provocam
fortes chuvas de ver?o no litoral, fato que se acentua
quando h? presen?a de serras no continente, que ret?m
a umidade vinda do mar.
Vegetação
Os diferentes tipos de cobertura vegetal apresen-
tam grande varia??o de densidade, o que influencia
diretamente a absor??o e irradia??o de calor, al?m da
umidade do ar. Em uma regi?o florestada, as ?rvores
impedem que os raios solares incidam diretamente
sobre o solo, diminuindo a absor??o de calor e a tem-
peratura. As plantas, por sua vez, retiram umidade do
solo pelas ra?zes e a transferem para a atmosfera atra-
v?s das folhas (transpira??o), aumentando a umidade
do ar. Isso ajuda a transferir parte da energia solar ao
processo de evapora??o, diminuindo a quantidade de
energia que aquece a superf?cie e, consequentemente,
o ar. Quando ocorre um desmatamento de grandes
propor??es, h? acentuada diminui??o da umidade e
eleva??o significativa das temperaturas m?dias por
causa do aumento da absor??o e irradia??o de calor
pelo solo exposto.
Osni de Oliveira/Arquivo da editora
1. Em dire??o ao continente,
a massa de ar ?mido
resfria-se ao passar sobre
a corrente mar?tima de
Humboldt, que ? fria
(aproximadamente 7 ?C
ou 8 ?C inferior ?
temperatura m?dia do
oceano na mesma
latitude).
2. Esse resfriamento
da massa provoca
condensa??o do
vapor e chuvas.
Deserto
D
e atacama
oceano pacífico
corrente fria
de Humboldt
anDes
3. Continuando seu
deslocamento, chega ao
continente como massa de
ar seco, porque descarregou
a umidade sobre o oceano.
Adaptado de: LE GRAND ATLAS. Encyclopédique du monde. Novara: De Agostini, 2011, p. 258-9. Ilustra??o esquem?tica sem escala.
Climas163
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 163 5/4/16 11:22 AM

Relevo
Al?m de estar associado ? altitude, que ? um fator
clim?tico, o relevo influi na temperatura e na umidade ao
facilitar ou dificultar a circula??o das massas de ar. Na
Europa, por exemplo, as plan?cies existentes no centro do
continente facilitam a penetra??o das massas de ar
oce?nicas (ventos do oeste), provocando chuvas e redu-
zindo a amplitude t?rmica anual. Nos Estados Unidos, as
cadeias montanhosas do oeste (serra Nevada, cadeias da
Costa) impedem a passagem das massas de ar vindas do
oceano Pac?fico, o que explica as chuvas que ocorrem na
vertente voltada para o mar e a aridez no lado oposto. No
Brasil, a disposi??o longitudinal das serras no centro-sul
do pa?s forma um ?corredor? que facilita a circula??o da
Massa Polar Atl?ntica e dificulta a circula??o da Massa
Tropical Atl?ntica, vinda do oceano (leia o texto e observe
no mapa em Para saber mais a abrang?ncia da Massa
Polar Atl?ntica). N?o por acaso a vertente da serra do Mar
voltada para o Atl?ntico, em S?o Paulo, apresenta um dos
mais elevados ?ndices pluviom?tricos do Brasil. Como
veremos mais adiante neste cap?tulo, nessa regi?o predo-
minam as chuvas de relevo.
Para saber mais
Banco de imagens/Arquivo da editora
A Massa Polar
Atlântica
O relevo plano e baixo da
bacia Platina permite que a
Massa Polar Atl?ntica, no inver-
no do hemisf?rio sul, em algu-
mas ocasi?es atinja o sul da
Amaz?nia ocidental provocando
queda brusca na temperatura,
regionalmente conhecida por
?friagem?. Em 12 de agosto de
1936, no Acre, a temperatura
caiu a 7,9
o
C. O ramo dessa mas-
sa que segue pela baixada lito-
r?nea provoca chuvas frontais
no litoral nordestino, onde o
?ndice pluviom?trico de inverno
? maior que o de ver?o (observe
o climograma de Salvador, BA,
na p?gina 177). J? no norte do
Paran?, chegando pela calha do
rio Paran?, a massa polar provo-
ca geadas.
60º O
Serra do
Cachimbo
Serra Pacaraima
Serra Tumucumaque
Serra
Ibiapaba
PLANALTO
PLANÍCIE
PLATINA
PLANALTO
CENTRAL
OCEANO
ATLÂNTICO
Equador
OCEANO
PACÍFICO
PLANÍCIE AMAZÔNICA
BRASILEIRO
Borborema R
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0 515 1
030
km
Trópico de Capricórnio

Altitudes (em metros)
Circulação da
Massa Polar
Atlântica
3 000
1 000
500
200
0
Adaptado de: GIRARD, Gisele; ROSA,
Jussara Vaz. Atlas geográfico do
estudante. S?o Paulo: FTD, 1998. p. 39.
América do Sul: área de atuação da Massa Polar Atlântica
Capítulo 8164
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 164 5/4/16 11:22 AM

3 Atributos ou elementos do clima
Se ao longo do dia a umidade relativa estiver au-
mentando, chegando pr?ximo a 100%, h? grande pos-
sibilidade de ocorrer precipita??o, pois a atmosfera
est? atingindo seu ponto de satura??o. Para chover, o
vapor de ?gua tem de se condensar, passando do esta-
do gasoso para o l?quido, o que acontece com a queda
de temperatura. Em contrapartida, se a umidade rela-
tiva for constante ou estiver diminuindo, dificilmente
chover?.
? importante destacar que a capacidade de
reten??o de vapor de ?gua na atmosfera tamb?m est?
associada ? temperatura. Quando a temperatura est?
elevada, os gases est?o dilatados e aumenta sua
capacidade de reten??o de vapor; ao contr?rio, com
temperaturas baixas, os gases ficam mais adensados
e ? necess?ria uma menor quantidade de vapor para
atingir o ponto de satura??o.
As condi??es de umidade relativa do ar tamb?m s?o
importantes para a sa?de e determinam a sensa??o de
conforto ou desconforto t?rmico. Nos dias quentes e
?midos, nosso organismo transpira mais, enquanto nos
dias secos se agravam os problemas respirat?rios e de
irrita??o de pele. Quando a umidade relativa do ar est?
muito baixa, o desconforto obriga as pessoas a colocar
toalhas molhadas e bacias com ?gua em seus quartos,
durante a noite, para que o ar fique menos seco.
A precipita??o pode ocorrer de v?rias formas, de-
pendendo das condi??es atmosf?ricas, (leia, em Para
saber mais, na p?gina 167, quais s?o os principais tipos
de chuva que ocorrem no Brasil). Al?m da chuva, existem
outros tipos de precipita??o, como a neve e o granizo.
Os tr?s atributos clim?ticos mais importantes s?o
a temperatura, a umidade e a press?o atmosf?rica.
Temperatura
A temperatura ? a intensidade de calor existente
na atmosfera. Como vimos na explica??o sobre o fator
altitude, o Sol n?o aquece o ar diretamente. Se n?o
incidirem sobre uma part?cula em suspens?o (como
poeira e vapor de ?gua), os raios solares atravessam a
camada da atmosfera sem aquec?-la e atingem a su-
perf?cie do planeta. Somente depois de aquecidas, as
terras, as ?guas e os demais elementos presentes na
superf?cie ? pr?dios, cal?adas, ?reas agr?colas, etc. ?
irradiam o calor para a atmosfera.
Umidade
A umidade ? a quantidade de vapor de ?gua pre-
sente na atmosfera num determinado momento, re-
sultado do processo de evapora??o das ?guas da su-
perf?cie terrestre e da transpira??o das plantas.
? comum ouvirmos um apresentador de telejornal ou
um locutor de r?dio dizer que a umidade relativa do ar ?,
por exemplo, de 70%. Passadas algumas horas, ele diz que
a umidade relativa subiu para 90%. O que significa isso?
A umidade relativa, expressa em porcentagem, ?
uma rela??o entre a quantidade de vapor existente na
atmosfera num dado momento (umidade absoluta,
expressa em g/m
3
) e a quantidade de vapor de ?gua
que essa atmosfera comporta. Quando este limite ?
atingido, a atmosfera atinge seu ponto de saturação e
ocorre a chuva.
Chuva na Ilha do Cardoso, em Cananeia (SP),
2012. Durante a ocorr?ncia das chuvas, a
umidade relativa do ar ? 100%.
Sofia Colombini/Acervo da fot—grafa
165
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 165 5/4/16 11:22 AM

Observe no mapa a seguir a grande varia??o nos ?ndices de precipita??o em nosso planeta.
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OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO
PACÍFICO
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Equador


OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
PACÍFICO
Precipitação anual
média (em mm)
2 000
1 500
1 000
500
250
0 2
160
4
320
km
Adaptado de: SUTTON, Christopher J. Student Atlas of World Geography. 8
th
ed. [s.I.]: McGraw-Hill/Duskin, 2014. p. 6.
Note que, de maneira geral, as maiores m?dias de precipita??o ocorrem nas regi?es mais quentes do planeta, na Zona intertropical.
Precipita•‹o
Ernesto Reghran/Pulsar Imagens
Os c?mulos-nimbos (do latim cumulus-nimbus, ?nuvem carregada de chuva?) atingem uma altitude aproximada de 10 mil
metros, em que a temperatura do ar chega a ser muito baixa, em torno de 50
o
C negativos. Na foto, c?mulo-nimbo e chuva
com descarga de raios em Londrina (PR), em 2013.
A neve ? caracter?stica de zonas temperadas e
frias, quando a temperatura do ar est? abaixo de zero.
Quando isso ocorre, o vapor de ?gua contido na
atmosfera se congela e os flocos de gelo, formados
por cristais, precipitam-se.
J? o granizo ? constitu?do por pedrinhas formadas
pelo congelamento das gotas de ?gua contidas em nu-
vens que atingem elevada altitude, chamadas c?mulos-
-nimbos, que tamb?m est?o associadas aos temporais
com a ocorr?ncia de raios. Esse congelamento aconte-
ce quando uma nuvem carregada de got?culas de ?gua
encontra uma camada de ar muito fria.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Capítulo 8166
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 166 5/4/16 11:23 AM

Para saber mais
Principais tipos de chuva que ocorrem no Brasil
Chuva frontal
Chuva orográfica
Adaptado de: BURROUGHS, William J. The Climate Revealed. New York: Cambridge University Press, 1999. p. 20.
Chuva de convecção
Ilustrações: Cassiano Röda/Arquivo da editora
• Chuva frontal: nas frentes, que s?o zona de contato entre duas massas de ar de caracter?sticas diferentes, uma
quente e outra fria, ocorre a condensa??o do vapor e a precipita??o da ?gua na forma de chuva. A ?rea de abrang?n-
cia (em km
2
) e o volume de ?gua precipitada est?o relacionados com a intensidade das massas, vari?vel no decorrer
do ano.
• Chuva de relevo ou orográfica (oro = ?montanha?): barreiras de relevo levam as massas de ar a atingir elevadas alti-
tudes, o que causa queda de temperatura e condensa??o do vapor. Esse tipo de chuva costuma ser localizada, inter-
mitente e fina, e ? muito comum nas regi?es Sudeste, Nordeste e Sul do Brasil, onde as serras e chapadas dificultam
o deslocamento das massas ?midas de ar provenientes do oceano Atl?ntico para o interior do continente (serra do
Mar, no Sudeste; chapadas da Borborema, Ibiapaba e Apodi, no Nordeste; e serra Geral, no Sul).
• Chuva de convecção ou de verão: em dias quentes, o ar pr?ximo ? superf?cie fica menos denso e sobe para as
camadas superiores da atmosfera, carregando umidade. Ao atingir altitudes maiores, a temperatura diminui e o
vapor se condensa em got?culas que permanecem em suspens?o. O ar fica mais denso e desce frio e seco para a
superf?cie, iniciando novamente o ciclo convectivo. Ao fim da tarde, a nuvem resultante est? enorme, provocan-
do chuvas torrenciais r?pidas e localizadas. Ap?s a precipita??o, o c?u costuma ficar claro novamente. S?o as
principais respons?veis por alagamentos.
Climas167
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 167 5/4/16 11:23 AM

diminui a pressão sobre a superfície e forma uma área
de baixa pressão atmosférica, também chamada ciclo-
nal, que é receptora de ventos. Ao contrário, quando o
ar é resfriado, fica mais denso e desce formando uma
zona de alta pressão, ou anticiclonal, que é emissora
de ventos. Esse movimento pode ocorrer entre áreas
que distam apenas alguns quilômetros, como a brisa
marítima, ou em escala regional, como a Massa Equa-
torial Continental, que atua sobre a Amazônia.
Já em escala pla-
netária temos os ven-
tos alísios, que atuam
ininterrup-
tamente, se
deslocando
das regiões subtropicais e tropicais (alta
pressão) para a região equatorial (bai-
xa pressão), e são desviados para
oeste pelo movimento de rotação
da Terra. Com esse desvio, for-
mam-se os ventos alísios de sudes-
te no hemisfério sul e os ventos
alísios de nordeste no hemisfério
norte. Observe o esquema na parte
inferior desta página e da próxima.
Pressão atmosférica
A pressão atmosférica é a medida da força exer-
cida pelo peso da coluna de ar contra uma área da
superfície terrestre. Quanto mais elevada a tempera-
tura, maior a movimentação das moléculas de ar e
mais elas se distanciam umas das outras – como re-
sultado, mais baixo é o número de moléculas em cada
metro cúbico de ar e menor se torna o peso do ar.
Portanto, menor a pressão exercida sobre uma super-
fície. Inversamente, quanto menor a temperatura,
maior é a pressão atmosférica.
Como vimos anteriormente, por
causa da esfericidade, da inclinação
do eixo imaginário e do movimento
de translação ao redor do Sol, nosso
planeta não é aquecido uniforme-
mente. Isso condiciona os meca-
nismos da circulação atmosfé-
rica do globo terrestre, levando
à formação de centros de bai-
xa e de alta pressão, que se
alteram continuamente. Ob-
serve a ilustração ao lado.
Quando o ar é aquecido, fi-
ca menos denso e sobe, o que
Brisa marítima: vento local que
durante o dia sopra do oceano
para o continente e, à noite, do
continente para o oceano, em
razão das diferenças de retenção
de calor dessas duas superfícies.
Esquema da circulação atmosférica na Zona intertropical
Zona de alta pressão
Zona de baixa pressão
Ar quente
Ar frio
Direção dos ventos
Formação de nuvens
Zona de Convergência IntertropicalZCIT
Allmaps/Arquivo da editora
Ventos de leste
N
ZCIT
60º
30º
30º
60º

S
Ventos de leste
Ventos de sudoeste
Ventos alísios de nordeste
Ventos alísios de sudeste
Ventos de noroeste
Ventos de leste
Ventos de leste
Ventos de sudoeste
Ventos alísios de nordeste
Ventos alísios de sudeste
Ventos de noroeste
tamente, se
deslocando
das regiões subtropicais e tropicais (alta
pressão) para a região equatorial (bai-
xa pressão), e são desviados para
norte. Observe o esquema na parte
inferior desta página e da próxima.
do eixo imaginário e do movimento
de translação ao redor do Sol, nosso
planeta não é aquecido uniforme-
mente. Isso condiciona os meca-
Quando o ar é aquecido, fi-
ca menos denso e sobe, o que
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Pressão atmosférica
e temperatura
Organizado pelos autores.
Capítulo 8168
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 168 5/4/16 11:23 AM

Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Equador


Pc
A A
A
Pm
Pm
Tm
Tm
Tm
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Tm
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ASistema frontal – julho
Tropical marítima (Tm)
Tropical continental (Tc)
Polar continental (Pc)
Sistema frontal – janeiro
Polar marítima (Pm)
Ártica (A)
Antártica (AA)
Alta pressão
Ventos 0 2
160
4
320
km
Quando ocorre o deslocamento provocado pela
expans?o de massas de ar quente e, consequentemen-
te, a forma??o de frentes quentes, temos uma situa??o
na qual o ar se desloca das ?reas de maior temperatu-
ra para as de menor, como podemos observar no mapa
a seguir.
Pressão atmosférica e ventos em janeiro
Banco de imagens/Arquivo da editora
Adaptado de: COLLEGE Atlas of the World. 2
nd
ed. Washington, D.C.: National Geographic/Wiley, 2010. p. 32.
Equador
(baixa pressão e
alta temperatura)
Área instável
Direção da
circulação dos ventos
Direção da
circulação dos ventos
Área estável
Corrente
descendente
Correntes ascendentes
(ar quente e úmido)
Na “alta” atmosfera: ar frio (denso) e seco
retornando aos trópicos.
Corrente
descendente
Trópico
(alta pressão e
baixa temperatura)
Trópico
(alta pressão e
baixa temperatura)
Área estável
Cassiano Röda/Arquivo da editora
Organizado pelos autores.
Adaptado de: OXFORD Atlas of the World. 10
th
ed. New York: Oxford University Press, 2002. p. 14.
Climas169
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 169 5/4/16 11:23 AM

Dialogando
com as disciplinas
Capítulo 8170
A F?sica por tr‡s das mudan•as clim‡ticas
D
uas propriedades f?sicas dos materiais afetam a temperatura da atmosfera. Uma
delas ? o albedo (termo derivado de albus, que significa ?branco? em latim). O
albedo ? uma grandeza que exprime a porcentagem da radia??o solar incidente
sobre a terra que por ela ? refletida de volta para o espa?o exterior.
Parte da radia??o incidente, por?m, ? absorvida pelos corpos e irradiada para a
atmosfera sob a forma de calor, que n?o escapa para o espa?o por causa da barreira
formada pelo di?xido de carbono e outros gases, processo conhecido como efeito estu-
fa (esse fen?meno ser? estudado no pr?ximo cap?tulo). O texto a seguir relaciona o al-
bedo com o clima no planeta. Leia-o atentamente.
[...] Cientistas lan?aram [...] a ideia de transformar as cidades em gigantescos
refletores da luz solar para ajudar a enfrentar o aquecimento global [...]. Ma-
teriais de cores claras ajudam a refletir os raios solares ao inv?s de absorv?-los
e transform?-los em calor, um fen?meno conhecido no meio cient?fico como
albedo. Cal?amentos e telhados correspondem a mais de 60% das superf?cies
urbanas e, ao aprisionar a energia solar, s?o amplamente responsabilizados
por gerar ?ilhas de calor?, locais onde as cidades se tornam verdadeiros fornos.
[...] Para o consultor clim?tico franc?s Jean-Marc Jancovici, no entanto, as
propostas s? t?m efeito local. [...]
DUNAND, Emmanuel. Cientistas sugerem cidades refletoras contra aquecimento global. Veja. S?o Paulo:
Abril, 13 abr. 2012. Dispon?vel em: <http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/afp/2012/04/16/
cientistas-sugerem-cidades-refletoras-contra-aquecimento-global.htm>. Acesso em: 27 dez. 2015.
A outra propriedade f?sica que tamb?m influi na temperatura da superf?cie terrestre
? o calor específico,
que est? descrito no texto abaixo:
Um dos efeitos do fornecimento de calor a um objeto ? a eleva??o de sua
temperatura. [...] Subst?ncias diferentes
absorvem calor de forma diferente.
A propriedade de uma subst?ncia de aquecer mais ou menos quando recebe certa

quantidade de calor ? chamada de calor espec?fico. Por exemplo, o calor espec?fico
da ?gua ? 1 cal/g ?C. Isso significa
que 1 caloria fornecida a 1 grama de ?gua produz
um aumento de temperatura de 1 grau cent?grado. O calor espec?fico
do chumbo ?
0,031 cal/g ?C. Isso significa que 0,031 caloria fornecida a 1 grama de chumbo produz
um aumento de
temperatura de 1 grau cent?grado. Assim, calor espec?fico ? a quan-
tidade de calor que faz aumentar de 1 ?C a temperatura de 1 grama do material.
PANZERA, Arjuna C.; MOURA, D?cio G. Temperatura, calor e equil?brio t?rmico. Centro de Refer?ncia

Virtual do Professor, SEE -MG. Mar. 2009. Dispon?vel em: <http://crv.educacao.mg.gov.br/
sistema_crv/documentos/md/ef/ciencias/2010 08/md -ef -ci 49.pdf>. Acesso em: 22 dez. 2012.
As tabelas a seguir indicam o albedo de determinados componentes da superf?cie
terrestre e o calor espec?fico de alguns materiais. Com base nos valores nelas indicados
e nos conhecimentos adquiridos neste cap?tulo, fa?a o que ? pedido a seguir.
Nesta se??o, a
Geografia
dialoga com a
F?sica e a
Qu?mica.
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 170 5/4/16 11:23 AM

Climas171
1. Usar materiais de cor clara nos telhados e cal?amentos
ajuda a reduzir o calor absorvido por essas superf?cies.
Outra sugest?o para reduzir o albedo ? cobrir os telha-
dos com vegeta??o. Segundo os defensores dessas
ideias, em ambos os casos os benef?cios seriam tanto
para o ambiente quanto para as pessoas, que teriam
suas casas mais frescas.
a) Considerando, al?m do albedo, as trocas de calor
dos vegetais com o ambiente, assinaladas no cap?-
tulo, qual seria, na sua opini?o, a melhor cobertura?
b) Com base no albedo das coberturas e no conforto
t?rmico interno, essa seria uma solu??o aplic?vel
em qualquer latitude?
2. Cientistas da ag?ncia espacial europeia (ESA, na si-
gla em ingl?s) verificaram que a extens?o de gelo
que
cobre o ?rtico vem diminuindo aceleradamente
por causa do aumento das temperaturas na regi?o.
Considere os valores de albedo da ?gua e do gelo e
responda:
a) ? medida que a camada de gelo diminui,
convertendo-se em ?gua l?quida, o que deve
acontecer com o albedo?
b) Qual seria a consequ?ncia dessa mudan?a em ter-
mos globais?
3. Sob o sol de ver?o, pr?ximo ao meio-dia, andar descal-
?o na areia seca da praia ou no asfalto ? desastre na
certa: os p?s v?o arder. Ao fim da tarde, por?m, essas
superf?cies est?o frias, ao passo que a ?gua do mar
permanece praticamente com a mesma temperatura.
a) Como se explica essa varia??o em um caso e a cons-
t?ncia em outro?
b) Compare o albedo e o calor espec?fico da areia e
do asfalto: a areia ? mais reflexiva que o asfalto.
Superf?cie Albedo (%)
Neve fresca 80 a 90
Gelo 40 a 80
Telha (cer?mica)* 10 a 35
Florestas 8 a 15
Oceano 7 a 10
CLIMATE DATA INFORMATION. Dispon?vel em: <www.climatedata.info/
Forcing/Forcing/albedo.html>. Acesso em: 22 dez. 2012.
* Environmental Design of Urban Buildings.
Subst?ncia Calor espec?fico (cal/g
o
c)
?gua 1,00
Ar 0,24
Asfalto** 0,22
Areia 0,19
Gelo 0,5
Adaptado de: PHYSICALGEOGRAPHY.NET. Dispon?vel em: <www.
physicalgeography.net/fundamentals/7m.html>. Acesso em: 27 dez. 2015.
** Dispon?vel em: <www.aalborg-industries.com.br>. Acesso em: 27 dez. 2015.
Isso significa que sua capacidade de absorver calor
? menor que a do asfalto?
4. Agora voc? vai fazer um experimento que simular?
parcialmente o efeito estufa. Esse experimento pode
ser realizado no laborat?rio da escola ou na sala de
aula. Para isso, voc? precisar? dos seguintes materiais:
• tr?s tubos de ensaio;
• tr?s rolhas com um pequeno orif?cio, atrav?s do qual se
introduzir? um term?metro;
• tr?s term?metros (n?o pode ser digital);
• areia;
• ?gua;
• gelo mo?do;
• uma l?mpada de 150 W.
Sob a orienta??o do professor, voc? dever? executar
os seguintes passos:
1. Preencha o primeiro tubo com 1/4 de areia, o outro
com 1/4 de ?gua e o ?ltimo com 1/4 de gelo mo?do.
2. Feche cada tubo com uma rolha.
3. Introduza um term?metro no orif?cio de cada rolha,
sem encostar o bulbo nos materiais dentro dos tu-
bos de ensaio.
4. Exponha, ao mesmo tempo, os tr?s tubos ? l?mpa-
da ou ? luz solar.
Com base nas tabelas que mostram o albedo das
superf?cies e o calor espec?fico das subst?ncias, ava-
lie o comportamento dos term?metros ap?s a ex-
posi??o ? luz e descreva:
a) O que dever? acontecer com o ar no interior dos
tubos?
b) Qual subst?ncia dever? se aquecer mais
rapidamente? Por qu??
Albedo de alguns componentes da
superf?cie terrestre Calor espec?fico de alguns materiais
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Para saber mais
Como se formam os furacões?
Os furac?es se formam em regi?es tropicais nos me-
ses de ver?o, quando a temperatura das ?guas superficiais
do mar est? elevada e origina uma zona de baixa press?o
atmosf?rica com presen?a de ar quente e ?mido. Quando
ocorrem no oceano Atl?ntico, as grandes tempestades
tropicais s?o denominadas furac?es; quando se for-
mam no oceano Pac?fico, s?o denominadas tuf?es.
Observe o mapa, ? esquerda. Nele, as ?reas onde os
furac?es se formam est?o em vermelho. Quanto mais
escuro, mais alta a incid?ncia. A linha pontilhada delimita
as regi?es onde a temperatura da superf?cie do oceano ?
maior que 26
o
C nos meses de ver?o. Observe a seguir
como se formam os furac?es e, na sequ?ncia, alguns de-
sastres que eles podem provocar.
Adaptado de: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. S?o Paulo: ?tica, 2013. p. 28.
Escala Saffir-Simpson ? Mede a intensidade dos ciclones tropicais (furac?o e tuf?o).
Categoria 3 ? Ampla
Ventos de 178 a 209 km/h
Categoria 5 ? Catastr?fica
Ventos de mais de 249 km/h
Categoria 2 ? Moderada
Ventos de 153 a 177 km/h
Categoria 4 ? Extrema
Ventos de 210 a 249 km/h
Categoria 1 ? M?nima
Ventos de 119 a 152 km/h
Luís Moura/Arquivo da editora
1
os furac?es se formam
sobre os oceanos em
?reas de baixa press?o e
?guas quentes, acima
de 26
o
c. nessas ?reas,
a evapora??o ? intensa:
a ?gua do mar
esquenta, vira vapor e
forma grandes nuvens. ?
o come?o do fen?meno.
5
no meio da tempestade fica
o chamado ?olho do furac?o?, com
at? 20 km de di?metro. nessa ?rea faz
muito calor, n?o h? nuvens e n?o chove.
? por essa regi?o que a ?gua segue
evaporando, alimentando o furac?o.
2 no local em que a ?gua evapora, a press?o
do ar ? mais baixa do que nos arredores.
isso faz o ar se deslocar das ?reas onde a
press?o ? maior para o centro do furac?o.
esse ar vem cheio de umidade, que evapora
e faz crescer o furac?o.
3 em um ou dois dias o
furac?o j? est?
gigantesco, com 500 km
de di?metro e mais ou
menos 15 km de altura.
por toda a ?rea do
furac?o, chove e venta
muito. as rajadas variam
entre 118 km/h e
249 km/h.
4 por ser um enorme
fen?meno atmosf?rico,
o furac?o sofre os
efeitos da rota??o da
terra. ela faz o ar das
?reas de alta press?o ?
como o topo ? girar em
um sentido, enquanto o
ar da base ? onde a
press?o ? baixa ? gira no
sentido contr?rio.
vapor
ar quente
ar
quente
ar frio
olho do furac?o
ar quente
ar frio
FORMA??O
DO FURAC?O
CRESCIMENTO DO FURAC?O AUGE DO FURAC?O
500 km
Banco de imagens/Arquivo da editora
Luiz Iria/Arquivo da editora
Adaptado de: COLLEGE Atlas of the World. 2
nd
ed. Washington, D.C.:
National Geographic/Wiley, 2010. p. 32.
Distribuição dos furacões
ÁSIA
ÁFRICA
EUROPA
OCEANIA
OCEANO
ÍNDICO
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Meridiano de Greenwich


OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
A
M
É
R
I
C
AEquador
0 4
070
8
140
km
Consulte o site da National Oceanic and
Athmospheric Administration (NOAA), da Organiza??o
Meteorol?gica Mundial (OMM) e do Instituto
Astron?mico e Geof?sico ? USP. Veja orienta??es na
se??o Sugestões de leitura, filmes e sites.
Capítulo 8172
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 172 5/4/16 11:23 AM

1. Os seres humanos podem tolerar apenas certos inter-
valos de temperatura (T) e umidade relativa (UR), e,
nessas condi??es, outras vari?veis, como os efeitos do
sol e do vento, s?o necess?rias para produzir condi??es
confort?veis, nas quais as pessoas podem viver e tra-
balhar. O gr?fico mostra esses intervalos e a tabela,
temperaturas e umidades relativas do ar de duas cida-
des, registradas em tr?s meses do ano.
Pensando no Enem
Ideal com vento
Ideal
Ideal com sol
Umidade relativa (%)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
40
35
30
25
20
15
10
5
0
-5
Temperatura (¼C)
Mar?o Maio Outubro
T
(?C)
UR
(%)
T
(?C)
UR
(%)
T
(?C)
UR
(%)
Campo
Grande
2582 20 60 25 58
Curitiba 27 72 19 80 18 75
Adaptado de: THE RANDOM house encyclopedias. New rev. 3. ed. 1990.
Com base nessas informa??es, pode-se afirmar que
condi??es ideais s?o observadas em:
a) Curitiba com vento em mar?o, e Campo Grande, em
outubro.
b) Campo Grande com vento em mar?o, e Curitiba com
sol em maio.
c) Curitiba, em outubro, e Campo Grande com sol em
mar?o.
d) Campo Grande com vento em mar?o, Curitiba com
sol em outubro.
e) Curitiba, em maio, e Campo Grande, em outubro.
2. A chuva ? determinada, em grande parte, pela topo-
grafia e pelo padr?o dos grandes movimentos atmos-
f?ricos ou meteorol?gicos. O gr?fico mostra a precipi-
ta??o anual m?dia (linhas verticais) em rela??o ?
altitude (curvas) em uma regi?o em estudo.
De uma an?lise ambiental desta regi?o, concluiu-se que:
I. Ventos oce?nicos carregados de umidade deposi-
tam a maior parte desta umidade, sob a forma de
chuva, nas encostas da serra voltadas para o oceano.
II. Como resultado da maior precipita??o nas encos-
tas da serra, surge uma regi?o de poss?vel deserti-
fica??o do outro lado dessa serra.
III. Os animais e as plantas encontram melhores con-
di??es de vida, sem per?odos prolongados de seca,
nas ?reas distantes 25 km e 100 km, aproximada-
mente, do oceano. ? correto o que se afirma em:
a) I, apenas. d) II e III, apenas.
b) I e II, apenas. e) I, II e III.
c) I e III, apenas.
Resolu•‹o
A resolu??o destes exerc?cios exige o cruzamento dos
dados apresentados na tabela e nos gr?ficos. Na primei-
ra quest?o, as condi??es ideais se situam num intervalo
de aproximadamente 20% a 80% de umidade relativa,
associada a uma temperatura entre 20 ?C e 27 ?C, que
varia em fun??o das condi??es de sol e vento. Na segun-
da quest?o, as tr?s alternativas descrevem situa??es
mostradas no gr?fico.
Portanto, a alternativa correta do exerc?cio 1 ? a A, e a do
exerc?cio 2 ? a E.
Considerando a Matriz de Refer?ncia do Enem, estas
quest?es trabalham a Compet?ncia de ?rea 6 ?
Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo
suas intera??es no espa?o em diferentes contextos
hist?ricos e geogr?ficos, sobretudo a habilidade H29 ?
Reconhecer a fun??o dos recursos naturais na produ??o
do espa?o geogr?fico, relacionando-os com as mudan?as
provocadas pelas a??es humanas.
800
600
400
200
0
1250
0 50 10 0 150
0
Precipitação (mm/ano)
Altitude (m)
Distância em km
ventos oceânicos
Gráficos: Cassiano Röda/Arquivo da editora
Modificado de: Ecologia. E.P. Odum. E.P. Ecologia. Ed. Guanabara, 1988.
Climas173
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4 Tipos de clima
As diferentes combina??es dos fatores clim?ticos d?o origem
a v?rios tipos de clima. O planisf?rio a seguir apresenta uma clas-
sifica??o por grandes regi?es do planeta; portanto, n?o fornece
informa??es sobre as diferen?as encontradas no interior de cada
regi?o, como as decorrentes das varia??es locais de altitude e de
outras caracter?sticas de relevo, e dos graus diferenciados de
urbaniza??o. Dois dos elementos do clima (temperatura e umidade)
est?o expressos nos climogramas das cidades destacadas no mapa.
Banco de imagens/
Arquivo da editora
Climograma de Manaus adaptado de: INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA (INMET).
Dispon?vel em: <www.inmet.gov.br>. Acesso em: 3 jul. 2015.
Outros climogramas adaptados de: ATLAS National Geographic. A Terra e o Universo. S?o Paulo: Abril, 2008. p. 26-27. v. 12.
Allmaps/Arquivo da editora
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 58.
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed.
Rio de Janeiro, 2012. p. 58.
Esse mapa foi adaptado da classifica??o de K?ppen, na qual s?o consideradas as m?dias de temperaturas e chuvas em um
intervalo de pelo menos 30 anos.
M
e
r
i
d
i
a
n
o

d
e

G
r
e
e
n
w
i
c
h
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Círculo Polar Antártico
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Equador


OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
PACÍFICO
Denver
Manaus
Cairo
Mumbai
Atenas
Moscou
Bruxelas
Buenos Aires
Tipos de clima (adaptado da classi&#6684777;ca??o de K?ppen)
Equatorial
Mediterr?neo
Subtropical
Temperado continental
Tropical
Temperado oce?nico
Des?rtico
Polar
Semi?rido
Frio de Montanha
0 2
145
4
290
km
Círculo Polar Ártico
Banco de imagens/Arquivo da editora
Climas
J FMAMJ J ASOND
(°C)
8
-8
-16
-24
-32
-40
-48
0
(mm)
10 0
0
Polo sul
POLAR
(ºC)
30
24
18
12
6
0
J FMAMJ J ASOND
Manaus (AM)
EQUATORIAL
(mm)
500
400
300
200
10 0
0
J FMAMJ J ASOND
Buenos Aires
(Argentina)
SUBTROPICAL
(mm)
500
400
300
200
10 0
0
(ºC)
30
24
18
12
6
0
J FMAMJ J ASOND
Atenas
(Grécia)
MEDITERRÂNEO
(ºC)
30
24
18
12
6
0
(mm)
500
400
300
200
10 0
0
outras caracter?sticas de relevo, e dos graus diferenciados de
Polar
Temperada
Intertropical
Zonas clim‡ticas
0 6
220
km
Capítulo 8174
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 174 5/4/16 11:23 AM

Climogramas: Allmaps/Arquivo da editora
seco, e ver?o, geralmente quente e chuvoso (observe o
climograma de Mumbai).
Equatorial: ocorre na zona clim?tica mais quente
do planeta. Caracteriza-se por temperaturas elevadas
(m?dias mensais em torno de 25
o
C), com pequena
amplitude t?rmica anual, j? que as varia??es de dura??o
entre o dia e a noite e de inclina??o de incid?ncia dos
raios solares s?o m?nimas. Quanto ao regime das chu-
vas, n?o ? poss?vel generalizar como no caso da tem-
peratura. Nas ?reas mais chuvosas o ?ndice supera os
3 000 mm/ano e n?o h? ocorr?ncia de esta??o seca,
mas nas regi?es menos chuvosas o ?ndice cai para
1 500 mm/ano com tr?s meses de estiagem (observe o
climograma de Manaus).
Subtropical: caracter?stico das regi?es localizadas
em m?dias latitudes, como Buenos Aires (observe o
climograma), nas quais j? come?am a se delinear as
quatro esta??es do ano. Tem chuvas abundantes e bem
distribu?das, ver?es quentes e invernos frios, com sig-
nificativa amplitude t?rmica anual.
Árido (ou desértico): por causa da falta de umidade,
caracteriza-se por elevada amplitude t?rmica di?ria e
sazonal. Os ?ndices pluviom?tricos s?o inferiores a
250 mm/ano (observe o climograma do Cairo).
Semiárido: clima de transi??o, caracterizado por
chuvas escassas e mal distribu?das ao longo do ano.
Ocorre tanto em regi?es tropicais, onde as temperatu-
ras s?o elevadas o ano inteiro, quanto em zonas tem-
peradas, onde os invernos s?o frios (veja o climograma
de Denver).
Polar (ou glacial): ocorre em regi?es de latitudes eleva-
das, pr?ximas aos c?rculos polares ?rtico e Ant?rtico, onde,
por causa da inclina??o do eixo terrestre, h? grande varia??o
na dura??o do dia e da noite e, consequentemente, na
quantidade de radia??o absorvida ao longo do ano. A? tam-
b?m os raios solares sempre incidem de forma obl?qua. S?o
climas que se caracterizam por baixas temperaturas o ano
inteiro, atingindo no m?ximo 10
o
C nos meses de ver?o, em
regi?es em que a camada de neve e gelo que recobre o
solo derrete e o dia ? muito mais longo que a noite (obser-
ve o climograma do polo sul, na p?gina ao lado).
Temperado: ? apenas nas zonas clim?ticas temperadas
e frias desta classifica??o que encontramos uma defi-
ni??o clara das quatro esta??es do ano: primavera,
ver?o, outono e inverno. H? uma n?tida distin??o entre
as localidades que sofrem influ?ncia da maritimidade
ou da continentalidade.
No clima temperado oceânico a amplitude t?rmi-
ca ? menor e a pluviosidade, maior (como exemplo,
reveja o climograma de Bruxelas na p?gina 162). No
clima temperado continental as varia??es de tem-
peratura di?ria e anual s?o bastante acentuadas e os
?ndices pluviom?tricos s?o menores (reveja o climo-
grama de Moscou na p?gina 162).
Mediterrâneo: regi?es que apresentam esse clima
t?m ver?es quentes e secos, invernos amenos e chuvo-
sos. Observe sua distribui??o nas m?dias latitudes, em
todos os continentes (veja o climograma de Atenas).
Tropical: as ?reas de clima tropical apresentam duas
esta??es bem definidas: inverno, geralmente ameno e
Os climogramas mostram as
médias de temperatura e
pluviosidade de um lugar
específico e representam as
características médias de um
tipo climático, que na
realidade é diverso. Por
exemplo, nem toda a área de
clima equatorial apresenta um
climograma exatamente igual
ao de Manaus, mas também
não difere muito dele. Por isso,
costuma-se fazer essa
generalização de
características climáticas de
um lugar para uma região.
J FMAMJ J ASOND
(mm)
500
400
300
200
10 0
0
Mumbai
(Índia)
TROPICAL
(ºC)
30
60040
70050
24
18
12
6
0
J FMAMJ J ASOND
(mm)
500
400
300
200
10 0
0
Denver
(Estados Unidos)
SEMIÁRIDO
(ºC)
30
24
18
12
6
0
J FMAMJ J ASOND
Cairo
(Egito)
ÁRIDO
(mm)
500
400
300
200
10 0
0
(ºC)
30
24
18
12
6
0
Climas175
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5 Climas no Brasil
Por possuir 92% do territ?rio na Zona intertropical
do planeta, grande extens?o no sentido norte-sul e
litoral com forte influ?ncia das massas de ar oce?nicas,
o Brasil apresenta predomin?ncia de climas quentes e
?midos. Em apenas 8% do territ?rio, ao sul do tr?pico
de Capric?rnio, ocorre o clima subtropical, que apre-
senta maior varia??o t?rmica e esta??es do ano mais
bem definidas.
Como podemos observar nos mapas, cinco massas
de ar atuam no territ?rio brasileiro:
Adaptados de: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. S?o Paulo: FTD, 2011. p. 25.
Mapas: Banco de imagens/Arquivo da editora
Brasil: massas de ar no verão Brasil: massas de ar no inverno
mEa (Massa Equatorial Atl?ntica): quente e ?mida;
mEc (Massa Equatorial Continental): quente e ?mida
(apesar de continental, ? ?mida por se originar na Ama-
z?nia);
mTa (Massa Tropical Atl?ntica): quente e ?mida;
mTc (Massa Tropical Continental): quente e seca;
mPa (Massa Polar Atl?ntica): fria e ?mida.
Quanto ? a??o das massas de ar, ? poss?vel verificar
nos climogramas da p?gina a seguir que:
• em grande parte da Amaz?nia, como em Bel?m, o clima
? quente e ?mido o ano inteiro porque l? atuam somen-
te massas quentes e ?midas (mEc e mEa). O ?ndice de
chuvas apresenta grande varia??o entre os meses do
ano, mas a umidade relativa do ar permanece elevada
mesmo nos per?odos em que chove menos;
• no clima subtropical ocorrem ver?es quentes e inver-
nos frios para o padr?o brasileiro, com chuvas bem
distribu?das, porque as massas de ar que l? atuam s?o
quentes no ver?o (mTa), frias no inverno (mPa) e ambas
s?o ?midas. ? o que ocorre em Porto Alegre, como
pode ser observado no climograma da p?gina a seguir;
• quando a mTa e a mPa se encontram, forma-se uma
frente fria e h? ocorr?ncia de chuvas.
Equador
55º O

Trópico

d
e
C
a
p
r
i c
ó
r n i o

Equador
e
C
CCC
a
C
aa
C
p
ri
r
ii
r
c
ó
rn
r nn
r
i o
OCEANO
ATLÂNTICO
Belém
Brasília
Goiânia
Porto Alegre
Salvador
Equatorial
Atlântica
Tropical
Atlântica
Equatorial
Continental
Tropical
Continental
0 625 1
250
km
alísios de
nordeste
Equador
0?
55? O
Equador
Equatorial
Atlântica
Tropical
Atlântica
Equatorial
Continental
Tropical
Continental
Polar
Atlântica
0 625 1
250
km
OCEANO
ATL?NTICO
Belém
Brasília
Goiânia
Porto Alegre
Salvador
alísios de
sudeste
Adaptados de: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz.
Note que as massas de ar
equatoriais e tropicais têm sua
ação atenuada no inverno em razão do
avanço da Massa Polar Atlântica.
Capítulo 8176
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 176 5/4/16 11:23 AM

V?rios especialistas se dedicaram ? classifica??o
clim?tica do Brasil, cada qual adotando sua pr?pria
metodologia. Observe o mapa abaixo e tamb?m os
climogramas que ilustram as varia??es de tempe-
ratura e precipita??es de algumas capitais brasilei-
ras localizadas em ?reas de diferentes tipos clim?-
ticos.
Todas as representa??es cartogr?ficas em pequena
escala apresentam generaliza??es e simplifica??es. Os
mapas clim?ticos desta p?gina e da p?gina seguinte
apresentam tipos clim?ticos onde h? grandes
contrastes que n?o foram cartografados, como na ?rea
de clima subtropical, cuja regi?o serrana est? agrupada
com a litor?nea (de temperaturas m?dias mais
elevadas), ou como na ?rea de clima tropical, que
agrupa Rio de Janeiro e Bras?lia, apesar de apresentarem
comportamentos muito diferentes de temperatura e
chuva ao longo do ano.
Agora, observe na p?gina a seguir, a classifica??o
clim?tica do Brasil elaborada pelo IBGE. Ela foi
organizada com base na medi??o sistem?tica da
temperatura e nos ?ndices pluviom?tricos em esta??es
meteorol?gicas espalhadas pelo pa?s. Por ser mais
detalhada, permite a observa??o das diferen?as no
comportamento da temperatura e das chuvas nas
zonas clim?ticas, como a tropical e equatorial.
Brasil: climas
Mapa e climogramas: Banco de imagens/Arquivo da editora
Mapa organizado por Jos? Bueno Conti.
In: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.).
Geografia do Brasil. 6. ed. S?o Paulo:
Edusp, 2011. p. 107. (Did?tica 3).
Climogramas adaptados de: INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA (INMET).
Dispon?vel em: <www.inmet.gov.br>. Acesso em: 3 jul. 2015. *Valores aproximados.
Mapa organizado por Jos? Bueno Conti.
In: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.).
Geografia do Brasil
Edusp, 2011. p. 107. (Did?tica 3).
Belém
Salvador
Porto Alegre
Belo Horizonte
Brasília
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Equador

55º O
Tr
ó
p
i
c
o
d
e
C
a
p
r i c
ó
r n i o
Equatorial úmido
Equatorial semiúmido
Semiárido
Tropical
Tropical de altitude
Subtropical
0 440 880
km
2 220 mm anuais*
J FMAMJ J A SOND
(ºC)
30
24
18
12
6
0
(mm)
500
400
300
200
10 0
0
Belém (PA)
(1961-1990)
(ºC)
30
24
18
12
6
0
(mm)
500
400
300
200
10 0
0
1 350 mm anuais*
J FMAMJ J A SOND
Porto Alegre (RS)
(1961-1990)
2 080 mm anuais*
JFMAMJJASOND
Salvador (BA)
(1961-1990)
(ºC)
30
24
18
12
6
0
(mm)
500
400
300
200
10 0
0
J F MAM J
1 600 mm anuais*
J A S OND
(ºC)
30
24
18
12
6
0
Brasília (DF)
(1961-1990)
(mm)
500
400
300
200
10 0
0
2 220 mm anuais*
J FMAMJ J A SOND
(ºC)
30
24
18
12
6
0
(mm)
500
400
300
200
10 0
0
Belo Horizonte (MG)
(1961-1990)
Climas177
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 177 5/4/16 11:23 AM

Os dados num?ricos que vimos nos climogramas e na classifica??o clim?tica permitem conhecer a din?mica
clim?tica das diversas regi?es brasileiras com base em suas caracter?sticas gerais.
Brasil: unidades climáticas
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Boa Vista
Manaus
Equador

55º O
Porto Velho
Rio Branco
Belém
Macapá
São Luís
Fortaleza
Teresina
Cuiabá
Campo Grande
Natal
João Pessoa
Recife
Maceió
Aracaju
Salvador
Vitória
Rio de Janeiro
São Paulo
Curitiba
Florianópolis
Porto Alegre
Belo
Horizonte
Goiânia
Brasília
Palmas
Superúmido sem seca/subseca
Úmido com 1 mês a 3 meses secos
Semiúmido com 4 a 5 meses secos
Semiárido com 6 a 8 meses secos
Semiárido com 9 a 11 meses secos
Superúmido sem seca/subseca
Úmido com 1 mês a 3 meses secos
Semiúmido com 4 a 5 meses secos
Superúmido sem seca/subseca
Úmido com 1 mês a 3 meses secos
Semiúmido com 4 a 5 meses secos
Úmido com 1 mês a 3 meses secos
Quente (média > 18 ºC em todos os meses) Subquente (média entre 15 ºC e 18 ºC
em pelo menos um mês)
Mesotérmico brando (média entre
10 ºC e 15 ºC)
Mesotérmico mediano (média < 10 ºC)
T
r
ó
p
i c
o
d
e
C
a
p
r
i c
ó
r n
i o

0 620
km
1
240
Mapas: Banco de imagens/Arquivo da editora
Adaptados de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 99.
55º O

Equador
Trópico de Ca
p
r
i
c
ó
r
n
i o
OCEANO
ATLÂNTICO
0 2
780
1
390
km
Brasil: climas zonais
Consulte o site do Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET), onde você pode montar vários
climogramas. Visite também o site do Centro de
Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC – INPE). Veja
orientações na seção Sugestões de leitura, filmes e sites.
Equatorial
Tropical zona equatorial
Tropical nordeste oriental
Tropical Brasil central
Temperado
Capítulo 8178
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 178 5/4/16 11:23 AM

Atividades
Compreendendo conteúdos
1. Qual ? a diferen?a entre tempo e clima? A cena da tirinha da abertura retrata as condi??es do tempo ou do clima?
2. Explique a influ?ncia da latitude e da altitude no clima.
3. Qual ? a influ?ncia das massas de ar no clima?
4. Relacione as massas de ar com as caracter?sticas do clima no territ?rio brasileiro.
Desenvolvendo habilidades
Observe novamente os climogramas de Porto Alegre e Bras?lia, na p?gina 177, e responda:
5. A que tipo de clima est? associado cada gr?fico?
6. Compare o regime de chuvas nas duas localidades e responda:
a) Quais s?o os meses mais secos e mais chuvosos em cada gr?fico?
b) Qual ?, aproximadamente, o ?ndice anual de chuvas em Porto Alegre? E em Bras?lia?
7. Escolha dois climogramas presentes neste cap?tulo. Relacione-os com os mapas das classifica??es clim?ticas, com-
pare o comportamento das m?dias mensais de temperatura nas duas localidades e responda:
a) Quais s?o os meses mais quentes e os mais frios?
b) Qual ? a amplitude t?rmica anual em cada cidade?
c) Qual ? o tipo de clima associado a cada uma delas? Descreva as caracter?sticas da temperatura e da umidade no
inverno e no ver?o de cada um deles.
8. Pesquise em um mapa a localiza??o de Cambar? do Sul (RS). Considerando o que voc? aprendeu neste cap?tulo,
explique que fatores clim?ticos contribuem para que esse munic?pio apresente esta paisagem em dias mais frios.
Atividades
Cambar? do Sul, na Serra
Ga?cha (RS), 2013.
Neco Varella/Agência Free Lancer/
Agência Estado
ATENÇÃO!
Não escreva no seu livro!
179
GGB_v1_PNLD2018_155a179_U2C08.indd 179 5/4/16 11:23 AM

Mario Tama/Getty Images
CAPÍTULO9
Os fenômenos
climáticos e a
interferência humana
Queimada florestal no munic?pio de Z? Doca
(MA), em 2014. Este ? um dos exemplos de
agress?o ambiental provocada pela a??o
humana e que, entre outras consequ?ncias,
provoca altera??es clim?ticas.
180
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 180 5/4/16 11:28 AM

D
esde sua origem, a Terra sempre sofreu mudanças climáticas. Como vimos
no Capítulo 5, o planeta era uma esfera incandescente que foi se resfrian-
do lentamente e, há cerca de 250 milhões de anos, os continentes forma-
vam um único bloco, com condições climáticas muito diferentes das atuais.
As glaciações, as erupções vulcânicas e o El Niño são fenômenos naturais
que provocam alterações climáticas em diversas escalas no tempo geológico.
Entretanto, a poluição atmosférica e os desmatamentos provocados pela ação
humana também têm alterado o clima no planeta. Neste capítulo, vamos es-
tudar as consequências das atividades humanas no sistema climático.
Erup??o vulc?nica lan?ando gases na
atmosfera na Indon?sia, em 2014.
Este tipo de fen?meno natural
tamb?m provoca altera??es
clim?ticas e ambientais.
Beawiharta/Reuters
181Os fenômenos climáticos e a interferência humana
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 181 5/4/16 11:28 AM

1 Interferências humanas no clima
O que eu faço é uma gota no meio de um oceano.
Mas, sem ela, o oceano será menor.”
Madre Teresa de Calcut? (1910-1997), mission?ria na ?ndia e beata cat?lica.
O que eu
Emissão de dióxido de carbono – 2012
15,8
6,3
5,7
3,8
2,5
1,9
1,8
1,8
1,7
25,5 China
Estados Unidos
Índia
Rússia
Japão
Alemanha
Coreia do Sul
Canadá
Irã
Arábia Saudita
% do total mundial
AG?NCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA. 2012 CO
2
Emissions Overview.
Dispon?vel em: <www.iea.org>. Acesso em: 14 dez. 2015.
Consulte os sites do Ministério do Meio Ambiente e da
National Oceanic and Atmospheric Administration. Veja
orientações na seção Sugestões de leitura, filmes e sites.
A. Robson/Arquivo da editora
A a??o humana sobre o clima ocorre em diferen-
tes escalas. Al?m do lan?amento de grandes quan-
tidades de poluentes em casos de queimadas flores-
tais ou emiss?es em usinas termel?tricas e f?bricas,
h? tamb?m, como lembrado pela Madre Teresa de
Calcut?, a a??o individual de cada habitante do pla-
neta, um importante fator para a busca do equil?brio
ambiental.
O efeito estufa e o aquecimento global
O efeito estufa ? um fen?meno natural e fundamen-
tal para a vida na Terra. Ele consiste na reten??o do calor
irradiado pela superf?cie terrestre nas part?culas de gases
e de ?gua em suspens?o na atmosfera, evitando que a
maior parte desse calor se perca no espa?o exterior. A
consequ?ncia ? a manuten??o do equil?brio t?rmico do
planeta e a sobreviv?ncia das v?rias esp?cies vegetais e
animais que comp?em a biosfera. Sem esse fen?meno,
seria imposs?vel a vida na Terra como a conhecemos
hoje (veja o infogr?fico nas p?ginas 184 e 185).
Voc? pode perceber o efeito estufa no cotidiano.
J? reparou, por exemplo, em como o interior de um
carro exposto ao sol fica quente e abafado? Isso acon-
tece porque os raios solares entram pelo vidro, mas
depois o calor n?o consegue sair.
A crescente emiss?o de certos gases que t?m ca-
pacidade de absorver calor, como o metano, os cloro-
fluorcarbonetos (CFCs) e, principalmente, o di?xido de
carbono, faz com que a atmosfera retenha mais calor
do que deveria em seu estado natural. O problema,
portanto, n?o est? no efeito estufa, mas em sua inten-
sifica??o, causada pelo desequil?brio da composi??o
atmosf?rica. A intensa e permanente queima de
combust?veis f?sseis e de florestas tem elevado os n?-
veis de di?xido de carbono na atmosfera desde a Pri-
meira Revolu??o Industrial, com efeitos cumulativos.
Observe o gr?fico ao lado. Ele mostra a participa??o
dos pa?ses na emiss?o de di?xido de carbono.
As mudan?as clim?ticas decorrentes do aquecimen-
to global provocado pela intensifica??o do efeito estufa
levaram a Organiza??o Meteorol?gica Mundial (OMM)
e o Programa das Na??es Unidas para o Meio Ambiente
(Pnuma) a criar, em 1988, o Painel Intergovernamental
de Mudan?as Clim?ticas (IPCC, na sigla em ingl?s), um
grupo formado por 2 500 cientistas de 130 pa?ses.
Segundo o 5
o
relat?rio do IPCC, divulgado em 2013,
poder? ocorrer um aumento de 4 ?C na temperatura
do planeta at? 2100. Al?m disso, o relat?rio afirma que
a concentra??o de gases estufa na atmosfera continua
aumentando, que o n?vel do mar est? subindo e que a
probabilidade de o aquecimento global ser causado por
a??es humanas ? de 95%. Outra poss?vel consequ?ncia
do aquecimento global ? a altera??o nos climas e na
distribui??o das plantas pela superf?cie do planeta. O
aumento da temperatura modifica o metabolismo e a
transpira??o das plantas, alterando a quantidade de
?gua necess?ria ao seu desenvolvimento. Disso deve
decorrer o aumento da produtividade agr?cola em al-
gumas regi?es e a diminui??o em outras.
Capítulo 9182
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 182 5/4/16 11:28 AM

Redução da camada de ozônio
De toda a radia??o solar que atinge a superf?cie
da Terra, 45% ? luz vis?vel, 45% ? radia??o infravermelha
e 10% s?o raios ultravioleta, cujo aumento de intensi-
dade poderia comprometer as condi??es de vida no
planeta e a pr?pria sobreviv?ncia da esp?cie humana.
Acima dos 15 km de altitude h? uma grande
concentra??o de oz?nio, o que forma uma esp?cie de
escudo ou filtro natural, com cerca de 30 km de espes-
sura, contra a a??o dos raios ultravioleta.
Desde a d?cada de 1980 os sat?lites meteorol?gi-
cos v?m fornecendo imagens que mostram a destrui-
??o da camada de oz?nio, principalmente sobre a
Ant?rtida. O principal respons?vel por essa destrui??o ?
o g?s CFC (clorofluorcarbono), usado como fluido de re-
frigera??o em geladeiras e aparelhos de ar-condiciona-
do e como solvente nas embalagens de aeross?is e nas
espumas pl?sticas.
Dialogando
com Física
Em 1986, 120 pa?ses assinaram o Protocolo de Montre-
al (Canad?), um acordo de redu??o do uso de CFC. Todos
os artigos que continham CFC deveriam ter sua produ??o
e utiliza??o interrompidas at? 1996, e essa subst?ncia de-
veria ser substitu?da por outras inofensivas ao oz?nio, como
o HFC (hidrofluorcarbono) e outros, que atualmente s?o
usados nas geladeiras. Al?m do grande buraco na camada
de oz?nio sobre a Ant?rtida, foram detectados miniburacos
tamb?m sobre o polo norte. A preocupa??o era se a circu-
la??o atmosf?rica n?o faria esses buracos se ampliarem,
atingindo regi?es mais habitadas. Governos e ind?strias,
sob press?o da sociedade civil, tomaram iniciativas para
colocar em pr?tica os acordos firmados pelo Protocolo de
Montreal. Como mostra a imagem a seguir, desde ent?o
houve uma significativa redu??o de tamanho no buraco e
j? h? proje??es de que a camada de oz?nio pode ser com-
pletamente recomposta at? meados deste s?culo.
Evolução do buraco na camada de ozônio sobre a Antártida (1970-2013)
Secretariado de Ozônio/UNEP
A escala de cores mostra a concentra??o de oz?nio na atmosfera (unidade de Dobson), variando de 100 a 600 unidades.
Na sequ?ncia de imagens ? poss?vel observar o aumento da ?rea onde houve diminui??o da concentra??o de oz?nio na
atmosfera (?rea em azul, popularmente conhecida como buraco na camada de oz?nio).
Verifique que o ano de 2011 apresentou o maior ?buraco? na camada de oz?nio, mas em 2013 ele havia reduzido um pouco.
Essa redu??o ? explicada pela diminui??o no lan?amento de gases que agridem a camada de oz?nio. O Programa das
Na??es Unidas para o Meio Ambiente prev? que ela estar? totalmente recomposta por volta de 2070.
PROGRAMA DAS NA??ES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE (PNUMA). Synthesis of the 2014 Reports of the Assessment Panels of the Montreal Protocol.
Dispon?vel em: <http://ozone.unep.org/en/Assessment_Panels/SynthesisReport2014.pdf>. Acesso em: 14 dez. 2015.
1970
2007
1971
2009
Ozônio total (unidade de Dobson)
10 0 200 300 400 500
1972
2 011
1979
2013
Os fenômenos climáticos e a interferência humana183
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 183 5/4/16 11:28 AM

O efeito estufa natural mant?m a temperatura
m?dia do planeta na faixa de 15 ?C. Se n?o houvesse
reten??o de calor na atmosfera, a temperatura m?dia
do planeta seria negativa, pr?xima de ?18 ?C.
ESTUFA NATURAL
Geralmente, parte do calor emitido pela Terra
volta ao espa?o e parte continua nela,
mantendo a temperatura na superf?cie. No
entanto, a a??o humana tem causado um
aumento na reten??o desse calor, podendo
resultar em um aumento da temperatura
m?dia do planeta. Veja na sequ?ncia ao lado
como isso ocorre.
O GÁS METANO
O g?s metano tem uma capacidade de reten??o de
calor cerca de vinte vezes superior ? do CO
2
. Suas
principais fontes de emiss?o s?o a flatul?ncia de
animais, a decomposi??o de lixo e o cultivo de
arroz em terras inundadas. A pecu?ria de bovinos,
ovinos e outros animais e a agricultura de v?rzea
s?o respons?veis por cerca de 15% da polui??o
atmosf?rica mundial.
Energia solar
Cerca de 30% da energia
solar que atinge a
atmosfera ? refletida em
suas camadas superiores e
retorna ao espa?o.
1
Absorção e
conversão
Cerca de 20% da energia total
que atinge a Terra ? absorvida
na superf?cie e depois irradiada
na forma de calor.
2
INFOGRÁFICO
Efeito estufa
184Capítulo 9
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 184 5/4/16 11:28 AM

1960 1970 1980 1990 2000
310
320
330
340
350
360
370
380
390
Dióxido de carbono
na atmosfera
Medido em
Mauna Loa, Havaí
Concentração de dióxido de carbono (ppmv)
Ciclo anual
Jan Abr Jul Out Jan
HCFCs ou
gases F 1,1%
CO
2
(queima de
combustíveis
fósseis) 56,6%
CH
4

14,3%
CO
2
(desmatamento
e queimadas)
17,3%
CO
2

(outras
fontes)
2,8%
N
2
O
7,9%
Fornecimento
e consumo
de energia
25,9%
Indústria
19,4%
Silvicultura
17,4%
Agricultura
13,5%
Transporte
13,1%
Comércio e
residências
7,9%
Lixo e
outros
2,8%
CALOR COM CHUVA
O aumento na temperatura m?dia do planeta
provoca aumento da evapora??o e, portanto, da
concentra??o de vapor de ?gua na atmosfera, o que
causa um armazenamento ainda maior de calor.
Na regi?o central das grandes cidades, o aumento da
temperatura resultante da ?ilha de calor? aumenta a
evapora??o e provoca ?ndices de chuva maiores que
na periferia.
Intervenção humana
O di?xido de carbono e outros gases estufa
emitidos pelas atividades humanas
armazenam o calor irradiado e a energia
solar refletida pela Terra.
O aumento na concentra??o de gases estufa
aumenta a reten??o desse calor nas
camadas inferiores da atmosfera e provoca
aumento na temperatura m?dia.
3
Erika Onodera/Arquivo da editora
Adaptado de: OXFORD Essential World Atlas. 5
th
ed.
New York: Oxford University Press, 2008. p. 15.
EMISSÃO DE
GASES DO EFEITO
ESTUFA
Muitos gases s?o emitidos em
decorr?ncia das atividades humanas,
exceto o vapor de ?gua presente
naturalmente na atmosfera.
AÇÃO HUMANA
Os principais fatores de emiss?o de
di?xido de carbono na atmosfera s?o
provenientes das queimadas,
principalmente em florestas tropicais, e
da queima de combust?veis f?sseis para
obten??o da energia utilizada em
transportes, ind?strias, servi?os e
resid?ncias.
AQUECIMENTO
GLOBAL
Mesmo os locais mais isolados j?
apresentam sinais de que a polui??o est?
espalhada por todo o planeta. Observe,
por exemplo, o caso do arquip?lago do
Hava?, localizado distante dos grandes
centros urbano-industriais. Os dados do
gr?fico foram coletados no observat?rio
da ilha de Mauna Loa, a 3 500 m de
altitude, e mostram o aumento da
concentra??o de CO
2
em um lugar
isolado como esse.
Os fenômenos climáticos e a interferência humana185
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 185 5/4/16 11:28 AM

Ilhas de calor
A ilha de calor ? uma das mais evidentes demons-
tra??es da a??o humana como fator de mudan?a cli-
m?tica. O fen?meno resulta da eleva??o das tempera-
turas m?dias nas ?reas urbanizadas das grandes
cidades, em compara??o com ?reas vizinhas. Observe
a reprodu??o do mapa abaixo.
A Praça da Sé está localizada no centro histórico de São Paulo, uma
área densamente urbanizada; ao norte e ao sul desse município
encontramos áreas de preservação ambiental com domínio de
floresta, devido à presença das serras da Cantareira e do Mar,
respectivamente.
0 5 km
1:50.000
Banco de imagens/Arquivo da editora
A “ilha de calor” de São Paulo:
temperatura da superfície – 1999
A diferen?a de temperatura entre o centro da ci-
dade e as ?reas perif?ricas pode chegar at? 7
o
C. A ex-
pans?o da mancha urbana de S?o Paulo, por exemplo,
provocou um aumento de 1,3
o
C na temperatura m?dia
anual entre 1920 e 2005, que subiu de 17,7
o
C para
19
o
C. Isso ocorre por causa das diferen?as de irradia??o
de calor entre as ?reas impermeabilizadas e as ?reas
verdes. A substitui??o da vegeta??o por grande quan-
tidade de casas e pr?dios, viadutos, ruas e cal?adas
pavimentadas faz aumentar significativamente a
irradia??o de calor para a atmosfera, em com-
para??o com as zonas rurais, onde, em geral,
? maior a cobertura vegetal. Al?m disso, nas
zonas centrais das grandes cidades ? muito
maior a concentra??o de gases e materiais par-
ticulados lan?ados por ve?culos automotores.
Esses materiais s?o respons?veis por um efei-
to estufa localizado, que colabora para aumen-
tar a reten??o de calor. A isso se soma o calor
liberado pelos motores dos ve?culos, o que
acentua o fen?meno da ilha de calor. Nas gran-
des metr?poles os ve?culos atingem milh?es
de unidades; por exemplo, na cidade de S?o
Paulo, em 2015, havia cerca de 8 milh?es de
ve?culos automotores em circula??o.
Deve-se salientar, no entanto, que uma
cidade pode ter diversos picos de temperatura
espalhados pela mancha urbana ? como mos-
tra, por exemplo, o mapa ao lado ?, caracteri-
zando v?rias ilhas de calor. Uma regi?o densa-
mente edificada e industrializada apresenta
picos de temperatura mais elevados do que
bairros residenciais com grandes ?reas verdes.
A forma??o de ilhas de calor facilita a ascen-
s?o do ar, formando uma zona de baixa press?o.
Isso faz com que os ventos soprem, pelo menos
durante o dia, para essa ?rea central, trazendo,
muitas vezes, maiores quantidades de poluen-
tes. Sobre a zona central da mancha urbana for-
ma-se uma ?c?pula? de ar pesadamente polu?do.
No caso das grandes metr?poles, com elevados
?ndices de polui??o, os ventos que sopram de
zonas industriais perif?ricas rumo ?s zonas cen-
trais concentram ainda maiores quantidades de
poluentes. Nessas cidades, do alto dos pr?dios
ou quando se est? chegando por uma estrada,
pode-se ver nitidamente uma ?c?pula? acinzen-
tada recobrindo-as.
ATLAS ambiental do munic?pio
de S?o Paulo. Dispon?vel em:
<http://atlasambiental.
prefeitura.sp.gov.br/pagina.
php?id=21>. Acesso em:
14 dez. 2015.
Capítulo 9186
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 186 5/4/16 11:28 AM

As chuvas ácidas
Mesmo em ambiente n?o polu?do, as chuvas s?o
sempre ligeiramente ?cidas. A combina??o de g?s car-
b?nico e ?gua presentes na atmosfera produz ?cido
carb?nico, que d? ?s chuvas uma pequena acidez. O fe-
n?meno das chuvas ?cidas de origem antr?pica causa,
por?m, graves problemas por resultar da eleva??o anor-
mal dos n?veis de acidez da atmosfera, em consequ?ncia
do lan?amento de poluentes produzidos, sobretudo, por
atividades urbano-industriais. Trata-se de mais um fe-
n?meno atmosf?rico causado, em escala local e regional,
pela emiss?o de poluentes das ind?strias, dos meios de
transporte e de outras fontes de combust?o. Os princi-
pais causadores desse fen?meno s?o o di?xido de nitro-
g?nio e o tri?xido de enxofre ? que ? a combina??o do
di?xido de enxofre, emitido pela queima de combust?veis
f?sseis, e do oxig?nio, j? presente na atmosfera.
O tri?xido de enxofre e o di?xido de nitrog?nio lan-
?ados na atmosfera, ao se combinarem com ?gua em
Dialogando
com química
suspens?o, transformam-se em ?cido sulf?rico, ?cido
n?trico e nitroso, respectivamente, que t?m elevada
capacidade de corros?o.
A concentra??o de tri?xido de enxofre aumentou na
atmosfera com a amplia??o do uso de combust?veis f?s-
seis nos transportes, nas termel?tricas e nas ind?strias.
Cerca de 90% do di?xido de enxofre ? eliminado pela quei-
ma do carv?o e do petr?leo. J? pelo menos 70% do di?xido
de nitrog?nio ? emitido pelos ve?culos automotores. En-
quanto a concentra??o do primeiro est? gradativamente
diminuindo na atmosfera, a do segundo est? aumentan-
do por causa da maior utiliza??o do transporte rodovi?rio.
Os pa?ses que mais colaboram para a emiss?o des-
ses gases s?o os industrializados do hemisf?rio norte.
Por isso, as chuvas ?cidas ocorrem com mais intensida-
de nessas na??es, principalmente no nordeste da Am?-
rica do Norte e na Europa ocidental, como se pode ver
no mapa abaixo.
Chuvas ácidas – 2012
Adaptado de: SUTTON, Christopher J. Student Atlas of World Geography. 8
th
ed. [s.I.]: McGraw-Hill/Duskin, 2014. p. 95.
pH: express?o quantitativa para acidez ou alcalinidade de uma solu??o qu?-
mica. A escala pH varia de 0 a 14, sendo o pH 7 neutro, menor que 7 ?cido e
maior que 7 alcalino ou b?sico. Portanto, quanto menor o pH, maior a acidez.


6.06.0 OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
Equador
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Meridiano de Greenwich
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
5.05.0
5.55.5
5.05.0
5.05.0
5.05.0
5.05.0
6.06.0
4.54.5
4.54.5
4.54.5
4.04.0
4.04.0
Chuvas ‡cidas
Solos sensíveis/áreas
potencialmente problemáticas
Áreas poluídas: emissões
que provocam chuva ácida
Áreas com maior
incidência de chuvas ácidas
Nível estimado de pH
0 1
875
3
750
km
5.55.5
5.55.5
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Julio Dian/Arquivo da editora
Os fenômenos climáticos e a interferência humana187
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 187 5/6/16 3:31 PM

A a??o corrosiva da chuva ?cida foi detectada no
s?culo XVIII e sua intensidade vem aumentando.
Al?m de causar corros?o de metais e deteriora??o
de monumentos hist?ricos ? alguns extrema-
mente valiosos, como os monumentos gregos
de Atenas ?, as chuvas ?cidas provocam impac-
tos, muitas vezes, a centenas de quil?metros das
fontes poluidoras.
Outra consequ?ncia das chuvas ?cidas, que
? tanto mais grave quanto mais pr?ximo das
fontes poluidoras, ? a destrui??o da cobertura
vegetal. Essa trag?dia ecol?gica ? muito co-
mum nos pa?ses desenvolvidos. No Brasil, esse
fen?meno ocorre de forma significativa na
regi?o metropolitana de S?o Paulo, nas
cidades mineiras onde se produz a?o
e no Rio Grande do Sul, pr?ximo ?s
termel?tricas movidas a carv?o, cuja
polui??o atinge at? o Uruguai (reveja o mapa de chuvas
?cidas na p?gina anterior).
O caso mais grave, por?m, aconteceu nas d?cadas
de 1980 e 1990 em Cubat?o, munic?pio da Regi?o Me-
tropolitana da Baixada Santista (SP). Em alguns pontos
da escarpa da serra do Mar, nas proximidades das
principais fontes poluidoras, parte da vegeta??o de
pequeno e m?dio porte desapareceu. As ?rvores re-
sistiram ? polui??o, mas, com a morte dos vegetais
de pequeno porte, o solo ficou exposto, o que favo-
receu a ocorr?ncia de escorregamentos e agravou o
desmatamento das encostas. Nos ?ltimos anos, po-
r?m, a diminui??o da emiss?o de poluentes
pelas ind?strias do polo petroqu?mico e
sider?rgico de Cubat?o permitiu a recons-
titui??o da vegeta??o nas encostas afe-
tadas pelo processo.
Como vamos estudar tamb?m no
Cap?tulo 12, a preocupa??o com os impac-
tos ambientais, como os que vimos neste
cap?tulo, vem desde a Confer?ncia das Na-
??es Unidas sobre o Homem e o Meio Am-
biente, realizada na Su?cia (Estocolmo) em
1972. As quest?es l? apontadas, como a in-
compatibilidade entre o modelo consumista
de desenvolvimento e a conserva??o do meio
ambiente, afloraram novamente
na Confer?ncia das Na??es Unidas
sobre o Meio Ambiente e Desen-
volvimento realizada no Rio de
Janeiro em 1992, na Rio + 10, rea-
lizada em Johannesburgo em
2002, e de forma mais t?mida na
Rio + 20, no Rio de Janeiro, em 2012.
Mesmo quando os pa?ses n?o chegaram a um acor-
do, como ocorreu num importante encontro realizado
em Copenhague pelo Quadro das Na??es Unidas sobre
Mudan?a do Clima (COP 15), houve consenso mundial
sobre a necessidade de compatibilizar crescimento eco-
n?mico e conserva??o do meio ambiente para as futu-
ras gera??es, o que significa a defesa de um desenvol-
vimento sustent?vel.
Vista parcial de emiss?o de poluentes por
sider?rgica, em Cubat?o (SP), com a serra do Mar
ao fundo (foto de 2013). Note que a polui??o
tende a ficar concentrada no vale porque a serra
dificulta sua dispers?o.
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Edson Grandisoli/Pulsar Imagens
Est?tua de
bronze corro?da
pela chuva ?cida
em Montevid?u
(Uruguai), em
2015.
bronze corro?da
188
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 188 5/4/16 11:28 AM

1.
Pensando no Enem
2. Em 1872, Robert Angus Smith criou o termo ?chuva ?ci-
da?, descrevendo precipita??es ?cidas em Manchester
ap?s a Revolu??o Industrial. Trata-se do ac?mulo de-
masiado de di?xido de carbono e enxofre na atmosfe-
ra que, ao reagirem com compostos dessa camada,
formam got?culas de chuva ?cida e part?culas de aeros-
s?is. A chuva ?cida n?o necessariamente ocorre no
local poluidor, pois tais poluentes, ao serem lan?ados
na atmosfera, s?o levados pelos ventos, podendo pro-
vocar a rea??o em regi?es distantes. A ?gua de forma
pura apresenta pH 7, e, ao contatar agentes poluidores,
reage modificando seu pH para 5,6 e at? menos que
isso, o que provoca rea??es, deixando consequ?ncias.
Dispon?vel em: <www.brasilescola.com>.
Acesso em: 18 maio 2010 (adaptado).
O texto aponta para um fenômeno atmosférico causador
de graves problemas ao meio ambiente: a chuva ácida
(pluviosidade com pH baixo). Esse fenômeno tem como
consequência
a) a corrosão de metais, pinturas, monumentos históricos,
destruição da cobertura vegetal e acidificação dos lagos.
b) a diminuição do aquecimento global, já que esse tipo
de chuva retira poluentes da atmosfera.
c) a destruição da fauna e da flora e redução de recursos
hídricos, com o assoreamento dos rios.
d) as enchentes, que atrapalham a vida do cidadão urba-
no, corroendo, em curto prazo, automóveis e fios de
cobre da rede elétrica.
e) a degradação da terra nas regiões semiáridas, localiza-
das, em sua maioria, no nordeste do nosso país.
Resolução
A chuva tem um ?ndice de acidez naturalmente baixo. A
queima de combust?veis f?sseis emite uma quantidade
grande de di?xido de carbono e enxofre, intensificando a
acidez da chuva nas regi?es polu?das e naquelas para
onde os ventos transportam os gases causadores do fen?-
meno. A alternativa A descreve as principais consequ?n-
cias econ?micas, sociais e ambientais de sua ocorr?ncia.
Considerando a Matriz de Refer?ncia do Enem, essas ques-
t?es trabalham a Compet?ncia de ?rea 6 ? Compreender a
sociedade e a natureza, reconhecendo suas intera??es no
espa?o em diferentes contextos hist?ricos e geogr?ficos, e
as habilidades H29 ? Reconhecer a fun??o dos recursos na-
turais na produ??o do espa?o geogr?fico, relacionando-os
com as mudan?as provocadas pelas a??es humanas e H30
? Avaliar as rela??es entre preserva??o e degrada??o da
vida no planeta nas diferentes escalas.
Reunindo-se as informações contidas nas duas charges,
infere-se que
a) os regimes climáticos da Terra são desprovidos de pa-
drões que os caracterizem.
b) as intervenções humanas nas regiões polares são mais
intensas que em outras partes do globo.
c) o processo de aquecimento global será detido com a
eliminação das queimadas.
d) a destruição das florestas tropicais é uma das causas do
aumento da temperatura em locais distantes como os polos.
e) os parâmetros climáticos modificados pelo homem
afetam todo o planeta, mas os processos naturais têm
alcance regional.
Resolução
O desmatamento e as queimadas s?o fatores que reduzem a
absor??o e aumentam a emiss?o de g?s carb?nico na atmos-
fera, intensificando o aquecimento global e o efeito estufa
em escala planet?ria. Portanto, a alternativa correta ? a D.
Reprodução/ENEM, 2012
Dispon?vel em: <http://clickdigitalsj.com.br>.
Acesso em: 9 jul. 2009.
Reprodução/ENEM, 2012
Dispon?vel em: <http://conexaoambiental.zip.net/images/
charge.jpg>. Acesso em: 9 jul. 2009.
Os fenômenos climáticos e a interferência humana189
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 189 5/4/16 11:28 AM

2 Fenômenos naturais
No transcorrer da hist?ria geol?gica, o planeta pas-
sou por v?rias mudan?as em sua estrutura f?sica, como
a deriva continental, e seus sistemas clim?ticos, como
a ocorr?ncia de v?rios per?odos glaciais ? o ?ltimo ter-
minou h? cerca de 11 mil anos.
Os fen?menos naturais provocam grandes altera-
??es no clima de nosso planeta, tanto em escala local
quanto global.
Invers‹o tŽrmica
Trata-se de um fen?meno natural agravado pela
a??o humana, mais frequente nos meses de inverno,
em per?odos de penetra??o de massas de ar frio.
As invers?es t?rmicas acontecem em escala local
por apenas algumas horas. S?o mais comuns no final
da madrugada e no in?cio da manh?. Durante esse pe-
r?odo, ocorre o pico da perda de calor do solo por irra-
dia??o; portanto, as temperaturas s?o mais baixas,
tanto a do solo quanto a do ar. Quando a temperatura
pr?xima ao solo cai abaixo de 4
o
C, o ar, frio e pesado,
fica retido em baixas altitudes. Esse fen?meno ocorre
preferencialmente em ?reas conhecidas como ?fundo
de vale?, que permitem o aprisionamento do ar frio.
Camadas mais elevadas da atmosfera s?o ocupadas
com ar relativamente mais quente, que n?o consegue
descer. Como resultado, a circula??o atmosf?rica local
fica bloqueada por certo tempo, ocorrendo uma invers?o
na posi??o habitual das camadas, com o ar frio perma-
necendo embaixo e o ar quente acima ? da? o nome
invers?o t?rmica. Logo ap?s o nascer do sol, ? medida
que o solo e o ar pr?ximo a ele v?o se aquecendo, o
fen?meno vai gradativamente se desfazendo. O ar
aquecido passa a subir e o ar resfriado, a descer, recu-
perando o padr?o habitual da circula??o atmosf?rica e
desfazendo a invers?o t?rmica.
Esse fen?meno ? mais comum em ?reas onde o
solo ganha bastante calor durante o dia e o irradia com
intensidade ? noite.
Um ambiente favor?vel para a invers?o t?rmica
s?o as grandes cidades, que, pelo fato de apresenta-
rem extensa ?rea constru?da, desmatada e impermea-
bilizada por cimento e asfalto, absorvem grande quan-
tidade de calor durante o dia. ? noite, no entanto,
perdem calor rapidamente. No meio urbano isso vem
acompanhado de um problema extra: com a concen-
tra??o do ar frio nas camadas mais baixas da atmos-
fera, ocorre tamb?m a reten??o de toneladas de
poluentes. ? importante destacar que, em regi?es
onde o ar n?o ? polu?do, a ocorr?ncia de invers?o
t?rmica n?o provoca nenhum problema ambiental.
J? nas ?reas urbanas que t?m grande concentra??o
de polui??o no ar, esse fen?meno constitui um s?rio
problema ambiental.
Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens
Durante o per?odo de invers?o t?rmica, a
concentra??o de poluentes atmosf?ricos
aumenta e, por vezes, h? proibi??o de
circula??o de ve?culos nos centros urbanos.
A foto mostra o fen?meno ao amanhecer, no
inverno de 2015, em S?o Paulo (SP).
190
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 190 5/4/16 11:28 AM

El Niño
Enquanto as invers?es t?rmicas acontecem em
escala local e por apenas algumas horas, o El Ni?o ? um
fen?meno clim?tico natural que ocorre em escala
planet?ria por per?odos de aproximadamente dois a
sete anos. Ele se manifesta como um aquecimento
(3
o
C a 7
o
C acima da m?dia) das ?guas do oceano Pac?-
fico nas proximidades da linha do equador, como po-
demos observar nos esquemas a seguir.
Condições climáticas normais
Cassiano Röda/Arquivo da editora
OCEANIA
AMÉRICA DO NORTE
AMÉRICA DO SUL
Fria
Quente
OCEANO PACêFICO
Adaptado de: CENTRO DE PREVIS?O DE TEMPO E ESTUDOS CLIM?TICOS (CPTEC/INPE).
Dispon?vel em: <http://enos.cptec.inpe.br/>. Acesso em: 14 dez. 2015.
Os ventos al?sios sopram de leste para oeste com velocidade m?dia de 15 m/s, aumentando o n?vel das ?guas do oceano Pac?fico
nas proximidades da Austr?lia, onde ele ? cerca de 50 cm superior ao n?vel nas proximidades da Am?rica do Sul. Al?m disso, esses
ventos provocam correntes que levam as ?guas da superf?cie, mais quentes, na mesma dire??o, favorecendo a ressurg•ncia
? processo pelo qual a ?gua fria sobe ? superf?cie ? pr?ximo ? costa oeste da Am?rica do Sul. Por isso, em condi??es normais,
observam-se ?guas superficiais relativamente mais frias no oceano Pac?fico Equatorial Leste, junto ? costa oeste da Am?rica do
Sul, e relativamente mais aquecidas no Pac?fico Equatorial Oeste, pr?ximo ? costa australiana e ? regi?o da Indon?sia.
OCEANIA
AMÉRICA DO NORTE
AMÉRICA DO SUL
Fria
Quente
OCEANO PACêFICO
Condições climáticas de El Niño
Cassiano Röda/Arquivo da editora
Adaptado de: CENTRO DE PREVIS?O DE TEMPO E ESTUDOS CLIM?TICOS (CPTEC/INPE).
Dispon?vel em: <http://enos.cptec.inpe.br/>. Acesso em: 14 dez. 2015.
As condi??es que indicam a presen?a do fen?meno El Ni?o s?o o enfraquecimento dos ventos al?sios, que diminuem para cerca
de 1 a 2 m/s, e o aumento da Temperatura da Superf?cie do Mar (TSM) no oceano Pac?fico Equatorial Leste. Como consequ?ncia, o
n?vel das ?guas se eleva em dire??o ? Am?rica do Sul e ocorre uma diminui??o da ressurg?ncia, dificultando o afloramento das
?guas mais frias pr?ximo ? costa oeste da Am?rica do Sul. Isso provoca grandes mudan?as na circula??o dos ventos e das massas
de ar, al?m de evapora??o mais intensa, com aumento do ?ndice de chuvas em algumas regi?es do planeta e ocorr?ncia de
estiagem em outras.
Os fenômenos climáticos e a interferência humana191
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 191 5/4/16 11:28 AM

A raz?o da mudan?a na intensidade dos ventos
al?sios ainda ? uma inc?gnita. Nos anos em que o fe-
n?meno ocorre, a Am?rica do Sul sofre ainda a a??o de
uma massa de ar quente e ?mida peri?dica que atua
no sentido noroeste-sudeste. No Brasil, essa massa de
ar desvia a umidade da Massa Equatorial Continental,
a respons?vel pelas chuvas na Caatinga, em dire??o ao
sul do pa?s. A consequ?ncia ? a ocorr?ncia de enchentes
no Brasil meridional e de seca na regi?o do clima semi?-
rido nordestino e extremo norte do pa?s, principalmen-
te em Roraima. Outra consequ?ncia ? o desvio da Mas-
sa Polar Atl?ntica para o oceano Atl?ntico antes de
atingir a regi?o Sudeste, o que atenua a queda normal
de temperaturas no inverno.
Existe um fen?meno que ocorre com menor fre-
qu?ncia e que tem caracter?sticas opostas ?s do El Ni?o.
Por esse contraste, esse fen?meno foi denominado La
Niña. Nos anos em que La Ni?a ocorre, h? um resfria-
mento das ?guas superficiais do Pac?fico na costa perua-
na, o que tamb?m altera as zonas de alta e baixa press?o,
provocando mudan?as na dire??o dos ventos e das mas-
sas de ar. As causas que determinam o aparecimento
desses dois fen?menos naturais s?o desconhecidas.
Observe os mapas abaixo.
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
0 3
080
6
160
km
chuvoso
seco e
quente
seco
seco
quente
quente
quente
quente
quente
chuvoso
chuvoso
e quente
chuvoso
e quente
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ÍNDICO
Equador
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
180º

Efeitos do fenômeno El Niño em dezembro, janeiro e fevereiro
Adaptado de: CENTRO DE PREVIS?O DE TEMPO E ESTUDOS CLIM?TICOS (CPTEC/INPE).
Dispon?vel em: <http://enos.cptec.inpe.br/img/DJF_el.jpg>. Acesso em: 14 dez. 2015.
Adaptado de: CENTRO DE PREVIS?O DE TEMPO E ESTUDOS CLIM?TICOS (CPTEC/INPE).
Dispon?vel em: <http://enos.cptec.inpe.br/img/DJF_la.jpg>. Acesso em: 14 dez. 2015.
seco
chuvoso
e frio
chuvoso
chuvoso
frio
frio
frio
frio
seco
e frio
seco e
quente
seco
e frio
0 3
150
6
300
km
Equador
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO
ÍNDICO
180º

Efeitos do fenômeno La Niña em dezembro, janeiro e fevereiro
Mapas: Banco de imagens/Arquivo da editora
Consulte o site do CPTEC/
INPE. Veja orientações na seção
Sugestão de leitura, filmes e sites.
A ocorrência de secas e

períodos chuvosos na
região semiárida do

Nordeste brasileiro entre

os meses de dezembro e

fevereiro tem sua
explicação associada,
respectivamente, à
ocorrência dos fenômenos

El Niño e La Niña.
Capítulo 9192
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 192 5/4/16 11:28 AM

Atualmente, a ocorr?ncia de El Ni?o e de La Ni?a
pode ser prevista com seis a nove meses de anteced?n-
cia. Existe, no oceano Pac?fico, um conjunto de boias
que monitoram a temperatura da superf?cie do mar e
indicam os primeiros sinais da forma??o do fen?meno.
O monitoramento permite adotar medidas para en-
frentar os problemas gerados pela altera??o clim?tica.
Os impactos socioambientais provocados por esses
fen?menos levaram o Senado Federal a criar, em 1997,
uma comiss?o especial para elaborar propostas que
minimizem seus efeitos no campo, nas cidades e no
meio ambiente natural:
• assist?ncia para evitar a desestrutura??o da produ-
El Niño e aquecimento global farão temperatura bater novo recorde
Para quem n?o gosta de calor e sofre com os term?me-
tros ? inclusive nestes ?ltimos dias ?, um aviso: vai piorar.
O Met Office, instituto de meteorologia do Reino Unido,
divulgou a previs?o de que 2016 desbancar? 2015 como o
ano mais quente desde o in?cio dos registros, em 1880. A
previs?o ? que a temperatura m?dia global ser? 1,14
o
C aci-
ma da observada antes da Revolu??o Industrial, aumen-
tando o desafio de restringir o avan?o dos term?metros a
menos de 1,5
o
C, como determina o Acordo de Paris, assina-
do na Confer?ncia do Clima (COP 21).
Segundo o instituto, h? apenas 5% de chances de a
temperatura m?dia no mundo em 2016 ser inferior ? de
2015. Dois fatores explicam a quentura do ano que vem: o
aquecimento global ? j? que a emiss?o de poluentes ain-
da ? ascendente ? e o fen?meno El Ni?o. O epis?dio atual
? o maior desde 1998 e est? atingindo seu pico neste mo-
mento, mas seus efeitos levar?o alguns meses para se es-
palhar pelo planeta.
? O El Ni?o come?ou em setembro de 2015 e pode du-
rar at? outubro de 2016 ? alerta Tasso Azevedo, coordenador
do Sistema de Estimativa de Emiss?es de Gases de Efeito
Estufa do Observat?rio do Clima. ? Vivemos anos consecu-
tivos batendo recordes de temperatura: 2014 foi o ano mais
quente; depois, 2015. Podemos ter entrado em um ponto em
que os eventos extremos n?o v?o desacelerar.
[...]
1996
*Jan. a out.
**Estimativa.
2000 2004 2008 2012
2015*2016**
Fonte: Met Office
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
Para saber mais
Adaptado de: GRANDELLE, Renato. 2016 ser? o ano mais quente da Hist?ria, diz instituto. O Globo. Dispon?vel em: <http://oglobo.globo.
com/sociedade/sustentabilidade/2016-sera-ano-mais-quente-da-historia-diz-instituto-18319834>. Acesso em: 30 dez. 2015.
Anomalias globais de temperatura – Comparado com a média de 1961-1990 (em ºC)
??o agr?cola provocada por per?odos longos de estia-
gens no Nordeste e enchentes no Sul;
• ado??o de medidas emergenciais para minimizar o
?xodo rural e seus impactos na vida dos migrantes e
na organiza??o interna das cidades;
• medidas de preven??o contra a ocorr?ncia de inc?n-
dios em ?reas de preserva??o ambiental, como o que
atingiu cerca de 20% do territ?rio do estado de Ro-
raima em 1997 e 1998;
• medidas de preven??o e assist?ncia ? popula??o da
regi?o Sul que reside em ?reas sujeitas ? ocorr?ncia
de enchentes;
• fornecimento de ?gua e cestas b?sicas ? popula??o
afetada pela seca no Sert?o nordestino.
O registro de
anomalias na
temperatura
global do Met Office
mostra que 2014 e
2015 foram os anos
mais quentes, e 2016
deveria ser ainda pior.
A. Robson/Arquivo da editora
Os fenômenos climáticos e a interferência humana193
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 193 5/4/16 11:28 AM

3 Principais acordos internacionais
O Protocolo de Kyoto e o MDL
Est? comprovado que alguns ciclos de aquecimento
e resfriamento da Terra ocorrem naturalmente. Embora
n?o se saiba se hoje vivemos um per?odo inter-glacial,
que provoca uma eleva??o natural da temperatura,
h? consenso de que a a??o humana provoca o aqueci-
mento global. Est? havendo uma gradativa eleva??o
da temperatura, o que acarreta diversos problemas
ambientais.
Visando ao enfrentamento do problema, foi rea-
lizada em 1997 a Conven??o da ONU sobre Mudan?as
Clim?ticas, em Kyoto (Jap?o). Nessa reuni?o foi firma-
do um acordo para a redu??o da emiss?o de gases do
efeito estufa. Chamado de Protocolo de Kyoto, esse
acordo entrou oficialmente em vigor no dia 16 de fe-
vereiro de 2005, ap?s ratifica??o da R?ssia em
novembro de 2004. Com base nos n?veis de 1990, esse
documento definiu uma redu??o m?dia de 5,2%, me-
ta que deveria ter sido atingida em 2012 e foi esten-
dida at? 2020 na Confer?ncia das Partes (COP 18),
realizada nesse mesmo ano. Para os principais
pa?ses emissores, o ?ndice fixado foi maior (mem-
bros da Uni?o Europeia, 8%; Estados Unidos, 7%;
Jap?o, 6%). Entretanto, at? esse ano a meta n?o
foi cumprida, o Protocolo expirou e n?o havia sido
realizado outro acordo que o substitu?sse, apesar
das tentativas durante a Rio + 20, que estudaremos
no Cap?tulo 12.
Para os pa?ses em desenvolvimento n?o
foram estabelecidos n?veis de redu??o. Essa
decis?o provocou a oposi??o dos pa?ses desen-
volvidos, que alegaram que o cumprimen-
to do acordo limitaria o seu crescimento
econ?mico.
A redu??o do n?vel de emiss?es de gases se am-
para em algumas estrat?gias, entre as quais se des-
tacam:
• a reforma dos setores de energia e transportes;
• o aumento na utiliza??o de fontes de energia
renov?veis;
• a limita??o das emiss?es de metano no tratamen-
to e destino final do lixo;
• a prote??o das florestas e outros sumidouros de
carbono.
No per?odo de 1990 a 2001 o IPCC divulgou tr?s
relat?rios sobre as mudan?as clim?ticas, nos quais
apontava a ocorr?ncia do aquecimento global, mas n?o
era conclusivo quanto ?s causas do fen?meno. O qua-
dro mudou a partir de fevereiro de 2007, quando foi
divulgado o quarto relat?rio do IPCC. O documento
exp?s a tese de que a emiss?o de gases ? a grande
respons?vel pelo aquecimento global e que esse fen?-
meno causa consequ?ncias ambientais, sociais e eco-
n?micas. Alguns cientistas discordam dessa avalia??o
e, por isso, s?o chamados de c?ticos.
O gr?fico abaixo mostra tr?s cen?rios previstos
para o futuro quanto ? eleva??o da temperatura m?-
dia do planeta. Observe que, caso essa previs?o se
confirme e n?o forem feitos cortes dr?sticos na emis-
s?o de CO
2
, deve haver uma grande eleva??o do aque-
cimento global.
Projeções para o aquecimento global
dida at? 2020 na Confer?ncia das Partes (COP 18),
realizada nesse mesmo ano. Para os principais
pa?ses emissores, o ?ndice fixado foi maior (mem-
bros da Uni?o Europeia, 8%; Estados Unidos, 7%;
Jap?o, 6%). Entretanto, at? esse ano a meta n?o
foi cumprida, o Protocolo expirou e n?o havia sido
realizado outro acordo que o substitu?sse, apesar
das tentativas durante a Rio + 20, que estudaremos
Para os pa?ses em desenvolvimento n?o
foram estabelecidos n?veis de redu??o. Essa
decis?o provocou a oposi??o dos pa?ses desen-
A redu??o do n?vel de emiss?es de gases se am-
para em algumas estrat?gias, entre as quais se des-
a reforma dos setores de energia e transportes;
a limita??o das emiss?es de metano no tratamen-
a prote??o das florestas e outros sumidouros de
Se forem mantidas
as emissões de CO
Se houver alguma
redução das emissões de CO2
Se houver drástica
redução das emissões de CO2
2
temperaturas ºC
3,3
2,2
1,1
0,5
0
- 0,5
1950 1970 1990 2010 2030 2050anos
Adaptado de: OXFORD Essential World Atlas. 6
th
ed. New York:
Oxford University Press, 2008. p. 15.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Capítulo 9194
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 194 5/4/16 11:28 AM

