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Joaquim José Miotto lembra que tinha a mesma idade do Mário Rossi, e comentou:
“.....fiquei impressionado com a roupa (chamada castanho) que a família recém chegada usava, era
feita de um tecido muito bom e inexistente no Brasil, era roupa própria para o frio......ficavam
sentados ao redor do fogo.....chamou minha atenção uma menina de colo, muito pequena junto aos
outros irmãos.....” (era Emma Rosaria Rossi).
Os pais de Joaquim José Miotto, não permitiam que ele e os irmãos se aproximassem e
conversassem com os recém chegados, conforme costume da época.
O tempo de estadia foi de três dias, quando Abramo veio buscá-los, conduzindo-os para a
Linha Tigre Alto, onde ficaram hospedados ao lado de sua casa. Estava na época da colheita do
trigo.
Passados alguns dias, Redenzio entrou no armazém de Vitório Borba e pediu: “....uno litro
di vin, per piacere....”, e o Sr. Vitório falou que somente tinha garrafa e não litro. Todos
acharam engraçado, o costume na Itália era pedir um litro.
Romilda Gresele (nora de Ferdinando Galvan e Santina Zortéa) nascida em 1931, casada
com Domingos Sávio Galvan (filho de Ferdinando Galvan), relata em (14/11/2009), que foi nesta
casa situada na antiga (Rua dos Carrapichos) de propriedade de Ferdinando Galvan, a qual possuía
02 andares, onde a Família de Redenzio Rossi ficou hospedada por três dias. O porão é exatamente
o mesmo da época. Atualmente (Novembro de 2009) mora na casa a Sra Esperanza Galvan
(esposa de Albino Galvan) e nora de Ferdinando Galvan.
Cada 15 dias Redenzio vinha até a casa de Ferdinando Galvan em Sananduva (22 km).
Quando Redenzio Rossi chegava com o cavalo (era uma égua preta muito bem tratada,
utilizada somente para vir em Sananduva à missa),o menino Joaquim José Miotto e família
cuidavam do animal dando água, milho, preparando-o para que Redenzio retornasse para Mão
Curta. Joaquim gostava muito de Redenzio, pois ele tinha “ ....uma fala bonita....” (falava em
italiano).
No domingo, Redenzio vinha almoçar na casa de Ferdinando Galvan e assistia às duas
missas (La prima messa e la seconda messa), que eram rezadas em italiano na Igreja de
Sananduva. Tinha que sair as 03 horas da manhã de Mão Curta,(percorria em torno de 22Km) para
chegar a tempo da missa,mas.....fazia isso com muito prazer. No inverno havia necessidade de
caminhar a pé, em parte do caminho, para não se congelar, e assim procurar se aquecer
Joaquim José Miotto recorda ainda, que chamavam Redenzio de “Redenzio Tálian”.
No ano de 1939 Joaquim, com 23 anos de idade, mudou-se de Sananduva para Irani em SC. Pouco
tempo depois, voltou a se encontrar várias vezes com Carlo, Luigi, Mário e Angelo (Móro), e então
conhecê-los melhor.
Seu Joaquim frequentou a escola em Sananduva, naquela época onde só se falava o
italiano. As escolas eram particulares, tinha que pagar....conta ele.... não existia tinta, usavam
somente a tabela, e na maior parte do tempo ensinavam os alunos a rezar. Somente tempos depois
da Segunda Guerra Mundial (1945) surgiram as escolas públicas.