SEGUNDA JORNADA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA LAGG UFJF
Size: 2.01 MB
Language: pt
Added: Mar 30, 2009
Slides: 71 pages
Slide Content
Gigantes da Geriatria
Assuero Luiz Saldanha
Médico Geriatra
II Jornada de Geriatria e Gerontologia
Liga de Geriatria e Gerontologia UFJF
27 de março 2009
Demografia
Expectativa de vida
média ao nascer:
( Brasil)
1900 - 33,7 anos
1950- 43,2 anos
1980 - 63,4 anos
2000- 68,5 anos
2025 - 72 anos
Causas do envelhecimento
da população brasileira
Transição Demográfica
Alta Mortalidade / Alta fecundidade ( 6,4)
Baixa Mortalidade / Diminuição da Fecundidade ( 1.8)
Perfil da População
1980 a 2000 grupo 0 a 14 anos cresceu 14%
grupo > 60 anos cresceu 107%
pop. em geral cresceu 56%
A faixa idosa que mais cresce > 80 anos > 1.300.000
> 100 anos Brasil - 24500 Minas Gerais 2765
Envelhecimento populacional brasileiro e as
transformações da sociedade
Migração rural
Urbana 90 % ( 70% nas grandes cidades)
Rural 10 %
Alteração da estrutura familiar
Gênero
Suporte social e comunitário
Trabalho e aposentadoria
Qualidade de Vida
Expectativa de vida livre
de incapacidade
Brasil- EVN - 68,6
anos
Incapacidade: 54,0 anos
21,3 %
Brasileiro vive 1/5 de
sua vida sem qualidade
( Censo 2000, IBGE)
Comparação com outros países
Japão -EVN – 79,1 anos
Incapacidade 76,9 anos – 2,8%
Alemanha -EVN – 75,7 anos
Incapacidade:68,9 anos – 9 %
Canadá - 16,6%
Espanha - 18,3 %
Expectativa de Vida AtivaExpectativa de Vida Ativa
Média de anos que uma pessoa tem Média de anos que uma pessoa tem
probabilidade de viver sem incapacidade aos probabilidade de viver sem incapacidade aos
65 anos: 65 anos:
Japão Japão Homens: 14 anosHomens: 14 anos
Mulheres: 17 anosMulheres: 17 anos
Qual a realidade atual?
Para cada ano de
expectativa de vida
extra, passam-se 9,6
meses (80%) em um
estado de
incapacidade
(Cohen, 1995).
Compressão da morbidade
Compressão da Morbidade ( Fries- 1990 )
O que prejudica a compressão da
morbidade?
Falsas crenças a respeito dos idosos
(“ Ageism”=velhismo)
Muitos sintomas são atribuídos ‘a
velhice
Não se recomendam medidas
preventivas
Não reconhecimento e tratamento de
(incontinências, depressão , quedas)
Saúde Funcional
b““É a capacidade de manter as habilidades É a capacidade de manter as habilidades
físicas e mentais necessárias para uma físicas e mentais necessárias para uma
vida independente e autônoma”vida independente e autônoma”
Gordilho et al.Gordilho et al.
bAlterações funcionais levam a menor Alterações funcionais levam a menor
capacidade de adaptação , tornando-os capacidade de adaptação , tornando-os
mais vulneráveis a quaisquer estímulo mais vulneráveis a quaisquer estímulo
seja traumático, infecção e psicológicoseja traumático, infecção e psicológico
Capacidade funcional ao longo da vida
Terceira Idade
Manter independência e
prevenir incapacidade
InfânciaInfância
Crescimento e Crescimento e
desenvolvimentodesenvolvimento
Vida AdultaVida Adulta
Manter o maior nível Manter o maior nível
funcional possívelfuncional possível
Mudança deMudança de
condicionamentocondicionamento
Suporte Suporte
ambientalambiental
Reabilitar e garantir qualidade de vidaReabilitar e garantir qualidade de vida
IdadeIdade
Capacidade funcional Capacidade funcional
Limiar de incapacidade
Os gigantes da geriatria
INSTABILIDADE
POSTURAL
IMOBILIDADE
INCONTINÊNCIA
INSUFICIÊNCIA
CEREBRAL
IATROGENIA
Isaacs Bernard: The Challenge of
Geriatric Medicine, Oxford, 1992
Quais as características das
síndromes geriátricas?
Múltiplas etiologias
Não constituem risco de vida
iminente
Comprometem a capacidade
funcional e a qualidade de vida
Complexidade terapêutica
Complexibilidade médica
Vulnerabilidade orgânica
Apresentação atípica de doença
Distúrbio cognitivo
Distúrbio afetivo
Susceptibilidade à iatrogenia
Isolamento social
Situação econômica precária
A CASCATA DOS IDOSOSA CASCATA DOS IDOSOS
Iatrogenia: epidemiologia
Idosos tomam 2 a 6 medicações
prescritas e várias não-prescritas.
O risco de interações entre as drogas é
maior devido ao uso de múltiplas
medicações.
