- Posicionamento crítico (opinião pessoal fundamentada):
De acordo com os “Direitos Humanos”, e sendo logo esse o 1º artigo, todos temos direito à vida.
Nem o Estado nem ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém, de decidir quem vai viver e
quem vai morrer. Por isso, quando alguém mata outra pessoa, responde pelo crime de morte
(homicídio), e deve ser preso, e ainda mais tem o dever de indemnizar a família do morto por
aquela perda.
Mas o direito à vida quer dizer também o direito de viver. O direito de ter meios de vida e
subsistência. Daí nós veremos, mais adiante, o direito de trabalhar e ganhar, pelo menos, um
salário mínimo, e o direito de viver com saúde. Isso porque uma maneira fácil de desrespeitar o
direito à vida é deixando que alguém morra de fome, ou de doença.
Mas tal como temos o direito á vida, também temos o direito à liberdade!
Liberdade é poder fazer as coisas, sem interferência dos outros. É poder pensar, e dizer o que
pensa, nas ruas, nas rádios e televisões, nos jornais. Ou numa marcha ou passeio. A essa
liberdade se diz liberdade de opinião e expressão. Mas também tem a liberdade de se
movimentar, chamada liberdade de locomoção. É o direito de ir, vir e ficar. Sem estar preso, e
sem ser barrado pela polícia, ou outros aparelhos do Estado. E tem ainda a liberdade de reunião e
associação, que é o direito de se juntar a outras pessoas, para conversar e discutir problemas e
questões que são de interesses comuns. O uso dessas liberdades é importante, porque faz com
que a gente perceba que não vive sozinho, e que o que a gente pensa muitas vezes é o que
muitas outras pessoas também pensam. E a união de muitos em torno de objetivos comuns é
importante, porque dá força à comunidade, na hora de reivindicar ações dos governos.
O amor é uma afeição que a gente tem por outra.
É um sentimento que nos preenche, que nos faz querer ver a pessoa bem, mesmo antes de nós,
que nos impele para cuidar dela, para não a deixar sofrer, para a proteger. Não é á toa que, como
diz o cantor Caetano Veloso, “Quando a gente gosta é claro que a gente cuida”. E diz muito bem,
só que por vezes esse a amor que nutrimos por alguém torna-se “cego”, e como tal não
conseguimos ou não queremos ver o que é melhor para ele(a). Tornamo-nos talvez, diria um
bocadinho “egoístas” a ponto de pormos as “nossas ideias/emoções” acima das pessoas que
amamos porque simplesmente achamos que é o melhor para ela, não dando assim, mesmo sendo
sem querer nenhuma atenção aos seu quereres, aos seus pontos de vista.
Ramón tenta de várias formas ter o “ direito de morte “ que não prejudique nem faça ninguém
“culpado”, (eutanásia), mas o governo da Espanha não admite esse tipo de conduta.
Ramón sofre duras críticas da igreja que também está contra esta sua decisão visto que consideram
um “crime” porque temos o direito á vida! Durante este período de quase 30 anos na sua cama, sem
se poder se mexer, Ramón aprende a escrever com a boca, com a ajuda de seu sobrinho Javier.
As coisas que ele escreveu foram interpretadas como poemas, que a sua cunhada sempre guardou,
papel por papel.
Júlia, advogada de Ramón, também se sente atraída por ele, por se familiarizar com o seu drama,
por sofrer de uma doença degenerativa, incurável. Durante o filme, esta sofre um enfarte e fica
paraplégica.
Júlia encontra as cartas de Ramón, e tem a ideia de lançar um livro (Cartas do inferno), sendo
posteriormente despertada pelo desejo de morrer, já que sofre de uma doença que a vai fazendo
piorar a pouco a pouco até que no final levará á sua morte e então, combina com ele que irá publicar
seu livro, e voltar para “ajudá-lo “ em seu desejo de acabar com a vida, coisa que não acontece.
Júlia desiste de cometer suicídio, e continua a levar uma vida normal. Uma coisa interessante e que
dá “pena” é quando Júlia no final do filme recebe uma carta escrita por Ramón, e não se consegue
lembrar de quem ele seja, depois da curta mas intensa história de amor vivido pelos dois no filme.
Na justiça a petição de Ramón continua a ser negada. Sem o direito da eutanásia, Ramón convence-
se de que a única forma é cometer suicídio. Com a ajuda de Rosa, que é completamente apaixonada
por ele, este consegue finalmente ver o ao seu maior desejo realizado, o desejo de morrer.
Ramón se despede da sua família e amigos, e vai para uma cidadezinha com Rosa, fica numa casa á
beira da praia, onde esta lhe serve um copo de água com cianeto, que numa certa dose é fatal.
Antes de o beber Ramón grava um vídeo, com o intuito do governo Espanhol compreender que “ A
vida é um direito, não uma obrigação “.