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)
A função do MDL
Vamos imaginar uma usina, nos Estados Unidos ou na Europa, respons?vel pela gera??o de tantos MW
[megawatt], que funciona ? base de carv?o ou de petr?leo e que movimenta toda uma regi?o industrializa-
da. Esta usina certamente n?o poder?, em curto ou m?dio prazo, reduzir a sua emiss?o, at? porque n?o se
converte parte do modelo, se converte uma usina toda. Esta usina precisa, ent?o, ser transformada de uma
usina t?rmica a carv?o ou petr?leo em uma usina de queima de outro combust?vel. Isto n?o ? f?cil. Assim,
a relut?ncia dos Estados Unidos em fazer valer o Protocolo de Kyoto ? resultante de press?o exercida no
Congresso americano para que isso n?o ocorra.
[...]
O Brasil, como tem sido historicamente um pa?s de diplomacia competente, prop?s uma inclus?o ao
Protocolo de Kyoto que se refere ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e que diz mais ou menos o
seguinte: esta usina do hemisf?rio norte, por exemplo, que est? emitindo CO
2
e que n?o tem tempo sufi-
ciente para fazer uma reconvers?o dentro dos prazos estabelecidos pelo Protocolo, poder? pagar para que
algu?m aqui no Brasil, na Argentina, ou na ?frica, por meio de um sistema de produ??o vegetal, capte
carbono da atmosfera e transforme este carbono em celulose. Este sistema de produ??o vegetal poder? fixar
um volume de carbono igual ou maior que aquele emitido pela usina em quest?o e esta dever? financiar o
empreendimento agr?cola compensador de sua emiss?o.
NASCIMENTO, Carlos Adilio Maia do. Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.
INSTITUTO BRASILEIRO DE PRODU??O SUSTENT?VEL E DIREITO AMBIENTAL (IBPS).
Dispon?vel em: <http://ibps.com.br/category/especial/>. Acesso em: 15 jan. 2014.
Outras leituras
Planta??o de eucalipto entre
Veredinha e Turmalina, em Minas
Gerais (foto de 2015). Grande parte
dos cultivos de eucalipto, em geral,
tem por finalidade a produ??o de
lenha, carv?o vegetal, fabrica??o de
papel e celulose. Em sua fase de
crescimento, as florestas cultivadas
absorvem carbono da atmosfera.
Marcos AndrŽ/Op•‹o Brasil Imagens
O Protocolo de Kyoto cont?m um interessante me-
canismo de desenvolvimento limpo, proposto pela di-
plomacia brasileira, que permite ajustes de metas que
atendem interesses tanto de pa?ses desenvolvidos quan-
to de pa?ses em desenvolvimento. Trata-se de um me-
canismo de compensa??o, como mostra o texto a seguir.
Os fenômenos climáticos e a interferência humana195
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 195 5/4/16 11:29 AM

As Conferências das Partes
A Organiza??o das Na??es Unidas (ONU) realiza,
anualmente, algumas Confer?ncias das Partes (COP, na
sigla em ingl?s), onde se discutem a??es pr?ticas para
execu??o de algum acordo internacional. Esses encon-
tros recebem o nome da cidade onde s?o realizados ? as
partes s?o os pa?ses signat?rios do Acordo.
Por exemplo, a cada dois anos realiza-se a Confe-
r?ncia das Partes da Conven??o sobre Diversidade
Biol?gica. Em 2010 aconteceu a COP 10 sobre o tema
em Nagoya (Jap?o), no qual mais de 200 pa?ses chega-
ram a um acordo e assinaram um importante Tratado ?
o Protocolo de Nagoya ?, que reconheceu o direito dos
pa?ses e comunidades, como as ind?genas, sobre sua
biodiversidade.
J? para implementa??o do que foi acordado na
Conven??o-Quadro sobre Mudan?a do Clima das Na-
??es Unidas, desde 1995 s?o realizados encontros anu-
ais sobre o tema, e a COP 21, realizada em Paris (Fran?a),
em 2015, provocou grande repercuss?o na imprensa.
Nesse encontro, que contou com representantes de 195
pa?ses, pela primeira vez as partes chegaram a um acor-
do sobre a??es que deveriam ser implantadas para dar
continuidade ao Protocolo de Kyoto.
Em 2016 o Acordo de Paris foi ratificado por 175 pa?-
ses e, assim, entrou em vigor a primeira legisla??o in-
ternacional na qual todos os pa?ses t?m obriga??es a
cumprir para minimizar os efeitos do aquecimento
global, destacando-se a meta de limit?-lo a 1,5
o
C at? o
final do s?culo.
Em 2015, a brasileira Raquel Rosemberg, coordenadora de uma Organiza??o N?o Governamental (Engajamundo), pronunciou
um discurso representando a juventude global na plen?ria final da COP 21 em Paris, na Fran?a. Nesse ato, ela enfatizou a
necessidade de se combater o aquecimento global e seus efeitos sobre as comunidades, principalmente as mais carentes, e a
import?ncia da participa??o dos jovens para exigir dos governos atitudes que revertam as mudan?as clim?ticas provocadas
pela emiss?o de poluentes.
Arquivo/Engajamundo
Capítulo 9196
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 196 5/4/16 11:29 AM

Atividades
Compreendendo conteúdos
1. Como se forma o fen?meno El Ni?o? Que consequ?ncias ele provoca no Brasil?
2. O que ? invers?o t?rmica? Explique como esse fen?meno agrava o problema da polui??o em ?reas urbanas.
3. Defina ilha de calor e efeito estufa.
4. Explique o que ? chuva ?cida e quais s?o suas consequ?ncias.
Desenvolvendo habilidades
5. Leia novamente o texto ?Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)?, na p?gina 195, e fa?a o que se pede a seguir.
a) Explique como esse mecanismo funciona.
b) Responda: por que o cultivo de plantas que possam ser usadas para a produ??o de energia apresenta uma dupla
vantagem ambiental?
6. Observe a charge a seguir, releia a frase da Madre Teresa de Calcut?, na p?gina 182, e escreva um texto expondo
sua opini?o sobre a import?ncia das a??es individuais e coletivas para melhorar as condi??es socioambientais em
escala local e global. Para a elabora??o do texto, voc? pode seguir o roteiro abaixo.
a) Escreva um par?grafo introdut?rio explicando por que o aquecimento global tem se tornado um problema que
vem preocupando a comunidade internacional.
b) Em seguida, crie um ou dois par?grafos com exemplos de problemas sociais e ambientais que ocorrem em esca-
las local e global.
c) Para finalizar, crie um par?grafo de conclus?o apresentando a??es individuais e coletivas que podem ser adota-
das para combater os problemas que voc? apontou como exemplo.
7. Com a orienta??o do(a) professor(a), re?nam-se em grupos e elaborem cartazes com as principais ideias dos textos
criados. Depois, fa?am uma exposi??o para conscientiza??o dos demais colegas da escola.
atenção!
Não escreva no seu livro!
Dialogando com
LíNGua PortuGuesa
Alexandre Beck/Acervo do cartunista
Armandinho. Dispon?vel em:
<http://tirasbeck.blogspot.com.br/>.
Acesso em: 27 abr. 2016.
c
iDa
D
aNia
197Os fenômenos climáticos e a interferência humana
GGB_v1_PNLD2018_180a197_U2C09.indd 197 5/4/16 11:29 AM

Luciana Whitaker/Pulsar Imagens
Cataratas do Igua?u no lado argentino. Foto
de 2013. Localizado na divisa entre Brasil e
Argentina, o Parque Nacional do Igua?u ?
banhado por rica rede hidrogr?fica.
CAPÍTULO10
Hidrografia
198
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A
distribuição das reservas de água no planeta é muito desigual. Por exem-
plo: o índice de chuvas chega próximo de zero em alguns desertos e
supera 3 mil milímetros por ano em algumas regiões tropicais. Além
disso, 97,5% da água está nos oceanos e mares e, portanto, só pode ser utili-
zada após dessalinização, o que aumenta muito seu custo. Dos 2,5% que restam
– a água doce – somente cerca de 1/3
está disponível na superfície e no sub-
solo, o restante é constituído por gelei-
ras e neves, portanto, de difícil utiliza-
ção. Observe o gráfico ao lado.
Neste capítulo estudaremos temas
importantes para compreender a dis-
tribuição e a disponibilidade de água na
superfície da Terra: o que são aquíferos
e como eles se formam; quais são os
impactos ambientais que estão ocor-
rendo sobre eles; como se formam e
quais são as características dos rios e
das bacias hidrográficas. Vamos come-
çar estudando a disponibilidade de
água no mundo e no Brasil.
água salgada
97,5%
água de superfície
e na atmosfera
0,4%
Lagos de água doce: 67,4%
Subsolo: 20,7%
Atmosfera: 9,5%
Rios: 1,6%
Biota: 0,8%
água doce
2,5%
água
subterrânea
30,1%
geleiras
polares e outras
69,5%
Disponibilidade de ‡gua no mundo
Adaptado de: COLLEGE Atlas of the World. 2
nd
ed. Washington,
D.C.: National Geographic/Wiley, 2010. p. 36.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Carro de boi transportando
?gua no munic?pio de
Monteiro (PB), 2015. H?
regi?es do planeta onde a
escassez de ?gua j? ? um
s?rio problema.
Hidrografia199
GGB_v1_PNLD2018_198a217_U2C10.indd 199 5/4/16 11:35 AM

1 Pode faltar água doce?
O crescimento da popula??o mundial ? acompa-
nhado de um correspondente aumento de demanda
por ?gua. Em muitas regi?es do planeta, o consumo per
capita de ?gua tamb?m cresce em ritmo
acelerado por causa da melhoria do padr?o
de vida. Em 1900, cerca de 13% da popula??o
mundial vivia nas cidades; em 2014, segun-
do a ONU, os habitantes urbanos tinham
atingido a marca de 54%. Esse aumento da
popula??o urbana se reflete em um subs-
tancial acr?scimo de consumo de ?gua,
porque nas cidades o uso dom?stico per
capita ?, em geral, superior ao da zona rural.
As fontes de ?gua doce, as mais vitais
para os seres humanos, s?o justamente as
que mais recebem poluentes. Muitos luga-
res do planeta, como cidades e zonas agr?-
colas, correm s?rio risco de ficar sem ?gua.
Quando a ?gua precisa ser trazida de outros
lugares seu custo eleva-se bastante.
O territ?rio brasileiro possui a maior dis-
ponibilidade de ?gua doce do planeta, dis-
tribu?da por uma densa rede hidrogr?fica
que drena especialmente as regi?es de cli-
mas mais ?midos. Essa disponibilidade ?
bastante desigual entre as regi?es do pa?s. A regi?o
Norte possui 68,5% da ?gua doce dispon?vel em terri-
t?rio brasileiro e o Centro-Oeste, 15,7%, enquanto as
regi?es densamente povoadas t?m uma participa??o
bem mais reduzida: o Sul possui 6,5%, o Sudeste, 6,0%
e o Nordeste, 3,3%.
Os dados do mapa não possuem data na publicação original.
Brasil: disponibilidade de água
(m
3
per capita/ano)
Vale do
rio Tietê
RR
AM
RO
AC
PA
AP
PI
CE
MA
TO
GO
BA
MG ES
RJ
RN
PB
PE
SE
AL
SP
PR
SC
RS
MS
MT
DF
Equador

55º O
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Capricórnio
Muito fraca (menos de 500)
Fraca (de 500 para 1 000)
Média (de 1 001 para 2 000)
Normal (de 2 001 para 10 000)
Forte (de 10 001 para 100 000)
Muito forte (mais de 100 000)
Disponibilidade de ‡gua
(m
3
per capita/ano)
0 500 1000
km
Banco de imagens/Arquivo da editora
Fabio Colombini/Acervo do fot—grafo
Adaptado de: TH?RY, Herv?; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e din?micas
do territ?rio. 2. ed. S?o Paulo: Edusp, 2009. p. 76.
Como ? poss?vel observar no mapa, no Vale do rio
Tiet? (SP), uma regi?o de clima tropical onde se concen-
tram v?rias cidades de m?dio e grande porte e h? pre-
dom?nio de agricultura irrigada, a disponibilidade per
capita de ?gua ? semelhante ? encontrada em regi?es
de clima semi?rido.
Observe o mapa abaixo.
Riacho na Mata Atl?ntica em Tapira? (SP),
2015, uma regi?o de clima tropical ?mido,
onde h? disponibilidade de ?gua.
200
GGB_v1_PNLD2018_198a217_U2C10.indd 200 5/4/16 11:35 AM

infiltração
nível freático
Zona saturada alimentando o rio. Rio alimentando a zona saturada.
Regiões tropicais semiúmidas e temperadas Regiões semidesérticas
2 As águas subterrâneas
No estudo das ?guas correntes, paradas, oce?nicas
e subterr?neas, ? importante considerar, de in?cio, a
?gua que prov?m da atmosfera. Ao entrar em contato
com a superf?cie, a ?gua das chuvas pode seguir tr?s
caminhos: escoar, infiltrar no solo ou evaporar. Por
meio da evapora??o, ela retorna ? atmosfera. J? a ?gua
que se infiltra no solo e a que escoa pela superf?cie
dirigem-se, pela a??o da gravidade, ?s depress?es ou
?s partes mais baixas do relevo, alimentando c?rregos,
rios, lagos, oceanos ou aqu?feros.
A ?gua que se infiltra no solo alimenta os aquíferos.
Nos per?odos mais chuvosos, o nível freático, que ? o
limite dessa zona encharcada, se eleva, e, na ?poca de
estiagem, abaixa. Ao cavar um po?o, encontra-se ?gua
assim que o n?vel fre?tico ? atingido.
Observe as ilustra??es a seguir.
Aquífero: zona encharcada
do subsolo, ou seja, satura-
da de ?gua. Camada de
solo cujos poros encon-
tram-se preenchidos por
?gua. Essas camadas po-
dem ser profundas ou mais
pr?ximas da superf?cie.
infiltração
água
poros
nível freático
zona
saturada
Distribuição de água no subsolo
Posição do nível freático em relação ao vale
Ilustrações: José Rodrigues/Arquivo da editora
Adaptado de: KARMANN, Ivo. Ciclo da ?gua.
In: TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). Decifrando a Terra.
2. ed. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2009. p. 193.
Adaptado de:
KARMANN, Ivo. Ciclo da ?gua. In:
TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.).
Decifrando a Terra. 2. ed. S?o Paulo:
Oficina de Textos, 2009. p. 194.
zona não
saturada
Hidrografia201
GGB_v1_PNLD2018_198a217_U2C10.indd 201 5/4/16 11:35 AM

Quando o n?vel fre?tico atinge a superf?cie, apare-
cem as nascentes dos rios. Em algumas regi?es, princi-
palmente nas tropicais semi?midas e nas temperadas,
o len?ol fre?tico abastece os rios em ?poca de estiagem
(neste caso os rios s?o chamados efluentes). Em outras,
como nas regi?es semides?rticas, s?o os rios que abas-
tecem de ?gua o solo quando chega a ?poca da estia-
gem (rios influentes).
A ?gua subterr?nea tamb?m ? muito importante
para a manuten??o da umidade do solo, que garante
sua disponibilidade para a vegeta??o e para o abaste-
cimento humano. Em regi?es de clima ?rido e semi?ri-
do, ela pode ser o principal recurso h?drico dispon?vel
para a popula??o e, ?s vezes, o ?nico. Estima-se que
metade da popula??o mundial utilize a ?gua subterr?-
nea para suas necessidades di?rias de consumo.
1 BRASIL. Minist?rio do Meio Ambiente. Secretaria de Recursos H?dricos. Águas subterrâneas: um recurso a ser conhecido e protegido. Bras?lia: 2007.
p. 7. Dispon?vel em: <http://pt.scribd.com/doc/54979720/10/Aguas-subterraneas-no-brasil>. Acesso em: 6 jan. 2016.
Por exemplo, segundo a Ag?ncia Nacional de ?guas
(ANA)
1
, a popula??o da Ar?bia Saudita, Dinamarca e
Malta ? abastecida exclusivamente por ?guas subter-
r?neas, enquanto Fran?a, It?lia, Alemanha, Su??a, ?us-
tria, Holanda, Marrocos e R?ssia t?m 70% de seu abas-
tecimento humano obtido dessa forma. No Brasil, em
Ribeir?o Preto (SP), Macei? (AL), Mossor? (RN) e Manaus
(AM), entre v?rios outros munic?pios, as ?guas subter-
r?neas tamb?m s?o amplamente utilizadas.
A maior disponibilidade de ?gua subterr?nea do
Brasil ? encontrada no aqu?fero Guarani, um dos
maiores reservat?rios de ?gua doce do mundo. Ele
possui uma ?rea de 1,2 milh?o de km
2
e abrange v?-
rios estados brasileiros, al?m de partes dos territ?-
rios do Paraguai, Argentina e Uruguai. Observe o
mapa abaixo.
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Equador
Trópico de Ca
p
r
i
c
ó
r
n
i o

55º O
0 365 730
km
Potencial de águas
subterrâneas maior
que 10 m
3
/h
Aquífero Guarani
GO
MG
SP
PR
SC
RS
MS
MT
PARAGUAI
URUGUAI
ARGENTINA
Aquífero Guarani
Banco de imagens/Arquivo da editora
Adaptado de: OEA. Aquífero Guarani: programa estrat?gico de a??o. [S.I.; s.n.], jan. 2009. p. 129, 141 e 143.
Consulte o site da
Associação Brasileira de Águas
Subterrâneas. Veja orientações
na seção Sugestões de leitura,
filmes e sites.
Capítulo 10202
GGB_v1_PNLD2018_198a217_U2C10.indd 202 5/4/16 11:35 AM

O poço e a fossa
Onde n?o h? saneamento básico (?gua encanada
e sistema de coleta de esgotos), as resid?ncias costu-
mam ser abastecidas com ?gua de po?os e o esgoto ?
despejado em fossas. Os po?os s?o cavidades circulares
constru?das para atingir um aqu?fero, podendo ser ca-
vados manualmente ou por meio de equipamentos que
atinjam grandes profundidades. Quando a ?gua do
po?o chega ? superf?cie do solo sem necessidade de
bombeamento, esse po?o ? chamado artesiano.
Podemos encontrar tr?s tipos de fossas: a fossa negra,
a fossa seca e a fossa s?ptica. Das tr?s, a fossa s?ptica,
gra?as ?s suas paredes impermeabilizadas, ? a mais salu-
bre, pois ? a que oferece menos risco de poluir os aqu?fe-
ros. A fossa negra ? a mais conden?vel, pois geralmente
? aberta a pequenas dist?ncias (entre 1,5 m e 20 m) dos
len??is fre?ticos ou dos po?os, permitindo a contamina-
??o da ?gua. A fossa seca tem as mesmas caracter?sticas
da fossa negra, mas ? constru?da a uma dist?ncia superior
a 20 metros em rela??o ao len?ol fre?tico.
As fossas s?pticas constituem um aparelho sanit?-
rio por meio do qual os microrganismos presentes nos
dejetos humanos transformam a mat?ria org?nica em
subst?ncias minerais. Essas subst?ncias podem, ent?o,
entrar em contato com o solo e com o len?ol fre?tico
sem o risco de contamina??o.
? comum a abertura de po?os pr?ximos ?s fossas.
Mas eles devem ser perfurados em um local do terreno
mais alto que o da fossa, e a dist?ncia entre eles deve ser
de, no m?nimo, 10 m. Quando a fossa ? negra ou seca, ou,
ainda, se ? uma fossa s?ptica
que apresenta vazamento, a
?gua da chuva infiltra no solo,
atravessa a fossa e depois atin-
ge o po?o, poluindo-o.
Consulte o site da
Sabesp, Codevasf e
Caesb. Veja orientações
na seção Sugestões de
leitura, filmes e sites.
entrar em contato com o solo e com o len?ol fre?tico
sem o risco de contamina??o.
poço de água
potável
vazamento de
fossa séptica
contaminação
do poço
José Rodrigues/Arquivo da editora
Adaptado de: HIRATA, Ricardo. Recursos h?dricos. In: TEIXEIRA, Wilson et
al. (Org.). Decifrando a Terra. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2009. p. 437.
Palê Zuppani/Pulsar Imagens
Po?o para obten??o de ?gua na
zona rural de Taquaritinga (SP), 2013.
Se houver alguma fossa nas
proximidades, o po?o pode ter sua
?gua contaminada.
As paredes impermeabilizadas das fossas
s?pticas evitam a contamina??o dos solos e
dos aqu?feros, o que s? acontece em casos
de vazamento, como mostra a ilustra??o.
203
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Impactos sobre as águas subterrâneas
No Brasil, os problemas mais comuns das águas
subterrâneas estão relacionados com a superexplo-
tação, a poluição e a impermeabilização do solo.
a) Superexplotação
A superexplotação, ou seja, quando a extração
de água ultrapassa o volume infiltrado, pode afetar
o escoamento básico dos rios, secar nascentes, in-
fluenciar os níveis mínimos dos reservatórios, provo-
car subsidência (afundamento) dos terrenos, induzir
o deslocamento de água contaminada, salinizar, pro-
vocar impactos negativos na biodiversidade e até
mesmo exaurir completamente o aquífero.
Em áreas litorâneas, a superexplotação de
aquíferos pode provocar a movimentação da água
do mar no sentido do continente, ocupando os es-
paços deixados pela água doce (processo conheci-
do como intrusão da cunha salina).
b) Poluição das águas subterrâneas
[...] As fontes mais comuns de poluição e con-
taminação direta das águas subterrâneas são:
• Deposição de resíduos sólidos no solo: descarte de
resíduos provenientes das atividades industriais,
comerciais ou domésticas em depósitos a céu aber-
to, conhecidos como lixões. Nessas áreas, a água de
chuva e o líquido resultante do processo de degra-
dação dos resíduos orgânicos (denominado choru-
me) tendem a se infiltrar no solo, carregando subs-
tâncias potencialmente poluidoras, metais pesados
e organismos patogênicos (que provocam doenças).
• Esgotos e fossas: o lançamento de esgotos direta-
mente sobre o solo ou na água, os vazamentos em
coletores de esgotos e a utilização de fossas cons-
truídas de forma inadequada constituem as princi-
pais causas de contaminação da água subterrânea.
Outras leituras
ind?stria
agricultura
(fertilizantes
e agrot?xico)
?gua super&#6684777; cial contaminada
fossa
po?o tubular mal constru?do
ou abandonado
?gua super&#6684777; cial contaminada
?gua super&#6684777; cial contaminada?gua super&#6684777; cial contaminada
chuva contaminada
Principais fontes de contaminação das águas subterrâneas
Capítulo 10204
GGB_v1_PNLD2018_198a217_U2C10.indd 204 5/4/16 11:35 AM

Adaptado de: BRASIL. Minist?rio do Meio Ambiente. Secretaria de Recursos H?dricos. Águas subterrâneas: um recurso a ser conhecido e protegido.
Bras?lia: 2007. p. 18-20. Dispon?vel em: <http://pt.scribd.com/doc/54979720/10/Aguas-subterraneas-no-brasil>. Acesso em: 6 jan. 2016.
Assoreamento: preenchimento
de um leito fluvial, de um lago,
uma represa ou uma zona por-
tu?ria com sedimentos.tu?ria com sedimentos.
Mario Kanno/Arquivo da editoraMario Kanno/Arquivo da editora
cidade
lixão
vazamento
de esgoto
depósito de produtos
perigosos
vazamento de
tanque enterrado
estação de
tratamento
de esgoto
depósito de produtos
• Atividades agrícolas: fertilizantes e agrotóxicos
utilizados na agricultura podem contaminar as
águas subterrâneas com substâncias como com-
postos orgânicos, nitratos, sais e metais pesados.
A contaminação pode ser facilitada pelos pro-
cessos de irrigação mal manejados em que, ao
se aplicar água em excesso, tende-se a facilitar
que esses contaminantes atinjam os aquíferos.
• Mineração: a exploração de alguns minérios, com
ou sem utilização de substâncias químicas em
sua extração, produz rejeitos líquidos e/ou sóli-
dos que podem contaminar os aquíferos.
• Vazamento de substâncias tóxicas: vazamentos
de tanques em postos de combustíveis, oleodutos
e gasodutos, além de acidentes no transporte de
substâncias tóxicas, combustíveis e lu-
brificantes.
• Cemitérios: fontes potenciais de
contaminação da água, principal-
mente por microrganismos.
c) Impermeabilização
O crescimento das cidades causa diversos im-
pactos ao meio ambiente, refletindo diretamente
na qualidade e quantidade da água. A impermea-
bilização do solo a partir da construção de casas,
prédios, do asfaltamento de ruas, da ausência de
jardins e parques, entre outros, reduz a capacidade
de infiltração da água no solo.
Como a água não encontra locais para infiltrar,
acaba escoando pela superfície, adquirindo velo-
cidade nas áreas de declive acentuado, em direção
às partes baixas do relevo. Os resultados desse pro-
cesso são bastante conhecidos: redução do volume
de água na recarga dos aquíferos, erosão dos solos,
enchentes e assoreamento dos cursos de água.
Hidrografia205
GGB_v1_PNLD2018_198a217_U2C10.indd 205 5/4/16 11:36 AM

Pensando no Enem
1. O aqu?fero Guarani se estende por 1,2 milh?o de km
2

e ? um dos maiores reservat?rios de ?guas subterr?-
neas do mundo. O aqu?fero ? como uma ?esponja gi-
gante? de arenito, uma rocha porosa e absorvente,
quase totalmente confinada sob centenas de metros
de rochas imperme?veis. Ele ? recarregado nas ?reas
em que o arenito aflora ? superf?cie, absorvendo ?gua
da chuva. Uma pesquisa realizada em 2002 pela Em-
brapa apontou cinco pontos de contamina??o do aqu?-
fero por agrot?xico, conforme a figura:
Brasil
Paraguai
Argentina
Uruguai
Áreas com risco
de contaminação
Áreas de recarga
Considerando as consequ?ncias socioambientais e
respeitando as necessidades econ?micas, pode-se
afirmar que, diante do problema apresentado, pol?ticas
p?blicas adequadas deveriam:
a) proibir o uso das ?guas do aqu?fero para irriga??o.
b) impedir a atividade agr?cola em toda a regi?o do
aqu?fero.
c) impermeabilizar as ?reas onde o arenito aflora.
d) construir novos reservat?rios para a capta??o da
?gua na regi?o.
e) controlar a atividade agr?cola e agroindustrial nas
?reas de recarga.
Resolução
O aquífero Guarani estende-se por diferentes províncias
e estruturas geológicas. Consequentemente, suas águas
apresentam grande variação de composição química,
sendo potáveis em algumas áreas e impróprias para
abastecimento ou irrigação em outras. Além das dife-
renças naturais em sua composição, as águas do aquífe-
ro podem ser contaminadas pelas águas das chuvas que
nele infiltram, daí a necessidade de controle das condi-
ções ambientais, evitando a contaminação dos solos por
Banco de imagens/Arquivo da editora
atividades agrícolas, industriais, instalação de lixões e
quaisquer outras fontes de poluição. A alternativa corre-
ta, portanto, é a E.
2. O artigo 1
o
da Lei Federal n. 9 433/1997 (Lei das ?guas)
estabelece, entre outros, os seguintes fundamentos:
I. a ?gua ? um bem de dom?nio p?blico;
II. a ?gua ? um recurso natural limitado, dotado de
valor econ?mico;
III. em situa??es de escassez, os usos priorit?rios dos
recursos h?dricos s?o o consumo humano e a des-
sedenta??o de animais;
IV. a gest?o dos recursos h?dricos deve sempre propor-
cionar o uso m?ltiplo das ?guas.
Considere que um rio nas?a em uma fazenda cuja ?ni-
ca atividade produtiva seja a lavoura irrigada de milho
e que a companhia de ?guas do munic?pio em que se
encontra a fazenda colete ?gua desse rio para abaste-
cer a cidade. Considere, ainda, que, durante uma es-
tiagem, o volume de ?gua do rio tenha chegado ao
n?vel cr?tico, tornando-se insuficiente para garantir o
consumo humano e a atividade agr?cola mencionada.
Nessa situa??o, qual das medidas adiante estaria de
acordo com o artigo 1
o
da Lei das ?guas?
a) Manter a irriga??o da lavoura, pois a ?gua do rio per-
tence ao dono da fazenda.
b) Interromper a irriga??o da lavoura, para se garantir
o abastecimento de ?gua para consumo humano.
c) Manter o fornecimento de ?gua apenas para aqueles
que pagam mais, j? que a ?gua ? um bem dotado de
valor econ?mico.
d) Manter o fornecimento de ?gua tanto para a lavou-
ra quanto para o consumo humano, at? o esgota-
mento do rio.
e) Interromper o fornecimento de ?gua para a lavoura
e para o consumo humano, a fim de que a ?gua seja
transferida para outros rios.
Resolução
Segundo o Inciso III da Lei das Águas, em situações de
escassez os usos prioritários dos recursos hídricos são o
consumo humano e a dessedentação de animais. Por-
tanto, em caso de estiagem deve-se priorizar o abasteci-
mento humano em detrimento da produção agrícola. A
alternativa correta é a B.
Considerando a Matriz de Referência do Enem, essas ques-
tões trabalham a Compet?ncia de ?rea 6 ? Compreender a
sociedade e a natureza, reconhecendo suas intera??es no
espa?o em diferentes contextos hist?ricos e geogr?ficos.
Capítulo 10206
GGB_v1_PNLD2018_198a217_U2C10.indd 206 5/4/16 11:36 AM

3 Redes de drenagem e bacias hidrogr‡ficas
Poucos rios surgem de grandes nascentes,
mas muitos crescem recolhendo filetes de água.”
Ov?dio (43 a.C.-17 d.C.), poeta romano.
Os maiores rios s?o pequenos c?rregos nas proxi-
midades de suas nascentes, como lembra o poeta Ov?-
dio. ? medida que avan?am para a foz, isto ?, de seu
alto curso (ou montante) para o baixo curso (ou jusan-
te), v?o recebendo ?gua de seus afluentes. Com isso,
ocorre um aumento gradativo no volume de ?gua,
aprofundando e/ou alargando o leito do rio.
O leito do rio ? o trecho recoberto pelas ?guas,
sendo sua largura vari?vel conforme a quantidade de
?gua existente no canal ao longo do ano. As margens
s?o as partes laterais que demarcam o leito fluvial.
Tomando-se o sentido do escoamento das ?guas, ou
seja, olhando em dire??o ? jusante, distinguimos a
margem direita e a margem esquerda. Observe a ilus-
tra??o abaixo.
Organizado pelos autores.
Cassiano Röda/Arquivo da editora
Inunda??o na v?rzea do rio
Curia? em Macap? (AP),
2014. Em relevos planos,
como o desta foto, as
superf?cies de inunda??o
s?o mais extensas
A varia??o na quantidade de ?gua no leito do rio
ao longo do ano recebe o nome de regime. Em deter-
minada ?poca do ano o n?vel de ?gua do rio est? baixo:
? a chamada vazante; quando o volume de ?gua ? ele-
vado, ocorre a cheia e, se as ?guas subirem muito, ala-
gando grandes ?reas, ocorrem as enchentes.
Se a varia??o do n?vel das ?guas depende exclusiva-
mente da chuva, dizemos que o rio tem regime pluvial;
se depende do derretimento de neve, o regime ? nival;
se depende de geleiras, ? glacial. Muitos rios apresentam
regime misto ou complexo, como no Jap?o, onde s?o
alimentados pela chuva e pelo derretimento da neve das
montanhas. No Brasil, apenas o rio Solim?es-Amazonas
tem esse regime, pois uma pequena quantidade de suas
?guas prov?m do derretimento de neve da cordilheira
dos Andes, no Peru, onde se localiza sua nascente. Todos
os demais rios brasileiros possuem regime pluvial sim-
ples, associado aos tipos clim?ticos regionais.
No per?odo das cheias, a calha de muitos rios n?o
suporta o escoamento de um volume maior de chuvas e
as ?guas passam a ocupar um leito maior, a várzea, tam-
b?m chamada planície de inundação. A v?rzea pertence
ao rio tanto quanto suas margens. Portanto, ocupar uma
?rea de v?rzea significa construir sobre uma parte inte-
grante do rio onde podem ocorrer inunda??es peri?dicas.
Quanto ? configura??o de seus canais, os rios pos-
suem tr?s padr?es, como se pode observar em Para
saber mais a seguir.
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
207
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Os canais fluviais
Os rios apresentam variados tipos de canais porque est?o sujeitos a diferentes condi??es de clima, atravessam
uma diversidade de formas de relevo, de tipos de rochas e de solo. Al?m disso, a densidade da vegeta??o nas suas
margens ? diversa, assim como a largura e a profundidade de seu leito.
Cada rio tem suas pr?prias caracter?sticas, que podem variar bastante ao longo de seu curso. Observe:
Para saber mais
Tipos de canal fluvial
Adaptado de: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. (Org.). Geomorfologia: uma atualiza??o de bases e
conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. p. 222.
A
B
C
1
1
4
4
2
2
5
3
3
6
reto ou retil?neo
meandros irregulares
sinuoso
meandros regulares
irregular
meandros tortuosos
T?m essas configura??es porque geralmente correm em relevos com declividade acentuada; assim, as
?guas escoam com grande velocidade e os desvios tendem a ser pequenos.
C
frequentes separadas
presen?a de
ilhas ocasionais
canal anastomosado
Nesses casos, ? poss?vel distinguir o canal principal.
Constitui um rio sem canal principal que
se forma em relevos com presen?a de
v?rios morros, colinas ou pequenas
eleva??es que levam os cursos de ?gua a
se dividirem e se entrela?arem.
V?rios tipos de bancos que se formam por assoreamento do material transportado em
suspens?o pelas ?guas do pr?prio rio.
1 2
6
3
7
4
R
icardo
Azoury
/ P
u ls a
r
Imagens
Vista a?rea do rio
Branco com bancos
de areia no munic?pio
de Cant? (RR), 2014.
Adquirem essas fei??es por atravessarem relevos planos, onde a baixa declividade e a consequente pequena
velocidade de escoamento das ?guas tornam os desvios mais acentuados.
bancos laterais
cord?es marginais
convexos
bancos de conflu?ncias bancos centrais
5
bancos em losangos bancos em diagonal ondas de areia
Capítulo 10208
GGB_v1_PNLD2018_198a217_U2C10.indd 208 5/4/16 11:36 AM

As por??es mais altas do relevo, sejam regi?es
serranas, plan?lticas, sejam simples colinas, funcio-
nam como divisores de águas, que delimitam as ba-
cias hidrográficas. Por elas converge toda a ?gua das
chuvas que escoa ao longo das vertentes (encostas
do relevo) em dire??o aos seus pontos mais baixos, os
fundos dos vales, onde se localizam os c?rregos e os
rios. Assim, as bacias hidrogr?ficas s?o constitu?das
pelas vertentes e pela rede de rios principais, afluen-
tes e subafluentes, cujo conjunto forma uma rede de
drenagem. Observe abaixo a ilustra??o que repre-
senta uma bacia hidrogr?fica.
Rede de drenagem:
tra?ado dos rios e de-
mais cursos de ?gua
sobre o relevo.
O volume de ?gua de uma bacia hidrogr?fica depen-
de dos solos, das rochas e principalmente do clima da
regi?o. Na Amaz?nia, por exemplo, onde as longas estia-
gens s?o raras, os rios de maior porte s?o perenes e cau-
dalosos, o que significa que nunca secam, porque pos-
suem grande volume de ?gua. Em ?reas de clima
semi?rido, os rios muitas vezes s?o intermitentes (ou
temporários), secando no per?odo de estiagem. H?, ainda,
principalmente nos desertos, os cursos de ?gua efêmeros,
que se formam somente durante a ocorr?ncia de chuvas;
quando as chuvas cessam, tais rios secam rapidamente.
Se um rio atravessa um deserto e ? perene, isso indica
que chove bastante na regi?o de sua nascente e em seu
alto curso, e que a capta??o de suas ?guas ocorre fora da
regi?o ?rida. O rio Nilo, por exemplo, nasce no lago Vit?-
ria, na regi?o equatorial africana, onde chove muito; por
esse motivo consegue atravessar o deserto do Saara e
desembocar no mar Mediterr?neo. No Brasil, o rio S?o
Francisco nasce na serra da Canastra (MG), uma ?rea de
clima tropical com significativa capta??o de ?gua, que
permite ao rio atravessar o Sert?o nordestino, onde o
clima ? semi?rido, e desembocar no oceano Atl?ntico.
Andre Dib/Pulsar Imagens
Bacias hidrogr‡ficas
divisor de águas
rede de
drenagem
Bacia hidrográfica
do
rio A
Bacia hidrográfica
do rio B
rede de
drenagem
fundo de
vale
fundo
de vale
vertente
vertente
Adaptado de: GROTZINGER, John; JORDAN,
Tom. Para entender a Terra.
6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. p. 510.
O assoreamento pode comprometer a
navega??o, o abastecimento de ?gua e a
produ??o de hidreletricidade. Na foto,
draga desassoreando o rio Paraguai em
C?ceres (MT), 2015.
Cassiano Röda/Arquivo da editora
209
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Juca Martins/Olhar Imagem
Lissandra Melo/Shutterstock
Barco entrando na eclusa da barragem de Barra Bonita (SP),
2014. Observe, ao fundo, o pared?o em n?vel superior, ao qual a
barca?a ser? elevada.
Ao fim de um per?odo de glacia??o, as
depress?es escavadas pelo lento movimento
das geleiras s?o preenchidas pelas ?guas da
chuva e dos rios, formando lagos glaciais,
muito comuns no Canad? e nos pa?ses
escandinavos. Na foto de 2015, lago glacial
em Alberta, no Canad?.
Consulte o site do Ministério do Meio
Ambiente. Veja orientações na seção
Sugestões de leitura, filmes e sites.
A inter-rela??o existente entre os elementos da na-
tureza ? bastante evidente no interior das bacias hidro-
gr?ficas. Qualquer modifica??o que ocorra nessas bacias,
como escorregamentos de terra, sulcos ou outras formas
de eros?o nas vertentes, desmatamento, aumento das
manchas urbanas, etc., altera a quantidade de ?gua que
se infiltra no subsolo e alimenta os aqu?feros, e altera
tamb?m a quantidade de sedimentos que s?o transpor-
tados para o leito dos rios. Como resultado, o processo
de assoreamento pode ser intensificado ou reduzido e
as superf?cies de inunda??o podem ser ampliadas ou
diminu?das. Outro problema que pode afetar os rios ? a
contamina??o de suas ?guas por min?rios, como acon-
teceu com o rio Doce, no munic?pio de Mariana (MG),
ap?s o rompimento de duas barragens utilizadas para
reter rejeitos s?lidos e ?gua durante o processo de mi-
nera??o (veja o infogr?fico das p?ginas 214 e 215).
As bacias hidrogr?ficas s?o importantes para a irri-
ga??o agr?cola e o fornecimento de ?gua pot?vel ? po-
pula??o. Os rios de planalto que apresentam grande
desn?vel ao longo de seu curso podem ser aproveitados
para a produ??o de hidreletricidade. Nesse caso, por cau-
sa da constru??o das barragens, a navega??o depende
da constru??o de eclusas para que as embarca??es pos-
sam passar de um n?vel a outro. Veja a foto ao lado, acima.
Os rios de planície, bem como os lagos, s?o facil-
mente naveg?veis, desde que n?o se formem bancos de
areia em seu leito (comum em ?reas onde o solo est?
exposto ? eros?o) e n?o ocorra grande diminui??o do
n?vel das ?guas. Essas condi??es desfavor?veis podem
impedir a navega??o de embarca??es com maior calado
(a parte da embarca??o que fica abaixo do n?vel da ?gua).
Os lagos s?o depress?es do relevo preenchidas por
?gua (observe a foto abaixo). Podem ser tempor?rios
ou permanentes e ter diversas origens: movimentos
tect?nicos provocando o surgimento de depress?es,
movimento de geleiras escavando vales, meandros que
ficaram isolados do curso de um rio, pequenas depres-
s?es de v?rzeas, crateras de vulc?es, etc. Em regi?es de
estrutura geol?gica antiga, como no territ?rio brasilei-
ro, a maioria das depress?es j? foi preenchida por se-
dimentos e tornaram-se bacias sedimentares.
210
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Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Foz em estu?rio do rio Potengi em Natal
(RN), em 2014. A maioria dos rios brasileiros
possui esse tipo de foz, ou seja, des?gua
livremente no mar.
Bacias hidrográficas brasileiras
O Brasil, em raz?o de sua grande extens?o territo-
rial e da predomin?ncia de climas ?midos, possui uma
extensa e densa rede hidrogr?fica. Os rios brasileiros
t?m diversos usos, como o abastecimento urbano e
rural, a irriga??o, o lazer e a pesca. O transporte fluvial,
embora ainda pouco utilizado, vem adquirindo cada
vez mais import?ncia no pa?s. Em regi?es plan?lticas,
nossos rios apresentam um grande potencial hidrel?-
trico (capacidade de gera??o de energia), bastante ex-
plorado no Centro-Sul e nos rios S?o Francisco e Tocan-
tins, com tend?ncia de crescimento na Amaz?nia e
Centro-Oeste.
A seguir, veja as caracter?sticas da hidrografia
brasileira.
• O Brasil n?o possui lagos tect?nicos, pois as depres-
s?es tornaram-se bacias sedimentares. Em nosso
territ?rio h? somente lagos de v?rzea (tempor?rios,
muito comuns no Pantanal) e lagunas ou lagoas cos-
teiras (como a dos Patos, no Rio Grande do Sul, e a
Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, ambas formadas
por restingas, como estudamos no Cap?tulo 6), al?m
de centenas de represas e a?udes resultantes da cons-
tru??o de barragens.
• Todos os rios brasileiros, com exce??o do Amazonas,
possuem regime simples pluvial.
• Todos os rios do pa?s s?o exorreicos (exo, ?fora? em
grego), possuem drenagem que se dirige ao oceano,
para fora do continente. Mesmo os rios endorreicos
(endo, ?dentro? em grego), que correm para o interior
do continente, t?m como destino final de suas ?guas
o oceano, como acontece com o Tiet?, o Parana?ba e
o Igua?u, entre outros afluentes do rio Paran?, que
des?guam no mar (no estuário do rio da Prata, entre
o Uruguai e a Argentina).
• Considerando-se os rios de maior porte, s? encontra-
mos regimes tempor?rios no Sert?o nordestino, on-
de o clima ? semi?rido. No restante do pa?s, os gran-
des rios s?o perenes.
• Predominam os rios de planalto, muitos dos quais
escoam por ?reas de elevado ?ndice pluviom?trico.
A exist?ncia de muitos desn?veis no relevo e o gran-
de volume de ?gua proporcionam grande potencial
hidrel?trico.
• Em v?rios pontos do pa?s h? corredeiras, cascatas e,
em algumas ?reas, rios subterr?neos (atravessando
cavernas), o que favorece o turismo. As cataratas do
Igua?u, situadas no rio de mesmo nome na fronteira
Brasil-Argentina, nas proximidades da cidade de Foz
do Igua?u (PR), atraem visitantes de todo o mundo.
Outras quedas-d??gua de mesmo porte desaparece-
ram nos ?ltimos quarenta anos com a constru??o de
represas de hidrel?tricas, como as cataratas de Sete
Quedas, no rio Igua?u, que foi inundada com a cons-
tru??o da usina de Itaipu.
Estuário: foz de rio em encontro com o mar aberto,
ocorrendo influ?ncia das mar?s e mistura de ?gua
salina do oceano com a ?gua doce proveniente do
continente; a foz em estu?rio ? livre, sem forma??o
dos bra?os que caracterizam os deltas.
Hidrografia211
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• Na regi?o amaz?nica os rios t?m grande
import?ncia como vias de transporte. Neles
h? barcos de todo tipo e tamanho, trans-
portando pessoas e mercadorias, com des-
taque aos rios Solim?es/Amazonas, Madei-
ra, Tapaj?s e Araguaia/Tocantins. Nas
demais regi?es a navega??o vem crescendo
nos ?ltimos anos, sobretudo na bacia Pla-
tina, onde foi constru?da a hidrovia Tiet?-
-Paran?.
Agora, observe ao lado o mapa das prin-
cipais bacias hidrogr?ficas brasileiras e suas
caracter?sticas mais importantes.
• Bacia do rio Amazonas (ou Amazônica): a
maior bacia hidrogr?fica do planeta. Drena
mais da metade do territ?rio brasileiro e
tem suas vertentes delimitadas pelos divi-
sores de ?gua da cordilheira dos Andes,
pelo planalto das Guianas e pelo planalto
Central. Seu rio principal nasce no c?rrego
Apacheta, no Peru, onde o curso de ?gua
recebe ainda outros nomes; passa a ser de-
nominado Solim?es da fronteira brasileira
at? o encontro com o rio Negro e, a partir
da?, recebe o nome de Amazonas.
? o rio mais extenso (6 992 km no total, se-
gundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ?
INPE) e de maior volume de ?gua do planeta. Sua
vaz?o representa cerca de 18% da ?gua doce que
todos os rios do planeta lan?am no oceano. Esse fato
? explicado pela presen?a de afluentes nos dois he-
misf?rios (norte e sul), o que permite dupla capta??o
das cheias de ver?o.
Encontro das ?guas dos rios Solim?es e Negro, em Manaus
(AM), em 2015. Ao se juntarem, eles formam o rio Amazonas.
Brasil: bacias hidrográficas
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OCEANO
ATLÂNTICO
Equador

55º O
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M
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Bacia Amazônica
Bacia do rio
Tocantins-Araguaia
Bacia do Paraná
Bacia do Paraguai
Bacia do Uruguai
Bacia do rio São Francisco
Bacia do rio Parnaíba
Nordeste Ocidental
Nordeste Oriental
Leste
Sudeste
Sul
Bacias Atlânticas
Rio
Ita
p
e
c
u
r
u

Trópico de Capricórnio
0 480 960
km
Banco de imagens/Arquivo da editora
Adaptado de: AG?NCIA NACIONAL DE ?GUAS (ANA). Dispon?vel em: <www.ana.gov.br>.
Acesso em: 6 jan. 2015.
Os afluentes do rio Amazonas nascem, em sua
maioria, no planalto das Guianas e no planalto Central,
possuindo o maior potencial hidrel?trico dispon?vel do
pa?s, com destaque aos rios Madeira e Tapaj?s. Ao atin-
girem as terras baixas, tornam-se rios naveg?veis. O rio
Amazonas, que corre no centro da plan?cie, ? inteira-
mente naveg?vel. Segundo o INPE, em territ?rio brasi-
leiro, da divisa com o Peru at? a foz, o rio Amazonas tem
um desn?vel de apenas 1 cent?metro por quil?metro.
Consulte a indicação do filme No
rio das Amazonas. Veja orientações
na seção Sugestões de leitura, filmes
e sites.Ernesto Reghran/Pulsar Imagens
• Bacia do rio Tocantins-Araguaia: no Bico do Papagaio,
regi?o que abrange parte dos estados do Tocantins,
do Par? e do Maranh?o, o rio Tocantins recebe seu
principal afluente, o Araguaia, onde se encontra a
maior ilha fluvial do mundo, a do Bananal. O rio To-
cantins ? utilizado para escoar parte da produ??o de
gr?os (principalmente soja) das regi?es pr?ximas e
nele foi constru?da a usina hidrel?trica de Tucuru?,
uma das maiores do pa?s.C a p ? t u l o 10
212
GGB_v1_PNLD2018_198a217_U2C10.indd 212 5/6/16 3:10 PM

• Bacias do Paraná, Paraguai e Uruguai: s?o subdivi-
s?es da bacia do rio da Prata (ou Platina), a segunda
maior bacia hidrogr?fica do planeta. Vejamos seus
rios mais importantes:
• Paraná: principal rio da bacia Platina, ? formado pe-
los rios Grande e Parana?ba, na jun??o dos estados
de S?o Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Possui o maior potencial hidrel?trico instalado do
pa?s. Cerca de 600 km a jusante, delimita a frontei-
ra entre o Brasil e o Paraguai (foto abaixo), depois
entre esse pa?s e a Argentina e, em seguida, percor-
re o territ?rio argentino at? sua foz no oceano Atl?n-
tico, no estu?rio do rio da Prata.
• Paraguai: segundo dos grandes rios da bacia Platina,
nasce em Mato Grosso, atravessa o relevo plano do
Pantanal e avan?a pelo Paraguai at? encontrar o rio
Paran?. O Paraguai e o trecho final do Paran? formam
uma via naturalmente naveg?vel, desde C?ceres, Ma-
to Grosso, at? Buenos Aires, Argentina, e Montevid?u,
Uruguai (no trecho brasileiro, o Paran? ? naveg?vel,
mas necessita de eclusas para vencer as barragens das
represas).
• Uruguai: percorre a fronteira Brasil-Argentina e a
Uruguai-Argentina at? desembocar no rio da Prata.
• Bacia do rio São Francisco: o rio S?o Francisco nasce
na serra da Canastra, em Minas Gerais, atravessa o
sert?o semi?rido e desemboca no oceano Atl?ntico,
entre os estados de Sergipe e Alagoas. Tem poucos
afluentes e ? aproveitado para irriga??o e navega??o
(entre Pirapora-MG e Juazeiro-BA ? foto acima), al?m
de gerar grande quantidade de energia hidrel?trica,
principalmente no seu curso inferior.
• Bacia do rio Parnaíba: como parte dessa bacia est? lo-
calizada em regi?o de clima semi?rido, apresenta pe-
quena vaz?o m?dia ao longo do ano. Possui afluentes
tempor?rios e, em seu baixo curso, alguns s?o perenes.
• Bacias atlânticas ou costeiras: o Brasil possui cinco
conjuntos, ou agrupamentos de rios, chamados ba-
cias hidrogr?ficas do Atl?ntico: Nordeste Ocidental,
Nordeste Oriental, Leste, Sudeste e Sul. As bacias que
comp?em cada um desses conjuntos n?o possuem
liga??o entre si; elas foram agrupadas por sua loca-
liza??o geogr?fica ao longo do litoral. O rio principal
de cada uma delas tem sua pr?pria bacia hidrogr?fi-
ca. Por exemplo, as bacias do Sudeste s?o formadas
pelo agrupamento das bacias dos rios Para?ba do Sul,
Doce e Ribeira de Iguape.
Paulo Fridman/Pulsar Imagens
Ernesto Reghran/Pulsar Imagens
Vista a?rea do rio Paran?
em Foz do Igua?u (PR), 2015.
Juntamente com as bacias
do Paraguai e Uruguai,
forma a bacia Platina.
Barco a vapor navegando pelo rio S?o Francisco
em Pirapora (MG), em 2014. A navega
??o fluvial
? um importante meio de transporte em muitos
munic?pios brasileiros.
213
GGB_v1_PNLD2018_198a217_U2C10.indd 213 5/4/16 11:36 AM

INFOGRÁFICO
O rompimento das barragens em Minas Gerais
Marcello Lourenço/Tyba
Mancha de lama que atingiu o
oceano pela foz do rio Doce em
Linhares (ES), 2015. Ao atingir o
oceano, essa lama comprometeu
o ecossistema marinho.
O rompimento das barragens do Fund?o e de Santar?m, em 5 de novembro de 2015,
foi um grande desastre ambiental. Ambas foram constru?das para reter rejeitos s?lidos
e ?gua durante o processo de minera??o. Elas se localizam no munic?pio de Mariana
(MG), em uma regi?o do estado conhecida como Quadril?tero Ferr?fero, onde h? intensa
explora??o de min?rio de ferro, al?m de ouro e mangan?s. Observe o mapa abaixo.
O rompimento das barragens
causou uma imensa enxurrada de
lama e provocou a destrui??o do
distrito de Bento Rodrigues, no mu-
nic?pio de Mariana, e de outras lo-
calidades, deixando 19 mortos,
centenas de pessoas desabrigadas
e milhares de pessoas, em v?rios
munic?pios de Minas Gerais e do
Esp?rito Santo, sem acesso a ?gua
pot?vel.
Casas soterradas pela lama no distrito de Bento Rodrigues (Mariana - MG),
2015.
Dudu Macedo/Fotoarena
OCEANO
ATLÂNTICO
T r ó p i c o d e C a p r i c ó r n i o
BA
GO
MINAS
GERAIS
ES
SP
RJ
PR
Belo
Horizonte
Quadrilátero
Ferrífero
45° O
0
250
500
km
N
S
L
O
Adaptado de: INSTITUTO DE GEOCI?NCIAS DA
UNIVERSIDADE DE S?O PAULO. Dispon?vel em:
<http://turmalina.igc.usp.br/>.
Acesso
em:
18
jan.
2016.

Julio Dian/Arquivo da editora
Quadrilátero Ferrífero (MG)
214
GGB_v1_PNLD2018_198a217_U2C10.indd 214 5/4/16 11:36 AM

Um “mar de lama” atingiu o rio Doce, que desá-
gua no oceano Atlântico, no estado do Espírito San-
to, como se pode ver na imagem de fundo do info-
gráfico. Observe no mapa ao lado o percurso da
lama desde Mariana até atingir o oceano.
Embora a empresa propriet?ria das barragens te-
nha afirmado que o material n?o ? t?xico por ser
composto apenas de ?xido de ferro, lama e ?gua,
os impactos ambientais foram devastadores,
destacando-se:
• destrui??o de toda a vegeta??o do entorno
dos rios afetados pelo soterramento;
• ressecamento da lama que soterrou as v?r-
zeas, tornando o terreno est?ril, uma vez que
n?o cont?m mat?ria org?nica;
• em todos os rios atingidos, com destaque para
o rio Doce, a fauna e a flora aqu?ticas foram ex-
tintas, o que provocou impacto em toda a cadeia
alimentar;
• a deposi??o da lama provocou assoreamento dos
rios, desvio dos seus cursos e soterramento de diver-
sas nascentes;
Com o desastre, grande parte da popula??o ficou
dependente de ajuda governamental e da sociedade.
As empresas respons?veis foram processadas e res-
ponderam por crimes ambientais (imposi??o de multas
que superaram R$ 1 bilh?o), crime penal (foram culpa-
das pela morte de pessoas) e indeniza??o civil (ressar-
cimento dos preju?zos para quem perdeu a casa e os
bens, teve familiares mortos ou perdeu a fonte de
renda, como os pescadores e os agricultores).
As multas aplicadas ?s empresas foram pagas aos
?rg?os p?blicos de controle ambiental (Subsecretaria
Estadual de Fiscaliza??o de Meio Ambiente e Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renov?veis ? Ibama).
Peixes mortos no rio Doce
em Resplendor (MG), 2015.
Um “mar de lama” atingiu o rio Doce, que desá-
Governador
Valadares
Mariana
Bento Rodrigues
Barragem
do Fundão
Linhares
Colatina
OCEANO
ATLÂNTICO
40° O40° O
20° S20° S
MINAS GERAIS
BAHIA
ESPÍRITO
SA
NTO
RIO DE
JANEIRO
0
70
140
km
N
S
L
O
R
i
o
D
o
c
e
Percurso da lamaPercurso da lama
Adaptado
de:
G1.
Dispon?vel
em:
<http://g1.globo.com/minas-gerais/
noticia/2015/11/infografico-entenda-como-foi-o-rompimento-das-
barragens-em-mg.html>. Acesso em: 19 jan. 2016.
Julian Dian/Arquivo da editora
Fabio B
raga/Fo
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re
s
s
Percurso da lama
215
GGB_v1_PNLD2018_198a217_U2C10.indd 215 5/4/16 11:36 AM

Atividades
Compreendendo conteúdos
1. Como se d? o abastecimento de ?gua em um rio? Como se formam as nascentes?
2. Defina bacia hidrogr?fica e rede de drenagem.
3. Explique o que ? assoreamento e quais s?o as suas consequ?ncias.
4. Por que os rios, especialmente em trechos de plan?cie, possuem um leito maior e um
leito menor? Mencione as consequ?ncias de n?o se levar em considera??o esse fato
na ocupa??o das v?rzeas de muitos rios, principalmente nas cidades.
5. Quais s?o as principais formas de aproveitamento econ?mico dos rios brasileiros?
Desenvolvendo habilidades
6. Com a orienta??o do(a) professor(a), organize-se em grupos e leiam novamente o
infogr?fico sobre o rompimento das barragens em Minas Gerais, nas p?ginas 214 e
215. Nele voc?s podem observar que o desastre provocou impactos ambientais, sociais
e econ?micos de grande porte.
Com as informa??es obtidas pela leitura, fa?am uma pesquisa na internet, discutam
a respeito dos assuntos e, depois, produzam um texto dissertando sobre a import?n-
cia das a??es preventivas para evitar esse e outros tipos de desastres ambientais e
sobre as indeniza??es ?s quais as pessoas afetadas t?m direito. O texto deve apre-
sentar a opini?o do grupo a respeito dos t?picos destacados nos itens a seguir.
a) Existem ?rg?os de fiscaliza??o ambiental nas esferas municipal, estadual e fe-
deral, al?m do controle realizado pelas empresas privadas que s?o propriet?rias
das barragens.
Voc?s acham que somente a Samarco foi respons?vel pelo desastre? Por qu??
O que poderia ser feito para que o controle e a fiscaliza??o fossem eficientes?
b) Ap?s o acidente, os moradores e trabalhadores das ?reas atingidas tiveram direi-
to ? indeniza??o.
Quais as perdas materiais que devem ser ressarcidas?
Por que os familiares de pessoas mortas no acidente e os trabalhadores que
n?o conseguem mais exercer suas atividades t?m direito ? indeniza??o?
Dialogando
com LÍNGUA PORTUGUESA
Marcello Lourenço/Tyba
Mancha de lama que
atingiu o oceano pela
foz do rio Doce em
Linhares (ES), 2015.
Os nomes de empresas e/ou
marcas que aparecem nesta
página e na seguinte foram
utilizados com finalidade
didática, sem intenção de
recomendar produtos ou induzir
seu consumo. Eles estão
contextualizados e sua omissão
pode comprometer o
entendimento do tema
abordado.
ATENÇÃO!
Não escreva no seu livro!
216
GGB_v1_PNLD2018_198a217_U2C10.indd 216 5/4/16 11:36 AM

COMPANHIA de Saneamento B?sico do Estado de S?o Paulo (SABESP).
A ÁGUA QUE VOCÊ NÃO VÊ
ARROZ 1 KG
2 500
712,5
499
5 280
3 700
17100
132,5
18000
MANTEIGA 1 KG LEITE 1 KG QUEIJO 1 KG BATATA 1 KG CARNE DE BOI 1 KG BANANA 1 KG CARNE DE FRANGO 1 KG
Você consome sem perceber. Veja o quanto de água potável
é necessário para produzir itens do seu cotidiano
LITROS
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LITROS
LITROS
LITROS
LITROS
LITROS
RIO DE JANEIRO (Estado). Companhia Estadual de ?guas
e Esgotos (Cedae). Dispon?vel em: <www.cedae.com.
br>. Acesso em: 6 jan. 2016.
Reprodução/SABESP
Reprodução/CEDAE, Rio de Janeiro, RJ.
7. Observe a ilustração abaixo, que mostra o consumo indireto de água para produzir
alguns alimentos. Isso ocorre porque a água é utilizada na irrigação das plantações
e pastos e consumida pelos animais, além de muitos outros usos dentro da cadeia
de produção dos alimentos.
Observe também o informativo ao lado, que
mostra o desperdício de água quando esquece-
mos a torneira aberta.
Com base nessas informações você vai produzir
um texto dissertativo tratando da importância
de evitarmos o desperdício de água para a bus-
ca do desenvolvimento sustentável. Para a ela-
boração do texto:
a) crie um parágrafo inicial comentando o gas-
to de água que mais chamou sua atenção e
por quê.
b) em seguida, elabore um ou dois parágrafos
apresentando algumas sugestões de como
contribuir, de maneira individual ou coletiva,
para evitar o disperdício de água no dia a dia.
c) por fim, com a orientação do(a) professor(a),
reúna-se com os colegas e discutam as su-
gestões propostas.
Dialogando
com LÍNGUA PORTUGUESA
Hidrografia217
GGB_v1_PNLD2018_198a217_U2C10.indd 217 5/4/16 11:36 AM

Andre Dib/Pulsar Imagens
218
CAPÍTULO11
Biomas e formações
vegetais: classificação
e situação atual
Parque Nacional da Serra dos
?rg?os, em Teres?polis (RJ), 2014.
As forma??es vegetais est?o
intimamente relacionadas a outros
aspectos naturais, como clima e
relevo, por exemplo.
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 218 5/6/16 3:15 PM

Mark Moffett/Minden Pictures/Biosphoto/
Agência France-Presse
A
s formações vegetais são tipos de vegetação facilmente identificáveis na pai-
sagem e que ocupam extensas áreas. É o elemento mais evidente na classifi-
cação dos biomas. Estes, por sua vez, são sistemas em que solo, clima, relevo,
fauna e demais elementos da natureza interagem entre si formando tipos semelhan-
tes de cobertura vegetal, como as Florestas Tropicais, as Florestas Temperadas, as
Pradarias, os Desertos e as Tundras. Em escala planetária, os biomas são unidades
que evidenciam grande homogeneidade nas características de seus elementos.
Há Florestas Tropicais na América, África, Ásia e Oceania que, embora semelhantes,
possuem comunidades ecológicas com exemplares distintos. Alguns desses exemplares
são chamados de endêmicos, ou seja, não ocorrem em nenhuma outra
área do mundo. Entre outros fatores, isso se explica pela sepa-
ração dos continentes: o afastamento físico fez com que as
espécies vivessem evoluções paralelas, apesar de distin-
tas, processo que é chamado especiação. Observe dois
exemplos nas fotografias desta página.
Neste capítulo, estudaremos os principais biomas
– no planeta e no território brasileiro –, as principais
agressões do ser humano às formações vegetais e
questões sobre o Direito Ambiental.
são chamados de endêmicos, ou seja, não ocorrem em nenhuma outra
área do mundo. Entre outros fatores, isso se explica pela sepa-
ração dos continentes: o afastamento físico fez com que as
espécies vivessem evoluções paralelas, apesar de distin-
. Observe dois
Neste capítulo, estudaremos os principais biomas
Ja
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a
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C
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a
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As plantas e os animais de um mesmo bioma n?o est?o
presentes, necessariamente, em diferentes regi?es do planeta.
O chimpanz? (na foto maior, de 2014) ? encontrado na Floresta
Tropical de Uganda, mas n?o comp?e a fauna das Florestas
Tropicais sul-americanas. Por outro lado, v?rias esp?cies
end?micas de nosso continente n?o s?o encontradas nas florestas
africanas, como ? o caso do mico-le?o-dourado (na foto menor, de
2014), origin?rio da Mata Atl?ntica brasileira.
219Biomas e formações vegetais: classificação e situação atual
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 219 5/4/16 11:57 AM

INFOGRÁFICO
Cobertura vegetal original
Este mapa-m?ndi de vegeta??o retrata a cobertura original dos biomas, n?o as
atuais. Apesar de n?o mostrar o intenso desmatamento, ele nos ajuda a compreen-
der a din?mica da natureza na distribui??o e organiza??o da cobertura vegetal. Veja
a localiza??o dos biomas no mapa abaixo e observe suas principais caracter?sticas
nas fotografias desta e da p?gina ao lado.

Círculo Polar ÁrticoCírculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
Trópico de Câncer
Equador
Trópico de Capricórnio
Meridiano de Greenwich

OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO
ÍNDICO
0 2
050
4
100
km
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Planisfério: vegetação
Floresta tropical e equatorial
Floresta temperada e subtropical
Floresta boreal (taiga)
Savana (Brasil — cerrado e caatinga)
Estepe e pradaria
Vegetação mediterrânea
Vegetação de altitude
Tundra
Deserto (quente ou frio)
Adaptado de:
FERREIRA, Gra?a
Maria Lemos.
Moderno atlas
geográfico. 5. ed.
S?o Paulo:
Moderna, 2011.
p. 72.
Banco de imagens/Arquivo da editora
geográfico
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Pierre Vernay/Polar Lys/Biosphoto/Agência France-Presse
Popova Valeriya/ShutterstockImagensLatinstock
Mata Atl?ntica em Tapira? (SP), em 2015.
Tundra na Groenl?ndia, em 2016.
Taiga com con?feras na Finl?ndia, em 2015,
durante o ver?o.
P. Jaccod/DeAgostini/Getty Images
Estepe nos Pampas na Argentina, em 2014.
220
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 220 5/4/16 11:59 AM

Deserto do Atacama no Chile, em 2015.
Alexandre Cappi/Pulsar Imagens
Savana no Parque Nacional
Kruger, na ?frica do Sul, em 2014.
artherng/RooM the Agency/Corbis/Latinstock
Floresta Negra (temperada) na Alemanha, em 2013.
Uli Deck/dpa/Corbis/Latinstock
Vegeta??o mediterr?nea em Cote d'Azur, no sul da
Fran?a, em 2015.
Markus Lange/Robert Harding/Corbis/Latinstock
Vegeta??o de altitude no monte Everest no Nepal,
em 2014.
Alun Richardson/Westend61/Corbis/Latinstock
221
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 221 5/4/16 12:01 PM

1 Principais características das formações vegetais
A natureza não faz nada em vão.”
Arist?teles (384 a.C.-322 a.C.), fil?sofo grego.
A
Consulte o site do
PNUMA. Veja orientações
na seção Sugestões de
leitura, filmes e sites.
Dialogando
com BIOLOGIA
Osni de Oliveira/Arquivo da editora
A forma??o vegetal ? o elemento mais evidente
na classifica??o dos ecossistemas e biomas, o que tor-
na importante a observa??o da escala usada em sua
representa??o, pois os mapas e planisf?rios que os
delimitam trazem grandes generaliza??es. Observe
novamente o mapa de climas brasileiros elaborado
pelo IBGE, na p?gina 176, e veja que ele delimita doze
diferentes regimes de temperaturas e chuvas em nos-
so pa?s.
Os elementos clim?ticos, em especial a tempera-
tura e a umidade, s?o determinantes para o tipo de
vegeta??o de uma ?rea. Eles definem, por exemplo, a
altura das plantas, a forma das folhas, a espessura dos
caules, a fisionomia geral da vegeta??o, etc. A adapta-
??o aos diferentes climas serve de base para a seguin-
te classifica??o de plantas:
• perenes (do latim perenne, ?perp?tuo, imperec?vel?):
plantas que apresentam folhas durante o ano todo;
• caducifólias, decíduas (do latim deciduus, ?que cai,
caduco?) ou estacionais: plantas que perdem as fo-
lhas em ?pocas muito frias ou secas do ano;
• esclerófilas (do grego sklerós, ?duro, seco, dif?cil?):
plantas com folhas duras, que t?m consist?ncia de
couro (cori?ceas);
• xerófilas (do grego xêrós, ?seco, descarnado, magro?):
plantas adaptadas ? aridez;
• higrófilas (do grego hygrós, ??mido, molhado?):
plantas, geralmente perenes, adaptadas a muita
umidade;
• tropófilas (do grego trópos, ?volta, giro?): plantas
adaptadas a uma esta??o seca e outra ?mida;
• aciculifoliadas (do latim acicula, ?alfinete, agulhinha?):
possuem folhas em forma de agulhas, como os pi-
nheiros. Quanto menor a superf?cie das folhas, me-
nos intensa ? a transpira??o e maior ? a reten??o de
?gua pela planta;
• latifoliadas (do adjetivo lato, ?largo, am-
plo?): plantas de folhas largas, que per-
mitem intensa transpira??o; s?o geral-
mente nativas de regi?es muito
?midas.
Os ?ndices termopluviom?tricos,
associados a outros fatores de va-
ria??o espacial menor e que tam-
b?m influem no tipo de vegeta??o
? como maior ou menor proximidade
de cursos de ?gua, os diferentes tipos
de solo, a topografia e as varia??es de
altitude ?, determinam a exist?ncia
de diferentes ecossistemas n?o
contemplados nos mapas-m?ndi.
Todas as forma??es vegetais t?m
grande import?ncia para a pre-
serva??o dos variados biomas e
ecossistemas da Terra. Estudaremos
a seguir as mais expressivas.
Capítulo 11222
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 222 5/4/16 12:01 PM

Tundra
Vegeta??o rasteira, de ciclo vegetativo extremamen-
te curto. Por encontrar-se em regi?es subpolares, desen-
volve-se apenas durante os tr?s meses de ver?o, nos
locais onde ocorre o degelo. O rio que voc? observa na
fotografia da p?gina 220, por exemplo, se forma nessa
esta??o, com o derretimento da neve. As esp?cies t?picas
s?o os musgos, nas baixadas ?midas, e os liquens, nas
por??es mais elevadas do terreno, onde o solo ? mais
seco, aparecendo raramente pequenos arbustos.
Floresta boreal (taiga)
Forma??o florestal t?pica da zona temperada.
Ocorre nas altas latitudes do hemisf?rio norte, em
regi?es de climas temperados continentais, como Ca-
nad?, Su?cia, Finl?ndia e R?ssia. Neste ?ltimo pa?s,
cobre mais da metade do territ?rio e ? conhecida co-
mo taiga. ? uma forma??o bastante homog?nea, na
qual predominam con?feras do tipo pinheiro. As con?-
feras s?o esp?cies adaptadas ? ocorr?ncia de neve no
inverno; s?o aciculifoliadas e com ?rvores em forma
de cone, o que facilita o deslizamento da neve por
suas copas. Essa forma??o florestal foi largamente
explorada com a retirada de madeira para ser usada
como lenha e para a fabri-
ca??o de papel e m?veis.
Atualmente a madeira ?
obtida de ?rvores cultiva-
das (silvicultura).
Atualmente a madeira ?
obtida de ?rvores cultiva-
das (silvicultura).
Peng Zhaozhi/Xinhua Press/Corbis/Latinstock
Floresta Amaz?nica em
Xapuri (AC), 2015, em
regi?o bastante ?mida,
onde se observa
vegeta??o com folhas
largas e grandes.
Floresta subtropical
e temperada
Esta forma??o florestal caducif?lia, t?pica dos cli-
mas temperados e subtropicais, ? encontrada em lati-
tudes mais baixas e sob maior influ?ncia da maritimi-
dade. Isso permitiu o desenvolvimento de atividades
agropecu?rias. Estendia-se por grandes por??es da
Europa centro-ocidental. Atualmente subsiste na ?sia
(foto abaixo), na Am?rica do Norte e em pequenas
extens?es da Am?rica do Sul e da Oceania. Na Europa,
restam apenas pequenas extens?es, como a floresta
Negra, na Alemanha, e a floresta de Sherwood,
na Inglaterra.
Floresta equatorial e tropical
Nas regi?es tropicais quentes e ?midas encontra-
mos florestas que se desenvolvem gra?as aos elevados
?ndices pluviom?tricos. S?o, por isso, forma??es higr?-
filas e latifoliadas, extremamente heterog?neas, que
se localizam em baixas latitudes na Am?rica, na ?frica
e na ?sia. Nessas regi?es predominam climas tropicais
e equatoriais e esp?cies vegetais de grande e m?dio
portes, como o mogno, o jacarand?, a castanheira, o
cedro, a imbuia e a peroba,
al?m de palm?ceas, arbus-
tos, bri?fitas e brom?lias. As
florestas tropicais possuem
a maior biodiversidade do
planeta, com muitas esp?-
cies ainda desconhecidas.
Fabio Colombini/Acervo do fot—grafo
Floresta temperada em
Yinchuan (China), em 2015.
Esta forma??o vegetal ?
caducif?lia e as folhas s?o
pequenas, para reter
umidade.
223
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 223 5/4/16 12:01 PM

O?sis no deserto do Saara,
em 2014.
Frank Krahmer/Digital Vision/Getty Images
Estepes
Nessas forma??es a vegeta??o ? herb?cea, como
nas Pradarias, por?m mais esparsa e ressecada.
As estepes desenvolvem-se em uma faixa de transi-
??o entre climas tropicais e des?rticos, como na re-
gi?o do Sahel, na ?frica, e entre climas temperados
e des?rticos, como na ?sia central. Essa vegeta??o
foi muito degradada por atividades econ?micas, co-
mo o pastoreio.
Deserto
Bioma cujas esp?cies vegetais est?o adaptadas ?
escassez de ?gua em regi?es de ?ndice pluviom?trico
inferior a 250 mm anuais. Apresenta esp?cies vegetais
xer?filas, destacando-se as cact?ceas. Algumas dessas
plantas s?o suculentas (armazenam ?gua no caule) e
n?o possuem folhas ou evolu?ram para espinhos, redu-
zindo a perda de ?gua pela evapotranspira??o. Essas
plantas aparecem nos desertos da Am?rica, ?frica, ?sia
e Oceania. No Saara, em lugares em que a ?gua aflora
? superf?cie, surgem os o?sis, onde h? palmeiras, como
podemos observar na fotografia abaixo.
Mediterrânea
Desenvolve-se em regi?es de clima mediterr?neo,
que apresentam ver?es quentes e secos e invernos
amenos e chuvosos. ? encontrada em pequenas por-
??es da Calif?rnia (Estados Unidos, onde ? conhecida
como Chaparral), do Chile, da ?frica do Sul e da Austr?-
lia. As maiores ocorr?ncias est?o no sul da Europa ?
onde foi largamente desmatada para o cultivo de oli-
veiras (esp?cie nativa dessa forma??o vegetal) e
videiras (nativas da ?sia) ? e no norte da ?frica.
Pradarias
Compostas basicamente de gram?neas, s?o encon-
tradas principalmente em regi?es de clima temperado
continental. Desenvolvem-se na R?ssia e ?sia central, nas
Grandes Plan?cies norte-americanas, nos Pampas argen-
tinos, no Uruguai, na regi?o Sul do Brasil e na Grande Ba-
cia Artesiana (Austr?lia). Muito usada como pastagem,
essa forma??o ? importante por enriquecer o solo com
mat?ria org?nica. Um dos solos mais f?rteis do mundo,
denominado tchernozion (?terras negras?, em russo), ? en-
contrado sob as pradarias da R?ssia e da Ucr?nia.
224
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 224 5/4/16 12:01 PM

Adaptado de: ATLANTE Zanichelli 2009. Bologna: Zanichelli, 2008. p. 177.
José Rodrigues/Arquivo da editora
1 600 m
norte do Canadá regiões temperadas regiões tropicais
gelo, neve
campos de altitude,
tundra
floresta de
con?feras (taiga)
floresta dec?dua e
floresta mista
floresta pluvial de
montanha
2 600 m
5 000 m
Vegetação de altitude
Em regi?es montanhosas h? uma grande varia-
??o altitudinal da vegeta??o, como mostra a ilustra-
??o a seguir. ? medida que aumenta a altitude e di-
minui a temperatura, os solos ficam mais rasos e a
vegeta??o, mais esparsa. Nessas condi??es, surgem
as florestas nas ?reas mais baixas e,
nas mais altas, os campos de
altitude, como mostra
a foto.
as florestas nas ?reas mais baixas e,
nas mais altas, os campos de
altitude, como mostra
a foto.
Alun Richardson
/
W
e
s t e n d 6 1 / C
o
r
b
is/Latinstock
Savana
Em regi?es onde o ?ndice de chuvas ? elevado, po-
r?m concentrado em poucos meses do ano, podem
desenvolver-se as savanas, forma??o vegetal complexa
que apresenta estratos arb?reo, arbustivo e herb?ceo.
As savanas s?o encontradas em grandes extens?es da
?frica, na Am?rica do Sul (no Brasil, corresponde
ao dom?nio dos Cerrados) e em menores
por??es na Austr?lia e na ?ndia. Sua
?rea de abrang?ncia tem sido
muito utilizada para a agricul-
tura e a pecu?ria, o que acen-
tuou sua devasta??o, como
tem ocorrido no Brasil cen-
tral. No continente africa-
no, esse bioma abriga ani-
mais de grande porte, como
le?es, elefantes, girafas, ze-
bras, ant?lopes e b?falos.
Vegeta??o de altitude
no Monte Everest, Nepal,
em 2014.
Biomas e formações vegetais: classificação e situação atual225
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 225 5/4/16 12:01 PM

2 A vegetação e os impactos do desmatamento
Impacto ambiental ? um desequil?brio provocado
pela a??o dos seres humanos sobre o meio ambiente.
Pode resultar tamb?m de acidentes naturais: a erup??o
de um vulc?o pode provocar polui??o atmosf?rica; o
choque de um meteoro, destrui??o de esp?cies animais
e vegetais; um raio, inc?ndio numa floresta, etc.
Quando os ecossistemas sofrem impactos am-
bientais, geralmente a vegeta??o ? o primeiro elemen-
to da natureza a ser atingido, pois ? reflexo das con-
di??es naturais de solo, relevo e clima do lugar em que
ocorre.
Observe, no mapa abaixo, como era a distribui??o
das forma??es vegetais pelo planeta antes das inter-
ven??es humanas.
Perceba como atualmente todas elas, em maior ou
menor grau, encontram-se modificadas. Em muitos
casos, sobraram apenas alguns redutos em que a ve-
geta??o original ? encontrada, nos quais, embora com
pequenas altera??es, ainda preserva suas caracter?sti-
cas principais. Essa devasta??o deve-se basicamente a
fatores econ?micos.
A primeira consequ?ncia do desmatamento ? o
comprometimento da biodiversidade, por causa da di-
minui??o ou, muitas vezes, da extin??o de esp?cies
vegetais e animais. Muitas esp?cies ainda s?o desco-
nhecidas da sociedade urbano-industrial. Com o des-
matamento, h? o risco de elas serem destru?das antes
de serem descobertas e estudadas.
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 63.


Meridiano de Greenwich
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
AMÉRICA
DO NORTE
AMÉRICA
DO SUL
ÁFRICA
ANTÁRTIDA
EUROPA
ÁSIA
OCEANIA
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Equador
OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
PACÍFICO
Florestas temperadas e boreais
Cobertura original estimada
Cobertura atual
Florestas tropicais
Cobertura original estimada
Cobertura atual
Cobertura original estimada (até aproximadamente
8 mil anos atrás) e cobertura remanescente das
florestas do mundo
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
0 2
050
4
100
km
Florestas originais e remanescentes
Banco de imagens/Arquivo da editora
Capítulo 11226
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 226 5/4/16 12:01 PM

Renato Soares/Pulsar Imagens
Na floresta Amaz?nica h? uma grande quantidade
de esp?cies end?micas. Parte desse patrim?nio gen?-
tico ? conhecida pelas v?rias etnias ind?genas que ali
habitam (saiba mais lendo o texto “Plantas medicinais”
em Outras leituras, a seguir). No entanto, a maioria des-
sas comunidades nativas est? sofrendo um processo
de integra??o ? sociedade urbano-industrial que tem
levado ? perda do patrim?nio cultural desses povos,
dificultando a preserva??o dos seus conhecimentos.
Outro ponto importante que afeta os interesses nacio-
nais dos pa?ses onde h? florestas tropicais, incluindo o
Brasil, ? a biopirataria, por meio da qual muitas empre-
sas assumem pr?ticas ilegais para garantir o direito de
explorar, futuramente, uma poss?vel ma-
t?ria-prima para a ind?stria farmac?utica
e de cosm?ticos, entre outras.
Plantas medicinais
[...]
Através dos dados fornecidos pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), constata-se que o uso de
plantas medicinais pela população mundial tem sido
muito significativo nos últimos anos, sendo que este
uso tem sido incentivado pela própria OMS.
As plantas produzem substâncias responsá-
veis por uma ação farmacológica ou terapêutica
que são denominadas de princípios ativos.
A fitoterapia é o tratamento das doenças, alterações
orgânicas, por meio de drogas vegetais secas ou partes
vegetais recém-colhidas e seus extratos naturais.
O conhecimento das propriedades medicinais
das plantas, dos minerais e de certos produtos de
origem animal é uma das maiores riquezas da cul-
tura indígena. Uma sabedoria tradicional que passa
de geração em geração.
Vivendo em permanente contato com a natu-
reza, os índios e outros povos da floresta estão ha-
bituados a estabelecer relações de semelhança entre
as características de certas substâncias naturais e
seu próprio corpo.
O índio tem um profundo conhecimento da
flora medicinal, e dela retira os mais variados remé-
dios, que emprega de diferentes formas.
As práticas curativas das tribos indígenas
estão profundamente relacionadas com a
maneira que o índio percebe a doença e
suas causas. Tanto as medidas curativas
como as preventivas são realizadas pelo
pajé, sendo estes rituais carregados de
elementos mágicos e místicos que refle-
tem o modo de ser do índio e o relaciona-
mento deste com o mundo.
[...]
SOSSAE, Fl?via Cristina. Plantas medicinais. Centro de divulgação científica
e cultura (USP). Dispon?vel em: <www.cdcc.usp.br/bio/mat_plantas_med.htm>. Acesso em: 15 jan. 2016.
Outras leituras
C
I
D
A
D
A
N
IA: M
e
IO A
M
B
Ie
N
t
e
Paj? Takum? manipulando plantas
em Quer?ncia (MT), em 2011.
Biomas e formações vegetais: classificação e situação atual227
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 227 5/4/16 12:02 PM

No Brasil, os incêndios ou queimadas de flores-
tas, que consomem uma quantidade incalculável
de biomassa todos os anos, são provocados para o
desenvolvimento de atividades agropecuárias, mui-
tas vezes em grandes projetos que recebem incen-
tivos governamentais e, portanto, sob o amparo da lei.
Podem também ser resultado de práticas criminosas
ou ainda de acidentes, incluindo naturais.
No entanto, como vimos na epígrafe de Aristóteles,
na abertura deste capítulo, a natureza não faz nada
em vão. Ela responde às agres-
sões sofridas. As consequên-
cias socioambientais das in-
terferências humanas em
regiões de florestas são várias.
Uma das principais é o aumento do processo erosivo,
o que leva a um empobrecimento dos solos, podendo
ampliar ou formar áreas desertificadas em regiões de
clima árido, semiárido e subúmido. Leia o texto da pá-
gina seguinte sobre a desertificação no Brasil.
Ricardo Azoury/Pulsar Imagens
Os inc?ndios florestais provocam uma s?rie de impactos na fauna, flora, solo e atmosfera. Na foto, de 2014,
queimada na Mata Atl?ntica em Petr?polis (RJ).
Biomassa: quantidade total
de matéria viva de um ecos-
sistema, geralmente ex-
pressa em massa por uni-
dade de área ou de volume.
Capítulo 11228
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 228 5/4/16 12:02 PM

Outras leituras
?reas semi?ridas
?reas sub?midas secas
?reas do entorno
Limites das ?reas
suscet?veis ?
deserti&#6684777;ca??o
?reas suscet?veis ?
deserti&#6684777;ca??o
Moderada
Grave
Muito grave
?reas afetadas por
processos de deserti&#6684777;ca??o
20%
40%
Isolinhas de incid?ncia
de secas
60%
80%
OCEANO
ATLÂNTICO
PI
CE
MA
RN
PE
BA
MG
AL
PB
SE
ES

40º O
Equador
0 210 420
km

Brasil: desertificação – 2013
Banco de imagens/Arquivo da editora
Como se pode ver, o mapa da susceptibilidade
do Brasil, elaborado pelo MMA a partir de trabalho
realizado pelo Centro de Sensoriamento Remoto do
Ibama, determinou tr?s categorias de susceptibilida-
de: alta, muito alta e moderada. As duas primeiras
referem-se respectivamente ?s ?reas ?ridas e semi?-
ridas definidas pelo ?ndice de aridez. A terceira ? re-
sultado da diferen?a entre a ?rea do Pol?gono das
Secas e as demais categorias. Assim, de um total de
0 , km
2
de ?reas suscept?veis, 2 , km
2
s?o de susceptibilidade muito alta,  02, km
2
s?o
de susceptibilidade alta e  0,0 km
2
s?o mode-
radamente suscept?veis.
O processo de desertifica??o se manifesta de
duas maneiras diferentes:
I. difuso no territ?rio, abrangendo diferentes
n?veis de degrada??o dos solos, da vegeta??o
e dos recursos h?dricos;
II. concentrado em pequenas por??es do terri-
t?rio, por?m com intensa degrada??o dos
recursos da terra.
Os estudos dispon?veis indicam que a ?rea afe-
tada de forma muito grave ? de   km
2
, 0% do
Semi?rido, e as ?reas afetadas de forma grave atin-
gem  0 km
2
, % do territ?rio. Deve-se acrescen-
tar que as demais ?reas sujeitas ao antropismo,
  km
2
, sofrem degrada??o moderada.
Al?m destas ?reas com n?veis de degrada??o
difusos, podem ser citadas quatro ?reas com inten-
sa degrada??o, segundo a literatura especializada,
os chamados N?cleos de Desertifica??o. S?o eles:
Gilbu?s-PI, Irau?uba-CE, Serid?-RN e Cabrob?-PE,
totalizando uma ?rea de  , km
2
.
[...]
Consequências da desertificação
A degrada??o das terras secas causa s?rios pro-
blemas econ?micos. Isto se verifica principalmente
no setor agr?cola, com o comprometimento da pro-
du??o de alimentos. Al?m do enorme preju?zo cau-
sado pela quebra de safras e diminui??o da produ??o,
existe o custo quase incalcul?vel de recupera??o da
capacidade produtiva de extensas ?reas agr?colas e
da extin??o de esp?cies nativas, algumas com alto
valor econ?mico e outras que podem vir a ser apro-
veitadas na agropecu?ria, inclusive no melhoramen-
to gen?tico, ou nas ind?strias farmac?utica, qu?mica
e outras.
[...]
DESERTIFICA??O no Brasil. In: Instituto Interamericano de Coopera??o
para a Agricultura. Programa de Combate ? Desertifica??o e Mitiga??o
dos Efeitos da Seca na Am?rica do Sul. Bras?lia, DF. Dispon?vel em:
<www.iicadesertification.org.br>. Acesso em: 21 jan. 2014.
Desertificação no Brasil
As ?reas suscept?veis ? desertifica??o e enqua-
dradas no escopo de aplica??o da Conven??o das
Na??es Unidas para o Combate ? Desertifica??o s?o
aquelas de clima ?rido, semi?rido e sub?mido seco.
Conforme a defini??o aceita internacionalmente, o
?ndice de aridez, definido como a raz?o entre a pre-
cipita??o e a evapotranspira??o potencial, estabe-
lece as seguintes classes clim?ticas:
Hiperárido < 0,03
Árido 0,03-0,20
Semiárido 0,21-0,50
Subúmido seco 0,51-0,65
Subúmido úmido > 0,65
[...] No Brasil as ?reas suscept?veis est?o locali-
zadas na regi?o Nordeste e no norte de Minas Gerais.
Observe o mapa a seguir, que retrata a situa??o.
Biomas e formações vegetais: classificação e situação atual229
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 229 5/4/16 12:02 PM

3 Biomas e formações vegetais do Brasil
O Brasil apresenta grande variedade de ecossiste-
mas. Essa variedade relaciona-se ? grande diversidade
da fauna e da flora brasileiras, das quais muitas esp?-
cies s?o nativas do Brasil, como a jabuticaba, o amen-
doim, o abacaxi e a castanha-do-par?. No entanto,
esses ecossistemas j? sofreram grandes impactos ne-
gativos desde o in?cio da coloniza??o, com o desenvol-
vimento das atividades econ?micas e a consequente
ocupa??o do territ?rio, como se pode constatar ao
comparar os dois mapas desta p?gina.
Adaptado de: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. 34. ed. S?o Paulo: ?tica, 2013. p. 120.
Brasil: vegetação nativa
Banco de imagens/Arquivo da editora
AM PA
MT
MS
TO
GO
SP
DF
BA
PI
MA
CE
MG
PR
RS
AP
AC
RO
RR
ES
RJ
T
r
ó
p
i
c
o

de Capricórnio
OCEANO
ATLÂNTICO

50º O
Equador
OCEANO
PACÍFICO
SE
AL
PE
PB
RN
0 545 1 090
km
N
S
LO
SC
Floresta Amazônica
Mata Atlântica
Mata dos Cocais
Mata de Araucárias (Pinhais)
Cerrado
Caatinga
Pantanal
Formações litorâneas
Campos
Adaptado de: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. 34. ed. S?o Paulo: ?tica, 2013. p. 120.
Brasil: retração da vegetação e cobertura atual
Banco de imagens/Arquivo da editora
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO

55º O
Equador
AM
RO
MT
MG
MS
SP
PR
RS
BA
PI
MA
CE
PB
PE
GO
DF
TO
PA
AC
RR
AP
Trópico de Capricórnio
SC
RJ
ES
RN
AL
SE
0 545 1
090
km
N
S
LO
Floresta Amazônica
Mata Atlântica
Mata dos Cocais
Mata de Araucárias (Pinhais)
Cerrado
Caatinga
Pantanal
Formações litorâneas
Áreas alteradas
Campos
Capítulo 11230
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 230 5/4/16 12:02 PM

As características das formações vegetais brasileiras
com os outros estratos da floresta ? o que possui
menor quantidade de esp?cies e ? constitu?do por
?rvores de menor porte, incluindo palmeiras e plan-
tas aqu?ticas, destacando-se a vit?ria-r?gia;
• várzea: ?rea sujeita a inunda??es peri?dicas, com
a vegeta??o de m?dio porte raramente ultrapas-
sando os 20 m de altura, como o pau-mulato e a
seringueira. Como se situa entre as matas de igap?
e de terra firme, possui caracter?sticas de ambas;
• caaetê (?mata seca?, em tupi-guarani) ou terra fir-
me: ?rea que nunca inunda, na qual se encon-
tra vegeta??o de grande porte, com
?rvores chegando aos 60 m de altu-
ra, como a castanheira-do-par? e
o cedro. O entrela?amento das
copas das ?rvores forma um
dossel que dificulta a pene-
tra??o da luz, propiciando um
ambiente sombrio e ?mido
no interior da floresta.
Vista a?rea da Floresta Amaz?nica e do rio Japur? em Tef? (AM),
em 2014. Nas partes planas da floresta as v?rzeas s?o extensas,
favorecendo a forma??o de lagos.
Andre Dib/Pulsar Imagens
As principais forma??es vegetais no territ?rio
brasileiro s?o:
• Floresta Amazônica (floresta pluvial equatorial): ? a
maior floresta tropical do mundo, totalizando cerca
de 40% das florestas pluviais tropicais do planeta. No
Brasil ela se estende por 3,7 milh?es de km
2
e 10%
dessa ?rea constitui unidades de conserva??o, que
estudaremos a seguir. Cerca de 15% da vegeta??o da
Floresta Amaz?nica foi desmatada, sobretudo a par-
tir da d?cada de 1970 com a constru??o de rodovias
e a instala??o de atividades mineradoras,
garimpeiras, agr?colas e de explora??o
madeireira. Em raz?o do predom?-
nio das plan?cies e dos planaltos
de baixa altitude, a topografia
n?o provoca modifica??es
profundas na fisionomia da
floresta, que apresenta tr?s
estratos de vegeta??o:
• caaigapó (?mata molhada?,
em tupi-guarani) ou igapó:
desenvolve-se ao longo dos
rios, numa ?rea permanente-
mente alagada. Em compara??o
Andre D
i
b
/ P u l s a
r
Imagens
Vit?rias-r?gias no rio Croa,
Cruzeiro do Sul (AC), 2014,
em mata de igap?.
231
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 231 5/6/16 3:43 PM

Interior da Mata Atl?ntica em Tr?s Barras (RS), em 2015.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Mata dos Cocais em
Barreirinhas (MA), em 2013.
Em primeiro plano,
podemos observar amplo
predom?nio do baba?u na
constitui??o da mata.
predomin?ncia do baba?u e ocorr?ncia espor?dica
de carna?ba; desde o per?odo colonial, a regi?o ?
explorada economicamente pelo extrativismo de
?leo de baba?u e cera de carna?ba. Atualmente,
por?m, vem sendo desmatada para o cultivo de
gr?os destinados ? exporta??o, com
destaque para a soja.
• Mata Atlântica (floresta pluvial tropical): original-
mente cobria uma ?rea de 1 milh?o de km
2
, esten-
dendo-se ao longo do litoral desde o Rio Grande do
Norte at? o Rio Grande do Sul e alargando-se signi-
ficativamente para o interior em Minas Gerais e S?o
Paulo. ? um dos biomas mais importantes para a
preserva??o da biodiversidade brasileira e mundial,
mas ? tamb?m o mais amea?ado. Restam apenas 7%
da ?rea original da Mata Atl?ntica. Desses 7% rema-
nescentes, quatro quintos est?o localizados em pro-
priedades privadas. As unidades de conserva??o
abrangendo esse bioma constituem apenas 2% da
Mata Atl?ntica original, que foi o habitat do pau-bra-
sil, hoje quase extinto.
• Mata de Araucárias ou Mata dos Pinhais (floresta plu-
vial subtropical): nativa do Brasil, ? uma floresta na
qual predomina a arauc?ria (Araucaria angustifolia),
tamb?m conhecida como pinheiro-do-paran? ou pi-
nheiro brasileiro, esp?cie adaptada a climas de tem-
peraturas moderadas a baixas no inverno, solos f?rteis
e ?ndice pluviom?trico superior a 1 000 mm anuais.
Originariamente, essa floresta dominava vastas
extens?es dos planaltos da regi?o Sul e pontos altos
da serra da Mantiqueira nos estados de S?o Paulo, Rio
de Janeiro e Minas Gerais. Nesse bioma ? comum a
ocorr?ncia de erva-mate, al?m de grande variedade
de esp?cies valorizadas pela ind?stria madeireira,
como os ip?s. Foi desmatada, sobretudo, para a reti-
rada de madeira utilizada na fabrica??o de m?veis.
• Mata dos Cocais: esta forma??o vegetal se localiza
no estado do Maranh?o, encravada entre a Floresta
Amaz?nica, o Cerrado e a Caatinga, caracterizand o -
-se como mata de transi??o entre forma??es bastan-
te distintas. ? constitu?da por palmeiras, com grande
C
e
s
a
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D
in
iz
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u
ls
a
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Arauc?rias na serra catarinense,
em S?o Joaquim, em 2015.
232
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 232 5/4/16 12:02 PM

