HEMATOLOGIA - 41
A seguir, fornece-se vitamina B12 via oral para o paciente, marcada com cobalto-
60 (Co60), e observa-se a quantidade de cobalamina excretada na urina durante as próximas 24
horas. Teoricamente, no indivíduo normal, como sua capacidade de transporte estará
esgotada, toda a cobalamina absorvida vai ser excretada pelos rins.
Assim, se houver deficiência de fator intrínseco, por exemplo, não haverá
absorção de B12 a nível gastrointestinal e, conseqüentemente, não haverá excreção de
cobalamina marcada na urina.
Caso isso ocorra, passa-se para a segunda fase do teste, que consiste em
administrar, novamente por via oral, vitamina B12 ligada ao Co60 e associada a fator
intrínseco. Neste caso, se houver excreção renal de vitamina B12 estará confirmada a ausência
de fator intrínseco.
Contudo, se o paciente permanecer sem excretar cobalamina na urina, nós
entramos na terceira fase do teste de Schilling, em que se fornece antibióticos, associados a
vitamina B12 marcada e ao fator intrínseco, no intuito de eliminar uma possível colonização
bacteriana do intestino delgado.
Se, a partir de então, iniciar-se a excreção renal de cobalamina, atesta-se o
diagnóstico de anemia megaloblástica causada por organismos intestinais.
Ainda assim, se não houver excreção de B12 na urina, significa que há algum
problema a nível local de absorção da cobalamina como, por exemplo, anormalidades ileais.
Reposição de cobalamina
Além da terapia específica da sua etiologia, o princípio do
tratamento da deficiência de cobalamina é a terapia de reposição.
A reposição de cobalamina depende de alguns fatores como, por
exemplo, da etiologia da sua deficiência. Assim, nós temos que se a deficiência for devida a
dieta, como acontece nos vegetarianos, por exemplo, sua reposição deve ser feita por via oral.
Nos casos em que a deficiência for por diminuição da absorção,
que é muito mais freqüente, a reposição de cobalamina deve ser realizada por via parenteral,
principalmente na forma intramuscular de cianocobalamina.
Também, é importante nós sabermos a intensidade dessa
deficiência, a partir do que nós podemos dividir a reposição da cobalamina em três
tratamentos básicos:
Profilático Quando a deficiência é causada por uma dieta pobre em
cobalamina ou por causa de uma gastrectomia
O tratamento deve ser feito com cobalamina por via oral
ou intramuscular.
Longa duração Na ausência de fator intrínseco, pós-gastrectomias,
na presença de distúrbios pancreáticos, etc.
1
a
semana 100 g / dia;
1
o
mês 100 g / semana;
Para toda vida 100 g / mês.
Emergência Anemia megaloblástica aguda
Deve-se tratar com uma dose de 100 g de cobalamina
intramuscular por dia associada a transfusões sangüíneas.