Glossário

HinataTakahashi 241 views 3 slides Mar 26, 2017
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David Pereira Neves


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H*-
Glossário
David Pereira Neves
Agente Etiológico. É o agente causador ou responsável
pela origem da doença. Pode ser um vírus, bactéria, fungo,
protozoário, helminto.
Agente Infeccioso. Parasito, sobretudo, microparasitos
(bactérias, fungos, protozoários, vírus etc.), inclusive hel-
mintos, capazes de produzir infecção ou doença infecciosa
(OMS, 1973).
Anfixenose. Doença que circula indiferentemente entre
humanos e animais, isto
é, tanto os humanos quanto os ani-
mais funcionam como hospedeiros do agente. Exemplo:
doença de Chagas, na qual o
Trypanosoma cruzi pode cir-
cular nos seguintes tipos de ciclo:
ciclo silvestre: gambá-triatomíneo-gambá;
ciclo peridoméstico: ratos, cão-triatomíneo-ratos, cão;
ciclo doméstico: humano-triatomíneo-humano; cão,
gato-triatomíneo-cão, gato.
Antroponose. Doença exclusivamente
humana. Por exem-
plo,
a filariose
bancrofiiana, a necatorose, a gripe etc.
Antropozoonose. Doença primária de animais, que pode
ser transmitida aos humanos. Exemplo: brucelose, na qual o
homem
é um hospedeiro acidental.
Cepa. Grupo ou linhagem de um agente infeccioso, de
ascendência conhecida, compreendida dentro de uma es-
pécie e que se caracteriza por alguma propriedade bioló-
gica
e/ou fisiológica. Ex.: a cepa "Laredo" da E. his-
tolytica se cultiva bem a temperatura ambiente, com mé-
dia patogenicidade.
Contaminação. É a presença de um agente infeccioso na superficie do corpo, roupas, brinquedos, água, leite, alimen-
tos etc.
Doença Metaxênica. Quando parte do ciclo vital de um
parasito se realiza no vetor; isto
é, o vetor não só transporta
o agente, mas
é um elemento obrigatório para maturação e/
ou multiplicação do agente. Ex.: malária, esquistossomose.
Enzoose. Doença exclusivamente de animais. Por exem-
plo, a peste suína, o Dioctophime renale, parasitando rim de
cão e lobo etc.
Endemia. É a prevalência usual de determinada doença
com relação
a área. Normalmente, considera-se como
en-
dêmica a doença cuja incidência permanece constante por
vários anos, dando uma idéia de equilíbrio entre a doença
e a população, ou seja,
é o número esperado de casos de um
evento em determinada época. Exemplo: no início do inver-
no espera-se que, de cada
100 habitantes, 25 estejam
gripados.
Epidemia ou Surto Epidêmico. É a ocorrência, numa co-
letividade ou região, de casos que ultrapassam nitidamente
a incidência normalmente esperada de
uma doença e derivada
de
uma fonte comum de infecção ou propagação. Quando do
aparecimento de um único caso em área indene de uma
doença
transmissível (p. ex.: esquistossomose em Curitiba),
podemos considerar como uma epidemia em potencial, da
mesma forma que o aparecimento de um único caso onde
havia muito tempo determinada doença não se registrava
(p.
ex.: varíola, em Belo Horizonte).
Epidemiologia. É o estudo da distribuição e dos fatores
determinantes da frequência de uma doença (ou outro even-
to). Isto
é, a epidemiologia trata de dois aspectos fun-
damentais: a distribuição (idade, sexo, raça, geografia etc.)
e os fatores determinantes da freqüência (tipo de patógeno,
meios de transmissão etc.) de uma doença. Exemplo: na
epi-
demiologia da esquistossomose mansoni, no Brasil, devem
ser estudados: idade, sexo, raça, distribuição geográfica,
criadouros peridomiciliares, suscetibilidade do molusco, há-
bitos
da população etc. (Ver Capitulo 3 Epidemiologia).
Espécies Alopátricas. São espécies ou subespécies do
mesmo gênero, que vivem em ambientes diferentes, devido
a existência de barreiras que
as separaram.
Espécies Simpátricas. São espécies ou subespécies do
mesmo gênero, que vivem num mesmo ambiente.
Espécie Euritopa. É a que possui ampla dislribuiqão geográ-
fica, com ampla valência ecológica, e até com hábitats variados.