• Caatinga: vegeta??o xer?fila, adaptada ao clima se-
mi?rido, na qual predominam arbustos caducif?lios
e espinhosos; ocorrem tamb?m cact?ceas, como o
xique-xique e o mandacaru, comuns no Sert?o nor-
destino. A palavra caatinga significa, em tupi-guara-
ni, ?mata branca?, cor predominante da vegeta??o
durante a esta??o seca. No ver?o, em raz?o da ocor-
r?ncia de chuvas, brotam folhas verdes e flores. Sua
?rea original era de 740 mil km
2
. Atualmente 50% de
sua ?rea foi devastada e menos de 1% est? protegido
em unidades de conserva??o.
• Cerrado: originalmente cobria cerca de 2 milh?es de km
2
do territ?rio brasileiro, mas cerca de 40% de sua ?rea
foi desmatada. ? constitu?do por vegeta??o caducif?-
lia, predominantemente arbustiva, de ra?zes profun-
das, galhos retorcidos e casca grossa (que dificulta a
perda de ?gua). Duas das esp?cies mais conhecidas
s?o o pequizeiro e o buriti. A vegeta??o pr?xima ao
solo ? composta de gram?neas, que secam no per?odo
de estiagem. ? uma forma??o adaptada ao clima tro-
pical t?pico, com chuvas abundantes no ver?o e inver-
no seco, desenvolvendo-se, sobretudo, no Centro-
-Oeste brasileiro. Esse bioma tamb?m ocupa por??es
significativas do estado de Roraima. Nas regi?es Su-
deste e Nordeste do pa?s aparecem em manchas iso-
ladas, cercadas por outro tipo de vegeta??o. Em regi?es
mais ?midas, como nas baixadas pr?ximas aos gran-
des rios, nas proximidades do Pantanal e outras, essa
forma??o se torna mais densa e com ?rvores maiores,
caracterizando o chamado ?cerrad?o?.
• Pantanal: estende-se, em territ?rio bra-
sileiro, por 140 mil km
2
dos estados de
Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, em
plan?cies sujeitas a inunda??es. No Pan-
tanal h? vegeta??o rasteira, floresta
tropical e at? mesmo vegeta??o t?pica
do cerrado nas regi?es de maior altitu-
de. O Pantanal, portanto, n?o ? uma
forma??o vegetal, mas um complexo
que agrupa v?rias forma??es e que tam-
b?m abriga fauna muito rica. Esse bio-
ma vem sofrendo diversos problemas
ambientais, decorrentes principalmente
da ocupa??o em regi?es mais altas, on-
de nasce a maioria dos rios. A agricultu-
ra e a pecu?ria provocam eros?o dos
solos, assoreamento e contamina??o
dos rios por agrot?xicos.
Caatinga em Caetit? (BA), em 2015. Essa foto foi tirada no
per?odo de seca, quando a vegeta??o est? sem folhagem.
Cerrado no Parque Estadual da Serra dos Pireneus (GO),
em 2015, no per?odo de chuvas.
Vista a?rea do Pantanal ao longo do rio Paraguai durante o per?odo
das cheias, em Corumb? (MS), em 2014.
Eduardo Zappia/Pulsar Imagens
Rogério Reis/Pulsar Imagens
Mario Friedlander/Pulsar Imagens
Biomas e formações vegetais: classificação e situação atual233
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 233 5/4/16 12:02 PM

Para saber mais
Mata ciliar no rio Corrente, em Serran?polis (GO),
em 2014. Essa forma??o ? muito importante para a
conserva??o dos rios. Quando chove, a mata
funciona como um filtro da ?gua que escoa pela
superf?cie. Quando a mata ? retirada, a
sedimenta??o ocorre no leito dos rios, provocando
assoreamento e outros problemas ambientais.
Thomaz Vita Neto/Pulsar Imagens
Podemos encontrar pequenas formações florestais em meio a outros tipos de vegetação, tais como:
• Mata de galeria ou mata ciliar: tipo de formação
vegetal que acompanha o curso de rios do cerrado,
onde é muito frequente, e da caatinga. Nas áreas
próximas às margens dos rios perenes, o solo é per-
manentemente úmido, criando condições para o
desenvolvimento dessa mata, mais densa do que o
bioma onde está encravada.
• Capão: em localidades que correspondem a pe-
quenas depressões, com baixos índices de chuvas,
o nível hidrostático (ou lençol freático) aflora ou
chega muito próximo à superfície. Aí se desenvol-
vem os capões, formações arbóreas geralmente
arredondadas em meio à vegetação mais rala ou
rasteira.
• Campos naturais: forma??es rasteiras ou herb?ceas
constitu?das por gram?neas que atingem at? 60 cm
de altura. Sua origem pode estar associada a solos
rasos ou temperaturas baixas em regi?es de altitudes
elevadas, ?reas sujeitas ? inunda??o peri?dica ou
ainda a solos arenosos. Os campos mais expressivos
do Brasil localizam-se no Rio Grande do Sul, na cha-
mada Campanha Ga?cha ? apropriados inicialmente
como pastagem natural, atualmente s?o amplamen-
te cultivados tanto para alimentar o gado quanto
para a produ??o agr?cola mecanizada. Destacam-se,
ainda, os campos inund?veis da ilha de Maraj? (PA)
e do Pantanal (MT e MS),
utilizados, respectivamen-
te, para cria??o de gado
bubalino e bovino, al?m
de manchas isoladas na
Amaz?nia, com destaque
ao estado de Roraima, e
nas regi?es serranas do
Sudeste.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
Pampa em Santa Maria (RS),
em 2013. O relevo suave, com
as coxilhas, favorece a cria??o
de gado e a agricultura
mecanizada.
234
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 234 5/4/16 12:02 PM

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• Vegetação litorânea: s?o consideradas forma??es vegetais
litor?neas a restinga e os manguezais. A restinga se desen-
volve no cord?o arenoso formado junto ? costa, com
predomin?ncia de vegeta??o rasteira, chamada de
pioneira por possibilitar a fixa??o do solo e permitir
a ocupa??o posterior de arbustos e algumas ?rvo-
res, como chap?u-de-sol, coqueiro e goiabeira. Os
manguezais s?o nichos ecol?gicos respons?veis
pela reprodu??o de grande n?mero de esp?cies
de peixes, moluscos e crust?ceos. Desenvolvem-
-se nos estu?rios, e a vegeta??o ? arbustiva e ar-
b?rea ? ? hal?fila (adaptada ao sal da ?gua do mar),
podendo apresentar ra?zes que, durante a mar? bai-
xa, ficam expostas. As principais amea?as ? preserva-
??o dessas forma??es vegetais s?o o avan?o da urbani-
za??o, a pesca predat?ria, a polui??o dos estu?rios e o
turismo desordenado, incentivando a instala??o de aterros.
Para saber mais
Compare esse mapa com o da
vegeta??o nativa do Brasil, na
p?gina 230. Voc? perceber? que h?
uma relativa correspond?ncia entre
forma??es vegetais e dom?nios
morfoclim?ticos. Isso ocorre
porque a vegeta??o ? a face mais
vis?vel dos dom?nios.
Os domínios morfoclimáticos
Banco de imagens/Arquivo da editora
Brasil: domínios morfoclimáticos
Adaptado de: AB?S?BER, Aziz. Os domínios de
natureza no Brasil: potencialidades paisag?sticas.
S?o Paulo: Ateli? Editorial, 2003.
Em 1965, o ge?grafo Aziz
Ab?S?ber (1924-2012) estabeleceu
uma classifica??o dos dom?nios
morfoclim?ticos brasileiros, na
qual cada dom?nio corresponde a
uma diferente associa??o das con-
di??es de relevo, clima e vegeta??o.
Trata-se de uma s?ntese do que foi
estudado isoladamente nos cap?-
tulos anteriores. Assim, por exem-
plo, o dom?nio equatorial amaz?ni-
co ? formado por terras baixas
(relevo), florestadas (vegeta??o) e
equatoriais (clima). Observe o ma-
pa ao lado.
Mangue no per?odo de mar?
baixa em Cairu (BA), em 2015.
Equador
Trópico de Capricórnio
55º O

0 425 850
km
N
S
LO
OCEANO
ATLÂNTICO
Domínio equatorial
amazônico (Amazônia)
Domínio tropical
atlântico (“mares de morros”)
Domínio dos cerrados
(chapadões centrais brasileiros)
Domínio das caatingas
(depressões interplanálticas
semiáridas)
Domínio dos planaltos
de araucárias
Domínio das coxilhas
(com pradarias mistas)
Áreas de transição
Biomas e formações vegetais: classificação e situação atual235
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1. 2. O gr?fico a seguir mostra a ?rea desmatada da Ama-
z?nia, em km
2
, a cada ano, no per?odo de 1988 a 2008.
Pensando no Enem
As informa??es do gr?fico indicam que:
a) o maior desmatamento ocorreu em 2004.
b) a ?rea desmatada foi menor em 1997 do que em
2007.
c) a ?rea desmatada a cada ano manteve-se constan-
te entre 1998 e 2001.
d) a ?rea desmatada por ano foi maior entre 1994 e
1995 do que entre 1997 e 1998.
e) o total de ?rea desmatada em 1992, 1993 e 1994 ?
maior que 60 000 km.
Resolução
Essa quest?o trabalha a leitura de um gr?fico que nos
mostra os dados quantitativos de desmatamento na
Amaz?nia durante o per?odo abordado. A resposta corre-
ta ? a D. As demais alternativas fazem afirma??es que
n?o correspondem aos dados apresentados no gr?fico: o
maior desmatamento ocorreu em 1 995, quase 30 000 km
2
;
em 2007, a ?rea desmatada foi menor que em 1997; de
1998 a 2001, a ?rea desmatada aumentou, embora em
ritmo lento; a ?rea desmatada entre 1992 e 1994 foi de
cerca de 42 000 km
2
, menos que 60 000 km
2
.
Considerando a Matriz de Refer?ncia do Enem, essas
quest?es trabalham a Competência de Área 6 –
Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo
suas interações no espaço em diferentes contextos his-
tóricos e geográficos e a habilidade H29 – Reconhecer a
função dos recursos naturais na produção do espaço geo-
gráfico, relacionando-os com as mudanças provocadas
pelas ações humanas.
Fonte: MMA.
Cassiano Röda/Arquivo da editora
A Floresta Amaz?nica, com toda a sua imen-
sid?o, n?o vai estar a? para sempre. Foi preciso
alcan?ar toda essa taxa de desmatamento de
quase 20 mil quil?metros quadrados ao ano, na
?ltima d?cada do s?culo XX, para que uma pe-
quena parcela de brasileiros se desse conta de
que o maior patrim?nio natural do pa?s est?
sendo torrado.
AB?S?BER, A. Amazônia: do discurso ? pr?xis.
S?o Paulo: Edusp, 1996.
Um processo econ?mico que tem contribu?do na
atualidade para acelerar o problema ambiental des-
crito ? a:
a) expans?o do Projeto Grande Caraj?s, com incenti-
vos ? chegada de novas empresas mineradoras.
b) difus?o do cultivo da soja com a implanta??o de
monoculturas mecanizadas.
c) constru??o da rodovia Transamaz?nica, com o obje-
tivo de interligar a regi?o Norte ao restante do pa?s.
d) cria??o de ?reas extrativistas do l?tex das seringuei-
ras para os chamados povos da floresta.
e) amplia??o do polo industrial da Zona Franca de Ma-
naus, visando atrair empresas nacionais e estran-
geiras.
Resolução
A expans?o das fronteiras agropecu?rias para instala??o
de culturas voltadas para a exporta??o ? o principal fa-
tor de desmatamento na periferia da Amaz?nia (Acre,
Rond?nia, norte do Mato Grosso, sul do Par?, norte de
Tocantins e oeste do Maranh?o). Em sua maioria, os
grandes empreendimentos respeitam o percentual de
desmatamento estabelecido pelo C?digo Florestal, mas
h? muitos outros tipos de agress?o ? floresta que ocor-
rem de forma descontrolada, como a extra??o ilegal de
madeira, o garimpo, a agricultura itinerante de subsis-
t?ncia e outros. A alternativa correta, portanto, ? a B, a
?nica que aborda tema da atualidade. As demais alter-
nativas tratam de temas que provocaram impactos no
passado: o Projeto Grande Caraj?s foi planejado para
promover desenvolvimento econ?mico com a implanta-
??o de extrativismo mineral, constru??o de ferrovia, por-
to e usina hidrel?trica na d?cada de 1970; a constru??o
da rodovia Transamaz?nica tamb?m remonta ? d?cada
de 1970; as ?reas extrativistas existem desde o s?culo XIX
e praticamente n?o provocam impacto ambiental; a Zona
Franca de Manaus foi criada em 1967.
Capítulo 11236
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 236 5/4/16 12:02 PM

4 A legislação ambiental e as unidades de conservação
restrita, como a prote??o
ao pau-brasil e a algumas
esp?cies animais. J? no
per?odo republicano, em
1911, foi criada a primeira reserva florestal do pa?s,
onde atualmente se encontra o estado do Acre; em
1921 foi criado o Servi?o Florestal do Brasil, que hoje
? o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Na-
turais Renov?veis (Ibama); e em 1934 foi aprovada a
primeira vers?o do C?digo Florestal, que estudare-
mos neste cap?tulo.
Durante o per?odo da ditadura militar (1964-1985),
foram criados projetos de ocupa??o humana e eco-
n?mica das regi?es Norte e Centro-Oeste que provo-
caram grandes impactos negativos ao meio ambien-
te. Esses projetos previam a expans?o da agricultura
e a cria??o de gado em ?reas de floresta e a pr?tica
de garimpo, minera??o e extra??o de madeira, insti-
tu?da com a abertura das rodovias de integra??o (fo-
to abaixo).
Como os impactos, principalmente na floresta
Amaz?nica, trouxeram repercuss?o negativa em esca-
la mundial, em 1974 o governo brasileiro promoveu
mudan?as de estrat?gia, implantando a??es de prote-
??o ambiental: combate ? eros?o, cria??o das Esta??es
Ecol?gicas e ?reas de Prote??o Ambiental, metas para
o zoneamento industrial e cria??o da Secretaria Especial
do Meio Ambiente.
Voc? sabia que a express?o ?meio ambiente? en-
volve todas as dimens?es que tornam a vida das pes-
soas mais saud?vel e equilibrada, como a qualidade do
ar e o conforto ac?stico? ? por isso que essa express?o
deve ser entendida em seu significado mais amplo,
englobando tanto o meio ambiente natural quanto o
cultural, ou seja, aquele constru?do pelo trabalho hu-
mano. Pense no lugar em que voc? mora: nele h? mui-
ta polui??o e barulho, ou ele corresponde a um meio
ambiente ecologicamente equilibrado?
No Brasil, a legisla??o relativa ao meio ambiente ?
ampla e bem elaborada. Ela aborda aspectos ligados
ao desmatamento, ? emiss?o de gases, ao lan?amento
de res?duos, ao uso de agrot?xicos, etc. Os problemas
ambientais que observamos com frequ?ncia, ampla-
mente divulgados pelos meios de comunica??o ? quei-
madas ilegais, desmatamentos, polui??o atmosf?rica e
dos recursos h?dricos e v?rios outros problemas que
comprometem a qualidade de vida das pessoas e a pre-
serva??o das condi??es atuais ?s futuras gera??es ?,
n?o resultam da limita??o da legisla??o, mas da inefi-
ci?ncia das a??es educativas e de fiscaliza??o.
Histórico das leis ambientais
brasileiras
Ao longo dos per?odos colonial e imperial de nossa
hist?ria, foram elaboradas algumas leis voltadas ? pro-
te??o do meio ambiente, mas elas tinham abrang?ncia
Consulte o site do
Ibama. Veja orientações
na seção Sugestões de
leitura, filmes e sites.
Solano JosŽ/Ag•ncia Estado
Constru??o da rodovia Transamaz?nica em Altamira
(PA), em 1972. A abertura das rodovias de integra??o
provocou grandes impactos ambientais e sociais.
237
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 237 5/4/16 12:02 PM

Leia, na p?gina a seguir, em Outras leituras, o texto
da norma legal que instituiu no Brasil a obrigatorieda-
de de realiza??o do EIA e de sua divulga??o ao p?blico
em um Rima. Obrigatoriamente, no EIA/Rima deve-se
desenvolver um diagn?stico ambiental, considerando
o meio f?sico, o biol?gico e o socioecon?mico.
Outro grande destaque na evolu??o do Direito
Ambiental brasileiro foi atingido com a Constitui??o
Federal de 1988, a primeira de nossa hist?ria a dedicar
um cap?tulo a esse tema e a incorporar o conceito de
desenvolvimento sustent?vel. Ela estabelece, no ar-
tigo 225, que ?Todos t?m direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial ? sadia qualidade de vida, impondo-
-se ao poder p?blico e ? coletividade o dever de de-
fend?-lo e preserv?-lo para as presentes e futuras
gera??es?. O par?grafo terceiro desse mesmo artigo
estipula que: ?As condutas e atividades consideradas
lesivas ao meio ambiente sujeitar?o os infratores,
pessoas f?sicas ou jur?dicas, a san??es penais e admi-
nistrativas, independentemente da obriga??o de re-
parar os danos causados?.
Extra??o de petr?leo no Amazonas, em 1974. Na d?cada de 1970, a inten??o de ocupar a floresta
sem planejamento, e antes da cria??o das leis ambientais, provocou desmatamento, problemas
sociais e conflitos entre migrantes, posseiros e a popula??o ind?gena.
Kenji Honda/Ag•ncia Estado
Em 1979, foi criado o Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama), que instituiu, em 1981, a Pol?tica
Nacional do Meio Ambiente (PNMA, Lei n. 6 938). Essa
lei promoveu um grande avan?o ao apresentar as bases
para a prote??o ambiental e conceituar express?es
como ?meio ambiente?, ?poluidor?, ?polui??o? e ?recur-
sos naturais?. A PNMA busca a preserva??o e a recupe-
ra??o das ?reas ambientalmente degradadas, visando
garantir condi??es de desenvolvimento social e econ?-
mico, a seguran?a nacional e a prote??o da dignidade
da vida humana. A partir de sua publica??o se instituiu
que o meio ambiente ? um bem p?blico a ser resguar-
dado e protegido, em prol da coletividade.
Em 1986, o Conama publicou uma resolu??o sobre
o tema, em que se destaca a exig?ncia de elabora??o
do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), de car?ter
t?cnico e detalhista, e do seu respectivo Relat?rio de
Impacto Ambiental (Rima), menos detalhado e aces-
s?vel aos que n?o s?o especialistas na ?rea. Esses dois
documentos s?o necess?rios para o licenciamento e
a autoriza??o expedidos pelo Ibama para a realiza??o
de qualquer obra ou atividade que provoque impac-
tos ambientais.
238
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 238 5/4/16 12:02 PM

A previs?o de san??es penais significa a cri-
minaliza??o das atividades prejudiciais ao meio
ambiente, o que foi regulamentado somente
dez anos depois, em 1998, com a Lei n. 9 605.
Conhecida como Lei dos Crimes Ambientais, ela
define os crimes contra a fauna e a flora, al?m
dos relacionados ? polui??o, ao ordenamento
urbano, ao patrim?nio cultural e outros. Quem
comete agress?es ambientais como desmata-
mento, polui??o do ar ou de ?guas, ou falsifica-
??o de Relat?rio de Impacto Ambiental, ? puni-
do com multa, proibi??o de exerc?cio de certas
atividades e at? mesmo pris?o.
Lauro Alves/Agência RBS/Folhapress
Resolu??o Conama , de  de janeiro de 
Disp?e sobre os crit?rios e diretrizes b?sicas para o processo de Estudos de Impactos Ambientais (EIA)
e Relat?rio de Impactos Ambientais (Rima).
[...]
Artigo 
o
? Para efeito desta Resolu??o, considera-se impacto ambiental qualquer altera??o das proprie-
dades f?sicas, qu?micas e biol?gicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de mat?ria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I. a sa?de, a seguran?a e o bem-estar da popula??o;
II. as atividades sociais e econ?micas;
III. a biota;
IV. as condi??es est?ticas e sanit?rias do meio ambiente;
V. a qualidade dos recursos ambientais.
Artigo 2
o
? Depender? de elabora??o de Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relat?rio de Impac-
to Ambiental (Rima), a serem submetidos ? aprova??o do ?rg?o estadual competente, e do Ibama em car?-
ter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:
I. estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
II. ferrovias;
III. portos e terminais de min?rio, petr?leo e produtos qu?micos;
IV. aeroportos [...];
V. oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emiss?rios de esgotos sanit?rios;
VI. linhas de transmiss?o de energia el?trica, acima de 20 Kv;
VII. obras hidr?ulicas para explora??o de recursos h?dricos, tais como: barragem para fins hidrel?tricos
acima de 0 MW, de saneamento ou de irriga??o, abertura de canais para navega??o, drenagem e irriga??o,
retifica??o de cursos de ?gua, abertura de barras e embocaduras, transposi??o de bacias, diques;
[...]
BRASIL. Presid?ncia da Rep?blica Federativa. Legisla??o. Dispon?vel em: <www.presidencia.gov.br>. Acesso em: 15 jan. 2016.
Outras leituras
Biota: conjunto dos
seres vivos ? animais
e vegetais ? que vivem
na superf?cie da Terra.
Derramamento de petr?leo na praia de Tramanda? (RS), em 2012. Ap?s a promulga??o da Lei dos
Crimes Ambientais e a institui??o de multas pesadas e da responsabilidade penal dos envolvidos,
os acidentes ambientais t?m sido menos frequentes e a a??o de recupera??o ambiental, muito
mais eficiente. Nas d?cadas de 1970 e 1980, acidentes como esse eram frequentes. Atualmente,
h? um controle bastante rigoroso para que n?o aconte?a esse tipo de crime.
Biomas e formações vegetais: classificação e situação atual239
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Formato comunica??o/Arquivo da editora. Organizado pelos editores.
José Rodrigues/Arquivo da editora
APP: topos de morros e ?reas
com declividade superior a 45?

e
altitude superior a 1 800 m
APP: 30 m de vegeta??o ao lado de
cada margem dos rios que t?m 10 m de
largura. Nos rios com largura superior
a 10 m, a ?rea a ser preservada ? maior,
proporcional ao seu tamanho.
APP: 50 m ao redor
das nascentes
Em topos de morros e ?reas com
inclina??o superior a 45?, s? ? permitida a
explora??o onde ela j? ocorre, como no
caso do cultivo de uva na serra Ga?cha.
O Código Florestal
O C?digo Florestal foi criado em 1934 e reformula-
do duas vezes: em 1965 e em 2012 (Lei n. 12 561/12). Nes-
se ano houve muitos embates entre ambientalistas ?
que queriam ampliar as ?reas de preserva??o e a
obriga??o de recompor o que foi desmatado irregular-
mente ? e grandes propriet?rios ? que queriam auto-
riza??o para ampliar as ?reas de agricultura e pecu?ria
sem recompor os biomas. Esta ? uma das mais impor-
tantes leis ambientais do pa?s e estabelece as normas
de ocupa??o e uso do solo em todos os biomas brasi-
leiros. Os incisos II e III do artigo 1
o
, par?grafo 2
o
, mere-
cem destaque, pois definem as ?reas de preserva??o e
as reservas legais:
• Áreas de Preservação Permanente (APPs): s? podem
ser desmatadas com autoriza??o do Poder Executivo
Federal e em caso de uso para utilidade p?blica ou
interesse social, como a constru??o de uma rodovia.
S?o as margens de rios, lagos ou nascentes, v?rzeas,
encostas ?ngremes, mangues e outros ambientes
(observe a ilustra??o abaixo). A principal fun??o das
Consulte os sites do Ipam e do
Ministério do Meio Ambiente
(MMA). Veja orienta??es na se??o
Sugestões de leitura, filmes e sites.
APPs ? preservar a disponibilidade de ?gua, a paisa-
gem, o solo e a biodiversidade.
• Reservas Legais: em cada um dos sete biomas bra-
sileiros, os propriet?rios de terras s?o obrigados a
preservar uma parte de vegeta??o nativa. Na Ama-
z?nia, s?o obrigados a manter 80% da propriedade
com floresta nativa, ?ndice que cai para 35% no
cerrado localizado dentro da Amaz?nia e 20% em
todas as demais regi?es e biomas do pa?s. ? impor-
tante notar que o C?digo Florestal rege apenas as
propriedades que podem ser utilizadas para ativi-
dades agr?colas, e n?o se aplica, portanto, no inte-
rior das unidades de conserva??o, como os parques
e as reservas ecol?gicas, como estudaremos a se-
guir, que t?m legisla??o pr?pria que cuida de sua
preserva??o.
Capítulo 11240
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 240 5/4/16 12:02 PM

As unidades de conservação
As unidades de conservação s?o ?reas de preser-
va??o agrupadas conforme a restri??o ao uso. As uni-
dades classificadas como de restri??o total s?o deno-
minadas Unidades de Proteção Integral, como o Parque
Nacional da Serra dos ?rg?os, por exemplo, que apare-
ce na imagem de abertura deste cap?tulo. Aquelas cujo
n?vel de restri??o ? menor e t?m uso voltado ao desen-
volvimento cultural, educacional e recreacional s?o
denominadas Unidades de Uso Sustentável.
Ao todo foram definidas 12 unidades de conserva-
??o, que est?o agrupadas na tabela abaixo, de acordo
com seu n?vel de restri??o. A seguir, observe no mapa
a distribui??o dessas unidades no territ?rio brasileiro.
Agora, conhe?a os principais objetivos da cria??o das unidades de conserva??o, apresentados a seguir em
Outras leituras.
Unidades de Proteção Integral Unidades de Uso Sustentável
Esta??o Ecol?gica ?rea de Prote??o Ambiental
Reserva Biol?gica ?rea de Relevante Interesse Ecol?gico
Parque Nacional Floresta Nacional
Monumento Natural Reserva Extrativista
Ref?gio de Vida Silvestre Reserva de Fauna
Reserva de Desenvolvimento Sustent?vel
Reserva Particular do Patrim?nio Natural
BRASIL. Presid?ncia da Rep?blica Federativa. Lei n. 9 985/2000. Institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conserva??o da Natureza (SNUC). Dispon?vel em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 17 jan. 2016.
Unidades de conservação conforme a restrição ao uso
Adaptado de: INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOV?VEIS (IBAMA). Dispon?vel em: <www.ibama.gov.br>.
Acesso em: 4 jul. 2015; MINIST?RIO DO MEIO AMBIENTE. Dispon?vel em: <www.mma.gov.br>. Acesso em: 4 jul. 2015.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Brasil: biomas e unidades de conserva•‹o
OCEANO
ATLÂNTICO
Equador
55º O

T
r ó
p
i c o
d
e C a p r i c ó r n i o
Zona Econômica Exclusiva
(200 milhas náuticas da costa)
Amazônia
Caatinga
Campos Sulinos
Cerrado
Costeiro
Ecótonos
Mata Atlântica
Pantanal
Unidades de
Conservação
Federais
0 375 750
km
N
S
LO
Existem unidades de conservação em

todos os biomas brasileiros definidos

pelo Ibama, inclusive nos biomas

marinhos. Há também unidades de

conservação mantidas por estados e

até por municípios, criadas por leis

estaduais e municipais. Observe que

no mapa estão localizados os

ecótonos Amazônia-Caatinga,

Amazônia-Cerrado e Cerrado-
-Caatinga. Essa denominação lhes foi

atribuída justamente por estarem

entre os biomas da Caatinga, da

Amazônia e do Cerrado.
Biomas e formações vegetais: classificação e situação atual241
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 241 5/4/16 12:02 PM

Para a cria??o dessas unidades, o Ibama, ao lado
do Banco Mundial e do WWF, organiza??o n?o gover-
namental atuante no mundo inteiro, prop?s uma clas-
sifica??o para os biomas brasileiros: Amaz?nia, Caatin-
ga, Campos Sulinos, Mata Atl?ntica, Pantanal, Cerrado
e Costeiro. Tamb?m foram delimitados os ec?tonos,
zonas de transi??o entre esses ecossistemas, que apre-
sentam caracter?sticas mistas.
? importante destacar que a cria??o de leis,
decretos e normas voltados ? quest?o ambiental ao
longo da hist?ria brasileira ? consequ?ncia do aumento
da import?ncia do tema no mundo e no Brasil. Essa
evolu??o deu-se de forma lenta, mas cont?nua. Como
veremos no pr?ximo cap?tulo, esse processo foi influen-
ciado pelas conquistas obtidas em ?mbito internacional
nas diversas confer?ncias mundiais voltadas ao meio
ambiente, e parte da sociedade civil brasileira cumpriu
um importante papel ao pressionar os governos e le-
gisladores em aprovar leis eficazes e incluir o tema na
pr?pria Constitui??o do pa?s.
Consulte o site do Fundo Mundial para a Natureza
(WWF). Veja orientações na seção Sugestões de
leitura, filmes e sites. Consulte também os sites de
outras ONGs ambientalistas, também indicados
nessa seção: Greenpeace e SOS Mata Atlântica.
A degrada??o ambiental compromete a qualidade de vida das
gera??es atuais e futuras. Na foto, praia polu?da na ba?a de
Guanabara (RJ), em 2015.
Cesar Diniz/Pulsar Imagens

Outras leituras
Objetivos das unidades de conserva•‹o
O Código Florestal, com várias outras leis que se seguiram, serviu de base para a criação do Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, que têm como propósitos:
I. contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacio-
nal e nas águas jurisdicionais;
II. proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
III. contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;
IV. promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
V. promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desen-
volvimento;
VI. proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
VII. proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueo-
lógica, paleontológica e cultural;
VIII. proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
IX. recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
X. proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento
ambiental;
XI. valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
XII. favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com
a natureza e o turismo ecológico;
XIII. proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e
valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.
BRASIL. Presid?ncia da Rep?blica Federativa. Lei n. 9 985/2000. Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conserva??o da Natureza (SNUC). Dispon?vel
em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 4 jul. 2015.
Capítulo 11242
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 242 5/4/16 12:02 PM

1. A Lei Federal n. 9 985/2000, que instituiu o sistema
nacional de unidades de conserva??o, define dois tipos
de ?reas protegidas. O primeiro, as unidades de prote-
??o integral, tem por objetivo preservar a natureza,
admitindo-se apenas o uso indireto dos seus recursos
naturais, isto ?, aquele que n?o envolve consumo, co-
leta, dano ou destrui??o dos recursos naturais. O se-
gundo, as unidades de uso sustent?vel, tem por fun??o
compatibilizar a conserva??o da natureza com o uso
sustent?vel de parcela dos recursos naturais. Nesse
caso, permite-se a explora??o do ambiente de manei-
ra a garantir a perenidade dos recursos ambientais
renov?veis e dos processos ecol?gicos, mantendo-se
a biodiversidade e os demais atributos ecol?gicos, de
forma socialmente justa e economicamente vi?vel.
Considerando essas informa??es, analise a seguinte
situa??o hipot?tica.
Ao discutir a aplica??o de recursos dispon?veis para o
desenvolvimento de determinada regi?o, organiza??es
civis, universidade e governo resolveram investir na
utiliza??o de uma unidade de prote??o integral, o Par-
que Nacional do Morro do Pindar?, e de uma unidade
de uso sustent?vel, a Floresta Nacional do Sabi?. De-
pois das discuss?es, a equipe resolveu levar adiante
tr?s projetos:
• o projeto I consiste em pesquisas cient?ficas emba-
sadas exclusivamente na observa??o de animais;
• o projeto II inclui a constru??o de uma escola e de
um centro de viv?ncia;
• o projeto III promove a organiza??o de uma comu-
nidade extrativista que poder? coletar e explorar
comercialmente frutas e sementes nativas.
Nessa situa??o hipot?tica, atendendo-se ? lei mencio-
nada acima, ? poss?vel desenvolver tanto na unidade
de prote??o integral quanto na de uso sustent?vel:
a) apenas o projeto I.
b) apenas o projeto III.
c) apenas os projetos I e II.
d) apenas os projetos II e III.
e) todos os tr?s projetos.
Resolução
O projeto I envolve apenas observação de animais por
pequena quantidade de pesquisadores e não provoca
consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos natu-
rais, sendo, portanto, o único permitido em Unidades de
Proteção Integral. Os projetos II e III compatibilizam a
conservação da natureza com o uso sustentável de par-
cela dos recursos naturais, sendo permitidos apenas em
Unidades de Uso Sustentável. A resposta correta, por-
tanto, é A.
Pensando no Enem
2.
Analisando-se os dados do gr?fico apresentado, que
remetem a crit?rios e objetivos no estabelecimento
de unidades de conserva??o no Brasil, constata-se que:
a) o equil?brio entre unidades de conserva??o de pro-
te??o integral e de uso sustent?vel j? atingido ga-
rante a preserva??o presente e futura da Amaz?nia.
b) as condi??es de aridez e a pequena diversidade bio-
l?gica observadas na Caatinga explicam por que a
?rea destinada ? prote??o integral desse bioma ?
menor que a dos demais biomas brasileiros.
c) o Cerrado, a Mata Atl?ntica e o Pampa, biomas mais
intensamente modificados pela a??o humana,
apresentam propor??o maior de unidades de pro-
te??o integral que de unidades de uso sustent?vel.
d) o estabelecimento de unidades de conserva??o
deve ser incentivado para a preserva??o dos recur-
sos h?dricos e a manuten??o da biodiversidade.
e) a sustentabilidade do Pantanal ? inating?vel, raz?o
pela qual n?o foram criadas unidades de uso sus-
tent?vel nesse bioma.
Resolução
A alternativa correta é a D. Apesar da criação de unida-
des de conservação na Amazônia, o desmatamento con-
tinua acontecendo de forma acentuada; na Caatinga
predominam unidades de uso sustentável por causa da
ocupação humana; no Cerrado, na Mata Atlântica e nos
Pampas há maior proporção de unidades de uso susten-
tável; em nenhum bioma a sustentabilidade é inatingí-
vel, trata-se de uso que busca harmonizar o meio am-
biente com a ocupação humana e o desenvolvimento de
atividades econômicas que garantam a preservação am-
biental para as presentes e futuras gerações.
Considerando a Matriz de Referência do Enem, essas ques-
tões trabalham a Competência de Área 6 – Compreender a
sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no
espaço em diferentes contextos históricos e geográficos e a
habilidade H29 – Reconhecer a função dos recursos natu-
rais na produção do espaço geográfico, relacionando-os
com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
Percentual de biomas protegidos por unidades
de conservação federais – Brasil, 2006
Cassiano Röda/Arquivo da editora
Ministério do Meio Ambiente. Cadastro Nacional de
Unidades de Conservação.
Biomas e formações vegetais: classificação e situação atual243
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 243 5/4/16 12:02 PM

Compreendendo conteúdos
1. Explique por que as forma??es vegetais do planeta apresentam fisionomias diferenciadas. D? exemplos.
2. Cite os principais impactos ambientais provocados pelo desmatamento, sobretudo nas florestas tropicais.
3. Quais s?o as principais caracter?sticas das forma??es des?rticas?
4. Identifique os principais tipos de florestas e descreva suas caracter?sticas gerais.
5. Explique por que o territ?rio brasileiro possui grande diversidade de forma??es vegetais.
6. Qual foi a import?ncia da institui??o, em 1981, da Pol?tica Nacional do Meio Ambiente?
7. Quais s?o os principais pontos da Lei dos Crimes Ambientais?
8. Segundo o C?digo Florestal, o que s?o as ?reas de Preserva??o Permanente (APPs)?
Desenvolvendo habilidades
9. Leia o texto atentamente e, em seguida, fa?a o que se pede.
Atividades
A evolução da floresta
O solo foi menos determinante que a chuva e a temperatura no estabelecimento da Mata Atlântica. Exceto pelas
faixas litorâneas de dunas, seus solos tiveram origens graníticas, basálticas e gnáissicas antigas, altamente intemperizados
e, consequentemente, de baixa fertilidade. Chuva abundante e clima quente formaram solos profundos e argilosos, ricos
em ferro e, por isso, tipicamente avermelhados. Possuem pouca capacidade de reter água ou nutrientes e apenas de má
vontade os concedem às plantas. Em algumas formações, inibem a penetração das
raízes e, quando os lavradores os expõem à luz solar e à chuva, podem tornar-se mais
ácidos, prejudicando ainda mais as trocas de nutrientes [...].
DEAN, Warren. A ferro e fogo: a hist?ria e a devasta??o da Mata Atl?ntica brasileira. S?o Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 27.
Granito, basalto e gnaisse:
tipos de rocha.
Escreva, com base no texto, alguns exemplos das intera??es que ocorrem entre os elementos da natureza.
10. Os textos a seguir apresentam posi??es divergentes sobre o C?digo Florestal Brasileiro. Esse debate
ocorreu durante as discuss?es sobre a elabora??o do texto-base do c?digo, que foi aprovado com
pequenas modifica??es.
Com a orienta??o do professor, ap?s leitura e reflex?o individuais dos textos, a classe deve se organizar em dois
grupos: um que concorda com o primeiro texto, e outro que concorda com o segundo.
a) Nessa an?lise, os grupos devem considerar dois preceitos constitucionais: a fun??o social da propriedade e o
direito de todos de viver em um ambiente ecologicamente equilibrado.
b) Ap?s a leitura dos textos e as considera??es, os integrantes de cada grupo devem construir sua argumenta??o
para o debate. Para isso:
exponham e discutam no grupo suas opini?es sobre os aspectos que consideram positivos e negativos no
texto escolhido, defendendo seu ponto de vista.
fa?am o mesmo com o texto do outro grupo, preparando argumentos para rebat?-los durante o debate. No
entanto, lembrem-se de que devem respeitar as opini?es alheias.
elaborem uma s?ntese dos t?picos principais que dever?o considerar durante o debate.
c) Antes de come?ar, definam estrat?gias para o debate: todos participar?o? Haver? um representante? Quais
regras ser?o estabelecidas? Quanto tempo ser? definido para apresenta??o de cada grupo?
C
ID
A
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A
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IA
e
NAt
u
r
e
z
A
atenção!
Não escreva no seu livro!
Capítulo 11244
GGB_v1_PNLD2018_218a245_U2C11.indd 244 5/4/16 12:02 PM

Debate: O projeto do novo Código Florestal é bom para o país?
Aloisio Mauricio/Fotoarena
Sim
Antonio Fernando Pinheiro Pedro (advogado)
O C?digo Florestal de  pretendia ordenar e planificar unilateralmente nosso territ?rio, nele apondo, por mero
procedimento administrativo, ?reas de preserva??o, parques e reservas, nos moldes da legisla??o fascista italiana e
alem?. O valor econ?mico da mata nativa, no entanto, n?o era o foco da lei. O objetivo era a ?homogeneiza??o florestal?
para a produ??o de madeira, de modo a prover a ind?stria sider?rgica e a expans?o ferrovi?ria.
Promulgado  anos depois, o C?digo Florestal de  quis compensar a fraca implementa??o de seu antecessor,
generalizando a imposi??o de restri??es territoriais nas propriedades privadas, como se o ordenamento pretendido no
atacado pelo C?digo de  pudesse ser substitu?do por outro instituto no varejo pelo C?digo de .
O avan?o da tecnologia, a transforma??o empresarial dos latif?ndios, a concentra??o industrial e a migra??o da
popula??o para as cidades, nas d?cadas que se sucederam, alteraram toda a perspectiva do marco florestal de .
[...]
Surgiram novos conflitos sem que os anteriores fossem resolvidos, o que gerou profunda inseguran?a jur?dica no
campo e nas cidades, jogando numa pretensa ilegalidade comunidades ribeirinhas, assentadas pelo Incra [Instituto
Nacional de Coloniza??o e Reforma Agr?ria], propriedades rurais e urbanas, clubes, ancoradouros, marinas, casas, hot?is.
[...]
O texto resultante ? aprovado por parlamentares de esquerda, de centro, de direita, progressistas, conservadores, de
situa??o e oposi??o, centenas deles integrantes da chamada frente parlamentar ambientalista ? privilegiou a forma??o
de grandes fragmentos florestais, a manuten??o do equil?brio ecol?gico e manteve os institutos da Reserva Legal e das APPs.
Não
Guilherme Jos? Purvin de Figueiredo (procurador do Estado de S?o Paulo)
A Constitui??o de  elevou a fun??o social da propriedade ao patamar de garantia fundamental e a vinculou ao
dever de prote??o da natureza. O direito ao meio ambiente ?, a um s? tempo, princ?pio da ordem econ?mica (artigo 0,
VI), dimens?o da fun??o social da propriedade rural (artigo , II) e direito humano fundamental (artigo 22). Sua defesa
? garantia constitucional assegurada ao cidad?o pela via da a??o popular (artigo 
o
, LXXIII).
As ?reas de Preserva??o Permanente (APPs) possibilitam o fluxo g?nico das esp?cies, funcionando como corredores
ecol?gicos. No campo e na cidade, eles t?m a fun??o de proteger as margens dos rios e as encostas de morros contra
eros?o e desmoronamento.
[...]
O projeto do deputado federal Aldo Rebelo modifica o marco de medi??o das APPs, antecipando-o para o n?vel regular
das ?guas dos rios. Assim, compromete a seguran?a da popula??o e contribui para a perda de terras f?rteis. Esta altera??o
ser? devastadora em rios de calha aberta e pouca declividade, comuns no Pantanal Mato-Grossense. [...] Ao admitir a
planta??o de pinnus e eucalipto em APPs de topo de morro, o projeto sentencia de morte o que resta da Mata Atl?ntica.
Este projeto do deputado Aldo Rebelo contraria uma evolu??o hist?rica ao desobrigar o pequeno propriet?rio de
recompor reserva legal, afrontando o caput [do latim, ?cabe?a?; o enunciado do artigo] do artigo 22, que imp?e a todos
o dever de preservar o meio ambiente. E ainda incentiva o desmatamento ao permitir que as APPs sejam computadas
na ?rea de reserva legal. Nega, enfim, o princ?pio da fun??o social da propriedade ao abolir os instrumentos que legitimam
a interven??o em ?reas de risco sem ?nus ao contribuinte.
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP). Jornal do Advogado. Ano XXXVI, n. 362, p. 12-13, jun. 2011.
Plantação de eucaliptos para
produção de papel e celulose
em Barroso (MG), em 2016.
245
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CAPÍTULO12
As conferências
em defesa
do meio ambiente
246
Sede da ONU em Nova Iorque,
[datar].
Michael Nagle/Bloomberg/Getty Images
246
Sede da ONU em Nova York (EUA), em
2014. Aqui s?o organizadas confer?ncias
mundiais sobre problemas como
seguran?a, agricultura e alimenta??o,
desenvolvimento humano e meio
ambiente, entre outros, que acontecem
em diversos pa?ses.
GGB_v1_PNLD2018_246a262_U2C12.indd 246 5/4/16 11:38 AM

Stringer/Reuters/Latinstock
Polui??o atmosf?rica em Jilin (China),
em 2014. Muitas vezes as agress?es
ambientais atingem patamares
alarmantes.
C
I
D
A
D
A
N
IA: M
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IO A
M
B
IE
N
T
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tualmente o debate sobre o meio ambiente faz parte da agenda mundial.
A maioria das pessoas e organizações considera que o enfrentamento
dos problemas ambientais – poluição do ar e das águas, contaminação
dos solos, erosão, desmatamentos, entre outros – e suas consequências en-
volvem a necessidade de vincular as três esferas do desenvolvimento susten-
tável: desenvolvimento humano, crescimento econômico e preservação am-
biental. Apesar disso, interesses de países e empresas, fragilidades legais ou
dificuldades de aplicação das leis restringem a contemplação dessas esferas.
Como foi a evolução histórica das interferências humanas nos ecossiste-
mas? Será que é viável expandir o modelo de consumo dos países desenvolvi-
dos para toda a população do planeta? O que foi discutido nas conferências
mundiais sobre meio ambiente? Neste capítulo vamos estudar esses assuntos,
o que nos ajudará a entender e acompanhar a discussão de temas socioeconô-
micos e ambientais recorrentes na imprensa.
247As conferências em defesa do meio ambiente
GGB_v1_PNLD2018_246a262_U2C12.indd 247 5/4/16 11:38 AM

6
PRIMITIVO
AGRICUL
TURA
AGRICULTURA
AGRICULTURA
AGRICULTURA
PRIMITIV
A
PRIMIT
PRIMIT
PRIMITIVA
CAÇACAÇACAÇACAÇA
CAÇACAÇA2
12
TRANSPORTE
INDÚSTRIA E AGRICULTURA
MORADIA E COMÉRCIO
ALIMENTO
A humanidade sempre buscou obter energia de forma mais
eficiente para aumentar sua capacidade de trabalho e seu conforto.
Ao longo da hist?ria, houve grandes avan?os t?cnicos, que
aumentaram a sua capacidade de transformar a natureza e
interferir no espa?o geogr?fico (observe no gr?fico o aumento do
consumo de energia por habitante que ocorreu com o
desenvolvimento t?cnico da sociedade). Consequentemente, houve
tamb?m um aumento significativo do impacto ambiental. No
entanto, isso se tornou uma preocupa??o mundial apenas a partir
da d?cada de 1970.
Retornando da caça (Período Mesolítico), de Franz Jung-Ilsenheim,
sem data. Nessa época, a ação do ser humano sobre o meio
ambiente restringia-se à interferência em algumas cadeias
alimentares, ao caçar animais e colher vegetais para seu consumo.
The Bridgeman/Keystone
Egípcios usando o shaduf, equipamento para
retirar água do rio Nilo (Peter Jackson, sem data).
Nessa época já havia retirada de vegetação nativa
em pequenas extensões, para uso do solo na
agricultura e na pecuária.
Retornando da caça
Retornando da caça
(Período Mesolítico
Período Mesolítico (Período MesolíticoPeríodo Mesolítico
(
)
Período Mesolítico))
Período Mesolítico
, de Franz Jung-Ilsenheim,
, de Franz Jung-Ilsenheim,
, de Franz Jung-Ilsenheim, , de Franz Jung-Ilsenheim,
The Bridgeman/KeystoneThe Bridgeman/KeystoneThe Bridgeman/Keystone
INFOGRÁFICO
Evolu??o das t?cnicas de transforma??o
do espa?o geogr?fi co
akg-images/Latinstock
Cap?tulo 12248
GGB_v1_PNLD2018_246a262_U2C12.indd 248 5/4/16 11:38 AM

INDÚSTRIA
RIA
INDÚSTRIA
INDÚSTRIA
TECNOLÓGICA
OLÓGICA
TECNOLÓGICA
TECNOLÓGICA
TURA
AGRICUL
TURA
URA
AGRICULT
AGRICULT
AGRICULTURAANÇADA
ÇADA
AVANÇADA
ANÇADA
20
77
230
200
150
100
50
Consumo diário per capita (10
3
kcal/dia)
Consumo total de energia (10

3 kcal/dia)
per capita
Xilogravura da cidade de Nuremberg (Alemanha), s?culo XV.
Com o surgimento das cidades, os impactos sobre o meio
ambiente aumentaram gradativamente. Observe no gr?fico
o aumento consider?vel de consumo de energia em rela??o
aos per?odos anteriores.
Vis?o ampliada de placa
eletr?nica formada de
circuitos integrados com
um microchip (pe?a no
centro da foto).
akg-images/Latinstock
Adaptado de: TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). Decifrando a Terra. 2. reimp. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2003. p. 519.
Rio Allegheny em Pittsburg (Estados Unidos), de Hayley
Lever, de 1924. Ap?s a Revolu??o Industrial, que se
iniciou no s?culo XVIII, a queima de combust?veis
f?sseis e o aumento do consumo de mat?rias-primas e
da produ??o de lixo provocaram fortes impactos
ambientais nas cidades que abrigavam as f?bricas.
akg-images/Latinstockakg-images/Latinstock
akg-images/Latinstock
akg-images/Latinstockakg-images/Latinstock
Xilogravura da cidade de Nuremberg (Alemanha), s?culo XV.
Xilogravura da cidade de Nuremberg (Alemanha), s?culo XV. Xilogravura da cidade de Nuremberg (Alemanha), s?culo XV.
Xilogravura da cidade de Nuremberg (Alemanha), s?culo XV. Xilogravura da cidade de Nuremberg (Alemanha), s?culo XV.
akg-images/Latinstockakg-images/Latinstockakg-images/Latinstock
Banco de imagens/Arquivo da editora

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s
249As conferências em defesa do meio ambiente
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1 Interferências humanas nos ecossistemas
agr?cola, em aproximadamente 10 000 a.C., e o sur-
gimento das primeiras cidades, h? mais ou menos
4 500 anos, o impacto sobre a natureza aumentou
gradativamente, por causa do maior consumo de
energia e mat?rias-primas.
Desde o surgimento do ser humano, a popula??o
mundial demorou milhares de anos para atingir os 170
milh?es de habitantes, no in?cio da Era Crist?. Depois,
precisou de ?apenas? 1 700 anos para quadruplicar, atin-
gindo os 700 milh?es ?s v?speras da Revolu??o Indus-
trial. A partir da?, passou a crescer num ritmo acelerado,
como mostra o gr?fico a seguir.
Desde que os mais distantes antepassados do Homo
sapiens atual surgiram na Terra, h? mais de 1 milh?o de
anos, a esp?cie humana vem transformando a natureza.
No in?cio, essa transforma??o causava impacto ambien-
tal irrelevante, seja pelo fato de haver uma pequena
popula??o vivendo no planeta, seja por n?o dispor de
t?cnicas que lhe permitissem fazer grandes transforma-
??es no espa?o geogr?fico.
Com o passar do tempo, alguns grupos humanos
come?aram a cultivar alimentos e a domesticar ani-
mais, fixando-se em determinados lugares, proces-
so chamado de sedentariza??o. Com a revolu??o
Isso levou muitas pessoas a concluir que o crescente
aumento dos impactos ambientais na ?poca contempo-
r?nea era resultado apenas do acelerado crescimento de-
mogr?fico. ? importante perceber que, al?m do crescimen-
to demogr?fico, ocorreram avan?os t?cnicos ? sobretudo
a partir da Revolu??o Industrial, nos s?culos XVIII e XIX ?,
que aumentaram cada vez mais a capacidade de transfor-
ma??o da natureza e, portanto, os impactos ambientais.
? importante lembrar que os ecossistemas t?m
grande capacidade de regenera??o e recupera??o
ante eventuais impactos espor?dicos, descont?nuos
ou localizados, muitos dos quais decorrentes da pr?-
pria natureza. Contudo, a agress?o causada pelas
atividades humanas ? cont?nua, n?o dando tempo
para que o ambiente se regenere. Portanto, ? urgen-
te a necessidade de se rediscutir o modelo de desen-
volvimento, o modelo de consumo, a desigual distri-
bui??o de riqueza e o padr?o tecnol?gico existentes
no mundo atual, como vimos no infogr?fico das p?-
ginas 248 e 249.
Banco de imagens/Arquivo da editora
COLLEGE Atlas of the World. 2
nd
ed. Washington, D.C.: National Geographic/Wiley, 2010. p. 45.
1500
1550
1600
1650
1700
1750
1800
1850
1900
1950
2000
PROJEÇÃ
O
Número de pessoas (bilhões)
Anos
2050
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Ásia
África
América Latina
Europa
América do Norte
Austrália e Oceania
Crescimento da população mundial – 1500-2050
Capítulo 12250
GGB_v1_PNLD2018_246a262_U2C12.indd 250 5/4/16 11:38 AM

2 A import‰ncia da quest‹o ambiental
A Terra provê o suficiente para as necessidades de todos
os homens, mas não para a voracidade de todos.”
Mahatma Gandhi (1869-1948), l?der pol?tico indiano.
A
Alejandro Acosta/Reuters/Latinstock
Ao final da d?cada de 1960, o mundo estava polari-
zado entre dois blocos pol?ticos e econ?micos antag?-
nicos: o capitalista, sob a influ?ncia dos Estados Unidos
(que comandava o ?primeiro mundo?), e o socialista (ou
?segundo mundo?), sob a influ?ncia da Uni?o Sovi?tica.
Nessa ?poca, os problemas ambientais come?avam a
ser enfrentados no primeiro mundo, sobretudo na Eu-
ropa, e os pa?ses do segundo mundo ainda buscavam
acelerar seu processo de industrializa??o promovendo
grandes agress?es ambientais. Entre os pa?ses em de-
senvolvimento (na ?poca tamb?m conhecidos como
?terceiro mundo?), em sua maioria capitalistas, tamb?m
imperava um modelo de crescimento econ?mico bas-
tante agressivo ao meio ambiente.
No in?cio da d?cada de 1970, as principais correntes
de pensamento sobre as causas da degrada??o am-
biental culpavam a busca incessante do crescimento
econ?mico e a ?explos?o demogr?fica? pelo aumento
da explora??o dos recursos naturais, pela polui??o e
pelo desmatamento. Em 1971 foi publicado um estudo
chamado Limites do crescimento, realizado por um gru-
po de cientistas de v?rios pa?ses que se reuniam com
a inten??o de estudar os problemas mundiais.
Esse grupo ficou conhecido como Clube de Roma e seu
estudo analisou cinco vari?veis: tecnologia, popula??o,
nutri??o, recursos naturais e meio ambiente, concluindo
que o planeta entraria em colapso at? o ano 2000 caso
fossem mantidas as tend?ncias de produ??o e consumo
vigentes. Para evitar o colapso, sugeriam a redu??o
tanto do crescimento populacional quanto do cresci-
mento econ?mico, pol?tica que ficou conhecida como
?crescimento zero?.
Imediatamente, os pa?ses em desenvolvimento
contestaram essa pol?tica acusando-a de ser muito
simplista e considerar que todos os pa?ses eram homo-
g?neos quanto ao consumo de energia e mat?rias-pri-
mas. Embora tenha sido muito criticada, a pol?tica do
?crescimento zero? tornou p?blica a no??o de que o
desenvolvimento poderia ser limitado pela disponibi-
lidade finita dos recursos naturais do planeta.
Todos os seres humanos precisam satisfazer suas
necessidades b?sicas de moradia, alimenta??o, sa?de,
vestimentas e educa??o. Qualquer modelo de desen-
volvimento que impe?a essa satisfa??o ? insustent?vel
tanto do ponto de vista social quanto ambiental, uma
vez que a manuten??o da pobreza dificulta o enfren-
tamento das quest?es ambientais. ? necess?rio rede-
finir os objetivos e as estrat?gias de desenvolvimento,
o que pressup?e um padr?o menos dispendioso de
consumo entre a parcela mais rica da popula??o mun-
dial e novos paradigmas para a sociedade como um
todo, como nos alertou Mahatma Gandhi.
O desenvolvimento
sustent?vel envolve o
combate ? pobreza porque
sua manuten??o contribui
para a degrada??o humana
e do meio ambiente. Na
foto, peixes mortos por
contamina??o das ?guas da
represa Acatl?n Hurtado de
Ju?rez (M?xico), em 2013.
251
GGB_v1_PNLD2018_246a262_U2C12.indd 251 5/4/16 11:38 AM

3 A inviabilidade do modelo consumista
de desenvolvimento
o maior emissor de di?xido de carbono na atmosfera,
superando os Estados Unidos.
Como a preserva??o do meio ambiente reduziria
a competitividade de sua economia, at? o final do
s?culo passado, o governo chin?s fez vistas grossas e
permitiu que os n?veis de polui??o atingissem pata-
mares insustent?veis. Embora atualmente a China
seja um dos pa?ses que mais investem na busca de
energias renov?veis e n?o poluentes e em preserva??o
ambiental, algumas regi?es ainda est?o com s?rios
problemas de abastecimento de ?gua para a popula-
??o e para a irriga??o agr?cola em raz?o do desmata-
mento (que compromete as nascentes) e da polui??o
provocada pelo lan?amento nos rios de esgoto domi-
ciliar e industrial sem tratamento. Nas maiores cida-
des, a polui??o atmosf?rica provocada pelos ve?culos
e ind?strias tornou a qualidade do ar quase sempre
impr?pria, comprometendo a sa?de da popula??o.
Os pa?ses desenvolvidos abrigam em torno de um
quinto da popula??o mundial, ou cerca de 1,4 bilh?o de
habitantes. No entanto, eles respondem pelo consumo
de mais da metade de todos os recursos (mat?rias-pri-
mas, energia e alimentos) produzidos ou extra?dos da
natureza. Caso esse padr?o de consumo fosse estendi-
do aos dois ter?os da humanidade que atualmente vi-
vem em condi??es de pobreza ou mis?ria, a demanda
por mat?rias-primas e energia e a produ??o de lixo
levariam as agress?es ambientais a patamares insus-
tent?veis, como vem ocorrendo em vastas ?reas rurais
e urbanas do territ?rio chin?s.
H? mais de duas d?cadas a China vem apresentan-
do os mais elevados ?ndices de crescimento econ?mico
do mundo, com grande incremento na produ??o indus-
trial (segundo o Banco Mundial, seu PIB cresceu em
m?dia 10,6% ao ano no per?odo 1990-2000 e 10,3% en-
tre 2000 e 2014). Embora venha desacelerando o ritmo
de crescimento, ainda ? elevada sua demanda por ma-
t?rias-primas e fontes de energia. Consequentemente,
a produ??o de res?duos que poluem o ar, a ?gua e o
solo tamb?m ? elevada ? em 2008, a China tornou-se
Wang Yan/ChinaFotoPress/Easypix
Consulte os sites do Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA) e do Ministério do Meio
Ambiente (MMA). Veja orientações na
seção Sugestões de leitura, filmes e sites.
A China ? um dos pa?ses que mais
poluem suas ?guas. Na foto, trecho
polu?do do rio Yang-ts?, em 2012.
Capítulo 12252
GGB_v1_PNLD2018_246a262_U2C12.indd 252 5/4/16 11:38 AM

Al?m de utilizar seus pr?prios recursos naturais de
forma ecologicamente insustent?vel, a China transfor-
mou-se num grande importador de mat?rias-primas e
fontes de energia, contribuindo para a eleva??o do
pre?o de muitos produtos prim?rios no mercado inter-
nacional e interferindo no meio ambiente de regi?es
muito distantes de seu territ?rio. Especialmente em
pa?ses africanos, como Angola, Nig?ria e Sud?o do Sul,
a China tem investido em v?rios projetos de extra??o
de min?rios e de petr?leo para garantir o abastecimen-
to de seu parque industrial.
O exemplo chin?s nos mostra que a grande ques-
t?o que se coloca hoje em dia para todos os pa?ses ? a
busca de um modelo de desenvolvimento que seja
social e ecologicamente sustent?vel, isto ?, que n?o
cause tantos impactos ao meio ambiente e que pro-
mova melhor distribui??o da riqueza. At? mesmo al-
guns artistas pl?sticos t?m se engajado em quest?es
ecol?gicas, buscando chamar a aten??o das pessoas
para os riscos dos impactos ambientais, questionando
a rela??o natureza-sociedade e adotando uma postu-
ra cr?tica em rela??o ? sociedade de consumo.
Para atingir um modelo de desenvolvimento social
e ecologicamente sustent?vel, no entanto, seria neces-
s?rio, como veremos a seguir, um novo modelo de so-
ciedade. Essa discuss?o esteve presente em v?rias con-
fer?ncias mundiais sobre meio ambiente, popula??o e
desenvolvimento: Estocolmo-72, Rio-92, Confer?ncia
sobre Popula??o e Desenvolvimento (realizada no Cai-
ro, Egito, em 1994), Confer?ncia Mundial sobre Assen-
tamentos Humanos ? Habitat II (Istambul, Turquia, em
1996), Rio + 10 (Johannesburgo, ?frica do Sul, 2002) e
Rio + 20 (Rio de Janeiro, 2012).
O fortalecimento da democracia e da cidadania em
escala mundial pode colaborar, pela press?o da sociedade
civil organizada, para a solu??o desses complexos proble-
mas. A seguir, vamos estudar as principais confer?ncias
mundiais sobre meio ambiente e desenvolvimento.
T. Fernandes/Fotoarena
Muitos consumidores preferem
comprar produtos cuja

utiliza??o e processo de

fabrica??o seguem normas de

preserva??o ambiental ou

beneficiam entidades e
organiza??es que atuam na

?rea. Na foto, loja de produtos
org?nicos em S?o Paulo

(SP), em 2013.
Os nomes de empresas e/ou marcas que aparecem nesta página foram utilizados com finalidade didática, sem intenção de recomendar
produtos ou induzir seu consumo. Eles estão contextualizados e sua omissão pode comprometer o entendimento do tema abordado.
253As conferências em defesa do meio ambiente
GGB_v1_PNLD2018_246a262_U2C12.indd 253 5/4/16 11:38 AM

4 Estocolmo-72
Como vimos, os impactos ambientais s?o decorr?n-
cia de modelos de desenvolvimento que encaram a na-
tureza e seus complexos e fr?geis ecossistemas apenas
como inesgot?veis fontes de energia e de mat?rias-pri-
mas, al?m de recept?culo dos res?duos poluentes pro-
duzidos pelas cidades, ind?strias e atividades agr?colas.
Todos esses impactos foram provocados porque a natu-
reza era vista apenas como fonte de lucros.
A humanidade progrediu tanto em termos tecnol?-
gicos que passou a ver a natureza como algo separado
dela mesma. J? nos s?culos XVIII e XIX, os impactos am-
bientais provocados pela crescente industrializa??o eram
muito grandes. Entretanto, ainda eram localizados e atin-
giam basicamente os trabalhadores, as camadas mais
pobres da popula??o. Os propriet?rios das f?bricas mo-
ravam distante das regi?es fabris e tinham como se refu-
giar das diversas formas de polui??o. Com o passar do
tempo, em virtude da crescente expans?o do processo de
industrializa??o e urbaniza??o, os impactos ambientais
foram aumentando, at? que, ap?s a Segunda Guerra Mun-
dial (1939-1945), passaram a ter consequ?ncias globais.
Para debater tais problemas, foi realizada, de 5 a 16
de junho de 1972, a Confer?ncia das Na??es Unidas sobre
o Homem e o Meio Ambiente, em Estocolmo (Su?cia).
Nesse encontro, foram rediscutidas as pol?micas sobre
o antagonismo entre desenvolvimento e meio ambien-
te apresentadas em 1971 pelo Clube de Roma.
Como vimos, a pol?ti-
ca do ?crescimento zero?
propunha o controle da
natalidade e o congela-
mento do crescimento
econ?mico como ?nica
solu??o para evitar que o
aumento dos impactos
ambientais levasse a uma
trag?dia ecol?gica mun-
dial. Obviamente, essa
era uma p?ssima solu??o
para os pa?ses em desen-
volvimento, os que mais
necessitavam de cresci-
mento econ?mico para
promover as melhorias
da qualidade de vida da
popula??o.
Na Confer?ncia das Na??es
Unidas sobre o Homem e
o Meio Ambiente, os
Estados Unidos foram
representados pela
artista de cinema
Shirley Temple,
Estocolmo, 1972.
Plen?rio da Confer?ncia das Na??es Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente na cidade de
Estocolmo em 1972.
Popperfoto/Getty Images
A Declara??o de Estocolmo, documento elaborado
ao final do encontro, composto por uma lista de 26 prin-
c?pios, estipulou a??es para que os pa?ses buscassem
resolver os conflitos inerentes entre as pr?ticas de pre-
serva??o ambiental e o crescimento econ?mico. Ficou
estabelecido o respeito ? soberania das na??es, isto ?, a
liberdade de os pa?ses em desenvolvimento buscarem
o crescimento econ?mico e a justi?a social explorando
de forma sustent?vel seus recursos naturais.
Outras decis?es importantes desse encontro foram
a cria??o do Programa das Na??es Unidas para o Meio
Ambiente (Pnuma) e a institui??o do dia 5 de junho, data
do seu in?cio, como Dia Internacional do Meio Ambiente.
Ao longo da d?cada de 1970, ap?s a Confer?ncia, v?rios
pa?ses passaram a criar ?rg?os de defesa do meio ambien-
te e legisla??es de controle contra a polui??o ambiental ?
em v?rios pa?ses, poluir passou a ser crime.
Na Confer?ncia das Na??es
Unidas sobre o Homem e
o Meio Ambiente, os
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em v?rios pa?ses, poluir passou a ser crime.
Na Confer?ncia das Na??es
Capítulo 12254
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5 O desenvolvimento sustentável
Em 1983, a Assembleia Geral da ONU indicou a en-
t?o primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem
Brundtland, para presidir uma comiss?o encarregada
de estudar o tema ambiental. Em 1987, foi publicado
pela Comiss?o Mundial sobre o Meio Ambiente e o De-
senvolvimento da ONU um estudo denominado Nosso
futuro comum, mais conhecido como Relatório
Brundtland. Esse estudo, que defendia o desenvolvi-
mento para todos, buscava um equil?brio entre as po-
si??es antag?nicas surgidas na Estocolmo-72 e criou a
no??o de desenvolvimento sustent?vel, ?aquele que
atende ?s necessidades do presente sem comprometer
a possibilidade de as gera??es futuras atenderem ?s
suas pr?prias necessidades?. J? as sociedades susten-
t?veis estariam baseadas em igualdade econ?mica,
justi?a social, preserva??o da diversidade cultural, da
autodetermina??o dos povos e da integridade ecol?gi-
ca. Isso obrigaria pessoas e pa?ses a mudan?as n?o
apenas econ?micas, mas sociais, morais e ?ticas. A
Constitui??o Federal brasileira de 1988 foi promulgada
um ano ap?s a publica??o desse relat?rio e incorporou
O estabelecimento de um modelo de desenvolvimento
sustent?vel envolve a??es individuais e coletivas nas escalas
local, regional, nacional e mundial. Na foto, de 2013, pessoas
protestam em Berlim (Alemanha) contra o armazenamento de
lixo nuclear.
Johannes Eisele/Agência France-Presse
Para saber mais
Educação ambiental
Como vimos, o desenvolvimento sustent?vel envolve
a participa??o do Estado e das empresas, mas tamb?m a
conscientiza??o de todas as pessoas para que se evite o
consumo excessivo de energia e mat?rias-primas, que ge-
ra desperd?cio.
Um passo importante para a busca de um novo mo-
delo de conscientiza??o foi dado em 1999, com a promul-
ga??o da Lei n. 9 795, que disp?e sobre a Educa??o Ambien-
tal e institui a Pol?tica Nacional de Educa??o Ambiental.
A partir daquele ano, o tema meio ambiente foi for-
talecido, tanto por seu tratamento particular dado pelas
disciplinas escolares quanto por sua presen?a nos projetos
interdisciplinares desenvolvidos nas escolas de Ensino
Fundamental e M?dio. Leia seus artigos iniciais:
Artigo 1
o
– Entendem-se por educação ambiental
os processos por meio dos quais o indivíduo e a coleti-
vidade constroem valores sociais, conhecimentos, ha-
bilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua susten-
tabilidade.
Artigo 2
o
– A educação ambiental é um componente
essencial e permanente da educação nacional, devendo estar
presente, de forma articulada, em todos os níveis e modali-
dades do processo educativo, em caráter formal e não formal.
[...]
Artigo 5
o
– São objetivos fundamentais da educação
ambiental:
I. o desenvolvimento de uma compreensão integra-
da do meio ambiente em suas múltiplas e complexas re-
lações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais,
políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;
II. a garantia de democratização das informações
ambientais;
III. o estímulo e o fortalecimento de uma consciên-
cia crítica sobre a problemática ambiental e social;
IV. o incentivo à participação individual e coletiva, per-
manente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio
ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental
como um valor inseparável do exercício da cidadania;
[...]
PRESID?NCIA DA REP?BLICA. Casa Civil. Subchefa para Assuntos Jur?dicos.
Lei n. 9 795, de 27 de abril de 1999. Dispon?vel em: <www. planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L9795.htm>. Acesso em: 18 jan. 2016.
em seu texto o conceito de desenvolvimento susten-
t?vel, sendo a primeira da hist?ria brasileira a dedicar
um cap?tulo ao meio ambiente.
255As conferências em defesa do meio ambiente
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1. No presente, observa-se crescente atenção aos efeitos
da atividade humana, em diferentes áreas, sobre o
meio ambiente, sendo constante, nos fóruns interna-
cionais e nas instâncias nacionais, a referência à sus-
tentabilidade como princípio orientador de ações e
propostas que deles emanam. A sustentabilidade ex-
plica-se pela:
a) incapacidade de se manter uma atividade econô-
mica ao longo do tempo sem causar danos ao meio
ambiente.
b) incompatibilidade entre crescimento econômico
acelerado e preservação de recursos naturais e de
fontes não renováveis de energia.
c) interação de todas as dimensões do bem-estar hu-
mano com o crescimento econômico, sem a preo-
cupação com a conservação dos recursos naturais
que estiveram presentes desde a Antiguidade.
d) proteção da biodiversidade em face das ameaças de
destruição que sofrem as florestas tropicais devido
ao avanço de atividades como a mineração, a mono-
cultura, o tráfico de madeira e de espécies selvagens.
e) necessidade de satisfazer as demandas atuais co-
locadas pelo desenvolvimento sem comprometer
a capacidade de as gerações futuras atenderem
suas próprias necessidades nos campos econômico,
social e ambiental.
Resolução
O desenvolvimento sustent?vel visa garantir as necessi-
dades das gera??es futuras sem comprometer as das
atuais gera??es nas esferas ambiental, econ?mica e so-
cial. Busca a preserva??o das condi??es ambientais asso-
ciada ao crescimento econ?mico e desenvolvimento so-
cial. A alternativa correta ? a E.
2. A biodiversidade diz respeito tanto a genes, espécies,
ecossistemas, como a funções, e coloca problemas de
gestão muito diferenciados. É carregada de normas de
valor. Proteger a biodiversidade pode significar:
• a eliminação da ação humana, como é a proposta
da ecologia radical;
• a proteção das populações cujos sistemas de produ-
ção e cultura repousam num dado ecossistema;
• a defesa dos interesses comerciais de firmas que
utilizam a biodiversidade como matéria-prima, para
produzir mercadorias.
Adaptado de: GARAY, I.; DIAS, B. Conservação
da biodiversidade em ecossistemas tropicais.
Pensando no Enem
De acordo com o texto, no tratamento da questão da
biodiversidade no planeta:
a) o principal desafio é conhecer todos os problemas
dos ecossistemas, para conseguir protegê-los da
ação humana.
b) os direitos e os interesses comerciais dos produto-
res devem ser defendidos, independentemente do
equilíbrio ecológico.
c) deve-se valorizar o equilíbrio do meio ambiente,
ignorando-se os conflitos gerados pelo uso da terra
e seus recursos.
d) o enfoque ecológico é mais importante do que o
social, pois as necessidades das populações não
devem constituir preocupação para ninguém.
e) há diferentes visões em jogo, tanto as que só con-
sideram aspectos ecológicos, quanto as que levam
em conta aspectos sociais e econômicos.
Resolução
Nessa quest?o os alunos devem considerar que a res-
posta correta envolve as tr?s dimens?es do desenvolvi-
mento sustent?vel: preserva??o ambiental associada ?
justi?a social e crescimento econ?mico.
A alternativa correta ? a E. At? a d?cada de 1970, quando
aconteceu a primeira confer?ncia mundial sobre meio
ambiente (Estocolmo-72), predominava o discurso de
que o crescimento econ?mico e o desenvolvimento so-
cial deveriam constar do planejamento dos governos
sem que houvesse preocupa??o com a preserva??o am-
biental, como se as tr?s esferas do desenvolvimento sus-
tent?vel pudessem caminhar de forma independente.
Estas quest?es trabalham a Compet?ncia de ?rea 6 ?
Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo
suas intera??es no espa?o em diferentes contextos his-
t?ricos e geogr?ficos, e a habilidade H30 ? Avaliar as re-
la??es entre preserva??o e degrada??o da vida no pla-
neta nas diferentes escalas.
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Capítulo 12256
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6 Rio-92
A Confer?ncia das Na??es Unidas sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, tam-
b?m conhecida como C?pula da Terra, Rio-
-92 ou Eco-92, foi realizada em 1992 no Rio
de Janeiro e reuniu representantes de 178
pa?ses, al?m de milhares de membros de Orga-
niza??es N?o Governamentais (ONGs) em uma confe-
r?ncia paralela. Esse encontro, que na fase preparat?ria
teve como subs?dio o Relat?rio Brundtland, definiu uma
s?rie de resolu??es, visando alterar o atual modelo con-
sumista e excludente de desenvolvimento para outro,
social e ecologicamente mais sustent?vel.
O objetivo fundamental era tentar
minimizar os impactos ambientais no
planeta, garantindo, assim, o futuro das
pr?ximas gera??es. Na busca pelo de-
senvolvimento sustent?vel, foram ela-
boradas duas conven??es, uma sobre biodi-
versidade, outra sobre mudan?as clim?ticas; uma
declara??o de princ?pios relativos ?s florestas e um
plano de a??o, como podemos ler a seguir.
Biodiversidade: total de esp?cies da flora e
da fauna encontradas em um ecossistema.
Quanto maior o n?mero de esp?cies, maior
a biodiversidade.
Antonio Ribeiro/Gamma-Rapho/Getty Images
A Confer?ncia das Na??es Unidas sobre
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• Conven??es: t?m como agente financiador o
Fundo Global para o Meio Ambiente ? GEF (do
ingl?s, Global Environment Facility), criado em
1990 e dirigido pelo Banco Mundial, com apoio
t?cnico e cient?fico dos Programas das Na??es
Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e para o
Meio Ambiente (PNUMA). Essas conven??es tra-
tavam de:
• biodiversidade: em vigor desde 1993, buscava
frear a destrui??o da fauna e da flora, concen-
tradas principalmente nas florestas tropicais,
as mais ricas em biodiversidade, preservando
a vida no planeta.
• mudanças climáticas: em vigor desde 1994, es-
tabeleceu medidas para diminuir a emiss?o de
poluentes pelas ind?strias, autom?veis e ou-
tras fontes poluidoras. Nessa conven??o, foi
assinado o Protocolo de Kyoto (Jap?o, 1997).
• Declara??o de princ?pios relativos ?s florestas:
? uma s?rie de indica??es sobre manejo, uso sus-
tent?vel e outras pr?ticas voltadas ? preserva??o
desses biomas.
• Plano de a??o: mais conhecido como Agenda
21, ? um programa para a implanta??o de um
modelo de desenvolvimento sustent?vel em
todo o mundo durante o s?culo XXI. Como re-
quer volumosos recursos, os pa?ses desenvolvi-
dos comprometeram-se a contribuir com 0,7%
de seus PIBs para essa finalidade. Para fiscalizar
a aplica??o da Agenda 21, foi criada a Comiss?o
de Desenvolvimento Sustent?vel, que agrega
53 pa?ses-membros, entre os quais o Brasil. Mui-
tos pa?ses, contudo, n?o est?o cumprindo o
compromisso, com raras exce??es, como os
pa?ses n?rdicos.Chegada do navio Gaia no Rio de
Janeiro (RJ), para a Eco-92.
257
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7 Rio + 10
Dez anos depois, a C?pula Mundial
sobre o Desenvolvimento Sustent?vel,
conhecida como Rio + 10, foi realizada
em Johannesburgo, ?frica do Sul, em
2002, reunindo delega??es de 191
pa?ses. O principal objetivo do encon-
tro foi realizar um balan?o dos re-
sultados pr?ticos obtidos depois da Rio-92.
Nesse encontro foram discutidos quatro temas,
escolhidos como mais importantes para a busca do
desenvolvimento sustent?vel:
• erradica??o da pobreza;
• mudan?as no padr?o de produ??o e consumo;
• utiliza??o sustent?vel dos recursos naturais;
• possibilidades de se compatibilizar os efeitos da globa-
liza??o com a busca do desenvolvimento sustent?vel.
Desde o in?cio das discuss?es ficou acordado entre
os participantes que na ocasi?o n?o seriam discutidos
os temas das duas conven??es assinadas na Rio-92
(biodiversidade e mudan?as clim?ticas), mas sim os
mecanismos que possibilitassem ampliar sua implan-
ta??o na pr?tica. Essa inten??o ficou descrita no do-
cumento final do encontro: Plano de
Implementa??o da Agenda 21, no qual
se prop?em altera??es nos padr?es
mundiais de produ??o e consumo, com
utiliza??o racional dos recursos natu-
rais e busca de modelos sustent?veis
que utilizem menor quantidade de
energia e produzam menos res?duos poluentes.
Por?m, o Plano de Implementa??o da Agenda 21
acabou se restringindo a um conjunto de diretrizes que
cada pa?s signat?rio pode ou n?o realizar na pr?tica.
Como n?o h? nenhum ?rg?o internacional de controle,
os acordos realizados nas confer?ncias da ONU consti-
tuem o consenso m?nimo sobre os temas abordados
ap?s as na??es presentes apresentarem suas posi??es.
Segundo o pr?prio documento oficial do encontro,
?[...] na pr?tica, os documentos aprovados em Johan-
nesburgo apenas representam um conjunto de diretri-
zes e princ?pios para as
na??es, cabendo a cada
pa?s transform?-las em
leis nacionais para garan-
tir a sua realiza??o?.
Reprodução/Arquivo da editoraReprodução/Arquivo da editora
Consulte o site do
Rio + 10 Brasil. Veja
orientações na seção
Sugest?es de leitura, filmes
e sites.
A C?pula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustent?vel, realizada em Johannesburgo (?frica do Sul), em 2002,
contou com a participa??o de crian?as e jovens de diversos pa?ses.
Howard Burditt/Reuters/Latinstock
Capítulo 12258
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8 Rio + 20
Reprodução/http://www.rio20.gov.br/
ap?s muitas cr?ticas e discuss?es te?ricas n?o se chegou
a um consenso sobre o seu conte?do. Muitas outras
decis?es importantes, como a cria??o de um mecanismo
de financiamento ao desenvolvimento sustent?vel e a
concretiza??o de um acordo para a prote??o do alto-mar,
foram adiadas para os pr?ximos encontros.
Leia a seguir, em Outras leituras, um trecho da re-
portagem sobre as dificuldades de implementa??o de
algumas medidas discutidas durante o encontro.
O futuro que eles quiseram
O que era esperado e o que a Rio + 20 produziu
na pr?tica
Transi??o para a economia verde
Esperado: como financiar a transi??o para a eco-
nomia verde e o acesso a tecnologias mais limpas.
Resultado: economia verde aparece no texto
final como um dos ?instrumentos? para o desenvol-
vimento sustent?vel, mas sai da Rio + 20 sem um
conjunto r?gido de regras.
Status do Pnuma
Esperado: que o PnumA se tornasse uma ag?n-
cia independente da Onu com contribui??es de
todos os pa?ses-membros.
Resultado: pa?ses concordaram em ?fortalecer?
e promover ?mudan?as de patamar? do PnumA,
mas n?o o transformaram em ag?ncia.
PIB
Esperado: que fosse lan?ado processo na Onu
para desenvolver indicadores econ?micos que com-
plementassem ou substitu?ssem o PIB.
Resultado: Assembleia Geral da Onu pede que
Comiss?o de Estat?stica das na??es unidas estude
indicadores de crescimento para ?complementar?
PIB.
Objetivos de Desenvolvimento Sustent?vel (ODS)
Esperado: que fossem definidas metas sociais
e ambientais para substituir as atuais metas do
mil?nio, que terminam em 2015.
Resultado: Assembleia Geral da Onu criar? nes-
te ano grupo de trabalho de 30 integrantes para pro-
por metas de desenvolvimento sustent?vel em 2013.
Oceanos
Esperado: que sa?sse da Rio + 20 um acordo de
implementa??o da Conven??o da Onu sobre o di-
reito do mar, de 1982, para proteger a biodiversida-
de em alto-mar.
Resultado: texto apenas menciona ?tomar uma
decis?o? at? 2015 sobre criar ou n?o esse instrumento.
Pobreza
Esperado: metas para a erradica??o da pobreza.
Resultado: texto final menciona que ? ?essencial
haver sistemas de prote??o social para reduzir as
desigualdades e a exclus?o social?, mas defini??o
das metas deve vir com os Objetivos do Desenvolvi-
mento Sustent?vel (ODS).
CONFER?NCIA repete promessas e adia a??es para 2015.
Folha de S.Paulo. S?o Paulo, 23 jun. 2012. Cotidiano, p. 11.
Dispon?vel em: <http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/2012/06/23/15>.
Acesso em: 18 jan. 2016.
Outras leituras
Vinte anos depois da Rio-92, a Confer?ncia das
Na??es Unidas sobre Desenvolvimento Sustent?vel
foi realizada novamente no Rio de Janeiro em junho
de 2012.
Inicialmente, havia a expectativa de que fossem
realizadas a??es concretas para colocar em pr?tica os
temas discutidos durante a Rio-92, como a implanta??o
da Agenda 21 em escala global e outros tamb?m ligados
ao desenvolvimento sustent?vel, na busca de maior
justi?a social, crescimento econ?mico e preserva??o
ambiental. Entretanto, o documento final ficou restri-
to a uma s?rie de declara??es e n?o vinculou nenhuma
obriga??o aos pa?ses participantes.
Esse documento, chamado O futuro que queremos,
n?o apresentou nenhum avan?o te?rico ou pr?tico em
rela??o ?s confer?ncias anteriores. Foi apresentada a
proposta de cria??o do conceito de economia verde, mas
259As conferências em defesa do meio ambiente
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260Capítulo 12
Dialogando
com as disciplinas
Terra e propriedade
Desde os prim?rdios de sua hist?ria, o ser humano interage com a natureza, apro-
priando-se de elementos que a comp?em e alterando-a conforme suas necessidades.
O processo de sedentariza??o originou o conceito de propriedade, segundo o qual a
terra, gradativamente, transforma-se em objeto pertencente a um determinado grupo
ou indiv?duo, configurando-se como propriedade ora coletiva, ora privada. A apropria??o
e a disputa por terra geraram diversos conflitos e processos hist?ricos. A coloniza??o
europeia das Am?ricas e seus desdobramentos ? apenas um exemplo.
A disputa por terras ainda hoje corresponde a um tema absolutamente recorrente.
Veja nos textos a seguir um exemplo de rela??o que se estabelece entre o ser humano
e o meio: a quest?o guarani-kaiow? e o conflito hist?rico gerado pelo uso e pela apro-
pria??o da terra que envolve as popula??es nativas.
Nesta seção a
Geografia dialoga
com a História, a
Sociologia e a
Língua Portuguesa.
Carta da comunidade guarani-kaiow? de Pyelito kue/mbarakay-Iguatemi-mS para o
governo e Justi?a do Brasil
n?s (50 homens, 50 mulheres e 70 crian?as), das comunidades Guarani-Kaiow? origin?rias de tekoha
Pyelito Kue/mbrakay, viemos atrav?s desta carta apresentar a nossa situa??o hist?rica e decis?o definitiva
diante da ordem de despacho expressado pela Justi?a Federal de navira?-mS, conforme o processo n. 0000032-
87.2012.4.03.6006, do dia 29 de setembro de 2012. Recebemos a informa??o de que nossa comunidade logo
ser? atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela pr?pria Justi?a Federal, de navira?-mS.
Assim, fica evidente para n?s, que a pr?pria a??o da Justi?a Federal gera e aumenta as viol?ncias
contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver ? margem do rio Hovy e pr?ximo de
nosso territ?rio tradicional Pyelito Kue/mbarakay. Entendemos claramente que esta decis?o da Justi?a
Federal de navira?-mS ? parte da a??o de genoc?dio e exterm?nio hist?rico ao povo ind?gena, nativo e
aut?ctone do mato Grosso do Sul, isto ?, a pr?pria a??o da Justi?a Federal est? violentando e exterminan-
do as nossas vidas.
[...]
Cientes desse fato hist?rico, n?s j? vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos ante-
passados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justi?a Federal para n?o decretar
a ordem de despejo/expuls?o, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar n?s
todos aqui.
Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizima??o e extin??o total, al?m de enviar v?rios
tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. [?] Visto que decidimos inte-
gralmente a n?o sairmos daqui com vida e nem mortos.
[...]
Como um povo nativo e ind?gena hist?rico, decidimos meramente em sermos mortos coletivamente
aqui. n?o temos outra op??o, esta ? a nossa ?ltima decis?o un?nime diante do despacho da Justi?a Federal
de navira?-mS.
Atenciosamente, Guarani-Kaiow? de Pyelito Kue/mbarakay.
CIMI. Indígenas ameaçam morrer coletivamente caso ordem de despejo seja efetivada, 10 out. 2012.
Dispon?vel em: <www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&action=read&id=6553>. Acesso em: 27 jan. 2016.
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261As conferências em defesa do meio ambiente
Com base na relação que se estabelece entre os conceitos de terra e propriedade e nos dois textos, responda:
1. Qual é a causa do conflito exposto na carta dos Guarani-Kaiowá remetida ao Cimi?
2. Como este conflito se relaciona com o processo de colonização das terras brasileiras ocorrido entre os séculos XVI e XIX?
3. Os textos abordam a questão da terra envolvendo os indígenas Guarani-Kaiowá e os fazendeiros que as ocupam
no Mato Grosso do Sul. Como vimos, o confinamento da população indígena e a disputa pela terra provocam sérias
consequências.
Sob orientação do(a) professor(a), após leitura e reflexão individuais dos textos, a classe deverá se organizar em dois
grupos e escrever um artigo jornalístico sobre esse assunto.
O texto jornalístico caracteriza- se por uma linguagem clara e direta. Sua estrutura é composta de abertura, desen-
volvimento e conclusão. Já no início do texto de uma notícia (chamado lide, do inglês lead) devem-se encontrar
respostas para seis questões básicas: o quê, quem, quando, onde, como e por quê. Além disso, para a elaboração de
um texto jornalístico são necessários: pesquisa, apuração de fatos, seleção dos dados, interpretação e tratamento.
a) Na elaboração dos artigos, os grupos devem selecionar o que considerarem mais relevante em cada texto e
enriquecer a análise com uma pesquisa mais ampla, acrescentando fatos e dados apurados e opiniões pessoais,
expondo uma análise interpretativa.
b) Após a conclusão dos artigos, dois integrantes (um de cada grupo) devem apresentá-los à classe. Porém, antes
de começar, definam quanto tempo será estabelecido para a apresentação de cada grupo.
mais um cap?tulo sangrento da saga guarani-kaiow?
O minist?rio da Justi?a, com o apoio da For?a nacional de Segu-
ran?a, conseguiu acalmar o clima de confronto entre ind?genas e fazen-
deiros que culminou na morte do ind?gena Semi?o Fernandes Vilhalva,
de 24 anos, no munic?pio de Ant?nio Jo?o, a 402 km de Campo Grande, no
mato Grosso do Sul. [...]
Semi?o Vilhalva pertencia ? etnia Guarani-Kaiow?, grupo que ganhou a aten??o da opini?o p?blica em
2012. [...]
no entanto, outros problemas dos Guarani-Kaiow? ? que viviam no mato Grosso do Sul at? serem ex-
pulsos de suas terras nos anos 1940 e 50 ? seguem h? anos sem resposta.
no munic?pio de Ant?nio Jo?o, os Guarani-Kaiow? tiveram a homologa??o de suas terras em 2005, mas ain-
da n?o t?m o direito de usufruir de sua ?rea tradicional. Com um processo de disputa da terra parado na
Justi?a Federal desde 2005, centenas de ?ndios estiveram confinados em menos de 150 hectares, dos 9.317 que
foram homologados. O restante da ?rea foi dividido em nove fazendas, em posse de latinfundi?rios do estado.
As consequ?ncias deste confinamento t?m reflexos na sa?de. Relat?rios da Funda??o nacional de
Sa?de Ind?gena (Funasa) do in?cio dos anos 2000 revelam um alto grau de desnutri??o entre crian?as e
adultos da comunidade. Em 2003, por exemplo, a Funasa encontrou um quadro de desnutri??o grave em
27,5% das crian?as entre zero e cinco anos. [...]
Segundo o Conselho mission?rio Ind?gena (Cimi), o confronto em Ant?nio Jo?o ? mais um exemplo da
saga Guarani-Kaiow? pelo reconhecimento de suas terras, cujos processos est?o engavetados no minist?rio
da Justi?a ou na Justi?a Federal.
Adaptado de: CARTA CAPITAL. Marcelo Pellegrini. Mais um capítulo sangrento da saga Guarani-Kaiowá. 3 set. 2015.
Dispon?vel em: <www.cartacapital.com.br/blogs/parlatorio/mais-um-capitulo-sangrento-da-saga-guarani-kaiowa-6501.html>.
Acesso em: 22 jan. 2016.
mais um cap?tulo sangrento da saga guarani-kaiow?
O minist?rio da Justi?a, com o apoio da For?a nacional de Segu-
ran?a, conseguiu acalmar o clima de confronto entre ind?genas e fazen-
deiros que culminou na morte do ind?gena Semi?o Fernandes Vilhalva,
de 24 anos, no munic?pio de Ant?nio Jo?o, a 402 km de Campo Grande, no
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Estudantes ind?genas protestam em
Bras?lia (DF) contra viol?ncia sofrida
pelos Guarani-Kaiow?. Foto de 2015.
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Atividades
Wang Yan/ChinaFotoPress/Easypix
Compreendendo conteúdos
1. Qual foi a proposta levantada pelos pa?ses industrializados durante a Confer?ncia Estocolmo-72? Como reagiram
os pa?ses em desenvolvimento?
2. Explique o significado da express?o ?desenvolvimento sustent?vel?.
3. O que ? a Agenda 21?
4. Por que ? invi?vel expandir os padr?es de consumo dos pa?ses desenvolvidos a todos os habitantes do planeta?
Desenvolvendo habilidades
5. Leia o texto e responda ?s quest?es a seguir.
Atividades
Desenvolvimento Sustentável (DS)
[...]
Para alcan?armos o DS, a prote??o do ambiente tem que ser entendida como parte integrante do processo de
desenvolvimento e n?o pode ser considerada isoladamente; ? aqui que entra uma quest?o sobre a qual talvez voc?
nunca tenha pensado: qual a diferen?a entre crescimento e desenvolvimento? A diferen?a ? que o crescimento n?o
conduz automaticamente ? igualdade nem ? justi?a sociais, pois n?o leva em considera??o nenhum outro aspecto da
qualidade de vida a n?o ser o ac?mulo de riquezas, que se faz nas m?os apenas de alguns indiv?duos da popula??o.
O desenvolvimento, por sua vez, preocupa-se com a gera??o de riquezas sim, mas tem o objetivo de distribu?-las,
de melhorar a qualidade de vida de toda a popula??o, levando em considera??o, portanto, a qualidade ambiental
do planeta.
O DS tem seis aspectos priorit?rios que devem ser entendidos como metas:
1. a satisfa??o das necessidades b?sicas da popula??o (educa??o, alimenta??o, sa?de, lazer, etc.);
2. a solidariedade para com as gera??es futuras (preservar o ambiente de modo que elas tenham chance de viver);
3. a participa??o da popula??o envolvida (todos devem se conscientizar da necessidade de conservar o ambiente e
fazer cada um a parte que lhe cabe para tal);
4. a preserva??o dos recursos naturais (?gua, oxig?nio, etc.);
5. a elabora??o de um sistema social garantindo emprego, seguran?a social e respeito a outras culturas (erradica??o
da mis?ria, do preconceito e do massacre de popula??es oprimidas, como, por exemplo, os ?ndios);
6. a efetiva??o dos programas educativos.
[...]
MENDES, Marina Ceccato. Desenvolvimento Sustentável. Dispon?vel em:
<www.cdcc.usp.br/bio/educar/textos/m_a_txt2.html>. Acesso em: 18 jan. 2016.
a) Segundo o texto, qual ? a diferen?a entre crescimento e desenvolvimento?
b) Por que a erradica??o da mis?ria, citada na meta 5, ? um dos componentes para a busca do desenvolvimento
sustent?vel?
6. O desenvolvimento sustent?vel tamb?m depende diretamente da participa??o ativa e consciente de
todos os cidad?os. Todos n?s podemos adotar atitudes que sejam compat?veis com a preserva??o dos
recursos naturais.
a) Com a orienta??o do professor, re?na-se em grupos e pesquisem algumas atitudes que todas as pessoas podem
tomar no dia a dia para contribuir com o desenvolvimento sustent?vel.
b) Complementem o trabalho expondo como voc?s t?m contribu?do para a constru??o de uma sociedade susten-
t?vel e como essas a??es podem ser colocadas em pr?tica tamb?m na escola.
c) Organizem o material da pesquisa em cartazes e, na data combinada, apresentem aos colegas da classe.
ATENÇÃO!
Não escreva no seu livro!
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Vestibulares de Norte a Sul
263Geografia física e meio ambiente
1. N (UFPA)
A Amazônia, até o Terciário Médio, comportava-se como
um paleogolf‹o da fachada pacífica do continente,
intercalado entre os terrenos do escudo guianense e o
escudo brasileiro. Era uma espécie de mediterrâneo de
“boca larga”, voltada para o oeste. Quando se processou o
desdobramento e soerguimento das Cordilheiras Andinas,
restou um largo espaço no centro da Amazônia, exposto à
sedimentação flúvio-lacustre e fluvial extensiva.
Aziz Nacib Ab?S?ber (1924-2012). Escritos ecológicos.
S?o Paulo: Lazuli Editora, 2006. p. 130-131. Adaptado.
As caracter?sticas atuais do dom?nio morfoclim?tico
amaz?nico t?m sua origem na din?mica dos processos
naturais que ocorreram no passado, conforme explica
o ge?grafo Aziz Ab?S?ber. Sobre esses processos men-
cionados, avalia-se que:
a) contribu?ram para a forma??o das plan?cies e dos
tabuleiros.
b) favoreceram a g?nese da bacia sedimentar.
c) alteraram a dire??o da drenagem, de leste para oeste.
d) atenuaram as caracter?sticas do clima regional.
e) provocaram a expans?o do cerrado sobre a floresta.
2. CO (UEG-GO) A crosta terrestre ? formada por tr?s tipos
de estruturas geol?gicas, caracterizadas pelos tipos
predominantes de rochas, pelo processo de forma??o
e pela idade geol?gica. Essas estruturas s?o os maci?os
cristalinos, as bacias sedimentares e os dobramentos
modernos. Sobre esse assunto, ? correto afirmar:
a) Os maci?os antigos ou escudos cristalinos datam
da Era Pr?-Cambriana, s?o constitu?dos por rochas
sedimentares e s?o ricos em jazidas de minerais
n?o met?licos.
b) As bacias sedimentares s?o forma??es muito re-
centes, datando da Era Quatern?ria, ricas em mine-
rais energ?ticos e com intenso processo erosivo;
constituem 64% do territ?rio brasileiro.
c) Os dobramentos modernos, resultantes de movi-
mentos epirogen?ticos, s?o constitu?dos por ro
-
chas magm?ticas, datam do Per?odo Terci?rio e s?o
ricos em carv?o e petr?leo, como os Andes, os
Alpes e o Himalaia.
d) As principais reservas petrol?feras e carbon?feras do
mundo encontram-se nas bacias sedimentares, en-
quanto minerais como ferro, n?quel, mangan?s,
Testes
Paleogolfão: ampla reentr?ncia da costa, com grande
abertura, constitu?da em amplas ba?as, constatada
em antiga era geol?gica.
ouro, bauxita, etc. s?o encontrados nos maci?os
cristalinos; os dobramentos modernos constituem
?reas de intenso vulcanismo.
3. S (UPF-RS)
A Terra é um sistema vivo, com sua dinâmica evolutiva
própria. Montanhas e oceanos nascem, crescem e
desaparecem, num processo dinâmico. Enquanto os vulcões
e os processos orogênicos trazem novas rochas à superfície,
os materiais são intemperizados e mobilizados pela ação
dos ventos, das águas e das geleiras. Os rios mudam seus
cursos, e fenômenos climáticos alteram periodicamente as
condições de vida e o balanço entre as espécies.
Cordani; Taioli. In: Almeida e Rigolin, 2008. p. 39.
Sobre a din?mica interna da Terra afirma-se:
I. Os compreendem os desloca-
mentos e deforma??es das rochas que constituem a
crosta terrestre.
II. Os ocorrem quando as rochas
sofrem uma s?rie de deforma??es quando subme-
tidas a um esfor?o proveniente do interior da Terra.
III. Os ocorrem quando as rochas
s?o submetidas a um esfor?o interno de grande
intensidade no sentido vertical ou inclinado.
IV. Os s?o montanhas que se for-
mam da erup??o de material magm?tico em esta-
do de fus?o. Um dos maiores desastres causados
por esse fen?meno ocorreu em 1883 em Sonda, no
arquip?lago da Indon?sia, tirando do mapa uma
parte da ilha, destruindo cidades e vilas e matando
milhares de pessoas.
V. Uma das manifesta??es mais temidas e destruido-
ras dos movimentos da crosta terrestre s?o os
, que s?o causados pela rup-
tura das rochas provocada por acomoda??es geo-
l?gicas de camadas internas da crosta ou pela mo-
vimenta??o das placas tect?nicas.
A alternativa que completa corretamente as afirma-
tivas ?:
a) Movimentos tect?nicos; dobramentos; falhamen-
tos; vulc?es; terremotos.
b) Terremotos; falhamentos; dobramentos; vulc?es;
movimentos tect?nicos.
c) Vulc?es; falhamentos; terremotos; movimentos
tect?nicos; dobramentos.
d) Movimentos tect?nicos; falhamentos; dobramen-
tos; terremotos; vulc?es.
e) Terremotos; vulc?es; falhamentos; dobramentos;
movimentos tect?nicos.
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atenção!
Não escreva no seu livro!
4. NE (UFC-CE) Sobre as caracter?sticas geol?gicas, geo-
morfol?gicas e pedol?gicas da Amaz?nia e suas influ?n-
cias nas demais caracter?sticas f?sicas da regi?o, ? cor-
reto afirmar que:
a) As cuestas e as chapadas s?o as fei??es geomorfo-
l?gicas predominantes na regi?o.
b) Os terrenos sedimentares de idades geol?gicas di-
ferentes s?o predominantes na Amaz?nia.
c) A elevada profundidade dos solos permite a exis-
t?ncia de uma vegeta??o regional densa e homo-
g?nea.
d) A atividade vulc?nica ocorrida no Terci?rio favore-
ceu o desenvolvimento de solos bas?lticos de ele-
vada fertilidade.
e) A regi?o, que se situa entre as placas Nazca e Sul-A-
mericana, ? limitada, a leste e a oeste, pelas eleva-
das cadeias de montanhas de origem cenozoica.
5. SE (UFSJ-MG) Observe o mapa abaixo.
PLACA AFRICANA
PLACA DO
CARIBE
PLACA
PACÍFICA
PLACA
DE
COCOS
PLACA DE
NAZCA
PLACA AUSTRALIANA
OU INDO-AUSTRALIANA
PLACA
NORTE-AMERICANA
PLACA
SUL-AMERICANA
PLACA
EURO-ASIÁTICA
PLACA
ANTÁRTICA
PLACA DAS
FILIPINAS
0 3
730
7
460
km
Direção das placas
Limites das placas tectônicas
Grandes cadeias de montanhas
A partir do mapa, ? correto afirmar que:
a) a diverg?ncia das Placas Sul-Americana e Africana
? respons?vel pela expans?o do assoalho marinho
no oceano Pac?fico.
b) os terremotos ocorrem com frequ?ncia nos limites
das placas tect?nicas, como, por exemplo, na costa
leste da Am?rica do Sul.
c) grandes dobramentos modernos s?o formados na
converg?ncia das placas Euro-Asi?tica e Indo-Aus-
traliana.
d) o movimento das placas tect?nicas indica que a
crosta terrestre n?o ? est?tica e apresenta maior
instabilidade no interior dessas placas.
6. CO (UEG-GO) A superf?cie da Terra n?o ? homog?nea,
apresentando uma grande diversidade de desn?veis,
seja na crosta continental ou oce?nica. No decorrer do
tempo, esses desn?veis sofrem altera??es exercidas
por for?as end?genas e ex?genas. Sobre o assunto, ?
correto afirmar:
a) as for?as end?genas como temperatura, ventos,
chuvas, cobertura vegetal e a??o antr?pica, entre
outras, modelam o relevo terrestre, dando-lhe o
aspecto que apresenta hoje.
b) aterros, desmatamentos, terraplanagens, canais e
represas s?o exemplos da a??o ex?gena provocada
pela for?a das enchentes e dos tsunamis, indepen-
dentemente da a??o do homem.
c) a forma inicial do relevo terrestre tem sua origem
na a??o de for?as ex?genas, enquanto o modela-
mento feito ao longo de milh?es de anos ? produto
de for?as end?genas que atuam na superf?cie.
d) vulcanismo, terremotos e maremotos s?o movimen-
tos provocados pelo tectonismo proveniente da
a??o das for?as end?genas que tamb?m constitu?-
ram as cadeias orog?nicas e os escudos cristalinos.
7. SE (Unesp-SP) O mapa representa a ?Amaz?nia Azul?,
uma ?rea de aproximadamente 4,5 milh?es de km
2
,
tra?ada ao longo do litoral brasileiro.
BRASIL
Arquipélago de
São Pedro
e São Paulo
Atol das
Rocas
Arquipélago de
Fernando de
Noronha
Ilha de
Trindade e
Martin Vaz
Zona (ZEE)
Limite exterior
(200 mn)
Scientific American Brasil. Oceanos: origens,
transformações e o futuro. Adaptado.
Sobre a ?Amaz?nia Azul?, pode-se afirmar que:
a) ? uma ?rea que o Brasil delimitou para opor-se ?
salvaguarda e ? explora??o dos recursos naturais.
b) ? uma regi?o onde a explora??o pesqueira est?
embargada para permitir a explora??o do pr?-sal.
c) foi criada para que os recursos vivos na Zona Eco-
n?mica Exclusiva ? ZEE ? sejam exclusivamente
pescados por navios-f?bricas.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Banco de imagens/Arquivo da editora
Unidade 2264
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d) essa demarcação objetivou delimitar áreas de pe-
queno interesse comercial e assegurar os impostos
para todos os estados da União.
e) nessa área, o Brasil pretende exercer seus direitos
de soberania ou jurisdição para melhor salvaguar-
dar e explorar os recursos naturais nela existentes.
8. SE (Unesp-SP)
O Brasil tem encontro marcado com a tragédia todos os
anos na estação chuvosa e não há força terrestre que faça
com que as autoridades e as pessoas se preparem para isso.
Neste ano, o encontro foi na antes paradisíaca região
serrana do Rio de Janeiro. Todos os anos, a natureza demonstra
com fúria que as conquistas da civilização em muitas áreas
são plantinhas frágeis que podem ser arrancadas pelas
enchentes e pelos deslizamentos das encostas.
Adaptado de: Veja, 19.01.2011.
O texto relaciona-se ao problema da destruição da
paisagem no Sudeste, frequente em regiões com do-
mínio de
a) mar de morros.
b) cuestas carbonáticas.
c) inselbergs semiáridos.
d) chapadas cristalinas.
e) coxilhas subtropicais.
9. S (Udesc) Sobre o litoral brasileiro, pode-se afirmar:
I. A Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, é uma
lagoa costeira formada por uma restinga.
II. Enseada é uma praia com aspecto côncavo.
III. A região pelágica é o relevo submarino propriamen-
te dito, onde se encontram depressões e monta-
nhas tectônicas vulcânicas.
IV. Recife é uma barreira de origem biológica ou are-
nosa próxima à praia, diminuindo ou mesmo blo-
queando a ação das ondas.
V. Barra é uma saída para o mar aberto.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
10. NE (UFRN) O Rio Grande do Norte apresenta um ele-
vado potencial turístico, principalmente em decorrên-
cia das belezas de sua paisagem litorânea, destacan-
do-se algumas formas do relevo cuja configuração
está associada a processos erosivos desencadeados
pela ação de diferentes agentes.
Observe a figura a seguir.
Dispon?vel em: <www.viagem.uol.com.br/ultnot/2011/08/29/
nisia-floresta-tem-historiagastronomia-e-belezanaturais.
jhtm>. Acesso em: 29 ago. 2015.
Considerando os elementos da paisagem litorânea
expostos na figura, pode-se afirmar que esta corres-
ponde a uma
a) falésia, constituída pela deposição de areia parale-
lamente à costa, em decorrência da erosão eólica.
b) restinga, formada pela consolidação da areia de
antigas praias, em decorrência da erosão marinha.
c) falésia, formada a partir de processos de erosão
marinha, que originam paredões escarpados.
d) restinga, constituída a partir de processos de erosão
eólica, que formam costas íngremes.
11. NE (UFPE) Dois pesquisadores estavam realizando um
trabalho de campo com finalidades voltadas ao meio
ambiente e se defrontaram com a paisagem mostrada
a seguir. Examine-a atentamente.
Fonte: <www.google.com.br/imgres?>
Douglas Galindo/Arquivo da editora
Reprodução/FUVEST 2011
265Geografia física e meio ambiente
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atenção!
Não escreva no seu livro!
Com relação às características observadas pelos pes-
quisadores, é correto afirmar que:
o espaço natural está sendo usado pelo homem,
para atender às suas necessidades de maneira ecos-
sustentável e correta, portanto.
o plantio realizado na área está correto, pois se mos-
tra realizado no sistema de plantio em curvas de nível.
os processos erosivos demonstram, de maneira
inequívoca, que o uso dos solos está sendo realiza-
do de maneira condenável, do ponto de vista técni-
co-científico.
a erosão linear, que se observa na área discretamen-
te colinosa, reflete, sobretudo, a existência local de
rochas ígneas mais frágeis, que são vulneráveis ao
intemperismo físico.
está dominando, na paisagem, um tipo de erosão,
comum em ambientes onde a cobertura vegetal foi
retirada, denominado “erosão em sulcos”; a acele-
ração dessa modalidade erosiva pode gerar o voço-
rocamento no solo.
12. SE (Unicamp-SP) Solo é a camada superior da super-
fície terrestre, onde se fixam as plantas, que depen-
dem de seu suporte físico, água e nutrientes. Um
perfil de solo é representado na figura abaixo. Sobre
o perfil apresentado é correto afirmar que:
Horizonte ou
Camada O
Horizonte B
Horizonte A
Horizonte C
Rocha não
alterada
Luís Moura/Arquivo da editora
a) O horizonte (ou camada) O corresponde ao acúmu-
lo de material orgânico que é gradualmente decom-
posto e incorporado aos horizontes inferiores, acu-
mulando-se nos horizontes B e C.
b) O horizonte A apresenta muitos minerais não alte-
rados da rocha que deu origem ao solo, sendo nor-
malmente o horizonte menos fértil do perfil.
c) O horizonte C corresponde à transição entre solo e
rocha, apresentando, normalmente, em seu interior,
fragmentos da rocha não alterada.
d) O horizonte B apresenta baixo desenvolvimento do
solo, sendo um dos primeiros horizontes a se formar
e o horizonte com a menor fertilidade em relação
aos outros horizontes.
13. S (UFRGS-RS) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso)
as afirmações abaixo, referentes à constituição e à
formação dos solos.
O horizonte A de um perfil de solo é a camada mi-
neral mais próxima à superfície e caracteriza-se
pela concentração de matéria orgânica.
Os solos das regiões áridas e semiáridas, quando
comparados aos solos das regiões úmidas, comu-
mente apresentam grandes quantidades de argila
e de matéria orgânica.
Nas áreas de declividade acentuada, os solos são
mais rasos porque a alta velocidade de escoamen-
to das águas diminui a infiltração e, consequente-
mente, o intemperismo.
A acidificação dos solos é um processo que ocor-
re naturalmente na biosfera, porém os solos das
regiões tropicais são submetidos o ano inteiro a
altas temperaturas e à ação intensa das chuvas,
favorecendo a formação de solos mais ácidos.
A sequência correta, de cima para baixo, é
a) F – V – F – V.
b) V – F – V – V.
c) F – F – V – V.
d) F – V – V – F.
e) V – F – F – F.
14. SE (Unimontes-MG) Sobre os tipos de solos e suas
características, assinale a alternativa incorreta.
a) Os solos aluviais formam-se por acúmulo de sedi-
mentos e partículas, transportados a grandes dis-
tâncias pela força das águas e dos ventos.
b) O solo muito arenoso apresenta alto teor de maté-
ria orgânica e grande capacidade de retenção de
água, sendo, assim, muito fértil.
c) Os solos mais escuros são os de mais alto valor pa-
ra a agricultura, pois apresentam grande quantidade
de matéria orgânica.
d) O processo de formação do solo, a partir de uma
rocha matriz, é um processo lento e depende da
ação de elementos naturais como o clima.
15. S (Unioeste-PR) A redução dos impactos ambientais
depende de decisões e ações integradas da socie-
dade. O solo é um recurso fundamental para a prá-
tica das atividades humanas. Porém, o avanço do
desmatamento desordenado, das áreas agrícolas e
da pecuária extensiva causa sérios impactos sobre
esse recurso. Considerando essa afirmação, assina-
le a alternativa incorreta.
Unidade 2266
GGB_v1_PNLD2018_263a282_Vestibulares_U2.indd 266 5/4/16 11:41 AM