Reações adversas estão entre as
maiores ameaças à saúde dos idosos.
Pacientes frágeis são mais susceptíveis.
Doença iatrogênica é uma das
condições tratáveis mais comuns em
idosos.
(Ham & Sloane, 2002)
Iatrogenia: polifarmácia
5 ou mais drogas.
Associa-se a mais reações
adversas, interações, diminuição
da adesão e menor qualidade de
vida.
Iatrogenia: prevenção
Mantenha um alto índice de
suspeição para reações
adversas.
Evite tratamentos
desnecessários.
Inicie com doses baixas e
aumente devagar.
Interrogue sobre
automedicação.
Iatrogenia: prevenção
Revisão regular da prescrição
(ex. neurolépticos
para agitação na demência)
Conhecimento das reações
adversas potenciais
(ex. agitação com calmantes
anticolinérgicos).
Instabilidade Postural
Instabilidade Postural: Quedas
Definição:
Um evento não esperado, no qual a pessoa cai
ao chão de um mesmo nível ou de um nível
superior, podendo ser de uma escada, mobília,
etc.
Instabilidade postural
Quedas
30% dos idosos com 65 ou mais
50% daqueles com mais de 80 anos
CAEM PELO MENOS UMA VEZ AO ANO
Principal causa de morte por acidentes em idosos
6% necessitam hospitalização ou imobilização6% necessitam hospitalização ou imobilização
5% das quedas resultam em fraturas
1% FF
Só 50 % destes permanecem vivos dois anos depoisSó 50 % destes permanecem vivos dois anos depois
Quedas
Uma queda pode ser o prenúncio do
estabelecimento de um debilidade e
vulnerabilidade física.
A sequela desta debilidade física inclui não somente
fraturas e injúrias associadas, mas também uma
redução de movimentos independentes,
isolamento social e medo.
Quando uma pessoa idosa cai facilmente, é provável
que ela esteja apresentando uma perda funcional e
um enfraquecimento no estado de saúde.
Quedas
Permanência no solo aumenta o risco de
pneumonia, desidratação, úlceras de pressão
Acarretam restrição de atividades; declínio
funcional
Causas extrínsecas e intrínsecas
Quedas :Condições precipitantesQuedas :Condições precipitantes
Queda pode ser a apresentação de uma
doença aguda . ( quedas premonitórias)
Doenças: Parkinson, AVE, gonartrose,
desordens dos pés -calos.
Medicamentos: benzodiazepínicos,
hipnóticos, sedativos, neurolépticos, anti-
hipertensivos, antidepressivos,
hipoglicemiantes.
Quedas: fQuedas: fatores predisponentesatores predisponentes
visão- < percepção de profundidade, da
adaptação ao escuro;
menor flexibilidade articular e força muscular
em mmii;
declínio da resposta de endireitamento
corporal;
Condições predisponentesCondições predisponentes
Fatores ambientais
Implicados em
30-50% dos casos;
Camas altas ou muito
baixas;
Grades nas camas;
Áreas pouco
iluminadas;
Carpetes soltos;;
Chão muito polido ou
úmido.
CASA SEGURA PARA IDOSOS
Itens de segurança para cada cômodo
BANHEIRO
BOX:
• Piso antiderrapante, principalmente
no Box (faixas adesivas
antiderrapantes com distância de 30
cm uma das outras),
•Barras de segurança dentro do Box e
ao lado do vaso sanitário
•Assento fixo para lavar os pés
•Tapete de borracha antiderrapante
•Porta toalhas e suporte para shampoo,
fixo, e de fácil acesso.
Quedas : abordagem
Como abordar um idoso com história de quedas?
Indagar sobre quedas recentes ( ultimo ano)
Insistir pois podem negar : fragilidade
Se positivo -- Evite questões superficiais, como:
“O que aconteceu ?
Melhor seria:
“Você teve dificuldade de caminhar ? “
“Você se sentiu tonto, com vertigens?”
Quedas: AbordagemQuedas: Abordagem
Não se deve atribuir uma queda a penas a
uma causa.
Cuidado para não superestimar as causas
ambientais
Geralmente a causa é MULTIFATORIAL
Objetivo- identificar fatores que podem ser
corrigidos.
Quedas:Quedas: AbordagemAbordagem
Avaliação de mobilidade (equilíbrio e
marcha) é o melhor preditor isolado de risco
de quedas
Avaliação cognitiva, visual, psicológica
(medo de cair), ambiental (calçados).
Rever medicamentos
Exercícios para aumentar força e equilíbrio,
como levantar do solo;
Tai Chi (redução de 25% na incidência de
quedas).
Uso de bengalas.
Quedas: Abordagem
Imobilidade
Imobilidade
Incapacidade de deslocamento sem auxílio;
Acarreta: atrofia muscular, aumento da
reabsorção óssea, rigidez articular, úlceras de
pressão, incontinência;
Dificulta ventilação das bases pulmonares;
Associada à baixa ingestão de fibras e de
líquidos leva à constipação;
Propicia confusão mental;
Tromboembolismo venoso .
