Cuidado ao paciente com Hanseníase na
Atenção Primária à Saúde
Enfª MARIANA MARCELO DE JESUS
Pós Graduada em Vigilância em Saúde
Enfermagem do Trabalho
Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva e Urgência e Emergência
Pós Graduada em Vigilância em Saúde
Enfermagem do Trabalho
Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva e Urgência e Emergência
140.594 casos
novos da doença
Hanseníase em números
No mundo:
1 Índia
75.358
Nas Américas:
19.826
Brasil 18.318
Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Boletim Epidemiológico, 2023.
Hanseníase - Breve histórico •
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Na França, milhares foram queimados nas fogueiras.
Surgiu na Índia e China. Hieróglifos egípcios de 1350 a.C. Relatos bíblicos a tratam como
maldição, castigo; no Novo Testamento tem relatos de cura da doença por Jesus.
Na Europa, espalhou-se na época das Cruzadas por meio dos cavaleiros infectados.
Hanseníase - Breve histórico
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endêmica mundial.
No Brasil, os primeiros casos da doença foram notificados no ano de 1600, na cidade do Rio de
Janeiro.
No Brasil, foram vítimas de internação compulsória até o meio da década de 1980.
Durante a Idade Média a hanseníase teve alta incidência na Europa e Oriente médio.
Por volta de 1800, a hanseníase tendia ao desaparecimento na Europa, mantinham-se os focos
endêmicos na Ásia e na África e introduzia-se a doença no Novo Mundo.
• Durante o período da colonização, a América Latina tornou-se, gradativamente, uma nova área
Hanseníase – A doença
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nervosas periféricas.
Foi identificada pelo médico norueguês Gerhard Armauer Hansen, em 1873.
Teve seu nome trocado para hanseníase na década de 1960.
Doença infecto-contagiosa de evolução crônica que se manifesta, principalmente, por
cutâneas com diminuição de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil.
lesões
• Agente:Mycobacteriumleprae(M.leprae)que tem predileção em acometer células cutâneas e
Fonte: https://basearch.coc.fiocruz.br/
Inscrição: "Leprosário Paricatuba (Belisário Penna), Manaus, Amazonas. Neste enorme e único edifício
estavam internados 310 leprosos, apinhados em 1933. Hoje a situação é melhor"
Fonte: https://basearch.coc.fiocruz.br/
Hanseníase – Leprosários
Hanseníase – Alguns marcos
1600
Primeiros
notificados no RJ
casos
1940
Construção de asilos
1940
Sulfonas
Tratamento ambulatorial
Governo colonial até
1954 - 1962
Abolido o
compulsório
1981
Introdução da PQT
2000
Programa
Nacional
Controle e Eliminação
Hanseníase
internamento
da
de
Atribuições da atenção primária à saúde
Acesso facilitado para diagnóstico, tratamento e acompanhamento das
pessoas com Hanseníase;
Coordenação do cuidado com a rede especializada de assistência,
laboratorial e de reabilitação, quando necessário;
Vigilância à saúde no território – exame de contatos, busca ativa;
Educação e comunicação em saúde do paciente e da comunidade para
ampliar detecção precoce;
Imprescindível na abordagem para melhor adesão e prevenção de
sequelas;
Apoio no acesso a direitos trabalhistas ou benefícios sociais
Hanseníase – na APS
DIAGNÓSTICO
CONTROLE DE
CONTATOS
SEGUIMENTO DOS
CASOS
PROMOÇÃO À SAÚDE
TRATAMENTO
REABILITAÇÃO
AÇÕES DE CONTROLE
Hanseníase – na APS
DIAGNÓSTICO
Hanseníase – Formas clínicas
Hanseníase Indeterminada
Máculas hipocrômicas ou áreas circulares de pele
aparentemente normal, com distúrbios de sensibilidade.
Na hanseníase indeterminada, não há comprometimento de
troncos nervosos e, portanto, não há ocorrência de
incapacidades e deformidades.
Bacilos não são vistos nos esfregaços de rotina e, por isso,
esses casos não são contagiantes. Constituem a matriz de todas
as formas clinicas.