a) O desmatamento e as queimadas contribuem para
a perda da camada superficial do solo, ocasionando
a redu??o da fertilidade natural e o aumento do
estoque de carbono no solo.
b) A extin??o e a redu??o da biodiversidade, a eros?o
e o empobrecimento dos solos, o assoreamento do
leito dos rios e o rebaixamento do len?ol fre?tico
s?o consequ?ncias diretas do desmatamento.
c) Os custos das medidas mitigadoras para os impac-
tos ambientais, como a eros?o e a contamina??o
dos solos, s?o elevados e a preven??o constitui o
meio mais eficaz para combater a degrada??o dos
recursos naturais.
d) O plantio em curvas de n?vel reduz a velocidade do
escoamento superficial da ?gua da chuva e a eros?o.
e) Os pa?ses mais atingidos pelos desmatamentos
est?o localizados na faixa intertropical do globo,
como o Brasil, onde se encontra a maior concentra-
??o de florestas.
16. S (UFSC) A caracteriza??o do clima de uma regi?o de-
pende de elementos como temperatura, umidade e
press?o atmosf?rica. H? tamb?m fatores como a dis-
t?ncia de uma regi?o para o mar, correntes mar?timas,
latitude e altitude. Em ?reas de baixa altitude, o calor ?
retido por mais tempo por causa da atmosfera mais
densa. Se o ar ? rarefeito, como ocorre em ?reas de alti-
tude elevada, h? menor capacidade para manter o calor
que vem do Sol. Em rela??o ? latitude, quanto mais pr?-
xima dos polos uma regi?o estiver (latitude maior), mais
fria ela ser?, e, quanto mais pr?xima da linha do Equador
(latitude menor), mais quente ficar? a regi?o.
N
Boa Vista
Manaus
Porto Velho
Rio
Branco
Belém
Macapá
São Luís
Fortaleza
Teresina
Cuiabá
Campo
Grande
Natal
João
Pessoa
Recife
Maceió
Aracaju
Salvador
Vitória
Rio de Janeiro
São PauloCuritiba
Florianópolis
Porto Alegre
Belo
Horizonte
Goiânia
Brasília
Palmas
Equador
Tr—pico de Capric—rnio
0 705 1
410
km
Banco de imagens/Arquivo da editora
(01) Equatorial: alta amplitude t?rmica e baixa umida-
de relativa do ar, o que alimenta o regime hidro-
gr?fico regional.
(02) Semi?rido: baixa amplitude t?rmica e regime plu-
viom?trico de longa esta??o chuvosa, mesmo que
com pequena precipita??o.
(04) Subtropical: regime pluviom?trico regular duran-
te todo o ano; apresenta a mais elevada amplitu-
de t?rmica dos tipos clim?ticos brasileiros.
(08) Tropical de Altitude ou T?pico: duas esta??es bem
definidas, com ver?o chuvoso e inverno seco.
(16) Tropical Litor?neo: inverno muito frio e seco, pela a??o
da mPa, e ver?o mais ?mido, devido ? a??o da mTa.
17. SE (Fuvest-SP) Observe os mapas.
Brasil: médias climatológicas de
precipitação e de velocidade de vento
Período I
(predomínio do verão)
Período III
(predomínio do inverno)
Período II
(predomínio do outono)
Período IV
(predomínio da primavera)
Precipitação total
sazonal, mm
0 200 6001 000 1 800
Vento (50 m de altura)
velocidade média sazonal, m/s
3,5 4,5 5,57,0 9,0
0 1
580
3
160
km
Banco de imagens/Arquivo da editora
Minist?rio de Minas e Energia, 2001, Adaptado.
Sobre tipos clim?ticos brasileiros e seus respectivos
regimes termopluviom?tricos, assinale a(s) proposi-
??o(?es) correta(s).
267Geografia física e meio ambiente
GGB_v1_PNLD2018_263a282_Vestibulares_U2.indd 267 5/4/16 11:42 AM

atenção!
Não escreva no seu livro!
Os períodos do ano que oferecem as melhores condi-
ções para a produção de energia hidrelétrica no Su-
deste e energia eólica no Nordeste são aqueles em que
predominam, nessas regiões, respectivamente,
a) primavera e verão.
b) verão e outono.
c) outono e inverno.
d) verão e inverno.
e) inverno e primavera.
18. S (UFSM-RS) Observe as figuras:
Climogramas do Brasil. Adaptado de: <www.not1.xpg.com.br/
clima-e-massas-de-ar-do-brasil-mapas-e-climogramas-regioes-
brasileiras>. Acesso em: 23 jul. 2012.
30 350
JFMAMJJ
LATITUDE: 03°06’22” S
Temperatura Média (°C)
Precipitação (mm)
ASOND
300
250
200
150
10 0
50
0
28
26
24
22
20
18
16
14
12
10
CIDADE A
Precipitação (mm)
Temperatura (°C)
Allmaps/Arquivo da editora
30 250
JFMAMJJ
LATITUDE: 29°43’28” S
CIDADE B
Temperatura Média (°C)
Precipitação (mm)
ASOND
200
150
10 0
50
0
28
26
24
22
20
18
16
14
12
10
Precipitação (mm)
Temperatura (°C)
A partir dos climogramas, é correto afirmar que
I. o clima da cidade A pode ser descrito como Equa-
torial, com predomínio de chuvas convectivas.
II. as principais variações climáticas entre os meses e as
estações do ano na cidade B estão ligadas à tempe-
ratura, enquanto, na cidade A, estão ligadas às chuvas.
III. a cidade B está localizada em latitudes extratropi-
cais, o que explica a regularidade das chuvas ao
longo dos meses do ano.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas I e III.
d) apenas II e III.
e) I, II e III.
19. N (UFPA) Os gráficos apresentados foram elaborados
pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e
representam as diferentes situações climáticas em
duas capitais brasileiras, Belém (PA) e Teresina (PI).
Considerando o conhecimento acerca desse assunto
e interpretando as informações apresentadas, indique
qual das alternativas corresponde à análise correta
sobre os gráficos.
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) –
Gráficos das normais climatológicas
450
Jan Fev Mar Abr Maio Jun
Temperatura
Precipitação
BelŽm
Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
400
350
300
250
200
150
10 0
50
0
Belém - 1961 a 1990 - Temp. Média (graus Celsius)
Belém - 1961 a 1990 - Precipitação (mm)
Jan Fev Mar Abr Maio Jun
Temperatura
Precipitação
Teresina
Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
300
250
200
150
100
50
0
Teresina - 1961 a 1990 - Temp. Média (graus Celsius)
Teresina - 1961 a 1990 - Precipitação (mm)
Allmaps/Arquivo da editora
a) As cidades de Belém e Teresina encontram-se em
mesma longitude, portanto não apresentam dife-
renças significativas nos valores de temperatura
durante o ano.
b) Mesmo localizadas na zona intertropical, as duas
cidades analisadas apresentam comportamento
diferenciado quanto ao regime das chuvas, uma vez
que a estação climática do inverno de Teresina é
mais seca que a de Belém.
c) A altitude é um fator determinante nos valores de
precipitação; isso explica a redução da quantidade
de chuvas entre os meses de junho a outubro nas
duas cidades analisadas, localizadas na região cos-
teira do país.
Unidade 2268
GGB_v1_PNLD2018_263a282_Vestibulares_U2.indd 268 5/4/16 11:42 AM

d) Constata-se nos gr?ficos que a amplitude t?rmica
anual para Bel?m e Teresina ? grande em virtude
da proximidade ao equador.
e) Na esta??o clim?tica do ver?o, tanto para Bel?m
como para Teresina, observam-se temperaturas
mais elevadas e baixo n?vel de precipita??o.
20. NE (UFRN) Nas cidades de Macei?, Salvador e Recife,
principalmente no m?s de julho, ? comum a ocorr?n-
cia de chuvas que provocam grandes enchentes. S?o
as chamadas ?chuvas de inverno?, que atingem o li-
toral oriental do Nordeste.
Levando-se em considera??o a din?mica das massas
de ar no Brasil, pode-se afirmar que essas chuvas s?o
provocadas pelo encontro da
a) massa Polar atl?ntica (mPa), fria e ?mida, com a
massa Tropical atl?ntica (mTa), quente e ?mida.
b) massa Equatorial continental (mEc), quente e seca,
com a massa Tropical atl?ntica (mTa), quente e
?mida.
c) massa Equatorial continental (mEc), quente e ?mi-
da, com a massa Tropical continental (mTc), quente
e seca.
d) massa Polar atl?ntica (mPa), fria e ?mida, com a
massa Tropical continental (mTc), quente e ?mida.
21. S (UFPR) A urbaniza??o ? um processo que apresentou
consider?vel intensifica??o com o advento da Revo-
lu??o Industrial. Desde ent?o, as cidades passaram a
concentrar cada vez mais pessoas, atividades e mer-
cadorias, produzindo importantes altera??es na na-
tureza local. O clima urbano atesta um aspecto dessas
altera??es, fato evidenciado de maneira clara na po-
lui??o do ar das grandes cidades.
Quanto ? polui??o do ar nas grandes cidades, ? incor-
reto afirmar:
a) A polui??o atmosf?rica urbana pode ser tanto de
origem natural quanto decorrente das atividades
humanas.
b) A ocorr?ncia de chuvas ?cidas nas cidades est? re-
lacionada, principalmente, ? concentra??o de po-
luentes na atmosfera local.
c) A polui??o atmosf?rica ? composta de gases e ma-
terial particulado e, quando intensa e associada a
nevoeiro, d? origem ao smog.
d) Na esta??o de inverno, quando o ar torna-se mais
pesado devido ?s baixas temperaturas, a atmosfe-
ra tende a concentrar poluentes.
e) A concentra??o e dispers?o de poluentes na atmos-
fera, ao longo do ano, se mant?m constante, pois
os gases e os materiais particulados s?o imunes ?s
condi??es t?rmicas do ar.
22. N (Uepa) O crescimento econ?mico no mundo ? res-
pons?vel por transforma??es no espa?o geogr?fico
e ? gerador de fortes impactos ambientais. A respei-
to desses impactos, ? correto afirmar que:
a) a concentra??o de ind?strias na China movidas a
carv?o mineral e petr?leo e a emiss?o de g?s car-
b?nico liberado pelos ve?culos s?o respons?veis
pelas emiss?es de milh?es de toneladas de gases
poluentes na atmosfera.
b) em grande parte das cidades do mundo a urbani-
za??o e a impermeabiliza??o dos solos reduzem as
cheias fluviais e preservam a qualidade das ?guas
evitando assim a contamina??o dos rios.
c) o crescimento r?pido e desordenado das cidades no
mundo contribui para o aumento da polui??o at-
mosf?rica e, ao mesmo tempo, melhora o acesso ?
?gua de qualidade ?s popula??es de baixa renda.
d) o aumento anormal do CO
2
liberado pelas ind?s-
trias, ve?culos e desmatamento reduz o efeito estu-
fa e contribui para n?veis menores de aquecimento
global no planeta.
e) a grande concentra??o de pessoas e os incentivos
governamentais para a amplia??o de atividades
produtivas agr?colas e industriais, ao longo dos rios,
t?m contribu?do para a redu??o da polui??o dos
recursos h?dricos no planeta.
23. SE (Fuvest-SP)
Dispon?vel em: <www.cetesb.sp.gov.br>. Acesso em: 20 jun. 2009.
10
Altura (km)
Temperatura–15 0+15
8
6
4
2
10
Altura (km)
Temperatura–15 0+15
8
6
4
2
Figura 2
Figura 1
269Geografia física e meio ambiente
GGB_v1_PNLD2018_263a282_Vestibulares_U2.indd 269 5/4/16 11:42 AM

atenção!
Não escreva no seu livro!
Em algumas cidades, pode-se observar no horizonte, em
certos dias, a olho nu, uma camada de cor marrom. Essa
condição afeta a saúde, principalmente, de crianças e de
idosos, provocando, entre outras, doenças respiratórias e
cardiovasculares.
Dispon?vel em: <http://tempoagora.uol.com.br/noticias>.
Acesso em: 20 jun. 2009. Adaptado.
As figuras e o texto anteriores referem-se a um proces-
so de formação de um fenômeno climático que ocorre,
por exemplo, na cidade de São Paulo. Trata-se de
Banco de imagens/Arquivo da editora
ROSS, J. L. S. (Org.). Geografia do Brasil. S?o Paulo: Edusp, 1998. p. 53. (Mapa do relevo). (Adaptado). SIMIELLI, M. E.
Geoatlas. 4. ed. S?o Paulo: ?tica, 1990. (Mapa das bacias hidrogr?ficas). (Adaptado).
Planaltos
1 - Planalto da Amazônia Oriental
2 - Planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba
3 - Planaltos e chapadas da bacia do Paraná
4 - Planalto e chapada dos Parecis
5 - Planaltos residuais norte-amazônicos
6 - Planaltos residuais sul-amazônicos
7 - Planaltos e serras do Atlântico leste-sudeste
8 - Planaltos e serras de Goiás-Minas
9 - Serras residuais do Alto Paraguai
10 - Planalto da Borborema
11 - Planalto Sul-Rio-Grandense
Depress?es
12 - Depressão da Amazônia Ocidental
13 - Depressão marginal norte-amazônica
14 - Depressão marginal sul-amazônica
15 - Depressão do Araguaia
16 - Depressão Cuiabana
17 - Depressão do Alto Paraguai-Guaporé
18 - Depressão do Miranda
19 - Depressão sertaneja e do São Francisco
20 - Depressão do Tocantins
21 - Depressão periférica da borda leste
da bacia do Paraná
22 - Depressão periférica Sul-Rio-Grandense
Plan?cies
23 - Planície do rio Amazonas
24 - Planície do rio Araguaia
25 - Planície e pantanal do rio Guaporé
26 - Planície e pantanal mato-grossense
27 - Planície das lagoas dos Patos e Mirim
28 - Planícies e tabuleiros litorâneos
OCEANO
ATLÂNTICO
5
5
5
1
1
13
12
17 16
15
BACIA AMAZÔNICA
Bacias Hidrogr?&#6684777;cas
BACIAS DO
NORDESTE
BACIA DO
LESTE
BACIAS DO
SUDESTE
E SUL
BACIA PLATINA
14
12
12
6
6
9
6
23
25
24
4
20
26
10
19
28
28
18
21
11
22
27
3
9
8
7
2
2 2
BACIA DO SÃO
FRANCISCO
N
0 480 960
km
Classificação do relevo brasileiro
Os mapas apresentados destacam as unidades de re-
levo e as bacias hidrográficas do território brasileiro.
A comparação entre a localização geográfica dessas
unidades e a rede hidrográfica revela que a bacia hi-
drográfica do Paraguai, no Brasil, possui a maior parte
de sua área associada ao relevo de:
a) planície, com rios navegáveis de lento escoamento
e pequeno potencial hidrelétrico, com ocorrência
de enchentes frequentes no verão.
b) depressão, com rios intermitentes e perenes, em
a) ilha de calor, caracterizada pelo aumento de tem-
peraturas na periferia da cidade.
b) zona de convergência intertropical, que provoca o
aumento da pressão atmosférica na área urbana.
c) chuva convectiva, caracterizada pela formação
de nuvens de poluentes que provocam danos am-
bientais.
d) inversão térmica, que provoca concentração de po
-
luentes na baixa camada da atmosfera.
e) ventos alísios de sudeste, que provocam o súbito
aumento da umidade relativa do ar.
parte navegáveis, com nível muito baixo na estação
seca.
c) planície, com rios perenes, navegáveis em grande
parte, com elevado potencial hidrelétrico e desem-
bocadura em região litorânea.
d) planalto, com rios em parte navegáveis, com gran-
des desníveis de altitude e elevado aproveitamento
hidrelétrico.
e) depressão, com rios parcialmente navegáveis e de
elevado potencial hidrelétrico, com desembocadu-
ra em região litorânea.
24. CO (UFG-GO) Analise os mapas a seguir.
Unidade 2270
GGB_v1_PNLD2018_263a282_Vestibulares_U2.indd 270 5/4/16 11:42 AM

25. NE (UFPB) As águas subterrâneas são importantes
reservatórios encontrados abaixo da superfície ter-
restre, em rochas porosas e permeáveis. Esses reser-
vatórios, denominados de aquíferos, encontram-se
em diferentes profundidades e sua exploração vem
aumentando consideravelmente nos últimos anos.
Considerando o exposto e a literatura sobre as águas
subterrâneas, é correto afirmar:
a) As águas subterrâneas são sempre potáveis e livres
de qualquer tipo de contaminação oriunda da su-
perfície.
b) O uso excessivo da água subterrânea na agricultura
pode elevar o nível do aquífero e comprometer a
fertilidade do solo.
c) Os aquíferos podem ser explorados, sem a neces-
sidade de autorização do órgão competente, por
qualquer cidadão, desde que seja o proprietário do
terreno.
d) O rompimento de tanques de combustíveis e de
fossas residenciais é incapaz de contaminar os aquí-
feros, pois a profundidade impede o contato desses
contaminantes.
e) As atividades agrícolas desenvolvidas na superfície,
como a adubação excessiva e o uso de agrotóxicos,
podem contaminar os aquíferos.
26. S (UFRGS-RS) O Brasil é um país com grande dispo-
nibilidade de recursos hídricos, mas enfrenta o
problema de escassez de água potável em alguns
lugares.
A esse respeito, considere as seguintes afirmações.
I. As regiões Sul e Sudeste concentram o maior po-
tencial hídrico e o maior contingente populacional
do país.
II. A região Nordeste possui o menor potencial hídrico
do país e o segundo maior contingente populacional
entre as demais regiões do Brasil.
III. A impermeabilização do solo urbano e a manuten-
ção dos índices de crescimento populacional, nas
grandes cidades brasileiras, garantem a disponibi-
lidade de água potável.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
27. SE (Vunesp-SP) Para o geógrafo Aziz Nacib Ab’Sáber, o
domínio morfoclimático e fitogeográfico pode ser en-
tendido como um conjunto espacial extenso, com coe-
rente grupo de feições do relevo, tipos de solo, formas
de vegetação e condições climático-hidrológicas.
Amazônico
Caatingas
Cerrado
Araucária
Mares de Morros
Pradarias
Faixas de transição
N
0 610 1
220
km
Domínios morfoclimáticos brasileiros:
áreas nucleares, 1965
Adaptado de: AB?S?BER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil, 2003.
Banco de imagens/Arquivo da editora
São características do domínio morfoclimático dos
Mares de Morros:
a) relevo com morros residuais; solos litólicos; vege-
tação formada por cactáceas, bromeliáceas e árvo
-
res; clima semiárido.
b) relevo com topografia mamelonar; solos latossóli-
cos; floresta latifoliada tropical; climas tropical e
subtropical úmido.
c) relevo de chapadas e extensos chapadões; solos
latossólicos; vegetação com arbustos de troncos e
galhos retorcidos; clima tropical.
d) relevo de planaltos ondulados; manchas de terra
roxa; vegetação de pinhais altos, esguios e impo-
nentes; clima temperado úmido de altitude.
e) relevo baixo com suaves ondulações; terrenos ba-
sálticos; vegetação herbácea; clima subtropical.
28. NE (UFPE) Leia o texto transcrito a seguir.
As riquezas naturais do Brasil s?o legend?rias. O pa?s tem
o maior bioma de floresta ?mida do mundo, a Amaz?nia,
que cont?m de longe a maior parcela das florestas ?midas
remanescentes. A Amaz?nia Legal cobre cerca de 60% do
territ?rio brasileiro e abriga 21 milh?es de habitantes, 12%
da popula??o total, dos quais 70% vivem em cidades e
vilarejos. O Brasil tamb?m tem o maior manancial de ?gua
doce do mundo, e a regi?o amaz?nica sozinha responde por
quase um quinto das reservas mundiais. O uso sustent?vel
dessas enormes riquezas n?o apenas garantiria os recursos
para o futuro, como poderia ser tamb?m uma fonte de maior
equidade e redu??o de pobreza, uma vez que os recursos
271Geografia física e meio ambiente
GGB_v1_PNLD2018_263a282_Vestibulares_U2.indd 271 5/4/16 11:42 AM

ATENÇÃO!
Não escreva no seu livro!
naturais representam uma propor??o muito maior dos bens
dos pobres (cerca de 80%) do que dos ricos.
BANCO MUNDIAL. Causas do Desmatamento da
Amaz?nia Brasileira. 1. ed, Bras?lia, 2003.
Acerca do tema abordado no texto, analise as propo-
si??es abaixo.
A floresta latifoliada perenif?lia observada em am-
plos setores da Amaz?nia brasileira, um dos ricos
biomas brasileiros, ? heter?clita e reflete condi??es
atmosf?ricas (temperatura, umidade e precipita-
??o) reinantes no ambiente bioclim?tico equatorial.
Do ponto de vista social, ? correto dizer que os be-
nef?cios privados da pecu?ria em larga escala na
Amaz?nia s?o distribu?dos de forma excludente,
pouco colaborando, assim, para reduzir a desigual-
dade econ?mica e social da regi?o.
As evid?ncias geoecol?gicas dispon?veis indicam
que, na Amaz?nia, os custos dos desmatamentos,
do ponto de vista ambiental, s?o significativos, su-
perando, inclusive, os benef?cios privados da pecu?-
ria, especialmente no tocante ao patrim?nio gen?-
tico e ambiental.
O cultivo da soja vem-se expandindo, consideravel-
mente, no bioma Cerrado, provocando uma press?o
? expans?o da fronteira agr?cola para as regi?es
florestadas amaz?nicas.
Apesar da intensa press?o antr?pica sobre o espa?o
florestal amaz?nico, a exist?ncia local do processo
de lixivia??o dos solos, que os enriquece em f?sforo
e mat?ria org?nica, pode ser um fator fundamental
para colaborar no reflorestamento da regi?o.
29. S (UEPG-PR) Com rela??o ?s principais forma??es ve
-
getais brasileiras e problemas ambientais nas suas
?reas de abrang?ncia, assinale o que for correto.
01) A vegeta??o do Pantanal mato-grossense ? varia-
da, possuindo ?reas de florestas, Cerrado, campos
e grande quantidade de plantas aqu?ticas, e essa
? uma regi?o livre de problemas ambientais, uma
vez que ali n?o se desenvolvem atividades agro-
pecu?rias, de explora??o de minerais e de ativi-
dades ilegais de ca?a e pesca.
02) Entre os principais problemas que afetam regi?es
da Mata Atl?ntica destacam-se a especula??o
imobili?ria, desmatamentos, ca?a e pesca preda-
t?rias, queimadas e polui??o industrial.
04) No Cerrado brasileiro a vegeta??o ? composta
predominantemente de arbustos e pequenas ?r-
vores retorcidas e de folhas grossas, al?m de es-
p?cies rasteiras e, em consequ?ncia dos avan?os
da agricultura e pecu?ria na regi?o, a sua ?rea
original de abrang?ncia est? bastante reduzida.
08) A floresta Amaz?nica, a maior floresta pluvial do
planeta, que se estende por mais de quatro mi-
lh?es de quil?metros quadrados em terras bra-
sileiras, continua sendo destru?da pela extra??o
de ?rvores para com?rcio e, por meio de queima-
das, para abertura de espa?os para a agricultura
e pecu?ria.
30. NE (Uece)
Cabe ressaltar que a compreens?o das rela??es
sociedade/natureza e da quest?o ambiental passa
tamb?m pelo conhecimento do processo de produ??o do
espa?o, j? que a devasta??o do planeta pela t?cnica leva o
homem a pensar na produ??o do espa?o pela t?cnica.
BERNARDES, J?lia Ad?o; FERREIRA, Francisco Pontes de Miranda. Sociedade
Natureza. p. 17-42. apud. A Quest?o Ambiental. CUNHA, Sandra Baptista da;
GUERRA, Antonio Jos? Teixeira (Org.). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
A partir da an?lise do excerto ? correto afirmar que
a) os desdobramentos da discuss?o da quest?o am-
biental geraram profundas modifica??es na estru-
tura da atual sociedade global com a garantia da
sustentabilidade das bases ecol?gicas.
b) ainda ? necess?rio o amadurecimento do discurso
ambiental global, principalmente para que as a??es
democr?ticas globais e internas, dos pa?ses, possam
realmente promover a correta gest?o dos recursos
naturais e o equil?brio na conviv?ncia do homem
com a natureza.
c) a industrializa??o promoveu o desenvolvimento e
a independ?ncia social e econ?mica dos pa?ses de-
senvolvidos e em desenvolvimento no s?culo XX.
d) nos dias atuais, o uso racional dos recursos natu-
rais, o pre?o e o valor de troca dos servi?os, bens
e mercadorias n?o constituem nenhuma forma de
antagonismo na an?lise da produ??o espacial.
31. N (UFPA)
? o uso do territ?rio, e n?o o territ?rio em si mesmo, o
que faz dele o objeto da an?lise social [.] O que ele tem de
permanente ? ser nosso quadro de vida. Seu entendimento
?, pois, fundamental para afastar o risco da aliena??o, o
risco de perda do sentido da exist?ncia individual e
coletiva, o risco de ren?ncia ao futuro.
SANTOS, Milton. O retorno do territ?rio. In: Da totalidade ao lugar.
S?o Paulo: Edusp, 2005. p. 138. Adaptado.
Os usos do territ?rio na Amaz?nia s?o marcados por
conflitos que envolvem v?rios sujeitos e inten??es com
vistas a estabelecer seus interesses. Os conflitos ocor-
rem tanto no interior das pol?ticas do governo federal
para a regi?o quanto nos setores econ?micos; envol-
vem ainda as chamadas popula??es tradicionais que
Unidade 2272
GGB_v1_PNLD2018_263a282_Vestibulares_U2.indd 272 5/4/16 11:42 AM

s?o afetadas pelas a??es pol?ticas e econ?micas. Nes-
te sentido, ? correto afirmar:
a) No interior das a??es pol?ticas do governo federal
para Amaz?nia, temos a proposta ambientalista do
Programa de Acelera??o do Crescimento, cujo vetor
principal s?o as obras de infraestrutura energ?tica
e vi?ria, como, por exemplo, a constru??o do com-
plexo hidroel?trico de Belo Monte e o asfaltamento
da BR-163.
b) As propostas desenvolvimentistas do governo fe-
deral para a regi?o, sintetizadas no Plano Amaz?nia
Sustent?vel, conjunto de proposi??es estruturadas
no desenvolvimento sustent?vel, na biodiversidade,
na sociodiversidade e no respeito ?s popula??es
tradicionais, que objetivam a constru??o da econo-
mia sustent?vel, encontram maiores dificuldades
para serem executadas.
c) A regi?o do Baixo Amazonas ? marcada por acordos
de conviv?ncia que envolvem empresas minerado-
ras, madeireiros, pecuaristas e popula??es tradicio-
nais, sobretudo ribeirinhas e quilombolas, acerca
dos usos dos recursos naturais: florestas, ?gua,
solo e subsolo.
d) Os acordos entre institui??es estatais, empres?rios
e popula??es tradicionais foram fundamentais pa-
ra demarca??o de parques nacionais, reservas bio-
l?gicas, esta??es ecol?gicas, ?reas de particular
interesse ecol?gico, reservas extrativistas, florestas
nacionais, terras ind?genas. Permitiram, assim, que
os conflitos por recursos naturais tenham pratica-
mente sido eliminados da din?mica regional da
Amaz?nia.
e) A a??o unificada e harmoniosa do Incra, Ibama e
Sudam cont?m o desmatamento, protege as uni-
dades de conserva??o, amplia o n?mero de assen-
tamentos e titula??es de ?reas quilombolas, bem
como garante extensas ?reas para as monoculturas
e pecu?ria.
32. SE (Unicamp-SP) Rocha ? um agregado natural com-
posto por um ou v?rios minerais e, em alguns casos,
resulta da acumula??o de materiais org?nicos. As
rochas s?o classificadas como ?gneas, metam?rficas
ou sedimentares.
a) Quais s?o os processos de forma??o das rochas
metam?rficas?
b) A Regi?o Sul do Brasil destaca-se na produ??o de
carv?o mineral, que ? extra?do de rochas sedimen-
tares do Per?odo Carbon?fero. Que condi??es am-
Quest›es
bientais permitiram a acumula??o desse material
org?nico e que processos levaram ? posterior
forma??o do carv?o mineral?
33. SE (Unicamp-SP)
Em 1883, a violenta erup??o do vulc?o indon?sio de
Krakatoa riscou do mapa a ilha que o abrigava e deixou em
seu rastro 36 mil mortos e uma cratera aberta no fundo do
mar. Os efeitos da explos?o foram sentidos at? na Fran?a;
bar?metros em Bogot? e Washington enlouqueceram;
corpos foram dar na costa da ?frica; o estouro foi ouvido
na Austr?lia e na ?ndia.
(S. Winchester, Krakatoa ? o dia em que o mundo explodiu.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2003, contracapa.)
a) Por que no sudeste da ?sia, onde se localiza a In-
don?sia, h? ocorr?ncia de vulc?es? Por que as en-
costas de vulc?es normalmente s?o densamente
povoadas?
b) Por que a atividade vulc?nica deste tipo de vulc?o
pode causar o resfriamento nas temperaturas m?-
dias em toda a Terra?
34. CO (UEG-GO) O relevo terrestre evolui em consequ?n-
cia da atua??o de processos internos e externos. Com
base nessa afirma??o, cite e explique a din?mica de
um processo (agente) interno e outro externo na mo-
delagem do relevo.
35. SE (Fuvest-SP) A eros?o dos solos ? um grave problema
ambiental e socioecon?mico. A intensidade dos pro-
cessos erosivos, por sua vez, relaciona-se a fatores
naturais e ? a??o humana.
a) Identifique e explique dois fatores que contribuem
para a eros?o dos solos, sendo um deles natural e
outro decorrente da a??o humana.
b) Identifique e explique um problema socioecon?mi-
co relacionado ? eros?o dos solos em ?reas urbanas.
36. CO (UFTM-MG)
O Centro Nacional de Pesquisa de Solos da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecu?ria (Embrapa) calculou,
em 2002, com base nas m?dias por hectare e na ?rea
ocupada pela agropecu?ria no pa?s, perdas anuais de 751,6
milh?es de toneladas de solos em lavouras e de 71,1
milh?es de toneladas em pastagens.
(Ciência Hoje, julho de 2010.)
a) Identifique o fen?meno respons?vel pela perda dos
solos.
b) Descreva-o, considerando as intera??es entre os
v?rios elementos (inclusive humanos) que com-
p?em o meio ambiente.
273Geografia física e meio ambiente
GGB_v1_PNLD2018_263a282_Vestibulares_U2.indd 273 5/4/16 11:42 AM

ATENÇÃO!
Não escreva no seu livro!
37. SE (Unesp-SP) No mapa, est?o tra?ados os cortes 1?2 e 3?4.
Indique o corte que identifica o perfil topogr?fico representado e mencione tr?s caracter?sticas geogr?ficas
encontradas ao longo desse perfil.
Correntes marinhas C = Corrente CC = Contracorrente N = Norte S = Sul
C. Agulhas
C. C. EquatorialC. C. Equatorial
C. Pac?fico N.
C. Equatorial S.
C. C. Equatorial
C. S. Equatorial
C. S. Equatorial
C. Peru
C. N. Equatorial
C. Circumpolar Ant?rtica
C. Brasil
C. Falkland
C. N
. E
q u a
t
orial
C
. N
orte Equ
a
t o r i
al
C. K
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o
C
. O y a
s
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C. Circumpolar Ant?rtica
C
. N. Equato
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l
C
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a

C
a
l
i
f
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r
n
i
a
C
. F
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id
a
C. Alasca C. Labrador
Leste da
Groenl?ndia
C
. G
u
lf
s
t
r
eam
C
. A
tl?
n
tic
o
d
o
N
orte
Adaptado de: TEIXEIRA, Wilson. Decifrando a Terra, 2009.
38. SE (Unesp-SP) No mapa est?o indicadas as principais correntes mar?timas.
Explique a influ?ncia da Corrente do Golfo no Atl?ntico Norte sobre a Europa Ocidental, e destaque os motivos das
cidades de Londres e Paris terem invernos mais amenos do que Montreal e Nova Iorque.
SO
Sa. dos Caiapós
Sa. de Sta. Marta
Sa. dos Pirineus
Brasília
Sa. Geralde Goiás Sa. do Espinhaço
Sa. Geral
Perfil topogr?fico
m
1 500
4 000 3 500
Exagertical: 200 v
Rio Paraguai
Rio São Francisco
Rio de Contas
Ba. de Todos-os-Santos
3 000 2 500 2 000 1 500 1 000 500
NE
0km
1 000
500
0
m
1 500
1 000
500
0
IBGE. Atlas geográfico escolar, 2009. Adaptado.
1
3
2
4
Altitudes
1 800 m
1 200 m
800 m
500 m
200 m
100 m
0 m
terreno sujeito
a inundação
rios permanentes
rios temporários
0 640 km
Banco de imagens/Arquivo da editora
Banco de imagens/Arquivo da editora
Unidade 2274
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39. SE (Unifesp -SP) Clima corresponde à sequência cícli-
ca das variações das condições atmosféricas, no de-
correr do ano. É essa sequência que nos permite afir-
mar o tipo climático de alguma região. Por influência
de alguns fatores, o clima não é o mesmo em todo o
planeta.
a) Quais são os elementos que compõem o clima?
b) Quais os principais fatores modificadores do clima?
40. SE (Unicamp-SP) O El Niño é um fenômeno
atmosférico-oceânico que ocorre no oceano
Pacífico Tropical, e que pode afetar o clima re-
gional e global, porque altera padrões de vento
em nível mundial. Desse modo, afeta regimes de
chuva em regiões tropicais e de latitudes médias.
Com o auxílio da figura a seguir, responda às
questões:
A partir das informações apresentadas, responda às
questões a seguir.
a) Qual o nome do problema ambiental representado
na figura?
b) Explique os fatores que justificam o aumento da
temperatura na área urbana e sua diminuição na
área rural.
c) Indique duas alternativas ambientalmente corretas
que podem ser implementadas nas cidades para
minimizar, ou até mesmo, solucionar o aumento da
temperatura.
42. S (UFPR) A bacia hidrográfica como unidade de aná-
lise ambiental tem ganhado destaque, o que pode
ser exemplificado com o caso do Brasil, onde, nas
últimas décadas, ela tem sido considerada um im-
portante recorte espacial para o planejamento e
para diagnósticos ambientais. Explique o que é uma
bacia hidrográfica, apresentando os elementos que
a compõem, e justifique por que ela é utilizada como
recorte espacial para diagnósticos ambientais.
43. SE (Unicamp-SP) Observe abaixo a figura de duas
vertentes, uma em condições naturais (A) e outra
urbanizada (B), e responda às questões.
Oceano Pac?fico
Peru
Chile
Equador
0 0,5 1 1,5 2 3
Graus
Celsius
a) O que acontece com a temperatura das águas
do Oceano Pacífico quando ocorre o El Niño?
Qual a razão para esse fenômeno ser denomi-
nado El Niño?
b) Nos anos em que esse fenômeno ocorre, qual
a consequência para a atividade pesqueira do
Peru? Qual a alteração do tempo no Nordeste
Brasileiro?
41. SE (UFU-MG) As cidades são aglomerados humanos
que surgem, crescem e se desenvolvem de acordo
com uma dinâmica espacial definida por circunstân-
cias históricas, socioeconômicas e ambientais. O
processo de industrialização e a urbanização têm
provocado o crescimento acelerado das cidades, bem
como profundas alterações em sua superfície e em
suas formas horizontais e verticais, o que resulta,
quase sempre, em fontes adicionais de calor, sobre-
tudo nas grandes cidades.
Área
rural
Área
ruralParque
Área
suburbana
residencial
Área
suburbana
residencial
Área
comercial
Área
urbana
residencial
Centro
urbano
°C
28°
27°
26°
25°
Adaptado de Clinton Foundation, 2010
Allmaps/Arquivo da editora
Allmaps/Arquivo da editora
Divisor de águas
A
B
Divisor de águas
Lençol freático
Rio
Rio
Lençol freático
Adaptado de: <http://enos.cptec.inpe.br>.
Banco de imagens/Arquivo da editora
275Geografia física e meio ambiente
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Geografia física e meio ambienteUnidade 2276
atenção!
Não escreva no seu livro!
a) Como a ?gua de precipita??o pode chegar aos rios?
b) A vertente B ? densamente urbanizada. Que alte-
ra??es na din?mica da ?gua ser?o observadas nes-
sa vertente e no rio?
44. NE (UFC-CE) A cobertura vegetal ? influenciada pelo
clima. Assim, os grandes conjuntos vegetacionais se
espacializam, principalmente de acordo com o tipo
clim?tico dominante. A partir do tema, responda o
que se pede a seguir.
a) Mencione duas caracter?sticas das florestas equa-
toriais.
b) Cite uma caracter?stica fision?mica da vegeta??o
da caatinga.
c) Cite dois elementos do clima que favorecem a
maior riqueza de diversidade de esp?cies vegetais.
d) Mencione uma consequ?ncia negativa do desma-
tamento das florestas associada aos solos e ? ?gua.
45. CO (UFG-GO) Analise o mapa e leia o texto apresen-
tados a seguir.
–80º –75º –65º –55º –45º –35º

–5º
–15º
–25º
–35º
–10º
–20º
–30º
–40º

–70º –60º –50º –40º
Foco de calor
Legenda:
0 770 1
540
km
CPTEC/INPE. Dispon?vel em: <pirandira.cptec.inpe.br/
queimadas. Acesso em: 22 mar. 2012. (Adaptado.)
Banco de imagens/Arquivo da editora
Atualmente, a Cartografia pode contar com valiosos recur-
sos […], que além de facilitar as atividades cartográficas, tam-
bém possibilitam a rápida disponibilização das informações
coletadas, assim como a sua mais eficiente atualização.
IBGE. Dispon?vel em: <www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/
apresentacoes/historia.sfw>. Acesso em: 22 mar. 2012.
As queimadas, apesar dos impactos ambientais que
provocam, ainda constituem uma das formas utiliza-
das para a limpeza do solo na implanta??o de ativida-
des econ?micas. No mapa est?o representados pon-
tualmente focos de calor associados a queimadas no
Brasil, possibilitando a verifica??o de sua espacializa-
??o, concentra??o e monitoramento. Considerando-se
o mapa e o texto apresentados,
a) indique um recurso cartogr?fico que pode ser uti-
lizado para o monitoramento de queimadas no
Brasil e qual a vantagem do seu uso para esse tipo
de monitoramento;
b) identifique as regi?es das unidades da federa??o,
correspondentes ?s ?reas com concentra??o de fo-
cos de calor associados a queimadas, localizadas
entre as latitudes 5? e 15? sul e as longitudes 45? e
50? oeste;
c) identifique um tipo de atividade econ?mica desen-
volvida entre as latitudes 5? e 15? sul e as longitudes
45? e 50? oeste, que contribui para a concentra??o
de queimadas.
46. S (UFPR) O termo sustentabilidade ambiental tem
ganhado express?o nos meios empresariais, pol?ti-
cos, acad?micos e na sociedade de modo geral. De-
fina o termo e justifique o porqu? da sua emerg?ncia,
bem como os impasses que se colocam ao avan?o
dessa tem?tica.
47. S (Udesc) A c?pula mundial sobre Desenvolvimen-
to Sustent?vel, realizada em 2002, na ?frica do Sul,
tamb?m denominada RIO+10 (dez anos depois do
evento Rio 92, que originou o documento agenda
21), contou com a participa??o de 189 pa?ses, que
avaliaram os avan?os e as dificuldades em torno
das quest?es sociais, econ?micas e ambientais do
planeta de acordo com as metas e os compromis-
sos da agenda 21. Por?m essa c?pula estabeleceu
que um desses compromissos ? essencial e prev?
atingir, at? 2015, 50% das pessoas sem acesso aos
seus benef?cios.
Comente o objetivo e o compromisso da agenda 21 e
a que acesso se refere.
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atenção!
Não escreva no seu livro!Caiu no Enem
1. Suponha que o universo tenha 15 bilh?es de anos de
idade e que toda a sua hist?ria seja distribu?da ao lon-
go de 1 ano ? o calend?rio c?smico ? de modo que
cada segundo corresponda a 475 anos reais e, assim,
24 dias do calend?rio c?smico equivaleriam a cerca de
1 bilh?o de anos reais. Suponha, ainda, que o universo
comece em 1
o
de janeiro a zero hora no calend?rio c?s-
mico e o tempo presente esteja em 31 de dezembro ?s
23h59min59,99s.
A escala a seguir traz o per?odo em que ocorreram
alguns eventos importantes nesse calend?rio.
Se a arte rupestre representada fosse inserida na es-
cala, de acordo com o per?odo em que foi produzida,
ela deveria ser colocada na posi??o indicada pela seta
de n?mero
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
Allmaps/Arquivo da editora
Reprodução/Enem 2010
2. As plataformas ou crátons correspondem aos terrenos mais
antigos e arrasados por muitas fases de erosão. Apresen-
tam uma grande complexidade litológica, prevalecendo as
rochas metamórficas muito antigas (Pré-Cambriano Médio
e Inferior). Também ocorrem rochas intrusivas antigas e
resíduos de rochas sedimentares. São três áreas de plata-
forma ou crátons no Brasil: a das Guianas, a Sul-Amazôni-
ca e a do São Francisco.
ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. S?o Paulo: Edusp, 1998.
As regi?es crat?nicas das Guianas e a Sul-Amaz?nica t?m
como arcabou?o geol?gico vastas extens?es de escudos
cristalinos, ricos em min?rios, que atra?ram a aten??o de
empresas nacionais e estrangeiras do setor de minera??o
e destacam-se pela sua hist?ria geol?gica por
a) apresentarem ?reas de intrus?es gran?ticas, ricas
em jazidas minerais (ferro, mangan?s).
b) corresponderem ao principal evento geol?gico do
Cenozoico no territ?rio brasileiro.
c) apresentarem ?reas arrasadas pela eros?o, que ori-
ginaram a maior plan?cie do pa?s.
d) possu?rem em sua extens?o terrenos cristalinos
ricos em reservas de petr?leo e g?s natural.
e) serem esculpidas pela a??o do intemperismo f?sico,
decorrente da varia??o de temperatura.
3.
Na imagem, visualiza-se um m?todo de cultivo e as
transforma??es provocadas no espa?o geogr?fico.
O objetivo imediato da t?cnica agr?cola utilizada ?
a) controlar a eros?o laminar.
b) preservar as nascentes fluviais.
c) diminuir a contamina??o qu?mica.
d) incentivar a produ??o transg?nica.
e) implantar a mecaniza??o intensiva.
Reprodução/ENEM, 2011
Dispon?vel em: <http://BP.blogspot.com>. Acesso em: 24 ago. 2011.
Geografia física e meio ambiente277
GGB_v1_PNLD2018_263a282_Vestibulares_U2.indd 277 5/4/16 11:42 AM

atenção!
Não escreva no seu livro!
4.
O gr?fico relaciona diversas vari?veis ao processo de
forma??o dos solos. A interpreta??o dos dados mostra
que a ?gua ? um dos importantes fatores de pedog?-
nese, pois nas ?reas
a) de clima temperado ocorrem alta pluviosidade e
grande profundidade de solos.
b) tropicais ocorre menor pluviosidade, o que se rela-
ciona com a menor profundidade das rochas inal-
teradas.
c) de latitudes em torno de 30? ocorrem as maiores
profundidades de solo, visto que h? maior umidade.
d) tropicais a profundidade do solo ? menor, o que
evidencia menor intemperismo qu?mico da ?gua
sobre as rochas.
e) de menor latitude ocorrem as maiores precipita??es,
assim como a maior profundidade dos solos.
5. Umidade relativa do ar ? o termo usado para descrever
a quantidade de vapor de ?gua contido na atmosfera.
Zona da alitização
e ferralitização
Zona da monossialitização
alitização
e ferralitização
Zona da monossialitizaçãoZona da monossialitização
Zona da alitização
e ferralitização
Zona da monossialitizaçãoZona da monossialitização
Temperatura
Precipitação
Evaporação potencial
Tundra
2 700
1 500
Precipitação/Evaporação (mm/ano)
Temperatura (°C)
300
5
15
50
Deserto e
semideserto
Zona de
podzolização
Floresta tropical
Estepe Savana
Rocha pouco
alterada
Rocha
inalterada
Savana
Zona da bissialitização
Allmaps/Arquivo da editora
Allmaps/Arquivo da editora
TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. S?o Paulo:
Nacional, 2009. (Adaptado.)
Ela ? definida pela raz?o entre o conte?do real de umi-
dade de uma parcela de ar e a quantidade de umidade
que a mesma parcela de ar pode armazenar na mesma
temperatura e press?o quando est? saturada de vapor,
isto ?, com 100% de umidade relativa. O gr?fico repre-
senta a rela??o entre a umidade relativa do ar e sua
temperatura ao longo de um per?odo de 24 horas em
um determinado local.
Considerando-se as informa??es do texto e do gr?fico,
conclui-se que
a) a insola??o ? um fator que provoca varia??o da umi-
dade relativa do ar.
b) o ar vai adquirindo maior quantidade de vapor de
?gua ? medida que se aquece.
c) a presen?a de umidade relativa do ar ? diretamen-
te proporcional ? temperatura do ar.
d) a umidade relativa do ar indica, em termos absolu-
tos, a quantidade de vapor de ?gua existente na
atmosfera.
e) a varia??o da umidade do ar se verifica no ver?o, e
n?o no inverno, quando as temperaturas permane-
cem baixas.
6.
Umidade relativa Temperatura
Temperatura (°C)
Hora do dia
Umidade relativa
80%
70%
60%
50%
024681012141618202224
–2
0
2
4
6
8
10
12
14
16

Extremamente alta
Alta
Indícios
N
Ocorrência de chuva ácida
A maior frequ?ncia na ocorr?ncia do fen?meno atmos-
f?rico apresentado na figura relaciona-se a
a) concentra??es urbano-industriais.
b) epis?dios de queimadas florestais.
c) atividades de extrativismo vegetal.
d) ?ndices de pobreza elevados.
e) climas quentes e muito ?midos.
Banco de imagens/Arquivo da editora
Dispon?vel em: <http://img15.imageshack.us>. (Adaptado.)
Unidade 2278
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7. Chuva ?cida ? o termo utilizado para designar precipi-
ta??es com valores de pH inferiores a 5,6. As principais
subst?ncias que contribuem para esse processo s?o
os ?xidos de nitrog?nio e de enxofre provenientes da
queima de combust?veis f?sseis e, tamb?m, de fontes
naturais. Os problemas causados pela chuva ?cida ul-
trapassam fronteiras pol?ticas regionais e nacionais. A
amplitude geogr?fica dos efeitos da chuva ?cida est?
relacionada principalmente com
a) a circula??o atmosf?rica e a quantidade de fontes
emissoras de ?xidos de nitrog?nio e de enxofre.
b) a quantidade de fontes emissoras de ?xidos de ni-
trog?nio e de enxofre e a rede hidrogr?fica.
c) a topografia do local das fontes emissoras de ?xidos
de nitrog?nio e de enxofre e o n?vel dos len??is
fre?ticos.
d) a quantidade de fontes emissoras de ?xidos de ni-
trog?nio e de enxofre e o n?vel dos len??is fre?ticos.
e) a rede hidrogr?fica e a circula??o atmosf?rica.
8. As florestas tropicais ?midas contribuem muito para
a manuten??o da vida no planeta, por meio do cha-
mado sequestro de carbono atmosf?rico. Resultados
de observa??es sucessivas, nas ?ltimas d?cadas, indi-
cam que a floresta amaz?nica ? capaz de absorver at?
300 milh?es de toneladas de carbono por ano. Conclui-
-se, portanto, que as florestas exercem importante
papel no controle
a) das chuvas ?cidas, que decorrem da libera??o, na
atmosfera, do di?xido de carbono resultante dos
desmatamentos por queimadas.
b) das invers?es t?rmicas, causadas pelo ac?mulo de
di?xido de carbono resultante da n?o dispers?o dos
poluentes para as regi?es mais altas da atmosfera.
c) da destrui??o da camada de oz?nio, causada pela
libera??o, na atmosfera, do di?xido de carbono con-
tido nos gases do grupo dos clorofluorcarbonos.
d) do efeito estufa provocado pelo ac?mulo de carbo-
no na atmosfera, resultante da queima de combus-
t?veis f?sseis, como carv?o mineral e petr?leo.
e) da eutrofiza??o das ?guas, decorrente da dissolu-
??o, nos rios, do excesso de di?xido de carbono
presente na atmosfera.
9. Desde a sua forma??o, h? quase 4,5 bilh?es de anos, a Ter-
ra sofreu v?rias modifica??es em seu clima, com per?odos
alternados de aquecimento e resfriamento e eleva??o ou
decr?scimo de pluviosidade, sendo algumas em escala glo-
bal e outras em n?vel menor.
ROSS, J. S. (Org.). Geografia do Brasil. S?o Paulo: Edusp, 2003. (Adaptado.)
Um dos fen?menos clim?ticos conhecidos no planeta
atualmente ? o EI Ni?o, que consiste
a) na mudan?a da din?mica da altitude e da tempe-
ratura.
b) nas temperaturas suavizadas pela proximidade com
o mar.
c) na modifica??o da a??o da temperatura em rela??o
? latitude.
d) no aquecimento das ?guas do oceano Pac?fico, que
altera o clima.
e) na interfer?ncia de fatores como press?o e a??o dos
ventos do oceano Atl?ntico.
10. O ecossistema urbano ? criado pelo homem e consome
energia produzida por ecossistemas naturais, alocando-a
segundo seus pr?prios interesses. Caracteriza-se por um
elevado consumo de energia, tanto som?tica (aquela que
chega ?s popula??es pela cadeia alimentar), quanto ex-
trassom?tica (aquela que chega pelo aproveitamento de
combust?veis), principalmente ap?s o advento da tecno-
logia de ponta. Cada vez mais aumenta o uso de energia
extrassom?tica nas cidades, o que ocasiona a produ??o de
seu subproduto, a polui??o. A polui??o urbana mais carac-
ter?stica ? a polui??o do ar.
Almanaque Brasil Socioambiental. S?o Paulo:
Instituto Socioambiental, 2008.
Os efeitos da polui??o atmosf?rica podem ser agrava-
dos pela invers?o t?rmica, processo que ocorre muito
no sul do Brasil e em S?o Paulo. Esse processo pode ser
definido como
a) processo no qual a temperatura do ar se apresenta
inversamente proporcional ? umidade relativa do
ar, ou seja, ar frio e ?mido ou ar quente e seco.
b) precipita??es de gotas d??gua (chuva ou neblina)
com elevada temperatura e carregadas com ?cidos
n?trico e sulf?rico, resultado da polui??o atmosf?rica.
c) invers?o da prote??o contra os raios ultravioleta
provenientes do Sol, a partir da camada mais fria
da atmosfera, que esquenta e amplia os raios.
d) fen?meno em que o ar fica estagnado sobre um
local por um per?odo de tempo e n?o h? forma??o
de ventos e correntes ascendentes na atmosfera.
e) fen?meno no qual os gases presentes na atmosfe-
ra permitem a passagem da luz solar, mas blo-
queiam a irradia??o do calor da Terra, impedindo-o
de voltar ao espa?o.
11. O aqu?fero Guarani, megarreservat?rio h?drico subterr?neo
da Am?rica do Sul, com 1,2 milh?o de km
2
, n?o ? o ?mar de
?gua doce? que se pensava existir. Enquanto em algumas
?reas a ?gua ? excelente, em outras, ? inacess?vel, escassa
Geografia física e meio ambiente279
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atenção!
Não escreva no seu livro!
ou n?o pot?vel. O aqu?fero pode ser dividido em quatro
grandes compartimentos. No compartimento Oeste, h?
boas condi??es estruturais que proporcionam recarga r?-
pida a partir das chuvas e as ?guas s?o, em geral, de boa
qualidade e pot?veis. J? no compartimento Norte-Alto
Uruguai, o sistema encontra-se coberto por rochas vulc?-
nicas, a profundidades que variam de 350 m a 1200 m.
Suas ?guas s?o muito antigas, datando da Era Mesozoica,
e n?o s?o pot?veis em grande parte da ?rea, com elevada
salinidade, sendo que os altos teores de fluoretos e de s?dio
causam alcaliniza??o no solo.
Scientifc American Brasil, n. 47, abr. 2006. (Adaptado.)
Bacia do
Paran?
Assun??o
Montevid?u
Buenos Aires
ARGENTINA
URUGUAI
PARAGUAI
BRASIL
Limite inde&#6684777;nido
do Sistema
Aqu?fero Guarani
Campo
Grande
S?o Paulo
Curitiba
Florian?polis
Porto Alegre
Bras?lia
A&#6684780;oramento do
Sistema Aqu?fero
Guarani
Sistema Aqu?fero
Guarani em
confinamento
N
Banco de imagens/Arquivo da editora
Em rela??o ao aqu?fero Guarani, ? correto afirmar que
a) seus dep?sitos n?o participam do ciclo da ?gua.
b) ?guas provenientes de qualquer um de seus com-
partimentos solidificam-se a 0?C.
c) ? necess?rio, para utiliza??o de seu potencial como
reservat?rio de ?gua pot?vel, conhecer detalhada-
mente o aqu?fero.
d) a ?gua ? adequada ao consumo humano direto em
grande parte da ?rea do compartimento Norte-Al-
to Uruguai.
e) o uso das ?guas do compartimento Norte-Alto Uru-
guai para irriga??o deixaria ?cido o solo.
12. Segundo a an?lise do Prof. Paulo Canedo de Magalh?es,
do Laborat?rio de Hidrologia da COPPE, UFRJ, o projeto
de transposi??o das ?guas do rio S?o Francisco envolve
uma vaz?o de ?gua modesta e n?o representa nenhum
perigo para o Velho Chico, mas pode beneficiar milh?es
de pes soas. No entanto, o sucesso do empreendimento
depender? do aprimoramento da capacidade de gest?o
das ?guas nas regi?es doadora e receptora, bem como
no exerc?cio cotidiano de operar e manter o sistema
transportador.
Embora n?o seja contestado que o refor?o h?drico po-
der? beneficiar o interior do Nordeste, um grupo de
cientistas e t?cnicos, a convite da SBPC, numa an?li-
se isenta, aponta algumas incertezas no projeto de
transposi??o das ?guas do rio S?o Francisco. Afirma
tamb?m que a ?gua por si s? n?o gera desenvolvi-
mento e ser? preciso implantar sistemas de escoa-
mento de produ??o, capacitar e educar pessoas, entre
outras a??es.
Ciência Hoje, v. 37, n. 217, jul. 2005. (Adaptado.)
Os diferentes pontos de vista sobre o megaprojeto de
transposi??o das ?guas do rio S?o Francisco quando
confrontados indicam que
a) as perspectivas de sucesso dependem integralmen-
te do desenvolvimento tecnol?gico pr?vio da regi?o
do semi?rido nordestino.
b) o desenvolvimento sustentado da regi?o receptora
com a implanta??o do megaprojeto independe de
a??es sociais j? existentes.
c) o projeto deve limitar-se ?s infraestruturas de trans-
porte de ?gua e evitar induzir ou incentivar a gest?o
participativa dos recursos h?dricos.
d) o projeto deve ir al?m do aumento de recursos h?-
dricos e remeter a um conjunto de a??es para o
desenvolvimento das regi?es afetadas.
e) as perspectivas claras de insucesso do megaprojeto
inviabilizam a sua aplica??o, apesar da necessidade
h?drica do semi?rido.
13. A urbaniza??o afeta o funcionamento do ciclo hidrol?gi-
co, pois interfere no rearranjo dos armazenamentos e na
trajet?ria das ?guas.
CHRISTOFOLETTI, A. Aplicabilidade do conhecimento geomorfol?gico
nos projetos de planejamento. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B.
(Org.). Geomorfologia: uma atualiza??o de bases e conceitos.
Rio do Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
Os efeitos da urbaniza??o sobre os corpos h?dricos
apresentados no texto resultam em
a) circula??o difusa da ?gua pela superf?cie, provoca-
da pelas edifica??es urbanas.
b) redu??o da quantidade da ?gua do rio, em virtude
do aprofundamento do seu leito.
c) altera??o do mecanismo de evapora??o, dada a
pouca profundidade do len?ol fre?tico.
Unidade 2280
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d) redução da capacidade de infiltração da água no
solo, em decorrência da sua impermeabilização.
e) assoreamento no curso superior dos rios, trecho de
maior declividade, em função do transporte e de-
posição dos sedimentos.
14. Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaus-
tiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o via-
jante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspec-
tiva das planuras francas. Ao passo que a outra o afoga;
abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na
trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as fo-
lhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estala-
dos em lanças, e desdobra-se-lhe na frente léguas e lé-
guas, imutável no aspecto desolado; árvore sem folhas,
de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados,
apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuo-
sos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortu-
ra, da flora agonizante...
CUNHA, E. Os sertões. Dispon?vel em:
<http://pt.scribd.com>. Acesso em: 2 jun. 2012.
Os elementos da paisagem descritos no texto corres-
pondem a aspectos biogeográficos presentes na
a) composição de vegetação xerófila.
b) formação de florestas latifoliadas.
c) transição para mata de grande porte.
d) adaptação à elevada salinidade.
e) homogeneização da cobertura perenifólia.
Allmaps/Arquivo da editora
Percentual de biomas protegidos por Unidades
de Conservação federais – Brasil, 2006
14
Uso sustentável Proteção integral
12
10
8
6
4
2
0
Amazônia
Caatinga
Cerrado
Pampa
Pantanal
Brasil
Mata
Atlântica
MINIST?RIO DO MEIO AMBIENTE. Cadastro Nacional
de Unidades de Conserva??o.
15.
Analisando-se os dados do gráfico apresentado, que
remetem a critérios e objetivos no estabelecimento
de Unidades de Conservação no Brasil, constata-se que
a) o equilíbrio entre Unidades de Conservação de
proteção integral e de uso sustentável já atingi-
do garante a preservação presente e futura da
Amazônia.
b) as condições de aridez e a pequena diversidade
biológica observadas na Caatinga explicam por
que a área destinada à proteção integral desse
bioma é menor que a dos demais biomas brasi-
leiros.
c) o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pampa, biomas
mais intensamente modificados pela ação hu-
mana, apresentam proporção maior de unidades
de proteção integral que de unidades de uso sus-
tentável.
d) o estabelecimento de Unidades de Conservação
deve ser incentivado para a preservação dos recur-
sos hídricos e a manutenção da biodiversidade.
e) a sustentabilidade do Pantanal é inatingível, razão
pela qual não foram criadas unidades de uso sus-
tentável nesse bioma.
16. A abertura e a pavimentação de rodovias em zonas rurais
e regiões afastadas dos centros urbanos, por um lado,
possibilita melhor acesso e maior integração entre as
comunidades, contribuindo com o desenvolvimento so-
cial e urbano de populações isoladas. Por outro lado, a
construção de rodovias pode trazer impactos indesejáveis
ao meio ambiente, visto que a abertura de estradas pode
resultar na fragmentação de hábitats, comprometendo
o fluxo gênico e as interações entre espécies silvestres,
além de prejudicar o fluxo natural de rios e riachos, pos-
sibilitar o ingresso de espécies exóticas em ambientes
naturais e aumentar a pressão antrópica sobre os ecos-
sistemas nativos.
BARBOSA, N. P. U.; FERNANDES, G. W. A destrui??o do jardim.
Scientifc American Brasil. Ano 7, n. 80, dez. 2008. (Adaptado.)
Nesse contexto, para conciliar os interesses apa-
rentemente contraditórios entre o progresso social
e urbano e a conservação do meio ambiente, seria
razoável
a) impedir a abertura e a pavimentação de rodovias
em áreas rurais e em regiões preservadas, pois a
qualidade de vida e as tecnologias encontradas
nos centros urbanos são prescindíveis às popula-
ções rurais.
b) impedir a abertura e a pavimentação de rodovias
em áreas rurais e em regiões preservadas, pro-
movendo a migração das populações rurais pa-
ra os centros urbanos, onde a qualidade de vida
é melhor.
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atenção!
Não escreva no seu livro!
c) permitir a abertura e a pavimenta??o de rodovias
apenas em ?reas rurais produtivas, haja vista que
nas demais ?reas o retorno financeiro necess?rio
para produzir uma melhoria na qualidade de vida
da regi?o n?o ? garantido.
d) permitir a abertura e a pavimenta??o de rodovias,
desde que comprovada a sua real necessidade e
ap?s a realiza??o de estudos que demonstrem ser
poss?vel contornar ou compensar seus impactos
ambientais.
e) permitir a abertura e a pavimenta??o de rodovias,
haja vista que os impactos ao meio ambiente s?o
tempor?rios e podem ser facilmente revertidos com
as tecnologias existentes para recupera??o de
?reas degradadas.
Amazônia
Central
Amazônia
Ocidental
Arco do
Povoamento
Adensado
N
Banco de imagens/Arquivo da editora
17. Em 2003, deu-se in?cio ?s discuss?es do Plano Amaz?nia Sustent?vel, que rebatiza o Arco do Desmatamento,
uma extensa faixa que vai de Rond?nia ao Maranh?o, como Arco do Povoamento Adensado, a fim de reconhecer
as demandas da popula??o que vive na regi?o. A Amaz?nia Ocidental, em contraste, ? considerada nesse plano
como uma ?rea ainda amplamente preservada, na qual se pretende encontrar alternativas para tirar mais renda
da floresta em p? do que por meio do desmatamento. O mapa apresenta as tr?s macrorregi?es e as tr?s estra-
t?gias que constam do Plano.
Estrat?gias:
I. Pavimenta??o de rodovias para levar a soja at? o
rio Amazonas, por onde ser? escoada.
II. Apoio ? produ??o de f?rmacos, extratos e couros
vegetais.
III. Orienta??o para a expans?o do plantio de soja,
atraindo os produtores para ?reas j? desmatadas
e atualmente abandonadas.
Considerando as caracter?sticas geogr?ficas da Ama-
z?nia, aplicam-se ?s macrorregi?es Amaz?nia Ociden-
tal, Amaz?nia Central e Arco do Povoamento Adensa-
do, respectivamente, as estrat?gias
a) I, II e III.
b) I, III e II.
c) III, I e II.
d) II, I e III.
e) III, II e I.
Unidade 2282
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Sugestões de leitura, filmes e sites
Sugestões de leitura, filmes e sites
◆◆A deriva dos continentes
Samuel Murgel Branco; F?bio Cardinale Branco. S?o Paulo:
Moderna, 1996. (Pol?mica).
Apresenta a forma??o e a estrutura do nosso planeta, a teoria
de Wegener, o paleomagnetismo e algumas rela??es entre
energia, cadeias alimentares e a vida.
◆◆A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica
brasileira
Warren Dean. S?o Paulo: Companhia das Letras, 1998.
Apresenta a evolu??o biogeogr?fica da floresta e a forma
como o desenvolvimento das atividades econ?micas dizimou
quase toda a mata.
◆◆A geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra
Yves Lacoste. 19. ed. Campinas, SP: Papirus, 2011.
Esse livro gerou bastante pol?mica quando foi lan?ado
porque apontava o aspecto ideol?gico da ?Geografia dos
professores?, que ao longo de muito tempo acabou servindo
para mascarar o que o autor classifica como ?Geografia
dos Estados Maiores?, ou seja, os interesses geopol?ticos
dos Estados nacionais e tamb?m dos grandes grupos
econ?micos.
◆◆Atlas geográfico escolar
IBGE. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012.
Voltado para alunos de Ensino M?dio, esse atlas traz algumas
no??es b?sicas de Astronomia na se??o ?Nosso lugar no
Universo?. Pode ser consultado em papel ou em vers?o on-line
no portal do IBGE.
A se??o ?Introdu??o ? Cartografia? traz algumas no??es
b?sicas dessa disciplina que auxiliam na leitura e na
interpreta??o de mapas, cartas e plantas e oferece uma
grande quantidade de mapas tem?ticos do Brasil e do mundo.
Dispon?vel em: <http://atlasescolar.ibge.gov.br>.
◆◆Brasil: paisagens naturais: espaço, sociedade e biodiversidade
nos grandes biomas brasileiros
Marcelo Leite. S?o Paulo: ?tica, 2007.
Livro bem ilustrado e de leitura agrad?vel que aborda a
localiza??o, caracter?sticas f?sicas, biodiversidade, popula??o,
economia e conserva??o dos biomas brasileiros.
◆◆Cartografia básica
Paulo Roberto Fitz. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2008.
Em linguagem acess?vel, aborda os temas b?sicos da
Cartografia: escalas, tipos de representa??es, proje??es,
cartografia tem?tica, aerofotogrametria, sensoriamento
remoto e gr?ficos.
◆◆Clima e meio ambiente
Jos? Bueno Conti. S?o Paulo: Atual, 2011. (Meio ambiente).
Analisa os mecanismos do clima, os fen?menos clim?ticos,
algumas rela??es do ser humano com a natureza e o clima
urbano e rural.
◆◆Geoprocessamento sem complicação
Paulo Roberto Fitz. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2008.
De forma introdut?ria e em linguagem acess?vel, aborda
os aspectos mais importantes do geoprocessamento.
Discute tamb?m a estrutura e as fun??es de um Sistema de
Informa??o Integrada (SIG).
Livros
◆◆Gráficos e mapas: construa-os você mesmo
Marcello Martinelli. S?o Paulo: Moderna, 1998.
Ensina de forma pr?tica como fazer diversos tipos de gr?ficos
e de mapas tem?ticos.
◆◆Mapas da Geografia e Cartografia Temática
Marcello Martinelli. 5. ed. S?o Paulo: Contexto, 2010.
Discute os fundamentos metodol?gicos da Cartografia
Tem?tica levando em considera??o aspectos da Semiologia
e da comunica??o visual. Aprofunda a discuss?o sobre os
m?todos de representa??o: qualitativa, quantitativa, ordenada
e din?mica.
◆◆Meteorologia prática
Artur Gon?alves Ferreira. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2006.
Trata dos fundamentos de sensoriamento remoto, sat?lites
meteorol?gicos, composi??o e outras caracter?sticas da
atmosfera, circula??o global, tempestades e outros temas,
com riqueza de ilustra??es e imagens de sat?lite.
◆◆Minerais, minérios, metais. De onde vêm? Para onde vão?
Eduardo Leite do Canto. S?o Paulo: Moderna, 2000. (Pol?mica).
Apresenta alguns conceitos e a hist?ria geol?gica do nosso
planeta, analisa as quest?es f?sicas, econ?micas, sociais e
ambientais ligadas ? extra??o de ouro, ferro, alum?nio e outros
metais.
◆◆O ABCD da Astronomia e Astrofísica
Jorge Ernesto Horvath. S?o Paulo: Livraria da F?sica, 2008.
Trata dos temas mais importantes da Astronomia. No Cap?tulo 2,
por exemplo, analisa o planeta Terra: sua forma, seus
movimentos, as esta??es do ano, etc.
◆◆Vai chover no fim de semana?
Ronaldo Rog?rio de Freitas Mour?o. S?o Leopoldo, RS:
Unisinos, 2003.
Livro de divulga??o cient?fica que aborda v?rios temas
interessantes de Meteorologia e Climatologia, como previs?o
do tempo, raios, rel?mpagos e trov?es, furac?es, mudan?as
clim?ticas e outros.
◆◆Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
No link abaixo est?o dispon?veis dez v?deos de materiais
educacionais que abordam quest?es ambientais e outros
temas, como: A natureza da radiação; Balanço hídrico;
Doenças de plantas e o clima; El Niño – La Niña; Movimentos
na atmosfera; Mudanças climáticas; Relevo e clima; Satélite na
agricultura; Sensoriamento remoto e solo.
Dispon?vel em: <http://videoseducacionais.cptec.inpe.br>.
◆◆Eu sou a lenda
Dire??o: Francis Lawrence, Estados Unidos, 2007.
Um v?rus letal dizimou a popula??o de Nova York e os
poucos que restaram transformaram-se em agressivos
mutantes. O cientista Robert Neville, o ?nico ser humano
n?o infectado na cidade, passa os dias tentando encontrar
um ant?doto para o v?rus. ? curioso ver a cidade de Nova York
cheia de pr?dios e carros, mas vazia de pessoas. Tamb?m ?
interessante para discutir a ideia de Milton Santos, sugerida
na p?gina 12.
Filmes
Sugestões de leitura, filmes e sites283
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Sugestões de leitura, filmes e sites
◆◆Na natureza selvagem
Dire??o: Sean Penn, Estados Unidos, 2007.
Ap?s concluir a universidade, Christopher McCandless se
revolta contra a sociedade de consumo, abre m?o de uma
carreira promissora e resolve viajar ao Alasca. O filme mostra
paisagens culturais dos lugares pelos quais ele passa em sua
viagem, assim como as rela??es sociais que constr?i com
as pessoas que conhece. Por fim, mostra belas paisagens
naturais do Alasca e evidencia as enormes dificuldades da
vida fora da sociedade.
◆◆No rio das Amazonas
Dire??o: Ricardo Dias, Brasil, 1995.
Retrata a travessia feita pelo zo?logo e m?sico Paulo Vanzolini
no rio Amazonas. Nessa viagem ele desvenda a vida e a
cultura das popula??es ribeirinhas.
◆◆O mundo sem ninguŽm
The History Channel. Estados Unidos, 2008.
Esse document?rio busca responder a uma pergunta
recorrente: o que aconteceria se o homem desaparecesse
da Terra? O filme feito por computa??o gr?fica mostra
o que poderia acontecer horas, meses e anos ap?s o
desaparecimento da humanidade. ? interessante para discutir
a ideia de Milton Santos, sugerida na p?gina 12.
◆◆Associa??o Brasileira de ?guas Subterr?neas
<www.abas.org/educacao.php>.
Essa associa??o mant?m um site em que disponibiliza
v?rios textos, revistas e estudos sobre o tema. No campo
Educa??o voc? encontra informa??es interessantes sobre a
disponibilidade e a import?ncia das ?guas subterr?neas.
◆◆BASe Aerofotogrametria e Projetos
<www.baseaerofoto.com.br>.
No site da empresa h? informa??es sobre aerofotogrametria e
algumas imagens.
◆◆Biblioteca Perry-Casta?eda (Universidade do Texas, estados
Unidos)
<www.lib.utexas.edu/maps/world.html>.
Oferece uma grande variedade de mapas f?sicos, pol?ticos e
tem?ticos ? mundiais, regionais e nacionais ? e plantas de
diversas cidades do mundo.
◆◆Centro de Divulga??o da Astronomia (CDA) ? USP
<www.cdcc.usp.br/cda>.
No site do CDA h? diversas informa??es sobre Astronomia:
orienta??o, pontos cardeais, esta??es do ano, etc.
◆◆Centro de Previs?o de Tempo e estudos Clim?ticos (CPTeC)
? INPe
<http://satelite.cptec.inpe.br>.
Na p?gina do CPTEC est?o dispon?veis imagens de sat?lite
mostrando o deslocamento das massas de ar sobre o territ?rio
brasileiro, permitindo a previs?o do tempo.
◆◆Companhia de Desenvolvimento dos Vales do S?o Francisco
e do Parna?ba (Codevasf)
<www.codevasf.gov.br>.
Sites
No site da Codevasf est?o dispon?veis informa??es sobre os
recursos h?dricos, aspectos sociais, econ?micos e ambientais
dos vales dos rios S?o Francisco e Parna?ba.
◆◆Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
(Caesb)
<www.caesb.df.gov.br>.
No site da Caesb h? o espa?o Educativo, onde est?o
dispon?veis v?rias informa??es ?teis e interessantes sobre
economia de ?gua, vazamentos e outros temas.
◆◆Create a Graph (National Center for education Statistics,
U. S. Department of education)
<http://nces.ed.gov/nceskids/createagraph>.
Permite criar gr?ficos de forma bastante simples. Selecione
um tipo ? barras, linhas, setores, etc. ?, digite os dados
dispon?veis e o programa cria o gr?fico escolhido. ? poss?vel
imprimi-lo ou salv?-lo em PDF. Para testar, digite os dados
mensais de infla??o no Brasil (tabela da p?gina 76) e o
programa criar? o gr?fico escolhido, id?ntico ao que est? no
livro.
◆◆empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu?ria (embrapa)
<www.embrapa.br/solos>.
Nesse site voc? encontra a Unidade de Pesquisa Embrapa
Solos, com informa??es, textos acad?micos e curiosidades
sobre solos.
<www.relevobr.cnpm.embrapa.br/index.htm>.
Nesse link voc? encontra mapas e imagens de sat?lites que
mostram em detalhes o relevo brasileiro, al?m de dados e
curiosidades como crateras de vulc?es extintos, impactos de
meteoritos, entre outros.
<www.cdbrasil.cnpm.embrapa.br>.
O projeto Brasil Visto do Espaço oferece imagens (geradas
pelos sat?lites Landsat) de cada um dos estados brasileiros,
cobrindo 100% do territ?rio nacional. Em aproxima??es
sucessivas ? poss?vel visualizar detalhes de cidades,
?reas industriais, rios, barragens, montanhas, florestas,
desmatamentos, entre outros elementos do espa?o geogr?fico
brasileiro.
◆◆eSA eduspace
<www.esa.int/SPECIALS/Eduspace_PT/index.html>.
Nesse site, mantido pela Ag?ncia Espacial Europeia (ESA)
e voltado para professores e alunos de Ensino M?dio, h?
diversas informa??es sobre sensoriamento remoto, sat?lites
de observa??o da Terra, Cartografia, al?m de uma rica galeria
de imagens e v?deos.
◆◆FlightAware
<http://pt.flightaware.com>.
No site da empresa ? poss?vel visualizar o movimento de
avi?es em voo, fazer consultas por n?mero de voo para
acompanhar rotas e detectar atrasos.
◆◆Funda??o Planet?rio da cidade do Rio de Janeiro
<www.planetariodorio.com.br>.
No portal do Planet?rio do Rio h? diversas informa??es
interessantes sobre Astronomia, especialmente nos ?artigos
astron?micos?.
◆◆Fundo Mundial para a Natureza (WWF)
<www.wwf.org.br>.
Sugestões de leitura, filmes e sites284
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Sugestões de leitura, filmes e sites
Nesse site voc? encontra not?cias recentes e informa??es sobre
o tema meio ambiente. Uma se??o chamada ?Publica??es?
re?ne textos sobre diversos assuntos relacionados a esse
assunto. As publica??es encontram-se em formato PDF e
podem ser baixadas para consulta.
◆◆Global Volcanism Program
<www.volcano.si.edu>.
Especializado em vulc?es, esse site do Smithsonian Institute
(Washington, D.C., Estados Unidos) oferece mapas, imagens e
muitas outras informa??es sobre o assunto (em ingl?s).
◆◆Glonass
<http://gazetarussa.com.br/ciencia/2014/01/15/mitos_e_
verdades_glonass_x_gps_23615>.
Entrevista do presidente do Glonass dada ao jornal Gazeta
Russa, na qual ele estabelece compara??es entre o sistema
russo, o Glonass, e seu concorrente norte-americano, o GPS.
◆◆Google earth
<www.google.com/earth/index.html>.
Formado por um mosaico digital de imagens de sat?lites, o
Google Earth permite visualizar lugares de todo o planeta,
embora em muitos deles n?o haja imagens de visualiza??o
detalhada. O programa s? funciona conectado ? internet, e ?
necess?rio instal?-lo (pode ser baixado gratuitamente no site
indicado).
◆◆Google Maps Brasil
<www.google.com.br/maps>.
Nesse site voc? encontra endere?os de cidades do Brasil
e de outros pa?ses. Digitando o nome e o n?mero da rua
ou avenida, aparece na tela a planta da cidade indicando
exatamente o local procurado. O sistema tamb?m mostra o
roteiro entre dois pontos e permite visualizar uma mesma
?rea como mapa ou imagem de sat?lite. Por meio de uma
ferramenta chamada street view, ? poss?vel observar fotos em
360 graus de ruas e avenidas de diversas cidades do mundo.
◆◆GPS
<www.gps.gov>.
No site GPS.gov, mantido pelo governo dos Estados Unidos,
h? diversas informa??es sobre o GPS (em ingl?s, espanhol
e franc?s), incluindo v?deos que mostram como o sistema
funciona.
◆◆Greenpeace
<www.greenpeace.org/brasil/pt>.
O Greenpeace chegou ao Brasil no mesmo ano em que o pa?s
abrigou a Eco-92. A se??o ?Multim?dia?, dispon?vel no site
dessa ONG ambientalista, oferece in?meras fotos e v?deos
relacionados ?s suas atua??es no Brasil e no mundo.
◆◆Ibama
<www.ibama.gov.br>.
Conhe?a o hist?rico desse ?rg?o do Minist?rio do Meio
Ambiente em seu site, que oferece tamb?m v?rias
informa??es e imagens sobre recursos naturais, legisla??o,
fiscaliza??o e outros temas.
◆◆IBGe Mapas
<http://mapas.ibge.gov.br/pt/tematicos>.
Oferece diversos mapas tem?ticos do Brasil.
◆◆Incorporated Research Institutions of Seismology (Iris)
<www.iris.edu>.
Sediado em Washington, D.C. (Estados Unidos), o Iris mostra
em que regi?es houve terremoto nos ?ltimos dias ou de um
ano para c?. No site (em ingl?s) h? um mapa que localiza os
sism?grafos existentes em todos os continentes e mostra em
que lugar ? dia e em que lugar ? noite no momento do acesso.
◆◆Infraestrutura Nacional de Dados espaciais (Inde)
<www.inde.gov.br>.
No portal brasileiro de dados geoespaciais ? SIG Brasil ? est?
dispon?vel um v?deo que mostra a import?ncia dos SIGs e o
funcionamento da Inde, coordenada pela Comiss?o Nacional
de Cartografia (Concar).
◆◆Instituto Astron?mico e Geof?sico (IAG-USP)
<www.iag.usp.br/siae98/default.htm>.
O site do IAG possui uma p?gina chamada ?Investigando
a Terra?, em que h? diversas informa??es sobre Geologia,
Astronomia, clima e Meteorologia, entre outras informa??es.
◆◆Instituto de Pesquisa Ambiental da Amaz?nia (Ipam)
<www.ipam.org.br>.
O Ipam divulga informa??es sobre ecologia e comunidade,
manejo florestal e pol?ticas ambientais.
◆◆Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)
<www.inmet.gov.br>.
Nesse site voc? encontra v?rias informa??es e imagens sobre
previs?o do tempo e pode montar climogramas de todas as
capitais brasileiras.
◆◆LABTATe ? UFSC
<www.labtate.ufsc.br>.
Disponibiliza informa??es sobre Cartografia, diversos tipos de
mapas, apoio did?tico, etc.
◆◆Milton Santos
<http://miltonsantos.com.br/site>.
Nesse site, mantido pela fam?lia de Milton Santos, est?o
dispon?veis livros e artigos dele, assim como textos sobre ele
(os artigos podem ser baixados e lidos em PDF). H? tamb?m
fotos e v?deos que mostram entrevistas, como a concedida ao
programa Roda Viva da TV Cultura, em 1997, e ao J? Soares, em
1993.
◆◆Minist?rio do Meio Ambiente (MMA)
<www.mma.gov.br>.
No site do MMA, est?o dispon?veis informa??es sobre a
Agenda 21, biodiversidade, pol?ticas de desenvolvimento
sustent?vel, legisla??o e outros temas ligados ? quest?o
ambiental. H? tamb?m informa??es sobre ?gua: ?gua nas
cidades, bacias hidrogr?ficas, biodiversidade aqu?tica, etc. A
Secretaria de Biodiversidade e Florestas disponibiliza tamb?m
informa??es sobre florestas, meio ambiente e conserva??o.
◆◆National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA)
<www.pmel.noaa.gov>.
No site da NOAA, mantido pelo Departamento do Com?rcio
dos Estados Unidos, h? informa??es sobre tempo, clima,
fen?menos clim?ticos, ecossistemas e outros temas (em
ingl?s).
◆◆Observat?rio Astron?mico Frei Ros?rio ? UFMG
<www.observatorio.ufmg.br>.
285
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Sugestões de leitura, filmes e sites
Nesse observat?rio da UFMG h? diversas informa??es sobre
Astronomia e anima??es que mostram os movimentos de
transla??o e de rota??o, a dura??o do dia nos solst?cios e
equin?cios, a insola??o diferencial da Terra, etc.
◆◆Observat?rio Nacional ? MCT
<http://pcdsh01.on.br>.
No portal do Observat?rio Nacional, do Minist?rio da Ci?ncia
e Tecnologia, ? poss?vel obter com precis?o a Hora Legal
Brasileira, ver os mapas dos fusos hor?rios brasileiros e do
hor?rio de ver?o em vigor.
◆◆Organiza??o Meteorol?gica Mundial (OMM)
<www.wmo.int>.
O site da OMM (em ingl?s, espanhol e franc?s) ? rico em
informa??es, textos, imagens e not?cias sobre tempo, clima
entre outros assuntos ambientais.
◆◆Oxford Cartographers
<www.oxfordcartographers.com>.
Diversos mapas podem ser visualizados no site da empresa,
que ? respons?vel pelos direitos da proje??o de Peters e do
Atlas mundial de Peters (em ingl?s).
◆◆PNUMA Brasil
<https://nacoesunidas.org/agencia/pnuma/>.
No site do Comit? Brasileiro do Programa das Na??es Unidas
para o Meio Ambiente (PNUMA Brasil) est?o dispon?veis v?rios
relat?rios, estudos e links sobre meio ambiente no Brasil e no
mundo.
◆◆Projeto G?nesis
<www.amazonasimages.com/grands-travaux>.
Entre 2004 e 2012, o fot?grafo Sebasti?o Salgado visitou
lugares extremos no Alasca, na Patag?nia, na ?frica, na
Amaz?nia, entre outros, para registrar imagens de rara beleza,
que mostram paisagens naturais e culturais.
◆◆Rio + 10 Brasil
<www.ana.gov.br/AcoesAdministrativas/RelatorioGestao/
Rio10/Riomaisdez/index.html>.
No site oficial da Confer?ncia h? diversas informa??es sobre
o encontro de 2002, como entrevistas, documentos oficiais e
a??es pr?ticas realizadas em v?rios lugares do Brasil.
◆◆S?o Paulo Transporte (SPTrans)
<www.sptrans.com.br>.
Esse SIG permite descobrir trajetos via transporte p?blico na
cidade de S?o Paulo. Para descobrir itiner?rios em sua cidade,
consulte o servi?o municipal semelhante ao da SPTrans.
◆◆S?o Paulo Turismo (SPTuris)
<www.spturis.com/v7/index.php>.
Na p?gina da SPTuris, empresa de turismo e eventos do
munic?pio de S?o Paulo, h? diversas informa??es sobre
as atra??es da cidade, plantas tur?sticas, calend?rios de
eventos, etc. Muitos munic?pios brasileiros oferecem servi?o
semelhante. Verifique se o seu oferece.
◆◆Sabesp
<www.sabesp.com.br>
No site da Companhia de Saneamento B?sico do Estado de
S?o Paulo voc? encontra um espa?o dedicado a professores e
estudantes, onde s?o tratados assuntos ligados a ?gua, esgoto
e outros temas interessantes.
◆◆Sat?lite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBeRS) ? INPe
<www.cbers.inpe.br>.
Nessa p?gina eletr?nica do INPE h? diversas imagens do
territ?rio brasileiro feitas pelos sat?lites CBERS 2 e 2-B e fotos
de lan?amento do CBERS 4.
◆◆Se??o Cartogr?fica da ONU
<www.un.org/Depts/Cartographic/english/htmain.htm>.
Na se??o de Cartografia da ONU h? diversos mapas pol?ticos e
tem?ticos. H? tamb?m mapas de suas miss?es de paz.
◆◆SIG IBGe
<http://mapas.ibge.gov.br/interativos>.
H? diversos mapas interativos que podem ser manipulados
com a ferramenta SIG IBGE.
◆◆Sistema de Processamento de Informa??es
Georreferenciadas (Spring) ? INPe
<www.dpi.inpe.br/spring/portugues/index.html>.
Nessa home page ? poss?vel obter mais informa??es sobre o
Spring e at? mesmo baixar livremente esse SIG desenvolvido
pelo INPE com a participa??o de outras institui??es, como a
Embrapa (veja lista completa no site).
◆◆Sociedade Brasileira de Geologia
<http://sbgeo.org.br>.
Elenca dezenas de links de museus, ?rg?os p?blicos e privados,
revistas especializadas, al?m de muitos assuntos ligados ?
Geologia.
◆◆SOS Mata Atl?ntica
<www.sosma.org.br/ >.
O site da SOS Mata Atl?ntica traz diversas informa??es
sobre esse bioma, os projetos em andamento dessa ONG
ambientalista, not?cias recentes, eventos programados, uma
galeria de fotos e v?deos, entre outros conte?dos.
◆◆Time and Date
<www.timeanddate.com/time/map>.
Nesse site ? poss?vel visualizar um mapa-m?ndi atualizado
com os fusos hor?rios civis de todos os pa?ses e a hora das
principais cidades (informa??es em ingl?s).
◆◆Waze
<www.waze.com/pt-BR>.
No site do Waze h? uma explica??o de como funciona
o aplicativo de navega??o, assim como um mapa com
informa??es em tempo real sobre o tr?nsito (para utilizar o
programa ? preciso baix?-lo para o celular).
◆◆Worldmapper (Universidade de Sheffield, Reino Unido)
<www.sasi.group.shef.ac.uk/worldmapper/index.html>.
Disponibiliza diversas anamorfoses, algumas das quais
animadas. Numa delas um mapa-m?ndi mostra os
pa?ses segundo sua extens?o territorial; ao apertar o
bot?o ?avan?ar?, ele se transforma em uma anamorfose,
mostrando o ?tamanho? dos pa?ses de acordo com sua
popula??o.
Acesso em: 1
o
maio 2016.
atenção!
Não escreva no seu livro!
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dIcIOnáRIOS
peRIódIcOS
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288
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Geografia
Manual
do Professor
VoluMe 1
GGB_Geografia_v1_PNLD2018_MP_289a313_PC.indd 289 5/31/16 3:39 PM