Imobilidade
Resultante do prolongado repouso
no leito e imobilização.
Seria o desequilíbrio da relação
normal entre o repouso e atividade
física.
A imobilidade leva a um maior
grau de incapacidade do que o
causado pela enfermidade ou
lesão inicial
Imobilidade
Pessoa sedentária possui
apenas 40 % da sua força
muscular máxima.
Após 1 semana de repouso
no leito, há 20% de perda da
força inicial ( 3% ao dia)
A cada semana perde 20%
de força residual.
A recuperação é muito lenta.
Figura 1 - Sarcopenia. Corte
de ressonância magnética da
coxa de um adulto de
21 anos, fisicamente ativo
(acima) e idoso de 63 anos,
sedentário (abaixo). A
massa muscular (cinza) está
diminuída no idoso; a gordura
(branco) subcutânea e
intramuscular está aumentada.
Adaptada de Roubenoff R 5.
Imobilidade: causas
Dor e rigidez
Imobilização no leito
Restrição ambiental
Instabilidade e medo de
quedas
Fármacos , alteração na
marcha, hipotensão ortostática
Imobilidade : causas
Causas cardiovascular e
pulmonar
Causas neurológicas ( AVC, D.
Parkinson)
Causas mentais e sensoriais
( demências,depressão,
delirium, alterações visuais e
auditivas)
Imobilidade: prevenção e tratamento
Estímulo sensorial ( estímulo
ambiental e desafios intelectuais )
Exercício muscular ativo
Posicionamento adequado e
exercício de amplitude de
movimentação
Recondicionamento cardiovascular
( inclinação passiva, meias elásticas)
Imobilidade prevenção e tratamento
Exercícios respiratórios e de
tosse
Nutrição e ingestão de líquidos
Higiene da pele ( pele e unhas)
Ajuda para a mobilização
( bengalas, muletas e andadores)
Síndrome da Imobilidade
Critérios para identificar:
Déficit cognitivo médio a
grave.
Múltiplas contraturas
Sinais sofrimento cutâneo
Disfagia leve a grave
Dupla incontinência
Afasia
Critério maior
Critério menor
Insuficiência cerebral
Delirium
Delirium
Síndrome cerebral orgânica
sem etiologia específica,
caracterizada por estado
confusional agudo.
Acomete principalmente
idosos hospitalizados.
É uma urgência médica.
Delirium: diagnóstico DSM-IV
Distúrbio da consciência
Alteração na cognição
Quadro agudo e flutuante
Evidência de etiologia
orgânica
Delirium: fDelirium: fatores de riscoatores de risco
Polipatologia
Febre
Infecção
Distúrbio metabólico
Fratura
Demência
Distúrbio sensorial
Múltiplas drogas
psicoativa
Idade acima de 80a
Idosos X Delirium
Serviços de urgência………….40%
Pós- operatório…… 2 – 60%
Diagnóstico incorreto…… 36 – 67%
(Fabbri R.M.A., Tratado de Geriatria e
Gerontologia.Guanabara x Koogan, 2002)
Delirium: investigação
Listar os medicamentos
Investigar distúrbios
metabólicos,
hidroeletrolíticos e processo
infeccioso
Hemograma, bioquímica,
EAS, culturas, raios X de
tórax
Delirium: tratamento
Correção da causa básica;
Tratamento de suporte
(desidratação, desequilíbrio
hidroeletrolítico, desnutrição,
úlceras de pressão etc);
Retirar medicamentos
(anticolinérgicos e sedativos);
Manter familiares presentes
Órteses e próteses
Insuficiência cerebral
Demências
Demência :
Síndrome de disfunção adquirida
Memória
Habilidade
visoespacial
Cognição
Distúrbios do humor
Alterações na
personalidade e
comportamento
Linguagem
Demência
A demência caracteriza-se pelo declínio da
capacidade intelectual, frequentemente
progressivo, que compromete o desempenho
nas atividades profissionais ou sociais
R Nitrini
Perda adquirida e persistente da função
intelectiva
Demência
Impacto Pessoal
Família
Sociedade
Diagnóstico e quadro clinico das
demências
As demências podem
causar:
- Alterações cognitivas
- Alterações comportamentais
- Dependência funcional
Cognição
AVD
Comportamento
Incontinências
Incontinências
Eliminação involuntária de urina
e fezes
Ameaça à dignidade
Não suscita curiosidade médica
Passível de tratamento
Incontinência urinária
Fatores predisponentes
Diminuição da capacidade da
bexiga;
Aumento do volume residual;
Contrações não-inibidas do
detrusor;
No homem: hipertrofia de
próstata.
Incontinência Urinária: cuidados
gerais
Rever a necessidade de
diuréticos;
Evitar ingestão de líquidos à
noite;
Facilitar o acesso ao vaso/
coletor (camas e cadeiras com
altura adequada);
Roupas de fácil manuseio;
Horário regular de ida ao
banheiro;