de gasolina. Há ainda mais de 150 chácaras produzindo alimentos para serem vendidos. Uma análise das
estatísticas da estação de trens revela a tendência que levaria a futura cidade a ser classificada como
"Cidade Dormitório". Em 1946, já havia milhares de passageiros utilizando-se dos trens, principalmente
para irem trabalhar em São Paulo. Em 1947, é constituída a mais importante e atuante associação de
moradores da história da cidade. Motivados pelo desejo de amancipação do subdistrito, é criada a
Sociedade Amigos de Ferraz de Vasconcelos (SAFV), com a seguinte diretoria; Gothard Kaesemodel
Júnior, Presidente; Luciano Poletti, Vice-presidente; José Breves Bretas, 1º Secretário; Félix Mazzuca, 1º
Tesoureiro e Júlio Ferreira Júlio, como 2º Tesoureiro. Para animar ainda mais os que lutavam pela
emancipação, no dia 08 de Julho de 1947, o Decreto Lei 17.405, eleva a cidade a Distrito de Paz, criando
o Cartório de Registro Civil de Ferraz de Vasconcelos. Com isso, as Certidões de Nascimento, Óbito,
Casamento e outros, poderiam ser feitos aqui. Até então, os ferrazenses precisavam ir a Poá. O primeiro
Oficial de Registro foi José Jordão Martin, que acumulava tarefas de subdelegado e subprefeito.
O primeiro registro do cartório foi a certidão de nascimento de Antonio Perino Generato dos Santos, no dia
10 de Setembro de 1947. Em Setembro de 1954, veio de Santos, para assumir o cargo de Oficial Maior do
cartório, José Chacon Moriel, que em pouco tempo ficou conhecido como Zé do Cartório. O cartório
funcionava na lateral do prédio da antiga imobiliária Romanópolis, onde hoje é a ponta da Praça dos
Trabalhadores. Seu filho, José Carlos Fernandes Chacon, conhecido como Zé Biruta, seria eleito em 1992
e em 200, prefeito de Ferraz de Vasconcelos.
Desde os primeiros anos da década de 40, no distrito de Poá, crescia o movimento de emancipação
poaense, liderado por Bruno Rossi, Prof. José Garcia Simões, Prof. José S. Rocha, Euclydes Greenfel,
entre utros. Para eles, Ferraz de Vasconcelos, ficaria anexada a Poá. Provavelmente, este movimento deve
ter aguçado o desejo dos ferrazenses de administrarem seu território, e em 1948 é formda a primeira
comissão de emancipação formada por Afonso Carlos Fernandes, Prof. João Gurgel Mendes e o diretor do
grupo escolar, Prof. Sother Batalha, porém tanto Ferraz de Vasconcelos como Poá, pertenciam a Mogi das
Cruzes, e o vereador Pedro Paulo Paulino, representando o então distrito de Ferraz de Vasconcelos pede
uma certidão sobre a arrecadação local, para comprovar a capacidade do lugar em se tornar município. Em
24 de Dezembro de 1948, a Lei Estadual nº 233, criou o município de Poá e Ferraz de Vasconcelos torna-
se distrito de Poá.
Adiado o sonho da emancipação, os ferrazenses vão se contentando com o crescimento, agora mais
acelerado, do lugar. Os moradores cobram a coleta de lixo e começam a edir a construção de mais escolas,
sob alegação de que 700 alunos ficaram sem estudar por falta de vagas. Em Setembro é inaugurado o
cinema, começa a campanha para a construção da Igreja Matriz, e o governador Adhemar de Barros, veio
conhecer o trabalho que Luciano Polleti desenvolvia em seu viveiro de mudas, situado no Cambirí.
O ano de 1951 traz mais um benefício importante para a comunidade. No dia 04 de Abrli, é inaugurada a
Agência de Correios, tendo como chefe a Sra. Hilda de Freitas Camilo. É importante lembrar que a
população dependia muito dos correios, uma vez que as notícias de parentes e outros comunicados, só
eram possíveis por cartas. Outro fator que ligava Ferraz de Vasconcelos a Poá era o cemitério. Ainda em
1951, Abílio Secundino Leite doa uma área para a construção de um cemitério. A Sociedade Amigos de
Ferraz de Vasconcelos arrecada dinheiro e constrói a capela, como também no dia 15 de Novembro é
inicada a construção da SAFV. E nesse período o prefeito era o Sr. Lourenço Marques. Em dezembro do
mesmo ano o antão Pispo Auxiliar D. Paulo Rolim Loureiro vem inaugurar a Igreja Nossa Senhora da Paz,
e celbra a primeira missa.
Desde 1948, a localidade vinha sendo servida por uma empresa de ônibus da "Empresa Auri-Verde", unindo
Ferraz de Vasconcelos a São Paulo. O caminho era semelhante ao feito pelos tropeiros no século anterior;
Passava pelo Lajeado, sepois seguia para Itaquera e Parque D. Pedro II. Porém, com a estação de trens
de Guaianazes, o Lajeado foi perdendo importância e a urbanização cresceu em volta da estação e de toda
a linha da rede ferroviária. Ainda em 1952, não existia uma estrada ligando o então distrito de Ferraz de
Vasconcelos a Guaianazes. Em Novembro, uma comitiva de ferrazenses vai ao Palácio Campos Elísios
(Parque D. Pedro), onde em audiência com o governador Lucas Nogueira Garcez, solicitam a abertura de
oito quilômetros de estrada, ligando Ferraz de Vasconcelos a Guaianazes. Para facilitar o atendimento do
pedido, a SAFV, conseguiu a doação das terras onde passará a estrada. Apenas em 1957, o DER manda
abrir cerca de três quilômetro de estrada.
Em Dezembro de 1952, o prefeito José Lourenço Marques da Silva, responde a um requerimento de
interesse dos ferrazenses, atestando que a arrecadação de impostos em Ferraz de Vasconcelos doi de Cr$
615.500,00, correspondendo ao ano de 1951.
O ano de 1953 foi de intensa atividade para a SAFV, no seu papel de incentivar e organizar o processo de
emancipação. No dia 08 de Março, reuniram-se 56 ferrazenses para elegerem a Comissão Pró-
Emancipação. Foram eleitos; Afonso Carlos Fernandes, presidente; Arthur Hormínio da Costa, Vice-
presidente; João Batista Gurgel Mendes, Secretários Geral; Júlio Ferreira Júlio, 1º Secretário; José Fares,
2º Secretário; Félix Mazzuca, 1º Tesoureiro e Halmuth H. H. Louis Baxmann como 2º Tesoureiro.