Manual do Professor290
Sumário
Caros Professores ...............................................................................................................................................................291
Apresentação da obra ........................................................................................................................................292
1. A coleção ...........................................................................................................................................................................292
Estrutura da cole??o ......................................................................................................................................................292
Fundamenta??o te?rico ‑metodol?gica ...................................................................................................................... 293
Estrutura deste Manual do Professor ..........................................................................................................................294
2. Ensinar e aprender Geografia ..................................................................................................................................294
3. Referenciais curriculares para o Ensino Médio ................................................................................................... 296
4. Formas de avaliação ....................................................................................................................................................300
5. Bibliografia de apoio .................................................................................................................................................... 302
6. Endereços eletrônicos para pesquisa .................................................................................................................... 304
7. Reflexões sobre a prática pedagógica ................................................................................................................... 306
Observações, sugestões e resolução dos exercícios deste volume ......................314
8. Atividades integradoras de Ciências Humanas .................................................................................................... 314
9. Metas e orientações por Unidade ...........................................................................................................................322
Introdu??o ? Um pouco de teoria da Geografia .............................................................................................. 322
Objetivos, 322 • Atividade complementar, 322 • Sugestões bibliográficas, 323
Comentários e respostas das atividades .................................................................................................................... 324
Textos de apoio .............................................................................................................................................................. 325
Unidade 1 ? Fundamentos de Cartografia ........................................................................................................ 329
Objetivos, 329 • Atividades complementares, 329 • Projeto interdisciplinar, 331 • Sugestões bibliográficas, 331
Comentários e respostas das atividades .................................................................................................................... 333
Capítulo 1 • Planeta Terra: coordenadas, movimentos e fusos horários ..........................................................333
Capítulo 2 • Representações cartográficas, escalas e projeções .......................................................................334
Capítulo 3 • Mapas temáticos e gráficos ........................................................................................................... 335
Capítulo 4 • Tecnologias modernas utilizadas pela Cartografia.......................................................................336
Textos de apoio .............................................................................................................................................................. 338
Unidade 2 ? Geografia f?sica e meio ambiente ................................................................................................ 343
Objetivos, 343 • Atividade complementar, 343 • Projeto interdisciplinar, 343 • Sugestões bibliográficas, 343
Comentários e respostas das atividades .................................................................................................................... 345
Capítulo 5 • Estrutura geológica ........................................................................................................................345
Capítulo 6 • Estruturas e formas do relevo ....................................................................................................... 346
Capítulo 7 • Solos ...............................................................................................................................................347
Capítulo 8 • Climas ............................................................................................................................................347
Capítulo 9 • Os fenômenos climáticos e a interferência humana ...................................................................348
Capítulo 10 • Hidrografia ...................................................................................................................................349
Capítulo 11 • Biomas e formações vegetais: classificação e situação atual ....................................................350
Capítulo 12 • As conferências em defesa do meio ambiente ........................................................................... 351
Textos de apoio .............................................................................................................................................................. 354
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Manual do Professor291
Caros Professores
Nesta edi??o do livro do aluno, al?m da completa atualiza??o iconogr?fica e de dados
estat?sticos (com base nas fontes mais confi?veis e recentes dispon?veis), elaboramos novos
mapas, gr?ficos e infogr?ficos. Fizemos tamb?m uma reorganiza??o dos cap?tulos. No volu‑
me 1, elaboramos um cap?tulo introdut?rio para tratar de aspectos te?rico‑metodol?gicos
da Geografia. No volume 2, fizemos uma condensa??o e agora a Unidade 2, que trata da
ind?stria no mundo, ficou com quatro cap?tulos. Al?m disso, criamos uma nova Unidade de
com?rcio e servi?os no mundo, na qual aparece um cap?tulo in?dito sobre servi?os interna‑
cionais. Esse tema tamb?m foi abordado em Brasil, na Unidade 1 do volume 3.
Acreditamos que um livro atratente e a diversifica??o de recursos did?ticos contribuem
para um aprendizado motivador e significativo. Em conson?ncia com o complexo e multifa‑
cetado mundo em que vivemos, ? preciso incorporar novas tecnologias e diferentes linguagens
ao trabalho docente no cotidiano da sala de aula.
Nesse sentido, este Manual do Professor tem o objetivo de oferecer subs?dios e sugest?es
para o seu trabalho docente. Fica a seu crit?rio selecionar e articular os que s?o mais ade‑
quados ?s possibilidades e aos objetivos do seu curso.
No texto Estrutura da coleção, explicitaremos como a cole??o est? dividida e detalharemos
as se??es que a comp?em. Nos textos de 2 a 4 deste Manual ser?o abordadas quest?es sobre
ensino de Geografia, documentos curriculares e avalia??o.
Esperamos que este Manual seja ?til em seu trabalho e desde j? estamos abertos a cr?‑
ticas e sugest?es para o aperfei?oamento do livro do aluno e tamb?m deste material de apoio
que o acompanha.
Bom trabalho!
Os Autores
Elder Vieira Salles/Shutterstock/Glow Images
Museu de Arte Contempor?nea
de Niter?i (RJ), em 2013.
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Manual do Professor292
Apresenta•‹o da obra
A cole•‹o
Estrutura da cole•‹o
Esta cole??o ? composta de tr?s volumes, um para cada
ano do Ensino M?dio.
O primeiro volume do livro do aluno inicia ‑se com uma
breve introdu??o ? teoria da Geografia. De forma sint?tica
busca discutir os principais conceitos e correntes te?rico‑
‑metodol?gicas da Geografia, assim como um pouco da his‑
t?ria do pensamento geogr?fico. Logo em seguida vem o es‑
tudo da Cartografia, em raz?o da import?ncia de seu
conhecimento para a leitura de mapas, cartas, plantas e di‑
versos tipos de gr?ficos que aparecem em toda a cole??o. O
dom?nio da linguagem cartogr?fica ? essencial para o estudo
dos temas geogr?ficos. Ap?s o estudo da Cartografia, o volu‑
me 1 apresenta os temas da Geografia f?sica, diversos proble‑
mas ambientais ? globais, regionais e locais ?, legisla??o am‑
biental e as confer?ncias internacionais sobre meio ambiente.
Dessa forma, as rela??es entre sociedade e natureza s?o ana‑
lisadas com os processos naturais pr?prios da Geografia f?sica.
O volume 2 se inicia com os estudos de economia, geo‑
pol?tica e sociedade no mundo contempor?neo, como for‑
ma??o do capitalismo e revolu??o informacional, globaliza‑
??o, desenvolvimento humano, geopol?tica do p?s ‑Segunda
Guerra Mundial e p?s ‑Guerra Fria, conflitos armados no
mundo. O estudo desses temas ? fundamental para a com‑
preens?o das unidades tem?ticas seguintes, tanto no volu‑
me 2, que trata do processo de industrializa??o nos princi‑
pais grupos de pa?ses, os servi?os e o com?rcio internacional,
como no volume 3, que aborda a industrializa??o, os servi‑
?os e a pol?tica econ?mica no Brasil, a produ??o e consumo
de energia, a geografia da popula??o, o espa?o urbano e o
espa?o agr?rio no Brasil e no mundo.
Al?m do texto dissertativo, utilizamos outras linguagens
nesta cole??o: fotografias, pinturas, quadrinhos, charges,
tabelas, mapas e plantas, gr?ficos, imagens a?reas e de sa‑
t?lite ? todos esses elementos s?o importantes instrumen‑
tos para a compreens?o das diferentes dimens?es e confi‑
gura??es do espa?o em diversas escalas geogr?ficas. Vale
ressaltar que procuramos valorizar as imagens.
? importante o trabalho com as diferentes linguagens,
tanto os diferentes g?neros textuais quanto as diversas
fontes visuais, essenciais para a an?lise geogr?fica, pois
permitem aos alunos lidar com os conceitos espec?ficos
da Geografia e desenvolver habilidades que lhes
possibilitem compreender a organiza??o do espa?o. A
utiliza??o de diversos recursos did?ticos, como v?deos,
m?sicas, internet, jornais e revistas, atlas, maquetes,
observa??o da paisagem e estudo do meio, etc., instiga os
alunos e favorece o aprendizado.
Os volumes est?o divididos em unidades tem?ticas des‑
dobradas em cap?tulos. Os temas s?o introduzidos por um
texto que sintetiza o conte?do que ser? trabalhado. No in?‑
cio de cada cap?tulo h? tamb?m uma fotografia que ocupa
a p?gina inteira e busca representar o assunto a ser tratado.
Considerando a proposta te?rico ‑metodol?gica do edu‑
cador norte ‑americano David Ausubel, essas fotografias
podem ser utilizadas como um organizador pr?vio dos te‑
mas a serem abordados. Ap?s a abertura do cap?tulo, algu‑
mas perguntas provocativas relacionadas aos assuntos
convidam os alunos a estudar. Essas imagens que iniciam
os cap?tulos podem ser utilizadas para problematizar de
maneira introdut?ria o tema a ser abordado, e levantar o
conhecimento pr?vio dos alunos sobre esse assunto. Segun‑
do Ausubel (2003), para que a aprendizagem aconte?a de
forma significativa, al?m de uma estrutura cognitiva relati‑
vamente organizada ? fundamental que o aluno tenha in‑
teresse em aprender.
Ao longo dos cap?tulos h? tabelas e gr?ficos recentes,
atualizados at? o primeiro semestre de 2016. Aparecem
tamb?m as se??es Para saber mais e Outras leituras, que s?o
boxes complementares com textos dos pr?prios autores no
primeiro, e com transcri??es de produ??es de outros autores
no segundo. Essas se??es permitem um contato com dife‑
rentes tipos de textos relacionados ao assunto abordado,
seja de Geografia, seja de outras disciplinas. ? importante
destacar a parte iconogr?fica, que procura oferecer mapas
e imagens atraentes e atuais, articuladas ao texto, que au‑
xiliam os alunos durante a leitura, tornando ‑a mais interes‑
sante, e facilita a compreens?o da realidade multidisciplinar.
Alguns cap?tulos apresentam infográficos e sínteses his-
tóricas. Os infográficos trazem informa??es sobre um tema
espec?fico de maneira mais instigante, que articulam dife‑
rentes linguagens, como textos dos autores e de terceiros,
mapas, tabelas, gr?ficos, ilustra??es e fotos. Muitos alunos
j? est?o familiarizados com esse tipo de linguagem da co‑
munica??o visual, mas nem sempre s?o capazes de decodi‑
ficar as conven??es e os s?mbolos utilizados. Esse exerc?cio
de decodifica??o pode ser feito aproveitando o interesse
que normalmente os alunos t?m pelo uso de computadores,
meio em que se destaca esse tipo de linguagem. Alguns
temas da Geografia, como capitalismo e ind?stria, para se‑
rem mais bem compreendidos exigem uma no??o de pro‑
cesso, portanto, demandam uma breve retomada da Hist?‑
ria. Isso foi contemplado na se??o S’ntese hist—rica, que,
como o t?tulo indica, busca sintetizar em textos curtos,
mapas, dados estat?sticos e fotografias alguns aspectos
hist?ricos essenciais acerca do tema tratado.
Ao longo do livro um glossário traz explica??es de termos
destacados no texto e auxilia na compreens?o das tem?ti‑
cas tratadas. Os verbetes aparecem pr?ximo da palavra
usada no texto. Tamb?m h? Sugestões de leitura, filmes e
1
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Manual do Professor293
sites. As chamadas aparecem ao longo de cada volume e,
no final de cada um deles, encontram ‑se as indica??es, em
ordem alfab?tica, com as respectivas sinopses. Reunimos
indica??es de livros que permitem aprofundar os temas
tratados e de sites confi?veis, que poder?o auxiliar os alunos
em pesquisas e/ou na complementa??o do estudo. Quanto
aos filmes e document?rios, s?o um recurso did?tico muito
enriquecedor para as aulas de Geografia e ? interessante
utiliz? ‑los sempre que poss?vel para familiarizar os alunos
com esse tipo de linguagem e possibilitar o acesso ? produ‑
??o cultural, fundamental para a compreens?o da realidade.
Em cada volume foram inseridas tr?s se??es Dialogando
com as disciplinas, na qual algum tema significativo tratado
no livro ? abordado de forma interdisciplinar com o aporte
de conhecimentos de outros componentes do curr?culo.
Al?m dessa se??o, toda vez que houver alguma abordagem
interdisciplinar ao longo dos cap?tulos isso ser? sinalizado
com um ?cone. Exemplos: Dialogando com História, Filosofia,
Física, Biologia, Língua Portuguesa, etc.
No fim de cada cap?tulo, encontra ‑se uma se??o de ati‑
vidades dividida em dois blocos: Compreendendo conteúdos
e Desenvolvendo habilidades. O primeiro tem como objetivo
retomar e fixar aspectos fundamentais dos conte?dos de‑
senvolvidos no decorrer do cap?tulo ? conceitos da Geogra‑
fia e de outras Ci?ncias Humanas, informa??es e conheci‑
mentos ?, com base na proposi??o de quest?es que
permitam aos alunos analisar de modo reflexivo os temas
estudados. O segundo ? composto de atividades conceituais,
procedimentais e atitudinais que procuram desenvolver
uma s?rie de conhecimentos, compet?ncias e habilidades
? como leitura e interpreta??o de textos; desenvolvimento
de pesquisas (individual e em grupo); an?lise de mapas,
gr?ficos e tabelas; reflex?o, argumenta??o e posicionamen‑
to cr?tico; criatividade e elabora??o de textos ?, al?m de
buscar articular a teoria com a pr?tica cotidiana dos alunos.
Para a elabora??o das atividades do bloco Desenvolvendo
habilidades, levamos em considera??o a Matriz de referência
para o Enem, que pode ser consultada na p?gina 298.
As atividades propostas n?o s?o extensas nem em n?‑
mero exagerado, o que permite dos? ‑las de acordo com a
carga hor?ria de seu curso e complement? ‑las, se necess?rio,
com outras atividades sugeridas neste Manual.
No fim de cada Unidade inclu?mos a se??o Vestibulares
de Norte a Sul, com testes e quest?es dos vestibulares apli‑
cados nas principais universidades de todo o pa?s, que visa
iniciar a prepara??o dos alunos para os exames a que ser?o
submetidos em sua jornada. H? tamb?m a se??o Caiu no
Enem, que apresenta uma colet?nea de exerc?cios do Exame
Nacional do Ensino M?dio at? 2015. Esta cole??o apresenta
ainda a se??o Pensando no Enem, presente em diversos ca‑
p?tulos, sempre interagindo com algum assunto mais per‑
tinente e/ou interessante de ser ressaltado. Essas se??es
permitem aos alunos familiarizar‑se com a forma de abor‑
dagem dos conte?dos realizada nessas avalia??es.
Ao fim de cada volume constam as refer?ncias biblio‑
gr?ficas, na qual listamos as principais obras utilizadas na
elabora??o do livro. Essa bibliografia pode auxiliar tanto o
professor como os alunos em pesquisas sobre determinados
temas ou na amplia??o de conhecimentos.
Fundamenta??o
te?rico ‑metodol?gica
Como vimos, cada volume da cole??o est? estruturado
em Unidades tem?ticas, subdivididas em cap?tulos, que se
desenvolvem com base em uma abordagem cr?tica dos con‑
te?dos. A concep??o te?rico ‑metodol?gica adotada tem um
car?ter epistemol?gico interdisciplinar que leva em conta
as rela??es espa?o ‑temporais e as rela??es sociais em diver‑
sas escalas geogr?ficas e com a natureza.
As atividades tamb?m s?o propostas de forma a ga‑
rantir uma progress?o em dire??o a aprendizagens sig‑
nificativas de maior complexidade. A pr?pria sequ?ncia
da se??o Atividades reflete isso: em um primeiro momen‑
to, em Compreendendo conteúdos, busca ‑se retomar e
fixar os principais cont?udos do cap?tulo, para depois
trabalhar diferentes compet?ncias e habilidades, em De
-
senvolvendo habilidades.
Ao considerar o espa?o geogr?fico como uma cons‑
tru??o hist?rico ‑social, a cole??o utiliza, em muitos mo‑
mentos, uma abordagem hist?rica para a compreens?o
do mundo atual. S?o apresentados conte?dos e ativida‑
des que constituem instrumento importante para o en‑
tendimento da rela??o entre as sociedades e sua rela??o
com a natureza. Privilegiando o espa?o geogr?fico como
objeto de conhecimento da Geografia, a cole??o ainda
busca explicitar os processos que atuam sobre o territ?‑
rio, entendido como espa?o produzido e apropriado pelas
sociedades humanas.
O desenvolvimento dos conte?dos aponta para a
compreens?o dos processos que atuam na organiza??o
do espa?o ? esses processos s?o sociais, mas isso n?o
exclui a considera??o dos fen?menos naturais. A diver‑
sidade dos recursos naturais, sua desigual distribui??o
pelo planeta e seu significado para a sociedade, em qual‑
quer ?poca hist?rica, devem sempre ser considerados
quando se pretende conhecer as vari?veis que explicam
a organiza??o do espa?o. Assim, a natureza ? analisada
sob a perspectiva do desvendamento dos mecanismos
pr?prios de seu funcionamento e de seu sentido e signi‑
ficado expressos pelas formas de transforma??o e apro‑
pria??o pela sociedade.
Com isso, esperamos que, ao longo dos tr?s volumes des‑
ta cole??o, a rela??o sociedade ‑natureza seja compreendida
n?o apenas como uma intera??o entre os seres humanos e
os elementos da natureza. O objetivo ? compreender que, no
processo de produ??o de sua exist?ncia, que ? tamb?m o
processo de produ??o do espa?o geogr?fico, os seres huma‑
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Manual do Professor294
nos estabelecem entre si rela??es de ordem social, pol?tica,
econ?mica e cultural que ir?o mediar e, portanto, de alguma
forma, condicionar a maneira como as sociedades
apropriam ‑se da natureza.
Os conceitos de espaço geográfico, paisagem, lugar,
território e região s?o desenvolvidos na Introdu??o e utili‑
zados ao longo da cole??o de forma articulada aos conte?‑
dos. Assim, eles ganham sentido e significado, sobretudo
nos momentos de an?lises que contemplam quest?es am‑
bientais, rela??es econ?micas, sociais, geopol?ticas, etc.
Considerando que os conceitos s?o uma representa??o do
real constru?da pelo pensamento, a perspectiva metodol?‑
gica desta obra encara a operacionaliza??o dos conceitos
como ferramenta de an?lise em diferentes contextos e,
sempre que poss?vel, com refer?ncia ? realidade mais pr?‑
xima dos alunos, ou seja, ao lugar que vivem.
O enfoque te?rico ‑metodol?gico do processo de ensino
e aprendizagem valoriza os conhecimentos pr?vios dos alu‑
nos, sua participa??o ativa na elabora??o do conhecimento
escolar, no desenvolvimento de suas pr?prias capacidades de
aprender e em sua inser??o cr?tica e participativa na socieda‑
de. A perspectiva ? incentivar a autonomia, a reflex?o e a
express?o do pensamento dos alunos em seu di?logo com o
conhecimento e com o mundo em que est?o inseridos.
O conjunto de textos e atividades sugerido oferece
oportunidades para a amplia??o da capacidade cognitiva
dos alunos, por meio de diversas habilidades, como an?‑
lise, interpreta??o, compara??o, explica??o, argumenta‑
??o, problematiza??o de conte?dos em trabalhos investi‑
gativos, produ??o de textos, debates, etc. Al?m disso, em
v?rios momentos os alunos s?o convidados a se posicionar
sobre a realidade em que vivem, muitas vezes comparan‑
do ideias conflitantes.
Estrutura deste Manual do Professor
Este Manual do Professor destina ‑se a auxiliar a pr?tica
docente. Al?m dos textos introdut?rios e dos textos sobre o
ensino de Geografia e avalia??o, ele apresenta uma se??o com
Atividades integradoras de Ciências Humanas, que oferece:
• sugest?es de projetos interdisciplinares com temas rela‑
cionados ?s quatro disciplinas que comp?em essa ?rea
do conhecimento;
• geralmente, esses projetos apresentam a seguinte orga‑
niza??o: Introdu??o, Objetivos, Conte?dos, Tempo esti‑
mado, Desenvolvimento das atividades, Avalia??o, Bi‑
bliografia para o professor e Indica??es de fontes para
os alunos.
Apresenta tamb?m a se??o Metas e orientações por Uni-
dade, que oferece, para cada tema desenvolvido no livro, os
seguintes materiais:
• objetivos;
• atividades complementares que visam desenvolver com‑
pet?ncias e habilidades;
• projetos interdisciplinares com base em uma quest?o‑
‑tema, possibilitando ao professor o di?logo com pratica

mente todas as disciplinas do curr?culo escolar;
• sugest?es de bibliografia para aprofundamento dos te‑
mas abordados (e em alguns casos, tamb?m de endere?os
eletr?nicos);
• coment?rios e respostas das atividades, separadas por
cap?tulo;
• respostas das quest?es de vestibulares e de Enem;
• textos de apoio com tem?ticas imbricadas ?s da Unidade,
que visam a forma??o continuada do professor.
Ao final desta parte do Manual, encontram‑se ainda
artigos escritos por especialistas em educa??o.
Ensinar e aprender Geografia
Vivemos em uma sociedade na qual h? uma crescente
multiplicidade de informa??es e linguagens com as quais
temos de lidar, como resultado da revolu??o tecnol?gica
respons?vel pela difus?o e rapidez dos meios de comunica‑
??o. Mas isso n?o coincide com a inser??o cr?tica da maioria
dos indiv?duos nessa sociedade, uma vez que geralmente
esses indiv?duos t?m de lidar com uma enorme quantidade
de informa??es distintas, descontextualizadas e fragmen‑
tadas. Essa situa??o dificulta o estabelecimento de rela??es
entre as informa??es e a constru??o do conhecimento.
A escola tem o importante papel de conferir sentido e
significado a esse conjunto vasto de informa??es e de pro‑
mover um processo de reflex?o, decodifica??o, an?lise e
interpreta??o, al?m de permitir aos alunos a apropria??o
das v?rias modalidades de linguagem e diversos g?neros
textuais presentes nos meios de comunica??o. Nesse sen‑
tido, ? fundamental trabalhar com linguagens pr?prias do
universo juvenil, e o livro procura fazer isso quando poss?vel.
No ?mbito da educa??o escolar, essa situa??o tem implica‑
do cada vez mais novas e distintas formas de aprender e
ensinar. Assim, ? importante assinalar a centralidade do
trabalho docente na busca de metodologias e pr?ticas di‑
d?ticas capazes de permitir a apropria??o e a socializa??o
do saber ? principal tarefa da escola.
Por ser um lugar de reflex?o sobre a realidade ? seja
local, regional, nacional ou mundial ?, a escola ? um espa?o
privilegiado para auxiliar os alunos a construir uma vis?o
cr?tica, organizada e articulada do mundo. N?s, professores
de Geografia, temos papel essencial nesse processo, j? que
o conhecimento com o qual trabalhamos permite aos alunos
elaborar uma leitura cr?tica da pr?tica social na qual est?o
inseridos no territ?rio em que habitam.
A Geografia contempor?nea tem privilegiado o conhe‑
cimento sobre o espa?o em diferentes escalas de an?lise.
2
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Como disciplina escolar, prepara os alunos para a leitura e
a compreens?o do espa?o geogr?fico, entendido como
constru??o hist?rico ‑social fruto das rela??es estabelecidas
entre as pessoas de uma sociedade e desta com a nature‑
za. Mas ? preciso lembrar que, durante muito tempo, o
ensino da disciplina foi marcado por uma abordagem des‑
critiva e mnem?nica. Foi apenas a partir dos anos 1980
que ele passou por uma renova??o, processo pelo qual a
Geografia como disciplina cient?fica j? havia passado na
d?cada de 1970.
1
A revis?o do ensino de Geografia fez parte, naquele mo‑
mento, de um movimento de renova??o curricular cujos
esfor?os centravam ‑se na melhoria da qualidade do ensino,
que passou necessariamente por uma revis?o dos conte?dos
e das formas de ensinar e aprender as diferentes disciplinas
do curr?culo da escola b?sica.
Na realidade, esse processo ainda est? em curso, pois ?
sempre importante refletir sobre a pr?tica docente, na pers‑
pectiva de um movimento constante de renova??o pedag?

gica. No que diz respeito ao processo de ensino e aprendi‑
zagem, h? muitas quest?es a considerar, entre elas a
necessidade de conferir sentido e significado aos conte?dos
ensinados/constru?dos. Portanto, ? importante superar a
ideia do professor visto apenas como transmissor do conhe‑
cimento e entender os conte?dos como meios e n?o como
fins did?ticos. Mais do que aprender conte?dos, importa
que os alunos consigam realizar uma apropria??o cr?tica e
reflexiva da realidade ? e os conte?dos escolares s?o os
meios para essa apropria??o.
Considerando que o conhecimento ? constru?do pelo
sujeito ? em nosso caso, os alunos ?, em sua rela??o com os
outros e com o mundo, ? necess?rio que os conte?dos sejam
pensados e reelaborados pelos alunos para se constituir em
conhecimento apropriado por eles. Assim, ? preciso desen‑
volver as compet?ncias de ler o mundo e pensar sobre ele,
assim como a capacidade de elabora??o pr?pria.
Aprender a pensar ? uma estrat?gia fundamental para
potencializar a compet?ncia cognitiva. Na pr?tica pedag?‑
gica, s?o in?meras as possibilidades de despertar o interes‑
se dos alunos pelo conhecer e pelo desvendar; mas para isso
? necess?rio mobiliz? ‑los, acompanhando ‑os e colaborando
para que eles apreendam/construam o conhecimento at?
chegarem a elaborar e a expressar a s?ntese do que com‑
preenderam. Segundo Marina (1995), compreender ?
apreender o novo com o que j? ? conhecido; da? a import?n‑
cia de se considerar o conhecimento pr?vio dos alunos como
ponto de partida para uma aprendizagem significativa,
como sugere Ausubel (2003). Vale lembrar que as novas
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL,
2012), corroborando as ideias deste autor, defendem no
artigo 16, inciso III, ?a aprendizagem como processo de apro‑
pria??o significativa dos conhecimentos, superando a apren‑
dizagem limitada ? memoriza??o.?
Vasconcellos (1992) exp?e de maneira interessante
como se d? o movimento do pensamento no processo de
elabora??o do conhecimento, constitu?do por tr?s momen‑
tos: parte do sincr?tico, passa pelo anal?tico at? chegar ao
sint?tico. A s?ncrese corresponde ao momento no qual os
alunos t?m uma vis?o confusa, indeterminada e fragmen‑
tada do mundo. Ela ? seguida pela an?lise, que ? um movi‑
mento do pensamento no sentido da compreens?o da rea‑
lidade, desdobrando seus elementos e entendendo a parte
como fragmento do todo. Finalmente vem a s?ntese, resul‑
tado da integra??o dos conhecimentos parciais em um todo
org?nico e l?gico, estabelecer rela??es e identificar os nexos
que explicam uma dada realidade.
No processo de aprendizagem, a an?lise e a s?ntese cor‑
respondem a um momento de desenvolvimento procedimen‑
tal, quando os alunos realizam uma pesquisa ou um estudo
individual. Al?m de elaborar mentalmente, ? importante que
eles expressem materialmente essa s?ntese (ainda que pro‑
vis?ria), sob a forma de exposi??o oral, texto argumentativo,
mural, etc., para que o professor possa acompanhar o proces‑
so de elabora??o de seu conhecimento.
A cole??o apresenta v?rios momentos em que o conhe‑
cimento dos alunos pode ser elaborado e expresso. Por
exemplo, na se??o Atividades, ou at? mesmo nas atividades
sugeridas neste Manual do Professor. Esses s?o momentos
que possibilitam aos alunos passar pelas etapas de obser‑
va??o, an?lise, interpreta??o e sistematiza??o do conheci‑
mento adquirido, bem como por sua express?o material,
como sugere Celso Vasconcellos.
Qual a necessidade de expressão material do co-
nhecimento? De um lado, é para possibilitar a inte-
ração social (possíveis correções/interações); por
outro, é para melhor determinar a síntese, na medi-
da em que, quando está na cabeça, pode ainda incor-
rer em certo grau de generalidade, de abstração, ao
passo que na medida em que se realiza a exposição
material, o sujeito se obriga a uma formatação, a
uma concretização, a uma sintetização conclusiva,
específica. Pode acontecer de a expressão material
(fala, escrita, etc.) ser simples reprodução da síntese
mental (o que significa que ela foi feita com bom
grau de concretude), mas frequentemente o que
ocorre é que, no momento da exposição, o sujeito
apercebe se que as relações, as articulações não estão
tão claras assim. Desprezar a exposição material se-
ria supervalorizar a elaboração mental do indivíduo,
além de negar a possibilidade de reconstrução e de
interação social. (VASCONCELLOS, 1992.)
1
Para mais informações sobre o movimento de renovação da Geografia universitária, consultar: MORAES, Antonio Carlos Robert. Geografia: pequena história
crítica. 20. ed. São Paulo: Annablume, 2005.
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Manual do Professor296
? nesse processo de elabora??o do conhecimento,
principalmente nos momentos de s?ntese, ainda que
aproximativa, que os alunos exercitam a compet?ncia de
elabora??o pr?pria e tendem a se sentir mais seguros e con‑
fiantes diante dos novos conhecimentos. O livro did?tico
tem papel importante nesse processo, sobretudo quando o
professor estabelece uma conviv?ncia produtiva, em um
constante di?logo com a realidade em escala local, regional,
nacional e global. Isso quer dizer que nenhum material di‑
d?tico por si s? ? capaz de dar conta de uma aprendizagem
significativa e eficaz, sendo necess?rio reconhecer a centra‑
lidade do professor nesse processo. Assumir a responsabi‑
lidade pela condu??o da aprendizagem requer do professor
um exerc?cio permanente de investiga??o e reflex?o sobre
sua pr?tica, como afirma N?dia Pontuschka e colegas.
Se considerarmos a docência como atividade in-
telectual e prática, revela- se necessário ao professor
estabelecer cada vez maior intimidade com o proces-
so investigativo, uma vez que os conteúdos com os
quais trabalha são construções teóricas fundamen-
tadas na pesquisa científica. Assim, sua prática peda-
gógica requer de si reflexão, crítica e constante criação
e recriação do conhecimento e das metodologias de
ensino, o que pressupõe uma atividade de investiga-
ção e reflexão permanentes. (PONTUSCHKA; PAGA-
NELLI; CACETE, 2007.)
Fica claro que a iniciativa e a profissionalidade do profes‑
sor s?o essenciais no processo de ensino ‑aprendizagem. As
tarefas educativas requerem autonomia e responsabilidade
docente, al?m de um conjunto de habilidades, conhecimen‑
tos e valores que permitam ao professor lidar com as singu‑
laridades das situa??es educativas pr?prias de cada lugar.
Por fim, gostar?amos de destacar que esta cole??o
volta ‑se para o Ensino M?dio, portanto, para estudantes
que atravessam um processo de amplia??o e exerc?cio dos
racioc?nios abstratos, sendo fundamental auxili? ‑los a de‑
duzir, inferir, elaborar hip?teses e estabelecer rela??es.
Assim como estimular a discuss?o conjunta e participati‑
va, ? interessante desafi?‑los a encontrar e produzir solu‑
??es para determinado tema ou problema. Considerando
a adolesc?ncia como uma etapa marcada tamb?m por
questionamentos, inseguran?as e expectativas, ? impor‑
tante que a escola crie oportunidades para manifesta??es
culturais, express?es de ideias, debates, eventos e ?inven‑
tos? criativos (jornal, mural, feiras, gincanas, dia/semana
do aluno, cria??o de gr?mios/associa??es estudantis, ?in‑
ventos? da Qu?mica, da F?sica, estudos do meio, debates
com temas como sexualidade, drogas, etc.), propiciando a
participa??o e buscando atender a algumas das in?meras
demandas dos alunos nessa faixa et?ria e estimular a plu‑
ralidade de pensamento. Nessas atividades ? importante,
sempre que poss?vel, valorizar tem?ticas e linguagens pr?‑
prias do mundo e da cultura juvenil.
Referenciais curriculares para o Ensino MŽdio
A partir dos anos 1980, os governos de muitos estados
da federa??o elaboraram referenciais curriculares para seus
sistemas de ensino.
A intenção prioritária era melhorar a qualidade
do ensino oferecido na escola pública e reduzir as
altas taxas de repetência e evasão escolar que pena-
lizavam, dominantemente, as crianças das camadas
populares. Procurava- se, também, incentivar a par-
ticipação da comunidade escolar nas decisões, de
forma a superar- se o autoritarismo de reformas an-
teriores, com frequências impostas de “cima para
baixo”. (MOREIRA, 2000.)
Entretanto, essas propostas de reestrutura??o curricu‑
lar n?o se revelaram suficientes para nortear as mudan?as
esperadas na pr?tica pedag?gica da escola, sobretudo no
?mbito do Ensino Fundamental. J? o Ensino M?dio, que
sempre sofreu certa indefini??o ? ora tinha car?ter prope‑
d?utico, ora profissionalizante ?, s? mais recentemente
tem sido alvo de maior preocupa??o no ?mbito das pol?ti‑
cas p?blicas no campo curricular.
Nos anos 1990, com a aprova??o da Lei de Diretrizes e
Bases da Educa??o Nacional (LDB ? Lei 9394/96), coube ao
Estado na esfera federal encaminhar uma base comum que
organizasse o sistema de ensino e favorecesse a unidade na‑
cional. Os Par?metros Curriculares Nacionais do Ensino M?dio
(PCNEM), lan?ados em 1999, inovaram muitos dos procedimen‑
tos did?tico ‑pedag?gicos, principalmente no que diz respeito ?
concep??o de conte?dos, que passaram a considerar o desen‑
volvimento de compet?ncias e habilidades. O foco do curr?culo
voltou ‑se para a aprendizagem dos alunos em sua dimens?o
individual e coletiva, assim como cognitiva, social e cultural.
A formação básica a ser buscada no Ensino Médio
realizar- se- á mais pela constituição de competências,
habilidades e disposições de condutas do que pela
quantidade de informação. Aprender a aprender e a
pensar, a relacionar o conhecimento com dados da
experiência cotidiana, a dar significado ao aprendido
e captar o significado do mundo, a fazer a ponte entre
teoria e prática, a fundamentar a crítica, a argumen-
tar com base em fatos, a lidar com o sentimento que
a aprendizagem desperta. (BRASIL, 1999, 2002.)
3
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Manual do Professor297
Para esse prop?sito, os PCNEM conclamam o car?ter
interdisciplinar e contextualizado da aprendizagem, ou seja,
a interdisciplinaridade como uma pr?tica pedag?gica pau‑
tada pelo constante di?logo entre as diferentes ?reas do
conhecimento e buscando permanentemente a rela??o
entre os conte?dos e seus contextos, tornando a aprendi‑
zagem significativa ao associ? ‑la com experi?ncias da vida
cotidiana do aluno.
As Orienta??es Curriculares para o Ensino M?dio (OCEM),
publicadas em 2006, buscam dar identidade a essa etapa
da escolaridade b?sica:
A institucionalização do Ensino Médio integrado
à educação profissional rompeu com a dualidade que
historicamente separou os estudos preparatórios para
a educação superior da formação profissional no Bra-
sil e deverá contribuir com a melhoria da qualidade
nessa etapa final da educação básica. (BRASIL, 2006.)
As OCEM atualizam os PCNEM, portanto, seguem os
mesmos princ?pios, em uma abordagem que privilegia as
compet?ncias e habilidades. Veja como elas est?o definidas
em Geografia.
Competências e habilidades para a Geografia no Ensino Médio
Competências Habilidades
• Capacidade de operar com os conceitos básicos
da Geografia para an?lise e representa??o do
espa?o em suas m?ltiplas escalas.
• Capacidade de articulação dos conceitos.
• Articular os conceitos da Geografia com observação, descrição,
organiza??o de dados e informa??es do espa?o geogr?fico considerando
as escalas de an?lise.
• Reconhecer as dimensões de tempo e espaço na análise geográfica.
• Capacidade de compreender o espaço
geogr?fico a partir das m?ltiplas intera??es
entre sociedade e natureza.
• Analisar os espaços considerando a influência dos eventos da natureza e
da sociedade.
• Observar a possibilidade de predomínio de um ou de outro tipo de
origem do evento.
• Verificar a inter-relação dos processos sociais e naturais na produção e
organiza??o do espa?o geogr?fico em suas diversas escalas.
• Domínio de linguagens próprias à análise
geogr?fica.
• Identificar os fenômenos geográficos expressos em diferentes
linguagens.
• Utilizar mapas e gráficos resultantes de diferentes tecnologias.
• Reconhecer variadas formas de representação do espaço: cartográfica e
tratamentos gr?ficos, matem?ticos, estat?sticos e iconogr?ficos.
• Capacidade de compreender os fenômenos
locais, regionais e mundiais expressos por suas
territorialidades, considerando as dimens?es
de espa?o e tempo.
• Compreender o papel das sociedades no processo de produção do
espa?o, do territ?rio, da paisagem e do lugar.
• Compreender a importância do elemento cultural, respeitar a
diversidade ?tnica e desenvolver a solidariedade.
• Capacidade de diagnosticar e interpretar os problemas sociais e
ambientais da sociedade contempor?nea.
• Estimular o desenvolvimento do espírito
cr?tico.
• Capacidade de identificar as contradições que se manifestam
espacialmente, decorrentes dos processos produtivos e de consumo.
BRASIL. Minist?rio da Educa??o. Secretaria de Educa??o B?sica. Ciências Humanas e
suas tecnologias. Bras?lia: MEC; SEB, 2006. (Orienta??es curriculares para o Ensino M?dio; v. 3). p. 45.
Outro referencial importante para o segmento de ensi‑
no ? o Exame Nacional do Ensino M?dio (Enem), criado em
1998 pelo Minist?rio da Educa??o (MEC) para avaliar as
compet?ncias e habilidades desenvolvidas pelos alunos que
est?o concluindo ou j? conclu?ram o Ensino M?dio. Atual‑
mente, o Enem ? o principal instrumento de sele??o para
as universidades federais e muitas estaduais. In?meras uni‑
versidades p?blicas do pa?s t?m considerado seus resultados
para compor a nota final em seus vestibulares e, mais re‑
centemente, algumas, como as universidades federais, con‑
sideram apenas o Enem para selecionar o ingresso de seus
alunos. Isso ? feito por meio do Sistema de Sele??o Unifica‑
da (Sisu), sistema informatizado do MEC, em que as univer‑
sidades p?blicas oferecem vagas a canditados que presta‑
ram o Enem. O Programa Universidade para Todos (ProUni),
do governo federal, concede bolsas de estudo a alunos de
universidades privadas e tamb?m utiliza o Enem como re‑
fer?ncia.
A matriz de refer?ncia para o Enem destaca um conjun‑
to de cinco eixos cognitivos comuns a todas as ?reas do
conhecimento ? dominar linguagens; compreender fen?‑
menos; enfrentar situa??es ‑problema; construir argumen‑
ta??o; elaborar propostas ? e seis compet?ncias fundamen‑
tais para a ?rea de Ci?ncias Humanas e suas tecnologias.
Cada uma dessas seis compet?ncias ? dividida em cinco
habilidades, como mostra este quadro.
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Manual do Professor298
Matriz de referência de Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competência de área Habilidades
1. Compreender os elementos
culturais que constituem as
identidades.
H1 ? Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de
aspectos da cultura.
H2 ? Analisar a produ??o da mem?ria pelas sociedades humanas.
H3 ? Associar as manifesta??es culturais do presente aos seus processos hist?ricos.
H4 ? Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto
da cultura.
H5 ? Identificar as manifesta??es ou representa??es da diversidade do patrim?nio cultural
e art?stico em diferentes sociedades.
2. Compreender as
transforma??es dos espa?os
geogr?ficos como produto
das rela??es
socioecon?micas e culturais
de poder.
H6 ? Interpretar diferentes representa??es gr?ficas e cartogr?ficas dos espa?os geogr?ficos.
H7 ? Identificar os significados hist?rico‑geogr?ficos das rela??es de poder entre as na??es.
H8 ? Analisar a a??o dos estados nacionais no que se refere ? din?mica dos fluxos
populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econ?mico‑social.
H9 ? Comparar o significado hist?rico‑geogr?fico das organiza??es pol?ticas e
socioecon?micas em escala local, regional ou mundial.
H10 ? Reconhecer a din?mica da organiza??o dos movimentos sociais e a import?ncia da
participa??o da coletividade na transforma??o da realidade hist?rico‑geogr?fica.
3. Compreender a produ??o e o
papel hist?rico das
institui??es sociais, pol?ticas
e econ?micas, associando‑as
aos diferentes grupos,
conflitos e movimentos
sociais.
H11 ? Identificar registros de pr?ticas de grupos sociais no tempo e no espa?o.
H12 ? Analisar o papel da justi?a como institui??o na organiza??o das sociedades.
H13 ? Analisar a atua??o dos movimentos sociais que contribu?ram para mudan?as ou
rupturas em processos de disputa pelo poder.
H14 ? Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos anal?ticos e
interpretativos, sobre situa??o ou fatos de natureza hist?rico‑geogr?fica acerca das
institui??es sociais, pol?ticas e econ?micas.
H15 ? Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, pol?ticos, econ?micos ou ambientais
ao longo da Hist?ria.
4. Entender as transforma??es
t?cnicas e tecnol?gicas e seu
impacto nos processos de
produ??o, no
desenvolvimento do
conhecimento e na vida
social.
H16 ? Identificar registros sobre o papel das t?cnicas e tecnologias na organiza??o do
trabalho e/ou da vida social.
H17 ? Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de
territorializa??o da produ??o.
H18 ? Analisar diferentes processos de produ??o ou circula??o de riquezas e suas
implica??es socioespaciais.
H19 ? Reconhecer as transforma??es t?cnicas e tecnol?gicas que determinam as v?rias
formas de uso e apropria??o dos espa?os rural e urbano.
H20 ? Selecionar argumentos favor?veis ou contr?rios ?s modifica??es impostas pelas
novas tecnologias ? vida social e ao mundo do trabalho.
5. Utilizar os conhecimentos
hist?ricos para compreender
e valorizar os fundamentos
da cidadania e da
democracia, favorecendo
uma atua??o consciente do
indiv?duo na sociedade.
H21 ? Identificar o papel dos meios de comunica??o na constru??o da vida social.
H22 ? Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere ?s mudan?as nas
legisla??es ou nas pol?ticas p?blicas.
H23 ? Analisar a import?ncia dos valores ?ticos na estrutura??o pol?tica das sociedades.
H24 ? Relacionar cidadania e democracia na organiza??o das sociedades.
H25 ? Identificar estrat?gias que promovam formas de inclus?o social.
6. Compreender a sociedade e
a natureza, reconhecendo
suas intera??es no espa?o
em diferentes contextos
hist?ricos e geogr?ficos.
H26 ? Identificar em fontes diversas o processo de ocupa??o dos meios f?sicos e as rela??es
da vida humana com a paisagem.
H27 ? Analisar de maneira cr?tica as intera??es da sociedade com o meio f?sico, levando em
considera??o aspectos hist?ricos e/ou geogr?ficos.
H28 ? Relacionar o uso das tecnologias com os impactos socioambientais em diferentes
contextos hist?rico‑geogr?ficos.
H29 ? Reconhecer a fun??o dos recursos naturais na produ??o do espa?o geogr?fico,
relacionando‑os com as mudan?as provocadas pelas a??es humanas.
H30 ? Avaliar as rela??es entre preserva??o e degrada??o da vida no planeta nas diferentes
escalas.
BRASIL. Minist?rio da Educa??o. Matriz de refer?ncia para o Enem 2009. Dispon?vel em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=841‑matriz‑1&category_slug=documentos‑pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 22 fev. 2016.
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Manual do Professor299
Podemos notar nessas orienta??es que o eixo do cur‑
r?culo desloca ‑se de uma concep??o tradicional conteu‑
dista para uma ?nfase nas habilidades e compet?ncias,
valorizando a autonomia intelectual e o pensamento
cr?tico dos alunos. Esta cole??o busca exercitar essas
orienta??es estimulando uma postura participativa sobre
o espa?o geogr?fico em suas diferentes escalas, al?m das
atividades que trabalham as dimens?es conceituais, pro‑
cedimentais e atitudinais do conhecimento. Essas ativi‑
dades procuram valorizar a experi?ncia e o envolvimento
dos alunos para introduzir ou aprofundar conhecimentos,
elaborar s?nteses, formular hip?teses, problematizar te‑
mas da Geografia sob a forma de trabalhos investigativos
individuais ou em grupo.
Outra caracter?stica presente nesses referenciais ? a
valoriza??o do trabalho interdisciplinar, privilegiando as‑
sim o trabalho coletivo na escola. A pr?pria organiza??o
do curr?culo do Ensino M?dio por ?rea (Linguagens, C?digos
e suas tecnologias, Ci?ncias da Natureza, Matem?tica e
suas tecnologias, Ci?ncias Humanas e suas tecnologias)
pressup?e uma concep??o curricular mais abrangente, que
cria possibilidades de um trabalho mais integrado (pelo
menos no ?mbito de cada ?rea). Esta cole??o valoriza a
pr?tica interdisciplinar na se??o Dialogando com as disci-
plinas, no livro do aluno, e projetos interdisciplinares, in‑
dicados neste Manual do Professor. Nesses projetos,
prop?em ‑se situa??es problematizadoras da realidade
articuladas ?s tem?ticas desenvolvidas; contudo, cabe ao
professor a decis?o de utiliz? ‑los em sua pr?tica pedag?‑
gica. A interdisciplinaridade, como m?todo de procedimen

to, parte do princ?pio de que cada uma das disciplinas deve
contribuir para a compreens?o da realidade, que ? sempre
multidisciplinar. Nesse sentido, ? fundamental ressaltar
sua import?ncia como exerc?cio de recomposi??o da tota‑
lidade. Mais do que uma postura metodol?gica, a interdis‑
ciplinaridade constitui ‑se em uma atitude solid?ria e dia‑
l?gica que significa
[?] n?o s? eliminar as barreiras entre as discipli-
nas, mas tamb?m as barreiras entre as pessoas, de
modo que os profissionais da escola busquem alter-
nativas para se conhecerem mais e melhor, troquem
conhecimentos e experi?ncias entre si, tenham hu
-
mildade diante da limita??o do pr?prio saber,
envolvam -se e comprometam-se em projetos comuns,
modifiquem seus h?bitos j? estabelecidos em rela??o
? busca do conhecimento, perguntando, duvidando,
dialogando consigo mesmos. Trata- se, portanto, de
um modo de proceder intelectualmente, de uma pr?-
tica de trabalho cient?fico, profissional, de constru??o
coletiva do conhecimento. (LIB?NEO, 1998.)
Assim, a interdisciplinaridade n?o dilui as disciplinas,
muito pelo contr?rio, as refor?a e as valoriza, mas exige um
trabalho coletivo e colaborativo, o que implica mudan?as
de pr?ticas arraigadas, como afirma Jos? Carlos Lib?neo, e
isso est? claramente colocado no ? 2
o
do artigo 8
o
das Dire-
trizes Curriculares Nacionais para o Ensino MŽdio:
A organiza??o por ?reas de conhecimento n?o
dilui nem exclui componentes curriculares com es
-
pecificidades e saberes pr?prios constru?dos e siste-
matizados, mas implica no fortalecimento das rela-
??es entre eles e a sua contextualiza??o para
apreens?o e interven??o na realidade, requerendo
planejamento e execu??o conjugados e cooperativos
dos seus professores. (BRASIL, 2012.)
Apesar de sua import?ncia, os trabalhos que envolvem
a intera??o entre os diversos campos do conhecimento, so‑
bretudo na escola b?sica, n?o s?o f?ceis de serem executa‑
dos. Muitas vezes, falta interlocu??o entre os professores
das diferentes disciplinas e apoio da dire??o, faltam espa?os
de di?logo, al?m de estar instalada a tradi??o de trabalhos
individuais, caracterizando uma excessiva especializa??o de
professores voltados apenas ? sua disciplina. Isso impede a
constru??o de uma linguagem comum entre os professores
e a cria??o de uma identidade de educadores preocupados
com a fun??o social da escola. Entretanto, apesar das difi‑
culdades, a constru??o de um trabalho coletivo na escola
sempre ? poss?vel e deve ser estimulada.
Os professores normalmente se re?nem para a realiza‑
??o de atividades conjuntas, como comemora??es, semanas
culturais, etc. Essas a??es podem servir como base para a
elabora??o de projetos mais consistentes, com maior par‑
ticipa??o dos sujeitos sociais da escola. Seria ent?o interes‑
sante conduzir um movimento pedag?gico na escola para
estabelecer temas geradores, eixos tem?ticos ou situa??es‑
‑problema que mobilizassem alunos, professores e a comu‑
nidade rumo a um trabalho colaborativo. H? inclusive am‑
paro legal para adapta??es no curr?culo, uma vez que os PCN
do Ensino M?dio apontam para o estabelecimento de um
eixo integrador para a elabora??o de projetos interdiscipli‑
nares ou como um objeto de conhecimento ou mesmo para
um plano de a??o ou interven??o na realidade. A pr?pria
LDB 9394/96 d? respaldo a isso ao assegurar uma parte
diversificada do curr?culo para poder dar conta da diversi‑
dade dos lugares que comp?em o territ?rio brasileiro e ao
mesmo tempo garantir sua inser??o na din?mica nacional
e global. A LDB prop?e:
Art. 26. Os curr?culos do ensino fundamental e
m?dio devem ter uma base nacional comum, a ser
complementada, em cada sistema de ensino e esta-
belecimento escolar, por uma parte diversificada,
exigida pelas caracter?sticas regionais e locais da so-
ciedade, da cultura, da economia e da clientela. (BRA-
SIL, 1996.)
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Manual do Professor300
As novas DCNEM tamb?m corroboram esse movimen‑
to integrador:
Art. 7
o
A organiza??o curricular do Ensino M?dio
tem uma base nacional comum e uma parte diversi-
ficada que n?o devem constituir blocos distintos, mas
um todo integrado, de modo a garantir tanto conhe-
cimentos e saberes comuns necess?rios a todos os
estudantes quanto uma forma??o que considere a
diversidade e as caracter?sticas locais e especificida-
des regionais. (BRASIL, 2012.)
No livro Pedagogia do oprimido, o educador Paulo Freire
desenvolve uma proposta de constru??o de um curr?culo
local ancorado no tema gerador, no final do cap?tulo em que
discute a import?ncia da dialogicidade para uma educa??o
como pr?tica de liberdade. N?o ? poss?vel, pois, construir
uma abordagem de quest?es locais ancorada em temas
geradores ou situa??es ‑problema e em propostas de inter‑
ven??o na realidade sem haver di?logo entre professores e
alunos, entre escola e fam?lia.
Ainda que o professor de Geografia possa ter dificulda‑
de em mobilizar outros docentes para um trabalho colabo‑
rativo, existem tem?ticas que podem de alguma forma
chamar a aten??o da comunidade escolar ? por exemplo, o
estudo do lugar onde os alunos e seus familiares vivem, da
pr?tica social em que est?o inseridos e das rela??es que
estabelecem com o espa?o habitado. Sendo a popula??o
brasileira hoje majoritariamente urbana, a experi?ncia do
cotidiano na cidade ? vivenciada por uma parcela significa‑
tiva dos alunos; portanto, ? fundamental que eles com‑
preendam o fen?meno urbano.
Para compreender o lugar de viv?ncia, pode ‑se, por
exemplo, elaborar uma pesquisa sobre a rede urbana da
regi?o, as fun??es urbanas que deram origem a algumas
das cidades pr?ximas, a hierarquia urbana e o sistema de
transportes e os impactos ambientais relacionados ? des‑
tina??o do lixo, saneamento b?sico e contamina??o de rios
e lagos, qualidade do ar, polui??o, condi??es de vida da
popula??o, etc. O Manual do Professor do volume 3 desta
cole??o apresenta essa sugest?o de trabalho interdiscipli‑
nar, que pode ser muito produtiva, sobretudo para tornar
a aprendizagem significativa. Especialmente se associada
a experi?ncias da vida cotidiana, ela pode contribuir para
o esclarecimento das din?micas que regem a vida urbana.
O mais importante ? que o trabalho interdisciplinar sur‑
ja da necessidade e do envolvimento de professores, alunos
e suas fam?lias na elabora??o do projeto pol?tico ‑pedag?gico
da escola e se constitua em um desafio para cada disciplina
envolvida, atraindo a aten??o dos professores de todas as
?reas do conhecimento.
Nesta cole??o, a Geografia ? considerada uma disciplina
aberta ao di?logo e ? pr?tica interdisciplinar, sobretudo pelo
car?ter abrangente de seus temas de estudo, que contem‑
plam a sociedade e a natureza e suas rela??es, e pela clare‑
za da necessidade de colabora??o das diferentes disciplinas
para a compreens?o do complexo mundo atual.
Formas de avalia•‹o
A avalia??o ? um momento privilegiado na rela??o
ensino ‑aprendizagem. Ela deve estar presente em todas as
etapas dessa rela??o, permitindo que alunos e professores
percebam seu grau de envolvimento nesse processo e acom‑
panhem sua din?mica. Dessa forma, assim como ? um mo‑
mento de fundamental import?ncia para que cada aluno
compreenda como est? se desenvolvendo sua aprendiza‑
gem, tamb?m o ? para que o professor perceba como est?
se dando seu ensino.
? importante que a avalia??o esteja prevista no projeto
pol?tico ‑pedag?gico da escola, de forma coerente com os
princ?pios pedag?gicos. Assim, ela deve estar em conson?n‑
cia com os procedimentos te?rico ‑metodol?gicos adotados,
considerando ‑se os diferentes contextos em que ocorre. Por
exemplo, ao avaliar o aluno em um trabalho de pesquisa, ?
importante que o professor valorize sua capacidade de pro‑
ceder o levantamento e tratamento de dados e informa??es,
de an?lise, produ??o e elabora??o de s?ntese pessoal, o que
pode ser expresso sob a forma de textos, exposi??o oral,
mural, etc. Al?m disso, o levantamento do conhecimento
pr?vio dos alunos j? ? uma pr? ‑avalia??o ou uma avalia??o
diagn?stica, passo importante para orientar o professor em
seu trabalho docente com a classe.
A avalia??o deve ser estruturada como parte do proces‑
so pedag?gico e educacional. Quando ela se restringe ?
aplica??o de uma prova mensal ou bimestral, sua fun??o
fica reduzida a aspectos conceituais, e a maioria dos alunos
estabelece um ritmo de acompanhamento dos conte?dos
concentrando seus esfor?os para a ?semana das provas?.
Assim, a avalia??o n?o deve se limitar a um instrumento de
quantifica??o aplicado no final do processo, mas constituir
um recurso para acompanhar o desenvolvimento da apren‑
dizagem. Ela permite a revis?o da programa??o e da abor‑
dagem do curso: se necess?rio, podem ocorrer mudan?as
de acordo com as dificuldades, desinteresse ou, ao contr?rio,
motiva??o dos alunos para ir mais al?m.
Concebendo a avalia??o como um instrumento perma‑
nente e abrangente, torna ‑se necess?rio inici? ‑la antes mes‑
mo da introdu??o de novos conte?dos. Avaliando os conhe‑
cimentos pr?vios dos alunos sobre o tema que ser?
desenvolvido, ? poss?vel adaptar a pr?tica did?tica ?quilo
que for mais adequado ao grupo.
4
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Manual do Professor301
A avalia??o inicial permite perceber o impacto da situa??o
de ensino ‑aprendizagem sobre os alunos. A constata??o de
que um aluno n?o apreendeu todo o conte?do proposto de
forma homog?nea com o restante da classe n?o deve anu‑
lar o fato de que muitas vezes ele avan?ou significativa‑
mente em rela??o ao ponto em que se encontrava e
desenvolveu ‑se de forma extraordin?ria em rela??o a al‑
guns itens trabalhados. Portanto, isso deve ser levado em
considera??o. Outro aspecto importante a ser considerado
? a necessidade de uma avalia??o diversificada para que
n?o se restrinja a captar apenas as intelig?ncias mais va‑
lorizadas no ambiente escolar: a lingu?stica e a l?gico‑
‑matem?tica. Nesse ponto vale considerar a contribui??o
do psic?logo norte ‑americano Howard Gardner. Ele argu‑
menta que todas as pessoas t?m um espectro de compe‑
t?ncias, ao que chamou de ?intelig?ncias m?ltiplas? (GARD‑
NER, 2000) e algumas por raz?es biopsicossociais t?m
facilidade para desenvolver umas intelig?ncias mais do que
outras. H? diversos exemplos de profissionais muito com‑
petentes e reconhecidos em sua ?rea de atua??o que du‑
rante a vida escolar tiveram problemas de aprendizado e
foram considerados ?maus alunos?. Muito provavelmente
n?o tinham muita facilidade no eixo lingu?stico ‑l?gico‑
‑matem?tico. ? importante que haja instrumentos de ava‑
lia??o que possam captar outras intelig?ncias, como a in‑
terpessoal, a intrapessoal, a espacial, a corporal ‑cinest?sica
e a musical, al?m das duas tradicionalmente mais valori‑
zadas pela escola. ? importante tamb?m que a avalia??o
n?o se restrinja ? dimens?o conceitual do conhecimento e
capte as dimens?es procedimental e atitudinal.
Todos os itens da avalia??o devem ser previamente
discutidos com a classe, explicitados claramente, para
que todos se comprometam com as metas tra?adas. Trata‑
‑se de realizar um primeiro acordo entre professor e alu‑
nos, livremente discutido, baseado na transpar?ncia e no
di?logo, na clara defini??o dos objetivos e das propostas.
Esse ? um momento fundamental para que a rela??o
ensino ‑aprendizagem possa se desenvolver de forma sa‑
tisfat?ria e dial?gica.
Os alunos devem saber o que se espera deles, como se‑
r?o avaliados, com que frequ?ncia, em quais momentos, por
quais crit?rios, etc., e participar da elabora??o desses crit?‑
rios. Eles podem ainda, caso assim se decida, elaborar uma
ficha de autoavalia??o que, depois de preenchida, pode ser
comparada com a avalia??o feita pelo professor. Essa ativi‑
dade ? um est?mulo para que os alunos busquem um de‑
sempenho cada vez melhor, desenvolvam seu senso cr?tico
e sintam ‑se mais participantes e respons?veis por sua pr?‑
pria forma??o e pelo que acontece em sala de aula.
A avalia??o permanente permite a utiliza??o das mais
variadas ferramentas para determinar os conte?dos acima
propostos. O professor poder?, caso considere necess?rio,
utilizar ‑se das compet?ncias e habilidades a serem desen‑
volvidas na ?rea de Geografia, extra?das das OCEM.
Em caso de se aplicarem provas mensais ou bimestrais,
? importante que elas n?o se limitem a verificar a memori‑
za??o de informa??es pelos alunos, mas sua capacidade de
observa??o, descri??o, compara??o, interpreta??o, argumen‑
ta??o, enfim, sua capacidade de an?lise e de s?ntese e de
elabora??o de propostas. Isso pressup?e n?o s? que os alunos
detenham informa??es, mas tamb?m a habilidade de
manipul? ‑las, critic? ‑las para, com base nesse exerc?cio, cons‑
truir seu conhecimento e solucionar problemas da realidade.
A pr?tica da avalia??o ao longo de todo o processo de
aprendizagem permite encaminhar os alunos com dificul‑
dades para um acompanhamento logo que se constate a
defasagem, ou alterar a abordagem escolhida inicialmente,
quando esta se mostrar ineficaz ou desinteressante. N?o h?
necessidade de esperar o fim do bimestre, semestre ou ano
letivo para encaminhar esses alunos a uma recupera??o.
Essa pr?tica, al?m de ser mais produtiva do ponto de
vista do ensino ‑aprendizagem, retira dos alunos a press?o
psicol?gica de ter de ?tirar nota para passar de ano?. N?o
acreditamos que a prova seja um mal em si, at? porque, na
vida adulta, os alunos ir?o deparar em v?rios momentos
com a necessidade de fazer provas, como a do Enem, de
vestibulares, de teste para emprego, de concurso p?blico,
etc. ? mas ela tamb?m n?o deve ser um fim em si mesma
ou o objetivo da aprendizagem.
Assim, quanto ? nota, na avalia??o permanente, ela
deveria ser apenas a quantifica??o do aprendizado e um
instrumento para indicar a necessidade de acompanha‑
mento personalizado, e n?o uma puni??o ao final do ano,
com a repet?ncia.
Renato S. Cerqueira/Futura Press
Manifesta??o do Orgulho Crespo em S?o Paulo (SP), 2015.
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Manual do Professor302
Bibliografia de apoio
Educa•‹o
AUSUBEL, D. P. Aquisição e retenção de conhecimentos: uma
perspectiva cognitiva. Lisboa: Pl?tano, 2003.
Para o autor, a aprendizagem significativa ? aquela na
qual ? poss?vel associar os conhecimentos novos ? estru‑
tura cognitiva de forma n?o arbitr?ria e n?o literal, que
permite uma reten??o por um tempo mais longo. O con‑
tr?rio disso ? a aprendizagem mec?nica, na qual a reten‑
??o ? muito limitada.
BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996.
Estabelece as Diretrizes e Bases da Educa??o Nacional.
Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para As‑
suntos Jur?dicos, Bras?lia, 1996. Dispon?vel em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm>. Acesso em:
21 mar. 2016.
BRASIL. Minist?rio da Educa??o. Secretaria de Educa??o B?‑
sica. Ciências humanas e suas tecnologias. Bras?lia: MEC; SEB,
2006. (Orienta??es curriculares para o Ensino M?dio; vol. 3).
______. Secretaria de Educa??o M?dia e Tecnol?gica. Parâ-
metros Curriculares Nacionais do Ensino Médio: ci?ncias
humanas e suas tecnologias. Bras?lia: MEC; SEMTEC, 1999.
(vol. 4).
______. Secretaria de Educa??o M?dia e Tecnol?gica. Parâ-
metros Curriculares Nacionais: Ensino M?dio. Bras?lia: MEC;
SEMTEC, 2002.
BRASIL. Resolu??o CNE/CEB n
o
2, de 30 de janeiro de 2012.
Define Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
M?dio. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Edu‑
ca??o. C?mara da Educa??o B?sica, Bras?lia. Dispon?vel
em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
content&view=article&id=17417&Itemid=866>. Acesso
em: 21 mar. 2016.
Estes s?o os principais documentos (leis e resolu??es) que
regulamentam e organizam o funcionamento do Ensino
M?dio no Brasil.
DEMO, P. Educar pela pesquisa. 7. ed. Campinas: Autores
Associados, 2005. (Educa??o contempor?nea).
Neste livro, o autor faz uma defesa da pesquisa como
princ?pio pedag?gico, argumentando que ela deve estar
inserida no processo educativo.
FAZENDA, I. C. A. Interdisciplinaridade: um projeto em par‑
ceria. S?o Paulo: Loyola, 2002.
O livro re?ne uma s?rie de artigos sobre interdisciplina‑
ridade e projetos desenvolvidos em parceria.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 44. ed. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 2005.
Para Paulo Freire n?o existe educa??o emancipadora sem
di?logo. Este livro se desenvolve em torno desses dois
eixos e prop?e uma educa??o dial?gica e problematiza‑
dora, portanto, emancipadora.
GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na pr?tica.
Porto Alegre: Artmed, 2000.
O psic?logo norte ‑americano discute a teoria das intelig?ncias
m?ltiplas. Neste livro, ele fala em sete intelig?ncias, mas abre
a possibilidade de haver outras; em 2006, passou a falar em
nove intelig?ncias, incorporando a naturalista e a existencial.
GOODSON, I. F. Tornando ‑se uma mat?ria acad?mica: pa‑
dr?es de explica??o e evolu??o. Teoria & Educação. Porto
Alegre: Pann?nica, v. 2, p. 230 ‑254, 1990.
O artigo analisa a institucionaliza??o da Geografia aca‑
d?mica no Reino Unido desde o final do s?culo XIX e o
papel da Geografia escolar como indutor desse processo.
JANTSCH, A. P.; BIANCHETTI, L. (Org.). Interdisciplinaridade:
para al?m da filosofia do sujeito. Petr?polis: Vozes, 1995.
Os autores criticam a fragmenta??o da produ??o do co‑
nhecimento e defendem a interdisciplinaridade como o
melhor caminho para captar a realidade como totalidade.
LIB?NEO, J. C. Adeus professor, adeus professora?: novas
exig?ncias educacionais e profiss?o docente. S?o Paulo:
Cortez, 1998.
O autor analisa as novas exig?ncias educacionais e o pa‑
pel da escola e dos professores na perspectiva de um pro‑
jeto emancipador de educa??o.
______; SANTOS, A. (Org.). Educação na era do conhecimen-
to em rede e transdisciplinaridade. Campinas: Al?nea, 2005.
Esta colet?nea de textos realiza uma revis?o cr?tica das
teorias pedag?gicas e uma tentativa de agrupamento das
principais correntes pedag?gicas contempor?neas.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 17. ed. S?o
Paulo: Cortez, 2005.
O livro aborda a quest?o da avalia??o da aprendizagem
na escola, em termos conceituais e pr?ticos, passando por
abordagens filos?ficas, sociol?gicas, pol?ticas, psicol?gicas
e pedag?gicas.
______. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando
conceitos e recriando a pr?tica. 2. ed. rev. Salvador: Malaba‑
res, 2005.
O livro aborda a avalia??o da aprendizagem, seus com‑
prometimentos sociol?gicos, hist?ricos, pol?ticos, psico‑
l?gicos e pedag?gicos, trazendo estudos sobre a articula‑
??o entre avalia??o e projeto pol?tico ‑pedag?gico da es‑
cola e, por ?ltimo, recursos t?cnicos para a pr?tica da
avalia??o da aprendizagem.
5
<Abre p‡gina>
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Manual do Professor303
MACHADO, N. J. Conhecimento e valor. S?o Paulo: Moderna,
2004.
Neste livro, o autor discute as imagens t?citas do conhe‑
cimento, o valor do conhecimento, o tecnicismo na edu‑
ca??o, entre outras quest?es ligadas ao universo escolar.
______. Epistemologia e did?tica. 4. ed. S?o Paulo: Cortez,
2000.
O livro analisa as concep??es de conhecimento, intelig?n‑
cia, especialmente como espectro de compet?ncias, e o
processo cognitivo.
MARINA, J. A. Teoria da intelig?ncia criadora. Lisboa: Cami‑
nho, 1995.
O fil?sofo espanhol apresenta muitos insights interessan‑
tes que podem ser aproveitados na compreens?o da rea‑
lidade e na produ??o do conhecimento.
MOREIRA, A. F. B. Propostas curriculares alternativas: limites
e avan?os. Educa??o & Sociedade, Campinas, ano XXI, n. 73,
dez. 2000.
Neste artigo, o autor faz uma retrospectiva das reformas
curriculares que caminharam na contram?o do discurso
oficial hegem?nico nos anos 1980 e 1990.
MOREIRA, M. A.; MASINI, E. F. S. Aprendizagem significativa:
a teoria de David Ausubel. S?o Paulo: Centauro, 2001.
Os autores fazem uma s?ntese bem completa e acess?vel
da teoria cognitivista de David Ausubel. Essa obra serve
como um organizador pr?vio antes da leitura da teoria
original.
PERRENOUD, P. Construir as compet?ncias desde a escola.
Porto Alegre: Artmed, 1999.
______ et al. As compet?ncias para ensinar no s?culo XXI: a
forma??o dos professores e o desafio da avalia??o. Porto
Alegre: Artmed, 2002.
Nestes livros, Perrenoud discute o conceito de compet?n‑
cias, como ? utilizado na educa??o, e quais s?o as compe‑
t?ncias a serem desenvolvidas para o mundo de hoje.
RAMOS, M. N. A pedagogia das compet?ncias: autonomia
ou adapta??o? 2. ed. S?o Paulo: Cortez, 2002.
A autora analisa de forma cr?tica a no??o de compet?n‑
cia e sua migra??o do universo do trabalho para o da
educa??o, processo em que houve um deslocamento
conceitual: o conceito de compet?ncia, associado ?
produ??o flex?vel, desloca o de qualifica??o, ligado ?
produ??o fordista.
ROCHA, G. O. da. A trajet?ria da disciplina Geografia no cur-
r?culo escolar brasileiro (1837 -1942). Disserta??o de mestra‑
do. S?o Paulo: PUC‑SP, 1996.
______. Por uma geografia moderna na sala de aula: Rui
Barbosa e Delgado de Carvalho e a renova??o do ensino de
Geografia no Brasil. Mercator ? Revista de Geografia da UFC.
Fortaleza, v. 8, n. 15, p. 75 ‑94, 2009.
A disserta??o de mestrado reconstitui o processo hist?‑
rico de institucionaliza??o da Geografia no Brasil, tanto
nos curr?culos da escola b?sica quanto disciplina acad?‑
mica. O artigo, derivado da pesquisa, analisa a contri‑
bui??o dos pareceres elaborados por Rui Barbosa, no
final do s?culo XIX, e da produ??o did?tica de Delgado
de Carvalho, no in?cio do s?culo XX, para a renova??o do
ensino de Geografia.
SEVERINO, A. J.; SEVERINO, E. S. Ensinar e aprender com pes-
quisa no ensino m?dio. S?o Paulo: Cortez, 2012.
Os autores defendem que para o conhecimento ser cons‑
tru?do de forma significativa ? importante o aluno domi‑
nar fundamentos te?ricos e pr?ticos da pesquisa, desen‑
volvendo assim um esp?rito investigativo.
VASCONCELLOS, C. dos S. Metodologia dial?tica em sala de
aula. Revista de Educa??o AEC, Bras?lia, v. 21, n. 83, p. 28 ‑55,
abr./jun. 1992.
O artigo analisa o m?todo dial?tico de conhecimento em
sala de aula, com base na constru??o do conhecimento
pelo movimento do pensamento.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. 2. ed. S?o Paulo:
Martins Fontes, 2003.
______. A forma??o social da mente. 6. ed. S?o Paulo: Mar‑
tins Fontes, 2003.
Nestes livros, Vygotsky trabalha alguns dos conceitos‑
‑chave de sua teoria sociointeracionista, como media??o
simb?lica, intera??o entre aprendizado e desenvolvimen‑
to, rela??o entre o pensamento e a l?ngua, zona de desen‑
volvimento proximal, aprendizado de conceitos cotidianos
e cient?ficos, etc.
Ensino e aprendizagem em Geografia
ALMEIDA, Ros?ngela D. (Org.). Cartografia escolar. S?o
Paulo: Contexto, 2007.
______ . Novos rumos da cartografia escolar. S?o Paulo: Con‑
texto, 2011.
ASSOCIA??O DOS GE?GRAFOS BRASILEIROS. Col?quio
Internacional de Investiga??o em Educa??o Geogr?fica.
Boletim Paulista de Geografia. S?o Paulo, n. 90, v. 2, set.
2010.
______. Geografia e ensino. Terra Livre. Presidente Pruden‑
te, S?o Paulo, ano 23, n. 28, v. 1, jan./jun. 2007.
CAMPOS, R. R. de. Breve hist?rico do pensamento geogr?fico
brasileiro nos s?culos XIX e XX. Jundia?, SP: Paco Editorial,
2011.
CARNEIRO, R. N. (Org.). Pensando a geografia e o ensino dos
seus conceitos -chave. Par? de Minas: Virtual Books, 2011.
GGB_Geografia_v1_PNLD2018_MP_289a313_PC.indd 303 5/31/16 3:39 PM

