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Germinal é uma obra cinematográfica datada de 1993 e dirigido por Claude Berri,
baseado no livro de mesmo nome do escritor francês Émile Zola, datado do final do século
XIX. Ambienta-se em três principais minas de carvão – Voreux, Deneullin e Réquillart
localizadas na cidade de Montsou – França e retrata uma época de depressão econômica.
Um filme chocante e ao mesmo tempo emocionante, nos prende do começo ao fim e
nos faz ter uma análise mais profunda da sociedade. Chega a nos provocar sensações físicas
de tanta indignação. O autor e diretor conseguem nos colocar na pele dos personagens. Com
cenas muito fortes, Germinal alude sobre o cotidiano drástico de exploração que os
trabalhadores sofriam e marra-as de uma forma nua e crua. Tem uma família que é central e
que, ao mesmo tempo, representa a composição básica de todas as outras. Pai, mãe e sete
filhos. Alta taxa de natalidade, logo, alto índice de trabalho infantil, insalubre e irregular. Os
operários só tinham direito de comer pão duro e fazer filhos.
As relações de patriarcado e de gênero (machismo visível) também são fortes e
latentes. As mulheres eram responsáveis pela comida, casa, roupas, pedir esmolas etc.
Constata-se ainda os abusos físicos, psicológicos e sexuais atentados contra as mulheres de
Montsou.
Nota-se visivelmente o antagonismo de classe, onde uns dispunham somente de força
de trabalho e outros de instrumentos e técnicas necessárias para potencializar a acumulação
primitiva do capital.
Nas minas, trabalhar para gerar lucros ao capital era mais importante que a segurança
dos trabalhadores. Estes corriam altos riscos com o grisu (espécie de gás, que em contato com
o fogo gera explosão), onde muitas pessoas acabavam morrendo.
A companhia das minas – leia-se burguesia – monopolizava-as e não respeitavam os
direitos dos trabalhadores e não obedecia as demandas da população. A classe burguesa
trabalhava em cima da caridade e repressão para com as famílias trabalhadoras das minas de
Montsou, vigiando e punindo. As famílias trabalhadoras das minas, constantemente passavam
por dificuldades em relação a alimentação, moradia e saúde. As estratégias da classe
capitalista burguesa para controlar a classe operária era fazer doações de carvão, aluguel de
vilas operárias por deis francos e disponibilização de médicos. Isso não supria suas
necessidades, tendo em vista que eram serviços débeis. Não obstante, muitas mães trocavam
suas filhas por pão, café e carne, por exemplo. Pois não tinham sequer direito de comer pão
seco todos os dias. As moradias eram completamente insalubres e não possuíam nem sequer
banheiros.