Raine Sousa
Residente II de Enfermagem
Obstétrica
Maternidade Petronila Campos
27/08/2017
Hemorragias
na
gestação
“O sangramento genital que ocorre
durante a gestação, independente da
idade gestacional, é um importante fator
gerador de ansiedade e preocupação
para o casal grávido e para o obstetra
devido a percepção da possibilidade de
que o sangramento leve a interrupção
da gestação.”
Prof. Dr. Carlos Mascarenhas da Silva.
Ginecologia & Obstetricia; SOGIMIG. pág 565
Síndromes Hemorrágicas na Gestação
Primeira Metade da Gestação
Hemorragias
Segunda Metade da Gestação
•Diagnóstico preciso e estabilização hemodinâmica;
•Se for 3º trimestre, exame especular minucioso;
•TV evitado (só deve ser feito em caso extremo, quando
não houver nenhuma possibilidade de USG, por
profissional experiente em ambiente cirúrgico);
Hemorragias da Primeira Metade da Gestação
•Abortamento;
•Prenhez Ectópica;
•Doença Trofoblástica Gestacional;
Hemorragias da Segunda Metade da Gestação
•Descolamento Prematuro de Placenta;
•Placenta Prévia;
•Rotura uterina;
•Rotura do seio Marginal;
•Rotura da Vasa Prévia.
Fatores de Risco
•Idade Materna Avançada
•Uso de Álcool
•Tabagismo
•Uso de Cocaína
•Nova Gestação Antes de 6 Meses do Parto Anterior
•Uso de DIU
•Medicações
•Múltiplos Abortamentos Provocados Prévios
•Abortamento Espontâneo Prévio
Gravidez ectópica
•Corresponde a nidação do ovo fora da cavidade uterina
Anamnese (sinal de Laffont : dor subescapular)
- Dados Clínicos
Exame Físico (S. Proust e S. Hellendal-
Cullen- equimoses periumbilical)
- Ultrassonografia
Tratamento
•Medicamentoso
- metotrexato (anti-neoplásico, antagonista do ác. fólico);
- destrói o ovo com ou sem embrião;
- 50mg no saco gestacional;
- 50mg/m
2
IM semanal;
- 1mg/Kg IM dias alternados;
- controle com B-hCG e ultra-sonografia;
•Expectante
- prenhez tubária
- níveis decrescentes de B-hCG;
- ausência de evidências ultrasonográficas de rotura;
- diâmetro da massa menor que 3,5cm.
Doença Trofoblástica Gestacional
- Benigna (Mola Hidatiforme) – 80%
- Mola completa (ausência de feto ou âmnio)
- Mola incompleta (presença de feto ou
evidências de crescimento embrionário)
- Maligna (Neoplasia Trofoblástica Gestacional)
- Mola invasora (corioadenoma destruens) – 15%
metastática
não metastática
- Coriocarcinoma – 5%
metastático
não metastático
•Patologia
- Mola completa:
Eliminação de vesículas s/embrião
- Mola incompleta:
Sem vesículas
Presença de embrião
Gestação inviável
•Diagnóstico
- Clínico
- Ultra-sonográfico (flocos de neve)
- Laboratorial (Beta-hCG acima de 200.000mUI/mL)
•Condutas
Específica:
- Esvaziamento uterino
- Curetagem ou AMIU
- Vácuo aspiração
-Se necessário repetir:
- Repetir curetagem em 7 a 10 dias
- Histeroscopia
Hemorragias
da
Segunda Metade da Gestação
•Ocorre em 5% a 10% das gestações
•Causas obstétricas:
- Descolamento prematuro da placenta
- Placenta prévia
- Rotura uterina
- Rotura do seio marginal
- Rotura da vasa prévia
•Causas não obstétricas:
- sistêmicas
- ginec. Cervicais e vaginais
•Valorizar a história de sangramento:
- anamnese e exame físico geral
e exame ginecológico/obstétrico
- USG