Espécie Estenótopa. É a que apresenta distribuição geo-
gráfica restrita com hábitats restritos.
Estádio. É a fase
intermedihia ou intervalo entre duas
mudas da larva de um &pode ou helrninto. Ex.: larva de 1"
estádio, larva de 3* estádio, estádio adulto (em entomologia,
estádio adulto
é sinônimo de instar).
Capitulo 1
3

Estágio. É a forma de transição (imaturos) de um
artrópode ou heirninto para completar o ciclo biológico. Ex.:
estágio de ovo, larva ou pupa (portanto, o estágio larva
pode passar por dois ou três estádios).
Fase Aguda. É aquele período após a infecção em que os
sintomas clínicos são mais marcantes (febre alta etc.).
É um
período de definição: o indivíduo se cura, entra na fase crô-
nica ou morre.
Fase Crônica. É a que se segue a fase aguda; caracteri-
za-se pela diminuição da sintomatologia clínica e existe
um
equilíbrio relativo entre o hospedeiro e o agente
infecc,ioso.
O número do parasitos mantém uma certa constância. E im-
portante dizer que este equilíbrio pode ser rompido em fa-
vor de ambos os lados.
Fômite. É representado por utensílios que podem veicu-
lar o parasito entre hospedeiros. Por exemplo: roupas, serin-
gas, espéculos etc.
Fonte de Infecção. "É a pessoa, coisa ou substância da
qual um agente infeccioso passa diretamente a um hos-
pedeiro. ~sia fonte de infecção pode estar situada em qual-
quer ponto da cadeia de transmissão. Exemplos: água con-
taminada (febre tifóide), mosquito infectante (malária), car-
ne com cisticercos (teníase)."
OMS, 1973.
Hábitat. É o ecossistema, local ou órgão onde determi-
nada espécie ou população vive. Ex.: o
Ascaris lumbricoides
tem por hábitat o intestino delgado humano.
Heteroxeno. Ver Parasito heteroxênico.
Hospedeiro. É um organismo que alberga o parasito.
Exemplo: o hospedeiro do
Ascaris lumbricoides é o ser hu-
mano.
Hospedeiro Definitivo. É o que apresenta o parasito em
fase de maturidade ou em fase de atividade sexual.
Hospedeiro Intermediário. É aquele que apresenta o pa-
rasito em fase
larvária ou assexuada.
Hospedeiro Paratênico ou de Ti-ansporte. É o hospedeiro
intermediário no qual o parasito não sofre desenvolvimen-
to, mas permanece encistado até que o hospedeiro definiti-
vo o ingira. Exemplo: Hymenolepis nana em coleópteros.
Incidência. É a freqüência com que uma doença ou
fato ocorre num período de tempo definido e com relação
à população (casos novos, apenas). Exemplo: a incidên-
cia de piolho (Pediculus humanus) no Grupo Escolar
X,
em Belo Horizonte, no mês de dezembro, foi de 10%. (Dos
100 alunos com piolho, 10 adquiriram o parasito no mês
de dezembro.)
Infecção. Penetração e desenvolvimento, ou multiplicação,
de um agente infeccioso dentro do organismo de humanos ou
animais (inclusive vírus, bactérias,
protozoários e helmintos).
Infecção Inaparente. Presença de infecção num hos-
pedeiro, sem o aparecimento de sinais ou sintomas clínicos.
(Nesse caso, pode estar em curso uma patogenia discreta,
mas sem sintomatologia; quando há sintomatologia a infec-
ção passa a ser uma doença infecciosa.)
Infestação. É o alojamento, desenvolvimento e reprodu-
ção de artrópodes na
superficie do corpo ou vestes. (Pode-
se dizer também que uma área ou local está infestado de
artrópodes.)
Letalidade. Expressa o número de óbitos com relação a
determinada doença ou fato e com relação
a população. Por
ex.: 100% das pessoas não-vacinadas, quando atingidas
pelo
vírus rábico, morrem. A letalidade na gripe é muito baixa.
Morbidade. Expressa o número de pessoas doentes com
relação
a população. Exemplo: na época do inverno, a mor-
bidade da gripe
é alta [isto é, o número de pessoas doentes
(incidência)
é grande].
Mortalidade.
Determina o número geral de óbitos em de-
terminado período de tempo e com relação
a população.
Exemplo: em Belo Horizonte morreram 1
.O32 pessoas no mês
de outubro de 2004 (acidentes, doenças etc.).