Fonte: Opromolla e Ura,
Hanseníase, 2002.
Atlas de
Hanseníase – Formas clínicas
Hanseníase Tuberculóide
Máculas ou placas em pequeno número, forma e tamanho
variados, bem delimitadas e de tom castanho podendo
apresentar bordas mais elevadas e o centro plano e
hipocrômico.
Há alterações acentuadas de sensibilidade nas lesões e pode
apresentar acometimento de troncos nervos superficiais ou
profundos, mas, geralmente, em pequeno número. A
baciloscopia é negativa.
Fonte: Opromolla e Ura, Atlas de Hanseníase, 2002.
Hanseníase – Formas clínicas
Hanseníase Dimorfa
Manchas e placas hipocrômicas, acastanhadas ou violáceas,
com predomínio do aspecto infiltrativo.
As lesões mais típicas da hanseníase dimorfa são
denominadas “lesões foveolares”, que apresentam bordos
internos bem definidos, delimitando uma área central de pele
aparentemente poupada, enquanto os bordos externos são
espraiados, infiltrados e imprecisos.
Nessas lesões, a sensibilidade e as funções autonômicas da
pele podem estar comprometidas de forma mais discreta.
Fonte: Ministério da Saúde, Protocolo Clínico e diretrizes
terapêuticasdaHanseníase,2022.
Hanseníase – Formas clínicas
Hanseníase Dimorfa
O comprometimento dos nervos periféricos geralmente é
múltiplo e assimétrico.
A instabilidade da resposta imune frequentemente dá
origem às reações inflamatórias nas lesões de pele e à
neurite aguda dos nervos periféricos.
Essa é a forma clínica mais incapacitante da hanseníase,
especialmente quando o diagnóstico é tardio. A baciloscopia
pode ser positiva ou negativa.
Fonte: Ministério da Saúde, Protocolo Clínico e diretrizes
terapêuticasdaHanseníase,2022.
Hanseníase – Formas clínicas
Hanseníase Virchowiana
Infiltração bacilar difusa pele e dos nervos periféricos, além
de linfonodos, fígado, baço, testículos e medula óssea.
O comprometimento cutâneo acontece com acentuação dos
sulcos cutâneos, perda dos pelos dos cílios e supercílios
(madarose), congestão nasal e aumento dos pavilhões
auriculares.
Ocorre infiltração difusa das mãos e pés, aspecto
“salsichoide”.
Fonte: Ministério da Saúde, Protocolo Clínico e diretrizes
terapêuticasdaHanseníase,2022.
Hanseníase – Formas clínicas
Hanseníase Virchowiana
Múltiplas pápulas e nódulos cutâneos, assintomáticos e de
consistência firme (hansenomas), geralmente com
coloração acastanhada ou ferruginosa.
O comprometimento dos nervos periféricos geralmente é
múltiplo e simétrico – queixas de dormências, câimbras e
formigamentos nas mãos e pés, além de comprometimento
difuso da sudorese.
A baciloscopia é positiva.
Fonte: Ministério da Saúde, Protocolo Clínico e diretrizes
terapêuticasdaHanseníase,2022.
de pele
PAUCIBACILAR
Hanseníase – Classificação operacional
lesões de
pele
MULTIBACILAR
Até 5 lesões
Mais de 5
Hanseníase – na APS
TRATAMENTO
Fatores relacionados com adesão ao tratamento
- Vulnerabilidade sócio econômica
- Estigma e rede familiar
- Vulnerabilidade programática/institucional
- Aspectos biológicos
ARAÚJO,S.M.;SILVA,L.N.VulnerabilidadesemCasosdeHanseníase naAtençãoPrimáriaà Saúde .
RevCient EscEstadualSaúdePúblicaGoiásCândidoSantiago". 2019;5(3): 38-50.
LIRA,R.etal.Factors relatedtoabandonmentorinterruptionofleprosy treatment:anintegrative literature
review.Cogitare enfermagem:revista doDepartamentodeEnfermagemda UFPR,v. 6, n.4,p.53–58,2017.
Fonte: Ministério da Saúde, Guia de Vigilância em Saúde, 2022.