Manual do Professor304
CASTELLAR, S. (Org.). Educação geográfica: teorias e pr?ticas
docentes. S?o Paulo: Contexto, 2005.
______; VILHENA, J. Ensino de Geografia. S?o Paulo: Cenga‑
ge, 2009.
______; CALLAI, H. C.; KAERCHER, N. A. Ensino de Geografia:
pr?ticas e textualiza??es no cotidiano. 5. ed. Porto Alegre:
Media??o, 2006.
CASTROGIOVANNI, A. C.; COSTELLA, R. Z. Brincar e cartogra-
far com os diferentes mundos geográficos: a alfabetiza??o
espacial. Porto Alegre: EDPUCRS, 2006.
CAVALCANTI, L. de S. Geografia, escola e construção de co-
nhecimentos. 3. ed. Campinas: Papirus, 2001.
KAECHER, N. A. Se a geografia escolar é um pastel de vento
o gato come a geografia crítica. Porto Alegre: Evangraf, 2014.
KIMURA, S. Geografia no ensino básico: quest?es e propos‑
tas. S?o Paulo: Contexto, 2008.
LACOSTE, Y. A Geografia: isso serve, em primeiro lugar, para
fazer a guerra. 19. ed. Campinas: Papirus, 2011.
OLIVEIRA, A. U.; CARLOS, A. F. A. Reformas no mundo da edu-
cação: par?metros curriculares e Geografia. S?o Paulo: Con‑
texto, 1999.
PASSINI, E. Y. Alfabetização cartográfica e a aprendizagem
de geografia. S?o Paulo: Cortez, 2012.
______. Prática de ensino de Geografia e estágio supervisio-
nado. 2. ed. S?o Paulo: Contexto, 2010.
PONTUSCHKA, N. N.; OLIVEIRA, A. U. (Org.). Geografia em
perspectiva: ensino e pesquisa. S?o Paulo: Contexto, 2002.
______; PAGANELLI, T. I.; CACETE, N. H. Para ensinar e apren-
der Geografia. S?o Paulo: Cortez, 2007.
REGO, N. et al. (Org.). Um pouco do mundo cabe nas mãos:
geografizando em educa??o o local e o global. Porto Alegre:
Ed. da UFRGS, 2003.
SCH?FFER, N. O. et al. Um globo em suas mãos: pr?ticas para
a sala de aula. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2003.
SELBACH, S. et al. Geografia e didática. Petr?polis: Vozes,
2010.
SILVA, M. A. da; SILVA, H. R. F. da. Geografia, literatura e arte:
reflex?es. Salvador: Edufba, 2010.
STRAFORINI, R. Ensinar geografia: o desafio da totalidade‑
‑mundo nas s?ries iniciais. S?o Paulo: Annablume, 2004.
VENTURI, L. A. B. Geografia: pr?ticas de campo, laborat?rio
e sala de aula. S?o Paulo: Sarandi, 2011.
VESENTINI, J. W. (Org.). O ensino de geografia no século XXI.
Campinas: Papirus, 2004.
Endereços eletrônicos para pesquisa
Os endere?os eletr?nicos sugeridos a seguir s?o boas
fontes de consulta para os assuntos tratados na cole??o.
Oriente os alunos a se manterem atentos a atualiza??es e
a informar suas descobertas aos colegas. Para isso, eles po‑
dem utilizar ferramentas da internet, como redes sociais e
blogs. Fa?a tamb?m um mural na sala de aula com algumas
das recomenda??es dos estudantes.
Como a internet ? uma ferramenta de pesquisa din?mi‑
ca por natureza, recomendamos verificar se o endere?o in‑
dicado no livro ou neste Manual permanece o mesmo antes
de sugerir aos alunos uma pesquisa na internet. Dessa for‑
ma, nos responsabilizamos pela indica??o dos sites at? a
data de acesso de 23 de fevereiro de 2016. A maioria dos
endere?os ? est?vel, sobretudo os das institui??es mais re‑
conhecidas. Entretanto, ? poss?vel haver mudan?as.
AG?NCIA Espacial Norte ‑Americana (Nasa). Dispon?vel em:
<www.nasa.gov>.
ASSOCIA??O Brasileira de ?guas Subterr?neas (Abas). Dis‑
pon?vel em: <www.abas.org>.
ASSOCIA??O de Ge?grafos Brasileiros (AGB). Dispon?vel em:
<www.agb.org.br>.
BASE Aerofotogrametria e Projetos. Dispon?vel em: <www.
baseaerofoto.com.br>.
CENTRO de Previs?o de Tempo e Estudos Clim?ticos (CPTEC).
Dispon?vel em: <www.cptec.inpe.br>.
CENTRO Integrado de Estudos em Geoprocessamento da
UFPR (Cieg). Dispon?vel em: <www.cieg.ufpr.br>.
CI?NCIA Hoje. Dispon?vel em: <http://cienciahoje.uol.com.
br>.
COMIT? Brasileiro do Programa das Na??es Unidas para o
Meio Ambiente (PNUMA Brasil). Dispon?vel em: <www.bra‑
silpnuma.org.br>.
COMPANHIA Ambiental do Estado de S?o Paulo (Cetesb).
Dispon?vel em: <www.cetesb.sp.gov.br>.
COMPROMISSO Empresarial para Reciclagem (Cempre). Dis‑
pon?vel em: <www.cempre.org.br>.
DISCOVERY Education. Dispon?vel em: <www.discoveryedu‑
cation.com/teachers/>.
EMPRESA Brasileira de Pesquisa Agropecu?ria (Embrapa).
Dispon?vel em: <www.embrapa.br>.
6
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Manual do Professor305
EMPRESA Paulista de Planejamento Metropolitano (Empla‑
sa). Dispon?vel em: <www.emplasa.sp.gov.br>.
FUNDA??O de Amparo ? Pesquisa do Estado de S?o Paulo
(Fapesp). Dispon?vel em: <www.fapesp.br>.
FUNDA??O Estadual de Planejamento Metropolitano e Regio‑
nal (Metroplan). Dispon?vel em: <www.metroplan.rs.gov.br>.
FUNDA??O Planet?rio da Cidade do Rio de Janeiro. Dispo‑
n?vel em: <www.planetariodorio.com.br>.
FUNDA??O SOS Mata Atl?ntica. Dispon?vel em: <www.sos‑
matatlantica.org.br>.
FUNDO Mundial para a Natureza (WWF‑Brasil). Dispon?vel
em: <www.wwf.org.br>.
GLOBAL Volcanism Program ? Smithsonian Institute. Dispo‑
n?vel em: <www.volcano.si.edu>.
GOOGLE Earth. Dispon?vel em: <www.google.com/earth/>.
GOOGLE Maps Brasil. Dispon?vel em: <http://maps.google.
com.br/maps>.
GLOBAL Positioning System (GPS). Dispon?vel em: <www.
gps.gov>.
GREENPEACE. Dispon?vel em: <www.greenpeace.org/brasil/
pt>.
INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE). Dis‑
pon?vel em: <www.ibge.gov.br>.
INSTITUTO Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Na‑
turais Renov?veis (Ibama). Dispon?vel em: <www.ibama.gov.
br>.
INSTITUTO Brasileiro de Turismo (Embratur). Dispon?vel em:
<www.embratur.gov.br/>.
INSTITUTO de Astronomia, Geof?sica e Ci?ncias Atmosf?ricas
(IAG) da USP. Dispon?vel em: <www.iag.usp.br>.
INSTITUTO de Geoci?ncias da USP. Dispon?vel em: <www.
igc.usp.br>.
INSTITUTO de Pesquisa Ambiental da Amaz?nia (Ipam). Dis‑
pon?vel em: <www.ipam.org.br>.
INSTITUTO Nacional de Meteorologia (Inmet). Dispon?vel
em: <www.inmet.gov.br>.
INSTITUTO Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Dispon?‑
vel em: <www.inpe.br>.
INSTITUTO Socioambiental (ISA). Dispon?vel em: <www.
socioambiental.org>.
INCORPORATED Research Institutions of Seismology (Iris).
Dispon?vel em: <www.iris.edu>.
MINIST?RIO do Meio Ambiente (MMA). Dispon?vel em:
<www.mma.gov.br>.
NATIONAL Geographic Channel. Dispon?vel em: <http://
natgeotv.com/pt>.
NATIONAL Oceanic and Atmospheric Administration
(NOAA). Dispon?vel em: <www.pmel.noaa.gov>.
NOVA Escola. Dispon?vel em: <http://revistaescola.abril.com.
br/>.
OBSERVAT?RIO Astron?mico Frei Ros?rio ? UFMG. Dispon?‑
vel em: <www.observatorio.ufmg.br>.
OBSERVAT?RIO Nacional (ON). Dispon?vel em: <http://
pcdsh01.on.br>.
OBSERVAT?RIO Naval dos Estados Unidos (USNO). Dispon?‑
vel em: <www.usno.navy.mil/USNO>.
ORGANIZA??O das Na??es Unidas no Brasil (ONU). Dispo‑
n?vel em: <https://nacoesunidas.org/>.
ORGANIZA??O das Na??es Unidas para a Alimenta??o e a
Agricultura (FAO). Dispon?vel em: <www.fao.org.br>.
ORGANIZA??O Meteorol?gica Mundial (OMM). Dispon?vel
em: <www.wmo.ch>.
OXFORD Cartographers. Dispon?vel em: <www.oxfordcar‑
tographers.com>.
PETROBRAS. Dispon?vel em: <www.petrobras.com.br>.
PLANETA Org?nico. Dispon?vel em: <www.planetaorganico.
com.br>.
PROGRAMA das Na??es Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD). Dispon?vel em: <www.pnud.org.br>.
PROJETO Apoema ? Educa??o ambiental. Dispon?vel em:
<www.apoema.com.br>.
RIO + 10 Brasil. Dispon?vel em: <www.senado.gov.br/noti‑
cias/Jornal/emdiscussao/rio20/a‑rio20/rio10‑participacao‑
da‑sociedade‑em‑debates‑sobre‑metas‑para‑meio‑ambien‑
te‑pobreza‑e‑desenvolvimento‑sustentavel‑dos‑paises.
aspx>.
SAT?LITE Sino ‑Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS). Dis‑
pon?vel em: <www.cbers.inpe.br>.
SOCIEDADE Brasileira de Geologia (SBG). Dispon?vel em:
<http://sbgeo.org.br>.
SOCIEDADE Brasileira para o Progresso da Ci?ncia (SBPC).
Dispon?vel em: <www.sbpcnet.org.br>.
S?O PAULO Transporte S.A. (SPTrans). Dispon?vel em: <www.
sptrans.com.br>.
TV CULTURA. Dispon?vel em: <http://tvcultura.cmais.com.
br>.
UNIVERSIDADE do Texas. Dispon?vel em: <www.lib.utexas.
edu/maps/world.html>.
WORLD Energy Council (WEC). Dispon?vel em: <www.worl‑
denergy.org>.
WORLDMAPPER. Dispon?vel em: <www.sasi.group.shef.
ac.uk/worldmapper/index.html>.
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Manual do Professor306
Reflexões sobre a prática pedagógica
1
O processo de avalia??o
Profª Drª Edna Maura Zuffi
Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação – Universidade de São Paulo (USP)
Quando éramos alunos, muitas vezes criticávamos
as formas de avaliação pelas quais tínhamos de passar
na escola, fosse porque elas nos causavam um grande
frio na barriga, ou porque não concordávamos com os
critérios adotados por nossos professores para a atribui-
ção de notas.
De fato, o processo de avaliação da aprendizagem, que
deve ser articulado com o planejamento e com o ensino
propriamente, é complexo e sempre será passível de crí-
ticas e novas sugestões. Entretanto, o que vemos frequen-
temente é que, ao nos tornarmos professores, reproduzi-
mos em nossas propostas avaliativas aquilo que
vivenciamos no passado. Em geral, ainda é comum cons-
tatarmos nas escolas um enfoque meramente classifica-
tório e meritocrático, com ênfase em propostas que não
raras vezes reduzem a avaliação ao momento das provas
mensais e bimestrais, sem proporcionar aos alunos uma
real reflexão sobre sua aprendizagem.
Uma restrição à aplicação única de provas tradicionais,
nas quais se espera que os alunos resolvam questões ou
problemas muito similares àqueles trabalhados em classe,
com enunciados diretos e sem exigência de grande elabo-
ração por parte dos estudantes – é que, em geral, por uma
questão de tempo, apresentam um número mínimo de
itens, entre perguntas, exercícios e problemas, conforme
as características da disciplina. Quase sempre essas provas
não apresentam a abrangência necessária dos conteúdos,
habilidades e valores a serem avaliados. Se, por coincidên-
cia, um aluno tiver a sorte de ter estudado mais a matéria
relativa às questões selecionadas, ele poderá obter suces-
so, enquanto outro, em situação inversa, poderá obter uma
nota baixa, mesmo que ambos tenham um nível equiva-
lente de compreensão real do assunto.
Muitos colegas professores utilizam outros mecanis-
mos para ajudar a melhorar as notas dos alunos, como os
trabalhos extraclasse ou a atribuição de pontos adicionais
para os que têm frequência em aula. Esses mecanismos
seriam muito importantes para a avaliação formativa dos
estudantes se não fossem usados apenas como um palia-
tivo superficial para a promoção dos alunos, acabando por
camuflar seu real estado de aprendizagem. Em muitos
casos, os trabalhos apresentados são apenas textos copia-
dos da internet, sem nenhuma revisão ou reflexão por
parte dos estudantes, e a mera adição de pontos pela fre-
quência em sala de aula não deixa claro para eles como
foi sua participação efetiva nas atividades. Outras vezes,
os professores aplicam diversas “provinhas” com o intuito
de favorecer a “avaliação continuada”, sem, entretanto,
mudar o caráter das questões e das tarefas a serem reali-
zadas. Assim, é justificado o uso de tais artifícios como se
fossem o que os autores costumam chamar de “avaliação
formativa”, porém esta engloba muito mais!
A avaliação formativa é um contraponto à visão da-
quela tecnicista e meramente classificatória. Alguns
pesquisadores trazem considerações importantes sobre
a avaliação como processo de mediação da aprendiza-
gem. Uma ação avaliativa mediadora envolveria a aná-
lise, nas situações-problema propostas ao educando, das
hipóteses por ele formuladas, de suas ações e manifes-
tações, visando essencialmente sua maior compreensão
dos conceitos e das habilidades que estão em jogo. Tais
processos mediadores objetivariam encorajar e orientar
os alunos à produção de um saber qualitativamente su-
perior, pelo aprofundamento das questões propostas, ao
gerarem oportunidades de novas vivências, leituras ou
quaisquer procedimentos enriquecedores do tema que
se trouxe na avaliação. Nessa perspectiva, “ser avaliado”
passa a ter outro significado. É a possibilidade que o
aluno terá de refazer o que não fez certo, ou de melhorar
o que foi feito. Os erros cometidos pelos estudantes não
mais assumiriam um caráter de penalidade, mas se
transformariam em tópicos de discussão e geração de
novos saberes, ultrapassando dificuldades que se mani-
festaram numa primeira tentativa. Nessa nova propos-
ta, o aluno não deve aceitar passivamente a correção do
professor, sem saber qual seria um caminho alternativo
para evitar os erros, ou por que eles ocorreram. Por sua
vez, o professor deve traduzir em linguagem clara para
os interessados os detalhes sobre o desempenho da clas-
se, dizendo o que deveria ter sido feito para a melhoria
dos resultados, indicando aspectos específicos sobre
erros e também sobre formas consideradas adequadas
de resposta.
Um problema muito comum com a aplicação única
de provas tradicionais é que, muitas vezes, os professores
as veem como um fim em si mesmas e não aproveitam
os momentos imediatamente posteriores à correção para
gerar uma atividade investigativa e mediadora de novas
aprendizagens. Com as práticas de avaliação formativa,
propõe-se um foco maior na compreensão real dos con-
teúdos e procedimentos avaliados, e não somente para
aqueles alunos que usualmente se saem bem nas provas,
7
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Manual do Professor307
mas tamb?m para aqueles que n?o apresentam bom
desempenho, os quais podem ter outras chances de
aprender com seus erros.
Relatamos, aqui, uma experi?ncia realizada em uni-
versidade brasileira
2
com professores do Ensino Funda-
mental e M?dio, na qual se prop?s que os alunos, ap?s a
resolu??o das provas, recebessem-nas corrigidas e as
refizessem, resolvendo as quest?es que deixaram em
branco ou as que resolveram de modo incompleto ou
incorreto, sem terem acesso aos gabaritos. Assim, os alu-
nos teriam de estudar mais os conte?dos envolvidos nas
provas, depois de repetidos retornos com indica??o de
erros e acertos, at? que aprendessem o suficiente para
resolv?-las integralmente. Para isso, poderiam utilizar as
fontes que quisessem: cadernos, livros did?ticos ou ou-
tros materiais. S? receberiam aux?lio dos professores caso
n?o conseguissem resolver sozinhos alguma quest?o
ap?s v?rias tentativas. Essa experi?ncia foi realizada em
uma escola com as disciplinas de L?ngua Portuguesa e
Matem?tica, mas poderia ter sido feita com qualquer
outra. E os resultados foram muito positivos quanto ao
desempenho desses alunos nas avalia??es posteriores,
tanto dentro da pr?pria escola quanto em avalia??es ex-
ternas, ou em olimp?adas acad?micas.
Principalmente no Ensino M?dio, ? frequente vermos
um enfoque excessivo ? pedagogia do exame, na qual
?resolver provas? para o preparo aos exames vestibulares,
com seus modelos e suas propostas tecnicistas, torna-se
a quest?o primordial, quase que independentemente do
processo de ensino e aprendizagem. A nota domina qua-
se tudo e ? em fun??o dela que se vivencia a pr?tica esco-
lar. Na medida em que estiver polarizada pelos exames, a
avalia??o n?o cumprir? sua fun??o de auxiliar nas deci-
s?es para a melhoria da aprendizagem. N?o queremos
dizer, com isso, que avalia??es de car?ter classificat?rio
n?o possam ser realizadas, mas outras propostas tamb?m
precisam ser vivenciadas pelos alunos.
A avalia??o educacional deve ter tamb?m um car?ter
de diagnóstico da situa??o de aprendizagem, tendo em
vista o avan?o e o crescimento dos educandos. Ela envolve
ju?zo de valores, baseados em crit?rios preestabelecidos e
caracteres relevantes da realidade em que se insere, con-
siderando tamb?m as diferen?as ?tnicas, socioculturais e
econ?micas que podem interferir nas condi??es de de-
sempenho de certas classes ou escolas, o que demanda
uma tomada de posi??o sobre o objeto avaliado e decis?es
sobre o andamento do processo de ensino e aprendizagem.
A avalia??o n?o ? neutra!
Para se efetivar esse car?ter diagn?stico, ? muito im-
portante que o professor tenha consci?ncia dos objetivos
que quer alcan?ar com determinadas unidades de ensino,
para que possa inserir, no processo avaliativo, atividades
que verifiquem se esses objetivos foram realmente atin-
gidos. Para isso, a avalia??o n?o pode deixar de ser racional,
rigorosa e impessoal, em certo n?vel poss?vel ? aqui no
sentido de que o professor deve deixar de lado preconcei-
tos e julgamentos pessoais que possam interferir dr?stica
e negativamente em sua forma de avaliar as atividades
de cada aluno. N?o dever? verificar a aprendizagem com
base em mínimos possíveis, mas sim em m?nimos neces-
s?rios para tornar cada um mais qualificado, dentro da
realidade social em que se insere. Luckesi
3
nos fornece um
?timo exemplo para refletirmos: digamos que um aluno,
numa escola de pilotagem de Boeing, fosse aprovado com
nota 10 (dez) em decolagem e nota 2 (dois) em aterrissa-
gem; portanto, m?dia geral 6 (seis). Voc? viajaria com esse
piloto? Se por um lado ele teve a m?dia m?nima atendida
para sua aprova??o, o conhecimento necess?rio para pi-
lotar n?o foi alcan?ado. ? nesse sentido que o autor coloca
que, muitas vezes, os mínimos possíveis n?o s?o suficientes
na aprendizagem, principalmente quando esta envolve o
desenvolvimento de quest?es t?cnicas que presumem a
responsabiliza??o do aprendiz. O mesmo se poderia dizer
de um t?cnico de laborat?rio que deve aprender sobre o
manejo de determinados produtos qu?micos: se ele apren-
de apenas o m?nimo sobre as subst?ncias, suas proprie-
dades e rea??es poss?veis, e n?o o necess?rio para exercer
sua fun??o, poder? causar danos a outras pessoas ou aos
equipamentos. ? nesse sentido que o professor deve usar
a avalia??o como um diagn?stico realista das habilidades
e conhecimentos adquiridos pelo estudante, dentro dos
objetivos educacionais planejados para o contexto social
em que a forma??o se insere.
O que ocorre na pr?tica da avalia??o, em geral, ? que
dificilmente os professores definem com clareza o que
se espera da conduta do aluno, ap?s ter se submetido a
uma determinada aprendizagem. Isso pode dar margem
a uma variabilidade no processo que depende mais do
estado de humor do professor do que de um julgamento
das condi??es de progresso e potencialidades do aluno.
Ent?o, faz-se necess?rio delimitar quais s?o os dados re-
levantes que s?o compat?veis com o objeto a ser avaliado
e os objetivos previamente estabelecidos. A? est? o ver-
dadeiro car?ter da avalia??o formativa, em sua faceta
diagn?stica, pois esta leva em conta os rumos que j? fo-
ram tomados e as perspectivas de amplia??o das poten-
cialidades dos alunos, com as tomadas de decis?es sobre
as pr?ximas a??es de ensino a serem desenvolvidas para
que os alunos aprendam mais.
Al?m da avalia??o do professor, nesta perspectiva,
tamb?m ? interessante que os alunos se autoavaliem, a
fim de estabelecerem um julgamento cr?tico sobre a pr?-
2
Para mais detalhes, ver: GIELFI, Ophelia Amélia Simões et al. A avaliação escolar como recurso para mediação de aprendizagem: uma experiência no ensino
fundamental de uma escola pública. Anais do X CEPFE – Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores, p. 5598-5605.
3
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. 11. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
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Manual do Professor308
pria aprendizagem, verificando as atividades que efetiva-
mente realizaram, o nível de empenho que empregaram
nelas, as dificuldades que apresentaram e por que acham
que as tiveram. Também é interessante que o professor
avalie os recursos disponíveis no processo de ensino, sua
própria atuação nesse processo e por que uma atividade
pode não ter atingido os objetivos esperados.
O professor deve estar ciente de que o tipo de avaliação
escolhida depende dos objetivos que quer atingir. Por
exemplo, quando ele tem a necessidade de classificar mui-
tos alunos e avaliar se estes dominam aspectos de algo-
ritmos e técnicas da área em estudo, os testes de múltipla
escolha podem ser uma boa opção. Já as questões de res-
posta discursiva devem ser propostas quando se deseja
avaliar habilidades de expor, organizar e sintetizar conhe-
cimentos. Outro recurso são as fichas de registro, que po-
dem ser individuais ou de um pequeno grupo, para anotar
comportamentos, problemas disciplinares, nível de parti-
cipação e todo o processo de resolução de uma situação-
-problema ou de determinada tarefa investigativa. A ava-
liação feita por meio de trabalhos práticos em laboratórios
ou com o uso de computadores e software educacional
pode ser particularmente interessante para as áreas de
Ciências da Natureza e de Matemática. Também as expo-
sições orais de resultados de pequenos projetos podem aju-
dar o professor a avaliar aspectos mais amplos do desen-
volvimento dos alunos, como sua capacidade de expressão
oral e visual em público, os valores que eles destacam
como relevantes na execução do projeto, sua capacidade
de organização em grupos de trabalho, etc. Os exercícios
para serem realizados como tarefa extraclasse podem
ajudar a verificar se o aluno está tendo progressos parciais
durante o desenvolvimento de um determinado conteúdo.
Finalmente, o uso de provas tradicionais, mas com a reto-
mada posterior de suas questões para uma atividade de
reflexão dos alunos, individualmente ou em grupo, pode
ser importante para dar um fechamento e promover a
síntese de uma unidade de ensino. Outro recurso tecno-
lógico de que algumas escolas dispõem são as filmadoras
e os vídeos, para uso em determinadas aulas de caráter
mais investigativo, que podem ajudar o professor a ter um
acompanhamento mais detalhado do desenvolvimento
de seus alunos, durante essas atividades.
A variação desses procedimentos, mas não necessa-
riamente de todos, pode compor um panorama mais fiel
sobre a situação de cada aluno, ao longo de vários momen-
tos do processo de ensino e aprendizagem, além de lhe
fornecer oportunidades de mostrar o desenvolvimento de
habilidades mais diversificadas. Pode também ajudar o
professor a replanejar ações de ensino que envolvam de-
terminados conteúdos que não foram assimilados de for-
ma significativa, com a revisão do que foi selecionado, do
método utilizado, das atividades realizadas e das relações
estabelecidas em sala de aula.
Além dessa variedade de procedimentos de avaliação,
salientamos também a importância de dar um retorno mais
detalhado aos alunos e seus pais sobre o desempenho em
cada um desses momentos, ampliando com os primeiros
os momentos de reflexão sobre a própria aprendizagem.
Para finalizar, observamos que o professor precisa en-
contrar uma forma mais coesa de avaliar o aprendizado,
levando em conta o projeto pedagógico de sua escola, e esta
deve gerar mecanismos de planejamento, para tentar pro-
mover a recuperação daqueles que não foram capazes de
aprender em algum período, conciliando diferentes lógicas
de avaliação escolar, diferentemente do que ainda se vê no
modelo tradicional, ainda o mais utilizado nas escolas. Para
tanto, não podemos deixar de levar em conta a necessária
preparação dos professores e da comunidade envolvida na
escola, como pais, coordenadores e gestores. Sem isso, a
chance de sucesso do uso da avaliação formativa para a
aprendizagem significativa será muito reduzida.
A coexistência complementar entre o processo classi-
ficatório e o formativo nas avaliações do Ensino Médio
poderia ser uma prática sem conflitos, uma vez que, ao
mesmo tempo em que atenderia às normas e determina-
ções do sistema escolar vigente, com o preparo para exa-
mes classificatórios externos, poderia auxiliar o aluno para
uma compreensão maior e mais duradoura dos conteúdos.
Isso poderia ser realizado, por exemplo, durante um
bimestre, em cinco fases:
I) com a aplicação de testes diagnósticos sobre os conhe-
cimentos prévios dos alunos, no início de uma unidade
de ensino, a fim de verificar se o planejamento realiza-
do pelo professor necessita de algum ajuste previamen-
te à sua execução;
II) com o uso da avaliação continuada, através de situa-
ções-problemas em que os alunos teriam seus desem-
penhos parciais registrados em um diário do professor,
ou de desenvolvimento de atividades de laboratórios
e exercícios extraclasse, variando-se os procedimentos
avaliativos;
III) com uma avaliação mais classificatória por testes ou
questões dissertativas, que verifique se os objetivos
mais globais do assunto dessa unidade de ensino fo-
ram alcançados;
IV) com a retomada das questões tratadas na avaliação
classificatória, para que os alunos tentem realizá-las
novamente, por exemplo, em atividades extraclasse,
com posterior discussão em sala de aula sobre erros,
acertos e dificuldades encontradas;
V) e, finalmente, com a avaliação pessoal do professor e
dos alunos (autoavaliação) a respeito do próprio de-
sempenho, assim como das dificuldades e facilidades
pedagógicas encontradas no desenvolvimento desta
unidade, por parte do professor.
Os critérios de avaliação em cada etapa deverão ser es-
tabelecidos com ciência prévia dos alunos e, se necessário,
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Manual do Professor309
renegociando-os, conforme as especificidades dos conte?-
dos tratados naquela unidade e, tamb?m, levando-se em
conta a realidade social e cultural dos estudantes, que deve
se refletir nos objetivos de ensino. Fornecer uma receita
para isso seria imprudente, uma vez que os professores ?
que det?m o conhecimento dessa realidade, mais do que
ningu?m, e essas condi??es variam infinitamente.
? claro que, conhecendo a realidade das salas de aula
brasileiras ? em que o n?mero de alunos ? grande e os
professores precisam se dedicar, muitas vezes, a diversas
escolas simultaneamente, com uma carga hor?ria de
trabalho extensiva ?, sabemos que se torna muito dif?cil
realizar todas essas fases em todas as unidades de ensi-
no. Nossa sugest?o aplica-se a uma situa??o mais pr?xi-
ma do ideal, em que o trabalho extraclasse do professor
seja valorizado adequadamente. Nos casos em que isso
n?o seja poss?vel, sugerimos que pelo menos em alguma
unidade de ensino do ano se apliquem todas as etapas,
a fim de que o professor possa verificar os efeitos de uma
avalia??o mais formativa, que os alunos possam ter ex-
peri?ncias pedag?gicas mais ricas e que lhes desenvol-
vam maior senso cr?tico. Ou ainda, quando isso tamb?m
n?o for poss?vel, que em cada unidade de ensino se di-
versifique o m?todo de avalia??o, aplicando-se duas ou
tr?s dessas etapas.
Ficam, ent?o, estas sugest?es para aqueles que dese-
jam fazer a diferen?a em sua escola: com a discuss?o sobre
novas pr?ticas avaliativas, a forma??o e experimenta??o
dos professores, com registros e reflex?es sobre suas novas
experi?ncias, e com o envolvimento dos pais e alunos, a
avalia??o poder? se tornar um processo mais prazeroso,
realista e eficiente, dentro das disciplinas espec?ficas e da
escola como um todo.
Leituras complementares sobre o tema
HAGA, M. S. et al. A avalia??o e o seu potencial pedag?gico
para a media??o da aprendizagem. Anais do X CEPFE – Con-
gresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores. p.
5585‑5597.
______. HAGA, K. I. Fundamentos de avalia??o formativa:
os conflitos e as concilia??es entre as diferentes l?gicas.
Anais do IX Congresso Estadual Paulista para Formação de
Educadores, ?guas de Lindoia, SP, CD‑ROM. 2007.
HOFFMANN, J. Avaliação: mito e desafios: uma perspectiva
construtivista. Porto Alegre: Media??o, 1991.
KRASILCHIK, M. As rela??es pessoais na escola e a avalia??o.
In: CASTRO, A. D.; CARVALHO, A. M. P. de (Org.). Ensinar a
ensinar: did?tica para a escola fundamental e m?dia. S?o
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001. p. 165‑176.
PERRENOUD, P. A avaliação: da excel?ncia ? regulagem das
aprendizagens: entre duas l?gicas. Porto Alegre: Artmed,
1999.
______. N?o mexam na minha avalia??o! Para uma abor‑
dagem sist?mica da mudan?a pedag?gica. In: ESTRELA, A.;
N?VOA, A. (Org.). Avaliações em educação: novas perspecti‑
vas. Portugal: Porto, 1993. p. 171‑191.
2
A leitura nas Ci?ncias Humanas
Angela B. Kleiman
Professora titular da Unicamp
Como todo professor que leciona uma disciplina cujo
volume de leituras ? muito elevado, voc? j? deve ter se
sentido frustrado alguma vez por seus alunos n?o conse-
guirem compreender sua mat?ria. O fato ? que muitos
deles n?o se interessam por ela porque t?m grandes difi-
culdades para entender a informa??o no texto, conforme
apontam os resultados de diversos testes de leitura.
A import?ncia da leitura para a vida cotidiana e, so-
bretudo, para a vida na escola, espa?o de aprendizagem e
desenvolvimento intelectual por excel?ncia, ? ineg?vel. Se
o desinteresse de alguns alunos se deve ao fato de n?o
terem consolidado seu h?bito de ler, vale a pena o profes-
sor de Hist?ria, Geografia, Filosofia ou Sociologia conhecer
o que est? envolvido no ensino da leitura e como essa
capacidade pode ser desenvolvida, a fim de ajudar seu
aluno. Lembremos que os professores de todas as discipli-
nas s?o tamb?m professores de leitura, pois s?o modelos
de como ler os textos de sua ?rea. Al?m disso, vale lembrar
que ? objetivo expl?cito nos curr?culos das disciplinas de
Ci?ncias Humanas o desenvolvimento de compet?ncias
de leitura. No curr?culo de Filosofia, por exemplo, lemos,
entre as habilidades visadas no 1
o
bimestre da 2
a
s?rie
?desenvolver habilidades de leitura, escrita e planejamen-
to investigativo para autonomia intelectual?
4
.
4
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Currículo do Estado de São Paulo: Ciências Humanas e suas tecnologias. Secretaria da Educação; co‑
ordenação geral: Maria Inês Fini; coordenação de área: Paulo Miceli. São Paulo: SEE, 2010. p. 124. Disponível em: <www.rededosaber. sp.gov.br/Portals/43/
Files/CHST.pdf>. Acesso em: 24 fev. 2013.
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Manual do Professor310
Apesar de toda sua importância, a leitura parece
estar perdendo espaço na vida de um número expres-
sivo de estudantes brasileiros, em parte por causa das
novas mídias e novas tecnologias, em parte pelo acesso
limitado que muitos alunos têm a livros, jornais, revis-
tas e bibliotecas.
Considerados esses fatos, e para poder planejar algum
tipo de intervenção didática, é importante que os profes-
sores das disciplinas da área das Ciências Humanas co-
nheçam as principais competências de leitura esperadas
do aluno, que precisa ter acesso a textos em prosa sobre
assuntos polêmicos, reflexivos, complexos e abstratos,
como os textos de História, Geografia, Filosofia e Socio-
logia. Entre essas competências, temos:
a) saber localizar informações explícitas: o professor de
Ensino Médio não precisa se preocupar demais com
esta competência, pois é a mais exercitada pelo pro-
fessor, pelo livro didático, e a mais básica de todas as
competências; muitas vezes o aluno aparenta enten-
der, porque suas respostas exigem apenas que reco-
nheça palavras semelhantes na pergunta e no texto,
como no exemplo a seguir:
Texto
5
: “... o endeusamento de rótulos representa extraor-
dinária vitória ideológica do capitalismo”.
Pergunta: O que representa o endeusamento de rótulos?
Resposta: Representa extraordinária vitória ideológica
do capitalismo.
b) inferir nas entrelinhas: é a capacidade menos visada,
a julgar pelo número de perguntas que demandam
inferência no livro didático, e a mais importante para
a formação do leitor independente. A inferência é de-
monstrada quando o aluno consegue tirar conclusões
e perceber intenções, e é praticada quando são feitas
perguntas precedidas pelas palavras como e por que:
“Por que, segundo o autor, o endeusamento de grifes
representa uma vitória do capitalismo?”. A inferência
também é praticada quando são feitas perguntas que
demandam uma opinião baseada na leitura do texto:
“Você concorda com a opinião do autor de que o en-
deusamento de grifes representa uma vitória do capi-
talismo? Justifique”.
c) usar elementos não verbais, como gráficos, tabelas e
figuras, para compreender o texto: hoje os textos são
multimodais, ou seja, recorrem a mais de uma moda-
lidade: além de fotos, mapas, gráficos, ilustrações, ta-
belas, esquemas, infográficos, há diversos elementos
gráficos, como tipografia, diagramação, cor, tamanho
das fontes. O uso de todos esses recursos tem uma
função, um sentido, e, na maioria das vezes, torna a
leitura mais dinâmica. O livro didático pode ter um
papel essencial nesse entendimento e o professor pode
explorar essa leitura no próprio material; por isso é
importante dirigir o olhar do aluno para sua organiza-
ção: capítulos, geralmente subdivididos em tópicos e
subtópicos bem destacados por cores, tamanho das
letras, posição na página, etc.
d) estabelecer relações e comparar dados: trata-se de
uma das competências mais importantes na leitura
crítica, geralmente pouco praticada em sala de aula,
que abrange saber distinguir causas de consequências
e fatos de opiniões relativas a ele; reconhecer diferen-
ças no tratamento dado ao mesmo tema em dois tex-
tos diferentes; tirar conclusões. Para desenvolver tal
competência, o aluno deve ser capaz de perceber de-
talhes, como a seleção de vocabulário e os tipos de
exemplos usados, e o professor pode ajudá-lo fazendo
perguntas sobre esses aspectos.
e) identificar o tema de um texto expositivo ou infor-
mativo: essa competência envolve também perceber
as marcas que o autor e seus editores vão deixando
nos títulos e subtítulos e na repetição de palavras,
a fim de indicar que uma informação é mais impor-
tante do que outras, que é o tema ao qual as demais
estão relacionadas. Chamar a atenção para o título
e pedir hipóteses sobre o tema com base nele ou em
uma ilustração são estratégias que podem ajudar o
aluno nessa percepção. Por exemplo: há na primeira
página do jornal uma chamada para o texto de opi-
nião já mencionado, que se intitula “Autêntico, funk
expõe vitória do capitalismo”. Logo em seguida, re-
pete-se a frase sobre a vitória do capitalismo, citan-
do – e portanto destacando – um trecho do texto de
opinião: “Mas é mister observar que o endeusamento
de rótulos representa extraordinária vitória ideológi-
ca do capitalismo”. Quando finalmente se lê o trecho
no texto original, escondido no penúltimo parágra-
fo, parte do tema já foi repetida três vezes.
Munidos desses conhecimentos, os alunos podem, de
fato, ser orientados para a leitura de textos mais comple-
xos das Ciências Humanas. Entretanto, para além desse
saber, é importante destacar três princípios de caráter
metodológico e didático, que devem ser levados em conta
em relação à leitura:
1. Facilitação do texto
Todos nós evitamos fazer aquilo que é desagradável e
procuramos fazer o que nos dá prazer. Isso não é diferen-
te quando se trata da leitura. Quando o aluno tem dificul-
dade para compreender a língua escrita, a atividade de
leitura se torna desagradável. Dessa forma, se não existe
alguém para orientá-lo, são poucos os que insistem nessa
atividade, principalmente se não conhecem as vantagens
e satisfações que a aprendizagem trará no futuro.
5
SINGER, André. Ostentação. Folha de S.Paulo, 16 fev. 2013. p. 2.
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Manual do Professor311
Acontece que, como em toda pr?tica, quanto mais se
l?, mais f?cil vai ficando a atividade. O aluno que l? muito
pouco desiste assim que encontra as primeiras dificulda-
des. Ou seja, quem mais precisa praticar ? quem menos o
faz; no entanto, o ?nico meio de melhorar ? pela pr?tica.
Mas, se os alunos n?o leem bem aquilo de que n?o gostam,
leem bem o que gostam. A chave consiste, portanto, em
fazer com que a leitura exigida pela escola se torne uma
atividade menos penosa e mais prazerosa.
Tornar o contato com a leitura prazeroso exige a convi-
v?ncia cont?nua com professores que contagiem com seu
entusiasmo por ela e com bibliotec?rios prestativos e ge-
nerosos trabalhando em bibliotecas bem aparelhadas. Re-
quer tamb?m acesso a um grande acervo: livros, revistas,
jornais, hipertextos, inclusive os g?neros menos valorizados,
como resumos ou vers?es condensadas, divulga??es em
revistas para adolescentes, hist?rias em quadrinhos, revis-
tas noticiosas; enfim, textos mais acess?veis, que despertem
uma curiosidade inicial e o desejo de ler.
Embora os conte?dos a serem ensinados sejam impor-
tantes, o professor pode levar para a aula textos liter?rios ou
jornal?sticos que t?m ou tiveram papel importante no seu
letramento e na sua forma??o. Pode levar textos dos quais
ele mesmo gosta, para mostrar aos alunos seu gosto pela
leitura, e deve demonstrar suas pr?prias estrat?gias de leitor,
fazendo perguntas que requeiram pensar, modelando aque-
las que ele pr?prio se faz antes de come?ar a ler e explicando
para seus alunos o que lhe agradou ou chamou a aten??o.
2. Flexibiliza•‹o do curr’culo
Em ?reas que se caracterizam pela presen?a forte de
conte?dos estruturadores e pelo objetivo de engajamento
social e atuante no mundo globalizado atual, a flexibili-
za??o do curr?culo ? vi?vel.
Numa disciplina como a Geografia, por exemplo, se
um determinado conceito, como o aprofundamento da
no??o de territ?rio brasileiro, esteja previsto para o tercei-
ro bimestre da 2
a
s?rie do Ensino M?dio
6
, um aconteci-
mento amplamente noticiado no primeiro bimestre que
tem a ver com o territ?rio nacional deveria ser motivo para
a altera??o da ordem dos conte?dos ou para a substitui??o
de um contexto de exemplifica??o por outro. Fatos que j?
s?o conhecidos dos alunos ? seja qual for a m?dia ? tornam
a aprendizagem dos conceitos abstratos mais f?cil, porque
o conhecimento pr?vio permite ancorar e estruturar o
novo. Isso sem contar com as possibilidades de leituras
interdisciplinares desses assuntos, o que tamb?m se cons-
titui num elemento facilitador.
Quase diariamente h? acontecimentos not?veis que
requerem simplesmente que o professor passe a acredi-
tar que os conceitos de sua mat?ria (densidade demo-
gr?fica, por exemplo) e as pr?ticas relevantes (como a
leitura de mapas) possam ser ensinados ? e, portanto,
atingidos os objetivos do curr?culo ? mesmo quando o
foco no conte?do determinado para esse per?odo ? mo-
mentaneamente mudado.
No in?cio de 2013, por exemplo, a presen?a francesa no
Mali e a queda de um meteoro na R?ssia foram eventos
que ocuparam as manchetes dos jornais: os textos jorna-
l?sticos poderiam servir tanto para a introdu??o de concei-
tos abstratos quanto para o exerc?cio de habilidades consi-
deradas importantes na disciplina, como desenvolver ?a
capacidade de associar padr?es de desenvolvimento eco-
n?mico e social ?s maneiras de realizar o controle preven-
tivo de situa??es de risco naturais? ou “identificar elementos
histórico-geográficos que expliquem o desencadeamento de
conflitos étnico-culturais no mundo contemporâneo; ou a
expansão do islamismo na África”
7
. Isso tudo ? poss?vel des-
de que a flexibiliza??o do curr?culo passe a se constituir em
um princ?pio did?tico valorizado.
Quando um acontecimento noticiado na m?dia passa
a ter um lugar central na aula, o aluno entra em contato,
via leitura, com outras hist?rias que provavelmente ter?o
muito mais chance de mudar sua forma de pensar sobre
o pr?prio mundo e que ilustram muito melhor do que
qualquer texto cient?fico os conceitos de globaliza??o e de
transforma??o do espa?o geogr?fico decorrentes das no-
vas tecnologias de comunica??o. Isso porque na grande
maioria das vezes os alunos s? t?m contato com esses
textos cient?ficos na escola, enquanto que um aconteci-
mento noticiado mundialmente est? mais pr?ximo de sua
realidade. Caberia, portanto, ao professor, nesse caso, mos-
trar aos alunos a rela??o entre o conceito abstrato encon-
trado no texto do livro e os fatos vividos pela sociedade,
estejam eles apresentados em jornais, m?sicas, novelas,
filmes. Trata-se simplesmente de n?o descartar aquilo que
o aluno j? conhece e que pertence a uma cultura de mas-
sa n?o valorizada pela escola.
3. (Re)contextualiza??o situada
Esse princ?pio est? ligado ao de flexibilidade, uma vez
que somente um curr?culo mais flex?vel permite a (re)con-
textualiza??o situada de conceitos e princ?pios b?sicos de
uma determinada disciplina. O princ?pio envolve a aborda-
gem de conceitos que s?o diretamente relevantes para a si-
tua??o social do aluno, o que envolve, necessariamente, uma
recontextualiza??o de conceitos abstratos para a vida social.
Em rela??o a uma disciplina como a Sociologia, por
exemplo, cujo princ?pio estruturador ? uma atitude me-
todol?gica ? de estranhamento e desnaturaliza??o do fato
social ? mais do que um conjunto de conte?dos
8
, o car?ter
especial do olhar sociol?gico, seletivo, distante, que refra-
6
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Currículo do Estado de São Paulo: Ciências Humanas e suas tecnologias. Secretaria da Educação;
coordenação geral: Maria Inês Fini; coordenação de área: Paulo Miceli. São Paulo: SEE, 2010. p. 102. (3
o
bimestre, 1
a
série do Ensino Médio).
7
op. cit., p. 110 (2
o
bimestre, 3
a
série do Ensino Médio).
8
op. cit., p. 135.
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Manual do Professor312
ta a realidade observada
9
, pode ser desenvolvido se o alu-
no, mesmo aquele com dificuldades de leitura, puder
construir um olhar comparativo tomando como um dos
pontos de comparação fatos vivenciados, relevantes para
seu próprio contexto e situação. Tais fatos, novamente, são
recorrentemente encontrados em matérias jornalísticas
sobre fenômenos sociais conhecidos dos alunos, mas que
ele ainda não observou pelo prisma do olhar sociológico.
Um exemplo disso é o texto de opinião já citado, sobre
o funk “Ostentação”, um canto falado que, em lugar de fazer
denúncia social (como o rap), “exalta o poder de consumo
que chegou às camadas de menor renda nos últimos anos”
10
.
Conteúdos como “cultura, consumo, consumismo e comunica-
ção de massa” ou “construção da identidade pelos jovens”
11
,
que têm por finalidade levar o adolescente a compreender
as formas em que “os jovens se relacionam com a socieda-
de de consumo e a produção de cultura”
12
, podem partir do
processo de desnaturalização da prática de consumo que o
referido texto de opinião (ou qualquer outro sobre a cultu-
ra juvenil local) promove, e a relação crítica do jovem pode
ser desenvolvida tanto em relação a esse fenômeno cultu-
ral da periferia quanto à atitude da elite brasileira ao la-
mentar a perda de valores que outros grupos sociais jamais
demonstraram. O estranhamento advindo da reflexão crí-
tica será o prisma usado na leitura, qualquer que seja a
opinião do aluno, e o instrumento pelo qual será atingido
será um texto jornalístico, atual, contextualizado e que per-
mite o reposicionamento do próprio aluno.
Com base nos três princípios discutidos – facilitação do
texto, flexibilização do currículo e (re)contextualização si-
tuada –, o professor das disciplinas de Ciências Humanas
pode fazer uso dos enormes acervos à nossa disposição,
graças às novas mídias e tecnologias, até encontrar o texto
e o tema que terão grande apelo com o aluno e o motivarão
a fazer mais leituras, aumentando suas chances de se tornar
mais um leitor à vontade com as múltiplas práticas letradas.
Pelo fato de ser leitor proficiente, muitas habilidades
leitoras parecem óbvias para o professor, como se fossem
naturais a qualquer ser humano. Entender o sumário, o
índice remissivo e o funcionamento do livro didático, por
exemplo, e falar sobre a importância da leitura das ima-
gens para a construção do sentido do texto não são estra-
tégias óbvias para o aluno que ainda tem dificuldades para
compreender o que lê, mas podem, mesmo que tardia-
mente, ser aprendidas e exercitadas, especialmente com
textos relevantes para a área e para a vida social do aluno.
3
Materiais did?ticos digitais
Ismar Frango Silveira
Coordenador da CEIE ? Comiss?o Especial de Inform?tica na Educa??o SBC ? Sociedade Brasileira de Computa??o
Desde tempos remotos, o ser humano tem se defron-
tado com a necessidade de criar ferramentas com propó-
sitos diversos, sendo o principal deles, possivelmente, o de
facilitar a sua vida. Os computadores, essas valiosas fer-
ramentas do nosso tempo, tão presentes e necessários no
nosso dia a dia, não parecem ter a mesma presença no
cotidiano das escolas, apesar de todo o seu potencial.
Sabemos que as escolas brasileiras enfrentam muitos
problemas, para cuja resolução a ação do professor é fun-
damental. E isso se aplica também ao uso efetivo de com-
putadores no ensino. Não se trata de nós, professores, en-
sinarmos nossos alunos a usar os computadores, a navegar
na internet ou a usar aplicativos – como editores de texto
ou planilhas. Isso eles já sabem (melhor que nós, geralmen-
te) ou podem aprender de maneira autônoma, sem a nossa
ajuda. Lembremos que nossos alunos são o que se conven-
cionou chamar de nativos digitais – crianças e adolescentes
que nasceram em um mundo imerso em tecnologia.
Mesmo que – por condições sociais, geográficas ou
culturais – esses alunos não tenham pleno acesso a com-
putadores e internet em suas casas, o mundo no qual eles
vivem propicia uma série de oportunidades para que te-
nham contato com a tecnologia e para que esta venha a
fazer parte de suas vidas, como aconteceu com o rádio e
a TV para outras gerações. Grande parte de nós, professo-
res, pertence ao grupo que se denomina imigrantes digi-
tais – nascemos em uma época em que os computadores
não eram onipresentes e tivemos contato com essas tec-
nologias depois do nosso processo de letramento. De ma-
neira similar a pessoas que imigram para outro país, po-
9
Caracterização do antropólogo Roberto Cardoso de Oliveira, segundo SARANDY, Flávio M. Silva. Reflexões acerca do sentido da sociologia no Ensino Médio.
Revista Espaço Acadêmico, ano I, n. 5, out. 2001. Disponível em: <www.espacoacademico.com.br/005/05sofia.htm>. Acesso em: 24 fev. 2013.
10
SINGER, André. Ostentação. Folha de S.Paulo, 16 fev. 2013. p. 2.
11
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Currículo do Estado de São Paulo: Ciências Humanas e suas tecnologias. Secretaria da Educação;
coordenação geral: Maria Inês Fini; coordenação de área: Paulo Miceli. São Paulo: SEE, 2010. p. 144. (2
o
bimestre, 2
a
série do Ensino Médio).
12
op. cit., p. 144 (2
o
bimestre, 2
a
série do Ensino Médio).
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Manual do Professor313
demos at? dominar a ?linguagem? do mundo digital, mas,
para n?s, ela n?o ? nativa.
E o que esperam os nativos digitais de n?s, imigrantes
digitais, como seus professores? Na verdade, o que sempre
esperaram: que os ensinemos dentro de nossas ?reas de
conhecimento, mas preferencialmente na ?linguagem?
que lhes ? familiar. E de que maneira podemos nos comu-
nicar nessa ?linguagem? que n?o ? familiar ? e por vezes,
nem mesmo amig?vel ? para muitos de n?s?
Quest?es que logo nos v?m ? mente s?o: para que fa-
zer isso? Por que raz?es utilizar computadores em sala de
aula? Podemos listar algumas das (muitas) raz?es:
• Motivação: o uso de computadores em si n?o garante
uma motiva??o maior dos alunos. Esse uso deve ser cui-
dadosamente planejado e estar em sincronia com as
demais atividades da disciplina. Em outras palavras,
levar os alunos para a sala de computadores para ativi-
dades gen?ricas, sem foco, como ?fazer pesquisas na
internet?, costuma ter pouca ou nenhuma efic?cia. En-
tretanto, o uso de computadores com objetivos bem
claros e diretamente associados aos t?picos do plano de
ensino tende a ser uma atividade motivadora e com um
bom potencial de impacto no aprendizado dos alunos.
• Novas possibilidades de experimentos: h? muitos casos
de atividades que requerem recursos espec?ficos (como
laborat?rios de experimentos) ou que trazem algum
tipo de risco (? o caso de algumas atividades de Qu?mi-
ca e Biologia, por exemplo) e que poderiam ser realizadas
com simuladores virtuais, com seguran?a e sem custo.
H? ainda atividades que n?o poderiam ser executadas
em condi??es normais, para as quais distintas ferramen-
tas computacionais podem ser usadas.
• Aprendizagem autônoma: os alunos podem desenvol-
ver atividades fora do hor?rio de aula com as ferramen-
tas aprendidas com o professor, ou mesmo outras fer-
ramentas buscadas e encontradas por eles na internet.
Dessa maneira, os recursos digitais trazem um con-
junto de novas possibilidades ao professor por proporcio-
nar situa??es did?ticas diferenciadas, que, de outro modo,
n?o poderiam ser implementadas em sala de aula. Tais
recursos n?o v?m substituir o material did?tico tradicio-
nal: muito pelo contr?rio, sua fun??o ? complementar o
material j? comumente utilizado pelo professor, amplian-
do as possibilidades do fazer docente.
E que recursos existem para ser usados? H? v?rios tipos
de recursos, cada um com uma s?rie de possibilidades
did?ticas. O Minist?rio da Educa??o entende por recursos
digitais ?v?deos, imagens, ?udios, textos, gr?ficos, tabelas,
tutoriais, aplica??es, mapas, jogos educacionais, anima-
??es, infogr?ficos, p?ginas web e outros elementos?. Eles
podem ser assim classificados:
• Livros digitais ou e-books: s?o vers?es digitais de livros
em papel ou de obras completas pensadas para o for-
mato digital. Podem ser est?ticos (como os livros em
papel, cont?m textos e imagens) ou din?micos (podem
incluir v?deos, anima??es, simula??es ou qualquer outro
conte?do dito multim?dia ? ou seja, que agrega v?rias
?m?dias? ou formas de representa??o da informa??o).
• Softwares educacionais: s?o programas de computador
feitos especificamente para fins educacionais. Em sua
maioria, necessitam de instala??o nos computadores
(o que n?o ? ? ou n?o deveria ser ? exatamente um
problema), mas muitos s?o planejados para utiliza??o
sob orienta??o do professor, visando um resultado de
aprendizagem mais efetivo. Um exemplo gratuito des-
ses softwares ? o GeoGebra (para aprendizagem de
Matem?tica; <www. geogebra.org>).
• Objetos de aprendizagem: na pr?tica, correspondem a
todo e qualquer elemento digital que possa ser usado e
reutilizado em situa??es de aprendizagem ? de um tex-
to em PDF ou um conjunto de slides a um simulador
virtual, incluindo nessa defini??o tamb?m anima??es,
v?deos, jogos digitais e outros tipos de recursos. Apesar
de v?rios desses objetos serem encontrados de maneira
simples por meio de buscadores da internet, existem
reposit?rios deles, que fornecem mais informa??es (cha-
madas ?metadados?) sobre cada um, como autores,
p?blico-alvo, sugest?es de uso, etc. Em ?mbito nacional,
o MEC mant?m o Banco Internacional de Objetos Edu-
cacionais (BIOE; <objetoseducacionais2.mec.gov.br>),
vasto reposit?rio com grande variedade de objetos de
aprendizagem.
• Recursos educacionais abertos: seguem a mesma linha
dos objetos de aprendizagem, com a ressalva de que os
elementos, al?m de utilizados e reutilizados, podem
tamb?m ser modificados e adaptados livremente. O site
<rea.net.br> traz uma s?rie de informa??es a respeito.
Por?m, que tipos de computadores s?o necess?rios
para trabalhar com esses elementos? Muitos deles en-
contram-se dispon?veis para uma variedade de dispo-
sitivos, desde computadores desktop (de mesa) e note-
books, a at? mesmo tablets e smartphones. J? alguns
softwares educativos apresentam algumas exig?ncias
t?cnicas para instala??o (tipo espec?fico de sistema ope-
racional, quantidade m?nima de mem?ria no computa-
dor, etc.), enquanto alguns objetos de aprendizagem
necessitam que determinados plugins (programas adi-
cionais) estejam instalados.
Equipamentos e programas, entretanto, nada mais s?o
do que ferramentas. E, como foi dito no in?cio deste texto,
ferramentas s?o criadas com o intuito de facilitar o nosso
dia a dia. Assim, mais importantes que as ferramentas,
s?o as pessoas que v?o utiliz?-las: os professores dispostos
a ressignificar o seu papel como formadores de cidad?os
plenamente aptos a tirar proveito das tecnologias de nos-
so tempo; e os alunos, que poder?o manej?-los como ve?-
culos de informa??o, intera??o social, entretenimento e
aprimoramento intelectual.
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Manual do Professor314
Observações, sugestões e resolução dos exercícios
deste volume
Atividades integradoras de Ci?ncias Humanas
Nesta se??o, propomos projetos interdisciplinares com
as disciplinas que comp?em a ?rea de conhecimento Ciên-
cias Humanas e suas tecnologias. Essas atividades podem
ser realizadas como tarefa extraclasse.
1. Imagens do mundo –
As aventuras da Cartografia
Atividade relacionada ao Cap’tulo 2.
Introdução
A Cartografia refere-se ? disciplina encarregada de
elaborar mapas, cartas e plantas. Trata-se de uma pr?tica
muito antiga, pois desde os prim?rdios os grupos huma-
nos procuraram meios para registrar percursos, delimitar
territ?rios, assinalar vias de circula??o e marcar sua pas-
sagem pelos lugares. ? uma ?forma original de interpre-
ta??o sobre os territ?rios?, pela qual os povos antigos
gravaram em pedra, madeira, papiros ou argila suas im-
press?es sobre os espa?os em que viviam, e tamb?m pela
qual eles ?expunham o conte?do das rela??es sociais de
sua comunidade? (Kish apud Martinelli, 2007, p. 7). Des-
se modo, constatamos que tais registros visuais s?o an-
teriores ? cria??o da escrita. Como formas de saber so-
cialmente constitu?das, os mapas denotam projetos e
vis?es de mundo daqueles que os produzem, al?m de
informar sobre as t?cnicas presentes em sua elabora??o.
S?o, assim, imagens ?carregadas de julgamentos de valor.
N?o h? nada de inerte ou passivo em seus registros? (Har-
ley apud Martinelli, 2007, p. 8). Para chegar aos atuais
sistemas informatizados e baseados em sensores remotos
orbitais, de alta precis?o, a Cartografia cumpriu um lon-
go percurso, passando pela Gr?cia antiga, pelas conquis-
tas de povos ?rabes e chineses, al?m daquelas referentes
ao per?odo do Renascimento europeu e das Grandes Na-
vega??es mar?timas. Esse ? o tema dessa proposta, que
trabalha com o di?logo interdisciplinar entre a Geografia
e a Hist?ria, e com a formula??o e a execu??o de um pro-
jeto coletivo de trabalho para os estudantes.
Objetivos
• Reconhecer aspectos da hist?ria e do desenvolvimento
da Cartografia e sua rela??o com diferentes contextos
sociais, pol?ticos e culturais.
• Compreender a linguagem cartogr?fica como registro
visual universal, apropriando-se de seus s?mbolos, seus
c?digos e suas conven??es.
• Ler e interpretar informa??es representadas em mapas,
plantas e cartas em diferentes escalas. Ler, escrever e in-
terpretar textos de diferentes g?neros.
• Desenvolver procedimentos para coletar, selecionar e or-
ganizar dados e informa??es em diferentes fontes de
pesquisa e consulta.
Conteúdos
Cartografia ? mapas, plantas e cartas ? representa??es
cartogr?ficas ? Hist?ria da Cartografia ? evolu??o t?cnica
dos sistemas de representa??o cartogr?fica ? Cartografia e
contexto sociocultural ? Cartografia e ideologia.
Tempo estimado
Oito aulas.
Desenvolvimento das atividades
• Com o professor de Hist?ria, promova quest?es e desa-
fios para verificar o que os alunos conhecem a respeito
desse tema. Re?na os conhecimentos pr?vios levantados
e discuta com os alunos os objetivos do projeto. Conver-
se sobre seu planejamento, incluindo os meios de exe-
cu??o, os prazos e os cronogramas, adaptando-o ?s ne-
cessidades e ?s caracter?sticas cognitivas dos estudantes.
Verifique a disponibilidade dos acervos e recursos de
inform?tica e da biblioteca da escola ou de outras insti-
tui??es, se julgar necess?rio.
• Pe?a aos alunos que se organizem em pequenos grupos
de trabalho e proponha a elabora??o de listas de subte-
mas ou assuntos que comp?em o escopo do projeto.
• Defina com a turma a lista dos subtemas, auxiliando
na organiza??o da escolha. Cada grupo dever? escolher
um subtema para pesquisa, coleta, sele??o e organiza-
??o dos dados.
• Com base nas fontes de pesquisa e consulta, proponha
aos grupos que recolham textos e imagens sobre a pro-
du??o cartogr?fica em diferentes contextos. ? impor-
tante estabelecer crit?rios que levem em conta perio-
diza??es e marcos hist?ricos importantes dessa produ-
??o, como os sistemas de coordenadas terrestres na
Antiguidade cl?ssica, os mapas e planisf?rios no renas-
cimento comercial, a redescoberta da obra de Ptolomeu
8
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Manual do Professor315
no s?culo XV, a Cartografia cient?fica ap?s o s?culo XVIII.
Lembre-se de que inven??es como a b?ssola e a im-
prensa tamb?m est?o associadas ? elabora??o e ? re-
produ??o dos mapas.
• Os grupos dever?o examinar os mapas que encontraram
durante a pesquisa e anotar informa??es sobre os tipos
de representa??o, materiais utilizados, t?tulos, s?mbolos
e conven??es, orienta??o, escala cartogr?fica, autor, con-
textos de produ??o das obras, condi??es t?cnicas, usos
e finalidades.
• Auxilie os alunos na observa??o de detalhes em mapas,
como os TO (ou mapas de roda), caracter?sticos do pe-
r?odo medieval; os portulanos, mapas repletos de re-
presenta??es art?sticas, simbolismos, vis?es religiosas
ou de elogio ao poder; e os primeiros planisf?rios e atlas
de Abraham Ortelius e Gerhard Mercator, ao longo do
s?culo XVI. A Cartografia do Brasil no per?odo colonial
tamb?m merece ser examinada. Entre os mapas atuais,
conv?m selecionar plantas, cartas e mapas em diferen-
tes escalas, al?m de imagens digitalizadas. Os alunos
devem observar que os mapas e as cartas, durante mui-
tos s?culos, foram de uso privilegiado das elites diri-
gentes (reis, nobres, pessoas ligadas ? Igreja) e dos
navegantes e exploradores. Portanto, do mesmo modo
como ocorre ainda hoje, a informa??o tinha evidente
valor estrat?gico.
• Cada grupo dever? preparar um relat?rio de observa??es,
com imagens acompanhadas de fichas t?cnicas com as
seguintes informa??es: t?tulo, data, autor e local. Esses
relat?rios v?o servir de base para as apresenta??es dos
alunos. Se julgar pertinente, dependendo da quantidade
de turmas que participarem deste projeto, organize as
apresenta??es para outras classes e verifique a possibili-
dade de utilizar recursos da inform?tica durante as apre-
senta??es. Os resultados poder?o ser organizados em
pain?is e murais na escola.
Avaliação
Para avaliar este trabalho, leve em conta o conjunto de
toda a produ??o dos estudantes e a participa??o de cada um
deles nas tarefas individuais e coletivas. Considere o dom?nio
dos conceitos envolvidos e das habilidades exigidas. Se achar
necess?rio, use como base as habilidades descritas no quadro
da p?gina 298 [Matriz de refer?ncia de Ci?ncias Humanas e
suas Tecnologias]. Reserve um tempo para que os alunos ava-
liem a experi?ncia. Considere a pertin?ncia de solicitar dis-
serta??es individuais sobre o tema e sobre autoavalia??o.
Como considera??es finais do trabalho, os alunos podem
se reunir para discutir se desejam manter os grupos que
formaram durante a realiza??o deste projeto ou se preferem
formar novos grupos para os pr?ximos que ser?o realizados.
Incentive-os a verificar os pontos positivos e negativos do
trabalho realizado por todos, buscando resolver eventuais
problemas que possam ter acontecido. Promova a discuss?o
de modo a aperfei?oar o trabalho em grupo nos pr?ximos
projetos sugeridos neste Manual.
Bibliografia para o professor
DREYER-EIMBCKE, O. O descobrimento da Terra. História e
histórias da aventura cartográfica. S?o Paulo: Melhoramen-
tos/Edusp, 1992.
FERN?NDEZ-ARMESTO, F. Os desbravadores. S?o Paulo: Com-
panhia das Letras, 2009.
FONSECA, F. P.; OLIVA, J. T. A Geografia e suas linguagens: o
caso da Cartografia. In: CARLOS, Ana F. A. (Org.). A Geografia
na sala de aula. S?o Paulo: Contexto, 1999. p. 62-78.
INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE). Glos-
sário cartográfico. Dispon?vel em: <www.ibge.gov.br/home/
geociencias/cartografia/glossario/glossario_cartografico.
shtm>. Acesso em: 23 fev. 2016.
______. Noções básicas de cartografia. Dispon?vel em:
<www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manu-
al_nocoes/indice.htm>. Acesso em: 22 fev. 2016.
JOLY, F. A Cartografia. Campinas: Papirus, 1990.
MARTINELLI, M. Gráficos e mapas: construa-os voc? mesmo.
S?o Paulo: Moderna, 1998.
______. Mapas da Geografia e Cartografia temática. 4. ed.
S?o Paulo: Contexto, 2007.
Indicações de fontes para o aluno
DEPARTAMENTO de Geografia. FFLCH-USP. Definições de
cartografia. Dispon?vel em: <www.geografia.fflch.usp.br/
graduacao/apoio/textos/texto_1.htm>. Acesso em: 22 fev.
2016.
FUNDA??O Biblioteca Nacional. Biblioteca Virtual da Carto-
grafia histórica do século XVI ao XVIII. Dispon?vel em: <http://
consorcio.bn.br/cartografia/>. Acesso em: 23 fev. 2016.
GRANDE acervo de mapas hist?ricos (em ingl?s). Dispon?vel
em: <www.henry-davis.com/MAPS/carto.html>. Acesso em:
23 fev. 2016.
INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE). His-
tória da Cartografia. Dispon?vel em: <http://atlasescolar.
ibge.gov.br/pt/conceitos-gerais/historia-da-cartografia>.
Acesso em: 23 fev. 2016.
OXFORD Cartographers. Atlas mundial de Peters (em ingl?s).
Dispon?vel em: <www.oxfordcartographers.com>. Acesso
em: 23 fev. 2016.
PORTAL de Cartografia hist?rica (em franc?s). Dispon?vel em:
<www.atlas-historique.net>. Acesso em: 23 fev. 2016.
UNITED NATIONS Geoespatial Information Section (em in-
gl?s). Dispon?vel em: <www.un.org/Depts/Cartographic/
english/htmain.htm>. Acesso em: 22 fev. 2016.
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Manual do Professor316
2. O impacto das mudanças
climáticas – Diferentes visões
Atividade relacionada ao Cap’tulo 9.
Introdução
A Geografia ?, por excel?ncia, a ?rea de estudo das Ci?n
-
cias Humanas que se ocupa das rela??es entre os seres hu-
manos vivendo em sociedade e deles com a natureza no
processo de produ??o do espa?o. Enquanto a Geografia
observa o impacto da atividade humana no clima, a Socio-
logia questiona de que forma a estrutura da sociedade e as
rela??es entre as pessoas determinam como os diferentes
grupos recebem os efeitos dessas transforma??es.
Esta atividade busca aliar os conhecimentos explorados
no Cap?tulo 9 a uma an?lise cr?tica das experi?ncias de vida
dos alunos e de outras pessoas, para produzir uma revista
temática ou um site com as reflex?es e informa??es elabo-
radas durante este projeto.
Objetivos
• Compreender o impacto das mudan?as clim?ticas na vida
de diferentes grupos sociais.
• Reconhecer impactos causados por mudan?as clim?ticas
no pr?prio cotidiano e no cotidiano de sua comunidade,
seu bairro, sua escola.
• Refletir sobre desigualdades sociais e como isso se relacio-
na com a forma como s?o vividas as mudan?as clim?ticas.
• Colher informa??es e apresentar os trabalhos por meio
da produ??o de conte?do impresso ou digital.
Conteúdos
Clima ? meio ambiente ? mudan?as clim?ticas ? Socio-
logia ? grupos sociais ? desigualdades sociais.
Tempo estimado
Quatro a seis aulas.
Desenvolvimento das atividades
• Com o professor de Sociologia, fa?a uma caracteriza??o da
turma. Esse diagn?stico pode ajudar a identificar caracter?s-
ticas que permitam direcionar os trabalhos deste projeto. Em
sala de aula, num primeiro momento, estimule os alunos
com questionamentos que lhes permitam identificar exem-
plos de impactos causados por mudan?as clim?ticas em seu
cotidiano, tanto nas cidades quanto na zona rural. Solicite
aos alunos que deem exemplos e cite alguns, como aumen-
to da temperatura, mudan?a no regime das chuvas e dos
ventos, al?m do aumento do tr?nsito, de alagamentos, do
agravamento da polui??o do ar, de problemas de sa?de en-
d?micos, do excesso ou da falta de chuvas nas planta??es, da
altera??o nos per?odos de plantio e colheita, etc. Conduza a
discuss?o de modo que os alunos reflitam sobre o efeito des-
sas transforma??es na vida deles. Em seguida, converse com
a turma sobre os objetivos do projeto. Apresente seu plane-
jamento, incluindo os meios de execu??o, os prazos e os cro-
nogramas, adaptando-o ?s necessidades e ?s caracter?sticas
cognitivas dos estudantes. Verifique a disponibilidade dos
acervos e recursos de inform?tica e das bibliotecas da escola
ou de outras institui??es pr?ximas, se julgar necess?rio.
• Pe?a aos alunos que se organizem em pequenos grupos
de trabalho. Mobilizando os conhecimentos de Sociologia,
pe?a a eles que listem na lousa diferentes tipos de desi-
gualdade social e ajude-os a nome?-los e a complet?-los,
se necess?rio, por exemplo: classe social, habita??o, zonas
urbana e rural, nacionalidade, etc. J? reunidos em grupos,
solicite que escolham um dos tipos das desigualdades
mencionadas, que ser? o eixo principal do trabalho deles.
• D? um tempo aos grupos para que formulem hip?teses
sobre a rela??o entre a desigualdade escolhida e as mu-
dan?as clim?ticas. Pode-se perguntar, por exemplo:
?Como voc?s imaginam que essa desigualdade social
influencia na forma como as pessoas vivem os efeitos das
mudan?as clim?ticas??. Para isso, ser? necess?rio que os
alunos investiguem tanto as mudan?as clim?ticas vividas
por certos grupos sociais quanto seus efeitos no cotidiano.
• Com base nessas hip?teses, pe?a aos grupos que organizem
sua pesquisa bibliogr?fica, compondo uma lista de fontes
que pretendem consultar e de palavras-chave apropriadas
para usarem nas buscas digitais. ? importante participar
desta etapa com os alunos, para ajud?-los nas pesquisas.
• Algumas sugest?es de palavras-chave:
• Mudan?as clim?ticas
• Conflitos socioambientais
• Mudan?as clim?ticas e desigualdade social
• Desigualdade social e meio ambiente
• Sustentabilidade social
• Mudan?as clim?ticas e classe social
• Mudan?as clim?ticas e zona rural
• Vulnerabilidade socioambiental
• Com base nessa sele??o de fontes e palavras-chave, pe?a
aos grupos que realizem a pesquisa, buscando por artigos,
v?deos, dados e anotando em seus cadernos as informa-
??es mais relevantes que os ajudem a examinar suas
pr?prias hip?teses discutidas no in?cio do projeto.
• Com essas informa??es em m?os, re?na os grupos em sala
de aula e pe?a-lhes que pensem, desta vez, em seu cotidia-
no e em suas comunidades. ?Que exemplos de efeitos de
mudan?as clim?ticas voc?s conseguem identificar em seu
cotidiano??, ?Como isso se relaciona com a desigualdade
social que est?o investigando??. Pe?a aos grupos que ano-
tem no caderno os resultados dessa discuss?o.
• Converse com os alunos sobre a produ??o de um site ou
de uma revista tem?tica. Cada grupo ser? respons?vel por
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Manual do Professor317
uma se??o. Esse material pode conter textos informativos
ou opinativos, cr?nicas, poemas, charges, tirinhas, etc. A
?nica condi??o ? que ele precisa ser totalmente original,
produzido pelos alunos (inclusive charges e tirinhas, se
for o caso). Pe?a aos grupos que se re?nam e discutam
os conte?dos de sua se??o, fazendo um planejamento
e dividindo tarefas. Os textos devem ser entregues com
anteced?ncia para que voc? possa corrigi-los e opinar.
Avaliação
Para avaliar o desempenho dos alunos neste projeto,
considere todas as etapas. Qual foi o envolvimento dos es-
tudantes em cada parte do processo? Quanto dos conheci-
mentos de Geografia eles conseguiram utilizar na produ??o
do material? O resultado final atendeu aos objetivos iniciais
do trabalho? Verifique se esses objetivos foram alcan?ados.
Bibliografia para o professor
ACSELRAD, H. Ambientaliza??o das lutas sociais: o caso do
movimento por justi?a ambiental. Estudos avançados, v. 24,
n. 68, p. 103-119, 2010.
ALMEIDA, J.; GERHARDT, C.; MAGALH?ES, S. B. (Org.). Contex-
tos rurais e agenda ambiental no Brasil: pr?ticas, pol?ticas,
conflitos, interpreta??es. Dossi? 3. Rede de Estudos Rurais.
Bel?m, 2012.
COMAROFF, J.; COMAROFF, J. L. Naturalizando a na??o: es-
trangeiros, apocalipse e o Estado p?s-colonial. Horizontes
antropológicos, v. 7, n. 15, 2001.
CORDANI, U. G. As ci?ncias da Terra e a mundializa??o das
sociedades. Estudos Avançados, v. 9, n. 25, p. 13-27, 1995.
FREITAS, C. M. de; CARVALHO, M. L. de; XIMENES, E. F.; ARRAES,
E. F.; GOMES, J. O. Vulnerabilidade socioambiental, redu??o
de riscos de desastres e constru??o da resili?ncia: li??es do
terremoto no Haiti e das chuvas fortes na regi?o serrana,
Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 6, p. 1577-1586, 2012.
FREITAS, R. de C. M. A constru??o de uma agenda para as ques-
t?es de g?nero, desastres socioambientais e desenvolvimento.
Revista Estudos Feministas, v. 18, n. 3, p. 889-899, 2010.
HABERMANN, M.; GOUVEIA, N. Justi?a ambiental: uma
abordagem ecossocial em sa?de. Revista de Saúde Pública,
v. 42, n. 6, 2008.
IORIS, A. A. R. O que ? justi?a ambiental. Ambiente & Socie-
dade, v. 12, n. 2, 2009.
LEMOS, S. M.; HIGUCHI, M. I. G. Compromisso socioambien-
tal e vulnerabilidade. Ambiente & Sociedade, v. 14, n. 2, p.
123-138, 2011.
LISBOA, T. K.; LUSA, M. G. Desenvolvimento sustent?vel com
perspectiva de g?nero ? Brasil, M?xico e Cuba: mulheres
protagonistas no meio rural. Revista Estudos Feministas, v.
18, n. 3, p. 871-887, 2010.
PIGNATI, W. A.; MACHADO, J. M. H.; CABRAL, J. F. Acidente
rural ampliado: o caso das ?chuvas? de agrot?xicos sobre a
cidade de Lucas do Rio Verde/MT. Ciência & Saúde Coletiva,
v. 12, n. 1, p. 105-114, 2007.
PORTO, M. F.; FINAMORE, R. Riscos, sa?de e justi?a ambien-
tal: o protagonismo das popula??es atingidas na produ??o
de conhecimento. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 6, p.
1493-1501, 2012.
ZHOURI, A. Justi?a ambiental, diversidade cultural e accoun-
tability: desafios para a governan?a ambiental. Revista Bra-
sileira de Ciências Sociais, v. 23, n. 68, 2008.
Indicações de fontes para o aluno
ALMANAQUE Abril. Dispon?vel em: <https://almanaque.
abril.com.br>. Acesso em: 23 fev. 2016.
GOOGLE Acad?mico. Dispon?vel em: <http://scholar.google.
com>. Acesso em: 23 fev. 2016.
PORTAL de mudan?as clim?ticas da Andi. Dispon?vel em: <www.
mudancasclimaticas.andi.org.br>. Acesso em: 23 fev. 2016.
PORTAL de mudan?as clim?ticas do INPE. Dispon?vel em:
<http://mudancasclimaticas.cptec.inpe.br>. Acesso em: 23
fev. 2016.
SCIELO. Dispon?vel em: <www.scielo.br>. Acesso em: 23 fev.
2016.
3. História e histórias da ocupação
da Mata Atlântica
Atividade relacionada ao Cap’tulo 11.
Introdução
O estudo de biomas e das diferentes forma??es vege-
tais no Brasil e no mundo enseja pesquisas, leituras e
trabalhos coletivos que envolvem Geografia e Hist?ria,
principalmente no que se refere ? devasta??o desses am-
bientes. Um mote para o trabalho ? a situa??o da Mata
Atl?ntica, sistema florestal complexo e biodiverso de dis-
tribui??o azonal, associado a altitudes vari?veis e dispos-
to originalmente ao longo da faixa litor?nea, que penetra
o interior no sudeste e no sul do pa?s e atinge fra??es do
Paraguai e da Argentina.
Essas matas aparecem associadas a outras forma??es,
como Mangues, Matas de Arauc?rias e ecossistemas lito-
r?neos e estuarino-lagunares. No Brasil, restam cerca de
7% delas, o que implica redobrar o esfor?o para a conser-
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Manual do Professor318
va??o desse extraordin?rio bioma, que est? entre os de
maior biodiversidade no planeta.
O tema j? foi objeto de estudos hist?ricos, como o
trabalho de Warren Dean, que destaca as t?cnicas tra-
dicionais de agricultura e a extra??o de madeira para
lenha e constru??es como um pesado fardo para as ma-
tas. Segundo Dean, um observador de 1888, no per?odo
cafeeiro, relatou que desembarcavam no Rio de Janeiro
cerca de 500 carro??es de madeira por dia. Aspectos dos
processos hist?ricos de ocupa??o da regi?o e seus efei-
tos, bem como medidas e pol?ticas de uso sustent?vel e
de conserva??o atuais para a Mata Atl?ntica, s?o os fo-
cos da proposta, em que os alunos dever?o realizar pes-
quisa e semin?rio.
Objetivos
• Identificar a distribui??o e as caracter?sticas da Mata
Atl?ntica no Brasil e avaliar a import?ncia da preserva??o
de sua biodiversidade.
• Estabelecer rela??es entre as coberturas vegetais, o clima
e as formas de relevo.
• Avaliar efeitos do desmatamento e das queimadas em
florestas tropicais.
• Associar a retirada das coberturas de Mata Atl?ntica a
processos de extrativismo, explora??o agr?cola, indus-
trializa??o, urbaniza??o e cria??o de vias de circula??o
no Brasil.
• Desenvolver procedimentos para coletar, selecionar e or-
ganizar dados e informa??es em diferentes fontes de
pesquisa e consulta.
• Desenvolver procedimentos para realizar um semin?rio.
Conteúdos
Mata Atl?ntica (distribui??o, composi??o, flora, fauna,
clima, relevo, recursos h?dricos, matas de encosta, de alti-
tude e de plan?cies costeiras e ecossistemas associados) ?
usos agr?cola, extrativista e industrial ? urbaniza??o ? des-
matamento e queimadas ? expans?o cafeeira e das
ferrovias no Brasil ? fragmentos florestais ? unidades de
conserva??o (prote??o integral e uso sustent?vel) ? reserva
da biosfera ? servi?os ambientais.
Tempo estimado
Dez aulas.
Desenvolvimento das atividades
• Com o professor de Hist?ria, elabore perguntas para
avaliar o conhecimento pr?vio dos alunos sobre o tema.
Converse com a turma sobre os objetivos do projeto.
Apresente seu planejamento, incluindo os meios de
execu??o, os prazos e os cronogramas, adaptando-o ?s
necessidades e ?s caracter?sticas cognitivas dos estu-
dantes. Verifique a disponibilidade dos acervos e recur
-
sos de inform?tica e das bibliotecas da escola ou de
outras institui??es pr?ximas, se julgar necess?rio.
• Proponha aos alunos que se re?nam em grupos para
realizar pesquisas e levantamentos sobre a Mata
Atl?ntica. Cada grupo vai trabalhar com um dos qua-
tro primeiros objetivos propostos neste projeto. Soli-
cite a eles que escolham um dos objetivos e, caso mais
de um grupo se interesse por um mesmo tema, con-
verse com os alunos e definam juntos qual grupo tra-
balhar? com um e com outro. Voc? tamb?m pode ve-
rificar a possibilidade de desmembr?-los em um sub-
tema para que todos os grupos sejam contemplados
em rela??o ?s escolhas. Se julgar pertinente, distribua
os objetivos aos grupos de acordo com as caracter?s-
ticas de cada grupo e o seu conhecimento sobre a
turma.
• De acordo com os objetivos, cada grupo dever? organizar
dados e informa??es, al?m de recolher, selecionar e or-
ganizar textos e imagens. Para isso, poder?o ser realiza-
dos pequenos semin?rios e debates para troca de ideias
e informa??es, constituindo-se um n?cleo comum de
conceitos e informa??es que poder? servir como base
para os temas espec?ficos. O objetivo desta parte do pro-
cesso ? definir os temas que os alunos usar?o na pes-
quisa, transformando os objetivos iniciais propostos em
temas para este projeto.
• Cada grupo poder? optar pela explora??o de uma tem?-
tica. Na presen?a de remanescentes florestais, por exem-
plo, converse com a turma sobre a possibilidade de reali-
zar investiga??es acerca da realidade local.
• Depois de definidos os temas, cada grupo dever? se
dedicar a aprofundar os estudos sobre o que foi esco-
lhido. Por exemplo: os alunos poder?o escolher temas
como cultura da cana-de-a??car, expans?o cafeeira,
biodiversidade e processos ecol?gicos, estudos de fau-
na, panorama das matas no Brasil colonial por meio de
pinturas e gravuras, polo petroqu?mico de Cubat?o,
desafios para as unidades de conserva??o, entre outros.
• Auxilie os alunos na organiza??o e apresenta??o dos
resultados, em semin?rio, destacando a import?ncia
de elaborar textos e bases de dados para apoiar a ex-
posi??o oral. As apresenta??es poder?o ser acompa-
nhadas de mapas, tabelas, fotografias, pinturas e es-
quemas gr?ficos.
Avaliação
Leve em conta a participa??o de cada aluno nas tare-
fas individuais e coletivas. Considere tamb?m a contri-
bui??o individual na amplia??o, coleta e sele??o da base
de dados. Examine com aten??o o dom?nio de conceitos,
no??es e processos hist?rico-geogr?ficos envolvidos e
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Manual do Professor319
avalie a clareza e organiza??o das exposi??es orais. Com
o apoio dos professores, os alunos poder?o preparar uma
exposi??o dos resultados dos trabalhos na escola. N?o se
esque?a de reservar um tempo para que a turma avalie
essa experi?ncia.
Bibliografia para o professor
AB?S?BER, A. Escritos ecológicos. S?o Paulo: Lazuli, 2007.
DEAN, W. A ferro e fogo: a hist?ria e a devasta??o da Mata
Atl?ntica brasileira. S?o Paulo: Companhia das Letras, 1996.
FUNDA??O SOS Mata Atl?ntica; INSTITUTO Nacional de
Pesquisas Espaciais. Atlas dos municípios da Mata Atlân-
tica. 5. ed. 2009. Dispon?vel para download em: <www.
sosma. org.br/tag/atlas-dos-municipios>. Acesso em: 23
fev. 2016.
FURLAN, S. A.; NUCCI, J. C. A conservação das florestas tropi-
cais. 2. ed. S?o Paulo: Atual, 2004. (S?rie Meio Ambiente).
MIRANDA, E. E. de. Era uma vez a Mata Atl?ntica. National
Geographic Brasil, ano 9, n. 106, jan., p. 38-55, 2009.
THOMAS, K. O homem e o mundo natural: mudan?as de
atitude em rela??o ?s plantas e aos animais, 1500-1800.
S?o Paulo: Companhia das Letras, 1988.
Indicações de fontes para o aluno
FUNDA??O SOS Mata Atl?ntica. Dispon?vel em: <www.sos-
matatlantica.org.br>. Acesso em: 23 fev. 2016.
INSTITUTO Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Na-
turais Renov?veis (Ibama). Dispon?vel em: <www.ibama.gov.
br>. Acesso em: 23 fev. 2016.
INSTITUTO de Pesquisas Jardim Bot?nico (RJ). Dispon?vel em:
<www.jbrj.gov.br>. Acesso em: 23 fev. 2016.
MINIST?RIO do Meio Ambiente (MMA). Dispon?vel em:
<www.mma.gov.br>. Acesso em: 23 fev. 2016.
ORGANIZA??O das Na??es Unidas (ONU). Convenção sobre
Diversidade Biológica. Dispon?vel em: <www.mma.gov.br/
biodiversidade/convencao-da-diversidade-biologica>. Aces-
so em: 23 fev. 2016.
PROGRAMA BIOTA/Fapesp. Instituto Virtual da Biodiversidade.
Dispon?vel em: <www.biota.org.br>. Acesso em: 23 fev. 2016.
RESERVA da Biosfera da Mata Atl?ntica. Dispon?vel em: <http://
www.rbma.org.br/index.asp>. Acesso em: 23 fev. 2016.
WWI-Worldwatch Institute. Universidade Livre da Mata
Atl?ntica. Dispon?vel em: <http://www.wwiuma.org.br/so-
bre.html >. Acesso em: 23 fev. 2016.
4. A inviabilidade do modelo
consumista de desenvolvimento
Atividade relacionada ao Cap’tulo 12.
Introdução
A reflex?o sobre as interfer?ncias humanas nos ecos-
sistemas est? diretamente ligada ? quest?o do consumis-
mo. A partir da Segunda Revolu??o Industrial, ocorrida
no s?culo XIX, at? os dias atuais, vive-se no mundo capi-
talista o que se costumou chamar de ?sociedade de con-
sumo?. Os modelos econ?micos baseados no incentivo ao
consumo induzem as pessoas a buscar o sentido de sua
vida na produ??o e na aquisi??o de bens materiais.
Em diferentes espa?os e tempos, as pessoas sempre
buscaram criar um sentido para sua vida. Mas isso nem
sempre foi baseado t?o fortemente no consumo. Manifes-
ta??es e express?es culturais que conhecemos, como ins-
cri??es em cavernas e inven??es nos campos das artes, da
Filosofia e das ci?ncias, s?o alguns exemplos. A autentici-
dade da cria??o de sentido para a vida vem sendo questio-
nada j? h? mais de um s?culo, a partir da intensifica??o
da industrializa??o do mundo capitalista, com um ?pice
no conceito de ?ind?stria cultural?, proposto pelos fil?sofos
alem?es Theodor Adorno e Max Horkheimer, em 1947, na
obra intitulada Dialética do esclarecimento. Nessa obra, os
autores criticam o fato de o ser humano moderno ter aban-
donado sua capacidade de pensar por si mesmo, de criar
seus pr?prios valores e passar a consumir os valores que
pautam sua a??o, embutidos em mercadorias. Adorno e
Horkheimer chegaram a afirmar que o ser humano se re-
duz a uma mercadoria que consome mercadorias. N?o ?
dif?cil perceber a import?ncia dos meios de comunica??o
de massa na cria??o dessa ilus?o de alcance da felicidade
por meio do consumo.
At? que ponto dedicar a vida, dia ap?s dia, a atender a
necessidade de consumo de novos artefatos com renovados
modelos ? necessidade muitas vezes artificial inventada pelo
mercado e tornada sedutora pela m?dia ? ? uma aut?ntica
cria??o de valores, de sentido para a vida, de realiza??o do
que h? de humano nas pessoas? Com base nessa quest?o
filos?fica, os alunos dever?o investigar o conceito de ind?stria
cultural e elaborar um objeto imagético, cujas possibilidades
ser?o discutidas no Desenvolvimento das atividades.
Objetivos
• Relacionar os estudos geogr?ficos sobre os impactos
da a??o humana nos ecossistemas a uma reflex?o fi-
los?fica sobre a responsabilidade de cada indiv?duo e
de suas decis?es cotidianas.
• Utilizar conceitos filos?ficos para problematizar o assun-
to tratado no Cap?tulo 12, de forma a conscientizar os
alunos sobre sua complexidade.
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Manual do Professor320
• Compreender a import?ncia da discuss?o sobre a ind?s-
tria cultural tanto na ?poca da cria??o desse conceito
como atualmente.
• Incentivar o desenvolvimento da criatividade por meio da
cria??o de objetos imag?ticos com base nos conceitos
estudados.
• Desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe.
• Desenvolver a pr?tica de procedimentos de coleta, sele??o
e s?ntese de dados em diferentes fontes de pesquisa.
Conteúdos
Ind?stria cultural ? consumismo ? desequil?brio so-
cioambiental e atitude individual ? meios de comunica??o
de massa ? pensamento cr?tico ? criatividade humana ?
produ??o cultural aut?ntica.
Tempo estimado
Dez aulas.
Desenvolvimento das atividades
• Converse com a turma sobre os objetivos do projeto. Apre-
sente seu planejamento, incluindo os meios de execu??o,
os prazos e os cronogramas, adaptando-o ?s necessidades
e ?s caracter?sticas cognitivas dos estudantes. Verifique
a disponibilidade dos acervos e recursos de inform?tica e
das bibliotecas da escola ou de outras institui??es pr?xi-
mas, se julgar necess?rio.
• Numa primeira fase de sensibiliza??o para o tema a ser
estudado, proponha aos alunos uma conversa inicial, bas-
tante aberta e ainda sem necessidade de rigor conceitual,
sobre o que seria o consumismo. Pe?a a eles que deem
exemplos e que estabele?am rela??es entre o consumis-
mo e os desequil?brios ambientais.
• Proponha que cada aluno leve para a aula seguinte
um g?nero discursivo que trate do tema consumismo.
Pode ser uma imagem, uma letra de m?sica, um poema,
etc. Voc? tamb?m pode levar seu material, que pode
ser algo mais cl?ssico, como o poema "Eu etiqueta", de
Carlos Drummond de Andrade, ou uma imagem esco-
lhida da internet.
• Ap?s a exposi??o dos exemplos trazidos, d? in?cio ? se-
gunda fase deste projeto, que tem como objetivo inves-
tigar o conceito de ind?stria cultural. Proponha aos alunos
que se re?nam em grupos. Cada grupo deve pesquisar
um dos temas sugeridos a seguir, entre outros que voc?
considerar mais adequados:
• ind?stria cultural e meios de comunica??o de
massa
• ind?stria cultural e consumismo
• ind?stria cultural e autenticidade
• ind?stria cultural e produ??o de cultura
• ind?stria cultural e desequil?brios socioambientais
• ind?stria cultural e sentido da vida
• ind?stria cultural e pensamento cr?tico
• Auxilie os alunos em suas buscas, sugerindo-lhes dife-
rentes fontes e estimulando-os a atentar para a neces-
sidade de descobrir o sentido original do conceito de
ind?stria cultural, na obra de Adorno e Horkheimer, al?m
dos sentidos que ele pode ter hoje. Para isso, a partici-
pa??o do professor de Filosofia nesta etapa do projeto
? fundamental. Uma boa sinopse da obra desses fil?so-
fos pode ser encontrada no artigo "Teoria Cr?tica ? estu-
dos importantes: ?Dial?tica do esclarecimento? e ind?s-
tria cultural". Dispon?vel em: <http://educacao.uol.com.
br/disciplinas/sociologia/teoria-critica---estudos-impor-
tantes-dialetica-do-esclarecimento-e-industria-cultural.
htm>. Acesso em: 23 fev. 2016.
• Acompanhe o trabalho de cada grupo, certificando-se de
que todos os conceitos necess?rios para a realiza??o des-
te projeto est?o sendo compreendidos. Oriente os alunos
a sempre registrar as fontes consultadas, a fazer resumos
de pr?pria autoria e a discutir com os colegas de grupo o
conte?do pesquisado.
• Encerrada a etapa de pesquisa e discuss?o, os grupos
podem come?ar a elaborar o objeto imag?tico que ex-
presse o resultado do estudo realizado. O objeto pode
ser um cartaz ou um painel, uma fotografia ou uma
composi??o de imagens montada por eles, ou ainda
uma imagem em movimento, como um filme feito com
uma c?mera ou celular, por exemplo. Se julgar neces-
s?rio, explique novamente que os objetos devem ser
produ??es originais, cria??es que explorem com criati-
vidade o tema escolhido.
• Verifique na escola as possibilidades t?cnicas de produ??o
para esse material e tamb?m de uma poss?vel exibi??o
posterior para outras turmas. Auxilie cada grupo a prepa-
rar uma pequena apresenta??o oral ou escrita sobre o
tema estudado, que acompanhe a exibi??o do objeto. N?o
se trata de uma ?explica??o? da obra criada, mas de uma
elucida??o conceitual que a introduza.
Avaliação
Observe a participa??o de cada aluno na realiza??o das
tarefas em grupo. N?o deixe de avaliar a precis?o conceitual
desenvolvida no processo de cria??o. ? desej?vel que esses
crit?rios de avalia??o sejam explicitados aos alunos antes
do in?cio da atividade, durante o acordo estabelecido no
Desenvolvimento das atividades. Reserve um tempo para
que a turma possa fazer uma avalia??o, tamb?m usando de
rigor conceitual, dos trabalhos dos colegas. Se achar opor-
tuno, solicite aos alunos uma disserta??o individual sobre
o tema estudado pelo grupo.
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Manual do Professor321
Bibliografia para o professor
Livros
ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. A dialética do esclarecimen-
to: fragmentos filos?ficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
1985.
JAPIASS?, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia.
4. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006.
DUROZOI, G.; ROUSSEL, A. Dicionário de filosofia. 5. ed. Cam-
pinas: Papirus, 2005.
Filmes
Mera coincidência (Wag the dog). Dire??o de Barry Levinson.
Estados Unidos, 1997. (97 min)
O show de Truman (The Truman show). Dire??o de Peter Weir.
Estados Unidos, 1998. (103 min)
Surplus (Surplus: terrorized into being consumers). Dire??o
de Erik Gandini. Su?cia, 2003. (54 min)
Indicações de fontes para o aluno
CHAUI, M. Convite à Filosofia. S?o Paulo: ?tica, 2010.
SANTOS, M. Da cultura ? ind?stria cultural. Folha On-line,
19 mar. 2000. Dispon?vel em: <http://www1.folha.uol.com.
br/fol/brasil500/dc_3_10.htm>. Acesso em: 23 fev. 2016.
POMPEIA, L. Uma resposta a Adorno e Horkheimer. Revista
Filosofia. Dispon?vel em: <http://filosofia.uol.com.br/filoso-
fia/ideologia-sabedoria/33/artigo243129-1.asp>. Acesso
em: 23 fev. 2016.
Renato S. Cerqueira/
Futura Press
Andre Dib/Pulsar Imagens
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
W. Buss/DeAgostini/Getty Images
Hans Von Manteuffel/Pulsar Imagens
Monte Osorno em Puerto
Varas (Chile), 2014.
Marcha do Orgulho Crespo
em S?o Paulo (SP), 2015.
Praia de Boa Viagem
no Recife (PE), 2013.
Cuestas em
Pardinho (SP), 2013.
Pedra do Ba? na Serra
da Mantiqueira em S?o
Bento do Sapuca? (SP), 2015.
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Manual do Professor322
Metas e orientações por Unidade
Um pouco de teoria
da Geografia
Objetivos
Nesta introdu??o os alunos devem perceber a impor-
t?ncia da Geografia para a compreens?o do mundo em
que vivemos do ponto de vista da natureza e da socieda-
de, assim como da rela??o natureza-sociedade. Devem se
dar conta de que para compreender o mundo sob a pers-
pectiva da Geografia ? importante dominar os conceitos-
-chave que d?o identidade ? disciplina, assim como ter
uma no??o introdut?ria de sua fundamenta??o te?rico-
-metodol?gica. Essa introdu??o dialoga com a Filosofia
porque ? nela que encontramos os m?todos de aborda-
gem das outras disciplinas.
Atividade complementar
? importante que o processo de ensino-aprendizagem
valorize a realidade dos alunos e seu cotidiano. Isso
contextualiza e d? mais sentido aos temas estudados e
torna a aprendizagem interessante e significativa. A pr?tica
de atividades em grupo tamb?m deve ser estimulada,
preparando os estudantes para o mundo do trabalho e a
atua??o cidad?. Por isso, indicamos nesta se??o atividades
que envolvem em sua maioria trabalhos em grupo,
levantamentos de dados, pesquisas e tarefas extraclasse.
Assim, voc? ter? liberdade de aplic?-las ou n?o, segundo a
realidade concreta da escola e da sala de aula onde leciona.
Conceitos da Geografia
1. Se achar conveniente, aproveite as imagens da Introdu-
ção para iniciar os estudos da Geografia no Ensino M?-
dio, relembrando alguns conceitos-chave da disciplina,
desenvolvidos no Ensino Fundamental II. Por exemplo,
pe?a aos alunos que observem as fotografias de paisa-
gens nas p?ginas da Introdução do livro e questione-os
sobre quais delas mostram paisagens naturais e quais
mostram paisagens culturais. Em seguida, instigue-os a
observar se h?, em uma mesma imagem, objetos ou
elementos naturais e culturais. Nesse momento, ? pos-
s?vel retomar os conceitos de paisagem e espaço geo-
gráfico, assim como os de sociedade e natureza.
2. Chame a aten??o dos alunos para o fato de que em
uma paisagem cultural existem diversos objetos cons-
tru?dos pela sociedade, mas tamb?m h? elementos
naturais. E mesmo em uma paisagem natural existe
alguma interfer?ncia humana, ainda que seja ? dis-
t?ncia. Finalmente, vale lembrar que, como afirmou
Milton Santos, o espa?o geogr?fico pode ser pensado
como o ?casamento? entre a sociedade e a paisagem.
Ali?s, comente sobre a analogia feita por ele entre uma
suposta explos?o da bomba de n?utrons e a distin??o
entre paisagem e espa?o e fa?a um questionamento
de cunho filos?fico aos alunos. Se a sociedade fosse
destru?da, o espa?o geogr?fico deixaria de existir e res-
taria apenas a paisagem, como afirmou Milton San-
tos? E se n?o restasse nenhum ser humano na face da
Terra, quem iria constatar a exist?ncia da paisagem e
conceitu?-la como tal? Dessa forma, os alunos podem
perceber que os seres humanos, vivendo em socieda-
de, criam objetos e tamb?m conceitos para defini-los.
Em outras palavras, todo objeto tem, ao mesmo tem-
po, uma exist?ncia material e outra simb?lica. N?o por
acaso, Lev Vygotsky (1896-1934) deu tanta import?ncia
? media??o simb?lica em suas reflex?es sobre a apren-
dizagem e a cogni??o humana. A rela??o entre as so-
ciedades e a natureza, assim como com os objetos cria-
dos por essas sociedades a partir dos elementos
oriundos da natureza, ? mediada pelo trabalho e tam-
b?m pela l?ngua, tema que ele desenvolve nos livros
Pensamento e linguagem e A formação social da mente.
3. Se poss?vel, assista com os alunos ao v?deo O mundo
sem ninguém (veja indica??o a seguir). Ele procura res-
ponder a uma pergunta que todos n?s em algum mo-
mento nos fizemos: O que aconteceria se o homem
desaparecesse da face da Terra? Feito por meio de
computa??o gr?fica, o document?rio mostra o que po-
deria acontecer no planeta horas, meses e anos ap?s o
desaparecimento da humanidade. Em pouco tempo os
elementos culturais da paisagem, como casas, pr?dios,
usinas el?tricas, redes de comunica??o, sistemas de
transportes, etc., come?ariam a se deteriorar por falta
de manuten??o. Ou seja, caso a sociedade desapare-
cesse, com o passar do tempo desapareceriam tam-
b?m suas constru??es, suas marcas na paisagem. Eu
sou a lenda ? outro filme interessante que pode contri-
buir para esse debate.
• Eu sou a lenda. Dire??o: Francis Lawrence, Estados Uni-
dos, 2007.
• O mundo sem ninguém. The History Channel. Estados
Unidos, 2008.
4. Os sites indicados a seguir podem contribuir para o
aprofundamento da discuss?o sobre os conceitos de
Geografia e tamb?m sobre o ensino dessa disciplina.
9
Introdução
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Manual do Professor323
Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB)
Na p?gina da AGB h? diversos artigos interessantes na
revista Terra Livre (o n. 28, de jan.-jun. de 2007, por
exemplo, foi dedicado integralmente ao ensino de Geo-
grafia) e no boletim AGB em Debate, que podem ser
baixados. Dispon?vel em: <www.agb.org.br>. Acesso
em: 14 abr. 2016.
Milton Santos
No site oficial do professor Milton Santos (1926-2001)
est?o indicados todos seus livros, assim como v?rios
textos publicados por ele e sobre ele (podem ser baixa-
dos em PDF); h? tamb?m v?deos de entrevistas e de par-
ticipa??es em encontros. Dispon?vel em: <www.agb.
org.br>. Acesso em: 14 abr. 2016.
Revista Brasileira de Educação em Geografia
Nesta revista, mantida pelo Departamento de Geo-
grafia da Unicamp, h? diversos artigos sobre ensino
dessa disciplina, assim como entrevistas com profes-
sores da ?rea de Metodologia do Ensino de Geografia.
Dispon?vel em: <www.revistaedugeo.com.br>. Acesso
em: 14 abr. 2016.
Sugest›es bibliogr‡ficas
CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. S?o
Paulo: FFLCH, 2007.
Atente para o Cap?tulo 1, ?Definir o lugar??, de onde o trecho
a seguir foi transcrito e no qual a autora discute o conceito
geogr?fico de lugar, que tem sido recuperado e redefinido
pelos ge?grafos (ver trecho na se??o Textos de apoio).
CASTRO, In? Elias de et al. (Org.). Geografia: conceitos e te-
mas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
Colet?nea em que os autores analisam conceitos-chave
da geografia: espa?o (Roberto Lobato Corr?a), territ?rio
(Marcelo Lopes de Souza; veja trecho a seguir) e regi?o
(Paulo C?sar da Costa Gomes).
________; ROSENDAHL, Zeny (Org.). Paisagem, tempo e cul-
tura. 2. ed. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2004.
Colet?nea de quatro textos fundamentais sobre paisa-
gem, entre eles o cl?ssico ?A morfologia da paisagem?, de
Carl O. Sauer, publicado pela primeira vez em 1925.
CLAVAL, Paul. História da Geografia. Lisboa: Edi??es 70, 2006.
Faz um hist?rico da Geografia desde os gregos, mas es-
pecialmente a partir do momento em que ela se institu-
cionalizou como uma disciplina acad?mica na Alemanha
do s?culo XIX, at? os dias de hoje.
CORR?A, Roberto Lobato. Trajetórias geográficas. Rio de Ja-
neiro: Bertrand Brasil, 1997.
Colet?nea de 14 artigos do ge?grafo carioca organiza-
dos em unidades que tratam de redes urbanas, espa?o
urbano, regi?o, espa?o e empresa, espa?o, tempo e cul-
tura. Na parte sobre a regi?o discute as diversas abor-
dagens sobre o conceito (ver trecho na se??o Textos de
apoio), assim como as v?rias possibilidades de regio-
nalizar o Brasil.
HABERMAS, J?rgen. Técnica e ciência como “ideologia”. Lis-
boa: Edi??es 70, 1994.
Com base em Herbert Marcuse, outro representante da
Escola de Frankfurt, analisa a instrumentaliza??o da
ci?ncia e da t?cnica pelo capital (ver trecho na se??o
Textos de apoio). Analisa tamb?m a rela??o entre co-
nhecimento e interesse.
HAESBAERT, Rog?rio. O mito da desterritorialização: do ?fim
dos territ?rios? ? multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Ber-
trand Brasil, 2004.
Discute o conceito de territ?rio sob a perspectiva jur?dico
-
-pol?tica, cultural, econ?mica e naturalista e prop?e um
enfoque integrador. Em seguida discute os processos de
desterritorializa??o sob essas mesmas perspectivas.
MARTIN, Andr? Roberto. Fronteiras e nações. S?o Paulo: Con-
texto, 1992.
Discute o con.ceito de fronteira sob uma perspectiva
hist?rica e geogr?fica j? que os limites territoriais entre
os Estados s?o uma constru??o humana e est?o inscritos
no espa?o geogr?fico. Discute tamb?m as diferen?as
conceituais entre fronteira, limite e divisa; delimita??o
e demarca??o.
MORAES, Antonio Carlos Robert. Geografia: pequena hist?-
ria cr?tica. 20. ed. S?o Paulo: Annablume, 2005. (Geografias).
J? um cl?ssic.o da Geografia, este livro explica de forma
introdut?ria o desenvolvimento da ci?ncia geogr?fica
desde suas origens at? os dias de hoje.
______. Ideologias geográficas: espa?o, cultura e pol?tica.
S?o Paulo: Hucitec/Annablume, 2002.
Discute o conceito de ideologia e apresenta temas como
produ??o e consci?ncia do espa?o, territ?rio e identidade
na forma??o brasileira.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: t?cnica e tempo,
raz?o e emo??o. S?o Paulo: Edusp, 2002.
Aborda os principais conceitos e categorias da Geografia
e as mudan?as epistemol?gicas ensejadas pela revolu??o
t?cnico-cient?fica e pelo processo de globaliza??o. S?o
interessantes, para subsidiar esta Unidade, o Cap?tulo 3,
?O espa?o geogr?fico, um h?brido?, e o Cap?tulo 14, ?O lu-
gar e o cotidiano? (ver trecho na se??o Textos de apoio).
________. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos
te?ricos e metodol?gicos da Geografia. 5. ed. S?o Paulo:
Hucitec, 1997.
Obra fundamental para conhecer os conceitos de espa?o,
paisagem, configura??o territorial e regi?o em Geografia.
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Manual do Professor324
Comentários e respostas das atividades
Um pouco de teoria da Geografia
Compreendendo conteúdos
1 Aqui é importante o aluno perceber que os conceitos
de paisagem e de espaço geográfico definem realida-
des integradas, inseparáveis. A paisagem é a forma do
espaço, é sua face visível (embora também possa ser
apreendida por outros sentidos, além da visão); pode
ser natural (composta de elementos naturais) ou cul-
tural (composta de elementos culturais e também
naturais). O espaço é formado por essas formas ani-
madas pelo homem vivendo em sociedade. A socieda-
de, ao construir as formas que compõem a paisagem,
está transformando a natureza e, ao mesmo tempo,
produzindo o espaço geográfico.
2 De forma bem sintética, o aluno poderia definir o lugar
como o espaço de convivência e de identidade, por
exemplo: uma praça, um bairro ou uma pequena cida-
de; o território, como o espaço do exercício de poder, por
exemplo: o Estado em suas diferentes esferas ou uma
área controlada por outro grupo social, como um bando
de traficantes; e a região, como o espaço de particula-
ridades com extensão variável, por exemplo: a América
Latina, a região Nordeste ou o Triângulo Mineiro.
3 A escala geográfica define o recorte analítico do espaço
geográfico, podendo ir desde a escala local até a mun-
dial, passando pela nacional e regional.
Desenvolvendo habilidades
As duas atividades a seguir podem ser desenvolvidas em
grupo para estimular a troca de ideias entre os alunos e a
aprendizagem significativa. O trabalho dialógico e em con-
junto tem um grande potencial significativo. Pode ser inte-
ressante solicitar a cada aluno que traga uma foto de outro
lugar e pedir que o descreva e fale sobre ele, dizendo por
que escolheu esse lugar, se gosta ou não dele e por quê. Se
considerar conveniente, pode ainda solicitar que cada grupo
apresente suas conclusões aos colegas de outros grupos
para suscitar um debate envolvendo toda a turma.
4 a) Para Milton Santos, a paisagem são as formas, a base
material construída pelo homem, e o espaço é o ca-
samento entre a sociedade e essas formas. Por isso
ele usou o exemplo da bomba de nêutrons: caso
esse artefato fosse usado poderia matar todas as
pessoas e destruir a sociedade, e caso isso aconte-
cesse o espaço geográfico deixaria de existir, restan-
do somente a paisagem, isto é, as formas.
b) A foto de um trecho da cidade de Tóquio mostra uma
paisagem cultural porque é composta de formas cons-
truídas, como os prédios, as ruas, a iluminação e os
carros, mas também tem elementos naturais, como o
monte Fuji ao fundo. Também retrata uma porção do
espaço geográfico da capital japonesa porque essas
formas são animadas pela sociedade que as construiu.
5 a) O aluno deve concluir que o lugar é o espaço de con-
vivência cotidiana, é a porção do espaço geográfico
apropriada pelo corpo e pelos sentidos, é onde se es-
tabelecem as relações sociais de parentesco, de ami-
zade, de estudo, de trabalho, responsáveis pela cons-
trução de nossa identidade, como é o caso dos
moradores do distrito de Vale Vêneto, município de
São João de Polêsine (RS), muitos dos quais descen-
dentes de italianos. O lugar é também o espaço de
confraternizações, eventos e festas, como mostra essa
foto e outras que aparecem no capítulo introdutório.
Pode ser uma praça, uma rua, um bairro, um distrito,
uma cidade pequena. Vale lembrar, no entanto, que o
lugar é por excelência o espaço de cooperação social,
mas é também o espaço de conflitos entre as pessoas.
b) Uma metrópole, como Tóquio, Nova York ou São Paulo,
não pode ser considerada um lugar porque devido ao
seu gigantismo ninguém a vivencia por inteiro, ninguém
consegue se apropriar dela em sua convivência diária. A
grande cidade é um conjunto de lugares. Milton Santos
dizia que os habitantes da metrópole a vivenciam como
uma cidade pequena porque as relações sociais ficam
circunscritas a uma pequena parte dela. É claro que ain-
da que se viva a metrópole de forma fragmentada, por
ser uma grande cidade ela oferece muito mais serviços
e oportunidades que uma cidade pequena.
c) O objetivo dessa atividade é criar uma oportunidade
para os alunos pensarem sobre seu lugar, sobre os vín-
culos que têm com ele e sobre o que está bom e o que
pode ser melhorado. É uma oportunidade interessante
para conversarem sobre atitudes que todos os morado-
res do lugar podem tomar para melhorar a vida da co-
munidade, sobre os direitos e os deveres de todos os
cidadãos e que eles precisam estar atentos à vida em
sociedade para assegurar a boa convivência e a segu-
rança. Entre outras atitudes, eles podem pensar em:
• respeitar e valorizar a diversidade social: étnico-
-cultural, religiosa, de gênero, de idades, etc.;
• respeitar o sinal de trânsito, a faixa de segurança
para pedestres, as vagas para idosos e deficientes
físicos, etc.;
• cuidar do patrimônio público, como escolas, par-
ques, praças, ciclovias, etc.;
• não pichar propriedades públicas e privadas.
• conservar o meio ambiente, por exemplo, não jo-
gando lixo no espaço público ou em córregos e rios.
Durante a reflexão e o debate certamente surgirão outras
questões.
Introdução
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Manual do Professor325
Vestibulares de Norte a Sul
Testes
1 A soma ? 28.
As incorretas s?o:
(01) A imagem do enunciado faz refer?ncia ? rela??o
sociedade-natureza, objeto de estudo da Geografia, mas
essa afirma??o menciona somente as condi??es f?sicas,
sem abordar a a??o humana na produ??o do espa?o.
(02) A paisagem, a face vis?vel do espa?o geogr?fico, ?
formada por elementos naturais e culturais que sofrem
modifica??es ao longo do tempo; portanto, n?o ? cor-
reto falar em ?modifica??es permanentes?. Os elemen-
tos da paisagem s?o din?micos, est?o em constante
transforma??o.
(32) O dom?nio das geotecnologias, como o sensoria-
mento remoto, possibilita prever diversos fen?menos
naturais, como os furac?es, mas n?o pode control?-los;
pode minimizar perdas humanas com a retirada da po-
pula??o da ?rea a ser atingida, mas n?o evitar estragos
materiais.
(64) Embora tenha influ?ncia, a natureza n?o ? ?agen-
te determinante inexor?vel? na adapta??o humana.
Os fatores culturais, sociais e econ?micos s?o mais
importantes.
2 A
3 B
4 B
5 A soma ? 22.
As incorretas s?o:
(01) Territ?rio e espa?o n?o s?o sin?nimos, n?o t?m
exatamente o mesmo significado.
(08) Paisagem e espa?o n?o s?o sin?nimos, n?o t?m
exatamente o mesmo significado
6 A
7 C
Questões
8 Na primeira imagem, observa-se que no passado havia
uma paisagem aparentemente natural que se asseme-
lha ao litoral da regi?o Sudeste do Brasil (assemelha-se
? cidade do Rio de Janeiro). Pode-se observar o mar, a
estreita plan?cie costeira com praias, a foz de um rio, as
dunas e vegeta??o litor?nea, al?m de uma ?rea de ma-
res de morros recobertos de floresta.
A segunda imagem mostra uma paisagem j? bastante
transformada pela ocupa??o humana. No presente,
observa-se o desmatamento das encostas dos morros
e a implanta??o de uma torre de telecomunica??es na
por??o mais elevada, a urbaniza??o da faixa de plan?-
cie com a constru??o de edif?cios elevados e infraes-
trutura vi?ria. O contorno do litoral, como aconteceu
no Rio de Janeiro, foi alterado com a instala??o de uma
zona portu?ria e de marinas. Possivelmente, essa ocu-
pa??o provocou uma perda de parte da biodiversidade
original em decorr?ncia da retirada da vegeta??o e do
aumento da polui??o das ?guas. A retirada da mata
das encostas pode tamb?m ter aumentado a ocorr?n-
cia de desmoronamentos.
Caiu no Enem
1 E
2 C
3 C
4 C
Técnica e ciência como “ideologia”
VI
Desde o final século XIX, impõe-se cada vez com mais
força a outra tendência evolutiva que caracteriza o capi-
talismo tardio: a cientifica•‹o da tŽcnica. No capitalismo
sempre se registrou a pressão institucional para inten-
sificar a produtividade do trabalho por meio da introdu-
ção de novas técnicas. As inovações dependiam, porém,
de inventos esporádicos que por seu lado, podiam sem
dúvida ser induzidos economicamente, mas tinha ainda
um caráter natural. Isso modificou-se na medida em que
a evolução técnica é realimentada com o progresso das
ciências modernas. Com a investigação industrial de
grande estilo, a ciência, a técnica e a revalorização do
capital confluem num único sistema. Entretanto, a in-
vestigação industrial associa-se a uma investigação nas-
cida dos encargos do Estado, que fomenta em primeiro
lugar o progresso científico e técnico no campo militar.
Daí as informações refluem para as esferas da produção
civil de bens. Deste modo, a ciência e a técnica transfor-
mam-se na primeira força produtiva e caem assim as
condições de aplicação da teoria marxiana do valor-tra-
balho. Já não mais tem sentido computar os contributos
ao capital para investimentos na investigação e no de-
senvolvimento sobre a base do valor da força de trabalho
não qualificada (simples), se o progresso técnico e cien-
tífico se tornou uma fonte independente de mais-valia
frente a fonte de mais-valia que é a única tomada em
consideração por Marx: a força de trabalho dos produto-
res imediatos tem cada vez menos importância.
Textos de apoio
1
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Manual do Professor326
Enquanto as for?as produtivas dependiam de modo
intuitivo e evidente das decis?es racionais e da a??o ins-
trumental dos homens que produziam socialmente po-
diam entender-se como um potencial de progressivo po-
der de disposi??o t?cnica, mas n?o podiam confundir-se
com o marco institucional em que est?o integradas. No
entanto, com a institucionaliza??o do progresso t?cnico-
-cient?fico, o potencial das for?as produtivas assumiu uma
forma que leva o dualismo do trabalho e interação a ocupar
um segundo plano na consci?ncia dos homens.
Sem d?vida, os interesses sociais continuam a deter-
minar a dire??o, as fun??es e a velocidade do progresso
t?cnico. Mas tais interesses definem de tal modo o siste
-
ma social como um todo, que coincidem com o interesse
pela manuten??o do sistema. A forma privada da reva-
loriza??o do capital e a chave de distribui??o das com-
pensa??es sociais, que garantem a lealdade da popula??o,
permanecem como tais subtra?das ? discuss?o. Como
vari?vel independente, aparece ent?o um progresso qua-
se aut?nomo da ci?ncia e da t?cnica, do qual depende de
fato a outra vari?vel mais importante do sistema, a saber,
o crescimento econ?mico. Cria-se assim uma perspectiva
na qual a evolu??o do sistema social parece estar deter-
minada pela l?gica do progresso t?cnico-cient?fico. [É]
HABERMAS, J?rgen. Técnica e ciência como “ideologia”. Lisboa: Edi??es 70, 1994. p. 72-73.
Uma necessidade epistemológica: a distinção entre paisagem e espaço
Paisagem e espa?o n?o s?o sin?nimos. A paisagem ?
o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem
as heran?as que representam as sucessivas rela??es loca-
lizadas entre homem e natureza. O espa?o s?o essas for-
mas mais a vida que as anima.
A palavra paisagem ? frequentemente utilizada em
vez da express?o configura??o territorial. Esta ? o conjun-
to de elementos naturais e artificiais que fisicamente
caracterizam uma ?rea. A rigor, a paisagem ? apenas a
por??o da configura??o territorial que ? poss?vel abarcar
com a vis?o. Assim, quando se fala em paisagem, h? tam-
b?m refer?ncia ? configura??o territorial e, em muitos
idiomas, o uso das duas express?es ? indiferente.
A paisagem se d? como um conjunto de objetos reais-
-concretos. Nesse sentido, a paisagem ? transtemporal,
juntando objetos passados e presentes, uma constru??o
transversal. O espa?o ? sempre um Presente, uma cons-
tru??o horizontal, uma situa??o ?nica. Cada paisagem
se caracteriza por uma dada distribui??o de formas-ob-
jetos, providas de um conte?do t?cnico espec?fico. J? o
espa?o resulta da intrus?o da sociedade nessas formas-
-objetos. Por isso, esses objetos n?o mudam de lugar, mas
mudam de fun??o, isto ?, de significa??o, de valor sist?-
mico. A paisagem ?, pois, um sistema material e, nessa
condi??o, relativamente imut?vel; o espa?o ? um sistema
de valores, que se transforma permanentemente.
O espa?o, uno e m?ltiplo, por suas diversas parcelas, e
atrav?s do seu uso, ? um conjunto de mercadorias, cujo
valor individual ? fun??o do valor que a sociedade, em um
dado momento, atribui a cada peda?o de mat?ria, isto ?,
cada fra??o da paisagem.
O espa?o ? a sociedade, e a paisagem tamb?m o ?.
No entanto, entre espa?o e paisagem o acordo n?o ?
total, e a busca desse acordo ? permanente; essa busca
nunca chega a um fim.
A paisagem existe, atrav?s de suas formas, criadas
em momentos hist?ricos diferentes, por?m coexistindo
no momento atual. No espa?o, as formas de que se com-
p?e a paisagem preenchem, no momento atual, uma
fun??o atual, como resposta ?s necessidades atuais da
sociedade. Tais formas nasceram sob diferentes necessi-
dades, emanaram de sociedades sucessivas, mas s? as
formas mais recentes correspondem a determina??es da
sociedade atual.
Segundo C. Reboratti (1993, p. 17), ?a paisagem hu-
mana ? uma combina??o de v?rios tempos presentes?.
Na verdade, paisagem e espa?o s?o sempre uma esp?cie
de palimpsesto onde, mediante acumula??es e substi-
tui??es, a a??o das diferentes gera??es se superp?e. O
espa?o constitui a matriz sobre a qual as novas a??es
substituem as a??es passadas. ? ele, portanto, presente,
porque passado e futuro.
[?]
Durante a Guerra Fria, os laborat?rios do Pent?gono
chegaram a cogitar da produ??o de um engenho, a bom-
ba de n?utrons, capaz de aniquilar a vida humana em
uma dada ?rea, mas preservando todas as constru??es.
O Presidente Kennedy afinal renunciou a levar a cabo
esse projeto. Sen?o, o que na v?spera seria ainda o espa-
?o, ap?s a temida explos?o seria apenas paisagem. N?o
temos melhor imagem para mostrar a diferen?a entre
esses dois conceitos.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: t?cnica e tempo, raz?o e emo??o. S?o Paulo: Hucitec, 1996. p. 83-85.
Definir o lugar?
O lugar ? a base da reprodu??o da vida e pode ser
analisado pela tr?ade habitante-identidade-lugar. A ci-
dade, por exemplo, produz-se e revela-se no plano da
vida e do indiv?duo. Este plano ? aquele do local. As
rela??es que os indiv?duos mant?m com os espa?os ha
-
bitados se exprimem todos os dias nos modos do uso,
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Manual do Professor327
nas condições mais banais, no secundário, no acidental.
É o espaço passível de ser sentido, pensado, apropriado
e vivido através do corpo.
Como o homem percebe o mundo? É através de seu
corpo, de seus sentidos que ele constrói e se apropria
do espaço e do mundo. O lugar é a porção do espaço
apropriável para a vida – apropriada através do corpo
– dos sentidos – dos passos de seus moradores, é o bair-
ro, é a praça, é a rua, e nesse sentido poderíamos afirmar
que não seria jamais a metrópole ou mesmo a cidade
lato sensu a menos que seja a pequena vila ou cidade
– vivida/conhecida/reconhecida em todos os cantos.
Motoristas de ônibus, bilheteiros, são conhecidos-reco-
nhecidos como parte da comunidade, cumprimentados
como tal, não simples prestadores de serviço. As casas
comerciais são mais do que pontos de troca de merca-
dorias, são também pontos de encontro. É evidente que
é possível encontrar isso na metrópole, no nível do bair-
ro, que é o plano do vivido, mas definitivamente não é
o que caracteriza a metrópole.
[…]
Por outro lado a metrópole não é “lugar”, ela só pode
ser vivida parcialmente, o que nos remeteria à discus-
são do bairro como o espaço imediato da vida das re-
lações cotidianas mais finas – as relações de vizinhan-
ça, o ir às compras, o caminhar, o encontro dos
conhecidos, o jogo de bola, as brincadeiras, o percurso
reconhecido de uma prática vivida/ reconhecida em
pequenos atos corriqueiros e aparentemente sem sen-
tido que criam laços profundos de identidade, habi-
tante-identidade, habitante-lugar. São os lugares que
o homem habita dentro da cidade que dizem respeito
a seu cotidiano e a seu modo de vida, onde se locomo-
ve, trabalha, passeia, flana, isto é, pelas formas através
das quais o homem se apropria e que vão ganhando o
significado dado pelo uso. Trata-se de um espaço pal-
pável – a extensão exterior, o que é exterior a nós, no
meio do qual nos deslocamos.
Nada também de espaços infinitos. São a rua, a pra-
ça, o bairro – espaços do vivido, apropriados através do
corpo – espaços públicos, divididos entre zonas de veí-
culos e a calçada de pedestres, dizem respeito ao passo
e a um ritmo que é humano e que pode fugir ao do tem-
po da técnica (ou que pode revelá-la em sua amplitude).
É também o espaço da casa e dos circuitos de compras,
dos passeios etc.
CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. S?o Paulo: FFLCH, 2007. p. 17-18.
O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento
[…]
Retornado ao conceito de território, é imperioso que
saibamos despi-lo do manto de imponência com o qual
se encontra, via de regra, adornado. A palavra território
normalmente evoca o “território nacional” e faz pensar
no Estado – gestor por excelência do território nacional
–, em grandes espaços, em sentimentos patrióticos (ou
mesmo chauvinistas), em governo, em dominação, em
“defesa do território pátrio”, em guerras... A bem da ver-
dade, o território pode ser estendido também à escala
nacional e em associação com o Estado como grande
gestor (se bem que, na era da globalização, um gestor
cada vez menos privilegiado). No entanto, ele não preci-
sa e nem deve ser reduzido a essa escala ou à associação
com a figura do Estado. Territórios existem e são cons-
truídos (e desconstruídos) nas mais diversas escalas, da
mais acanhada (p. ex., uma rua) à internacional (p. ex., a
área formada pelo conjunto dos territórios dos países
membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte
– OTAN); territórios são construídos (e desconstruídos)
dentro de escalas temporais as mais diferentes: séculos,
décadas, anos, meses ou dias; territórios podem ter um
caráter permanente, mas também podem ter existência
periódica, cíclica. Não obstante essa riqueza de situações,
não apenas o senso comum, mas também a maior parte
da literatura científica, tradicionalmente restringiu o
conceito de território à sua forma mais grandiloquente
e carregada de carga ideológica: o “território nacional”.
SOUZA, Marcelo Jos? Lopes de. O territ?rio. In: CASTRO, In? Elias; GOMES, Paulo C?sar da Costa; CORR?A, Roberto Lobato (Org.).
Geografia, conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand-Brasil, 1995. p. 81.
Região: a tradição geográfica
O termo região deriva do latim regio, que se refere à
unidade político-territorial em que se dividia o Império
Romano. Sua raiz está no verbo regere, governar, o que
atribui à região, em sua concepção original, uma conota-
ção eminentemente política.
O termo, contudo, passou a designar uma dada porção
da superfície terrestre que, por um critério ou outro, era
reconhecida como diferente de uma outra porção. O termo
região faz parte da linguagem do homem comum. No en-
tanto é um conceito-chave para os geógrafos e tem sido
empregado também por todos os cientistas sociais quan-
do incorporam em suas pesquisas a dimensão espacial.
O propósito deste artigo é o de colocar em evidência
como os geógrafos, ao longo da história da Geografia, con-
sideram o termo região. O intuito é clarificar para os não
geógrafos os diferentes significados que os geógrafos atri-
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Manual do Professor328
buem a este conceito-chave. Adicionalmente, e visando
contribuir para melhor qualificar o conceito em pauta,
tentar-se-á estabelecer uma conexão entre o conceito de
região e a categoria filosófica de particularidade.
[…]
III – Região e a Categoria da Particularidade
A diferenciação de áreas, resultante tanto de processos
da natureza como sociais e razão de ser da própria geografia
como um saber dotado de uma relativa autonomia, consti-
tui-se na base da possibilidade de se poder falar em região.
Mas a diferenciação de áreas não está, no nosso entender,
associada à noção de unicidade hartshoniana (uniqueness).
Não se associa à ideia de singularidade que entendemos
vincular-se ao conceito de lugar, mas sim à ideia de particu-
laridade, isto é, uma mediação entre o universal (processos
gerais advindos da globalização) e o singular (a especificação
máxima do universal). Segundo Lukács, o “movimento do
singular ao universal e vice-versa é sempre mediatizado pelo
particular: ele é um membro intermediário real, tanto na
realidade objetiva quanto no pensamento que a reflete de
um modo aproximativamente adequado.”
A particularidade, continua Lukács “com relação ao
singular, representa uma universalidade relativa e, com
relação ao universal, uma singularidade relativa”. E mais,
para Lukács o particular tem ocorrência na natureza e na
sociedade através da espécie, gênero, classe, estrato e, no
nosso entender, na região.
A particularidade traduz-se, no plano espacial, na região.
Esta resulta de processos universais que assumiram espe-
cificidades espaciais através da combinação dos processos
de inércia, isto é, a ação das especificidades herdadas do
passado e solidamente ancoradas no espaço, de coesão ou
economias regionais de aglomeração que significa a con-
centração espacial de elementos comuns numa dada porção
do espaço e de DIFUSÃO que implica no espraiamento dos
elementos de diferenciação e em seus limites espaciais
impostos por barreiras naturais ou socialmente criadas.
Com a globalização o caráter particular da região, não
mais dotada de autonomia, como talvez pudesse ser con-
cebido em relação às velhas regiões-paisagens europeias,
fica claramente evidenciado. E as múltiplas possibilidades
de recortar a superfície terrestre tornam a categoria da
particularidade mais relevante.
Neste sentido, além da própria realidade demandar o
conceito de região, ela constitui-se na mais importante
via geográfica de se introduzir na geografia a relevante e
difícil categoria da particularidade.
CORR?A, Roberto Lobato. Trajetórias geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. p. 183-193.
Sarah Morgan/Flickr Vision/Getty Images
Buenos Aires (Argentina), 2013.
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Manual do Professor329
Fundamentos de Cartografia
Objetivos
Os alunos devem compreender a import?ncia da Car-
tografia na representa??o dos fen?menos materializados
no espa?o geogr?fico. Precisam aprender a interpretar
mapas, cartas e plantas, ou seja, a decodificar os s?mbo-
los pr?prios da Cartografia e as escalas, com vistas a lo-
calizar-se e a orientar-se no espa?o geogr?fico. Tamb?m
devem aprender a distinguir Cartografia de base de Car-
tografia tem?tica, al?m de conhecer os avan?os tecnol?-
gicos, como as possibilidades de sensoriamento remoto,
os sistemas de navega??o e posicionamento global (GPS,
Glonass, etc.) e os sistemas de informa??es geogr?ficas
(SIG), utilizados nesse ramo do conhecimento. ? impor-
tante, ainda, que aprendam a reconhecer e a decodificar
os principais tipos de gr?fico.
Atividades complementares
Mudanças nos fusos horários brasileiros
1. Proponha aos alunos a leitura das leis citadas a seguir: a
de 1913, que por quase cem anos regulou a organiza??o
dos fusos hor?rios no Brasil; e a de 2013, que revogou a
lei de 2008 e introduziu modifica??es na anterior. Em
seguida, solicite a eles que respondam ?s quest?es.
Lei n
o
2.784, de 18 de junho de 1913
Determina a Hora Legal
O Presidente da Republica dos Estados Unidos do
Brazil:
Fa?o saber que o Congresso Nacional decretou e eu
sancciono a resolu??o seguinte:
Art. 1
o
Para as rela??es contractuaes internacionaes
e commerciaes, o meridiano de Greenwich ser? consi-
derado fundamental em todo o territ?rio da Republica
dos Estados Unidos do Brazil.
Art. 2
o
O territ?rio da Republica fica dividido, no que
diz respeito ? hora legal, em quatro fusos distinctos:
a) O primeiro fuso, caracterizado pela hora de Greenwich
?menos duas horas?, comprehende o archipelago
Fernando de Noronha e a ilha Trindade;
b) O segundo fuso, caracterizado pela hora de Greenwich
?menos tres horas?, comprehende todo o litoral do
Brazil e os estados interiores (menos Matto-Grosso
e Amazonas), bem como parte do estado do Par?
delimitada por uma linha que, partindo do monte
Crevaux, na fronteira com a Guyana Franceza, v?
seguindo pelo alveo do rio Pecuary at? o Javary, pelo
alveo deste at? o Amazonas e ao sul pelo leito do
Xing? at? entrar no estado de Matto-Grosso;
c) O terceiro fuso, caracterizado pela hora de Greenwich
?menos quatro horas?, comprehender? o estado do
Par? a W da linha precedente, o estado de Matto-
-Grosso e a parte do Amazonas que fica a E de uma
linha (c?rculo maximo) que partindo de Tabatinga,
v? a Porto Acre; (incluidas essas duas localidades
no terceiro fuso);
d) O quarto fuso, caracterizado pela hora de Greenwich
?menos cinco horas?, compreender? o terri?rio do
Acre e os cedidos recentemente pela Bolivia, assim
com a ?rea a W da linha pre cedentemente descripta.
Art. 3
o
Ficam revogadas as disposi??es em contr?rio.
Rio de Janeiro, 18 de junho de 1913, 92
o
da Indepen-
d?ncia e 25
o
da Republica.
HERMES R. DA FONSECA
LEI N
o
12.876, DE 30 DE OUTUBRO DE 2013.
Altera o Decreto n
o
2.784, de 18 de junho de 1913,
para restabelecer os fusos hor?rios do Estado do Acre
e de parte do Estado do Amazonas, e revoga a Lei n
o