Descolamento Prematuro da Placenta
•É a separação da placenta,normalmente inserida,do seu
sítio de implantação,após a 20ª semana de gestação até
antes do nascimento;
•1,5 a cada 100 nascimento;
•Impacta na mortalidade materna, perinatal, prematuridade
e CIUR;
- hipertensão é a etiologia em 50% casos
- fatores mecânicos
- fator placentário
- idade avançada
- multiparidade
- distensão uterina
- fumo
- anemia
- 0,5% a 1% de todas as gestações
- 15% a 20% das mortes perinatais
- O diagnóstico é clínico:
-dor abdominal forte e súbita
-hipertonia uterina acentuada
-sangramento vaginal escuro s/coágulos
-sofrimento fetal agudo ou morte fetal
-hematoma retroplacentário
-sinal da cratera
Tratamento
•Depende das condições maternas e fetais
•Feto VIVO = emergência obstétrica
- amniotomia
- viabilizar a interrupção da gravidez
•Feto S/VIDA = manutenção do estado clínico materno
- analgésico mais amniotomia
- se houver condições favoráveis = parto vaginal
Prognóstico
•Mortalidade materna em torno de 30%
- distúrbios de coagulação
- choque hipovolêmico
•Óbito neonatal de 90 a 100%
- além da prematuridade
Placenta Prévia
•É considerado placenta prévia a implantação da placenta,
inteira ou parcialmente, na região do segmento inferior
uterino a partir da 22ª semana de gestação.
•Ocorre em 1:200 de todas as gestações.
•DIAGNÓSTICO:
- Clínico e ultrassonográfico;
- sangramento vermelho, vivo e rutilante;
- BCF sem alterações;
- tônus uterino normal;
- ultrassonografia (diagnóstico de certeza) .
•TRATAMENTO :
- gestações com menos de 37 semanas:
-repouso absoluto;
-internação;
-drogas uterolíticas (miso, ocito);
-corticoterapia;
-evitar toques e o coito;
- acima de 37 semanas interromper a gestação.
•Ocorrência maior após 28 semanas
•1:2.500 partos
•Fatores etiológicos:
-hipercontratilidade uterina
-cicatrizes de cesariana anterior
-traumatismo abdominal
-manobras de versões internas e externas
•IMINÊNCIA DE ROTURA UTERINA :
-contrações intensas e excessivamente dolorosas
-sinal de Bandl-Frommel (útero em ampulheta)
•É pouco comum e consiste em uma
grande hemorragia que pode levar ao
óbito fetal.
•Alta taxa de mortalidade (33 a 100%)
•Rotura dos vasos calibrosos do
funículo
•Placenta com inserção velamentosa
do cordão
•Ocorre no momento da rotura da
bolsa
•Lesão mais comum é da artéria
uterina
•Cesariana
ROTURA DA VASA PRÉVIA
•Consiste na extrema periferia do espaço interviloso;
•Episódios de sangramento indolor, de pequena quantidade e
vermelho-vivo;
•É considerado a maior causa de sangramento da gravidez
avançada;
•Diagnóstico: avaliação histopatológica da placenta.
ROTURA DO SEIO MARGINAL
•Clínica semelhante ao da placenta prévia
•Sinais e sintomas mais pobres.
•Tratamento similar ao da placenta prévia
•Pode evoluir ao descolamento prematuro de placenta
ROTURA DO SEIO MARGINAL
Referências
•Rezende J; Montenegro CA. Obstetrícia Fundamental – 11 ed.
Guanabara Koogan, 2010.
•Ginecologia & Obstetrícia: Manual para Concursos/SOGIMIC –
3.ed. Medsi, 2008.
•Manual do Ministério da Saúde – Emergência Obstétrica.
•Freitas, Fernando. et al. Rotinas em Obstetrícia - 6.ed. Porto Alegre:
Artmed Editora, 2011.