Parasitemia. Reflete a carga parasitária no sangue do
hospedeiro. Exemplo: camundongos
X apresentam 2.000
tripanossomas por cm3 de sangue.
Parasitismo. É a associação entre seres vivos, em que
existe unilateralidade de benefícios, sendo um dos as-
sociados prejudicados pela associação. Desse modo, o pa-
rasito
é o agressor, o hospedeiro é o que alberga o parasi-
to. Podemos ter vários tipos de parasitos:
Endoparasito.
O que vive dentro do corpo do hos-
pedeiro. Exemplo: Ancylostoma duodenale. Ectoparasito.
O
que vive externamente ao corpo do hospedeiro. Exemplo:
Pediculus humanus (piolho).
Hiperparasito.
O que parasita outro parasito. Exemplo:
E. histolytica sendo parasitado por fungos (Sphoerita
en-
dogena) ou mesmo por cocobacilos.
Parasito Acidental. É o que parasita outro hospedeiro
que não o seu normal. Exemplo: Dipylidium caninum,
parasitando criança.
Parasito Errático. É o que vive fora do seu hábitat
normal.
Parasito Estenoxênico. É o que parasita espécies de ver-
tebrados muito próximas. Exemplo: algumas espécies de
Plasmodium só parasitam primatas; outras, só aves etc.
Parasito Eurixeno. É o que parasita espécies de verte-
brados muito diferentes. Exemplo:
o Toxoplasma gondii, que
pode parasitar todos os mamíferos e até aves.
Parasito Facultativo. É o que pode viver parasitando, ou
não, um hospedeiro (nesse último caso, isto
é, quando não
está parasitando,
é chamado vida livre). Exemplo: larvas de
moscas Sarcophagidae, que podem desenvolver-se em fe-
ridas necrosadas ou em matéria orgânica (esterco) em de-
composição.
Parasito Heterogenético. É o que apresenta altemância
de gerações. Exemplo: Plasmodium, com ciclo
assexuado no
mamífero e sexuado no mosquito.
Parasito Heteroxênico. É o que possui hospedeiro de-
finitivo e intermediário. Exemplos: Trypanosoma
cruzi, S.
mansoni.
Parasito Monoxênico. É o que possui apenas o hos-
pedeiro definitivo. Exemplos: Enterobius vermicularis,
A.
lumbricoides.
Parasito Monogenético. É o que não apresenta
alternân-
cia de gerações (isto é, possui um só tipo de reprodução
sexuada ou assexuada). Exemplos: Ascaris lumbricoides,
Ancylostomatidae, Entamoeba histolytica.
Parasito Obrigatório. É aquele incapaz de viver fora do
hospedeiro. Exemplo: Toxoplasma gondii, Plasmodium,
S.
mansoni etc.
Capitulo 1

Parasito Periódico. É o que frequenta o hospedeiro
intervaladamente. Exemplo: os mosquitos que se alimentam
sobre o hospedeiro a cada três dias.
Parasitóide. É a forma imatura (larva) de um inseto (em
geral da ordem Hymenoptera) que ataca outros invertebra-
dos, quase sempre levando-os
a morte (parasitóide = para-
sito proteleano). Ex.: os micromenópteros
Telenomous fariai
e Spalangia endius desenvolvendo-se, respectivamente,
em ovos de triatomíneos e pupas de moscas.
Partenogênese. Desenvolvimento de um ovo sem inter-
ferência de espermatozóide (parthenos = virgem, mais
genesis = geração). Ex.: Strongvloides stercoralis.
Patogenia ou Patogênese. É o mecanismo com que um
agente infeccioso provoca lesões no hospedeiro. Ex.: o S.
mansoni provoca lesões no organismo através de ovos,
formando granulomas.
Patogenicidade. É a habilidade de um agente infec-
cioso provocar lesões. Ex.: Leishmania braziliensi tem
urna patogenicidade alta; Taenia saginata tem patogeni-
cidade baixa.
Patognomônico. Sinal ou sintoma característico de uma
doença. Ex.: sinal de
Romana, típico da doença de Chagas.
Pedogênese. É a reprodução ou multiplicação de uma
forma larvária (pedos =jovem, mais genesis = geração). Ex.:
a formação de esporocistos secundários e rédias a partir do
esporocisto primário.