11.662, de 24 de abril de 2008.
A PRESIDENTA DA REP?BLICA Fa?o saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
Art. 1
o
O Decreto n
o
2.784, de 18 de junho de 1913,
passa a vigorar com as seguintes altera??es:
?Art. 2 ................................................................................................
...........................................................................................................
b) o segundo fuso, caracterizado pela hora de
Greenwich ?menos tr?s horas?, compreende o Dis-
trito Federal e os Estados do Rio Grande do Sul,
de Santa Catarina, do Paran?, de S?o Paulo, do Rio
de Janeiro, de Minas Gerais, do Esp?rito Santo, de
Goi?s, do Tocantins, da Bahia, de Sergipe, de Ala-
goas, de Pernambuco, da Para?ba, do Rio Grande
do Norte, do Cear?, do Piau?, do Maranh?o, do Par?
e do Amap?;
c) o terceiro fuso, caracterizado pela hora de
Greenwich ?menos quatro horas?, compreende os
Estados de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul, de
Rond?nia e de Roraima e a parte do Estado do
Amazonas que fica a leste da linha que, partindo
do Munic?pio de Tabatinga, no Estado do Amazo-
nas, segue at? o Munic?pio de Porto Acre, no Esta-
do do Acre;
.............................................................................................
e) o quarto fuso, caracterizado pela hora de Greenwich
?menos cinco horas?, compreende:
1. o Estado do Acre;
2. a parte do Estado do Amazonas que fica a oeste
da linha fixada na al?nea ?c?.? (NR)
Art. 2
o
Revoga-se a Lei n
o
11.662, de 24 de abril de
2008.
Unidade 1
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Manual do Professor330
Art. 3
o
Esta Lei entra em vigor no segundo domingo
do m?s subsequente ? data de sua publica??o.
Bras?lia, 30 de outubro de 2013; 192
o
da Indepen-
d?ncia e 125
o
da Rep?blica.
DILMA ROUSSEFF PRESID?NCIA DA REP?BLICA. Casa Civil.
Subchefia para Assuntos Jur?dicos. Dispon?vel em: <www4.planalto.
gov.br/legislacao>; OBSERVAT?RIO NACIONAL (ON). Divis?o Servi?o
da Hora (DSHO). Dispon?vel em: <http://pcdsh01.on.br>.
Acessos em: 14 abr. 2016.
• Pe?a aos alunos que, em grupo, procurem identificar as
mudan?as feitas nos fusos hor?rios pela nova lei, avalian-
do os tipos de mudan?as ocorridas nos estados da fede-
ra??o e no dia a dia de suas popula??es. Questione-os: ?As
mudan?as foram ben?ficas? Como a popula??o reagiu a
elas?? ?O que aconteceu depois dessas mudan?as??.
Os alunos devem perceber que as mudan?as n?o foram ben?ficas
para a popula??o do Acre. Em um plebiscito realizado em 2010 os
acreanos votaram majoritariamente contra a lei, que acabou sen-
do alterada e por isso voltou a existir o 4
o
fuso hor?rio brasileiro.
2. Al?m das transforma??es socioespaciais decorrentes das
leis que regulam os fusos, em um trabalho interdisciplinar
com Hist?ria e L?ngua Portuguesa, questione os alunos
sobre as mudan?as ocorridas na pol?tica e na l?ngua por-
tuguesa. Indague-os: ?Houve mudan?as no regime e na
forma de governo?? ?Quem eram os respectivos presiden-
tes da Rep?blica quando as duas leis foram aprovadas??
?Quais mudan?as podem ser verificadas na l?ngua portu-
guesa se compararmos os textos de 2013 e o de 1913??.
Os alunos devem perceber pela leitura das leis que desde a aprova??o
da Lei n. 2.784 at? hoje, o Brasil ? republicano e presidencialista. Na
?poca da aprova??o da Lei de 1913, o presidente era Hermes da
Fonseca, e na de 2013, era Dilma Rousseff. ? poss?vel perceber na
leitura dos textos que houve muitas mudan?as ortogr?ficas na l?ngua
portuguesa falada e escrita no Brasil. O professor de L?ngua Portu-
guesa est? preparado para explorar melhor essas diferen?as.
Fusos horários na literatura
1. Reproduzimos um trecho do livro A volta ao mundo em
80 dias, de J?lio Verne. Leia-o com os alunos e, em segui-
da, pe?a a eles que respondam ?s quest?es propostas.
Cap?tulo XXIV
Durante o qual se realizou a travessia do oceano
Pac?fico
[?]
Aconteceu tamb?m que, em 23 de novembro, Pas-
separtout experimentou uma grande alegria. Lembre-
mos que o cabe?a dura tinha se obstinado a manter a
hora de Londres em seu famoso rel?gio de fam?lia,
considerando falsas todas as horas dos pa?ses que
atravessara. Ora, naquele dia, apesar de n?o o ter nem
adiantado nem atrasado, seu rel?gio estava de acordo
com os cron?metros do navio.
Nem ? preciso dizer que Passepartout exultava.
Bem que teria gostado de saber o que Fix diria, se
estivesse presente.
? Aquele velhaco que me contava um monte de
lorotas sobre meridianos, sobre o sol e a lua! repetia
Passepartout. Bah! esse pessoal! Se a gente os escu-
tasse, que bela relojoaria fariam! Eu bem que tinha a
certeza de que, mais dia menos dia, o sol se decidiria
a se regular pelo meu rel?gio!...
Passepartout ignorava isso: se o mostrador do
seu rel?gio estivesse dividido em vinte e quatro ho-
ras como os rel?gios italianos, n?o teria tido motivo
algum para se gabar, porque os ponteiros, quando
fossem nove horas da manh? no navio, teriam indi-
cado nove horas da noite, isto ?, a vig?sima primei-
ra hora desde a meia-noite ? diferen?a exatamente
igual ? que existe entre Londres e o cent?simo octo-
g?simo meridiano.
VERNE, J?lio. A volta ao mundo em 80 dias. 1874. p. 492-494.
Dom?nio p?blico. Dispon?vel em: <www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/ph000439.pdf>. Acesso em: 14 abr. 2016.
a) Phileas Fogg, em sua volta ao mundo em 80 dias, 52
dias ap?s deixar Londres, chegou ao meridiano 180.
Passepartout, seu criado, estava com ele no navio no
dia 23 de novembro de 1872, quando chegaram ao
meridiano oposto a Londres. Por que, finalmente, o
rel?gio de Passepartout estava de acordo com os cro-
n?metros do navio, apesar de t?-lo deixado no hor?-
rio de Londres? O rel?gio marcava realmente o mes-
mo hor?rio de Londres?
O rel?gio de Passepartout finalmente estava de acordo com
os cron?metros do navio porque, ao atingir o meridiano
180, ele estava exatamente 12 horas ? frente do hor?rio de
Londres: no navio eram 9 horas da manh?, enquanto em
Londres eram 9 horas da noite. Portanto, o rel?gio de Pas-
separtout e os cron?metros do navio, na verdade, n?o mar-
cavam o mesmo hor?rio.
b) No dia 23 de novembro, os aventureiros navegavam no
oceano Pac?fico na dire??o leste, indo do Jap?o para os
Estados Unidos. Ao cruzarem o meridiano 180, aumen-
tou ou diminuiu um dia?
Como eles estavam navegando na dire??o leste, ao atraves-
sarem o meridiano 180, diminuiu um dia.
c) Como tamb?m ? conhecido o meridiano 180?
? conhecido como Antimeridiano ou Linha Internacional da
Mudan?a de Data.
Voo virtual
1. Reproduzimos um trecho do livro A arte de voar em
mundos virtuais. Ap?s a leitura, pe?a aos alunos que res-
pondam ?s quest?es propostas.
O voo virtual e suas caracter’sticas
O voo virtual ? uma met?fora do deslocamento
a?reo, caracterizado por mudan?as sequenciais de di-
re??o e de altitude, sobre representa??es cartogr?ficas
tridimensionais. Diferencia-se da simula??o literal do
voo das aeronaves, pois s?o desconsideradas as leis da
aerodin?mica, as regras de tr?fego a?reo e as no??es
sobre Meteorologia.
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Manual do Professor331
Esse voo consiste na criação de um ambiente
computacional que permita a perscrutação
1
dos da-
dos representados. Por meio de uma interface inte-
rativa e flexível de visualização tridimensional de
dados geográficos, destaca a natureza espacial dos
fenômenos e das ocorrências da superfície terrestre.
Seu potencial de utilização é muito elevado, pois
integra aspectos de áreas consagradas – Cartografia,
Sensoriamento Remoto, Computação Gráfica e Sis-
temas de Informações Geográficas –, como a repre-
sentação gráfica, a orientação e a localização, a in-
terpretação de imagens e as buscas e consultas
espaciais.
As características mais relevantes do voo são: o
domínio sobre o deslocamento, o gerenciamento da
escala de visualização, o controle das camadas de in-
formações, a possibilidade de construção de cenários
e a observação tridimensional do relevo. Estão, todas,
associadas ao prazer de aprender, à surpresa da des-
coberta e do conhecer.
O controle da direção, da velocidade e da altitu-
de de deslocamento sobre imagens de satélite, de
forma semelhante à que ocorre ao piloto de aero-
naves, garante ao voo um forte apelo visual. Esses
elementos podem ser associados às características
lúdicas dos jogos eletrônicos que, além de fascinar,
também estimulam os mecanismos de aprendiza-
gem do usuário.
QUEIROZ FILHO, Alfredo Pereira de; RODRIGUES, Marcos. A arte
de voar em mundos virtuais. S?o Paulo: Annablume, 2007. p. 12-13.
a) Explique o que ? o voo virtual, diferenciando-o dos voos
real e simulado, e d? exemplos.
Existem o voo real, feito em aeronaves; o voo simulado,
que reproduz as condi??es reais de voo, como varia??o de
altitude, condi??es atmosf?ricas, regras de tr?fego a?reo,
etc., feito em aparelhos especiais chamados de simulado-
res; e o voo virtual, feito em ambiente computacional. Este
integra aspectos das ?reas de Cartografia, sensoriamento
remoto, computa??o gr?fica e sistemas de informa??es
geogr?ficas. O voo virtual, como aquele proporcionado
pelo Google Earth, permite visualizar na tela do compu-
tador elementos do espa?o geogr?fico em forma tridimen-
sional e em escala vari?vel, como se o observador estives-
se voando.
b) Fale sobre seus poss?veis usos.
O voo virtual apresenta diversas possibilidades de uso:
• observar os elementos da superf?cie terrestre, identific?-
-los e interpret?-los, facilitando o conhecimento do espa-
?o geogr?fico e auxiliando poss?veis interven??es;
• encontrar elementos no espa?o geogr?fico em escalas va-
ri?veis, como cidades e, em seu interior, ruas, avenidas,
constru??es, pontos tur?sticos, etc.;
• encontrar rotas entre duas cidades, entre outras.
Projeto interdisciplinar
Questão-tema: O dom?nio da linguagem cartogr?fica e sua
import?ncia no cotidiano: ontem e hoje.
Disciplinas: Geografia, L?ngua Portuguesa e Matem?tica.
Tempo de duração: Um bimestre.
Trabalho:
• individual: pesquisa em livros, enciclop?dias e na internet;
sele??o de mapas, cartas e plantas; levantamento dos
elementos da realidade do bairro, tendo como fim a re-
presenta??o cartogr?fica em planta.
• em grupo: troca de materiais pesquisados; cataloga??o
dos mapas e sistematiza??o das informa??es coletadas;
elabora??o de planta.
Forma final do trabalho: painel, relat?rio-s?ntese, planta.
Enfoques de trabalho por disciplina:
• Geografia: investiga??o sobre a hist?ria da Cartografia,
desde seu surgimento at? os atuais avan?os tecnol?gicos;
decodifica??o dos signos pr?prios da Cartografia; produ-
??o de uma planta do bairro onde se localiza a escola.
• Língua Portuguesa: pesquisa sobre as rela??es entre os
signos verbais e n?o verbais utilizados pela linguagem
cartogr?fica.
• Matemática: fundamenta??o te?rica dos c?lculos e pro-
cedimentos matem?ticos para a operacionaliza??o da
escala na leitura e na produ??o de mapas.
Etapas do trabalho:
1. Pesquisar em atlas, enciclop?dias, livros e na internet o
desenvolvimento hist?rico da Cartografia.
2. Decodificar os signos cartogr?ficos constantes do mate-
rial pesquisado.
3. Elaborar uma planta do bairro: escolher a escala apro-
priada e inserir todos os signos cartogr?ficos.
4. Correlacionar os elementos sociais, econ?micos e am-
bientais cartografados e fazer uma an?lise da geografia
do bairro, identificando poss?veis problemas e buscan-
do solu??es. Aqui, ? interessante que cada grupo fique
respons?vel por um tema. Por exemplo: moradia, cursos
de ?gua e suas condi??es, ?reas verdes, servi?os p?bli-
cos de sa?de, coleta de lixo, etc.
5. Apresentar o trabalho com a exposi??o do material
cartogr?fico coletado e produzido. Apresentar o rela-
t?rio-s?ntese.
Sugest›es bibliogr‡ficas
ALBUQUERQUE, Paulo C?sar Gurgel de. Desastres naturais
e geotecnologias ? GPS. S?o Jos? dos Campos: INPE, 2008.
(Caderno did?tico n. 3).
1
Exame, investigação.
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Manual do Professor332
Essa apostila, editada pelo INPE, explica de forma did?ti-
ca o funcionamento e os usos dos sistemas de navega??o
e posicionamento global, como o GPS e o Glonass.
CRESPO, Ant?nio Arnot. Estatística fácil. 17. ed. S?o Paulo:
Saraiva, 2002.
Leia o cap?tulo 3 deste livro, que trata das s?ries estat?sti-
cas, e o cap?tulo 4, que aborda os tipos de gr?fico.
DREYER-EIMBCKE, Oswald. O descobrimento da Terra: hist?-
ria e hist?rias da aventura cartogr?fica. S?o Paulo: Melho-
ramentos/Edusp, 1992.
Faz uma an?lise panor?mica da hist?ria da Cartografia,
vinculando-a ? expans?o mar?tima. Enfatiza os principais
nomes da hist?ria da disciplina, como Ptolomeu e Mercator.
DUARTE, Paulo Ara?jo. Fundamentos de Cartografia. 2. ed.
Florian?polis: UFSC, 2003. (Did?tica).
Aborda de forma clara e did?tica os principais temas da
Cartografia: hist?ria dos mapas, coordenadas geogr?ficas,
proje??es cartogr?ficas, escalas, fusos hor?rios, etc.
IBGE. Noções básicas de Cartografia. Departamento de Carto-
grafia. Rio de Janeiro, 1999. (Manuais t?cnicos em geoci?ncias).
Abrange, de forma introdut?ria, os temas mais importan-
tes da Cartografia.
LACRUZ, Maria Silvia Pardi; SOUZA FILHO, Manoel de Ara?-
jo de. Desastres naturais e geotecnologias ? sistemas de
informa??o geogr?fica. S?o Jos? dos Campos: INPE, 2009.
(Caderno did?tico n. 4).
Apostila, editada pelo INPE, que discute de forma did?ti-
ca e acess?vel o significado e os usos dos SIG.
LONGLEY, Paul A. et al. Sistemas e ciência da informação geo-
gráfica. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
Este manual aborda os SIG de forma completa tratando
da origem, do funcionamento e de seus principais usos.
MARTINELLI, Marcello. Mapas da Geografia e Cartografia
temática. S?o Paulo: Contexto, 2003.
Explica as caracter?sticas mais importantes da Cartogra-
fia tem?tica e as diversas possibilidades de representa-
??es qualitativas, quantitativas e ordenadas.
______ . Cartografia temática: caderno de mapas. S?o Pau-
lo: Edusp, 2003. (Acad?mica, 47).
Ap?s uma introdu??o sobre representa??o gr?fica, discu-
te as representa??es da Cartografia tem?tica ? qualitati-
vas, quantitativas, ordenadas e din?micas. Depois de cada
t?pico, prop?e uma s?rie de exerc?cios para colocar em
pr?tica o que foi tratado teoricamente.
NOGUEIRA, Ruth E. Cartografia: representa??o, comunica-
??o e visualiza??o de dados espaciais. 2. ed. Florian?polis:
UFSC, 2008.
Discute o que ? mapa, carta e planta, escala, proje??es
cartogr?ficas, aerofotogrametria, imagens de sat?lite,
GPS, SIG, cartografia em multim?dia, etc.
OLIVEIRA, C?urio de. Curso de Cartografia moderna. Rio de
Janeiro: IBGE, 1988.
Obra de car?ter introdut?rio, com muitas ilustra??es em
preto e branco, que aborda praticamente todos os t?picos
relativos ? Cartografia, inclusive alguns dedicados aos
avan?os da cartografia brasileira.
PASSINI, Elza Yasuko. Alfabetização cartográfica e a apren-
dizagem de geografia. S?o Paulo: Cortez, 2012.
Faz considera??es te?rico-metodol?gicas sobre a alfabe-
tiza??o cartogr?fica, desenvolve alguns t?picos das repre-
senta??es gr?ficas, apresenta diversas situa??es-problema
e explica como construir e utilizar gr?ficos.
QUEIROZ FILHO, Alfredo Pereira de; RODRIGUES, Marcos. A
arte de voar em mundos virtuais. S?o Paulo: Annablume,
2007.
Tece considera??es sobre o surgimento e a dissemina??o
de ferramentas que permitem o voo virtual, como o Goo-
gle Earth (Google) e o World Wind (Nasa), sistemas que
unem o sensoriamento remoto (imagens de sat?lite) ?
inform?tica (computadores e internet).
ROCHA, Jos? Ant?nio M. R. GPS: uma abordagem pr?tica. 4.
ed. Recife: Baga?o, 2003.
Discute a origem do GPS, seus princ?pios de funcionamen-
to e suas aplica??es pr?ticas (n?uticas e terrestres).
SAUSEN, Tania Maria. Desastres naturais e geotecnologias
– sensoriamento remoto. S?o Jos? dos Campos: INPE, 2008.
(Cadernos did?ticos n. 2).
Apostila, editada pelo INPE, que analisa de forma did?tica
e bem ilustrada o significado de sensoriamento remoto.
Fotos: Adam Brzuszek/Shutterstock/Glow Images
Moszna (Pol?nia), ver?o de 2010 e inverno de 2011.
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Manual do Professor333
Comentários e respostas das atividades
Planeta Terra: coordenadas,
movimentos e fusos horários
Dialogando com as disciplinas
1 a) Altera??es que afetam os ciclos biol?gicos, como
mudan?a de fuso hor?rio e hor?rio de ver?o, pro-
movem uma dessincroniza??o entre o rel?gio bio-
l?gico interno e os referenciais temporais externos.
O organismo tende a sincronizar seus ritmos ao
novo hor?rio, e o tempo de ajuste varia de indiv?duo
para indiv?duo.
b) Espera-se que os alunos reconhe?am essas altera??es
e mencionem a perda da no??o do hor?rio por causa
da luminosidade, a falta de sono na hora habitual de
dormir, maior dificuldade para acordar e acompanhar
as aulas no per?odo da manh?, atrasos no apetite,
altera??es de humor, entre outros exemplos.
2 Sim. Espera-se que os alunos identifiquem as diferen?as
na amplitude t?rmica corporal e relacionem esses dados
com atividades fisiol?gicas estimuladas por comporta-
mentos, como a pr?tica de exerc?cios f?sicos e a alimen-
ta??o. Outros exemplos tamb?m poder?o ser apresen-
tados e debatidos na sala de aula.
3 a) Sim. Os alunos devem constatar que as curvas dos
gr?ficos n?o s?o id?nticas para todos, mesmo quan-
do as medi??es s?o realizadas em situa??es muito
similares.
b) Resposta pessoal.
4 a) Estabelecido o hor?rio de ver?o, essa pessoa passa
a sair de casa no hor?rio que corresponderia ?s 6
horas do hor?rio a que estava adaptada.
b) Considerando que se trata de uma pessoa com h?bi-
tos preferencialmente vespertinos, ela provavelmente
sair? de casa apresentando bastante sonol?ncia e bai-
xa capacidade de aten??o, o que pode interferir nos
estudos, no rendimento profissional ou mesmo na
seguran?a no tr?nsito, caso ela dirija. Pode-se propor
aos alunos uma pesquisa sobre o aumento na incid?n-
cia de acidentes de tr?nsito pela manh? nos primeiros
dias do hor?rio de ver?o; ou ainda um estudo em sala
de aula sobre a altera??o da capacidade de concentra-
??o dos alunos no in?cio do hor?rio de ver?o.
Compreendendo conteœdos
1 Como a Terra ? esf?rica, ? medida que nos afastamos
da linha do equador, aumenta a inclina??o dos raios
solares que incidem sobre a superf?cie do planeta. Esse
aumento da inclina??o faz com que a ?rea a ser aque-
cida por determinada quantidade de energia seja maior,
o que torna as temperaturas mais baixas. Como o eixo
terrestre ? inclinado em 23?27? em rela??o ao plano da
?rbita do planeta ao redor do Sol (movimento de trans-
la??o), temos a varia??o desse grau de inclina??o dos
raios solares nas diferentes zonas do planeta ao longo
do ano, o que resulta na ocorr?ncia das esta??es (pri-
mavera, ver?o, outono e inverno) e no aumento da va-
ria??o de fotoper?odo, ? medida que nos afastamos da
linha do equador. Vale lembrar que por causa dessa
inclina??o os raios solares s? atingem perpendicular-
mente a superf?cie terrestre no interior da zona tropical.
2 O limite te?rico dos fusos hor?rios do planeta ? obtido ao
dividirmos a esfera terrestre em 24 fusos de 15?; no inte-
rior dos fusos, todos os rel?gios marcariam o mesmo ho-
r?rio. Como as linhas obtidas cortam v?rios territ?rios com
certa unidade pol?tico-administrativa e cultural, implan-
tou-se o fuso pr?tico, que, na medida do poss?vel, busca
respeitar esses limites, mantendo os hor?rios unificados
em seu interior, para evitar transtornos cotidianos.
3 O hor?rio de ver?o ? adotado para economizar energia,
especialmente nos hor?rios de pico de consumo, e evi-
ta sobrecarga do sistema de distribui??o. O Brasil n?o
o adota em todos os estados, pois nas proximidades
da linha do equador a varia??o de fotoper?odo ao lon-
go do ano ? desprez?vel. Portanto, a ado??o da medida
nessas localidades n?o proporcionaria economia de
energia el?trica: caso se adiantasse o rel?gio na regi?o
Norte e na maior parte do Nordeste, a energia econo-
mizada no fim da tarde e come?o da noite seria gasta
nas primeiras horas do dia. Na por??o oriental do Nor-
deste, tamb?m n?o vale a pena adotar porque anoite-
ce mais cedo e n?o faria diferen?a.
Desenvolvendo habilidades
4 a) Coordenadas: ponto A: 20? S, 50? W; ponto B: 30? N,
30? W; ponto C: 50? N, 20? E.
b) Ponto A: hemisf?rios sul e ocidental; ponto B: hemis-
f?rios norte e ocidental; ponto C: hemisf?rios norte
e oriental.
c) No ponto A, s?o 11h; no ponto B, 12h; e no ponto C,
15h.
d) S?o 12h.
5 a) Porque Phileas Fogg fez a viagem de volta ao mundo
saindo de Londres em dire??o ao leste; portanto, ao
atravessar a Linha Internacional da Data, teve de
diminuir um dia. Se ele tivesse feito a volta ao mun-
do em dire??o ao oeste, teria de aumentar um dia
ao atravessar a Linha da Data.
b) Porque Fogg n?o havia se dado conta de que, saindo
de Londres em dire??o ao leste, teria de diminuir um
dia. Dessa forma, ficou surpreso ao perceber que
Capítulo 1
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Manual do Professor334
retornou a Londres um dia antes do previsto: no fim,
ele acabou fazendo a viagem em 79 dias.
6 a) Acompanhe os alunos no desenvolvimento da ativi-
dade e verifique se eles conseguem encontrar os
pontos de interesse cultural na planta tur?stica da
cidade de S?o Paulo, tendo como refer?ncia as coor-
denadas alfanum?ricas. Caso a escola esteja locali-
zada em outra cidade, pode-se levar ? sala de aula
uma planta urbana ou um guia dessa cidade e adap-
tar a atividade aos pontos de interesse cultural pre-
sentes nela, para que os alunos os localizem com a
ajuda de coordenadas alfanum?ricas.
b) ? poss?vel, explorar outros pontos tur?sticos da cida-
de de S?o Paulo com base no site da S?o Paulo
Turismo, indicado no livro do aluno. Oriente os alunos
na explora??o dos sites da Sala S?o Paulo e da Osesp
e solicite que pesquisem como est? o processo de
reconstru??o do Museu da L?ngua Portuguesa (pode-
-se explorar o acervo virtual do museu, onde h? tex-
tos sobre nossa l?ngua e algumas exposi??es feitas
antes do inc?ndio). ? recomend?vel checar os ende-
re?os dos sites antes de indic?-los aos alunos. Esta
atividade permite um trabalho interdisciplinar com
L?ngua Portuguesa, Hist?ria e Arte.
Representações cartográficas,
escalas e projeções
Compreendendo conteúdos
1 A diferen?a mais importante entre mapa, carta e planta
reside na escala cartogr?fica empregada em cada uma
dessas representa??es. Segundo o IBGE, os mapas s?o
elaborados em escalas muito pequenas (em geral, me-
nores que 1 : 1 000 000) e com baixo grau de detalha-
mento. As cartas, geralmente, s?o concebidas em escalas
de m?dias a grandes (entre 1 : 25 000 e 1 : 250 000), mas
apresentam elevado grau de precis?o e detalhamento
porque s?o resultados de levantamento sistem?tico e
possuem folhas articuladas. As plantas s?o feitas em
escalas muito grandes (maiores que 1 : 25 000), com alto
grau de precis?o das medidas (n?o necessitam considerar
a curvatura da Terra) e bastante detalhamento.
2 A escala serve para estabelecer uma correspond?ncia
entre as dimens?es dos elementos representados em
um produto cartogr?fico e aquelas que eles t?m na
realidade. Ela pode ser expressa de forma num?rica
ou gr?fica, e indica quanto os elementos naturais ou
culturais do espa?o geogr?fico foram reduzidos para
caberem em uma folha de papel ou tela de computa-
dor (se bem que em Cartografia digital a escala, em
geral, n?o ? fixa).
3 A proje??o de Mercator, por ser conforme, mant?m a
forma dos continentes e pa?ses, mas distorce acentua-
damente suas ?reas. A proje??o de Peters, por ser equi-
valente, mant?m a propor??o das ?reas dos continentes
e pa?ses ? custa de uma forte distor??o de suas formas.
A proje??o azimutal ou plana, por ser equidistante, em-
bora distor?a as ?reas e as formas dos continentes,
mant?m com precis?o as dist?ncias em linha reta a
partir do centro do mapa.
4 Como o planeta ? esf?rico, n?o h? ?em cima? nem ?embai-
xo?, por isso ele pode ser visto sob diferentes perspectivas
cartogr?ficas. Como cada mapa-m?ndi ? feito por algum
ge?grafo, cart?grafo ou outro profissional que vive no ter-
rit?rio de um Estado e pertence a uma determinada cul-
tura nacional, haver? diferentes vis?es aplicadas a esses
produtos cartogr?ficos, expressando n?o apenas um pon-
to de vista, mas tamb?m interesses geopol?ticos e econ?-
micos, ou um questionamento desses interesses. Por exem-
plo, o mapa-m?ndi euroc?ntrico representa o mundo
visto pelas pot?ncias europeias ? ele consolidou-se justa-
mente no momento em que esses pa?ses eram hegem?-
nicos e, portanto, fortemente etnoc?ntricos. Vers?es de
mapas-m?ndi ?invertidos?, com o sul no topo, s?o tenta-
tivas de questionar o hist?rico etnocentrismo europeu. Os
norte-americanos tamb?m costumam situar-se no centro
dos mapas-m?ndi que produzem, assim como os japone-
ses, os australianos e at? mesmo os brasileiros, embora
entre n?s a vis?o euroc?ntrica ainda seja mais comum.
Desenvolvendo habilidades
As atividades desta se??o permitem um trabalho interdis-
ciplinar com Matem?tica.
5 a) No cen?rio imaginado, o aluno teria de caminhar
pela rua Muniz Barreto por aproximadamente 650
metros (6,5 cm ? 100 m = 650 m) at? a esta??o Bo-
tafogo do metr?.
b) A representa??o cartogr?fica que permite responder
a essa pergunta ? a planta do Rio de Janeiro feita na
escala de 1 : 10 000.
6 a) Saindo da Esta??o da Luz, o turista pode caminhar
pela avenida C?sper L?bero at? o largo Santa Ifig?nia,
seguir pela rua Ant?nio de God?i, atravessar o largo
do Paissandu e a avenida S?o Jo?o, e entrar na rua
Conselheiro Crispiniano, que j? d? acesso ? pra?a
Ramos de Azevedo, onde est? o Teatro Municipal.
b) A medida em linha reta entre esses dois pontos ? de
6 cm; portanto, o turista caminharia, aproximadamen-
te, 900 m (6 cm ? 150 m = 900 m). ? uma dist?ncia
relativamente curta para andar em uma cidade, ainda
mais passeando e observando a paisagem urbana.
c) Como se pode observar na planta, para ir de metr?,
seria necess?rio pegar um trem da linha 1 ? Azul na
esta??o Luz, fazer conex?o com um trem da linha 3
? Vermelha, na esta??o S?, e saltar na esta??o
Anhangaba?.
Capítulo 2
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Manual do Professor335
7 a) A carta de Macap? (AP) foi elaborada na escala de
1 : 100 000 (4 km/4 cm = 1 km = 100 000 cm).
b) Na compara??o do trecho da folha de Macap? (AP)
com o trecho da de Garuva (SC), nota-se que as alti-
tudes m?dias da regi?o da capital amapaense, loca-
lizada na Plan?cie Amaz?nica, s?o menores (ponto
culminante que aparece na carta: 20 m) que as da
regi?o da cidade catarinense, localizada no contato
da plan?cie litor?nea com a serra do Mar. Isso pode
ser constatado observando-se as curvas de n?vel e os
pontos culminantes que aparecem nas cartas: no
trecho da folha de Garuva s?o encontradas ?reas com
at? 500 m de altitude (? medida que se sobe a escar-
pa da serra do Mar na dire??o oeste, sentido interior,
as altitudes superam os 1 000 m); no trecho de Ma-
cap?, a altitude n?o passa dos 20 m.
c) A por??o do espa?o geogr?fico situado a leste de Ga-
ruva, no eixo da BR-101, ? mais favor?vel ? pr?tica da
agricultura mecanizada ou ? instala??o de ind?strias,
porque apresenta topografia plana.
d) O uso de mapa, carta ou planta est? diretamente
ligado ? necessidade do usu?rio. Se uma pessoa quer
encontrar um endere?o em uma rua de um bairro
de Macap?, do Rio de Janeiro ou de qualquer outra
cidade, dever? utilizar uma planta urbana em esca-
la grande, algo pr?ximo de 1 : 10 000. N?o ? poss?vel
fazer isso consultando a carta de Macap? do IBGE,
feita na escala de 1 : 100 000, ou mesmo a carta de
1 : 50 000 do Rio de Janeiro (menos ainda o mapa
de 1 : 1 000 000, como ficou claro na atividade 1).
Mapas temáticos e gráficos
Compreendendo conteúdos
1 Mapa tem?tico ? aquele que representa, sobre um mapa
de base, temas da realidade geogr?fica, como ?reas de
cultivo, principais cidades, distribui??o de ind?strias,
compartimenta??o do relevo, tipos de clima, forma??es
vegetais, etc. A Cartografia tem?tica ? relevante porque
permite o registro, em mapas, cartas e plantas, de fe-
n?menos importantes para a compreens?o do espa?o
geogr?fico e para o melhor planejamento de interven-
??es no territ?rio.
2 Os m?todos usados na Cartografia tem?tica s?o as
representa??es qualitativas, ordenadas, quantitativas
e din?micas. As representa??es qualitativas servem
para mostrar fen?menos diferenciados do espa?o
geogr?fico conforme sua manifesta??o em pontos,
linhas ou ?reas. As representa??es ordenadas servem
para mostrar fen?menos que podem ser classificados,
segundo uma ordem, dentro de suas respectivas ma-
nifesta??es em pontos, linhas ou ?reas. J? as quanti
tativas servem para representar fen?menos que ex-
pressam proporcionalidade, ou seja, tamanhos
diferentes conforme sua manifesta??o no espa?o em
pontos, linhas ou ?reas. Por fim, as representa??es
din?micas servem para mostrar fluxos no espa?o geo-
gr?fico; nelas, s? aparecem linhas, cuja espessura
varia em fun??o da quantidade do fluxo representa-
do. Muitas vezes, representa??es diferentes combi-
nam-se em um mesmo mapa.
3 A anamorfose geogr?fica ? na realidade um cartogra-
ma ? ? um tipo particular de mapa tem?tico. Nele, as
?reas dos pa?ses (ou outro territ?rio qualquer) s?o
mostradas em tamanhos proporcionais ? import?ncia
de sua participa??o no fen?meno representado. Uma
das mais conhecidas anamorfoses ? a que mostra o
tamanho dos pa?ses considerando o n?mero da popu-
la??o e sua participa??o em rela??o ao total mundial.
H? diversas possibilidades de representar fen?menos
por anamorfose: participa??o dos pa?ses na distribui-
??o da riqueza mundial, na emiss?o de di?xido de car-
bono, no consumo de algum produto, etc.
Desenvolvendo habilidades
4 a) N?o ? poss?vel representar todos os temas ou fe-
n?menos inscritos em determinado territ?rio em
um ?nico produto cartogr?fico. Qualquer mapa
precisa selecionar o elemento da realidade que
mais interessa a quem vai produzi-lo; por isso, h?
mapas pol?ticos, f?sicos, humanos e econ?micos.
Cabe ? Cartografia tem?tica representar os temas
da realidade que t?m interesse para a sociedade.
Um mapa que contivesse tudo seria in?til, pois sua
leitura ficaria invi?vel.
b) Porque ? imposs?vel representar os temas ou fen?-
menos do mesmo tamanho em que aparecem no
espa?o geogr?fico, em escala 1:1, como no imp?rio
fict?cio da cr?nica de Borges. Em qualquer produto
cartogr?fico, os fen?menos representados aparece-
r?o reduzidos, e a proporcionalidade entre a reali-
dade e a representa??o ? assegurada pela escala
cartogr?fica. Por isso, em todo produto cartogr?fico,
seja ele mapa, carta ou planta, ? preciso que a esca-
la esteja indicada.
5 H? certa dose de subjetividade nesta resposta, que por
isso pode variar. Em geral, os alunos dever?o perceber
que o gr?fico de colunas (ou de barras) expressa mais
claramente a varia??o mensal dos ?ndices de infla??o,
sendo, assim, um dos mais f?ceis de ler.
6 Para mostrar os maiores consumidores de energia em
termos absolutos (em milh?es de toneladas m?tricas
equivalente de petr?leo), o aluno dever? optar por um
gr?fico de colunas (ou de barras). Para mostrar o consu-
mo relativo dos pa?ses (em porcentagem), precisar?
construir um gr?fico de setores. Esta atividade enseja
um trabalho colaborativo com Matem?tica.
Capítulo 3
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Manual do Professor336
Adaptado de: THE WORLD BANK. World Development Indicators
2015. Washington, D.C.: The World Bank, 2015. Dispon?vel em:
<http://wdi.worldbank.org>. Acesso em: 15 set. 2015.
Tecnologias modernas utilizadas
pela Cartografia
Compreendendo conteúdos
1 a) Sensoriamento remoto ? o conjunto de t?cnicas de
observa??o e registro ? dist?ncia (remoto), indiretos,
por meio de sensores (equipamentos fotogr?ficos,
imageadores de sat?lites, radares, etc.), dos elemen-
tos naturais e culturais da superf?cie terrestre.
b) As fotografias a?reas e as imagens de sat?lites s?o
exemplos de sensores passivos, que registram ondas
do espectro vis?vel e infravermelho refletidas pela
superf?cie da Terra. Os radares, que podem estar ins-
talados em avi?es ou em sat?lites, s?o exemplos de
sensores ativos: emitem micro-ondas e, ao captarem
sua reflex?o pela superf?cie da Terra, constroem uma
imagem da ?rea rastreada. ? interessante lembrar
que os radares produzem imagem mesmo ? noite e
em dias nublados porque funcionam no espectro de
micro-ondas; j? c?meras fotogr?ficas e imageadores
de sat?lite, como funcionam no espectro vis?vel, n?o
conseguem registrar imagens nessas condi??es.
2 a) O GPS ? um sistema de sat?lites (em 2015, eram 32
sat?lites em ?rbita, 24 em funcionamento e o res-
tante de reserva), operado pelo Departamento de
Defesa dos Estados Unidos, que permite localizar
com precis?o objetos e pessoas, est?ticos ou em
movimento, na superf?cie da Terra ou pr?ximo a ela.
As ?rbitas dos sat?lites est?o organizadas de tal
maneira que, de qualquer ponto do planeta, as on-
das de r?dio emitidas por pelo menos quatro deles
podem ser captadas e, ao serem processadas por
um aparelho tamb?m conhecido como GPS, permi-
tem determinar com precis?o as coordenadas geo-
gr?ficas (latitude e longitude), assim como a altitu-
de e a hora exata do local em que se encontra o
operador desse aparelho. O Glonass, operado pela
Ag?ncia Espacial Russa, tem a mesma fun??o. Em
2015, o sistema de navega??o russo contava com
28 sat?lites (24 em opera??o e o restante de reser-
va), portanto, j? estava plenamente operacional e
cobrindo todo o planeta. Vale lembrar que h? dois
outros sistemas de posicionamento por sat?lites
ainda em implanta??o: o BeiDou, da China, e o Ga-
lileo, da Uni?o Europeia.
b) SIG, ou sistema de informa??es geogr?ficas, ? um
conjunto de programas resultante do casamento dos
mapas digitais com os bancos de dados informatiza-
dos, que permite coletar, armazenar, processar, recu-
perar, correlacionar e analisar diversas informa??es
referenciadas no espa?o geogr?fico, al?m de apresen-
t?-las em linguagem gr?fica, por meio de mapas,
gr?ficos e tabelas. Os SIG v?m sendo muito ?teis para
?rg?os p?blicos e privados no planejamento e gest?o
territorial urbano e rural. H? diversos SIG dispon?veis
aos usu?rios, entre pagos e gratuitos. O ArcGis, do
Esri, ? o mais utilizado no mundo; entre os gratuitos,
h? o SPRING e o TerraView, do INPE.
Desenvolvendo habilidades
3 Al?m da falta de precis?o, porque as coordenadas mos-
tram apenas os graus (por exemplo, as coordenadas
Capítulo 4
Gráficos: Banco de Imagens/Arquivo da editora
Os dez maiores consumidores de energia em
n?meros totais e percentuais Ð 2012
China
Estados
Unidos
Índia
RússiaJapão
Alemanha
Brasil
Coreia do Sul
França
Canadá
Outros países
2 894
Milhões de toneladas métricas equivalentes de petróleo
788
2 141
757
452
282
313
263252
4 598
251
China
Estados
Unidos
Índia
Rússia
Japão
Alemanha
Brasil
Coreia
do Sul
França
Canadá
Outros
países
3,52,4
2,2
2,0
1,9
1,9
35,4
22,3
16,5
6,1
5,8
Mundo 100,0
Percentual sobre o consumo mundial
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Manual do Professor337
precisas da sede do munic?pio de Mossor?-RN s?o la-
titude 5? 11? 17? S e longitude 37? 20? 38? W), a infor-
ma??o sobre a latitude n?o deixa claro se ? a leste ou
oeste de Greenwich. A indica??o de 6? de latitude sul
e 37? de longitude podem identificar dois pontos na
superf?cie da Terra, ambos na latitude 6 S, mas um
pode estar na longitude 37? W, e outro, na 37? E.
4 a) Cada imagem foi captada por sensores imageadores
de sat?lites de observa??o da Terra e montada como
um mosaico, o que permite mostrar o mapa-m?ndi
com as ?reas mais iluminadas.
b) Os alunos devem observar no mapa-m?ndi os pa?ses
mais iluminados e perceber que h? uma coincid?ncia
com os que mais consomem energia, segundo os da-
dos da tabela ?Os dez maiores consumidores de ener-
gia ? 2012?. Os maiores consumidores de energia est?o
localizados na ?sia (China, ?ndia, Jap?o e Coreia do Sul),
Am?rica (Estados Unidos, Brasil e Canad?) e Europa
(R?ssia, Alemanha e Fran?a). Os alunos devem notar
que esses dez pa?ses est?o entre as maiores economias
do mundo e, por isso, s?o grandes consumidores de
energia: juntos s?o respons?veis por 64,6% do consu-
mo mundial. ? importante que percebam: n?o h? ne-
nhum pa?s da ?frica na lista e o continente ? o menos
iluminado, o que denota o baixo consumo de energia
da maioria de seus pa?ses. Esta atividade permite um
trabalho interdisciplinar com F?sica.
c) ? importante que os alunos percebam que n?o ? poss?-
vel mostrar o planeta inteiro ? noite, com as ?reas de
maior ilumina??o, como mostra o mapa-m?ndi, sim-
plesmente porque a Terra mostra sempre uma face ilu-
minada pelo Sol e outra escura (onde se sobressai a
ilumina??o artificial registrada no mapa). O mundo to-
talmente escuro mostrado no mapa s? ? poss?vel porque
? resultado de uma montagem, ou seja, ? um mosaico
produzido com imagens de sat?lite feitas ? noite.
5 a) A cor verde se refere ?s florestas nativas ou em re-
genera??o; a cor rosa representa solos expostos por
causa do desmatamento. A forma regular das ?reas
em rosa indica que elas foram desmatadas.
b) Como foi observado, as imagens de sat?lite s?o muito
importantes para o governo monitorar o desmatamen-
to em ?reas de floresta, como a Amaz?nia, permitindo
a interven??o para tentar conter esse processo.
Vestibulares de Norte a Sul
Testes
1 F ? F ? V ? V
FALSA. O Sol n?o nasce sempre no mesmo ponto do
horizonte.
FALSA. A b?ssola n?o ? absolutamente precisa porque
pode sofrer influ?ncia de campos magn?ticos em seu
entorno. Ela ? mais precisa que a orienta??o pelos astros,
mas menos precisa do que a orienta??o por GPS.
2 V ? F ? V ? V ? F
FALSA. O ponto B est? localizado a 10? de latitude sul e
40? de longitude oeste.
FALSA. O ponto E est? localizado a 20? de latitude sul e
130? de longitude leste.
3 C
4 C
5 A
6 A
7 C
8 D
9 A
10 E
11 C
12 B
13 C
14 E
15 (01) I e II est?o no hemisf?rio ocidental.
(32) Os exploradores conheciam as t?cnicas e os equi-
pamentos de orienta??o.
A soma ? 30.
16 B
17 D
Quest›es
18 A cidade mostrada na ilustra??o localiza-se no hemis-
f?rio norte (zona temperada). Em 21 de junho, o Sol
se encontra em uma posi??o mais elevada na linha
do horizonte, porque, nessa data, os raios solares in-
cidem perpendicularmente sobre o tr?pico de C?ncer,
marcando o solst?cio de ver?o do hemisf?rio norte.
b) Esta??es do ano: • Períodos:
21 de mar?o: primavera equin?cio
23 de setembro: outonoequin?cio
c) Consequ?ncias geogr?ficas ligadas ? trajet?ria da luz
do Sol no sentido de I (leste) para II (oeste):
Sucess?o dos dias e das noites;
Diferen?as hor?rias (fusos hor?rios).
19 a) O Sistema de Posicionamento Global utiliza um
conjunto de sat?lites em ?rbita da Terra que per-
mitem a orienta??o e a navega??o terrestre, aqu?-
tica e a?rea. H? o segmento espacial, composto de
pelo menos 24 sat?lites ativos, e o segmento ter-
restre, composto de antenas e aparelhos de recep-
??o m?veis ou acoplados a ve?culos. ? necess?rio
receber o sinal de r?dio de quatro sat?lites para
que se possa calcular as coordenadas de latitude e
longitude. O GPS foi criado e ? operado pelo gover-
no dos Estados Unidos.
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Manual do Professor338
b) Por meio de um aparelho GPS ? poss?vel obter, entre
outras, as seguintes informa??es:
• coordenadas geogr?ficas de latitude e longitude;
• altitude do relevo e hora precisa;
• rotas para ve?culos no tr?nsito urbano e em viagens
(nesse caso, ? necess?rio estar acoplado a mapas
em algum SIG);
• rastreamento de ve?culos, sobretudo de cargas.
20 a) Noroeste
b) Sudoeste
c) Sudeste
d) Sul
21 a) Figura A: escala grande; figura B: escala m?dia; fi-
gura C: escala pequena.
b) ? medida que a escala diminui (da figura A para a C),
a ?rea mostrada ? maior, mas o grau de detalhamen-
to das informa??es representadas ? menor. De outra
forma: quanto maior ? a escala, menor ? a ?rea re-
presentada, por?m, maior ? o grau de detalhamento
dos fen?menos representados.
22 A representa??o cartogr?fica ? uma anamorfose, que ?
um tipo de cartograma utilizado para mostrar fen?menos
quantitativos da realidade socioespacial, como a morta-
lidade infantil, proporcionais ? sua ocorr?ncia no territ?-
rio. A ?frica, especialmente a por??o Subsaariana, e o Sul
da ?sia, com preponder?ncia da ?ndia, s?o as regi?es com
maiores taxas de mortalidade infantil do mundo. J? as
menores taxas s?o encontradas na Am?rica do Norte, na
Europa Ocidental e na Oceania, regi?es compostas pre-
dominantemente de pa?ses desenvolvidos com elevados
padr?es de vida.
23 a) Os elementos s?o a escala e a proje??o cartogr?fica.
A escolha da escala ? rela??o de propor??o entre o
objeto representado e a realidade ? pode mostrar
maior ou menor detalhamento dos elementos que
comp?em o espa?o geogr?fico. A escolha do tipo de
proje??o cartogr?fica ? propriedades da rela??o en-
tre o plano e a esfera ? pode alterar o tamanho ou
a forma da superf?cie terrestre.
b) Para representar o globo terrestre ? preciso utilizar
escalas muito pequenas que, dependendo do tama-
nho do mapa-m?ndi, podem chegar a 1 : 200 000 000.
Para representar o interior de uma habita??o ?
preciso utilizar uma escala muito grande, algo
como 1 : 100 ou 1 : 50; se o interesse for mostrar
a casa e seu entorno pode ser algo como 1 : 2 000.
24 a) O GPS, controlado pelo Departamento de Defesa dos
Estados Unidos, ? formado por uma constela??o de
32 sat?lites (24 em opera??o e o restante de reserva)
na ?rbita da Terra. Serve para localizar objetos ou
pessoas, parados ou em movimento, na superf?cie do
planeta ou pr?ximo a ela. Em qualquer lugar do pla-
neta, os sinais de r?dio transmitidos por pelo menos
quatro sat?lites podem ser captados por um aparelho
receptor que calcula a latitude, a longitude, a altitu-
de e a hora exata do ponto em que se localiza.
b) Latitude ? a dist?ncia em graus entre qualquer ponto da
superf?cie terrestre e o equador, variando de 0 a 90 graus
para o norte e para o sul. Longitude ? a dist?ncia em
graus entre qualquer ponto e o meridiano de Greenwich,
variando de 0 a 180 graus para leste e para oeste. O
ponto de cruzamento da latitude com a longitude defi-
ne a coordenada geogr?fica de um ponto.
Caiu no Enem
1 B
2 C
3 B
4 D
5 D
6 C
7 C
8 C
Em Bras?lia, 19 horas
H? dez dias estive em Recife. No voo de volta, o Air-
bus-310 despegou-se da pista ?s 17h30. O c?u j? estava es-
curo, quase noite, como que agourando um percurso em
que n?o faltariam avisos de apertar os cintos por causa
de turbul?ncias.
N?o fosse a relativa proximidade do desastre a?reo
ao norte dali, a escurid?o n?o incomodaria. Quem sobre-
viveu ao inverno em Berlim (latitude 52 Norte), muito
mais distante da linha do equador (0) que S?o Paulo (23
Sul), n?o se assusta com o anoitecer precoce.
Recife fica na longitude 35 Oeste. Geograficamente
isso p?e a cidade dois fusos hor?rios ? esquerda do meri-
diano de Greenwich (0). Ou seja, com duas horas a menos
que Londres (UTC-2, na nomenclatura).
Pela lei nacional, por?m, aquele extremo oriental do
Nordeste e do Brasil est? no fuso UTC-3. O sol se p?s na-
quela sexta-feira ?s 17h11, mas essa era a hora de Bras?lia,
n?o de Recife. ?Pela hora de Deus?, como dizia o padre de
Ubatuba que se recusava a adiantar o rel?gio da igreja no
hor?rio de ver?o, eram j? 18h11.
Menino ainda, achava o padre doido. Luz do dia at?
as oito ou nove da noite era o m?ximo. Dava para brin-
car at? tarde na rua. Hoje, com menos flexibilidade para
ajustar os hor?rios de sono, ? tentador dar-lhe raz?o.
Textos de apoio
1
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Manual do Professor339
Leio agora que a Comiss?o de Assuntos Econ?micos
do Senado aprovou a unifica??o de todos os fusos hor?-
rios do Brasil. Parece que ? para n?o complicar a vida das
redes de televis?o. Assim elas poderiam transmitir suas
novelas de forma sincronizada para todo o territ?rio.
Nada mudaria no Nordeste. Pense, por?m, na cidade
de Cruzeiro do Sul (73 Oeste), no extremo ocidental do
Acre. At? um ano atr?s, e isso desde 1913, estava onde de-
veria estar, no fuso UTC-5 (duas horas a menos que Bras?-
lia). Mas a lei no 11.662/2008 arrastou-a para o fuso UTC-4.
Vingando o que os senadores ora ensaiam, o pessoal
de Cruzeiro do Sul avan?aria mais uma hora, para o fuso
UTC-3. Se a primeira mudan?a equivaleu a um hor?rio
de ver?o permanente, a novidade significaria uma dose
dupla dele. O p?r do sol de anteontem, ali, em lugar de
18h43, teria acontecido ?s 19h43.
Quem acha que h? raz?o para comemorar deve pen-
sar duas vezes. O nascer do sol foi ?s 7h01 na ?ltima sexta-
-feira. Imagine se os rel?gios estivessem marcando 8h01.
Seria uma crueldade com as crian?as que v?o ? escola
de manh?. N?o basta levantar cedo, num hor?rio, em geral,
incompat?vel com a fisiologia do aprendizado. Para piorar,
ainda teriam de sair de casa e come?ar as aulas no escuro.
Existem indica??es de que essa manipula??o artifi-
cial do ritmo circadiano do organismo humano ? ciclo
que dura cerca de um dia, como diz o nome, regulado
pela luz ? pode prejudicar a sa?de. Em especial quando
os rel?gios s?o adiantados, no in?cio do hor?rio de ver?o,
e as pessoas perdem uma hora de sono.
A adapta??o n?o se d? sem estresse. Estudo de 2008 do
Instituto Karolinska examinou registros de duas d?cadas
na Su?cia. Publicado no famoso peri?dico ?New England
Journal of Medicine?, o artigo de Imre Janszky e Rickard
Ljung concluiu que aumentam significativamente os ca-
sos de infarto nos primeiros dias do hor?rio de ver?o.
Bras?lia ? um lugar estranho. Ali se acredita que, se
a lei disser, as suas 19h valem para todo o pa?s. Como se
o Brasil inteiro falasse numa ?nica voz ? a voz do dono.
LEITE, Marcelo. Folha de S.Paulo, 21 jun. 2009. Ci?ncia.
Dispon?vel em: <www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2106200905.
htm>. Acesso em: 14 abr. 2016.
Como o horário de verão afeta o seu organismo
Com o hor?rio de ver?o e o adiantamento dos rel?-
gios em uma hora, as pessoas dormem antes do habitual
e acordam uma hora mais cedo. A altera??o do hor?rio de
sono, segundo especialistas, pode trazer alguns preju?zos,
como sonol?ncia durante o dia, ins?nia ? noite, cansa?o
e falta de apetite.
Isso acontece porque, em condi??es normais, os di-
versos ritmos do nosso organismo est?o sincronizados
entre si, tamb?m aos ambientes de claridade e escurid?o
que se sucedem ao longo do dia.
Essa confus?o que acontece no nosso organismo ?
um fen?meno que os m?dicos chamam de ?desordem
temporal interna?. O organismo tende a sincronizar seus
ritmos ao novo hor?rio, mas cada ser humano tem uma
velocidade pr?pria de ajuste. Depois de alguns dias, a
maioria das pessoas se adapta ao novo hor?rio.
Para algumas pessoas, uma hora a mais significa ape-
nas uma chance de turbinar as atividades di?rias. Essas
diferentes rea??es s?o decorrentes da mudan?a do rel?-
gio biol?gico e de altera??es hormonais de cada um.
Mas a consequ?ncia da mudan?a de hor?rio, para a
grande maioria, s?o quadros de sonol?ncia, irritabilidade
e mau humor pela manh?.
Quando voc? adianta em uma hora o rel?gio, a ten-
d?ncia ? se sentir pesado nos primeiros dias. At? porque
dificilmente algu?m vai dormir uma hora mais cedo.
Acordar com o dia ainda escuro tamb?m afeta a secre??o
do horm?nio melatonina, acionado pela falta de luz, alte-
rando o metabolismo.
Os horm?nios s?o regulados pelo ritmo do dia, pela
claridade do sol e pela escurid?o da noite. Com o hor?-
rio de ver?o pode haver atraso nessa secre??o, causando
sonol?ncia por alguns dias, o que pode ser perigoso para
quem precisa estar alerta no trabalho.
Para evitar a sonol?ncia e o mau humor, a dica ? dor-
mir pelo menos dez minutos mais cedo a cada dia, durante
dez dias. A adapta??o lenta e gradual segue o mesmo rit-
mo do rel?gio biol?gico, sem causar rea??es no organismo.
O ideal ? manter tamb?m a qualidade e a regulari-
dade do sono, seguindo alguns h?bitos. Escolha um am-
biente escuro, silencioso, com boa temperatura todos os
dias. Mas evite fazer exerc?cios tr?s horas antes de dor-
mir, ingerir cafe?na e comida pesada.
MORAES, Jessica. Como o hor?rio de ver?o afeta o seu organismo.
Mais equil’brio. Dispon?vel em: <http://maisequilibrio.com.br/saude/
como-o-horario-de-verao-afeta-o-seu-organismo-5-1-4-433.html>.
Acesso em: 14 abr. 2016.
Classificação de cartas
Mapa e carta
A palavra mapa, de prov?vel origem cartaginesa, sig-
nificava ?toalha de mesa?. Os navegadores e os negocian-
tes, ao discutir sobre rotas, caminhos, localidades, etc.,
em locais p?blicos, rabiscavam diretamente nas toalhas
(mappas), surgindo, da?, o documento gr?fico, donde a an-
tiguidade, t?o ?til a todos. A palavra carta, igualmente,
parece ser de origem eg?pcia, e significa ?papel?, que vem
diretamente de papiro. Num caso ou outro, ? o material
atrav?s do qual a comunica??o se manifesta.
Nos pa?ses de l?ngua inglesa h? uma n?tida diferen?a en-
tre mapa e carta. ?Tanto mapa quanto carta, naturalmente,
se relacionam principalmente com a parte s?lida do terreno,
mas o mapa encarrega-se da parte descoberta, e a carta, da
por??o submersa?. Em suma, mapa ? o termo mais geral, en-
quanto carta ? destinada unicamente ? representa??o n?u-
tica ou mar?tima, lacustre e fluvial. A ?nica exce??o ? o termo
mappemonde. O alem?o s? usa carta (Karte ou Landkarte).
Em portugu?s, como os dois voc?bulos coexistem,
carta e mapa t?m, praticamente, tudo em comum. A
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Manual do Professor340
tradi??o, entretanto, n?o permite que se chame mapa o
documento ligado diretamente ? navega??o ou de cunho
oceanogr?fico. Em decorr?ncia do surgimento da nave-
ga??o a?rea, por analogia, temos carta aeron?utica ao
lado de carta n?utica.
H? uma certa tend?ncia, no Brasil, a empregar o
termo mapa quando se trata de documento mais sim-
ples ou mais diagram?tico. Ao contr?rio, o documento
mais complexo, ou mais detalhado, tende ? denomina-
??o de carta.
Quando, igualmente, trata-se de s?rie cartogr?fica, a
propens?o ? para carta. Dizemos, assim, de prefer?ncia,
carta topogr?fica ou Carta Internacional do Mundo ao
Milion?simo, ou simplesmente Carta ao Milion?simo.
Do mesmo modo, o mapa em escala grande, que envolve
muitos detalhes, ? chamado, preferencialmente, carta,
como ? o caso de uma carta urbana, que tamb?m pode
ser chamada de planta.
O Glossary of Mapping, Charting, and Geodetic Terms
(op. cit.) define mapa: ?Representa??o gr?fica, geral-
mente numa superf?cie plana e numa determinada es-
cala, das caracter?sticas naturais e humanas, acima ou
abaixo da superf?cie da Terra, ou de outro planeta?. A de-
fini??o de carta: ?Mapa de finalidade especial, destina-
do, em geral, ? navega??o ou a outros fins particulares,
em que a informa??o cartogr?fica essencial se combina
com diversos elementos decisivos ao uso proposto?.
A Associa??o Brasileira de Normas T?cnicas (ABNT) d?
a seguinte defini??o ao termo mapa: ?Representa??o gr?-
fica, em geral uma superf?cie plana e numa determinada
escala, com a representa??o de acidentes f?sicos e cultu-
rais da superf?cie da Terra, ou de um planeta ou sat?lite?.
J? a palavra carta tem a seguinte explica??o: ?Representa-
??o dos aspectos naturais e artificiais da Terra, destinada a
fins pr?ticos da atividade humana, permitindo a avalia??o
precisa de dist?ncias, dire??es e a localiza??o plana, geral-
mente em m?dia ou grande escala, de uma superf?cie da
Terra, subdividida em folhas, de forma sistem?tica, obede-
cendo um plano nacional ou internacional?.
Plantas
Conquanto a palavra planta seja mais usada, ?, en-
tretanto, sin?nimo de plano. A principal caracter?stica
da planta ? a exiguidade das dimens?es da ?rea repre-
sentada. A outra ?, sem d?vida, a aus?ncia de qualquer
refer?ncia ? curvatura da Terra. O nosso Dicion?rio assim
define: ?Carta que representa uma ?rea de extens?o sufi-
cientemente restrita para que a sua curvatura n?o preci-
se ser levada em considera??o, e que, em consequ?ncia, a
escala possa ser considerada constante?.
J? que a representa??o se restringe a uma ?rea
muito limitada, a escala tende a ser muito grande e,
em consequ?ncia, a aumentar o n?mero de detalhes.
Mas ? a preval?ncia do aspecto da ?rea diminuta que
caracteriza a planta. Da?, recorde-se, planta de um jar-
dim, planta de uma casa, etc. Do ponto de vista mais
cartogr?fico, ? a planta urbana, sobretudo, com a sua
inten??o cadastral, que ? mais caracter?stica. A planta
moderna, de origem fotogram?trica, al?m da riqueza
de detalhes, ? de suma precis?o geom?trica. Registre-
mos, contudo, que as plantas urbanas inglesas do s?-
culo passado n?o fugiam ? riqueza de detalhes nem ?
precis?o. ?O m?nimo detalhe das aleias e canteiros, a
posi??o exata das ?rvores e o plano interno das igrejas
apareciam nelas.?
Queremos ainda registrar uma palavra que, embo-
ra de recente origem francesa, j? se acha perfeitamente
incorporada no vern?culo. ? croqui. O Aurélio explica:
?Esbo?o, em breves tra?os, de desenhos ou de pintu-
ra?. Mas no ?mbito cartogr?fico tem bastante uso. Na
cartografia americana moderna ? o sketch map, assim
definido: ?Mapa oriundo de levantamento aproxima-
do, sem controle. A informa??o, por conseguinte, ? ge-
ralmente fraca?. ? o mesmo que croqui topogr?fico. No
nosso Dicion?rio Cartogr?fico aparece assim: ?1. Esbo?o
de levantamento expedito entre determinados pontos.
2. Vista perspectiva esbo?ada?.
OLIVEIRA, C?urio de. Curso de Cartografia moderna.
Rio de Janeiro: IBGE, 1988. p. 31-32.
Cartas e mapas
Classificação de cartas e mapas
Quanto ? natureza da representa??o:
a) Geral
CADASTRAL ? At? 1 : 25 000
TOPOGR?FICA ? De 1 : 25 000 at? 1 : 250 000
GEOGR?FICA ? 1 : 1 000 000 e menores
(1 : 2 500 000, 1 : 5 000 000 at? 1 : 30 000 000)
b) Temática
c) Especial
Geral
S?o documentos cartogr?ficos elaborados sem um
fim espec?fico. A finalidade ? fornecer ao usu?rio uma
base cartogr?fica com possibilidades de aplica??es ge-
neralizadas, de acordo com a precis?o geom?trica e to-
ler?ncias permitidas pela escala.
Apresentam os acidentes naturais e artificiais e ser-
vem, tamb?m, de base para os demais tipos de cartas.
Cadastral
Representa??o em escala grande, geralmente plani-
m?trica e com maior n?vel de detalhamento, apresentan-
do grande precis?o geom?trica. Normalmente ? utilizada
para representar cidades e regi?es metropolitanas, nas
quais a densidade de edifica??es e arruamento ? grande.
As escalas mais usuais na representa??o cadastral
s?o: 1 : 1 000, 1 : 2 000, 1 : 5 000, 1 : 10 000 e 1 : 15 000.
Mapa de localidade: Denomina??o utilizada na Base
Territorial dos Censos para identificar o conjunto de
plantas em escala cadastral, que comp?e o mapeamento
de uma localidade (regi?o metropolitana, cidade ou vila).
Topográfica
Carta elaborada a partir de levantamentos aerofoto-
gram?trico e geod?sico original ou compilada de outras
cartas topogr?ficas em escalas maiores. Inclui os aciden-
tes naturais e artificiais, em que os elementos planim?-
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Manual do Professor341
tricos (sistema vi?rio, obras, etc.) e altim?tricos (relevo
atrav?s de curvas de n?vel, pontos colados, etc.) s?o geo-
metricamente bem representados.
As aplica??es das cartas topogr?ficas variam de acor-
do com sua escala:
1 : 25 000 ? Representa cartograficamente ?reas es-
pec?ficas, com forte densidade demogr?fica, fornecendo
elementos para o planejamento socioecon?mico e ba-
ses para anteprojetos de engenharia. Esse mapeamen-
to, pelas caracter?sticas da escala, est? dirigido para as
?reas das regi?es metropolitanas e outras que se defi-
nem pelo atendimento a projetos espec?ficos. Cobertura
Nacional: 1,01%.
1 : 50 000 ? Retrata cartograficamente zonas densa-
mente povoadas, sendo adequada ao planejamento so-
cioecon?mico e ? formula??o de anteprojetos de enge-
nharia.
A sua abrang?ncia ? nacional, tendo sido cobertos
at? agora 13,9% do Territ?rio Nacional, concentrando-se
principalmente nas regi?es Sudeste e Sul do Pa?s.
1 : 100 000 ? Objetiva representar as ?reas com no-
t?vel ocupa??o, priorizadas para os investimentos gover-
namentais, em todos os n?veis de governo: Federal, Esta-
dual e Municipal.
A sua abrang?ncia ? nacional, tendo sido cobertos at?
agora 75,39% do Territ?rio Nacional.
1 : 250 000 ? Subsidia o planejamento regional, al?m
da elabora??o de estudos e projetos que envolvam ou
modifiquem o meio ambiente.
A sua abrang?ncia ? nacional, tendo sido cobertos at?
o momento 80,72% do Territ?rio Nacional.
Mapa Municipal: Entre os principais produtos carto-
gr?ficos produzidos pelo IBGE encontra-se o mapa muni-
cipal, que ? a representa??o cartogr?fica da ?rea de um
munic?pio, contendo os limites estabelecidos pela Divis?o
Pol?tico-Administrativa, acidentes naturais e artificiais,
topon?mia, rede de coordenadas geogr?ficas e UTM, etc.
Esta representa??o ? elaborada a partir de bases car-
togr?ficas mais recentes e de documentos cartogr?ficos
auxiliares, na escala das referidas bases.
O mapeamento dos munic?pios brasileiros ? para fins
de planejamento e gest?o territorial e, em especial, para
dar suporte ?s atividades de coleta e dissemina??o de
pesquisas do IBGE.
Geogr?fica
Carta em que os detalhes planim?tricos e altim?tri-
cos s?o generalizados, os quais oferecem uma precis?o
de acordo com a escala de publica??o. A representa??o
planim?trica ? feita atrav?s de s?mbolos que ampliam
muito os objetos correspondentes, alguns dos quais mui-
tas vezes t?m que ser bastante deslocados.
A representa??o altim?trica ? feita atrav?s de curvas de
n?vel, cuja equidist?ncia apenas d? uma ideia geral do re-
levo e, em geral, s?o empregadas cores hipsom?tricas. S?o
elaboradas na escala 1 : 500 000 e menores, como por exem-
plo a Carta Internacional do Mundo ao Milion?simo (CIM).
Mapeamento das Unidades Territoriais: Representa,
a partir do mapeamento topogr?fico, o espa?o territorial
brasileiro atrav?s de mapas elaborados especificamente
para cada unidade territorial do pa?s.
Produtos gerados:
? Mapas do Brasil (escalas 1 : 2 500 000, 1 : 5 000 000,
1 : 10 000 000, etc.).
? Mapas Regionais (escalas geogr?ficas diversas).
? Mapas Estaduais (escalas geogr?ficas e topogr?fi-
cas diversas).
Tem?tica
S?o as cartas, mapas ou plantas em qualquer escala,
destinadas a um tema espec?fico, necess?rias ?s pesqui-
sas socioecon?micas, de recursos naturais e estudos am-
bientais. A representa??o tem?tica, distintamente da ge-
ral, exprime conhecimentos particulares para uso geral.
Com base no mapeamento topogr?fico ou de unida-
des territoriais, o mapa tem?tico ? elaborado em espe-
cial pelos Departamentos da Diretoria de Geoci?ncias do
IBGE, associando elementos relacionados ?s estruturas
territoriais, ? geografia, ? estat?stica, aos recursos natu-
rais e aos estudos ambientais.
Principais produtos:
? Cartogramas tem?ticos das ?reas social, econ?mica,
territorial, etc.
? Cartas do levantamento de recursos naturais (volu-
mes RADAM).
? Mapas da s?rie Brasil 1 : 5 000 000 (Escolar, Geomor-
fol?gico, Vegeta??o, Unidades de Relevo, Unidades de
Conserva??o Federais).
? Atlas nacional, regional e estadual.
Especial
S?o as cartas, mapas ou plantas para grandes grupos
de usu?rios muito distintos entre si, e cada um deles con-
cebido para atender a uma determinada faixa t?cnica
ou cient?fica. S?o documentos muito espec?ficos e su-
mamente t?cnicos que se destinam ? representa??o de
fatos, dados ou fen?menos t?picos, tendo assim que se
cingir rigidamente aos m?todos e objetivos do assunto
ou atividade a que est? ligado. Por exemplo: cartas n?u-
ticas, aeron?uticas, para fins militares, mapa magn?tico,
astron?mico, meteorol?gico e outros.
N?uticas: Representam as profundidades, a natureza
do fundo do mar, as curvas batim?tricas, bancos de areia,
recifes, far?is, boias, as mar?s e as correntes de um deter-
minado mar ou ?reas terrestres e mar?timas.
Elaboradas de forma sistem?tica pela Diretoria de Hi-
drografia e Navega??o (DHN), do Minist?rio da Marinha.
O Sistema Internacional exige para a navega??o mar?-
tima, seja de carga ou de passageiros, que se mantenha
atualizado o mapeamento do litoral e hidrovias.
Aeron?uticas: Representa??o particularizada dos as-
pectos cartogr?ficos do terreno, ou parte dele, destinada
a apresentar, al?m de aspectos culturais e hidrogr?ficos,
informa??es suplementares necess?rias ? navega??o a?-
rea, pilotagem ou ao planejamento de opera??es a?reas.
Para fins militares: Em geral, s?o elaboradas na escala
1 : 25 000, representando os acidentes naturais do terreno,
indispens?veis ao uso das for?as armadas. Pode represen-
tar uma ?rea litor?nea, caracter?sticas topogr?ficas e n?uti-
cas, a fim de que ofere?a a m?xima utilidade em opera??es
militares, sobretudo no que se refere a opera??es anf?bias.
IBGE. Noções básicas de cartografia. Rio de Janeiro: 1999. p. 46-48.
(Manuais t?cnicos em geoci?ncias, 8).
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Manual do Professor342
Sistemas de informação geográfica
Os sistemas de informa??o geogr?fica surgiram como
uma solu??o para armazenar, manipular e gerar sa?das
gr?ficas do grande volume de informa??o geogr?fica exis-
tente, proveniente de diversas fontes. Entende-se por in-
formação geográfica aquela informa??o em que a dimen-
s?o espacial est? associada ? localiza??o na superf?cie da
Terra, num determinado instante ou per?odo de tempo.
? importante destacar que a ciência da informação
geográfica ? a disciplina do conhecimento que estuda os
princ?pios relacionados com a aquisi??o, manipula??o,
processamento, an?lise, visualiza??o e armazenamento
de dados geogr?ficos (Goodchild, 1992). Esta ci?ncia tam-
b?m ? denominada geoinformação, geoprocessamento
ou geocomputação (Fotheringham e Wilson, 2008).
Os sistemas de informação geográfica referem-se
exclusivamente aos softwares utilizados para coletar,
visualizar, transformar, analisar e armazenar dados es-
pacialmente referenciados ou dados georreferenciados
(Goodchild, 1992).
Geralmente, os sistemas de informa??o geogr?fica
s?o representados por um conjunto de planos ou cama-
das de informação georreferenciados de um mesmo lu-
gar (Figura 1). Cada plano de informa??o corresponde a
um tipo de dado, por exemplo: vegeta??o, solos, geomor-
fologia, geologia, uso do solo.
Os sistemas de informa??o geogr?fica integram con-
ceitos, teorias e t?cnicas de uma ampla gama de disci-
plinas, o que permite perspectivas inovadoras e sinergias
para uma melhor compreens?o do mundo.
Sistemas de Informação Geográfica
?Conjunto poderoso de ferramentas para coletar,
armazenar, recuperar, transformar e visualizar da-
dos sobre o mundo real? (Burrough, 1986).
?Um sistema de suporte ? decis?o, que integra
dados referenciados espacialmente num ambiente
de respostas a problemas? (Cowen, 1988).
?Um banco de dados indexados espacialmente,
sobre o qual opera um conjunto de procedimentos
para responder a consultas sobre entidades espa-
ciais? (Smith et al. 1987).
A representa??o dos objetos dentro de um sistema de
informa??o geogr?fica deve levar em considera??o tr?s
aspectos:
• A localização do objeto na superf?cie da Terra, dado por
um sistema de coordenadas.
• Os atributos ou caracter?sticas dos objetos: cor, pH, tipo
de vegeta??o.
• As relações espaciais entre os diferentes objetos, tais
como adjac?ncia, proximidade e conectividade.
LACRUZ, Maria Silvia Pardi; FILHO, Manoel de Araujo
de Souza. Desastres naturais e geotecnologias ? sistemas
de informa??o geogr?fica. S?o Jos? dos Campos: INPE,
2009. (Caderno did?tico n. 4).
5
Figura 1 Modelo conceitual de um
sistema de informação geográfica no
qual podem ser vistas diversas
camadas ou planos de informação.
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Manual do Professor343
Geografia física e meio ambiente
Objetivos
Com base no estudo deste grande tema, os alunos de-
vem desenvolver a capacidade de compreens?o das rela??es
entre os elementos da natureza e os principais desequil?-
brios provocados pela a??o humana nos biomas e ecossis-
temas. Espera-se que o aprendizado sobre a din?mica da
natureza estimule os alunos a valorizar a preserva??o do
meio ambiente como um princ?pio relacionado ? ?tica, ?
cidadania e ? pr?pria sobreviv?ncia das esp?cies, inclusive
da esp?cie humana.
Atividade complementar
Solicite aos alunos que, em grupos ou individualmen-
te, fa?am uma pesquisa sobre as caracter?sticas dos bio-
mas do estado onde moram. Utilizando livros, jornais,
revistas e internet, eles podem seguir o roteiro a seguir
para a pesquisa:
• Qual ? o principal bioma original de seu estado? Existem
outros? Quais?
• Que fatores f?sicos, como relevo, clima, hidrografia, solos,
etc., est?o associados a esse bioma?
• Quais s?o as principais caracter?sticas da fauna e da flora
desse bioma?
• Quais s?o as regi?es do estado que est?o mais preserva-
das? Existe uma unidade de conserva??o?
• Quais foram os principais fatores socioecon?micos que
provocaram desmatamento e outros problemas ambien-
tais no estado onde voc? mora?
As respostas s?o livres, com base na coleta de dados.
Nessa atividade, ? poss?vel realizar um trabalho interdisci-
plinar com Biologia e Hist?ria. Pode-se investigar, por exem-
plo, as associa??es entre fauna e flora, as principais carac-
ter?sticas biol?gicas das plantas encontradas nas forma??es
vegetais originais e atuais do estado, a sucess?o hist?rica
de atividades econ?micas e outros fatores que provocaram
desequil?brios ambientais.
Projeto interdisciplinar
Questão-tema: Por que ? importante a cria??o e a preserva-
??o de parques e reservas ecol?gicas?
Disciplinas: Geografia, Hist?ria e Biologia.
Tempo de duração: Um bimestre.
Trabalho:
• individual: pesquisa em livros, enciclop?dias e na internet,
sele??o de mapas, produ??o de fotografias, textos e de-
senhos relacionados ao passeio.
• em grupo: troca dos materiais pesquisados, mapeamen-
to do percurso da caminhada, produ??o de painel-s?ntese
e de relat?rio de observa??o.
Forma final do trabalho: painel e relat?rio-s?ntese composto
de fotografias, desenhos, textos e mapa de localiza??o.
Enfoques de trabalho por disciplina:
• Geografia: investiga??o e reconhecimento das rela??es
entre relevo, solo, clima, vegeta??o e hidrografia; mapea-
mento dos elementos selecionados.
• História: pesquisa e produ??o de relat?rio descritivo do
hist?rico de ocupa??o/preserva??o do lugar visitado.
• Biologia: an?lise da estrutura do ecossistema ? cadeia
alimentar, biodiversidade, adapta??es biol?gicas das plan-
tas e dos animais ao ambiente.
Etapas do trabalho:
1. Realizar uma visita de estudo do meio a um parque ou a
uma reserva ecol?gica.
2. Pesquisar em atlas, enciclop?dias, livros e na internet as
caracter?sticas hist?ricas e biogeogr?ficas do lugar que
ser? visitado; levantar previamente e listar os fatores
que devem ser observados e documentados.
3. Efetuar estudo do meio para coleta de dados sobre os
diferentes elementos selecionados. Obter dados sobre
relevo, solo, clima, vegeta??o e hidrografia, caracter?sti-
cas do ecossistema, se poss?vel abordando as altera??es
promovidas ao longo da Hist?ria.
4. Produzir desenhos e fotografias de alguns desses ele-
mentos.
5. Mapear os resultados pesquisados e produzir um rela-
t?rio-s?ntese mostrando:
• os principais fatores que promoveram as mudan?as;
• a diferencia??o de ritmos e intensidade das mudan-
?as.
6. Sistematizar os dados coletados e registrados que se re-
lacionam ? quest?o-tema.
7. Apresentar o trabalho com a exposi??o do material carto-
gr?fico, do relat?rio-s?ntese e dos desenhos e fotografias.
Sugest›es bibliogr‡ficas
AB?SABER, Aziz Nacib. A Amazônia: do discurso ? pr?xis. S?o
Paulo: Edusp, 1996.
Obra densa e bem ilustrada sobre zoneamento ecol?gico,
problemas geomorfol?gicos, paleoclima, impactos am-
bientais e outros temas centrados na Amaz?nia.
______ . Os domínios de natureza no Brasil. Potencialidades
paisag?sticas. S?o Paulo: Ateli? Editorial, 2003.
Nesse livro, o autor explica as caracter?sticas e potencia-
lidades dos dom?nios naturais do territ?rio brasileiro,
analisando a paisagem como heran?a dos processos f?si-
cos e humanos.
Unidade 2
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Manual do Professor344
AYOADE, J. O. O. Introdução à climatologia para os trópicos.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991.
Obra cl?ssica que analisa os v?rios fatores e elementos
de climatologia para os tr?picos, al?m das rela??es entre
clima e agricultura e intera??es entre ser humano e clima.
BECKER, Berta. K.; STENNER, C. Um futuro para a Amaz?nia.
S?o Paulo: Oficina de Textos, 2008. (S?rie inventando o futuro).
Analisa o papel da ci?ncia e da tecnologia na forma??o
do quadro geopol?tico atual da Amaz?nia, a quest?o da
?gua e da biodiversidade, e o papel de Manaus em sua
organiza??o espacial.
BROWN. James H.; LOMOLINO, Mark V. Biogeografia. Ribei-
r?o Preto: FUNPEC, 2006.
Aborda diversos temas de Geografia f?sica e o desenvol-
vimento dos ecossistemas ao longo da hist?ria geol?gi-
ca do planeta.
CLARKE, Robin; KING, Jannet. O atlas da água. S?o Paulo:
Publifolha, 2005.
Livro muito bem ilustrado e rico em dados estat?sticos
que aborda a escassez e depend?ncia de ?gua, sua explo-
ra??o subterr?nea, o desperd?cio, a contamina??o, os
conflitos e outros temas.
CONTI, Jos? Bueno. Clima e meio ambiente. 7. ed. S?o Paulo:
Atual, 2011. (Meio ambiente).
Nesse livro, o autor explora a atmosfera, o clima nas cida-
des e no campo, suas rela??es com o ser humano e os
fen?menos clim?ticos.
DEAN, Warren. A ferro e fogo: a hist?ria e a devasta??o da Mata
Atl?ntica brasileira. S?o Paulo: Companhia das Letras, 1998.
De leitura agrad?vel, apresenta a evolu??o biogeogr?fica
da floresta e a forma como o desenvolvimento das ativi-
dades econ?micas dizimou quase toda a mata.
FERREIRA, Artur Gon?alves. Meteorologia prática. S?o Paulo:
Oficina de Textos, 2006.
Trata dos fundamentos do sensoriamento remoto, dos
sat?lites meteorol?gicos, da composi??o e das caracte-
r?sticas da atmosfera, da circula??o global, tempestades
e outros temas, com riqueza de ilustra??es e imagens
de sat?lite.
FLORENZANO, Teresa G. (Org.). Geomorfologia: conceitos e
tecnologias atuais. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2008.
Obra de refer?ncia que aborda v?rios temas de geomor-
fologia: seu desenvolvimento como ci?ncia, a aplica??o
de SIGs e novas tecnologias, tect?nica e formas de relevo,
movimentos de massa, ambientes fluviais e outros temas.
GUERRA, Antonio Jos? T.; SILVA, Antonio Soares da; BOTE-
LHO, Rosangela Garrido M. (Org.). Erosão e conservação dos
solos: conceitos, temas e aplica??es. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 1999.
Obra coletiva composta de nove cap?tulos que analisam
a morfologia e a geoqu?mica dos solos, o processo erosivo,
as vo?orocas e as t?cnicas de controle e preserva??o as-
sociadas ao planejamento ambiental.
______. CUNHA, Sandra Baptista da (Org.). Geomorfologia
e meio ambiente. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.
Livro acad?mico cujos autores abordam assuntos como
intemperismo, pedologia, geomorfologia, biogeografia,
desertifica??o, EIAs-RIMAs e degrada??o ambiental.
GIDDENS, Anthony. A política da mudança climática. Rio de
Janeiro: Zahar, 2010.
Analisa os riscos e perigos da mudan?a clim?tica, a po-
l?tica de negocia??o internacional e os mercados de
carbono.
LEPSCH, Igo F. Formação e conservação dos solos. 2. ed. S?o
Paulo: Oficina de Textos, 2010.
Livro cl?ssico que apresenta os conceitos e as fun??es do
solo, seus horizontes, seu processo de forma??o, sua clas-
sifica??o no Brasil e no mundo, al?m de abordar a eros?o
e as pr?ticas de conserva??o.
MENDON?A, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, In?s M. Climato-
logia. No??es b?sicas e climas do Brasil. S?o Paulo: Oficina
de Textos, 2007.
Analisa com profundidade a atmosfera terrestre e sua
intera??o com os elementos do clima, a circula??o e a
din?mica atmosf?rica, os tipos clim?ticos e outros temas.
Traz ilustra??es dos aspectos trabalhados.
MELLO, Neli Aparecida de; TH?RY, Herv?. Atlas do Brasil: dis-
paridades e din?micas do territ?rio. 2. ed. S?o Paulo: Edusp,
2009.
Obra que analisa a din?mica da geografia f?sica e huma-
na do Brasil. No cap?tulo 3, aborda o meio ambiente e sua
gest?o.
MILLER, G. Tyler. Ciência ambiental. S?o Paulo: Cengage
Learning, 2008.
Livro denso que analisa os problemas ambientais, ecolo-
gia e sustentabilidade, abordando v?rios aspectos de
Geografia f?sica.
OLIVEIRA, Lucimar L.; VIANELLO, Rubens L.; FERREIRA, Nelson
J. Meteorologia fundamental. Erechim: Edifapes, 2001.
Obra acad?mica que analisa com profundidade v?rios
temas de meteorologia e climatologia, como circula??o
geral da atmosfera, nebulosidade, precipita??o e ne-
voeiros, rela??es de energia na atmosfera, entre outros.
Sua leitura exige o dom?nio da linguagem matem?tica
em v?rias passagens, mas tamb?m apresenta a teoria
em texto.
PEARCE, Fred. O aquecimento global. Causas e efeitos de um
mundo mais quente. S?o Paulo: Publifolha, 2002. (S?rie Mais
Ci?ncia).
Livro de divulga??o cient?fica que mostra as causas e con-
sequ?ncias do aquecimento global. Ao final, apresenta
formas de enfrentamento do problema.
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Manual do Professor345
PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2006.
Obra que mostra toda a hist?ria geol?gica, a estrutura e
o funcionamento do planeta Terra: tect?nica, minerais e
rochas, vulcanismo, ciclo hidrol?gico, energia e recursos
minerais, quest?es ambientais e outros temas.
RIBEIRO, Wagner Costa. A ordem ambiental internacional. 2.
ed. S?o Paulo: Contexto, 2005.
Analisa a tem?tica ambiental em seus contornos inter-
nacionais e os principais tratados e confer?ncias mundiais
sobre meio ambiente e desenvolvimento.
ROMARIZ, Dora de Amarante. Biogeografia: temas e concei-
tos. S?o Paulo: Scortecci, 2008.
Analisa v?rios temas de biogeografia, relacionando vege-
ta??o e clima, relevo, altitude, solos, fatores bi?ticos e
outros. V?rios conceitos ligados ao tema s?o apresentados
na forma de dicion?rio, ao final do livro.
______. Aspectos da vegetação do Brasil. S?o Paulo: Edi??o
da autora, 1996.
Livro com fotografias e textos que descrevem as principais
caracter?sticas das forma??es vegetais do Brasil.
ROSS, Jurandyr L. Sanches (Org.). Geografia do Brasil. 6. ed.
S?o Paulo: Edusp, 2011. (Did?tica, 3).
Produzido para subsidiar professores de Ensino M?dio em
sua sele??o de conte?dos a serem abordados e divulgar
alguns aspectos da produ??o acad?mica para o ensino de
Geografia. As unidades 1, 2 e 3 tratam, respectivamente, de
fundamentos da Geografia da natureza e geomorfologia;
clima, solos e biota; sociedade industrial e ambiente.
______. Ecogeografia do Brasil. Subs?dios para planejamen-
to ambiental. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2006.
Analisa os geossistemas, a intera??o da sociedade com a
natureza, o ordenamento territorial e o zoneamento eco-
l?gico econ?mico no Brasil.
SALGADO-LABORIAU, Maria Lea. História ecológica da Terra.
2. ed. S?o Paulo: Edgard Blucher, 2001.
Apresenta as bases da paleoecologia e os principais acon-
tecimentos geol?gicos e biol?gicos ao longo da Hist?ria
geol?gica da Terra.
SUERTEGARAY, Dirce Maria Antunes (Org.). Terra: fei??es
ilustradas. Porto Alegre: UFRGS, 2008.
Dicion?rio ilustrado sobre os conceitos e as formas da su-
perf?cie terrestre, apresentando sua classifica??o baseada
na morfoestrutura e na morfoescultura.
TEIXEIRA, Wilson et al. (Orgs.). Decifrando a Terra. 2. ed. S?o
Paulo: Oficina de Textos, 2009.
Esse livro traz importantes subs?dios para o entendimen-
to dos aspectos geol?gicos e da Geografia f?sica, al?m da
apropria??o dos principais recursos minerais e energ?ticos
que a natureza oferece ? sociedade.
TUCCI, Carlos. E. M. (Org.). Hidrologia. Ci?ncia e aplica??o.
Porto Alegre: UFRGS/ABRH, 2002. (ABRH de recursos h?-
dricos, v. 4).
Obra densa que aborda os conceitos, os processos, as ca-
racter?sticas e as estruturas dos rios.
VITTE, Antonio Carlos; GUERRA, Antonio Jos? T. (Org.). Refle-
xões sobre a Geografia Física no Brasil. Rio de Janeiro: Ber-
trand Brasil, 2004.
Esse livro ? um conjunto de artigos sobre os diversos te-
mas da Geografia f?sica: clima, biogeografia, hidrografia,
solos, entre outros.
YOSHIDA, Consuelo Yatsuda M. Recursos hídricos: aspectos
?ticos, jur?dicos, econ?micos e socioambientais. Campinas:
Al?nea, 2007.
Analisa juridicamente a ?gua como um bem difuso, a
gest?o dos recursos h?dricos no Brasil, o princ?pio legal
do poluidor-pagador e a import?ncia da preserva??o
ambiental.
Comentários e respostas das atividades
Estrutura geológica
Compreendendo conteúdos
1 As rochas magm?ticas ou ?gneas formam-se a partir
do resfriamento do magma. Quando sua consolida??o
ocorre na superf?cie, elas s?o chamadas de extrusivas;
quando se d? no interior da crosta, s?o chamadas de
intrusivas. As rochas metam?rficas formam-se no in-
terior da crosta, onde n?o h? fus?o dos materiais, mas
as condi??es de elevadas temperaturas e press?o alte-
ram a estrutura molecular de rochas preexistentes,
sejam elas de origem magm?tica ou sedimentar; as
rochas sedimentares formam-se com a compacta??o
f?sica e a a??o de processos qu?micos sobre sedimentos
de origem mineral e org?nica que se acumulam em
depress?es do relevo.
2 Em sua teoria, Wegener prop?s que antigamente exis-
tia uma ?nica massa continental, que chamou de Pan-
geia. H? cerca de 200 milh?es de anos, essa massa co-
me?ou a se deslocar e a se fragmentar, dando origem
aos atuais continentes.
3 A teoria de Wegener foi confirmada na d?cada de
1960, com a descoberta das placas tect?nicas e a
Capítulo 5
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Manual do Professor346
comprova??o da deriva continental. Atualmente,
considera-se que a crosta terrestre ? constitu?da por
cerca de seis grandes placas tect?nicas e outras me-
nores, que se deslocam sobre a astenosfera. Ao se
moverem, elas podem se chocar, se afastar ou deslizar
lateralmente entre si.
4 As prov?ncias geol?gicas do planeta s?o:
• Escudos cristalinos ou maci?os antigos: forma??es mui-
to antigas (per?odos Pr?-Cambriano e Paleozoico), por-
tanto altamente desgastadas pela eros?o, apresentan-
do altitudes modestas e formas dissecadas. Sua estru-
tura ? composta de rochas cristalinas (magm?ticas ou
metam?rficas). No Brasil, o relevo resultante dessa
estrutura ? popularmente conhecido como serra.
• Bacias sedimentares: depress?es do relevo que foram,
ao longo dos s?culos, sendo preenchidas por sedimen-
tos. Sua estrutura ? constitu?da exclusivamente por
rochas sedimentares.
• Dobramentos modernos: as grandes cadeias mon-
tanhosas do planeta, formadas no per?odo Terci?rio
a partir da movimenta??o das placas tect?nicas.
5 Os escudos cristalinos e os dobramentos modernos s?o
?reas de ocorr?ncia de minerais met?licos, como ferro,
mangan?s, ouro, chumbo e cobre, ou n?o met?licos,
como granito, gesso e m?rmore. J? as bacias sedimen-
tares apresentam possibilidade de ocorr?ncia de alguns
minerais n?o met?licos, como argila, areia e calc?rio,
mas sua grande riqueza s?o as jazidas de combust?veis
f?sseis, tais como o petr?leo e o carv?o mineral.
6 A estrutura geol?gica do territ?rio brasileiro ? formada,
em sua maioria, por bacias sedimentares (64%). Os escu-
dos cristalinos correspondem a 36% do total do territ?rio,
sendo que 32% datam do per?odo Arqueozoico e 4% do
Proterozoico. Nesses terrenos, encontram-se as maiores
reservas de minerais met?licos do pa?s. Por se localizar no
meio da placa Sul-Americana, o Brasil n?o possui dobra-
mentos modernos (ou cadeias orog?nicas recentes), tendo
sido seu relevo rebaixado pela a??o dos agentes erosivos.
Desenvolvendo habilidades
7 N?o. Segundo o esquema, a extin??o dos dinossauros
ocorreu no dia 26 de dezembro, h? 65 milh?es de anos,
enquanto o primeiro membro do g?nero Homo surgiu
no dia 31 de dezembro, h? 2 milh?es de anos. A con-
viv?ncia entre seres humanos e dinossauros, muitas
vezes, ? mostrada em filmes cinematogr?ficos e an?n-
cios publicit?rios, mas esse acontecimento ? cientifi-
camente incorreto.
8 Espera-se que os alunos citem o ciclo das rochas (mag-
m?ticas, sedimentares e metam?rficas), a a??o do intem-
perismo, a movimenta??o das placas tect?nicas com os
terremotos e o vulcanismo e outras transforma??es.
9 a) Em escudos cristalinos podem ser explorados mi-
nerais met?licos, como ferro, mangan?s, cobre,
cassiterita, etc. e n?o met?licos, como granito, ar-
d?sia, argila, etc.
b) Nessa regi?o, poderiam ser implantadas ind?strias
de extra??o e processamento dos min?rios que tives-
sem sua ocorr?ncia comprovada.
10 Nesta atividade, os alunos devem expressar opini?es
sobre as consequ?ncias de uma erup??o vulc?nica num
lugar habitado, como na It?lia, e no meio do oceano.
As erup??es sempre provocam a??o construtiva no
relevo, mas quando ocorrem em lugares habitados
podem causar desastres naturais.
Estruturas e formas do relevo
Compreendendo conteúdos
1 O relevo consiste nas formas vis?veis das estruturas
do terreno, ou seja, naquilo que podemos observar
na paisagem. Essas formas ? sua fisionomia ? origi-
nam-se a partir da a??o de agentes internos (for?as
tect?nicas), assumindo as caracter?sticas atuais em
decorr?ncia da a??o dos agentes externos ou erosivos
(intemperismo).
2 A estrutura do relevo corresponde ? sua base geol?gica,
? composi??o e ? idade das rochas, ou seja, ? sua fisio-
logia, que comp?e o substrato que sustenta as formas
ou a fisionomia do relevo.
3 Planalto: relevo acidentado ou aplainado em que pre-
dominam processos erosivos.
Plan?cie: relevo relativamente plano, em que predomi-
nam processos de sedimenta??o.
Depress?o: relevos aplainados, com suave inclina??o e
mais baixos que o entorno, em que predominam pro-
cessos erosivos.
4 Plataforma continental constitui a continua??o da
estrutura geol?gica do continente abaixo do n?vel do
mar. A estrutura geol?gica continental termina no
talude, com dist?ncia vari?vel da costa. Ela apresenta
grande import?ncia econ?mica, por conter bacias
sedimentares onde se encontram jazidas de petr?leo,
como as de Campos, no Rio de Janeiro, e Santos, em
S?o Paulo, al?m de ser o local do relevo submarino
mais rico em esp?cies marinhas importantes para a
atividade pesqueira.
Desenvolvendo habilidades
5 a) Os alunos devem identificar alguma influ?ncia do
relevo sobre a organiza??o das atividades econ?micas
nas fotografias da introdu??o do cap?tulo, no lugar
onde moram ou em outro local que conhe?am, des-
Capítulo 6
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Manual do Professor347
crevendo como se deu essa influência. Eles podem
citar as atividades agrícolas, a construção de hidrelé-
tricas, o traçado das vias de transporte, a ocupação
de encostas e várzeas, etc.
b) É interessante que os alunos comparem o traçado de
rodovias e ferrovias antigas com o daquelas constru-
ídas recentemente. As antigas têm um traçado que
acompanha as formas do relevo, apresentando, nas
regiões serranas, muitas curvas, subidas e descidas,
que atualmente são suprimidas com a construção de
pontes e túneis. Embora os sistemas mais antigos
também se utilizassem de técnicas da construção
civil, o desenvolvimento de técnicas mais avançadas
aumentou muito sua densidade e extensão. Na aná-
lise do custo de construção, os alunos devem observar
que, em geral, é mais barato e fácil construir rodovias
e ferrovias em relevo plano, porque não há necessi-
dade de instalação de pontes e túneis, além de per-
mitir um traçado mais retilíneo. Porém, há casos em
que mesmo relevos planos provocam dificuldades,
como as várzeas, os pântanos e outros. Esta atividade
permite um trabalho interdisciplinar com a disciplina
de História.
6 Ao observar a imagem, os alunos podem citar a ocor-
rência de morros, praia, planície litorânea, lagoa costei-
ra e restinga.
Solos
Compreendendo conteúdos
1 O processo de formação dos solos está relacionado à ação
do intemperismo. Em regiões de clima úmido, predomi-
na a decomposição ou o intemperismo químico das ro-
chas, e os solos costumam ser mais profundos e desen-
volvidos, com horizontes bem definidos. Em regiões
áridas e semiáridas, predomina o intemperismo físico
ou a desagregação das rochas, com presença de solos
rasos e pedregosos.
2 As três etapas do desgaste de solos provocado pelo pro-
cesso erosivo são: intemperismo, transporte e sedimen-
tação. A melhor forma de combater esse desgaste é por
meio da diminuição da velocidade de escoamento su-
perficial da água.
Na agropecuária, são utilizadas algumas técnicas para a
conservação do solo, quebrando a velocidade de escoa-
mento das águas das chuvas, entre elas:
• Terraceamento: prática que consiste em fazer cortes
nas superfícies íngremes para formar degraus.
• Curvas de nível: consiste em arar o solo e depois se-
meá-lo seguindo as cotas altimétricas do relevo.
• Associação de culturas: prática que consiste em
plantar espécies, principalmente leguminosas, en-
tre fileiras de culturas que deixam parte do solo
exposto, favorecendo também o equilíbrio orgânico
do solo.
• Plantio de árvores em linha: ajuda a evitar a erosão eólica.
3 As voçorocas formam-se basicamente de duas manei-
ras: erosão descontrolada sobre sulcos formados pela
ação das águas pluviais na superfície e no subsolo, e
solapamento das camadas inferiores do solo, provocan-
do desmoronamentos e consequente aumento de ta-
manho dos sulcos. Sua formação impede o uso dos
solos para agricultura, provoca assoreamento, degrada
a paisagem e, se atingir uma rua ou estrada, impede a
circulação por ela.
4 À medida que a camada de solo vai adquirindo maior
profundidade ao longo do tempo geológico, as encostas
tendem a deslizar quando sua espessura, seu peso e sua
declividade criam as condições propícias. Esse processo
é acelerado pela ação humana quando ocorre o desma-
tamento e a ocupação das encostas, aumentando o peso
da massa solta sujeita a escorregamento. Sua ocorrên-
cia provoca destruição de casas e bens materiais, além
da possível perda de vidas humanas por soterramento.
Desenvolvendo habilidades
5 No texto, os alunos devem considerar que os solos pas-
sam por um processo muito lento de formação, portan-
to sua degradação provoca a perda de um recurso na-
tural fundamental para a manutenção das condições
ambientais – já que ele serve de suporte para a vegeta-
ção, armazena a água que forma as nascentes, garante
a manutenção da cadeia alimentar, etc. – e para o de-
senvolvimento das atividades agrícolas. O processo de
erosão provoca assoreamento de rios e represas, com-
promete a qualidade das águas subterrâneas e de su-
perfície e rompe o equilíbrio ambiental.
Climas
Dialogando com as disciplinas
1 a) Resposta pessoal. Os argumentos devem explicar o fato
de que a vegetação, embora tenha albedo menor que
o das superfícies brancas, oferece os benefícios da eva-
potranspiração, aumentando a umidade relativa do ar.
b) O conforto térmico doméstico depende da tempera-
tura do ar interno. Nas altas latitudes, em ambos os
hemisférios, o telhado branco, por restringir a absor-
ção da radiação, reduziria o aquecimento interno pela
luz solar, causando desconforto aos moradores e
exigindo o uso de aquecedores. A solução seria mais
indicada para as baixas latitudes.
Capítulo 7
Capítulo 8
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Manual do Professor348
2 a) O albedo do gelo ? maior que o da ?gua; assim, com o
seu derretimento, o albedo m?dio da calota polar deve
diminuir, provocando um aumento do calor que ela
absorve, o que deve acelerar ainda mais o derretimento.
b) A redu??o do albedo polar deve provocar redu??o no
albedo planet?rio.
3 a) O baixo calor espec?fico da areia e do asfalto com-
parado com o da ?gua explica por que os dois pri-
meiros se aquecem e resfriam rapidamente enquan-
to a ?gua tem uma varia??o de temperatura menor.
Quanto mais baixo o calor espec?fico, mais rapida-
mente se d? a troca de calor com o ambiente.
b) N?o. O albedo da areia ? maior que o do asfalto. Isso
significa que ela absorve menor quantidade da ra-
dia??o solar incidente que o asfalto. No entanto, o
calor espec?fico da areia ? menor que o do asfalto, e
a areia esquenta mais rapidamente que o asfalto.
4 Nessa atividade os alunos devem aplicar os conhecimentos
adquiridos ao longo do cap?tulo e nos textos e tabelas des-
sa atividade, que aprofundam os conceitos de albedo e
calor espec?fico. Pode-se comentar com os alunos que o
tubo com areia se aquece e resfria mais rapidamente e que
o tubo com gelo mo?do passar? por derretimento e aumen-
to da temperatura, igualando-se ao tubo que cont?m ?gua.
a) O ar no interior do tubo ser? aquecido pelo vidro e pela
radia??o (calor) emitida pelo material que ele cont?m.
b) A areia, por ter albedo menor, deve aquecer mais ra-
pidamente que o gelo, e este, mais depressa que a
?gua. A velocidade na troca de calor desses materiais
com o ar circundante e com o vidro do tubo deve obe-
decer a mesma ordem. Assim, no decorrer de minu-
tos, o term?metro do tubo com areia deve marcar
uma temperatura maior que a do tubo com gelo, e o
deste, menor que o com ?gua.
Compreendendo conteúdos
1 Tempo ? o estado moment?neo da atmosfera em um de-
terminado lugar, com suas condi??es de temperatura, umi-
dade, press?o do ar, ventos e nebulosidade, e pode variar
em intervalos de poucas horas ou instantes. Clima ? o com-
portamento m?dio do tempo em um determinado lugar
durante um per?odo longo, de pelo menos 30 anos. A cena
da tirinha da abertura retrata as condi??es do tempo.
2 Quanto maior a latitude, menores ser?o as temperatu-
ras m?dias anuais, pois maior ser? a inclina??o com que
os raios solares incidir?o sobre a superf?cie terrestre,
aumentando, consequentemente, a ?rea a ser aquecida
por uma determinada quantidade de energia. Por outro
lado, quanto menor a latitude, maiores ser?o as m?dias
t?rmicas anuais, pois menor ser? a ?rea da superf?cie a
ser aquecida pela mesma quantidade de energia.
Como a atmosfera ? aquecida pela irradia??o de calor
absorvido pela superf?cie, quanto maior a altitude, me-
nores ser?o as m?dias t?rmicas anuais, e quanto mais
nos aproximarmos do n?vel do mar, maiores ser?o as
m?dias anuais de temperatura, pois aumenta a super-
f?cie de contato da Terra com a atmosfera.
3 A a??o diferenciada das massas de ar ao longo do ano
? um dos fatores que explicam a varia??o do compor-
tamento do tempo. Por exemplo: o clima em Manaus ?
quente e ?mido no decorrer do ano porque, na regi?o,
atuam somente massas de ar quentes e ?midas (massa
Equatorial continental ? mEc ? e massa Equatorial atl?n-
tica ? mEa). J? na regi?o Sul do pa?s, o ver?o ? quente e
?mido porque, nessa esta??o, atua a massa Tropical
atl?ntica (mTa), quente e ?mida. O inverno, por sua vez,
? frio e ?mido, caracter?sticas da Massa Polar Atl?ntica
(mPa), que atua sobre a regi?o nessa ?poca do ano.
4 No Brasil, temos a atua??o de duas massas equatoriais
quentes e ?midas, uma tropical ?mida, uma tropical
seca, e uma polar, que ? ?mida na origem e perde essa
caracter?stica ao se deslocar. Dessa forma, em nosso
territ?rio, encontramos uma grande varia??o clim?tica,
com presen?a de diferentes comportamentos termo-
pluviom?tricos ao longo do ano, como destacado no
mapa da classifica??o clim?tica elaborado pelo IBGE.
Desenvolvendo habilidades
5 Porto Alegre, ao clima subtropical; Bras?lia, ao tropical
(t?pico, semi?mido ou alternadamente ?mido e seco).
6 a) Em Porto Alegre, as chuvas s?o bem distribu?das ao
longo do ano, n?o havendo esta??o marcadamente
seca; em Bras?lia, o ver?o ? quente e chuvoso, e o
inverno ? ameno e seco.
b) Porto Alegre: 1 350 mm; Bras?lia: 1 600 mm.
7 Respostas do aluno sob a orienta??o do professor.
8 Cambar? do Sul se localiza a pouco mais de 1000 metros
de altitude e na zona subtropical, o que possibilita a
forma??o de neve nos meses de inverno.
Os fenômenos climáticos
e a interferência humana
Compreendendo conteúdos
1 O El Ni?o se forma com o aquecimento das ?guas do
oceano Pac?fico, o que causa altera??o na din?mica das
massas de ar em escala planet?ria. No Brasil, esse fen?-
meno provoca a a??o de uma massa de ar quente e
?mida que corta o territ?rio no sentido noroeste-sudes-
te, desvia a massa Equatorial continental e causa seca
na regi?o do semi?rido nordestino e enchentes nas
regi?es Sul e Sudeste. Al?m disso, o fen?meno tamb?m
dificulta o deslocamento da massa Polar atl?ntica em
Capítulo 9
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Manual do Professor349
dire??o ? regi?o Sudeste, que passa a apresentar inver-
no mais quente que o habitual.
2 A invers?o t?rmica, fen?meno natural que geralmente
ocorre nas primeiras horas da manh?, consiste na inver-
s?o de camadas na atmosfera: o ar frio fica embaixo, e
o ar quente, em cima. Ao ocorrer em centros urbanos,
impede a circula??o atmosf?rica vertical e dificulta a
dispers?o do ar frio carregado de poluentes que est?
relativamente pr?ximo ao solo, o que agrava sobrema-
neira o problema da polui??o.
3 Ilha de calor ? um fen?meno t?pico das grandes metr?po-
les. Em raz?o do elevado ?ndice de edifica??es e da imper-
meabiliza??o do solo, particularmente nas zonas centrais,
ocorre maior irradia??o de calor, o que eleva as tempera-
turas m?dias. Na verdade, nas grandes cidades h? diversas
?ilhas de calor?, sempre nas ?reas mais edificadas.
O efeito estufa, de acordo com pesquisas do Painel In-
tergovernamental sobre Mudan?as Clim?ticas (IPCC) da
Organiza??o das Na??es Unidas (ONU), ? causado pela
eleva??o do ?ndice de alguns gases na atmosfera, como
o di?xido de carbono e o metano, que t?m a proprieda-
de de absorver o calor, provocando a eleva??o das tem-
peraturas m?dias do planeta.
4 A chuva normalmente ? levemente ?cida. Portanto, chuva
?cida ? aquela que tem uma eleva??o anormal de sua
acidez, como consequ?ncia do lan?amento na atmosfe-
ra de di?xido de enxofre, o qual reage com o oxig?nio e
se transforma em SO
3
. Logo em seguida, o tri?xido de
enxofre, ao reagir com a ?gua em suspens?o, transforma-
-se em ?cido sulf?rico. O di?xido de nitrog?nio, por sua
vez, ao reagir com a ?gua, transforma-se em ?cido n?tri-
co e nitroso. Esses ?cidos provocam corros?o de metais,
pinturas, monumentos, etc., al?m de acidificar lagos,
muitas vezes at? a quil?metros de dist?ncia, matando
esp?cies e desequilibrando ecossistemas.
Desenvolvendo habilidades
5 a) Tendo sido proposto pela diplomacia brasileira, o MDL
consiste em reduzir a emiss?o de poluentes atmosf?-
ricos por meio do combate ao desmatamento, da ge-
ra??o de energia por fontes que emitam menos po-
luentes, da moderniza??o dos sistemas de transporte
e da produ??o industrial, entre outras a??es. A redu??o
na emiss?o de poluentes pode ser utilizada como cr?-
ditos de carbono negoci?veis no mercado mundial.
b) O cultivo de plantas que possam ser utilizadas como
fonte de energia em substitui??o ao ?leo diesel e ao
carv?o mineral apresenta uma dupla vantagem am-
biental. Ao mesmo tempo em que essas plantas ? cana
-
-de-a??car, soja, mamona e outras ? promovem o se-
questro de carbono da atmosfera para realizar a
fotoss?ntese, seu uso como fonte de energia ? menos
poluente que a queima de combust?veis f?sseis. Ou seja,
essa substitui??o retira g?s carb?nico da atmosfera e
reduz os n?veis de emiss?o. Esta atividade permite um
trabalho interdisciplinar com a disciplina de Biologia.
6 Resposta livre dos alunos, sob a orienta??o do professor e
com argumentos que embasem um racioc?nio l?gico. Nes-
ta atividade ? importante que os alunos destaquem, se-
guindo o encaminhamento do enunciado, que a busca do
desenvolvimento sustent?vel envolve a??es individuais e
coletivas para a melhoria da qualidade de vida de todos.
Hidrografia
Compreendendo conteúdos
1 Os rios s?o abastecidos com a ?gua da chuva ou do
derretimento de neve e geleiras, tanto pela superf?cie
quanto pelo escoamento de ?gua atrav?s do subsolo.
As nascentes se formam quando o aqu?fero ou len?ol
fre?tico atinge a superf?cie.
2 As bacias hidrogr?ficas s?o constitu?das pelas verten-
tes e pela rede de rios principais, afluentes e suba-
fluentes, que formam sua rede hidrogr?fica (de dre-
nagem). Se a drenagem dirige-se ao oceano, ela ?
denominada exorreica; se a ?gua fica retida no inte-
rior do continente, por exemplo, em um lago ou de-
serto, a drenagem ? endorreica.
3 Assoreamento ? o preenchimento do leito de rios, lagos
e mares por sedimentos de qualquer natureza. Suas
principais consequ?ncias s?o o aumento das superf?cies
de inunda??o e o comprometimento da navegabilidade.
4 Os rios apresentam uma varia??o na quantidade de ?gua
em seu leito ao longo do ano, chamada de regime. O
abastecimento deles pode estar relacionado ao ?ndice de
chuvas e demais formas de precipita??o e ao derretimen-
to de neve ou geleiras (regime pluvial, nival e glacial,
respectivamente). Dessa forma, em per?odos mais chu-
vosos ou de derretimento de neve e gelo, os rios ocupam
suas v?rzeas, tamb?m chamadas de leito maior. A ocu-
pa??o humana dessas ?reas sujeitas a inunda??es agra-
va o problema das enchentes, principalmente nas cida-
des, onde grande parte dos solos ? impermeabilizada e
as ?guas escoam diretamente para a calha dos rios.
Quando se ocupa a v?rzea do rio, est? se ocupando uma
parte que ? do pr?prio rio, seu leito maior.
5 Os rios brasileiros s?o aproveitados para irriga??o agr?-
cola, produ??o de energia, transporte de cargas e pas-
sageiros, pesca, turismo e lazer.
Desenvolvendo habilidades
6 a) A responsabilidade pelo desastre compete a quem cui-
dou da constru??o e manuten??o das barragens, no
caso ? empresa Samarco, que deve responder judicial-
Capítulo 10
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Manual do Professor350
mente pelos prejuízos causados nas esferas cível (pre-
juízo material das famílias), ambiental (crime ambien-
tal) e penal (homicídio culposo, pois várias pessoas
morreram). Entretanto, o poder público falhou em sua
missão fiscalizadora e os órgãos ambientais municipais,
estaduais e federal também devem sofrer sanções, que
se restringem à esfera administrativa (responsabilização
dos funcionários e possível demissão). A eficiência e o
controle da fiscalização realizada pelo poder público
estão associados à qualidade técnica e envolvimento
profissional dos funcionários; deve-se combater a indi-
cação política para preenchimento de cargos técnicos
e combater a corrupção para que os órgãos públicos
trabalhem com seriedade e eficiência.
b) As principais perdas materiais foram: destruição das
casas e perda de todos os equipamentos domésticos
e pessoais que se encontravam em seu interior; perda
de lavouras, pastagens, animais de criação e pescado.
A indenização por perdas materiais se justifica pelo
comprometimento das fontes de trabalho e renda
que mantinham as necessidades básicas das famílias
em seu dia a dia; a indenização pelas mortes é calcu-
lada pelos valores mensais de rendimento médio dos
falecidos e sua expectativa de vida, para repor a per-
da de ingresso monetário que as famílias deixaram
de ter ao longo dos anos em que as pessoas mortas
contribuiriam para a renda familiar.
7 Ao analisar a ilustração A água que você não vê, é inte-
ressante comentar com os alunos que o consumo de
itens básicos em nosso dia a dia não significa desperdí-
cio de água e que apenas devemos nos conscientizar da
importância da manutenção da sua qualidade tanto
para o consumo humano quanto para a produção agro-
pecuária. Por exemplo, se a água de um rio poluído for
utilizada para irrigação, isso pode provocar consequên-
cias para o consumidor final.
Já o informativo que mostra o vazamento nas torneiras
deve conscientizar os alunos sobre a importância de
combate aos vazamentos e qualquer outra forma de
desperdício para evitar que haja comprometimento no
abastecimento da população. Pode-se comentar, tam-
bém, que a água que chega às nossas torneiras passou
por um processo de tratamento para torná-la potável e
isso se reflete na conta que pagamos mensalmente.
Biomas e formações vegetais:
classificação e situação atual
Compreendendo conteúdos
1 As formações vegetais ao redor do planeta apresentam fi-
sionomias diferenciadas porque seu desenvolvimento é
reflexo da associação de condições físicas dominantes –
com destaque para o clima, o relevo e o solo –, que se apre-
sentam conjugadas de forma diferente pelas regiões do
planeta. Por exemplo, em áreas quentes e úmidas, encon-
tramos densas florestas (latifoliadas e higrófilas), enquanto
em áreas secas aparecem desertos com vegetação xerófita.
2 Quando se retira a cobertura vegetal de qualquer região
do planeta, a primeira consequência negativa é a des-
truição da biodiversidade, ou seja, a destruição da fau-
na e da flora e a consequente destruição de frágeis
ecossistemas que viviam em equilíbrio. Isso é particu-
larmente grave nas florestas tropicais, que são as mais
ricas em biodiversidade e se encontram em regiões de
altos índices pluviométricos. Logo em seguida, ocorre a
erosão, quando o solo, exposto ao impacto das chuvas,
desagrega-se e é carregado pelas águas, que passam a
ter um escoamento superficial de maior velocidade. Esse
processo fatalmente empobrecerá o solo. O material
carregado pelas águas sedimenta-se no fundo de rios e
lagos, assoreando-os. Isso pode causar enchentes, na
medida em que diminui a vazão no leito dos rios.
3 As formações vegetais dos desertos estão adaptadas
à escassez de umidade, sendo, portanto, xerófitas (cac-
táceas e plantas com espinhos). Sua distribuição é
esparsa, deixando grande parte do solo exposta ao
intemperismo físico.
4 Os principais tipos de floresta são:
• floresta temperada: floresta caducifólia que aparece
em áreas de clima temperado; em clima temperado
mais frio, aparece floresta aciculifoliada relativamen-
te homogênea;
• floresta tropical: formação higrófila e latifoliada, extre-
mamente heterogênea, que apresenta grande biodi-
versidade, típica de regiões de clima quente e úmido.
5 A grande diversidade das formações vegetais brasileiras
é fruto da diferenciação encontrada nas condições físi-
cas gerais do território, especialmente em termos de
clima, relevo e solo.
6 A Política Nacional do Meio Ambiente instituiu as bases
para a criação das leis ambientais, definindo o que é
poluição, poluidor e outros fatores.
7 Espera-se que os alunos citem o combate ao desmata-
mento e a proteção ambiental.
8 Segundo o Código Florestal, as APPs são áreas que só
podem ser desmatadas com autorização do Poder Exe-
cutivo Federal e em caso de uso para utilidade pública
ou interesse social, como a construção de uma rodovia.
Desenvolvendo habilidades
9 Espera-se que os alunos citem a influência da tempera-
tura e chuva na formação da mata, a origem dos solos,
o papel das chuvas no intemperismo e a baixa porosi-
dade dos solos.
Capítulo 11
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Manual do Professor351
10 Nesta atividade, os alunos devem se dividir em dois
grupos para que cada um defenda os argumentos do
texto escolhido. ? importante que sigam o roteiro es-
tabelecido no enunciado da atividade e expressem li-
vremente suas opini?es. Por?m, espera-se que a argu-
menta??o tenha coer?ncia, ou seja, que n?o haja
contradi??o ao longo da exposi??o. Espera-se que
demonstrem preocupa??o com a fun??o social da pro-
priedade e os pilares do desenvolvimento sustent?vel:
prote??o ao meio ambiente, crescimento econ?mico
e desenvolvimento social. Esta atividade permite um
trabalho interdisciplinar com as disciplinas de Socio-
logia e Hist?ria.