Hanseníase – Tratamento
6 DOSES
PAUCIBACILAR
Hanseníase – Formas clínicas
12 DOSES
MULTIBACILAR
Hanseníase – na APS
CONTROLE DE
CONTATOS
Contato de hanseníase é toda e qualquer pessoa, da família ou não, que resida ou tenha residido,
conviva ou tenha convivido, com o doente de hanseníase, nos cinco anos anteriores ao diagnóstico da
doença.
Deve ser realizado: anamnese direcionada aos sinais e aos sintomas da hanseníase; exame físico e
vacinação BCG.
Contato- Hanseníase
(Brasil. Ministério da Saúde. Estratégia Nacional para Enfrentamento da Hanseníase 2019-2022).
Enfermeiro
Equipe
O ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA DA PESSOA COM HANSENÍASE
manejo das reações
hansênicase eventos pós-
alta
Enfrentamento do estigma
e discriminação às pessoas
detecção precoce dos casos
prevenção e
tratamento
das
incapacidad
es,
tratamento oportuno
grupos de autocuidado
investigação
dos contatos
e interromper
da
transmissão
reabilitação
Interdisciplinar
BUSCA ATIVA
Ficha de Notificação/ Investigação Hanseníase
AÇÕES DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
“A Hanseníase é uma doença de notificação
compulsória em todo território nacional e de
investigação obrigatória”
Realiza a coleta, NOTIFICA, processa, analisa e interpreta os dados referentes aos casos de
hanseníase e seus contatos -ficha de notificação
Detecção ativa de casos novos; A vigilância de contatos (domiciliar e social) com o caso novo de
hanseníase diagnosticado (caso índice).
Todos devem ser examinados. Sugere-se avaliar anualmente, durante cinco anos.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Atenção Básica. Portaria nº 2.436 / 2017)
BRASIL. COFEN: Lei N 7.498/86, de 25 de junho de 1986 dispõe sobre a regulamentação do EXERCÍCIO DA ENFERMAGEM e dá outras providências.
BRASIL. COFEN. CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM - resolução cofen nº 564/2017
BRASIL. COFEN Resolução nº 358/2009 : dispõe sobre a sistematização da assistência de enfermagem e a implementação do processo de enfermagem em
ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem, e dá outras providências
COREN- Bahia - DELIBERAÇÕES da Camara técnica com Grupos de Atenção Básica e de Práticas Integrativas e Complementares
COFEN Resolução Nº 0567/2018 Regulamenta a atuação da Equipe de Enfermagem no Cuidado aos pacientes com feridas. Disponível em:
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-567-2018_60340.html.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de
diretrizesparaa organizaçãodaAtençãoBásica,noâmbitodoSistemaÚnicodeSaúde(SUS). Brasília,DF: MinistériodaSaúde,2017.
BRASIL, COFEN Resoluçãonº0464/2014:normatizaaatuaçãodaequipedeenfermagem na atençãodomiciliar,Anexo:
http://www.aids.gov.br/sites/default/files/media/pagina/2021/67489_/atlas_in_portugese_final.pdf.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das DoençasTransmissíveis. Guia prático sobre a hanseníase
[recurso eletrônico] / Departamento de Vigilância das DoençasTransmissíveis. –Brasília : Ministério da Saúde, 2017. 68 p. :
il.https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_hanseniase.pdf
http://www.aids.gov.br/sites/default/files/media/pagina/2021/67489_/atlas_in_portugese_final.pdf
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das DoençasTransmissíveis. Diretrizes para vigilância, atenção e
eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública: manual técnico-operacional [recurso eletrônico] ,
2016. Disponível em: http://www.credesh.ufu.br/sites/credesh.hc.ufu.br/arquivos/diretrizes-eliminacao-hanseniase-4fev16-web.pdf
Silva,J, Silva JJ ,Márcia Gonzaga, FN Etapas do processo de enfermagemRevista Saúde em Foco–Edição nº9 –Ano: 2017 PáginaDisponívelem: 594
https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/06/067_etapasprocessoenfermagem.pdf
REFERÊNCIAS