Período de Incubação. É o período decorrente entre o
tempo de infecção e o aparecimento dos primeiros sinto-
mas clínicos. Ex.: esquistossomose mansoni-penetração
de cercária até o aparecimento da dermatite cercariana (24
horas).
Periodo Pré-Patente. É o período que decorre entre a in-
fecção e o aparecimento das primeiras formas detectáveis do
agente infeccioso. Ex.: esquistossomose mansoni-período
entre a penetração da cercária até o aparecimento de ovos nas
fezes
(formas detectáveis), aproximadamente, 43 dias.
Poluição. É a presença de substâncias nocivas (produ-
tos químicos, por exemplo) mas não-infectantes, no ambiente
(ar,
água, leite, alimentos etc.).
Portador. Hospedeiro infectado que alberga o agente
infeccioso, sem manifestar sintomas, mas capaz de trans-
miti-lo a outrem. Nesse caso,
é também conhecido como
"portador assintomático"; quando ocorre doença e o por-
tador pode contaminar outras pessoas em diferentes fases,
f
temos o "portador em incubação", "portador convalescen-
te", "portador temporário", "portador crônico".
Premunição ou Imunidade Concomitante. É um tipo es-
pecial do estado imunitário ligado
a necessidade da presen-
ça do agente infeccioso em níveis assintomáticos no hos-
pedeiro. Normalmente, a premunição
é encarada como sen-
do um estado de imunidade que impede reinfecções pelo
agente infeccioso específico. Ex.: na malária, em algumas re-
giões endêmicas, o paciente apresenta-se em estado crôni-
co constante, não havendo reagudização da doença. Existe
um equilíbrio perfeito entre o hospedeiro o hóspede.
Prevalência. Termo geral utilizado para caracterizar o
número total de casos de uma doença ou qualquer outra
ocorrência numa população e tempo definidos (casos anti-
gos somados aos casos novos). Ex.: no Brasil (população
definida), a prevalência da esquistossomose foi de
8 milhões
de pessoas em 1992.
Profdaxia. É o conjunto de medidas que visam a preven-
ção, erradicação ou controle de doenças ou fatos prejudici-
ais aos seres vivos. Essas medidas são baseadas na epide-
rniologia de cada doença. (Prefiro usar os termos "profilaxia",
quando uso medidas contra uma doença já estabelecida e
"prevenção", quando uso medidas para evitar o estabeleci-
mento de uma doença.)
Reservatório. São o homem, os animais, as plantas, o
solo e qualquer matéria orgânica inanimada onde vive e se
multiplica um agente infecioso, sendo vital para este a pre-
sença de tais reservatórios e sendo possível a transmissão
para outros hospedeiros (OMS).
O conceito de reservatório
vivo, de alguns autores,
é relacionado com a capacidade de
manter a infecção, sendo esta pouco patogênica para o re-
servatório.
Sinantropia. É a habilidade de certos animais silvestres
(mamíferos, aves, insetos) frequentar habitações humanas; isto
é, pela alteração do meio ambiente natural houve uma
adaptação do animal que passou a ser capaz de conviver
com o homem. Ex.: moscas, ratos e morcegos silvestres
frequentando ou morando em residências humanas.
Vetor. É um artrópode, molusco ou outro veículo que
transmite o parasito entre dois hospedeiros.
Vetor Biológico. É quando o parasito se multiplica ou se
desenvolve no vetor. Exemplos: o
T cruzi, no T infestam;
o S. mansoni, no Biomphalaria glabrata.
Vetor Mecânico. É quanto o parasito não se multiplica
nem se desenvolve no vetor, este simplesmente serve de
transporte. Ex.: Tunga penetram veiculando mecanicamen-
te esporos de fungo. i
Virulência. É a severidade e rapidez com que um agen-
te infeccioso provoca lesões no hospedeiro. Ex.: a
E. his-
tolytica pode provocar lesões severas, rapidamente.
Zooantroponose. Doença primária dos humanos, que
pode ser transmitida aos animais. Ex.: a esquistossomose
hansoni no Brasil. O humano é o principal hospedeiro.
Zoonose. Doenças e infecções que são naturalmente
transmitidas entre animais vertebrados e os humanos. Atual-
mente, são conhecidas cerca de
100 zoonoses. Ex.: doença
de Chagas, toxoplasmose, raiva,
brucelose (ver Anfixenose,
Antroponose e Antropozoonose).
Capitulo 1