As conferências em defesa
do meio ambiente
Dialogando com as disciplinas
1 A expuls?o dos ind?genas das etnias Guarani e Kaiow?
das terras em que se estabeleceram ap?s a desapro-
pria??o de suas terras origin?rias, o que gerou uma
manifesta??o pedindo a morte coletiva, em decorr?n-
cia da inseparabilidade entre seu modo de vida e a
terra em que vivem.
2 Desde o in?cio da coloniza??o, os europeus se apropria-
ram das terras ind?genas, estabelecendo suas proprie-
dades no Novo Mundo. Tal apropria??o conduziu ? ex-
puls?o dos ind?genas de suas terras origin?rias, bem
como ? sua escravid?o e, posteriormente, ? delimita??o
das reservas. Essa pr?tica estendeu-se ao longo da his-
t?ria brasileira, alternando-se os personagens: os colo-
nos europeus foram substitu?dos pelos grandes proprie-
t?rios rurais, e os conflitos permanecem, com os povos
ind?genas perdendo a posse de suas terras.
3 Resposta pessoal. Espera-se que o aluno comente a in-
separabilidade entre seu modo de vida e sua terra e a
afetividade em rela??o ao territ?rio, considerado sagra-
do por conta de sua liga??o com os ancestrais.
Nesta atividade os alunos devem praticar a interpre-
ta??o dos textos de forma a extrair suas principais
informa??es.
Ap?s selecionar as informa??es que ser?o apresentadas
na forma de artigo jornal?stico, devem ser orientados a
pesquisar novos fatos e dados, e acrescentar seus co-
ment?rios pessoais, avalia??es, concord?ncias e discor-
d?ncias com rela??o aos temas abordados.
• A reda??o do texto jornal?stico deve conter uma in-
trodu??o, explicando a origem dos problemas.
• A seguir, devem desenvolver alguns par?grafos abor-
dando os problemas atuais apresentados nos textos
juntamente com seus coment?rios pessoais.
• Finalizando o texto, devem apresentar uma conclus?o
em que abordem sugest?es de enfrentamento e re-
solu??o dos problemas apresentados.
Compreendendo conteúdos
1 Na Confer?ncia de Estocolmo, realizada em 1972 na
capital sueca, os pa?ses industrializados, que na ?poca
correspondiam predominantemente aos pa?ses desen-
volvidos, fizeram a proposta do ?crescimento zero?, ou
seja, o congelamento do crescimento econ?mico como
solu??o para evitar o aumento dos impactos ambien-
tais. Evidentemente, isso n?o era nada interessante para
os pa?ses em desenvolvimento, que recha?aram a ideia.
2 Segundo o Relat?rio da Comiss?o Mundial sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento, ?o desenvolvimento sus-
tent?vel ? aquele que atende ?s necessidades do pre-
sente sem comprometer a possibilidade de as gera??es
futuras satisfazerem suas pr?prias necessidades?.
3 A Agenda 21 ? um plano de a??o, um ambicioso pro-
grama para a implanta??o de um modelo de desen-
volvimento sustent?vel em todo o mundo durante o
s?culo XXI.
A Agenda 21 possui 40 cap?tulos, e suas recomenda??es
est?o divididas em quatro ?reas principais:
• quest?es sociais e econ?micas;
• conserva??o e manejo dos recursos visando o desen-
volvimento;
• fortalecimento do papel de grandes grupos no apoio
? Agenda 21, incluindo mulheres, crian?as e jovens,
povos ind?genas e suas comunidades, organiza??es
n?o governamentais (ONGs), autoridades locais, tra-
balhadores e sindicatos, com?rcio e ind?stria, comu-
nidade cient?fica e tecnol?gica e agricultores;
• meios de implementa??o do programa, incluindo me-
canismos e recursos financeiros, transfer?ncia de tec-
nologias ambientalmente saud?veis, promo??o da
educa??o, conscientiza??o p?blica e capacita??o, ar-
ranjos de institui??es internacionais, mecanismos e
instrumentos legais internacionais e informa??es para
o processo de tomada de decis?es.
4 Os pa?ses desenvolvidos abrigam cerca de um quinto da
popula??o mundial, mas respondem pelo consumo de
mais da metade de todos os recursos naturais (mat?rias-
-primas, energia e alimentos). Caso esse padr?o de con-
sumo fosse estendido a todos os habitantes do planeta,
a demanda por recursos e a produ??o de lixo levariam as
agress?es ambientais a patamares insustent?veis.
Desenvolvendo habilidades
As atividades desta se??o permitem um trabalho interdis-
ciplinar com a disciplina de Sociologia.
5 a) Segundo o texto, o crescimento n?o est? necessa-
riamente associado ? justi?a social, pois volta-se
Capítulo 12
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Manual do Professor352
fundamentalmente ao ac?mulo de riquezas, de for-
ma concentrada nas m?os de poucos. Por outro lado,
o desenvolvimento tamb?m est? voltado para a
gera??o de riquezas, mas com finalidade distributi-
va, buscando melhorar a qualidade de vida de toda
a popula??o, o que colabora com a melhoria da qua-
lidade socioambiental do planeta.
b) A busca de um modelo de desenvolvimento sus-
tent?vel est? voltada, entre outras a??es, ? neces-
sidade de erradica??o da pobreza e diminui??o das
desigualdades socioecon?micas entre os pa?ses e
os grupos sociais. A pobreza e as desigualdades
sociais materializam-se em condi??es prec?rias de
vida para grande parcela da popula??o, o que pro-
voca agress?es ambientais, como falta de sanea-
mento b?sico; destina??o inadequada do lixo;
ocupa??o irregular de encostas, mangues e ?reas
de preserva??o por submoradias; extrativismo pre-
dat?rio em regi?es florestadas como ?nica op??o
de rendimento; etc.
6 Os alunos devem expressar livremente suas opini?es,
mas espera-se que a argumenta??o seja coerente, isto
?, espera-se que n?o haja contradi??o ao longo da ex-
posi??o e que demonstrem preocupa??o com o comba
-
te ao consumo exagerado de bens e produtos e ao des-
perd?cio, pois al?m da mat?ria-prima extra?da direta ou
indiretamente da natureza h? o consumo de energia na
sua obten??o e nos sistemas de transportes e distribui-
??o, entre outros impactos.
? importante destacar que o desenvolvimento sustent?-
vel abarca a??es nas esferas individual e coletiva, envol-
vendo meio ambiente, sociedade e economia. Tanto de
forma individual quanto coletiva deve-se buscar econo-
mia no consumo de energia, o combate ao desperd?cio
para reduzir a gera??o de lixo e a explora??o de recursos
naturais, dar destino correto aos res?duos s?lidos e l?qui-
dos, combater as desigualdades sociais e econ?micas,
melhorar a infraestrutura de saneamento b?sico, mora-
dia e transportes coletivos, entre outras a??es que me-
lhorem as condi??es ambientais e socioecon?micas.
Vestibulares de Norte a Sul
Testes
1 B
2 D
3 A
4 B
5 C
6 D
7 E
8 A
9 E
10 C
11 F-F-V-F-V
12 C
13 B
14 B
15 A
16 12 (04 e 08 est?o corretos)
17 D
18 E
19 B
20 A
21 E
22 A
23 D
24 A
25 E
26 B
27 B
28 V-V-V-V- F
29 A soma ? 14. (02, 04 e 08 est?o corretas)
30 B
31 B
Quest›es
32 a) As rochas metam?rficas resultam da a??o do edif?-
cio geol?gico, onde as rochas de camadas superiores
exercem press?o sobre as camadas de rochas infe-
riores, alterando quimicamente rochas pr?-existen-
tes por press?o e temperatura (grau geot?rmico).
b) O carv?o mineral ? formado por altera??es a partir da
decomposi??o de vegetais resultantes de altera??es
clim?ticas em processo de soterramento. O carv?o mi-
neral pode ser classificado geologicamente a partir do
tempo de forma??o. O carv?o mais recente ? a turfa,
seguido pelo linhito, a hulha e o antracito, mais antigo.
No Brasil, o carv?o mineral ? relativamente recente,
com baixo teor calor?fico pela presen?a de cinzas.
33 a) O sudoeste da ?sia faz parte do C?rculo de Fogo do
Pac?fico, ?rea de encontro de bordas das placas tec-
t?nicas, cuja movimenta??o ? respons?vel pela in-
tensa instabilidade s?smica e vulc?nica da regi?o. As
rochas vulc?nicas d?o origem a solos muito f?rteis,
o que favorece a produ??o agr?cola e o povoamento.
b) Algumas erup??es vulc?nicas lan?am grande quanti-
dade poeira e cinzas na atomesfera, o que provoca re-
du??o na quantidade de energia solar que atinge a
superf?cie do planeta, redu??o da absor??o e irradia??o
de calor e consequente diminui??o da temperatura.
34 Os agentes internos (end?genos) s?o os formadores
do relevo e resultam das for?as tect?nicas, provenien-
tes do interior da crosta: movimento das placas tect?-
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Manual do Professor353
nicas, vulcanismo e abalos s?smicos. Os agentes exter-
nos (ex?genos) est?o associados ?s for?as erosivas
(chuva, vento, oceanos, geleiras, rios, etc.) e s?o os
modeladores do relevo.
35 a) Em relevos de declividade acentuada e sujeitos a
elevados ?ndices pluviom?tricos h? uma tend?ncia
natural ? ocorr?ncia de processo erosivo mais acen-
tuado porque as ?guas escoam pelas vertentes com
maior velocidade e, portanto, com maior capacida-
de de transportar material em suspens?o; quando
a a??o humana promove desmatamento, deixa os
solos expostos ? a??o dos agentes erosivos, inten-
sificando a ocorr?ncia de eros?o.
b) A ocupa??o desordenada de encostas por moradias
e arruamento que n?o acompanham as curvas de
n?vel torna a a??o erosiva mais intensa e aumenta
substancialmente as probabilidades de ocorr?ncia de
escorregamentos.
36 a) A perda de solos em lavouras e pastagens ? conse-
qu?ncia da eros?o.
b) Com o intemperismo das rochas e a forma??o dos
solos, as part?culas minerais e org?nicas podem ser
transportadas pelos agentes erosivos (chuva, vento,
rios, etc.). A a??o humana, ao promover o desmata-
mento, a ocupa??o de encostas e outras interven??es,
acelera e intensifica o processo erosivo.
37 O corte que identifica o perfil topogr?fico ? o 3-4. Entre as
principais caracter?sticas geogr?ficas destacam-se o rele-
vo plano e as inunda??es peri?dicas no Pantanal, o relevo
plano com presen?a de chapadas em clima tropical, diver-
sos divisores de ?guas no Planalto Central (bacias Platina,
Amaz?nica e S?o Francisco) e a presen?a da depress?o
sertaneja com clima semi?rido no interior da Bahia.
38 A Corrente do Golfo ? quente porque se forma no mar
do Caribe, uma regi?o de clima tropical e com elevadas
temperaturas na atmosfera e no oceano. Quando atin-
ge a Europa ocidental, em latitudes mais elevadas, ela
aquece a atmosfera e ameniza os rigores do inverno; j?
Montreal e Nova York sofrem a??o da corrente mar?tima
fria do Labrador, o que acentua a queda das tempera-
turas nos meses de inverno.
39 a) Os principais elementos que comp?em o clima s?o:
temperatura, umidade e press?o atmosf?rica.
b) Os principais fatores modificadores do clima s?o:
altitude, latitude, albedo, massas de ar, correntes
mar?timas, relevo, vegeta??o e continentalidade e
maritimidade, al?m da a??o humana.
40 a) Nos anos de ocorr?ncia do El Ni?o h? eleva??o na
temperatura das ?guas superficiais do oceano Pa-
c?fico. O fen?meno tem esse nome em homenagem
ao menino Jesus, porque o aquecimento das ?guas
sempre se inicia nos meses de dezembro.
b) O aquecimento das ?guas superficiais provoca redu-
??o na ressurg?ncia, que corrresponde ? eleva??o de
?guas profundas e ricas em nutrientes em dire??o ?
superf?cie. Com a redu??o na disponibilidade de nu-
trientes que atraem cardumes de peixes e outros
animais marinhos, h? redu??o no volume de pescado
dispon?vel, o que prejudica a atividade pesqueira,
importante fonte de renda na regi?o. No nordeste
brasileiro agrava-se muito a intensidade das secas
porque as massas de ar ?midas provenientes da Ama-
z?nia s?o desviadas para a regi?o Sul.
41 a) Ilha de Calor.
b) Nas regi?es centrais das grandes cidades h? intensa
impermeabiliza??o dos solos, adensamento de edi-
f?cios e emiss?o de gases na atmosfera, fatores que
provocam aumento das temperaturas.
c) Aumento nas ?reas verdes, incentivo ao uso de trans-
porte coletivo e legisla??o que iniba o adensamento
de pr?dios.
42 Bacia hidrogr?fica ? uma ?rea delimitada por divisores de
?guas, por onde converge toda ?gua das chuvas que escoa
pelas vertentes, que s?o as encostas do terreno. Nos fun-
dos dos vales se localizam os rios principais, com seus
afluentes e subafluentes, que formam a rede de drena-
gem. Os rios se deslocam do alto curso (montante) em
dire??o ? foz (no baixo curso ou jusante); quando correm
em relevos planos os rios formam curvas ou meandros.
Regime ? a varia??o do n?vel de suas ?guas, associado aos
per?odos de cheias, quando h? ocupa??o das v?rzeas, e
?s vazantes. A bacia hidrogr?fica ? utilizada como recorte
espacial para diagn?sticos ambientais porque forma uma
unidade em cujo interior h? interliga??o entre a din?mica
das ?guas, dos solos e dos ecossistemas.
43 a) A ?gua das chuvas chega aos rios atrav?s de duas
formas de escoamento: o superficial e o que infiltra
no solo e chega aos rios pelo subsolo, quando o len-
?ol fre?tico est? acima de seu leito.
b) A impermeabiliza??o dos solos por constru??es, o as-
faltamento de ruas e a instala??o de cal?adas cimen-
tadas reduzem a infiltra??o de ?gua e aumentam o
volume de escoamento superficial, colaborando para
causar enchentes em per?odos de chuvas elevadas.
44 a) As florestas equatoriais s?o perenes e latifoliadas,
associadas ao clima quente e ?mido e com vegeta-
??o de porte variado.
b) A vegeta??o da caatinga ? xer?fita e caducif?lia, com-
posta por arbustos, cact?ceas e vegeta??o rasteira.
c) Temperatura e umidade. Associado a outros fatores,
como solo e relevo, cada tipo clim?tico d? origem a
diferentes tipos de cobertura vegetal.
d) Eros?o dos solos, assoreamento dos rios, extin??o de
nascentes, redu??o da umidade relativa do ar.
45 a) Atualmente as queimadas s?o monitoradas por ma-
pas produzidos a partir de imagens de sat?lites que
permitem a??o mais eficaz na preven??o, combate
e fiscaliza??o.
b) Entre as latitudes 5? e 15? sul e as longitudes 45? e
50? oeste est?o localizados o norte de Goi?s, Tocan-
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Manual do Professor354
tins, sul do Maranh?o, oeste da Bahia, sudoeste do
Piau? e sudeste do Par?. Nessas localidades as quei-
madas atingem o Cerrado e a Floresta Amaz?nica.
c) As queimadas (e os desmatamentos) resultam prin-
cipalmente da expans?o das fronteiras agr?colas,
com predom?nio de pastagens, cultivo de gr?os e
agricultura de subsist?ncia.
46 Sustentabilidade ou desenvolvimento sustent?vel est?
associado ? busca do crescimento econ?mico com  jus-
ti?a social e preserva??o ambiental, para garantir as
necessidades da gera??o atual sem comprometer a
qualidade de vida das futuras gera??es.
Principalmente a partir da d?cada de 1950 as agress?es
ambientais atingiram escala global. Portanto, a prote??o ao
meio ambiente exige estrat?gias que envolvam as na??es
do mundo inteiro. Qualquer a??o pol?tica deve atingir es-
truturas pol?ticas, sociais, econ?micas e ambientais muito
diferenciadas, o que provoca intensos debates sobre o tema.
47 A Agenda 21 ? um plano de implementa??o de a??es
voltadas ? busca do desenvolvimento sustent?vel. Por-
tanto, busca o crescimento econ?mico, a justi?a social
e a preserva??o ambiental.
Caiu no Enem
1 E
2 A
3 A
4 E
5 A
6 A
7 A
8 D
9 D
10 D
11 C
12 D
13 D
14 A
15 D
16 D
17 D
Mudanças [climáticas] ocorridas nos tempos históricos
A mais importante consequ?ncia para o clima resul-
tante da a??o humana ? a mudan?a nos processos de
absor??o e reflex?o dos raios solares, desequilibrando o
balan?o da energia nas baixas camadas, al?m de influir
na for?a e na dire??o dos ventos de superf?cie e nos valo-
res da umidade relativa no regime de chuvas.
A elimina??o da cobertura vegetal diminui a capaci-
dade de reten??o de energia solar pela superf?cie e inibe
a forma??o de fluxos de ar ascendentes, chamados ?cor-
rentes t?rmicas?. A estabilidade atmosf?rica tende a se
acentuar, diminuindo a possibilidade de forma??o de nu-
vens produtoras de chuvas. Al?m disso, decresce a quan-
tidade de p?lens em suspens?o no ar, e a presen?a dessas
micropart?culas (chamadas ?n?cleos biog?nicos?) ? im-
portante para estimular a condensa??o e a nebulosidade.
A derrubada de florestas pode, portanto, concorrer para
tornar menor a incid?ncia de chuvas em escala local.
A expans?o das atividades industriais resultou no
aumento descontrolado das ?reas urbanas, cuja conse-
qu?ncia principal foi o surgimento do ?clima urbano?,
caracterizado pelas ?ilhas de calor?, bem conhecidas em
todas as ?reas metropolitanas do mundo. Em nosso pa?s,
o exemplo mais bem estudado ? o da cidade de S?o Pau-
lo, cuja temperatura m?dia, em 1920, era de 17,7 ?C e hoje
est? em torno de 19 ?C.
O lan?amento de consider?veis volumes de res?duos
industriais na atmosfera forma ?plumas? de polui??o
que ir?o bloquear, junto ? superf?cie, o calor resultante
da radia??o infravermelha (ondas longas), produzindo
eleva??o da temperatura.
Desde o in?cio da d?cada de [19]70, os sat?lites meteo-
rol?gicos v?m documentando a presen?a de uma gigan-
tesca mancha escura sobre o Atl?ntico Norte, entre os
Estados Unidos e a Europa ocidental, onde se localizam
importantes complexos industriais.
Paralelamente, h? o perigo da desintegra??o da ca-
mada de oz?nio, que se situa entre 30 e 50 quil?me-
tros de altura e desempenha o papel de capa protetora
da Terra contra a radia??o ultravioleta do Sol (ondas
curtas). Isso estaria ocorrendo em virtude do consumo
em larga escala de um produto qu?mico denominado
clorofluorcarbono (CFC), gerado principalmente pela
ind?stria de refrigeradores e de sprays. Essa subst?n-
cia eleva-se no ar e destr?i a camada de oz?nio, pondo
em risco toda a biosfera, em virtude do car?ter letal da
radia??o ultravioleta.
Nem todas as pesquisas, por?m, comprovam o aque-
cimento progressivo da atmosfera. H? estudos que
apontam para resultados inversos, ou seja, que a Ter-
ra estaria outra vez se esfriando, a partir da d?cada de
[19]40-[19]50, com novo avan?o das geleiras, ao mesmo
tempo que os totais de chuvas estariam variando de
maneira n?o uniforme nos v?rios pontos do globo. Da
mesma forma que os desertos se expandem em alguns
pontos e sofrem recuos em outros.
A pr?pria destrui??o da camada de oz?nio tem sido
objeto de pol?mica na comunidade cient?fica, sobretu-
do quanto ? sua intensidade e ? localiza??o dos maio-
res danos.
Textos de apoio
1
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Manual do Professor355
As mudan?as clim?ticas v?m sendo observadas
com aten??o, pois podem afetar de forma importan-
te a vida econ?mica, como, por exemplo, as atividades
agr?colas, a gera??o de energia em grande escala e, de
forma indireta, todo o setor produtivo. As caracter?sti-
cas da economia, principalmente sua distribui??o es-
pacial, dependem, em grande parte, do perfil clim?tico
do globo e de sua estabilidade.
CONTI, Jos? Bueno; FURLAN, Sueli Angelo.
Geoecologia: o clima, os solos e a biota. In: ROSS, Jurandyr L.
Sanches (Org.). Geografia do Brasil. 4. ed.
S?o Paulo: Edusp, 2001. p. 82-83. (Did?tica, 3).
Agentes de erosão
Conjunto de for?as que contribuem para o desenvol-
vimento da eros?o do relevo (destrui??o e sedimenta??o
ou constru??o de novas formas). Os agentes de eros?o s?o,
na sua maior parte, de origem clim?tica, podendo derivar
direta ou indiretamente da a??o do clima. Entre os fatores
que derivam diretamente da a??o do clima, temos: varia-
??es de temperatura, insola??o, varia??es de umidade,
altern?ncia do gelo e degelo, chuvas, ventos, fen?menos
el?tricos. Entre os fatores que derivam indiretamente do
clima, temos: o len?ol-d??gua de escoamento superficial,
os rios, as correntes marinhas e vagas. Al?m desses diver-
sos fatores, podemos citar os de ordem biol?gica, como os
vegetais, os animais e os homens (vide eros?o).
As eleva??es que existem na crosta terrestre est?o
sendo constantemente trabalhadas pela eros?o, que
reduz progressivamente a altitude das montanhas,
colinas, morros, etc. Progressivamente, todas as eleva-
??es s?o reduzidas a um n?vel baixo bem pr?ximo do
n?vel do mar (peneplanos nos climas temperados). Os
elementos respons?veis por essa a??o de destrui??o
s?o chamados agentes de eros?o.
Existem, no entanto, outras for?as que, de tempos em
tempos, elevam certas por??es da crosta, constituindo as
montanhas, os planaltos ou as superf?cies de arrasamen-
to. Assim sendo, o relevo n?o desaparece completamen-
te, persistindo sobre os continentes, em algumas regi?es,
cadeias montanhosas.
GUERRA, Ant?nio Teixeira. Novo dicionário geológico-
-geomorfológico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. p. 17-18.
As macroformas estruturais
As macroformas estruturais do relevo terrestre est?o
representadas pelas plataformas ou cr?tons, pelas ca-
deias orog?nicas e pelas bacias sedimentares.
1. As plataformas ou cr?tons quase sempre se mos-
tram com relevos muito rebaixados por diversas e
longas fases erosivas. S?o terrenos que guardam ca-
racter?sticas de baixos planaltos ou ainda assumem
aspectos de depress?es posicionadas ?s margens
de bacias sedimentares ou dos cintur?es de cadeias
orog?nicas antigas.
Os grandes dom?nios estruturais da Terra est?o as-
sim distribu?dos: no continente americano apare-
cem o escudo das Guianas, o Brasileiro e o Canaden-
se; no continente africano, o Saariano; na Europa, o
Russo-Fenors?ndico; na ?sia, o Siberiano, o Chin?s e
o Indiano; e na Austr?lia, o escudo Australiano.
No territ?rio brasileiro, o escudo das Guianas ? ca-
racterizado preferencialmente por rochas meta-
m?rficas muito antigas do Pr?-Cambriano M?dio a
Inferior, ocorrendo ainda rochas intrusivas e vulc?-
nicas bastante velhas, e alguns trechos apresentam
coberturas sedimentares antigas.
O mesmo ocorre com a plataforma sul-amaz?nica
e o S?o Francisco, que recebem a denomina??o de
Escudo Brasileiro. Ambas correspondem a terrenos
relativamente baixos (400-600 m), ocorrendo algu-
mas ?reas com coberturas sedimentares residuais,
como a chapada do Cachimbo e o planalto dos Pa-
recis. Observando-se a tabela [?Escala geol?gica do
tempo?, dispon?vel no infogr?fico da p?gina 105 do
livro do aluno] [?] das eras geol?gicas da Terra, veri-
fica-se que as plataformas ou cr?tons enquadram-
-se na era Pr?-Cambriana, cujas idades est?o entre
900 milh?es e 4,5 bilh?es de anos, caracterizando-
-se por serem os terrenos mais trabalhados pelos
processos erosivos e tamb?m os mais est?veis do
ponto de vista tect?nico.
2. As bacias sedimentares constituem outra estru-
tura de grande representatividade territorial ao
longo dos continentes. Essas bacias s?o formadas
por espessos pacotes de rochas sedimentares que
chegam a ultrapassar 5000 m. Bacias sedimentares
como as do Colorado e do Mississ?pi-Missouri, nos
Estados Unidos, as do Tchad, Congo e Zambese, na
?frica, a do Centro-Norte da Europa, a do Centro-Sul
da Austr?lia, a Amaz?nica, a do Parna?ba e a do Pa-
ran?, na Am?rica do Sul, s?o exemplos de grandes
bacias cujas origens e idades s?o posteriores ao Pr?-
-Cambriano. S?o chamadas de bacias fanerozoicas,
ou seja, que se formaram ao longo do Paleozoico, do
Mesozoico e do Cenozoico, atrav?s de diferentes fa-
ses de deposi??o marinha, glacial ou continental.
As bacias sedimentares recobrem parcialmente as
?reas crat?nicas ou de plataformas, ocupando 75%
da superf?cie emersa da Terra, embora em volume as
rochas sedimentares sejam bem menos representa-
tivas do que as ?gneas e metam?rficas.
3. As cadeias orog?nicas ou cintur?es orog?nicos cor-
respondem aos terrenos mais elevados da super-
f?cie terrestre. S?o ?reas de grande complexidade
rochosa e estrutural, geradas por efeito de dobra-
mentos acompanhados de intrus?es, vulcanismo,
abalos s?smicos e falhamentos. Correspondem
aos terrenos mais inst?veis, nos quais prevalece
forte atividade tect?nica. As cadeias orog?nicas
encontram-se preferencialmente nas bordas dos
2
3
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Manual do Professor356
continentes, nos limites com os oceanos Pac?fico e
?ndico e no mar Mediterr?neo. As cadeias orog?ni-
cas que mais se destacam s?o os Andes, na Am?rica
do Sul; as Montanhas Rochosas/Serra Nevada, na
Am?rica do Norte; os Pirineus e os Alpes, na Eu-
ropa; os C?rpatos/C?ucaso/Himalaia na ?sia; e os
montes Atlas, no norte da ?frica.
As cadeias orog?nicas s?o os terrenos mais recentes
produzidos pela tect?nica. Suas idades est?o entre
o fim do Mesozoico e o Cenozoico, sendo que sua
g?nese est? relacionada com a tect?nica de placas.
Os processos de gera??o das cadeias orog?nicas
sempre ocorrem na superf?cie terrestre, ? seme-
lhan?a do que acontece com a forma??o das bacias
sedimentares. As sucessivas movimenta??es das
placas tect?nicas, ciclos erosivos pelos quais a cros-
ta terrestre passou ao longo de sua hist?ria, fizeram
surgir e desaparecer bacias sedimentares e cadeias
montanhosas e at? mesmo mudar a configura??o
geogr?fica dos continentes e oceanos. No Brasil, h?
registros da exist?ncia de antigas bacias sedimen-
tares pr?-cambrianas, que encobriam parcialmente
as ?reas crat?nicas, e de cadeias orog?nicas antigas
(Pr?-Cambriano), como o Espinha?o, em Minas Ge-
rais; o cintur?o orog?nico de Bras?lia (Goi?s-Minas)
e o cintur?o orog?nico Paraguai-Araguaia (Mato
Grosso-Goi?s). Nesses cintur?es orog?nicos, o relevo
brasileiro ? serrano, de grande complexidade litol?-
gica e estrutural.
ROSS, Jurandyr L. S. (Org.). Os fundamentos da Geografia
da natureza. In: Geografia do Brasil. 4. ed.
S?o Paulo: Edusp, 2001. p. 33-35. (Did?tica, 3).
Vale fluvial
A din?mica inter-rela??o que existe entre as encos-
tas e os vales fluviais, incluindo a calha do rio, permite
constantes trocas de causa e efeito entre esses elemen-
tos da bacia hidrogr?fica. Assim, mudan?as do uso do
solo, nas encostas, influenciam os processos erosivos
que poder?o promover a altera??o na din?mica flu-
vial. Por exemplo, o desmatamento ou o crescimento
da ?rea urbana nas encostas reduz a capacidade de
infiltra??o, aumenta o escoamento superficial, promo-
vendo a eros?o h?drica nas encostas, e fornece maior
volume de sedimentos para a calha fluvial, o que pode
resultar no assoreamento do leito e enchentes na pla-
n?cie de inunda??o. Da mesma forma, altera??es no
comportamento natural dos canais fluviais influen-
ciam os processos que se registram nas encostas.
Obras de acentuado entalhe e aprofundamento dos
leitos, no sentido de reduzir a ocorr?ncia de enchentes,
s?o exemplos que alteram o n?vel de base local, geram
a retomada erosiva nas encostas e a consequente for-
ma??o de ravinas e vo?orocas.
O vale fluvial ? uma depress?o alongada (longitudinal)
constitu?da por um ou mais talvegues e duas vertentes com
sistemas de declive convergente. Pode ser conceituado, tam-
b?m, como plan?cie ? beira do rio ou v?rzea (Guerra, 1993).
O perfil longitudinal do vale difere do perfil do rio
porque o primeiro depende do gradiente da plan?cie. Em
decorr?ncia, as formas do vale, com se??es transversais
em U ou V, resultam da intera??o do clima, relevo, tipo de
rocha e estrutura geol?gica.
O rio, com seu talvegue, controla os processos de
forma??o do vale, embora a sua influ?ncia direta seja
restrita ? calha e ? plan?cie de inunda??o. Entretanto,
quando o leito contorna as paredes do vale, erodindo a
base das eleva??es, os rios reativam os processos das en-
costas. Entre eles o escoamento em len?ol (sheet wash),
rastejamento (creep), e soliflux?o (solifluction) s?o os
mais importantes, considerando que movimentos r?pi-
dos como queda de blocos (rockfalls), deslizamento de
terras (landslides) e fluxos de lama (mudflows) s?o mais
raros. Em s?ntese, o vale resulta da a??o conjunta da
incis?o fluvial (I) e da denuda??o do declive da encosta
(D). Por essa raz?o, a forma do perfil transversal do vale
depende, essencialmente, da raz?o I/D.
GUERRA, Antonio Jos? Teixeira; CUNHA, Sandra Baptista da
(Org.). Geomorfologia e meio ambiente.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. p. 361-362.
O conceito de ambiente
O substantivo ?ambiente? e o adjetivo ?ambiental?
v?m sendo empregados de forma generalizada e ampla
nas lides cient?ficas e jornal?sticas, expressando varieda-
de de facetas em seus significados. Muitas vezes, h? inco-
er?ncias e erros grosseiros em sua aplica??o.
O termo ?ambiente? possibilita ser aplicado em ques-
t?es que oscilam desde a escala de grandeza mundial at?
a microescala pontual. Pode-se falar do ambiente terres-
tre, dos ambientes continentais, dos ambientes oce?ni-
cos, dos ambientes lacustres, dos ambientes das plantas,
dos animais e dos homens, do ambiente de trabalho, do
ambiente social, do cultural, etc. A palavra ? a mesma,
mas diferentes s?o os significados e a expressividade do
fen?meno mencionado. Comumente tamb?m se fala do
ambiente familiar e do ambiente de oportunidades.
Para o contexto da problem?tica ambiental h? necessi-
dade de utilizar conceitos definidos de modo mais preciso,
com enunciados que permitam a operacionaliza??o atrav?s
do uso de procedimentos anal?ticos e crit?rios de avalia??o.
Para essa finalidade, duas perspectivas podem ser lembra-
das. A primeira tem signific?ncia biol?gica e social e valor
antropoc?ntrico, focalizando o contexto e as circunst?ncias
que envolvem o ser vivo, sendo o ambiente definido como
?as condi??es, circunst?ncias e influ?ncias sob as quais
existe uma organiza??o ou um sistema. Pode ser afetado ou
descrito pelos aspectos f?sicos, qu?micos e biol?gicos, tanto
naturais como constru?dos pelo homem. O ambiente ? co-
mumente usado para referir-se ?s circunst?ncias nas quais
vive o homem? (Brackley, 1988). A segunda perspectiva
considera a funcionalidade interativa da geosfera-biosfera,
4
5
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Manual do Professor357
focalizando a exist?ncia de unidades de organiza??o englo-
bando os elementos f?sicos (abi?ticos) e bi?ticos que com-
p?em o meio ambiente, elaboradas mesmo sem a presen?a
e a??o do ser humano. S?o as unidades que comp?em as
caracter?sticas paisagens da superf?cie terrestre. Dessa ma-
neira, o termo ?meio ambiente? ? usado como representan-
do o conjunto dos componentes da geosfera-biosfera.
Quando se deseja analisar as quest?es ambientais, as
mudan?as nas escalas espaciais do globo, regional e local,
incluindo as dimens?es da presen?a e atividades huma-
nas, a segunda concep??o surge como a mais adequada.
Os temas e as propostas relacionados com a Confer?ncia
Internacional do Meio Ambiente, realizada no Rio de Ja-
neiro, a Eco-92, enquadram-se nessa perspectiva.
Para melhor compreender as unidades de organiza??o
do meio ambiente, torna-se necess?rio distinguir as no??es
de ecossistemas e geossistemas. O ecossistema, conforme
Howard Odum, ? constitu?do por ?qualquer unidade que
inclui a totalidade dos organismos em uma determinada
?rea interagindo com o meio ambiente f?sico, de modo que
um fluxo de energia promove a permuta de materiais entre
os componentes vivos e abi?ticos?. Nessa cadeia de intera-
??o com a relev?ncia biol?gica, podem-se analisar o fluxo
de energia, o fluxo de nutrientes, a produtividade, a din?mi-
ca da popula??o, a sucess?o, a biodiversidade, a estabilidade
e o grau de modifica??es. ? o campo de a??o da ecologia, que
pode ser trabalhada, por exemplo, como ecologia das plan-
tas, ecologia dos animais e ecologia humana.
Os geossistemas, tamb?m designados como sistemas
ambientais f?sicos, representam a organiza??o espacial
resultante da intera??o dos elementos f?sicos e biol?gi-
cos da natureza (clima, topografia, geologia, ?guas, ve-
geta??o, animais, solos). ? o campo de a??o da geogra-
fia f?sica. Os sistemas ambientais f?sicos possuem uma
express?o espacial na superf?cie terrestre, funcionando
atrav?s da intera??o areal dos fluxos de mat?ria e ener-
gia entre os seus componentes. Assim, os ecossistemas
locais s?o integrados nessa organiza??o mais abrangen-
te e de maior complexidade hier?rquica.
Dessa maneira, a natureza organiza-se e alcan?a um
equil?brio no n?vel dos ecossistemas e geossistemas, que
se expressam na composi??o fision?mica da superf?cie
terrestre. Por meio da ocupa??o e do estabelecimento das
suas atividades, os seres humanos v?o usufruindo desse
potencial e modificando os aspectos do meio ambiente, in-
serindo-se como agentes que influenciam nas caracter?sti-
cas visuais e nos fluxos de mat?ria e energia, modificando
o ?equil?brio natural? dos ecossistemas e geossistemas.
Para avaliar a intensidade da a??o humana na modifica-
??o do meio ambiente, ao longo dos s?culos, penetra-se
no estudo dos impactos ambientais, que t?m origem e s?o
causados pelas atividades socioecon?micas.
CHRISTOFOLETTI, Antonio. Meio ambiente e urbaniza??o no
mundo tropical. In: SOUZA, Maria Ad?lia A. de; SANTOS, Milton;
SCARLATO, Francisco C.; ARROYO, M. (Org.). O novo mapa do mundo
? natureza e sociedade de hoje: uma leitura geogr?fica. S?o Paulo:
Hucitec/Anpur, 1997. p. 127-129.
Alterações ecológicas em um rio que se transforma em lago
? primeira vista, n?o parece que o simples represa-
mento de um rio possa influir na sua qualidade, a ponto
de alterar sua composi??o qu?mica, sua flora e sua fauna.
Mas influi, e muito!
A presen?a de uma barragem constitui um obst?culo
ao escoamento normal das ?guas, provocando o enchi-
mento do vale no qual se localiza o rio, at? seu transborda-
mento sobre a pr?pria barragem, ou melhor, por uma par-
te em que sua crista ? mais baixa, chamada vertedouro.
Essa inunda??o do vale, formando um lago ? ou represa,
que ? o nome dado a um lago artificial ?, tem dois efeitos
principais: o primeiro, de reduzir muito a velocidade de es-
coamento das ?guas, uma vez que a mesma vaz?o que an-
tes corria por um estreito leito de rio passa, agora, a correr
por uma se??o muito mais larga do vale. O segundo efeito
decorre da pr?pria inunda??o de ?reas que antes eram
terra firme, de modo que a ?gua toma um contato muito
maior com os solos (fica mais espalhada), com vegeta??o
terrestre e com outros elementos que ficam submersos.
A primeira consequ?ncia dessa redu??o de velocida-
de ? a precipita??o de materiais que normalmente s?o
trazidos em suspens?o pelo rio. Dependendo da sua ve-
locidade, um rio pode transportar argila (que ? o mate-
rial terroso mais fino, dif?cil de ser sedimentado, isto ?,
precipitar-se no fundo), silte (um pouco mais pesado) ou
at? areias finas. Rios de grande velocidade arrastam ou
fazem rolar at? grossos gr?os de areia e mesmo seixos.
Na represa, esses materiais ? principalmente os siltes
e tamb?m mat?rias org?nicas ? s?o depositados no lei-
to, formando camadas de lodo, um material fino que s?
existe no fundo de lagos ou de rios de plan?cie, de muito
baixa velocidade. Ao mesmo tempo, por causa dessa se-
dimenta??o, as ?guas, que antes eram turvas, tornam-se
muito mais transparentes.
A transpar?ncia das ?guas permite maior penetra??o
de radia??es solares, facilitando a fotoss?ntese e aumen-
tando a temperatura das ?guas, transformando o lago em
um armazenador tamb?m de energia t?rmica. A pr?pria
redu??o da velocidade, associada ? presen?a de maiores
quantidades de materiais nutrientes ou fertilizantes que
v?m do maior contato das ?guas com o solo, e a presen-
?a de calor e luz permitem, finalmente, que o lago seja a
sede de uma atividade fotossint?tica muito maior que a
do rio primitivo. De armazenador de calor, o lago passa,
pois, a constituir um armazenador de energia qu?mica,
na forma de plantas aqu?ticas, algas e animais microsc?-
picos, crust?ceos, peixes, r?s, jacar?s, aves aqu?ticas. Mas
o excesso de armazenamento de energia qu?mica em um
espa?o limitado pode ser tamb?m nocivo, por causar de-
sequil?brios ecol?gicos! Ele ? chamado polui??o.
A polui??o ? com uma denomina??o mais particular
de eutrofiza??o ? resulta, pois, principalmente do exces-
so de nutrientes que se dissolveram na ?gua a partir do
solo inundado, associado a maior penetra??o de luz e
calor. Esses nutrientes podem estar depositados no solo,
na forma de adubos usados na agricultura, ou resultar
da decomposi??o de relvas, arbustos e ?rvores que ficam
afogados com a inunda??o. A intensa atividade fotos-
sint?tica que ocorre em consequ?ncia da eutrofiza??o
provoca enormes altera??es das caracter?sticas ambien-
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Manual do Professor358
tais aqu?ticas, reduzindo a acidez da ?gua por excessivo
consumo de g?s carb?nico, aumentando novamente sua
turbidez pela forma??o de milh?es de micro-organismos
em suspens?o e, finalmente, reduzindo a quantidade de
oxig?nio da ?gua, quando essa enorme massa de algas
come?ar a morrer e entrar em processo de decomposi??o.
Por todas essas raz?es ? que se torna muit?ssimo im-
portante, antes da constru??o de uma barragem, estudar-
-se detalhadamente a ?rea de solos que vai ser inundada.
Grandes represas constru?das na regi?o Amaz?nica, em
que n?o se teve o cuidado de remover previamente a
vegeta??o existente, como Tucuru?, Balbina, Curu?-Una
ou Brokopondo, no Suriname, transformaram-se em ver-
dadeiros p?ntanos, cheios de mat?ria em decomposi??o,
sem oxig?nio e desprendendo odores f?tidos devido ?
forma??o de g?s sulf?drico e outros t?xicos.
Adaptado de: BRANCO, Samuel Murgel. Energia e meio ambiente.
S?o Paulo: Moderna, 1991. p. 72-73.
Amazônia como grande exportadora de água?
Sabemos que a Amaz?nia concentra uma enorme
quantidade de ?gua doce. Mas qual ? o significado pol?ti-
co e econ?mico desse recurso?
O com?rcio internacional de ?gua doce existe no
mundo, mas em pequena escala, geralmente para o aten-
dimento de pequenas na??es insulares da Oceania e do
Caribe. A Turquia, pot?ncia hidrol?gica do Oriente M?-
dio, vende ?gua para a ilha de Chipre. Esse mesmo pa?s
assinou, em 2004, um grande acordo com Israel para o
fornecimento de 50 milh?es de metros c?bicos anuais
por um per?odo de 20 anos. O acordo envolvia a troca da
?gua turca por armas israelenses. O governo da Turquia
investiu na constru??o de uma esta??o de tratamento
pr?ximo ? foz do rio Manavgat, no mar Mediterr?neo,
de onde a ?gua seria captada e embarcada para Israel
em navios-tanque de grande porte. Entretanto, depois
de tentar equacionar financeiramente o neg?cio, o acor-
do foi desfeito em 2006, pois os custos do transporte de
?gua em navios-tanque se mostravam invi?veis.
Esse exemplo ilustra bem o valor que a ?gua pode
ter no mercado internacional, mas tamb?m ilustra as
dificuldades operacionais de seu com?rcio. Entretanto,
novas tecnologias est?o em desenvolvimento e devem
facilitar tecnicamente o transporte de ?gua.
[?]
Mas existe outra forma de com?rcio de ?gua. A agri-
cultura consome 70% da ?gua doce do mundo e os produ-
tos agr?colas s?o negociados globalmente. N?o ? poss?vel
entender o uso e o com?rcio de ?gua sem avaliar o tr?nsi-
to internacional de alimentos e outros produtos relacio-
nados a atividades agr?colas, como os t?xteis (Hoekstra,
2003). Ou seja, apesar de o com?rcio mundial de ?gua
doce ser pouco significativo, o com?rcio indireto de ?gua
? bastante intenso. O Instituto para Educa??o da ?gua,
ligado ? Unesco, calcula que 1040 km
3
/ano de ?gua foram
necess?rios para a produ??o dos itens comercializados
no mercado internacional entre 1995 e 1999. Essa ?gua
contida nos produtos, n?o de fato, mas que foi utilizada
na produ??o destes, pode ser chamada de ??gua virtual?
(Hoekstra, 2003), [?].
[?] a carne, especialmente a bovina, cont?m grande
quantidade de ?gua virtual. Entre os produtos da lavoura
apresentados, a soja ? a maior consumidora de ?gua. Jus-
tamente esses dois produtos tiveram um enorme cresci-
mento da produ??o na Amaz?nia.
[?]
Este movimento embute riscos e oportunidades so-
cioambientais. O grande desafio ? como gerir o enorme
patrim?nio h?drico da Amaz?nia, mantendo a quali-
dade e a quantidade dos recursos e usando-o em prol
do desenvolvimento socioecon?mico. A ?gua precisa e
deve ser preservada, mas deve ser tamb?m um canal es-
trat?gico para o desenvolvimento regional. Neste sen-
tido, um elemento-chave ? o adensamento das cadeias
produtivas intensivas em ?gua. Quanto mais processos
de agrega??o de valor um produto prim?rio intensivo
em ?gua for submetido antes de ser exportado, maior
a possibilidade de internaliza??o dos ganhos na socie-
dade local. Entretanto, este processo n?o pode signifi-
car mais desmatamento, ? pois isto amea?a inclusive o
suprimento de ?gua ? e deve estar em sintonia com as
necessidades sociais.
BECKER, Bertha Koiffmann; STENNER, Claudio. Um futuro para a
Amaz™nia. S?o Paulo: Oficina de Textos, 2008. p. 68-71.
O que caracteriza um projeto de educação ambiental?
Educa??o ambiental n?o ? uma ?rea de conhecimen-
to e atua??o isolada. Ao contr?rio, o contexto em que sur-
giu deixa claro seu prop?sito de formar agentes capazes
de compreender a interdepend?ncia dos v?rios elemen-
tos que comp?em a cadeia de sustenta??o da vida, as
rela??es de causa e efeito da interven??o humana nes-
sa cadeia, de engajar-se na preven??o e solu??o de pro-
blemas socioambientais e de criar formas de exist?ncia
mais justas e sintonizadas com o equil?brio do planeta.
Dessa maneira, a educa??o ambiental sustenta-se na
busca da conex?o permanente entre as quest?es culturais,
pol?ticas, econ?micas, sociais, religiosas, est?ticas e outras,
determinantes para nossa rela??o com o ambiente. Sua
proposta ? ampliar o entendimento e integrar a??es, e n?o
reduzir o foco, criar mais uma divis?o no conhecimento,
como ainda percebemos em alguns projetos.
Reconhecer a interdepend?ncia dos diversos ele-
mentos que comp?em a realidade e que a apreens?o
desse todo implica uma comunica??o profunda entre
os diversos saberes ? cient?fico (e suas v?rias ?reas), cul-
tural e vivencial das pessoas ? ? a base conceitual para
tratarmos da transversalidade da tem?tica ambiental.
Estamos falando, ent?o, em aprender sobre a realidade
e com/na realidade, ou seja, sobre as quest?es da vida
7
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Manual do Professor359
cotidiana, sobre como o conhecimento ilumina a reali-
dade de sentido.
Quando pensamos na escola, pensamos em discipli-
nas, em curr?culo. A? talvez a principal pergunta deva ser:
?como os conte?dos curriculares tratam da realidade?? e
n?o ?como inserir a tem?tica ambiental nos conte?dos
curriculares??. Nosso desafio como educadores ? romper
a miopia das disciplinas e construir o mosaico de conhe-
cimentos para ver a paisagem inteira
2
.
Reconhecemos, por?m, que nesse panorama se alas-
tram as incertezas metodol?gicas, pois nossa forma??o
escolar, acad?mica e profissional, tradicionalmente, n?o
insere esta vis?o: como trabalhar transversalmente sem
cair num abismo de possibilidades? Quais s?o as situa??es
did?ticas que melhor compartilham (e n?o sobrep?em)
conceitos? Sabemos realmente discernir sobre o que ocor-
re a nossa volta e trazer essa discuss?o para a escola?
Partindo da ideia defendida por Brand?o (1997) de
que o conhecimento s? tem sentido se valorizar a vida,
tem-se a? o elemento decisivo para estabelecermos qual
? a rela??o com o conhecimento que a educa??o ambien-
tal quer encampar.
Articulando essa fundamenta??o conceitual com a pr?-
tica pedag?gica, cabe fazer algumas considera??es pr?vias:
• a complexidade n?o deve inviabilizar a a??o
Na verdade, o conceito de complexidade que tanto
ouvimos atualmente est? mais ligado ? maneira de
como entendemos o mundo ? os v?rios desafios que
o movimentam e se inter-relacionam criando sempre
novos contextos ? e n?o como sin?nimo de complica-
do, confuso, aquilo que dificulta nossa organiza??o em
propostas coletivas.
• a transversalidade pressup?e disposi??o para o di?logo
e a troca
Se a busca da autonomia ? ?capacidade de assumir
uma presen?a consciente no mundo? (FREIRE 1996) ?
na educa??o ? um objetivo a ser perseguido, ele tem
que ser entendido no contexto da constru??o da cole-
tividade, do di?logo e da troca, justamente porque n?o
vivemos isolados uns dos outros. Ent?o, qual ? a contri-
bui??o do meu saber e da minha experi?ncia para um
projeto para a coletividade? A troca de saberes implica
autorreflex?o (conhecer-se como portador de opini?es
e percep??es) e comunica??o permanente ? difundir
leituras diferenciadas ? (BRAND?O, 1997).
• evitar a ilus?o pedag?gica
? necess?rio ter clareza acerca dos limites da escola
como propulsora de projetos de transforma??o socio-
ambiental. A educa??o ambiental, no ?mbito escolar
ou fora dele, comp?e um conjunto de a??es
3
que visam
a melhoria da qualidade de vida. Quando somente se
esperam grandes mudan?as a partir de projetos peda-
g?gicos, n?o se valorizam os avan?os poss?veis, funda-
mentais para consolidar a confian?a no processo de
transforma??o gradual e cont?nuo.
• o conhecimento n?o pode ser negligenciado
O rigor com os conceitos e a transpar?ncia ao proble-
matizar as quest?es ambientais ? uma das medidas de
coer?ncia nas interven??es educativas. No entanto, a
busca do conhecimento n?o ? uma tarefa est?ril, tam-
pouco neutra. Se enfrentamos tantos cen?rios som-
brios hoje, certamente n?o ? por falta de conhecimen-
to/informa??o, mas resultado de escolhas ideol?gicas,
isto ?, de entendimentos acerca da nossa rela??o com
o ambiente: como vivemos? Em que tipo de habita??o
vivemos? O que e quanto consumimos? Onde jogamos
nossos restos? Como negociamos com nossos pares?
Constru?mos rela??es democr?ticas efetivamente?
Como trabalhar a educação ambiental nos projetos
já existentes?
Qualquer que seja o projeto educativo ? poss?vel in-
cluir a quest?o socioambiental, desde que haja a inten??o
clara de reconhecer a interdepend?ncia dos fen?menos
que configuram a realidade, descobrir caminhos coleti-
vos para melhorar a qualidade de vida e tra?ar estrat?gias
educativas de comunica??o de prop?sitos sustent?veis.
Dados do Censo Escolar 2004 (VEIGA et al, 2005)
4
in-
dicam que 94% das escolas do ensino fundamental t?m
atividades de educa??o ambiental; portanto, a tem?ti-
ca ambiental se universalizou nas escolas. No entanto,
o mesmo levantamento aponta que essas a??es quase
sempre s?o desenvolvidas fora do projeto pedag?gico da
escola. Podemos dizer que a din?mica escolar ainda esti-
mula pouco a participa??o e cria raras situa??es em que
se compartilha a formula??o de projetos, isto ?, situa??es
did?ticas em que ? necess?rio articular conte?dos e es-
trat?gias em fun??o de objetivos comuns.
Considerando que n?o h? modelo ?nico para a a??o
educativa ambiental, pois ela ? forjada em seu contexto,
nem h? ordem de prioridade para tratar quest?es como
recursos h?dricos, res?duos s?lidos, consumo, polui??o do
ar etc., sen?o como resultado da percep??o de cada reali-
dade, sugerimos alguns par?metros para constituir a ar-
quitetura de projetos educativos, um instrumento vital
para organizar ideias.
1. Mapeamento
• Em que cen?rio atuo? ? panorama social, pol?tico,
ambiental, econ?mico, cultural.
• Quais s?o os assuntos de maior interesse para o p?-
blico com o qual atuo? ? mapear prioridades/afini-
dades locais.
• Quais s?o as tem?ticas que permitem compreender
a din?mica de ocupa??o do espa?o local? ? extrair
dados de diagn?sticos ambientais e socioecon?mi-
cos para justificar a a??o.
• Quais s?o os interesses dos grupos locais?
2
Quando tive que auxiliar meu filho de nove anos em sua tarefa de casa sobre características dos solos (metamórfico, sedimentar etc.), me lembrei de que só
fui entender o que significavam essas definições quando tive oportunidade de organizar estudos do meio em que o conhecimento da formação geológica
era fundamental para entender a ocupação do espaço e suas implicações concretas. Assim, abordado como conteúdo do livro didático, sem nenhuma relação
com a realidade, passa a ser mais um assunto com que temos contato, mas sem saber muito o porquê.
3
Somente considerando a área ambiental, tem-se a legislação, o licenciamento de atividades produtivas, o aparato de fiscalização, as tecnologias limpas, a
pesquisa, as macro e micropolíticas voltadas à sustentabilidade socioambiental, entre outras.
4
Mais informações no artigo "Um olhar sobre a educação ambiental nas escolas: considerações iniciais sobre os resultados do projeto 'O que fazem as escolas
que dizem que fazem educação ambiental'”.
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Manual do Professor360
. Articula??o
• Quais são as possibilidades de integração com outras
áreas do conhecimento?
• Quais são os conceitos fundamentais que tenho
que considerar para problematizar e sistematizar
as discussões?
• Suportes e formatos menos usuais na escola podem
compor projetos que articulam conceitos sob dife-
rentes olhares, como mostras fotográficas, espetá-
culos teatrais e musicais, oficinas, ciclos de vídeos,
artes plásticas, campanhas, mutirões, diálogos com
a comunidade e outras iniciativas.
• Continuidade do processo educativo: é possível pro-
jetar-se em parcerias para além dos muros da escola?
• O envolvimento da comunidade pode iniciar pelas
famílias dos alunos?
. Comunica??o permanente
• Garantir maior visibilidade e repercussão da ação
educativa – sensibilizar, informar, implicar (envol-
ver) as pessoas no trabalho.
• Orientar-se pelo entendimento crítico sobre o sentido
do que se faz, por que se faz e para quê – contextua-
lizar a importância da ação para os envolvidos.
. Registro
• Tem o significado de sistematizar a trajetória meto-
dológica dos projetos, seus objetivos, o contexto em
que foram formulados e realizados, os atores envol-
vidos e a avaliação – o que não deu certo e o que
precisa melhorar. O registro é fundamental para
sedimentar a ação educativa e criar referências.
Esse conjunto de ações, pensado não isoladamente
no âmbito de uma disciplina, pode criar bases para um
modo de estreitar a relação da escola com o conjunto da
sociedade inserindo o conhecimento na dinâmica vivi-
da fora da sala de aula. Afinal, o que faz a educação um
parâmetro para a qualidade de vida é o fato de que ela
promove o processo permanente de entendimento e co-
municação com a vida.
A possibilidade de sermos bem-sucedidos nessa tarefa
depende muito da nossa capacidade de sermos categóricos
para convencer o coletivo sobre a necessidade de mudança.
E isso significa identificar um propósito para cada ação e
tecer a rede de significados que as articulam em função de
um objetivo comum. Essa é a trama da educação.
Mas de que repertório necessito para costurar essa
rede? Realmente o panorama do conhecimento humano
é imenso, e as possibilidades de difusão desse conheci-
mento também. Nesse sentido, a transdisciplinaridade
apresenta-se como a possibilidade de diálogo entre os
campos do saber e como forma de cooperação recíproca
entre as várias disciplinas, o que significa dizer: entre
pessoas. Assumir esse referencial implica, pois, não hie-
rarquizar as áreas do conhecimento, isto é, significa ado-
tar uma postura crítica, porém integradora.
À transversalidade da temática ambiental na educa-
ção vieram somar-se ainda outros aspectos para a dis-
cussão sobre inter e transdisciplinaridade: mesmo com-
pondo ações integradas, as disciplinas ainda têm pouca
entrada na vida cotidiana. Dessa maneira, a intenção
dos Parâmetros Curriculares Nacionais em sua origem
foi estimular o engajamento da escola, do seu projeto
político-pedagógico com as questões do seu tempo co-
nectando conceitos teóricos à realidade cotidiana: essên-
cia da educação para a cidadania. Vista nesse contexto, a
educação ambiental, além de carregar consigo a utopia
do mundo sustentável que a distingue, propõe-se a de-
senvolver capacidades de interpretação da realidade, de
análise crítica dos fenômenos e de explicitação de toda
essa rede de inter-relações, com a intenção não de criar
um emaranhado insolúvel de questões e provocar angús-
tias coletivas, mas de identificar caminhos possíveis para
a construção de experiências de vida sustentáveis.
SEGURA, Denise S. Baena. In: BRASIL. Minist?rio da Educa??o. Vamos
cuidar do Brasil: conceitos e pr?ticas em educa??o ambiental
na escola. Bras?lia: Minist?rio da Educa??o, Coordena??o Geral de
Educa??o Ambiental; Minist?rio do Meio Ambiente, Departamento de
Educa??o Ambiental; Unesco, 2007. Dispon?vel em: <http://portal.mec.
gov.br/dmdocuments/publicacao3.pdf>. Acesso em: 19 maio 2016.municação com a vida. gov.br/dmdocuments/publicacao3.pdf>. Acesso em: 19 maio 2016.
Thiago Leite/Shutterstock
Parque Nacional da Chapada Diamantina (Bahia), 2014.
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